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Maio 2013 de um O início M ovimento H istória A dventista A EDIÇÃO COMEMORATIVA ESPECIAL Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

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Maio 2013

de um

Oinício

Movimento

História AdventistaAE d i ç ã o C o m E m o r a t i v a E s p E C i a l

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 9, Nº 5, Maio de 2013.

www.adventistworld.orgOnline: disponível em 13 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial

11 S A Ú D E N O M U N D O

Viver Saudável

A R T I G O D E C A P A

16 O Início de Um Movimento

n O Relógio de Deus Revela Seu Plano Alice Voorheis

n O Movimento Começa a Avançar Benjamin Baker

n Rumo à Organização Stanley D. Hickerson

n Concluindo o Processo Alberto R. Timm

8 V I S Ã O M U N D I A L

“Quem Somos Nós?” Ted N. C. Wilson Nossa identidade determina nossa missão.

12 D E V O C I O N A L

Encontro com o Destino Gerald A. Klingbeil Deus sempre está no controle.

14 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

O Conflito Cósmico Aleta Bainbridge Deus correu riscos quando facultou aos seres

humanos a liberdade de escolha.

22 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

Moses Hull James R. Nix Homem promissor que desperdiçou suas habilidades.

24 D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

O Dom da Orientação Profética Merlin D. Burt Os ministérios de educação, saúde e publicações

existem hoje devido à pessoa e obra de Ellen G. White.

26 R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Primeiro ou Primogênito?

27 E S T U D O B Í B L I C O

2.000 Anos e Ainda Esperando!

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

Maio 2013

I M A G E M D A C A P A P E L A N A S A / N O A A /G S F C / S U O M I N P P / V I I R S / N O R M A N K U R I N G / D I G I T A L M E N T E M O D I F I C A D A

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■ No dia 16 de março aconteceu a maior mobilização internacional dos jovens adventistas através da mídia social, disse Gibert Cangy, diretor do Departamento de Jovens da Associação Geral.

Enquanto milhares de jovens participavam de atividades na comunidade, os departamentais de jovens em todo o mundo relatavam suas atividades sociais pelo Hope Channel (TV mundial adventista) da Austrália, Alemanha e dos Estados Unidos.

Mais de 80 mil jovens estavam conectados via mídia social, inclusive Facebook e Twitter, e mais de 4 milhões de pessoas comentavam a iniciativa pela internet.

“Foi um momento histórico, de unidade entre os jovens adventistas. No centro de tudo isso não estavam nossas realizações pessoais; simplesmente nos colocamos à disposição de Deus como Suas mãos e pés para fazer a obra. Os resultados foram inspiradores”, comentou Cangy.

Centenas de jovens na Espanha participaram de um flash mob em um dos maiores shopping centers de Madri. Na Inglaterra, ajudaram como missionários em asilos e hospitais. Outro grupo transformou sua igreja em abrigo para mulheres vítimas de abuso. Na Tanzânia eles responderam a um apelo urgente para doação de sangue. Em Porto Rico, oraram pelos motoristas em uma rua movimentada.

Na África do Sul, os jovens ofereceram o café da manhã para policiais; e a manchete do Jornal na Guiana, dizia: “Jovens Adventistas Inspiram Esperança Com Serviço Comunitário.”

N O T í C I A S D O M u N D O

S E Ç Õ E S

Os registros mostram que havia somente vinte deles naquela manhã de quinta-feira,

há 150 anos. Todos homens, todos americanos. Quase todos os delegados eram pastores: somente dois foram identificados como membros leigos.

Entre os vinte, havia três que apostatariam ainda naquela década; outros três serviriam como presidente da organização, a qual ajudaram a estabelecer; e, dois atuariam como editores da Advent Review and Sabbath Herald (hoje Adventist Review), a revista irmã da Adventist World. Virtualmente, todos eles lutavam com dificuldades financeiras, tanto na vida pessoal como na Igreja que fundaram.

Mesmo assim, a estrutura que estabeleceram não apenas sobreviveu, mas, prosperou, e quase todos os fatores de sua existência mudaram. Os homens agora são a minoria, representando menos de 40% do número de membros, dos quais os americanos são apenas 6%. Se somados, todos os pastores e obreiros totalizam menos de 2% dos membros. O valor da contribuição anu-al dos membros nos dízimos e ofertas excede a 1 bilhão de dólares, com múltiplos desse valor em prédios, hospitais, escolas e equipamentos para a missão.

Embora algumas Associações (agrupamento de igrejas) já existissem antes da reunião de 21 de maio de 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, tanto daquele tempo como em gerações sucessi-vas, tem considerado aquela quinta-feira como o aniversário da Igreja que hoje está presente em quase todo o mundo. Ela atua em mais de 200 países, tem mais de 17 milhões de membros batizados, mantém a maior rede educacional protestante do mundo, possui fábricas de alimen-tos, hospitais e editoras. Outros tantos milhões se consideram parte desse movimento mundial, como familiares ou amigos dos membros.

“A influência dessa reunião não pode deixar de ser boa”, escreveu Urias Smith, eleito secre-tário da Associação Geral aos 31 anos de idade, apenas cinco dias após a reunião. Hoje sua previsão cuidadosa parece muito modesta. Deus abençoou tanto a Igreja Adventista que, agora, o número de pessoas que se unem a ela todos os dias é maior do que os que foram batizados no dia do pentecostes (At 2:41).

Ao você ler as histórias sobre a direção de Deus nesta edição especial da Adventist World,

lembre-se de como Ele pode tomar coisas pequenas – a vasilha de farinha da

viúva; cinco pedrinhas de um riacho; ou, cinco pães e dois peixes – e fazer coisas inimagináveis.

Esquerda: MARCHA SUL-AFRICANA: Jovens desfilam nas ruas de Alberton, África do Sul, promovendo o Dia Mundial dos Jovens Adventistas. Direita: SERVIÇO NAS FILIPINAS: Jovens e crianças se preparam para o serviço comunitário, em San Pablo City, Filipinas. Milhares de jovens participaram do dia internacional de serviços à comunidade.

Dia Mundial dos Jovens

Mídia Social da IgrejaUtilizando a

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“Foi maravilhoso ver o Departa-mento do Ministério Jovem assumindo a liderança para mobilizar toda a Igreja”, disse Dary Gundado, engenheiro da Rádio Mundial Adventista e um dos organizadores do evento.

O próximo dia mundial dos jovens está marcado para 15 de março de 2014.– reportagem Divisão Transeuropeia e Rede Adventista de Notícias

Pr. Wilson Visita a Hungria Durante o Centenário da Igreja

■ Milhares de membros e amigos da Igreja deram as boas-vindas ao pastor Ted N. C. Wilson na última etapa de sua visita de dez dias à Europa, em março.

A visita aconteceu durante a semana em que a Igreja Adventista comemorou o centenário da antiga União Duna, mais tarde denominada União Húngara.

O adventismo chegou à Hungria na década de 1860, quando M. B. Czecho-wski, sacerdote católico polonês que se tornou adventista, expandiu o grupo de guardadores do sábado da Suíça para a Hungria e outras partes da Europa.

A comemoração do aniversário no dia 17 de março, também marcou o lançamento do projeto A Grande Espe-rança na Hungria. A iniciativa visa levar “esperança a cada lar”, incentivando os adventistas a doar o livro a seus amigos e vizinhos.

“A questão não é o que a Igreja pode fazer, mas o que os membros das igrejas podem fazer para levar esperança a ‘todos os lares’ da Hungria”, disse Tamás Ocsai, presidente da União Húngara.

N O T í C I A S D O M u N D O

A Grande Esperança é uma adapta-ção moderna do livro O Grande Conflito, de Ellen G. White, que destaca pessoas fiéis a Deus ao longo da história, incluindo os valdenses e outros pequenos grupos que preservaram o cristianismo autêntico durante a Idade Média.

“A Igreja Adventista é a ‘última› igreja remanescente de Deus”, disse o Pr. Wilson. “Deus está preparando Seu povo para algo muito incomum, e devemos compartilhar o amor de Jesus com as pessoas de uma forma amigável. Voces devem encher este lugar com a esperança futura que aguardamos.”

À tarde, ele e os líderes da Igreja na Europa, encontraram-se com György Hölvényi, ministro para assuntos religiosos e questões civis no país.

O presidente destacou a dimensão mundial da Igreja, 17 milhões de

membros, e agradeceu as autoridades húngaras por seu trabalho promovendo a liberdade religiosa no país.

O encontro aconteceu um ano após os deputados húngaros votarem a favor da restauração do status oficial da Igreja Adventista no país. O fato gerou meses de incerteza após a controversa “Lei das Igrejas”, aprovada em 2011, tirando o registro de aproximadamente 300 denominações religiosas minoritárias, inclusive da Igreja Adventista. Essas igrejas foram convidadas a se recadastrarem para o status oficial com parâmetros mais rigorosos. O governo informou que a lei faz parte dos esforços para

Esquerda: REUNIÃO COM OS MEMBROS: Ted Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, e esposa, conversam com membros na Hungria, após a comemora-ção do centenário da organização da Igreja no país. Direita: REUNIÃO CÍVICA: Representantes da Igreja se reúnem com autoridades governamentais para assegurar proteção aos direitos religiosos das minorias. Centro, à esquerda: György Hölvényi, ministro de estado para assuntos religiosos, acompanhado por dois assessores. Direita, atrás: Tamás Ocsai, presidente da União Húngara da Igreja Adventista; Ted N. C. Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista; e, Bertil Wiklander, presidente da Divisão Transeuropeia.

T E D N E w S

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evitar que grupos religiosos falsos reivindiquem os direitos e privilégios concedidos a igrejas legítimas.

Durante a reunião, Hölvényi apro-veitou a oportunidade para reiterar o compromisso da Hungria na proteção dos direitos das minorias religiosas. “A intenção do governo não é excluir nenhum grupo das atividades religiosas no país”, disse Hölvényi, destacando o papel fundamental da Associação Internacional de Liberdade Religiosa na proteção da liberdade de crença em todo o mundo. – reportagem Jóhann E. Jóhannsson, Divisão Transeuropeia e Rede Adventista de Notícias

Inaugurado Centro Comunitário Adventista em Beirute

■ A Universidade Adventista do Oriente Médio inaugurou em fevereiro um centro comunitário fora do campus. A ação demonstra como os adminis-tradores estão oferecendo serviços à comunidade depois de lutarem, por muito tempo, para manter a instituição durante a guerra civil do Líbano.

O centro comunitário For Your Life, a dois quilômetros de distância da colina onde o campus está situado, oferece cursos sobre saúde, culinária, arte, música e computação. Mais de 600 pessoas já estão participando das aulas sobre saúde promovidas pela equipe voluntária do Centro de Educação e Saúde Weimar, dos Estados Unidos.

“Estou absolutamente encantado com o novo centro”, disse Leif Hongisto, presidente da universidade. “Não tínhamos certeza de que as pessoas apoiariam o projeto ou que teria

uma aceitação tão calorosa. Deus está realmente abençoando essa iniciativa para reconectar a comunidade com seus primeiros colonos”, referindo-se à comunidade adventista que habitou a área em 1939.

A inauguração do centro, localizado no pavimento térreo de um prédio de dez andares, teve o apoio de dezenas de pessoas, como Antoine Kaysar Ibara, prefeito municipal de Jdeideh Bouchrieh. A cerimônia também atraiu a mídia, com cobertura para os jornais, televisão e rádio.

O centro surgiu após Hongisto realizar uma caminhada comunitária de cinco quilômetros, no ano passado. O evento colaborou com a crescente conscientização do país em relação aos problemas de saúde. “As pessoas perceberam que éramos os primeiros praticantes”, disse ele, referindo-se ao compromisso da Igreja Adventista com o estilo de vida saudável.

A própria universidade está expe-

rimentando um ressurgimento após vários anos de reconstrução. O campus estava em ruínas depois da Guerra Civil Libanesa, ocorrida entre 1975 e 1990.

Homer Trecartin, presidente da União do Grande Oriente Médio, men-cionou que o campus passou por uma mudança radical desde o tempo em que atuou como secretário-tesoureiro da União.

“Você devia ter visto [o campus] quando o visitei doze anos atrás. Muitas casas estavam bombardeadas e eram habitadas por pássaros e outros animais. Havia um aluno no dormitório e poucos professores eram adventistas. A reconstrução começou somente há uma década. Agora, transformou-se em um lugar muito lindo e tem uma vista maravilhosa para Beirute e para o Mar Mediterrâneo.”

A escola abriga 250 estudantes vindos de 23 países.– reportagem de Jason Lemon e Ansel Oliver/ANN

N O T í C I A S D O M u N D O

Co n t i n u e d o n n e x t p a g e

Acima: FOR YOUR LIFE: O centro comunitário For Your Life está localizado no andar térreo de um prédio de dez andares em Beirute, aproxima-damente a dois quilômetros de distância da universidade. Direita: COLINA DO SÁBADO: A Universidade Adventista do Oriente Médio está localizada na “colina do sábado”, assim denominada devido ao estabelecimento dos adventistas na área, em 1939. O campus dá vista para a cidade de Beirute e para o Mar Mediterrâneo.

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Aproximadamente 1.600 pessoas resi-diam na cidade quando foi inaugurada em janeiro de 2011, segundo dados estatísticos, que foi planejada para acomodar seis mil habitantes. Antes da inauguração da nova igreja, os mem-bros tinham que viajar até o distrito mais próximo para assistir aos cultos no sábado. Agora é possível participar dos cultos durante a semana também, uma vez que não precisam mais per-correr grandes distâncias para chegar a uma congregação.

Os secretários de igreja da Asso-ciação Amazonas Ocidental (AAmO) participaram com os recursos finan-ceiros para os materiais e a construção contou com a ajuda de voluntários das igrejas da Associação, cuja área é com-

posta por parte do estado de Rondônia e pelo estado do Acre. Líderes regionais disseram que esta é a primeira congre-gação resultante do espírito voluntário de secretários.

