avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

12
PaiDéia BOLETIM INFORMATIVO DAAPM – EA/FEUSP – Nº 4 – JUL/DEZ – GESTÃO 2004 EM FOCO A o terminar nosso trabalho de dois anos à frente da Associação de Pais e Mestres da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP, algumas perguntas nos soaram importantes: Como a nossa atuação foi percebida pela comunidade escolar? Foi possível estreitar a relação com as famílias e formar uma parceria produtiva com a escola? Como foi a participação da associação na gestão escolar? Que experiências exitosas conseguimos alcançar? Quais experiências não foram bem sucedidas? Este artigo e outros temas que serão tratados neste número do Paidéia têm o objetivo de trazer luz a estas questões. Nossa motivação e trabalho foram pautados pelo princípio de que nossos filhos estão estudando numa escola pública cuja gestão democrática (eleição para diretor, participação dos pais em conselhos de classe, conselho de escola, conselho deliberativo da APM etc.) coloca sobre nós, pais, uma responsabilidade compartilhada sobre a qualidade de ensino da Escola. Se nos é dado um espaço de participação, cabe a nós, pais, ocupá-lo, trabalhando em conjunto com a escola por uma melhor qualidade de ensino, mas com espírito crítico e autonomia de pensamento: gestão democrática pressupõe autonomia, participação, construção partilhada do projeto pedagógico, pensamento crítico em oposição à idéia de subalternidade. No entanto, envolve também a responsabilidade, a prestação de contas, a visão do bem comum e o respeito ao espaço público 1 . O espírito crítico e a autonomia não significaram, entretanto, antagonismo em relação à direção da escola e aos professores. Ao contrário, procuramos sempre buscar, mediante negociação, ações baseadas no entendimento e na coesão da comunidade, por entendermos que estamos todos no mesmo barco. Em foco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 1 a 4 Direção da APM traça um balanço retrospectivo sobre a atuação da associação nos últimos dois anos e discute os desafios e perspectivas à luz de uma gestão escolar democrática e participativa. Em ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 5 a 8 Profa. Marlene Isepi, orientadora educacional da EA, discute o papel da escola e da família na superação das dificuldades de aprendizagem; Prof. Vanderlei Bispo apresenta retrato inédito da comunidade da Escola de Aplicação, que aponta um alto grau de heterogeneidade das famílias atendidas. Prestando Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .pág. 9 A APM apresenta o balanço do 1º Semestre de 2004, presta contas sobre a Festa da Aplicação e comenta investimentos a serem realizados no LIEA. Canal do Associado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 10 e 11 Primeira pesquisa de satisfação da APM junto à comunidade mostra alto grau de aprovação de suas atividades. Passatempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .pág. 12 Alunos do 3º Ano EF prepararam um caça-palavras sobre o tema água, resultado de trabalho realizado no Estudo do Meio, em Salesópolis. Conheça um pouco mais sobre o assunto. A atuação da APM: avanços, desafios e perspectivas NESTA EDIÇÃO Ivete Rodrigues, diretora executiva da APM-2003/2004

Transcript of avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

Page 1: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéiaBOLETIM INFORMATIVO DA APM – EA/FEUSP – Nº 4 – JUL/DEZ – GESTÃO 2004

EM F

OCO

Ao terminar nosso trabalho de dois anos àfrente da Associação de Pais e Mestres da

Escola de Aplicação da Faculdade deEducação da USP, algumas perguntas nossoaram importantes: Como a nossa atuaçãofoi percebida pela comunidade escolar? Foipossível estreitar a relação com as famílias eformar uma parceria produtiva com a escola?Como foi a participação da associação nagestão escolar? Que experiências exitosasconseguimos alcançar? Quais experiênciasnão foram bem sucedidas? Este artigo eoutros temas que serão tratados neste númerodo Paidéia têm o objetivo de trazer luz a estasquestões. Nossa motivação e trabalho forampautados pelo princípio de que nossos filhosestão estudando numa escola pública cujagestão democrática (eleição para diretor,participação dos pais em conselhos de classe,conselho de escola, conselho deliberativo daAPM etc.) coloca sobre nós, pais, uma