Combinando com a arquitetura planejada da cidade, o prédio da nova igreja porta o logo da Igreja Adventista em sua fachada, atraindo a atenção dos cidadãos. A nave acomoda cem pessoas sentadas, mas o auditório alcançou sua capacidade máxima quando 150 visitas compareceram à reunião inaugural. Muitos habitantes da cidade que não são adventistas, também assistiram ao evento.

Estiveram presentes ao culto de inauguração, Magdiel E. Pérez Schulz, secretário da Divisão Sul-Americana;

N O T í C I A S D O M u N D O

Por Mark A. Kellner, editor de notícias

Àmedida que a construção de uma grande usina muda a paisagem de Rondônia, estado

do noroeste do Brasil, a igreja recém- construída na pequena cidade de Nova Mutum Paraná, promete mudar o status religioso dos cerca de 1.600 habitantes.

Inaugurada no dia 24 de fevereiro, a nova igreja servirá a cidade criada para atender à construção da Hidrelétrica de Jirau (ou UHE Jirau), que represa o Rio Madeira. As 50 unidades geradoras de energia elétrica devem gerar 3.750 megawatts.

As desapropriações causadas pela construção da hidrelétrica resultaram na construção de Nova Mutum Paraná, a cerca de 120 quilômetros de Porto Velho,capital do estado de Rondônia.

Construir Igreja emSecretários Ajudam a

NOVA IGREJA: Foi construída uma nova igreja em Nova Mutum Paraná, com recursos levantados pelos secretários.

Nova Mutum Paraná, Rondônia, Brasil

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Sérgio Alan, secretário da União Noroeste Brasileira; Moisés Batista, presidente da AAmO; Abdoval Caval-canti, secretário da AAmO; e, Marcelo Miranda e Fernando Rios, secretários de outras associações da região.

“É com grande prazer que inaugu-ramos esta igreja com os recursos dos secretários de igrejas da Associação Amazônia Ocidental. Sem dúvida, essa iniciativa animará outras associações a fazerem o mesmo”, disse Batista.

Magdiel Pérez explicou que os secretários se comprometeram a doar uma média de 50 dólares cada um, para que a igreja pudesse ser construí-da. O valor total gasto para levantar o prédio foi cerca de 30 mil dólares.

“É interessante que, até agora, já

foram realizadas quinze cerimônias batismais na igreja, especialmente após uma série evangelística. No culto inau-gural, cinco pessoas foram batizadas. Destacamos também o fato de que em-bora o trabalho dos secretários seja mais administrativo ou burocrático, ações como esta mostram o comprometimen-to desses voluntários para com a missão do evangelho”, disse Magdiel Pérez.

Sheila do Nascimento, secretária do distrito de Santa Inês, no estado do Acre, disse que o projeto foi inspirador: “Valeu a pena todo o trabalho que tivemos para levantar os recursos para a construção da igreja. Conseguimos muito mais do que esperávamos, e isso foi a resposta de corações que promovem oportunidade para que outras pessoas

conheçam a abençoada esperança que nós adventistas temos.”

O plantio de igrejas é uma área importante na Divisão Sul-Americana. Incentiva os membros a estabelecerem sistematicamente novas congregações. O alvo da Divisão é ter nove mil novas igrejas até o final de 2015. O desejo não é simplesmente criar uma igreja, mas também torná-la consistente, com liderança forte, autonomia administra-tiva e ênfase na missão.

Em 2011, foram estabelecidas 1.658 novas congregações na América do Sul e, em 2012, 1.302. A estimativa é de que a cada seis horas e 43 minutos nasça uma nova igreja.– reportagem de Jeane Barboza e Felipe Lemos, Divisão Sul-Americana

N O T í C I A S D O M u N D O

PRIMEIRO CULTO: Magdiel E. Pérez Schulz, secretário da Divisão Sul-Americana, prega no culto inaugural. Sentados nas primeiras filas estão os candidatos ao batismo. A nova igreja teve público maior do que sua capacidade durante a cerimônia.

SECRETÁRIOS DE IGREJA: Secretários que ajudaram financeiramente a construção da nova igreja, participam

do culto de inauguração.

F O T O S : C O R T E S I A D A D I V I S ã O S U L A M E R I C A N A

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V I S Ã O M U N D I A L

Em 1863, os Estados Unidos estavam em meio a uma guerra civil perversa. O sangue jorrava

nos campos de batalha, enquanto compatriotas lutavam entre si mesmos; todos convencidos de que Deus estava do seu lado. Quando a guerra terminou, 2% da população, 625 mil homens – o equivalente a 6 milhões hoje – estavam mortos.

Durante esse período de turbulência e divisão nacional, algo surpreendente aconteceu ao norte dos EUA, na cidade de Battle Creek, Michigan. Em lugar de lutar entre si, irmãos de vários estados se reuniram para se organizar em uma denominação oficial e unida, a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O nome foi escolhido cerca de dois anos antes, numa reunião em Battle Creek, no dia 1º de outubro de 1860. Nos dois anos seguintes, as igrejas se organizaram em associações em sete estados, sendo que a Associação de Michigan foi a primeira, em 1861.

Representantes de Associações em outros estados, convidados pela Associação de Michigan, reuniram-se nos dias 20 a 23 de maio de 1863, em Battle Creek, para se organizar oficialmente como denominação, adotar um estatuto, eleger os líderes e definir as funções e responsabilidades da liderança da Associação Geral.

Foi uma experiência muito dife-rente da que os crentes no segundo advento haviam experimentado cerca de duas décadas antes, quando, com lágrimas, viram o relógio bater meia--noite no dia 22 de outubro de 1844 e Jesus não voltar.

Verdade Bíblica Fundamental A despeito do tremendo desa-

pontamento, um pequeno grupo de remanescentes não abandonou a fé. Humildemente e em oração, pesquisa-ram as Escrituras e, durante os quinze anos seguintes, o grupo foi crescendo como resultado de conferências bíblicas. À medida que estudavam as verdades bíblicas, as quais passaram por séculos despercebidas, eram abertas e compre-endidas por eles:

A confirmação da segunda vinda de Cristo, literal, visível e pessoal; o mi-nistério de Cristo no santuário celestial e o início do juízo investigativo em 22 de outubro de 1844; o sétimo dia da semana como o verdadeiro sábado do Senhor, para ser lembrado e santificado; o “sono” inconsciente dos mortos até o retorno de Cristo; as três mensagens an-gélicas de Apocalipse 14, proclamando o “evangelho eterno” ao mundo inteiro, anunciando o julgamento, chamando todos para adorar o Criador, identifi-cando a queda da “Babilônia” espiritual, alertando sobre a “marca da besta” e identificando no tempo do fim o povo remanescente como os “que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Ap 14:12).

Esse povo remanescente tem “o

testemunho de Jesus” (Ap 12:17), que é o espírito de profecia” (Ap 19:10). Esse dom de orientação profética foi reconhecido nas visões e escritos de Ellen G. White e validados como fonte de contínua orientação para a igreja remanescente.

Nenhuma outra igreja existente aceita esse conjunto de verdades bíblicas vitais.

No Passado e Agora Essas importantes descobertas

bíblicas, associadas à ordem imperativa de proclamá-las ao mundo, conduziu à organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 21 de maio de 1863. A igreja recém-organizada tinha aproxi-madamente 3.500 membros, espalhados pela região norte dos Estados Unidos.

Hoje, somos uma denominação mundial com mais de 17 milhões de membros, adorando em 73.526 igrejas e 67.276 grupos, em 208 países, traba-lhando e publicando em 924 idiomas, com 1,7 milhões de alunos estudando em 7.883 escolas em todo o mundo. A igreja ministra a milhares de pessoas por meio de 172 hospitais e sanatórios, 133 lares para idosos e centros de apo-sentados, 238 clínicas, e 36 orfanatos e lares para crianças.1

Relembrar é bom!

Por Ted N. C. Wilson

QuemSomos

F O T O : C R E A T I O N S w A P8 Adventist World | Maio 2013

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Louvamos a Deus pelas coisas ma-ravilhosas que Ele tem feito! Portanto, ao comemorarmos o aniversário de 150 anos da Igreja, em lugar de enaltecer-mos ou nos deleitarmos com o passado, concluímos que não queremos come-morar mais aniversários aqui, queremos ir para o lar.

Agora é o momento adequado para reexaminar o que levou os crentes do advento a se organizarem como Igreja Adventista do Sétimo Dia um século e meio atrás; e, determinar se essas razões devem ser relegadas ao passado, ou se ainda são válidas hoje.

Cenário Religioso do Século Dezenove

No fim do século 19, já existiam várias denominações cristãs no mundo desenvolvido e em muitos territórios administrados na época por países ocidentais. O protestantismo estava florescendo na Europa, em territórios britânicos ao redor do mundo e nos Estados Unidos, com muitas congrega-ções de presbiterianos, congregacionais, luteranos, episcopais, conexão cristã, batistas e metodistas já estabelecidas. O catolicismo romano também tinha bases fortes na Europa, América Latina e algumas partes da Ásia. Na América

do Norte, o catolicismo era uma minoria crescente, e a primeira Igreja Católica em Battle Creek, Michigan, foi estabelecida em 1863 por imigrantes irlandeses e alemães.

Quando os crentes do Advento se reuniram, sua intenção não era formar outra denominação, mas estudar a Bíblia e seguir o que aprendessem. Entretanto, ao descobrirem verdades fundamentais, entre elas o imperativo de proclamar ao mundo as três mensa-gens angélicas, guiados por uma série de visões dadas a Ellen White na década de 1850, relativos à “comissão evangélica”, os crentes concluíram que para levar avante, efetivamente, a missão dada por Deus, era necessário organizar a Igreja oficialmente.

Em maio de 1863 os Adventistas do Sétimo Dia tinham a clara visão de:

1. Quem eram – o Remanescente identificado em Apocalipse 12 e 14;

2. Qual era sua missão – proclamar ao mundo as três mensagens angélicas.

Embora a Igreja continuasse a cres-cer e a aprender à medida que outras verdades eram reveladas e confirmadas por meio do abençoado dom profético concedido a Ellen White, nunca se per-deu de vista o cerne de sua identidade, como descrito em Apocalipse 12:17.

Uma Crise de Identidade? Será que nossa identidade e nosso

propósito são tão claros hoje como eram há 150 anos? Ou será que nosso foco já está embaçado a ponto de não termos certeza de que fomos chamados com um propósito e uma missão singulares?

Lembro-me de uma experiência quando, há alguns anos, alguém me

perguntou qual era o meu maior desa-fio. Pensei por um momento, e respondi que um dos meus maiores desafios era manter viva na igreja a visão de que somos um movimento singular. O indi-víduo olhou para mim e perguntou: “Por quê? Nós somos?” E disse: “Primeiro sou um cristão, depois Adventista do Sétimo Dia.” É claro, somos cristãos Adventistas do Sétimo Dia, mas temos uma tarefa especial a realizar.

“Singular” = “Melhor?”Quem somos nós como movimento

singular? Igreja remanescente de Deus. Isso significa que somos melhores do que os outros? Claro que não. Todos nós necessitamos do poder santificador e justificador de Cristo. Somos gratos a Cristo pela salvação, Sua graça e justiça abrangentes.

Entretanto, somos também um movimento singular, o povo do Livro, um movimento profético, pessoas que acreditam nas profecias de Daniel e Apocalipse. Cremos nos cumprimentos proféticos ao longo da história, preditos antes de acontecerem, e que nos leva-ram à compreensão de quem somos e onde estamos na história deste mundo. Daniel 8:14 revela a verdade vital sobre o que aconteceu em 1844, e que a mensagem do santuário, confirmada nas Escrituras, é poderosa e importante para todos os tempos, especialmente para esses últimos dias da Terra.

Nosso ChamadoVivemos no mais incrível tempo da

história deste planeta. Fomos chamados para proclamar a maravilhosa mensa-gem da salvação por meio de Cristo e

Nós?Somos

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V I S Ã O M U N D I A L

Sua justiça. Para levar essa mensagem com o poder do Espírito Santo, preci-samos saber quem somos. Precisamos compreender por que estamos aqui como movimento adventista.

Precisamos compreender nosso chamado especial pelo Senhor. Não assumimos essa identidade de maneira egoísta, mas compreendemos humilde-mente que a Igreja Adventista preenche as qualificações do povo remanescente de Deus como identificado em Apocalipse 12:17 e sabemos que a igreja chegará ao fim unida e forte!

“Sou instruída a dizer aos adventis-tas do sétimo dia em todo o mundo”, escreveu Ellen White, “Deus nos chamou como um povo para sermos Seu par-ticular tesouro. Ele designou que Sua igreja na Terra esteja perfeitamente unida no Espírito e conselho do Senhor dos exércitos até ao fim do tempo” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 397).

Somos uma igreja maravilhosamen-te diversa, mas unida em Cristo e nessa preciosa mensagem bíblica. Somos uma família internacional, de todos os cantos da Terra, proclamando a graça de Deus, unidos pelo Espírito Santo em nossas crenças fundamentais.

Ted N. C. Wilson é presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Grande Privilégio Temos o grande privilégio de

pertencer a algo muito maior do que apenas mais uma denominação ou igreja – pertencemos a um movimento nascido no Céu, que foi chamado por Deus, no tempo do fim, para um propósito específico. Somos uma igreja que passou por períodos desafiadores e passará por tempos difíceis no futuro, segundo a profecia bíblica e os escritos do Espírito de Profecia. Somos uma igreja que não se baseia em tradições ou sabedoria humana, mas confia total-mente na Palavra de Deus escrita como único fundamento, e na Palavra Viva, Jesus Cristo. Somos uma igreja que não tem poder próprio, mas que aceita plenamente as admoestações do Senhor em Zacarias 4:6, “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

Nunca Envergonhados Nunca se envergonhe de ser um

adventista do sétimo dia, membro da igreja remanescente de Deus. Milhões de pessoas, em todo o mundo, estão esperando que os adventistas se levantem, falem e compartilhem

a preciosa mensagem bíblica sobre a qual nossa igreja foi fundada. A pro-clamação das três mensagens angélicas foi a razão pela qual Deus levantou o movimento Adventista do Sétimo Dia. Temos um mandado do Céu para irmos pregar o evangelho eterno e a justiça de Cristo, para destemidamente proclamar a queda da religião apostada de Babilônia e de advertir o mundo a não receber a marca da besta, mas ser selado com selo da eterna marca da autoridade de Deus – o sétimo dia, o sábado.

Jesus em breve voltará! Em breve veremos no céu uma pequena nuvem escura, menor do que a mão de um homem. Ela vai crescendo mais e mais, tornando-se mais e mais brilhante. O céu vai se desfazer nesse clímax da história. Todos O verão ao mesmo tempo, através de um milagre do Céu. E lá, sentado entre milhões de anjos, estará Aquele a quem esperávamos – não o Cordeiro, humilde, ferido; não o Sumo Sacerdote; mas o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Jesus Cristo nosso Redentor!

Ergueremos os olhos e diremos: “Este é o Deus a quem esperávamos.” Cristo olhará para baixo e dirá: “Bem está servo bom e fiel. Entra no gozo do teu Senhor”; e seremos elevados para nos encontrar com o Senhor nas nuvens, e ir morar com Ele para sem-pre – o maravilhoso final da jornada adventista! ■

1 Estatísticas da http://www.adventistarchives.org/quick- statistics-on-the-seventh-day-adventist-church

Agora é o momento adequado para reexaminar o que levou os crentes do advento a se organizarem … e, determinar se essas razões devem ser relegadas ao passado.

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S A Ú D E N O M U N D O

Alimentação saudável, exercícios, moderação e modéstia por si mesmos não levam à perfeição.

O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. Isso significa que não podemos nos vangloriar da própria força e obras. Isso nos ajuda a lembrar de que a saúde física, embora desejável, é um meio para um fim, não um fim em si mesma.

A promessa de Cristo, “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10:10, ARA), pode se tornar realidade até entre os mais inca-pacitados fisicamente. Saúde não é um rito de passagem por esta vida. Por mais importante que possa ser o bem-estar, Jesus enfatiza o equilíbrio: “Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma” (Mt 10:28, NVI). Por Sua graça, mesmo em nossa fragilidade, podemos ter vida plena.

Logo no início do Antigo Testa-mento, Deus achou por bem dar a Seu povo instruções sobre vida saudável, incluindo alimentação, higiene e com-portamento sexual. As leis levíticas eram preventivas e distintivas. Quando Jesus esteve na Terra, curou doenças físicas e mentais, e relacionou perdão dos peca-dos com bem-estar e vida abundante.

O Senhor deu a Ellen White sua primeira visão sobre saúde, em junho de 1863. Ela, então, começou a orientar a igreja a respeito da vida saudável. A característica marcante de sua mensagem inicial foi a “relação entre

o bem-estar físico e a saúde espiritual, ou santidade.”1 Durante toda a vida, ela foi um canal de informação que moldou a filosofia e ênfase na saúde da igreja. Muito antes de surgirem evidên-cias médicas sobre os perigos do fumo, Ellen White falou vastamente sobre essa e outras questões de saúde, incluindo o uso do álcool e de medicamentos vene-nosos derivados do arsênico e mercúrio.

O consumo do chá preto, café e o uso de estimulantes foi enfaticamente desaconselhado, e também o uso da carne. Ela promoveu a dieta vegetariana com uso judicioso de produtos deriva-dos do leite em um tempo onde a vita-mina B12 era desconhecida. Além disso, enfatizou fortemente o uso de água (por dentro e por fora), ar fresco, exercício adequado, descanso, temperança, sol, confiança em Deus e integridade.

A revista Time publicou o resultado do Primeiro Estudo Adventista de Saúde como “A Vantagem Adventista”, descrevendo seus resultados positivos.2 Houve uma redução importante da maioria dos tipos de câncer e cirrose hepática. Estudos subsequentes mos-traram um aumento significativo na longevidade dos que vivem o estilo de vida adventista. Em 2005, a National Geographic destacou, muito favora-velmente, os benefícios desse estilo de vida incluindo a cidade de Loma Linda, nos Estados Unidos, como “Zona Azul” – uma das áreas do mundo onde

as pessoas desfrutam de maior longe-vidade e qualidade de vida. Esses resul-tados positivos foram tão convincentes que o National Institutes of Health (EUA) – destinou milhões de dólares para a realização do Estudo Adventista de Saúde 2, com ênfase especial nas diferenças das doenças malignas entre os adventistas e a população em geral. O estudo foi projetado também para gerar dados sobre os efeitos do estilo da vida saudável sobre a espiritualidade, e é representativo devido à diversidade étnica que compõe a Igreja Adventista.

Deus nos deu, por intermédio de várias fontes, instruções claras sobre como ser saudável, feliz e santo. E, mais importante, a saúde e o bem-estar tam-bém devem ser canalizados no serviço a outros (veja Jo 9:4).

Há muitas evidências para guiarmos nossas escolhas no sentido de viver uma vida de louvor ao Criador, o qual, graciosamente, essa vida nos deu! ■

1 D. E. Robinson, The Story of Our Health Message (Nashville: Southern Pub. Assn., 1965), p. 77.2 Time, 28 de outubro de 1966.

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Maio 2013 | Adventist World 11

Sou adventista batizado recentemente, mas ainda não compreendi como a saúde física influencia a espiritualidade. Evitar alimentos imundos e o álcool, não seria suficiente?

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

ViverSaudável

Não é um conceito novo

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D E V O C I O N A L

A vida em Jerusalém não era o que costumava ser. Nos últimos anos ela havia sido tal qual uma montanha russa, com repetidos altos e baixos. Porém, como

isso combinava com as promessas de Deus? Não era esse o lugar onde, segundo Sua promessa, seria habitado por Seu povo para sempre? (2Cr 23:23). Não havia Ele assegurado a Davi que o trono seria sempre ocupado pelos seus descendentes? (2Cr 22:10).

Essas promessas pareciam irreais, considerando que em volta de Jerusalém tudo estava em chamas – e as chamas estavam chegando perigosamente à querida cidade. O rei Josias foi muito amado pelo povo de Judá. Desde muito jovem,

quando foi coroado, começou uma grande reforma (2Rs 22–23). O templo foi restaurado; a lei de Deus, ignorada por décadas, foi descoberta e proclamada; e, o povo renovou a aliança com o Senhor. As coisas estavam bem e Josias ainda foi capaz de expandir suas fronteiras ao sul do reino de Judá, atingindo regiões que pertenciam à região norte do reino de Israel (2Rs 23:15–20).

Porém, agora, depois de uma sucessão de reinados breves e desastrosos por reis medíocres e ímpios, Jerusalém estava sitiada. O grande império assírio estava à beira do colapso. Babilônia, a nova potência do oriente, estava dilapidando, em tempo recorde, o espólio do império que encolhia rapi-damente. Nabucodonosor, seu príncipe, chegou até ao sul da Palestina com armas e aliados e estava prestes a conquistar Jerusalém – cidade escolhida por Deus. Como tudo isso poderia fazer sentido à luz das promessas divinas? Onde estava Deus agora que precisavam dEle?

Enigmas Imagino que essas perguntas e outras similares, estavam

na mente dos jovens que foram levados como reféns pelo rei de Babilônia em 605 a.C., “no terceiro ano do reinado de

Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou” (Dn 1:1).1 Aquela era a cidade e o templo de Deus. Como Daniel pode escrever mais tarde: “E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas suas [Nabucodonosor] mãos” (1:2)? Ali estava um rei pagão lutando contra o povo da aliança, a cidade de Deus e a dinastia de Davi, que havia sido eleita pelo próprio Senhor.

Existe algum meio de as coisas fazerem sentido quando elas não acontecem do modo como achamos que deveriam acontecer? Como vamos chegar a um acordo com nossas histórias pessoais (sem considerar os problemas da história

mundial) quando nos sentimos como marionetes cujas cordas são manipuladas pelos poderosos, “bem-intensionados” e fortes?

Triste Verdade O livro de Daniel não é apenas um livro profético, cheio

de imagens apocalípticas sobre o tempo do fim. Daniel tam-bém apresenta, de maneira única, a filosofia da história que é bíblica e, às vezes, profundamente irritante. Deus “faz” várias coisas no livro de Daniel: Ele entrega Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor (1:2), embora também faça com que o chefe dos oficiais seja bondoso com Daniel e seus amigos (1:9). Finalmente, é Deus quem dá conhecimento, sabedoria e habilidade aos quatro jovens na corte babilônica (1:17). Daniel destaca um dos pontos principais desse importante livro da Bíblia: Deus, o Criador do Universo, está no comando da vida, da integridade física, do tempo, do futuro e até de reis pagãos.

Deus usa um rei pagão para punir Seu povo; ao mesmo tempo, Ele prepara Seu povo para servir e influenciar esse rei pagão para Seu reino. As histórias encontradas em Daniel 2 a 6 são bastante conhecidas para muitos de nós. Quer seja lidando com o sonho esquecido da imensa estátua; a fornalha

F O T O : C O R T E S I A D O M U S E U P E R G A M O N , B E R L I N , A L E M A N h A

Observe o desenrolar da história de Deus

DestinoEncontro com o

Por Gerald A. Klingbeil

12 Adventist World | Maio 2013

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ardente com quatro pessoas dentro; o rei que enlouqueceu e foi restaurado; a escrita da mensagem divina na parede do palácio cheio de gente que não prestou atenção aos “sinais dos tempos”; ou, o desafio de ser fiel a uma convicção em face à perseguição – Deus sempre está no controle.

Às vezes, os cristãos têm perpetuado o mito de que a vida com o Mestre é garantia de sucesso, bênçãos e riquezas. A história de Daniel nos mostra o contrário. O povo de Deus sofre e vai preso por suas convicções (Dn 3; 6). Sua jornada nem sempre é suave, como nem sempre termina com um “final feliz” ao estilo hollywoodiano. No entanto, a despeito

dos desafios que Sadraque, Mesaque, Abede-Nego e o próprio Daniel enfrentaram, eles permaneceram fiéis ao Deus que agira em seu coração e transformara sua mente. No entanto, alguém pode questionar se suas decisões refletem as atitudes e convicções em geral, de todos os israelitas deportados. Eles foram, realmente, os únicos que não se ajoelharam diante da estátua? (Dn 3).2

No ControleO que significa quando afirmamos que Deus está no

controle da história? Será que essa verdade teológica pode ser verificada em nossa vida? É Ele o responsável pelos Hitlers, Stalins, Pol Pots ou Neros que devastaram nosso planeta e causaram tanta dor e sofrimento? Para que essa pergunta tão importante faça sentido, precisamos olhar todo o quadro do conflito cósmico que está sendo travado nos bastidores da história. Começando com a primeira acusação de Lúcifer e a semente da dúvida que ele plantou; esse conflito que ataca o caráter de Deus. Seria Deus um manipulador de marionetes, como Satanás no jardim do Éden, usando a serpente e dois seres humanos para atingirem a Deus? (Gn 3). Como pode um Deus Onipotente, Todo-Poderoso, abrir espaço para

decisões e ainda respeitar essas decisões, embora, ao mesmo tempo, esteja desenvolvendo Seu plano de salvação?

Daniel 2 oferece algumas pistas úteis. Nabucodonosor, rei de Babilônia, ficou perturbado com um sonho, mas não conseguiu se lembrar dele. Chamou os astrólogos e magos e pediu que lhe contassem o sonho e sua interpretação, mas ninguém conseguiu. Ninguém, exceto, Daniel. Sim, Daniel deve ter sido um aluno que só tirou dez; ele era inteligente e criativo. Mas não pôde contar o sonho e sua interpretação por si mesmo. Daniel e seus três amigos passaram a noite em oração (2:17–19). Durante esse tempo, enquanto orava

pedindo direção e esperava em Deus, Daniel recebe uma visão com os detalhes do sonho e sua interpretação.

Sua resposta de louvor pela providência divina provê o melhor resumo da filosofia bíblica da história: “Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com Ele” (Dn 2:21, 22).

Deus também está no controle do grande quadro da história do mundo. Até mesmo per-mitir que um rei pagão destruísse Seu templo e a cidade escolhida por Ele, faz parte de um plano maior. Ele quer salvar o Judá rebelde; Ele quer chegar à prepotente Babilônia; Ele quer recuperar a humanidade perdida no contexto da

batalha cósmica – e Ele aceitou pagar o preço mais alto.Embora conhecesse o Salvador pessoalmente e confiasse

a Deus sua vida, Daniel constantemente tinha dificuldades com os detalhes do plano divino (Dn 9:1–23). Mas ele vira a mão de Deus na vida e isso era suficiente. Distante de casa, vivendo em um ambiente ímpio (e estranho), e perturbado pela dúvida do por quê, não obstante compreendeu que Deus está no controle. Ele ainda está – e deseja Se envolver nas coisas pequenas e grandes de nossa vida, um dia por vez. A vida pode ser muito mais do que um encontro com o destino, se permitirmos que Ele exerça o controle total. ■

1 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.2 Considerando o fato de que Nabucodonosor, aparentemente, convocou toda a liderança das províncias do seu reino (Daniel 3:2), é razoável supor que o rei Joaquim de Judá também estivesse presente.

Gerald A. Klingbeil é editor associado da Adventist World e reside em Silver Spring, Maryland, EUA.

Existe algum meio de as coisas fazerem sentido quando elas não

acontecem do modo como achamos que deveriam acontecer?