responsabilidade compartilhada sobre aqualidade de ensino da Escola. Se nos é dado um espaço de participação,cabe a nós, pais, ocupá-lo, trabalhando emconjunto com a escola por uma melhorqualidade de ensino, mas com espírito críticoe autonomia de pensamento: gestãodemocrática pressupõe autonomia,participação, construção partilhada do projetopedagógico, pensamento crítico em oposição àidéia de subalternidade. No entanto, envolvetambém a responsabilidade, a prestação decontas, a visão do bem comum e o respeito aoespaço público1. O espírito crítico e aautonomia não significaram, entretanto,antagonismo em relação à direção da escola eaos professores. Ao contrário, procuramossempre buscar, mediante negociação, açõesbaseadas no entendimento e na coesão dacomunidade, por entendermos que estamostodos no mesmo barco.

Em foco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 1 a 4 Direção da APM traça um balanço retrospectivo sobre a atuação da associação nos últimos dois anos e discute os desafios e perspectivas à luz de uma gestão escolar democrática e participativa.Em ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 5 a 8Profa. Marlene Isepi, orientadora educacional da EA, discute o papel da escola e da família na superação das dificuldades de aprendizagem; Prof. Vanderlei Bispo apresenta retrato inédito da comunidade da Escola de Aplicação, que aponta um alto grau de heterogeneidade das famílias atendidas.Prestando Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .pág. 9A APM apresenta o balanço do 1º Semestre de 2004, presta contas sobre a Festa da Aplicação e comenta investimentos a serem realizados no LIEA. Canal do Associado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .págs. 10 e 11Primeira pesquisa de satisfação da APM junto à comunidade mostra alto grau de aprovação de suas atividades.Passatempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .pág. 12Alunos do 3º Ano EF prepararam um caça-palavras sobre o tema água, resultado de trabalho realizado no Estudo do Meio, em Salesópolis. Conheça um pouco mais sobre o assunto.

A atuação da APM:avanços, desafios e perspectivas

NESTA EDIÇÃO

Ivete Rodrigues, diretora executiva da APM-2003/2004

Page 2: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia2

EM F

OCO

As Associações de Pais eMestres das escolas públicas eparticulares sempre tiveram, emgeral, o papel de obter recursos,organizar festas para arrecadá-los, fazer campanhas e mutirões

junto às famílias,dar assistência aalunos carentes,mas poucas par-ticipam da ges-tão dos aspectossubstantivos daescola ou da es-colarização deseus filhos. Nos-

sa gestão, desde o princípio,procurou transcender esse mode-lo. Isto não quer dizer que deixa-ríamos de lado estas atividades,mas sim que elas não seriam ex-clusivas e modeladoras de nossaconduta junto à direção da APM.

Os avançosTendo, então, como prin-

cípios, a co-responsabilidade dospais na busca da qualidade doensino e a participação crítica esubstantiva na gestão escolar,norteamos nossa ação em trêsgrandes pilares, baseados nosobjetivos regimentais da APM, ecujos resultados passaremos arelatar logo em seguida: a) apri-moramento do processo educa-cional, b) integração família-escola-comunidade e c) assistên-cia ao escolar.

a) Aprimoramento doprocesso educacional

Neste âmbito, os objetivosestatutários da APM apregoamque cabe à associação mobilizaros recursos humanos, materiais efinanceiros da comunidade paraauxiliar a escola, provendo con-dições que permitam a melhoriado ensino e a conservação e ma-nutenção do prédio, dos equipa-mentos e das instalações;

Tendo estes objetivos emvista, a APM buscou, medianterecursos provindos dos associa-dos e de parcerias com institui-

ções da sociedade civil, investirna melhoria das condições de en-sino. Porém, como todos sabe-mos, os recursos são escassos e,para fazer um melhor uso deles,a APM buscou planejar seu orça-mento, em conjunto com a dire-ção da escola, de forma a focarseus investimentos em projetosque contivessem, claramente, umobjetivo educacional.