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C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

História é a linguagem do coração. Nunca ficamos velhos demais para gostar de histórias. Nelas, podemos aprender lições importantes e encontrar

respostas para os grandes questionamentos da vida. A maioria das grandes histórias do mundo mostra a tensão entre o bem e o mal, duas forças poderosas em contínua oposição entre si. Sempre que o bem triunfa sobre o mal a tensão no estômago relaxa e paramos de roer as unhas.

A Bíblia revela a origem do grande conflito entre o bem e o mal, e apresenta as personalidades responsáveis por eles. Ela abre a janela por onde podemos ver a luta no contexto da realidade cósmica e aprofunda nosso conhecimento nas questões em jogo. Não tenta explicar o mal nem um pouco a mais do que se propõe a provar a Deus. Simplesmente conta a história de como surgiu o mal, como ele funciona e como terminará.

Por outro lado, o bem não tem início nem fim, porque ele emana de Deus, que simplesmente é (Jr 32:17; 1Jo 4:5) o Criador Soberano do Universo e da própria essência do amor.

O relato bíblico declara que o mal começou no Céu, no lar de Deus e dos anjos. Começou no Universo destituído do mal, habitado por seres nobres criados à imagem de Deus, cada um deles vivendo em liberdade, plena e perfeita harmo-nia com as leis do amor. O líder dos anjos nesse ambiente dinâmico e eficiente foi Lúcifer, um ser de perfeição absoluta.

Livre-Arbítrio Há algo que precisamos compreender antes de prosseguir-

mos com a história. Deus dotou cada ser inteligente criado por Ele com a habilidade da razão e de fazer escolhas. Somente assim somos capazes de desenvolver nosso potencial como indivíduos e manter relacionamento singular com o Criador e com os semelhantes.

Deus sabia que o precioso dom do livre-arbítrio incorria num grande perigo: o risco de que alguém pudesse fazer a es-colha errada e empurrar o Universo para o caos e a anarquia. Entretanto, sendo Deus honesto consigo mesmo, não pode permitir que as consequências ditem Suas ações. Ao contrário, Ele age segundo Suas intenções honestas. Se Ele ajustasse Suas ações para obter os resultados que desejasse, isso faria dEle um ditador, manipulando os eventos para se adequarem aos Seus propósitos.

O Mistério da Iniquidade Veja o triste lamento de Deus pela deserção de Lúcifer.

“COMO!” lamenta, “Como você fez isso? Como surgiu em seu coração o desejo de fazer tal escolha terrível, ó estrela da manhã, Meu filho da alva? Eu ungi você, ordenei-o para permanecer junto ao Meu trono, para trabalhar ao Meu lado. Você era o Meu amado, o modelo de perfeição. COMO você

deixou seu coração se encher de violência? Como você caiu tão baixo?” (parafraseando Is 14:12–15; Ez 28:14, 15).

O surgimento do mal é totalmente sem sentido, é inex-plicável e inescusável. A Bíblia nos dá uma pista da causa: “Seu coração tornou-se orgulhoso só por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplen-dor” (Ez 28:17, NVI). Satanás substituiu Deus pelo eu no trono do coração. Ele teve ciúmes do Filho de Deus e eventu-almente cobiçou o trono de Deus. Ele enganou um terço dos anjos e, agora conhecido como Satanás, o adversário, fez falsas acusações contra Deus diante de todo o Universo. A rebelião desencadeou a guerra, e ele e seus anjos, foram expulsos do Céu (Ap 12:7-9)

Ele trouxe o espírito de rebelião para esse planeta recém- criado, e quando conseguiu fazer Adão e Eva desobedecerem

CósmicoConflitoNÚMERO 8

Nosso lugar no plano de Deus

O Por Aleta Bainbridge

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a Deus, declarou que a Terra era sua (Jó 1:6, 7). Esse foi o início do reinado de terror do inimigo sobre nosso belo planeta azul, que se tornou um verdadeiro reality show para o Universo (1Co 4:9).

Quando conhecemos a origem desse conflito, reconhe-cemos diariamente sua influência nas decisões da vida. De fato, todo o significado da vida humana, gira em torno desse conflito.

Na metade do século dezenove, Deus abriu a janela para uma geração que derramou nova luz sobre as verdades de Sua Palavra e as questões da grande guerra cósmica que, na fase final, seria terrivelmente feroz. O povo chamado para pro-clamar a mensagem especial no tempo do fim a “toda nação, tribo, língua e povo” (Ap 14:6) adotou o nome que cristaliza as questões principais do conflito entre Deus e Satanás.

Adventistas do Sétimo Dia A acusação de Satanás contra Deus envolve o caráter de

Deus, Sua lei, Seu governo e Sua soberania. Ao adorar a Deus no sétimo dia da semana, o sábado, Seu povo demonstra lealdade a Ele como justo Mantenedor, Criador e Redentor do Universo.

Ao concluir a semana da criação, Deus coroou Sua obra completa e perfeita instituindo um monumento sagrado no tempo, o sétimo dia, o sábado (Gn. 2:1, 2). Ele é a lembrança para todos os povos de que só Ele, como nosso Criador, é digno de ser adorado. Assim, na virada do tempo, na sexta-feira à tarde, o Filho de Deus morreu pelos pecados do mundo. Vemos as poderosas forças opostas permanecendo ao lado da cruz: o amor e o egoísmo. Suas intenções são bem claras. O egoísmo não mede distância para nos destruir.

O amor não mede distância para nos salvar. A vida de Jesus, doada na cruz, é o valor imensurável do resgate dos pecadores (1Tm 2:6). Mais uma vez Deus descansa no sábado, para nos lembrar de que, como nosso Redentor, só Ele merece nossa adoração.

Adventista é uma palavra que proclama esperança para um mundo condenado. O Deus a quem adoramos é um Deus que “vem” até nós. Ele não permanece distante enquanto sofremos na arena do inimigo. Sabemos que no momento exato do tempo (Gl 4:6) “o Verbo se fez carne” (Jo 1:14) e veio à Terra para partilhar da sorte dos seres humanos mortais.

Ele virá uma segunda vez como “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19:11–16). Ele nos libertará da sepultura e condição mortal, pecaminosa, e nos levará ao lar celestial para que sejamos curados dos ferimentos e cicatrizes da guerra.

Seu retorno significa a erradicação de todo traço de pecado, a nova criação (Ap 22:1) e o eterno reinado como Soberano incontestável do Universo. Os remidos viverão com Ele eternamente, em paz e harmonia. A história do bem e do mal começa com a perfeição e termina com a perfeição. Ela é, sem dúvida, a melhor história de todos os tempos. ■

CósmicoConflito

CONflitOGrande

toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e Satanás quanto ao caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania sobre o Universo. Esse conflito se originou no Céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria, tornou-se Satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião

uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo, ao induzir Adão e Eva ao pecado. Esse pecado humano resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, no transtorno do mundo criado e em sua consequente devastação por ocasião do dilúvio mundial. Observado por toda a criação, este mundo se tornou o palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. Para ajudar Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais para guiá-los, proteger e amparar no caminho da salvação. (Ap 12:4-9; Is 14:12-14; Ez 28:12-18; Gn 3; Rm 1:19-32; 5:12-21; 8:19-22; Gn 6-8; 2Pe 3:6; 1Co 4:9; Hb 1:14.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 8

O

Aleta Bainbridge é diretora associada de coordenação dos ministérios da Associação de Sidney, Austrália, seu esposo, Garth, é secretário ministerial.

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enfrentar os zombadores, tentar arrumar as coisas e se preparar para outro inverno rigoroso naquela região. Um desses crentes desapontados era Hirão Edson, de Port Gibson, estado de Nova York, o qual tam-bém havia proclamado a “verdade presente”.

Edson convidou alguns amigos para acompanhá-lo até o celeiro para um período de oração fervorosa, pedindo a Deus por uma resposta que explicasse por que Jesus não havia retornado como esperavam. Deus respondeu rapidamente. Na manhã seguinte, enquanto Edson passava por sua plantação de milho para animar outros crentes desa-pontados, ele recebeu uma revelação sobre a entrada de Jesus no lugar santíssimo do santuário celestial a fim de completar a obra de expiação pelos pecados da humanidade antes de Sua segunda vinda. Estudos apro-fundados sobre Hebreus 8 e 9 trouxeram mais luz sobre a “verdade presente”.

Em dezembro de 1844, Ellen Harmon, de Portland, Maine, com 17 anos de idade, recebeu uma visão de Deus mostrando um grupo de fiéis adventistas viajando da Terra para o Céu por uma estrada estreita. Apesar de fraca e tímida ela aceitou o divino chama-do para servir como Sua mensageira especial, revelando a outros o que lhe fora mostrado. Essa era uma nova luz sobre a “verdade pre-sente”, e para o resto da vida ela escreveu, falou e orientou os crentes adventistas.

Mensageiros Unidos

À medida que Ellen Harmon viajava pela Nova Inglaterra durante o ano de 1845, compartilhando muitas das mensagens enviadas por Deus em várias reuniões, ela se encontrou com o jovem pregador

Revela Seu Plano

1843-1847

1843-1847

1843: Diagrama profético dos

2.300 dias/anos Milerita.

6 de junho de 1844: A Young Men’s Christian Association (YMCA) (Associação de Jovens Cristãos) é fundada em Londres, Inglaterra.

Dezembro de 1844: Ellen G. White

recebe sua primeira visão, em

Portland, Maine.

1º de junho de 1843: Sojourner Truth começa

sua carreira como ativista antiescravagista.

Por Alice R. Voorheis

O funcionamento perfeito do relógio de Deus mostra Sua mão dirigindo os eventos deste mundo

desde a semana da criação! Sempre que surgiu uma necessidade, desde o tempo dos patriarcas e profetas até o nascimento de Jesus, Deus sempre teve mensageiros fiéis para proclamar a “verdade presente”.

No fim do século 18 e inicio do 19, o relógio de Deus badalou mais uma vez!

Identificados os Novos Mensageiros

De sua casa em Low Hampton, Nova York, o pregador batista, Guilherme Miller, proclamou que os 2.300 dias-anos da profecia de Daniel 8:14 terminariam em 1843 ou 1844. Ele sentiu a responsabilida-de de dizer a todo mundo que Jesus estava voltando em breve e que todos deviam se preparar para encontrá-Lo. No estado do Maine, um professor de escola fundamen-tal, chamado Tiago White, de 21 anos, aceitou a mensagem de Miller e, em janeiro de 1843, deixou a casa paterna em um cavalo emprestado para começar a carreira como pregador, proclamando a “verdade presente”.

Raquel Oakes Preston, uma senhora batista do sétimo dia, compartilhou a crença sobre a validade e importância do sábado, o sétimo dia, com o Pastor Frederick Wheeler em Washington, New Hampshire. Logo um pequeno grupo de adventistas mileritas estava observando o sagrado e especial dia do Senhor. O capitão aposentado, José Bates, de Fairhaven, Massachusetts, ouviu sobre a “verdade presente” por meio desse gru-po e também dedicou a vida à pregação da mensagem, tornando-se conhecido como “o apóstolo do sábado”.

Aproximadamente, meio milhão de pessoas nos estados do noroeste americano esperava pelo breve retorno de Jesus, tendo aceitado de coração e espalhado alegremente a notícia de que o dia 22 de outubro de 1844 seria o dia do Seu retorno. Quando o dia passou, sem sequer um vislumbre de Jesus, a alegria e entusiasmo se transformaram em tristeza e desespero. Muitos haviam vendido fazendas, fechado lojas e acertado as contas, na expectativa de voarem para o Céu, para morar com seu melhor Amigo, Jesus. Agora, tinham que

Datas Históricas Adventistas n o C o n t e x t o

T O D A S A S F O T O S S ã O C O R T E S I A D O P A T R I M Ô N I O L I T E R Á R I O D E E L L E N G . w h I T E , S A L V O I N D I C A Ç ã O C O N T R Á R I A .

A R T I G O D E C A PA

Relógio de deuso

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milerita Tiago White que proclamava corajosamente a “verdade presente” do breve retorno de Jesus. Desenvolveram grande amizade enquanto testemunhavam a obra de Deus em seu ministério.

José Bates, enquanto viajava, pregava ardentemente a “verdade presente” do sábado. Ao se convencer de que um livreto ou folheto que pudesse ser deixado com pessoas interessadas seria muito útil, ele publicou em 1846 um livreto de 48 páginas intitulado The Seventh-day Sabbath, a Perpetual Sign (O Sábado do Sétimo Dia, um Sinal Perpétuo).

No dia 30 de agosto de 1846 Ellen Harmon e Tiago White se uniram em matrimônio. Quando em novembro daquele mesmo ano, Tiago, Ellen White e José Bates foram apresentados em uma conferência realizada em Topsham, Maine, a obra dos três cofundadores daquilo que se tornaria a Igreja Adventista do Sétimo Dia estava iniciada!

Durante o ano de 1847, esses novos mensageiros trabalharam em toda a Nova Inglaterra, enfatizando o lugar da terceira mensagem angélica no Movimento Adventista. Lenta, mas, definitivamente, Deus estava escolhendo as pessoas certas e reunindo as peças para levar Sua mensagem final de graça e salvação. ■

Imagine um período em que a Igreja Adventista do Sétimo Dia – atualmente com mais de 17 milhões

de membros, 71 mil igrejas e 66 mil grupos em todos os continentes e em quase todos os países, falando cerca de mil idiomas e dialetos – ainda não existisse. Agora imagine o contrário, um pequeno grupo, com ligações frágeis, formado principalmente por jovens espalhados pelo noroeste dos Estados Unidos, que recentemente havia sido arrasado pela frustração de algo em que investiram tudo. Eles tentavam montar o quebra-cabeça sobre o ministério de Jesus, a verdade bíblica e o papel que desempenhariam na história da Terra. Acima de tudo, lembre-se de que para aquelas pessoas, vivendo a triste realidade do seu dia a dia, o futuro não era tão certo e inevitável como pode nos parecer hoje, mais de um século e meio depois.

O InícioAssim foi o ano de 1848. Ainda

estava fresco na memória o movi-mento Milerita, a contagem regressiva

Alice R. Voorheis é educadora aposentada e atua como editora do Ministério da Herança Adventista. Ela reside em Collegedale, Tennessee, EUA.

repleta de pregações fervorosas, o preparo urgente, o testemunho destemido, o estudo incansável, os longos períodos de oração, e tudo isso culminando com um desaponta-mento inexplicável. Alguns mileritas, entre eles José e Prudence Bates, os recém-casados Tiago e Ellen White, e outros, descobriram uns nos outros o desejo comum de ressurgir da mais terrível tragédia. Viajaram incansa-velmente dia e noite, no calor ou frio intenso, pelas montanhas e vales, mais doentes do que saudáveis, para visitar os antigos mileritas e a todos os que estivessem interessados na verdade bíblica, confortando, animan-do e ensinando a eles.

Durante esse período fértil, verdades das Escrituras eram redesco-bertas e o movimento crescia, agora, sob a liderança incansável e diligente de Tiago White, com 27 anos de idade e de sua esposa Ellen, 21 anos, que fora abençoada por Deus com podero-sas visões para orientar aos fiéis. As verdades em si próprias já uniam os crentes. O despertamento para

MoviMentoComeça a Avançar

o

1848-1853

1848-1853

1844: Raquel Oakes Preston, batista do sétimo dia, é fundamental no processo de levar um grupo de mileritas em Washington, New Hampshire, a observar o sábado.

Novembro de 1846: é realizada uma conferência adventista importante, em Topsham, Maine

26 de fevereiro de 1848: Karl Marx e Friedrich

Engels publicam o Manifesto Comunista.

Abril de 1848: Os “Amigos do Sábado” começam a se reunir no

estado de Nova York e nos estados da Nova Inglaterra para

os “Congressos Sabáticos”.

Por Benjamin Baker

J O h N M A y A L L J U N

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A R T I G O D E C A PA

essas verdades veio de lugares diversos e intrigantes: de três cartas escritas por George Storrs a um amigo, e que mais tarde se transformaram num livreto sobre a morte como estado inconsciente até ser despertado por Cristo na Sua vinda; de uma lavoura de milho e abóbora, onde Hirão Edson teve a epifania sobre o ministério inter-cessor de Cristo no santuário celestial; da incansável Raquel Oakes Preston, batista do sétimo dia, falando sobre o verdadeiro dia de culto a Frederick Wheeler, em um encontro inesperado e engraçado.

Cavando Fundo Na primavera de 1848, aconteceu

a primeira das mais de duas dezenas de conferências convocando os crentes a se reunir para pesquisar a Bíblia e fundamentar suas crenças. Essas reuniões, geralmente realizadas em celeiros, casas ou outros lugares em toda a Nova Inglaterra e estado de Nova York, muitas vezes eram muito controvertidas, e se caracterizavam por debates de argumentos longos e fortes, onde eram cogitadas algumas crenças bizarras. Embora inexplicável, mas, providencialmente, dessas reuniões pouco promissoras começou a emergir um sistema doutrinário como os estágios de uma pintura, uma obra de arte sendo preenchida e se tornando gradualmente mais bela à medida que a compreensão coletiva ia se aprofundando.

Essa necessidade era cada vez mais comentada na revista The Second Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Segundo Advento e Arauto do Sábado), mas as discussões se tornaram mais frequentes quando os White começaram a publicar a revista, caindo sobre eles a maior parte dos encargos do movimento crescente. No entanto, os antigos mileritas ponderando sobre as estruturas das igrejas que haviam deixado e onde foram destratados, eram resistentes à organização. Ninguém podia imaginar que uma guerra nacional devastadora finalmente impulsionaria a organização do movimento incipiente. ■

1 Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White, p. 125.

Benjamin Baker é doutor em história e arquivista na Associação Geral da IASD, em Silver Spring, Maryland, EUA.

23 de janeiro de 1849: Elizabeth Blackwell torna-se a primeira mulher nos Estados Unidos a receber um diploma de medicina.

13 de novembro de 1851: É estabelecida a primeira linha telegráfica entre Londres e Paris.

Outono de 1848: Seguindo a visão dada a Ellen G. White mostrando os efeitos nocivos do tabaco, chá e café, José Bates apela aos crentes para abandonarem o tabaco: “Os cachimbos de tabaco estão rapidamente saindo de cena […] Nada deve ser caro ou precioso demais para ser abandonado agora pelo bem da causa” (Richard W. Schwarz, Light Bearers to the Remnant, p. 106).

Julho de 1849: A Present Truth (hoje, Adventist Review) começa a ser publicada.

1852: É comprada a primeira propriedade gráfica pelos adventistas,

em Rochester, Nova York.

18 Adventist World | Maio 2013

Publicar, Publicar, Publicar Naquele mesmo ano, a jovem

Ellen White teve uma visão onde viu o alcance mundial do movimento ainda incipiente. Seu esposo deveria “publicar uma pequena revista e enviar para as pessoas”, e embora fosse “pequena a princípio”, obteria sucesso, brilhando “como torrentes de luz que circundavam o mundo”.1 Isso deve ter-lhes parecido completamente impossível, pois Tiago e Ellen White estavam sem casa, sem um centavo, e havia aproximadamente uns cem adventistas. Mesmo assim, em julho de 1849, eles obedientemente produziram um panfleto de oito páginas intitulado The Present Truth (A Verdade Presente), o precursor de centenas de periódicos e milhares de publicações que circundaram e continu-am a circundar diariamente o planeta. Graças ao alcance da página impressa e ao crescente número de evangelistas, o corpo que se tornaria a Igreja Adventista do Sétimo Dia se multiplicou de 100, em 1848, para aproximadamente 2 mil em 1852.

Organizar ou Não Organizar? Devido ao rápido crescimento do

número de adeptos, alguma forma de organização era necessária. Nos primeiros anos da década de 1850, não havia nenhum sistema ou plano para tratar responsavelmente as necessidades dos membros, administrar as finanças, reconhecer a liderança ministerial ou legalizar a propriedade de imóveis.

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Durante os anos de 1854 a 1859, observamos como Deus dirigiu a Igreja em direção à

organização por meio da visão de três pioneiros comprometidos.

Unidade Familiar: Henry Nichols White (1847-1863)

Quando Henry White tinha cerca de dez meses de idade, Clarissa Bonfoey assumiu o seu cuidado para que seus pais ficassem livres para viajar.1 Poucos meses depois, ele foi para o lar dos Howland, em Topsham, Maine.2 Frances, a filha de dezenove anos dos Howland, cuidou de Henry por cinco anos, e poucas vezes nesse período ele foi visi-tado pelos pais. O pequeno Henry mal os conhecia e isso era uma tremenda provação para eles.

Em 1854, Henry voltou para sua família em Rochester, Nova York, fazen-do com que a família ficasse completa. Mas além de seus pais e dois irmãos mais novos, Henry dividia a casa com a grande “família” de funcionários que trabalhavam para a Review and Herald.

Seus pais trabalhavam incessantemente, geralmente entre dezesseis e dezoito horas por dia, tendo assim pouco tem-po para a família.3

Em 1855, os White e a equipe do escritório se mudaram de Rochester para Battle Creek, Michigan. Ali, pela primeira vez, Henry teve o privilégio de viver a vida familiar com alguma normalidade. A família ainda incluía uma ou duas mocinhas para ajudar com os trabalhos domésticos e o cuidado com as crianças e, de vez em quando, os avós. Porém, Henry não precisava mais dividir a casa com uma dúzia de editores, revisores, linotipistas e encadernadores. Na verdade, seus pais ainda se ausentavam frequente-mente por extensos períodos de tempo, mas ele e seus irmãos agora tinham um lar, seu lar. Ellen White comentou: “Quando nos mudamos para Battle Creek, o Senhor começou a mudar nosso cativeiro.”4

Parte do plano de Deus para a organização da Igreja incluía a segurança e unidade familiar e, à medida que con-

duzia o remanescente para a organização completa, Deus deu a Henry White e seus irmãozinhos um lugar onde pudes-sem identificar como lar.

Segurança Financeira: Mary Jane Walker Loughborough (1832–1867)

Em 1851, Mary Jane Walker se ca-sou com John Norton Loughborough. John era pintor de casas e, nos finais de semana, pregador adventista “do primeiro dia”. Ele também trabalhava com fechaduras para janelas. Cerca de um ano após se casarem, Mary e John aceitaram o sábado e se uniram aos membros em Rochester, Nova York. John sentiu que era seu dever pregar em tempo integral, mas Mary se preocupava com as finanças. Com um misto de sentimentos, Mary se despediu do esposo, que começou a viajar e pregar em várias cidades do oeste do estado de Nova York. Logo, os períodos de separação ficaram maiores, pois ele começou a viajar para outros estados como Ohio, Michigan, Illinois e Wisconsin.

O “salário” de John consistia de um sobretudo, uns poucos cestos de maçãs e batatas, um pouco de carne e um dólar de vez em quando. Em 1856, frustrados e desanimados, Mary e John saíram de Rochester e se mudaram para Waukon, Iowa, onde John encontrou

1854-1859

oRgAnizAçãoRumo à

Por Stanley D. Hickerson

Primavera de 1855: Primeira casa de

reunião dos Adven-tistas do Sétimo Dia, construída em Battle

Creek, Michigan, chamada “Casa de

Oração”

17 de novembro de 1855: David Livingstone torna-se o primeiro europeu a ver Victoria Falls

onde hoje é a fronteira entre Zâmbia e Zimbábue.

1854-1859

24 de novembro de 1859: O livro Origem das

Espécies é publicado pelo naturalista inglês,

Charles Darwin.

B I B L I O T E C A S M I T h S O N I A N / T h O M A S B A I N E S

Maio 2013 | Adventist World 19

Page 20: AW portuguese 2013-1005

A R T I G O D E C A PA

1860-1863

P Rocesso Por Alberto R. Timm

12 de abril de 1861: Começa a guerra civil americana,

quando tropas confederadas atacam o Forte Sumter.

1º de outubro de 1860: Sessão da Associação Geral, em Battle Creek, Michigan, toma a seguinte resolução: “Votado que nos denominemos Adventistas do Sétimo Dia.”

16 de janeiro de 1859: Famílias pastorais como a de John e Mary Loughborough começam a receber apoio financeiro quando a Igreja votou o plano de “beneficência sistemática”, em Battle Creek.

novamente trabalho no ramo de cons-trução. Mas Deus compreendeu e, de maneira fantástica, enviou Tiago e Ellen White para animá-los a voltar para o ministério. O coração de Mary foi tocado e, em lágrimas, pediu a John que voltasse a pregar.

No dia 16 de janeiro de 1859, a Igreja em Battle Creek votou um plano de Beneficência Sistemática5, oferecendo aos pregadores certa regularidade no pagamento do salário. Deus continuou a dirigir Sua igreja rumo à organização, dando segurança a Mary e a outros em situação semelhante.

Confiança Mútua: José Bates (1792–1872)

“Pai Bates” foi um dos pioneiros mais idosos. Por ter sido capitão do mar e proprietário de um navio, estava acostumado a comandar. E, de tempos em tempos, tinha dificuldade de dar o devido respeito a líderes mais jovens especialmente a Tiago White. Às vezes, ele e outros pregadores eram tentados a trabalhar independentemente e, invo-

luntariamente, atrapalhavam o trabalho dos colegas.

Porém em seu coração, Bates con-fiava na direção de Deus. Em 1855, ele presidiu uma conferência que decidiu votar a recomendação para a mudança do horário do início e término do sá-bado. Pessoalmente e por muito tempo, Bates promoveu o horário das 18 horas como o correto. No entanto, pacifica-mente aceitou a decisão da conferência de recomendar o horário do pôr do sol. O Pr. John O. Corliss lembra-se de Bates: “Para mim, ele tinha um coração terno e sabia como corrigir os erros sem ‘rasgação de seda’.”6

O plano de Deus para a organização estava a caminho. Embora, muitas vezes, a batalha fosse difícil, naqueles primeiros anos, Deus começou a criar uma igreja que cultivava a atmosfera de cooperação e confiança mútua. ■1 Ellen G. White, Christian Experience and Teachings, p. 118.2 ____________, Life Sketches, p. 121.3 ____________, Spiritual Gifts, v. 2, p. 204.4 ____________, Life Sketches, p. 159.5 The Advent Review and Sabbath Herald, 3 de fevereiro de 1859, p. 84.6 Review and Herald, 16 de agosto de 1923, p. 8.

Os primeiros adventistas guardadores do sábado inicialmente se opuseram a

qualquer tipo de organização da igreja além do nível local. Ainda ecoava em sua mente as palavras de George Storrs, pregador milerita, escritas no início do ano 1844: “Nenhuma igreja pode ser organizada por invenção humana, pois no momento em que for organizada, tornar-se-á Babilônia.” Dois fatores principais, no entanto, levaram os adventistas guardadores do sábado a eventualmente estabelecer uma estrutura organizacional que integraria suas congregações espalhadas, em um corpo harmonioso.

Um fator era os desafios práticos decorrentes do crescimento numérico e da expansão geográfica do movimento. Até o começo de 1860, já havia várias congregações de guardadores do sábado espalhadas pela Nova Inglaterra e até no extremo oeste, em Iowa e Wisconsin, que, se deixadas sem assistência, certa-mente se envolveriam com o congrega-cionalismo e em disputas doutrinárias.

c o n c l u i n d o o

Stanley D. Hickerson coor-dena o projeto de Cartas e Manuscritos do Patrimônio Literário de Ellen White e reside em Michigan, EUA.

1860-1863

B I B L I O T E C A D O C O N G R E S S O

20 Adventist World | Maio 2013

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P Rocessoc o n c l u i n d o o

adotar outro nome melhor do que esse, que concorda com a nossa doutrina, exprime nossa fé e nos caracteriza como povo peculiar... O nome Adventista do Sétimo Dia exibe o verdadeiro caráter de nossa fé e será próprio para persua-dir aos espíritos indagadores”.1

EstruturaçãoO primeiro grande passo no

estabelecimento da organização de uma Igreja, além do nível local, era a formação das Associações estaduais. Em outubro de 1861, foi estabelecida a primeira Associação dos Adventistas do Sétimo Dia, em Michigan, com uma comissão diretiva. Em 1862, seis outras Associações foram organizadas – Sul de Iowa (16 de março), Norte de Iowa (10 de maio), Vermon (15 de junho), Illinois-Wisconsin (27 de setembro), Minnesota (4 de outubro) e Nova York (25 de outubro). Em 25 de outubro de 1863, as Associações do Sul e Norte de Iowa se uniram formando a Associa-ção de Iowa.

O processo de organização cul-minou com o estabelecimento da Associação Geral que coordenaria e supervisionaria as atividades das Asso-ciações estaduais. Nos dias 20 a 23 de maio de 1863, delegados de Nova York, Ohio, Michigan, Wisconsin, Iowa e Minnesota se reuniram em Battle Creek, Michigan, para formular o esta-tuto da Associação Geral e para eleger seus administradores. Foi adotada uma forma representativa na organização

da Igreja, onde os delegados enviados por todas as associações dos estados deveriam eleger, anualmente, os líderes da Associação Geral.

Tiago White foi eleito, por una-nimidade, o primeiro presidente da Associação Geral, mas recusou o cargo para evitar mal-entendidos sobre suas intenções ao ajudar a estabelecer a organização. Finalmente, John Byington foi escolhido no lugar de White. Uriah Smith e E. S. Walker se tornaram, respectivamente, secretario e tesoureiro da Associação Geral. A comissão diretiva era formada por Tiago White, John Byington, J. N. Loughborough, J. N. Andrews e G.W. Amadon. Assim, em meados de 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tinha os seguintes níveis administrativos: congregações locais, Associações esta-duais e a Associação Geral. As Uniões e Divisões só foram acrescentadas no início do século vinte.

Agindo em Conjunto Na visão de Ellen White, a estrutura

organizacional era indispensável para a Igreja em todos os estágios, inclusive nos dias finais deste mundo. Ela alertou: “Alguns têm apresentado a ideia de que, ao nos aproximarmos do fim do tempo, cada filho de Deus agirá independente-mente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas a leis, cada uma influen-ciando a outra para fazer a vontade de Deus, prestando obediência comum à lei que lhes dirige a ação. E, para que a obra do Senhor possa avançar sadia e solida-mente, Seu povo deve estar unido.”2 ■

1 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 223, 224.2 Ibid., v. 9, p. 258.

Alberto R. Timm, Ph.D., é brasileiro e, recentemente, se uniu à equipe do Patrimônio Literário de Ellen G. White como diretor associado. É casado com Marly e tem três filhos.

Outubro de 1861: Organizada a primeira Associação, em Michigan, tendo como administradores J. N. Loughborough, Moses Hull e M. E. Cornell. 20-23 de maio de 1863: Delegados de

diferentes associações organizam a Associação Geral em Battle Creek, Michigan.

Outro fator importante que esti-mulou o processo organizacional foi a compreensão doutrinária da unidade de todos os crentes (veja João 17:20–23; 1Co 12:12–30; Ef 4:11–16), que só poderia acontecer por meio de um modelo de organização de igreja capaz de funcionar em cada congregação e acima de todas as congregações. Assim, após a eleição de líderes específicos para as organizações locais (durante os anos 1850), o processo de organização continuou com delegados dessas igrejas ajudando a eleger primeiro os líderes regionais e depois os líderes gerais.

Dando Nome à Criança Crucial para o processo de organi-

zação foi a escolha de um nome oficial para a obra de publicação e, por exten-são, para a própria denominação. No dia 1º de outubro de 1860, a assembleia da Associação Geral, em Battle Creek, Michigan, tomou o seguinte voto: “Votado que nos denominemos Adven-tistas do Sétimo Dia.” Mais tarde, Ellen White declarou que: “Não podemos

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H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

No dia 20 de setembro de 1863 a congregação de Manchester, New Hampshire, Estados Unidos, ficou surpresa quando ouviu o pregador anunciar que

não pregaria mais, e que voltaria para sua casa em Indiana.1 Moses Hull, orador muito conhecido, bom nos debates e escritor, estava deixando o ministério adventista. A maioria dos membros soube da apostasia de Hull ao ler a notícia na Advent Review and Sabbath Herald (hoje, Adventist Review), edição de 5 de janeiro de 1864, mencionando que Hull havia se tornado espírita.2 Uma semana mais tarde, a Review publicou a descrição da reunião conduzida por Hull, em Battle Creek, onde pela primeira vez ele defendia o espiritismo.3 Quem foi, então, esse orador popular que deixou tão rapida-mente de promover o adventismo para ativamente defender o espiritismo?

Começo da História Moses Hull nasceu em 1835, em Ohio, Estados Unidos,

sendo o sétimo entre dezesseis irmãos.4 Havia na família três pares de gêmeos, entre os quais estavam Moses e o irmão gêmeo, Aaron, que morreu ainda jovem.5 O pai, Dr. James Hull, era membro da Igreja Batista.

Anos mais tarde, Moses era lembrado como sendo “de estatura baixa, robusto, caminhar ereto […]. Sua cabeça era grande, e ele estava sempre sorrindo”.6 Além disso, é lembrado pela “clara voz de tenor”.7

Com 19 anos de idade, Moses se casou pela primeira vez. Tragicamente, a esposa morreu após oito semanas.8 Logo depois, ele se casou com Elvira Lightner, que tinha apenas 16 anos.9 Dessa união nasceram quatro filhas, e a caçula nasceu a menos de três semanas antes do pai anunciar que abandonaria a Igreja Adventista.10

Quando Moses se tornou adventista em 1857,11 já havia sido membro de outras três igrejas,12 começando a pregar para uma delas aos 16 anos.13 Pouco depois de aceitar o sétimo dia como o sábado do Senhor, começou a pregar sobre a nova fé. Dessa ocasião até se apostatar em 1863, muitas reportagens de Hull apareceram na Review.

Evangelista e DebatedorEm agosto de 1858, Moses Hull foi ordenado ao ministério,

provavelmente por Tiago White.14 É possível também que os dois tenham se encontrado no mês anterior, quando Tiago estava passando de viagem por Iowa City, Iowa, onde Hull e Waggoner realizavam conferências em uma tenda.15 No início daquele ano, Moses unira forças com J. H. Waggoner para fazer evangelismo.16 Não demorou para que o recém-ordenado pastor Hull começasse a realizar sozinho evangelismo em vários estados. Além de pregar, Hull também participava de debates

públicos, algo em que era excelente. Embora vencesse frequen-temente os debates pelo mérito dos argumentos, não era tão bem-sucedido em convencer as pessoas a deixar a igreja que frequentavam para se unir aos guardadores do sábado. Interes-sante que em 1901, muitos anos depois de tornar-se espírita, ele reconheceu, enquanto participava de um debate, que “debates raramente fazem conversos ou resolvem problemas”.17

Início da IndecisãoHull assistiu a duas conferências importantes realizadas

em Battle Creek, Michigan. A primeira foi em 1860, quando o nome “Adventista do Sétimo Dia” foi escolhido. A segunda, quando a Associação Geral foi organizada, em 1863.18 Durante os anos entre as duas reuniões históricas, Hull começou a debater com os espíritas. Ellen White e outros o advertiram contra a prática, mas ele persistiu. Num debate em outubro

De pastor a defensor do espiritismo

James R. Nix

Moses Hull

C O R T E S I A D O C E N T R O D E P E S q U I S A D A U N I V E R S I D A D E A N D R E w S22 Adventist World | Maio 2013

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de 1862 em Paw Paw, Michigan, no qual ele optou em ir total-mente desacompanhado de qualquer outro pastor, Hull ficou confuso e finalmente declarou a seus oponentes que se torna-ria espírita. O oponente aconselhou Hull a pensar seriamente sobre sua decisão antes de agir.19

Pouco tempo depois, vários líderes adventistas se reu-niram com Hull na casa de J. N. Loughborough, em Battle Creek, para orar pelo vacilante ministro. Naquela noite, Deus deu uma visão a Ellen White na qual recebeu uma mensagem para Hull.20 Com respeito a ele, foi mostrado a Ellen White: “Ele foi apresentado a mim como de pé sobre abismo terrível, pronto para saltar. Se ele saltar, será decisivo; terá escolhido seu destino eterno.”21

O período de oração pareceu ajudar Hull. Em janeiro de 1864, a Review publicou uma carta aberta dele. Em parte, ele admitia ter debatido em Paw Paw com W. F. Jamieson, ou mais precisamente com “algum demônio professando ser o espírito do Sr. Downing, falando por meio de W. F. Jamieson”. Então, acrescentou: “Agora eu questiono o benefício de discu-tir com tais espíritos.”22

Quando Hull admitiu não estar debatendo com W. F. Jamieson, mas com um demônio que se dizia ser o espírito do Sr. Downing, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Sem dúvida, ele não somente havia lido os comentários de Ellen White publicados sobre espiritismo23, mas também havia tra-balhado com J. H. Waggoner, autor de um dos maiores livros sobre espiritismo do início do adventismo.24 Além disso, o próprio Hull escreveu um pequeno folheto sobre o assunto.25

Mudando a Fidelidade Depois da assembleia da Associação Geral, em junho de

1863, Hull foi enviado para fazer evangelismo na Nova Inglaterra com J. N. Loughborough. Mais uma vez voltaram as antigas dúvidas, tanto que em setembro, Hull deixou a Igreja Adventista para se tornar espírita26, e levou com ele a esposa27, quatro filhas28, e o irmão mais velho, Daniel W. Hull29, membro leigo que, às vezes, havia trabalhado com Moses no evangelismo.30

Durante os anos em que Moses Hull foi espírita, ele não somente publicou vários trabalhos31 e escreveu vários livros e panfletos promovendo o espiritismo32, mas também deixou a esposa para viver com a médium Mattie Sawyer.33 Sua defesa contundente ao “amor livre”, causou tal escândalo que até os espíritas deixaram de apoiá-lo por um tempo.34 A partir de 1902, Hull atuou como primeiro presidente do Instituto Morris Pratt, uma instituição de ensino criada para treinar médiuns espíritas.35

Muitos anos antes, Ellen White escreveu para Hull: “Se você fosse um homem devoto e piedoso no púlpito e fora dele, sua pregação seria uma poderosa influência.”36 Infeliz-

mente, isso não aconteceu. Mas, em suma, o que podemos aprender claramente com a vida de Hull é algo que ele mes-mo disse em 1860: “Pode ser que eu caia pelo caminho; mas se eu cair, serei sempre grato por a cidade ser acessível para os que conseguem chegar lá.” 37 ■

1 J. N. Loughborough, Rise and Progress of the Seventh-day Adventists (Battle Creek, Mich.: General Conference Association, 1892), p. 252.2 Advent Review and Sabbath Herald, 5 de janeiro de 1864, p. 45.3 Advent and Sabbath Herald, 12 de janeiro de 1864, p. 56.4 The Psychic Era, março de 1902, p. 2; The Greatest Debate Within a Half Century Upon Modern Spiritualism (between Moses Hull and W. F. Jamieson, 1904), p. 4. (Essa é uma autobiografia escrita por Moses Hull). A alternativa de um ano foi dada por Daniel Hull (Moses Hull [1907], p. 13). Ele declara que seu irmão mais novo nasceu em 1836.5 The Psychic Era, março de 1902, p. 2; The Greatest Debate Within a Half Century, p. 4.6 Victoria Barnes, comp., Centennial Book of Modern Spiritualism (1948), p. 128.7 Youth’s Instructor, 22 de novembro de 1938, p. 3.8 D. Hull, p. 22; The Psychic Era, março de 1902, p. 6, 7.9 Segundo informação encontrada em ancestry.com, eles se casaram em 1854.10 Segundo informação encontrada em ancestry.com, Alfaretta Hull nasceu no dia 2 de setembro de 1863. 11 D. Hull, p. 22.12 A Seventh-day Adventist Encyclopedia (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 1996), v. 10, p. 718, declara que antes ele havia sido membro de duas outras igrejas, mas que isso não é levado em conta pois possivelmente ele foi metodista por pouco tempo (veja D. Hull, p. 19). 13 The Psychic Era, March 1902, p. 4.14 Advent Review and Sabbath Herald, 23 de setembro de 1858, p. 140.15 Advent Review and Sabbath Herald, 5 de agosto de 1858, p. 92, 93.16 Advent Review and Sabbath Herald, 27 de maio de 1858, p. 12, 13; 22 de julho de 1858, p. 76.17 The Greatest Debate Within a Half Century, p. 103.18 Advent Review and Sabbath Herald, 23 de outubro de 1860, p. 178, 179; 26 de maio de 1863, p. 204-206.19 Pacific Union Recorder, 6 de junho de 1912, p. 2; Advent Review and Sabbath Herald, 19 de abril de 1906, p. 9. 20 Loughborough, p. 246-248, 251; Pacific Union Recorder, 13 de junho de 1912, p. 1. Veja também Ellen G. White, Testimunhos para a Igreja, v. 1, p. 426-433.21 E. G. White, Testemunhos para Igreja, v. 1, p. 427.22 Advent Review and Sabbath Herald, 27 de janeiro de 1863, p. 69.23 Veja Ellen G. White, A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White (Sarasota Springs, N.Y.: James White, 1851), p. 47; idem, Supplement to the Experience and Views of Ellen G. White (Rochester, N.Y.: James White, 1854); idem, Spiritual Gifts (Battle Creek, Mich.: Steam Press, 1858), v. 1, p. 173-179.24 J. H. Waggoner, Nature and Tendency of Modern Spiritualism, 2nd ed., 1860 (a primeira edição foi publicada em 1857, antes de Hull e Waggoner trabalharem juntos).25 Moses Hull, Infidelity and Spiritualism (1862).26 Pacific Union Recorder, 13 de junho de 1912, p. 1; Loughborough, p. 251, 252.27 Elvira L. Hull, letter in Woodhull and Claxton Crucible, 6 de setembro de 1873, p. 5; veja também fotocópia de manuscrito não publicado da coleção do autor: Alice Thompson Edwards, “My Memories of Moses Hull,” p. 7 (partes do manuscrito foi publicado no Youth’s Instructor, 22 de novembro de 1938, p. 1, 3, 10, 13). 28 D. Hull, p. 40. Está implícito aqui, mas não declarado especificamente. Encontrei em outros lugares declarações sobre duas de suas filhas envolvidas com o espiritismo, embora reconhecidamente não as quatro. 29 Advent Review and Sabbath Herald, 28 de julho 1868, p. 16. 30 Advent Review and Sabbath Herald, 20 de outubro de 1859, p. 176.31 Julia Schlesinger, Workers in the Vineyard (1896), p. 56, 57.32 Ibid., p. 57, 58. Tenho conhecimento de 11 livros e oito panfletos (trabalhos com menos de 100 páginas) de autoria de Hull quando espírita.33 Mattie Hull, Wayside Jottings (1888), p. xv, xvi; veja também Youth’s Instructor, 22 de novembro de 1938, p. 13.34 D. Hull, p. 40-42.35 Ibid., p. 67-70; veja o Web site de Morris Pratt Institute.36 E. G. White, Testemunhos para Igreja v. 1, p. 433.37 Advent Review and Sabbath Herald, 29 de março de 1860, p. 149.

MOSES HULL: Evangelista e debatedor do início da Igreja Adventista.

James R. Nix é diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

Hull

Maio 2013 | Adventist World 23

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D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

importância do sábado à luz da segunda vinda de Jesus. Em 1850, ele foi substituído pela Adventist Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), que conti-nua a ser publicada até hoje como Adventist Review (Revista Adventista). Hoje, a extensa obra de publicação da Igreja Adventista do Sétimo Dia deve-se, principalmente, à visão profética de Ellen White.

Ministério da Saúde Durante as décadas de 1850 e 1860, os Adventistas do

Sétimo Dia enfrentaram um desafio peculiar. À semelhança dos americanos em geral, muitos sofriam de doenças

Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20). A Bíblia ensina que Deus orienta Seu povo por intermédio

do dom profético. Os Adventistas do Sétimo Dia creem na direção de Deus ao estabelecer os primeiros ministérios da Igreja por meio das visões de Ellen G. White.

Ministério das Publicações O ano de 1848 foi um período muito importante para

os crentes adventistas, que se reuniam em conferências evangelísticas aos sábados. Pela primeira vez os adventistas guardadores do sábado se reuniam para compreender a importância do sétimo dia no tempo do fim e sua relação com o selamento do povo de Deus.

No dia 17 de novembro de 1848, eles estavam se esforçan-do para compreender essa ligação numa reunião de estudos, na casa de Otis Nichols, em Dorchester, Massachusetts. Essa reunião era a continuação de um encontro realizado em outubro, em Topsham, Maine, onde estudaram o selamento de Apocalipse 7 no contexto das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. Estavam tentando entender como Deus queria que pregassem sobre o sábado como parte do evangelho eterno.

Na reunião, Ellen White teve uma visão. Após sair da visão, ela olhou para seu esposo, Tiago, e disse: “Tenho uma mensagem para você. Você deve começar a publicar um pequeno jornal e enviar para o povo. Que ele seja pequeno, a princípio; mas à medida que o povo ler, enviará recursos para a impressão, e será um sucesso desde o início.”1

Essa visão e outras subsequentes levaram Tiago White a publicar o Present Truth (Verdade Presente) em julho de 1849. Esse jornal serviu para convencer os adventistas da

profét icaPor Merlin D. Burt

da

OrientaçãoDomO

Sonhos e visões estabelecem ministérios

F O T O : C O R T E S I A D A R E V I E w A N D h E R A L D P U B L I S h I N G A S S O C I A T I O N

24 Adventist World | Maio 2013

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profét ic a

contagiosas e problemas devido ao estilo de vida. Vidas eram ceifadas pela tuberculose, cólera, difteria, pneumonia e outras doenças. Os princípios de higiene e asseio eram amplamente desconhecidos. A dieta que consistia principalmente de carne, gorduras e condimentos fortes provocavam derrames cerebrais, doenças cardíacas e deficiências nutricionais.

Entre 1848 e 1865, Ellen White recebeu quatro visões específicas sobre a reforma de saúde. Em 1848, foi mostrado a ela os efeitos nocivos do tabaco, do chá preto e do café.2 No dia 12 de fevereiro de 1854, Ellen teve uma visão sobre a im-portância do asseio, da temperança e o perigo dos alimentos gordurosos e refinados.

“Vi, entre os santos, alguns adoentados, devido à indul-gência com o apetite. Se desejamos ter boa saúde, devemos ter muito cuidado com a saúde que Deus nos deu, evitando o apetite nocivo e comendo alimentos com pouca gordura e mais naturais [não industrializado].”3

A visão de Ellen White do dia 6 de junho de 1863, na casa de Hilliard, em Otsego, Michigan, foi a que exerceu maior influ-ência sobre os Adventistas do Sétimo Dia. Essa visão expandiu o que havia sido mostrado anteriormente e, entre outras coisas, promovia o vegetarianismo, a abstinência da carne de porco e o elo entre a saúde e a dependência do poder divino.

Em 25 de dezembro de 1865, ela recebeu uma quarta visão, em Rochester, Nova York, com instruções de que os Adventistas do Sétimo Dia deveriam estabelecer suas próprias instituições de saúde. Além de beneficiar os adventistas, seria um ministério de cura para o mundo. Ela escreveu: “Se tal instituição for corretamente dirigida, haverá meios de divul-gar nossos pontos de vista a muitos que dificilmente seriam alcançados pelos métodos comuns de pregar a verdade [...] Colocando-se assim sob a influência da verdade alguns não apenas obterão alívio para suas enfermidades físicas, mas encontrarão cura para seu coração perturbado pelo pecado”.4

Em resposta a essa visão, os adventistas começaram a adotar um novo estilo de vida e uma nova maneira de com-partilhar as três mensagens angélicas. A mensagem de saúde se tornou o “braço direito” do evangelho. A orientação de Deus por intermédio das visões e sonhos dados a Ellen White, trouxe essa nova ênfase.

Ministério da Educação Antes de 1870, a maioria dos adventistas tinha pouca edu-

cação formal, mesmo assim, eram apaixonados pela leitura da Bíblia e pela compreensão de sua mensagem. Essa orien-tação baseada na Bíblia, fez com que valorizassem a leitura e a clareza do pensamento. Em 1872, Ellen White publicou o Testemunho 22, que agora faz parte do seu novo volume dos Testemunhos para a Igreja.

Foi-lhe mostrado em visão a importância da educação cristã adventista. Em artigo com cerca de cinquenta páginas ela apresenta vários princípios da educação ideal. Incluía

assuntos como a importância de ensinar crianças e jovens a raciocinarem por si mesmos e tomarem suas decisões morais pessoais; o uso correto do tempo na educação; a necessidade de desenvolver a pessoa como um todo: mental, física, moral e espiritualmente.

Ela também relacionou a saúde com os princípios de educação. Ellen White conclui os testemunhos com essas palavras: “O grande objetivo da educação é permitir-nos usar os poderes que Deus nos deu de tal forma que represente bem a religião da Bíblia e promova a glória de Deus. [...] Precisamos de uma escola onde, pelo menos os elementos comuns de educação possam ser ensinados aos que são iniciantes no ministério, e onde também possam aprender mais perfeita-mente as verdades da Palavra de Deus para este tempo.”5

Essa mensagem levou ao estabelecimento do Battle Creek College, em 1874, o primeiro de uma rede mundial de colégios e universidades. Durante a década de 1890, a ênfase estava no ensino fundamental e médio. Hoje, os Adventistas do Sétimo Dia dão ênfase especial à educação em geral, operando o maior sistema de educação protestante do mundo.

Assim como a publicação, a saúde e a educação influen-ciaram dramaticamente a maneira dos adventistas comparti-lharem o evangelho. Isso aconteceu pela orientação profética de Deus nos escritos de Ellen White, inspirados pelas visões.

A Orientação Profética é um Dom Muitas vezes, os Adventistas do Sétimo Dia e os que são

abençoados pelos ministérios de publicação, saúde e educa-ção da Igreja, não percebem que Deus orientou a criação e desenvolvimento desses ministérios. Deus se importa tanto com as pessoas e como a mensagem de esperança vai ser compartilhada com eficácia a este mundo agonizante, que deu instruções diretas por meio de sonhos e visões. Não é de admirar que os Adventistas do Sétimo Dia apreciem os escritos de Ellen White.

A resposta mais útil, talvez, seja a leitura de seus livros. A Ciência do Bom Viver e Educação apresentam a maioria dos princípios de educação e de saúde mostrados a ela em visão. ■

1 E. G. White, Life Sketches, 1915, p. 125.2 James White, “Present Truth, and Present Conflicts: Or, the Duties and Dangers of Our Time”, Advent Review and Sabbath Herald, 8 de novembro de1870, p. 164; Ellen G. White para “Irmão e irmã Howland”, 12 de novembro de 1851, Carta 8, 1851.3 Ellen G. White, “Reproof for Adultery and Neglect of Children”, 12 fevereiro de 1854, Manuscrito 1, 1854.4 Ellen G. White, Testemunhos para Igreja, v. 1, p. 492, 493.5 Ellen G. White, Testemunhos para Igreja: Número 22 (Battle Creek, MI: Seventh-day Adventist Publishing, 1872), p. 48.

Merlin D. Burt é diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White na Andrews University, em Berrien Springs, Michigan, EUA.

Maio 2013 | Adventist World 25

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R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Este verso é frequen-temente usado por aqueles que negam a

divindade de Cristo, dizendo que Ele foi o

primeiro ser criado por Deus. Na exposição da

resposta, resumirei o uso do termo “primogênito” no Antigo e Novo Testamentos e sua aplicação para Jesus.

1. Primogênito no Antigo Testamento: O uso que predo-mina no Antigo Testamento são os primogênitos dos animais e seres humanos. Ambos pertenciam ao Senhor porque Ele os preservou vivos durante a morte dos primogênitos no Egito (Êx 13:15). Os primogênitos dos animais limpos eram sacrificados ao Senhor, enquanto que os imundos deviam ser redimidos (Êx 13:13, 15).

Mais tarde, os levitas foram oferecidos ao Senhor para trabalhar permanentemente no santuário, em lugar dos outros primogênitos de Israel os quais eram, assim, redimidos (Nm 8:16-18).

Os primogênitos dos humanos eram “o primeiro sinal do meu vigor” (Gn 49:3), significando uma expressão do poder procriador do pai. Da perspectiva da mãe, o primogênito era “todo o que abre o útero materno” (Êx. 13:2 BJ).* O signi-ficado do primogênito humano provavelmente permanecia no fato de que o filho mais velho proveria liderança para a família, após a morte do pai. Ele recebia porção dobrada da herança, a honra e o respeito da família (Dt 21:17).

O título “primogênito” enfatiza o primeiro como um símbolo do melhor, portanto indicava a singularidade do filho e sua supremacia sobre o resto da família. Isso leva a uma compreensão do termo, além da ideia do nascimento. Portanto, Israel era o “filho primogênito” do Senhor (Êx 4:22) no sentido de que seria o “tesouro especial” de Deus, “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19:5, 6). Davi também é chamado de primogênito no sentido de que ele é “o mais exaltado entre os reis da Terra” (Sl 89:27).

2. Primogênito no Novo Testamento: Jesus é chamado de filho primogênito de Maria (Lc 2:7), Aquele que abriu a madre. Outras passagens no Novo Testamento usam o título “primogênito” metaforicamente. Segundo Hebreus 12:23,

há a “igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos no Céu”. Essa é uma outra maneira de dizer que o Israel espiritual é o primogênito do Senhor. Em relação a Cristo, Ele é o “primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29), indicando a posição de soberania de Jesus entre os que foram redimidos por Sua graça e constituídos por Ele como Seus irmãos. Cristo é também o “primogênito dentre os mortos” (Cl 1:18; Ap 1:5). O termo é usado para indicar que Ele é o único que venceu o poder da morte e tornou essa vitória disponível a outros.

3. Primogênito da Criação: O contexto de Colossenses 1:15 claramente indica que o termo “primogênito”, como aplicado a Jesus, indica Sua soberania na criação e Seu poder sobre ela.

Primeiro, a passagem é sobre a origem da criação, não sobre a origem de Jesus. Ele trouxe todas as coisas à existência e existia antes de todas as coisas (versos 16, 17).

Segundo, Ele é descrito como o princípio, ou seja, Aquele que criou no princípio (Gn 1:1). A criação teve um princípio, Ele não!

Terceiro, Jesus é também o “primogênito entre os mortos” (verso 18). O contraste é entre o início da criação livre da morte e a obra escatológica de Cristo que venceu o poder da morte. Como primogênito dentre os mortos, Ele tem poder sobre a morte.

Quarto, o propósito divino em tudo isso era “para que em tudo tenha supremacia” (verso 18). Como Criador e Redentor, Jesus ocupa o primeiro lugar no cosmos. Ele é o Supremo Juiz que mantém todas as coisas (verso 17).

Finalmente, Cristo é a própria imagem de Deus porque a plenitude de Deus habita nEle (versos 15, 19). Assim, Sua supremacia está enraizada não apenas em Sua obra, mas em Sua própria natureza como Deus. ■

*Texto extraído da Bíblia de Jerusalém

Ángel Manuel Rodríguez serviu a igreja como pastor, professor e teólogo. Hoje, aposentado, mora no Texas, EUA.

O que significa

Cristo ser chamado de

“primogênito sobre

toda a criação”? (Cl 1:15, NVI)

Primeiroou Primogênito?

26 Adventist World | Maio 2013

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E S T U D O B Í B L I C O

Pouco antes de ascender ao Céu, Jesus deu aos Seus discípulos a confortante promessa: “E se Eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para Mim, para que

vocês estejam onde Eu estiver” (Jo 14:3)* Mas, isso foi há dois mil anos. A promessa ainda não se

cumpriu; Jesus ainda não veio. Crentes fiéis têm esperado Seu retorno durante séculos. Alguns até marcaram datas para a segunda vinda, e foram profundamente desapontados.

Por que Jesus não veio? Estaria seu retorno atrasado? O que Ele está esperando? No estudo deste mês descobriremos algumas respostas.

1 Segundo Mateus 24:36, quem somente sabe o exato momento do retorno do Senhor?O Céu não revelou o exato momento do retorno de Cristo. Vamos supor que os discípulos soubessem que Sua volta ocorreria após dois mil anos. Certamente ficariam muito de-sanimados. Como não sabemos quando Jesus voltará, somos motivados, todos os dias, a estar prontos para Sua vinda.

6 Segundo o apóstolo Paulo em 1 Timóteo 2:3, 4, qual é o anseio do coração de Deus? Não há nada mais importante para Deus do que a salvação daqueles a quem Jesus veio salvar. Ele anseia que todo ser humano aceite o sacrifício de Cristo no Calvário e seja salvo em Seu reino para sempre.

3 Leia 2 Pedro 3:9, 10. Como devemos considerar as promessas de Deus sobre a volta de Jesus? Será que falharam? As promessas de Deus não falharam. O apóstolo Pedro fala sobre um elemento vital em relação à demora do retorno do Senhor. Uma das razões de Jesus não ter voltado é porque Deus “é paciente [...] não querendo que ninguém pereça” (verso 9). Deus espera e Ele mesmo sofre com os pecados deste mundo. Ele faz tudo o que pode para salvar a todos.

4 Leia Mateus 24:14 e Apocalipse 14:6, 7. De acordo com esses versos, o que deve acontecer antes do retorno de Jesus?Quando cada pessoa tiver a oportunidade de aceitar ou não a Jesus e Sua mensagem, e fizer sua escolha irrevogável a favor ou contra Cristo, Ele virá. Leia também Apocalipse 22:10-12.

5 Leia Marcos 4:26-29 e Apocalipse 14:14-20. Que outros fatores contribuem para a demora da vinda de Cristo?Em todo o Novo Testamento, o conceito de colheita está ligado à segunda vinda de Jesus. Jesus voltará quando a ceara estiver completamente madura. O fruto do Espírito Santo manifestado na vida do povo de Deus revelará o amorável caráter de Jesus diante de um mundo expectante e do uni-verso que o observa. O amor de Deus será revelado por Sua igreja. O poder transformador e a graça abundante do Cristo vivo estarão totalmente expostos no povo de Cristo diante do universo inteiro (veja Ef 3:8-12). Por outro lado, o egoísmo, a ganância e o orgulho do inimigo estarão totalmente expostos em seus seguidores. Haverá uma nítida linha entre o amor e o ódio, o egoísmo e o serviço altruísta. Todo o universo verá que o método de amor e bondade de Deus é o melhor.

6 Leia Tito 2:11-14.Como a esperança do breve retorno de Cristo impacta a vida hoje?

7 Leia 1 João 3:1-3. Qual é o resultado final do amor de Deus, tão graciosamente oferecido? Como Seu amor transforma nosso comportamento? Quando fazemos a escolha consciente de aceitar a Jesus, torna- mo-nos filhos e filhas de Deus. Somos justificados e salvos por Sua graça. Se continuarmos a caminhada diária com Ele, seremos santificados e transformados por Seu amor. Impossível como possa parecer, Ele nos transformará à Sua semelhança e capacitará a revelarmos Seu caráter diante do mundo.

A redenção, do começo ao fim, é um milagre da maravi-lhosa e transformadora graça de Deus. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

Por Mark A. Finley

2.000 anoseAinda

Esperando!

F O T O : C R E A T I O N S w A P Maio 2013 | Adventist World 27

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t R O C A D E i D E i A S

O Cristo do Caminho Estreito

Para saber mais sobre o mural e as pessoas ali retratadas, visite

teachers.ellenwhite.org/mural/mural.htm

1. Jesus Cristo2. Os Dez Mandamentos 3. Os Três Anjos 4. A Bíblia 5. Os Escritos de Ellen White 6. Guilherme Miller (1782-1849)7. Queda das Estrelas

(12 e 13 de novembro de 1833)8. Ellen G. White (1827-1915)9. Visão dos Raios de Luz

(18 de novembro de 1848)10. Santuário Celestial 11. Igreja de Washington,

New Hampshire12. José Bates (1792-1872)13. Rachel Oakes Preston

(1809-1868)14. Frederick Wheeler (1811-1910)15. Urias Smith (1832-1903)16. Annie R. Smith (1828-1855)17. Michael Belina Czechkowski

(1818-1876)18. John N. Loughborough

(1832-1924)19. Martha D. Amadon (1834-1937)20. Stephen N. Haskell (1833-1922)21. Tiago White (1821-1881)22. John Byington (1798-1887)

23. Goodloe Harper Bell (1832-1899)

24. Gráfica Manual de Washington (1852)

25. Instituto Ocidental de Reforma de Saúde

26. Review and Herald27. Casa Publicadora Norueguesa

(est. em 1882)28. Tabernáculo Dime

(dedicado em 20 de abril 1879)29. Colégio de Battle Creek (1874)30. Sociedade Vigilante

Missionária (8 de junho de 1869)

31. Sanatório de Battle Creek (1877-1902)

32. Luther Warren (1864-1940)33. Tenda de Evangelismo34. J. N. Andrews (1829-1883) e

seus dois filhos adolescentes, Mary e Charles

35. Dra. Kate Lindsay (1842-1923)36. Dr. John Harvey Kellogg

(1852-1943)37. William H. Anderson

(1870-1950)38. Igreja de Minneapolis,

Minnesota (1888)39. Ellet J. Waggoner (1855-1923)40. Alonzo T. Jones (1850-1923)

Em setembro de 1989, o Patrimônio Literário de Ellen G. White encomendou a Elfred Lee, conhecido artista adventista

do sétimo dia, a pintura de um mural de aproximadamente 9 por 2,5 metros baseado na primeira visão de Ellen White. Nessa visão o povo do advento estava viajando por um caminho estreito e reto, rumo à Nova Jerusalém: “Tinham uma luz brilhante colocada por trás deles no começo do caminho, a qual um anjo disse [a Ellen White] ser o “clamor da meia-noite.”1 Se mantivessem os olhos em Jesus, que os estava guiando rumo à cidade, estavam seguros. Mas, se não, tropeçavam e caíam nas trevas abaixo.

O mural, denominado O Cristo do Caminho Estreito, é formado por três painéis. O primeiro retrata pessoas, eventos, institui-ções e atividades da história adventista do século 19. No segundo painel, Jesus é a figura dominante, enfatizando que Cristo é o único meio de salvação e fonte de autoridade para a igreja. Seus braços estendidos indicam Seu convite amoroso a todos que desejam aceitá-Lo como Senhor e Salvador. O painel também retrata a Bíblia, os Dez Manda-mentos, os três anjos de Apocalipse 14 e os escritos inspirados de Ellen White. O último painel se concentra nas pessoas e aconteci-mentos do século 20.2

O mural foi inaugurado no dia 22 de outubro de 1991, e está exposto na recepção do Patrimônio Literário de Ellen White, na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos. Acredita-se que esta seja a maior pintura do gênero na Igreja.

1 Ellen G. White, Primeiros Escritos, p. 14, 15.2 Informações extraídas do folheto “O Cristo do Caminho Estreito”, produzido pelo Patrimônio Literário de Ellen G. White.

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O Cristo do Caminho EstreitoD A R R y L T h O M P S O N ; C O P y R I G h T © 2 0 1 3 , E L L E N G . w h I T E ® E S T A T E , I N C .

41. Sunnyside (1896-1900)42. Colégio de Avondale (1897)43. Abram La Rue (1822-1903)44. Arthur G. Daniells (1858-1935)45. Pitcairn (1890)46. Sanatório de Skodsborg (1898)47. Universidade de Oakwood

(1896)48. Charles M. Kinney (1855-1951)49. Anna Knight (1874-1972)50. Morning Star (1894)51. James Edson White

(1849-1928)52. Incêndio do Sanatório de

Battle Creek (18 de fevereiro de 1902)

53. Elmshaven (1900-1915)

54. Colégio Madison (1904-1964)55. Edward A. Sutherland

(1865-1955); Sally (Bralliar) Sutherland (1871-1953)

56. Sanatório de Sydney (1903)57. Companhia de Alimentos

Sanitarium (1897)58. Sanatório de Loma Linda (1905)59. Marcial Serna (1860-1935)60. Obra de Publicação 61. William H. Green (1871-1928)62. William A. Spicer (1865-1952)63. Frank L. Peterson (1893-1969)64. G. E. Peters (1885-1965)65. L. Flora Plummer (1862-1945)66. Eva B. Dykes (1892-1986)67. Dedicação do Sanatório

de Loma Linda (15 de abril de 1906)

68. John A. Burden (1862-1942)69. Newton Evans, M.D.

(1874-1945)70. Percy T. Magan, M.D.

(1867-1947)71. William C. White (1854-1937)72. Arthur L. White (1907-1991)73. Avanços da Missão

Adventista74. Fernando Stahl (1874-1950);

Ana (Carlsen) Stahl (1870-1968)

75. Harry W. Miller, M.D. (1879-1977)

76. Aviação Missionária 77. Leo B. Halliwell (1891-1967);

Jessie (Rowley) Halliwell (1894-1962)

78. Luzeiro

79. Harold M. S. Richards (1894-1985)

80. Rádio e Televisão 81. Centro Médico da

Universidade de Loma Linda (1967)

82. Igreja Pioneer Memorial 83. Monumento Bom Samaritano,

Loma Linda, California (EUA)84. Sede da Associação Geral

(3 de outubro de 1989)85. A Pomba

Maio 2013 | Adventist World 29

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NÚMEROS Mundiais

17.214.683232

209

1:407Membros

Proporção ASD por habitantes

Países

no Mundo

IASD presente em

30 de junho de 2011

M E M B R O S

17363

14

20

Centros de Mídia

Casas Publicadoras/

Filiais

Fábricas de Alimentos/

Indústrias

Hospitais e Sanatórios

i N S t i t U i Ç Õ E S

uS$181

2010

uS$2.900.945.610,

Per Capta

Total de dízimos e ofertas

f i N A N Ç A S

1.668.754

7. 883Alunos nas Escolas

Adventistastodos os níveis

Escolas da IASDtodos os níveis

E D U C A Ç Ã O

dos Adventistas do Sétimo Dia

t R O C A D E i D E i A S

30 Adventist World | Maio 2013

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“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 9, Nº 5

uS$2.900.945.610,

Escola de Ensino Médio Raymond Memorial Higher

A Escola de Ensino Médio Raymond Memorial, oferece educação adventista para mais de 1.200 alunos, na cidade de Falakata, Bengala Ocidental, Índia.

Ela foi a primeira escola adventista de ensino médio no país, inaugurada em 1949, e a maioria dos alunos moravam em barracas no terreno de 600 acres de mata virgem da escola.

“Eles nos pagavam para irmos à escola”, lembra-se Mani Kerketta, que fazia parte da “primeira turma” de alunos. “Depois, passávamos o resto do dia brincando na selva.”

A Maranath Volunteers International chegou pela primeira vez à Raymond Memorial em 1999, para construir igrejas na área e ajudar a escola em algumas de suas necessidades. Em janeiro de 2013, um grupo de voluntários da Maranatha, oriundos de seis países diferentes, se uniram para construir ali as primeiras oito, das dezesseis “Classes de Um Dia”da escola fundamental.

Todos os alunos, e muitas famílias hindus e muçulmanas, estiveram presentes no dia da dedicação das oito salas de aulas, para a celebração da educação e da esperança.

“É claro que nossos filhos estudam na Raymond”disse um vendedor de mate-rial elétrico do local. “É a melhor escola da redondeza. Eles ensinam princípios.”

A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI) [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” do Maranatha.

ANTIGO E NOVO: Mani Kerketta (direita), uma das primeiras alunas da Raymond Memorial, relembra onde foi sua primeira

sala de aulas. Lembranças quase se apagaram quando o novo prédio foi dedicado no início deste ano.

F O T O S : R I C h A R D D U E R K S E N

Igreja de Um Dia

Maio 2013 | Adventist World 31

Page 32: AW portuguese 2013-1005

Uma FamíliaMundial! Adventist World.

*Abel Kirui, do Quênia, ganhou o Campeonato Mundial de Maratonas em Berlin, em 2009 e em Deagu, em 2011. É dele também a medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Todo mês a Adventist Worldchega às mãos desse atleta.

Abel Kirui* lê a Adventist World

para estar em contato com a família

adventista em todo o mundo.

Você também pode ficar em

sintonia com essa família. Se a

Adventist World não estiver sendo

distribuída regularmente em sua

igreja, entre em contato com o

Departamento de Comunicação

ou com a CPB.