Não foram contempladasatividades de manutenção doprédio, pois entendemos que elassão de responsabilidade daUniversidade. Foi difícil ter dedizer não, muitas vezes, a solici-tações que não estavam contem-pladas neste planejamento.Porém, foi este rigor financeiro eo foco no orçamento que nospermitiu investir em vários pro-jetos, como:

• Atualização do acervo bi-bliográfico da área de lín-guas estrangeiras, especial-mente a de inglês;• Construção do parquinho(brinquedão) para atender àárea de educação física, es-pecialmente alunos de 1º a4º anos;• Aquisição de micro-com-putadores para o Laborató-rio de Informática, que aten-de todas as áreas de ensino;• Aquisição de aparelho deDVD, jogos computacionaiseducativos e telas de pro-jeção para as salas de aula(com recursos do Fundef).• Apoio a oficinas pedagógi-cas, como Projeto Acolhen-do e Oficina de Francês.

Todos estes investimentosatenderam ao objetivo de melho-ria da qualidade de ensino. Hávárias outras necessidades da EAque não puderam ser atendidas,mas que podem constar de plane-jamento futuro, tais como: refor-ma da horta, construção de caixacênica e reforma do auditório,tendo em vista as necessidadesda área de artes, atualização do

acervo bibliográfico de outrasáreas, dentre outras.

b) Integração família-escola-comunidade

Ainda de acordo com seusobjetivos regimentais, cabe àAPM programar atividades cul-turais e de lazer que envolvam aparticipação conjunta de pais,professores e alunos, além derepresentar as aspirações dacomunidade e dos pais de alunosjunto à escola.

Este foi um dos aspectosque a atual gestão procurou colo-car mais ênfase. Desde o início, aAPM procurou fazer, juntamentecom a direção da EA, um calen-dário único de todas as reuniõese assembléias do ano. Este calen-dário foi transformado num mar-cador de livros, distribuído a alu-nos, pais e professores, para quetodos se agendassem previamen-te e guardassem consigo estas in-formações ao longo do ano.

A EA tem várias instân-cias de representação dos paisque, muitas vezes, podem ficarconfusos diante de tantos conse-lhos e reuniões. Neste sentido, aAPM elaborou um manual ex-plicativo, denominado Manualda Representação dos Pais. Estedocumento foi distribuído nasassembléias a todas as famílias.

Implementamos, com su-cesso, o Ciclo de Orientação Fa-miliar, que reuniu pais, profes-sores e alunos em torno de temascomo sexualidade de crianças eadolescentes, a questão dos limi-tes, a prevenção ao uso indevidode drogas, o papel dos pais frenteàs dificuldades de aprendizagemdas crianças, e como lidar com ostress da vida moderna.

Para melhorar a comuni-cação entre sócios e, principal-mente, ter um canal de divul-gação das atividades realizadas edos recursos gastos, foi lançadoo Jornal Paidéia, de periodici-dade semestral. Entre uma ediçãoe outra, foram incrementadas al-

O rigor financeiroadotado pela

APM permitiu arealização de vários

investimentos noaprimoramento do

processo educacional.

Page 3: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia 3

gumas formas de comunicação, co-mo a aquisição de um Mural de Re-cados e, principalmente, a utilizaçãomais freqüente do correio eletrônico.

Iniciamos, com a ajuda depais voluntários, a elaboração dahomepage da APM, que se encontraem fase de aprimoramento, mas quejá pode ser acessada no endereçowww2.fe.usp.br/%7Eapm-ea/. Con-tamos com sugestões e comentáriosde todos para a melhoria contínua desteimportante canal de comunicação.

A APM continuou tendo,ainda, presença destacada na organi-zação da Festa da Aplicação, um doseventos mais importantes da escola,que congrega anualmente cerca de3.000 pessoas, incluindo professores,funcionários, familiares, alunos e ex-alunos.

No que diz respeito à repre-sentação das aspirações dos paisjunto à escola, a APM participou decomissões importantes, como acomissão de reforma do regimentoescolar, comissão de sustentabilidadee comissão da Festa da Aplicação,sempre procurando defender osinteresses das famílias. Especifica-mente na questão do regimento esco-lar, foi organizado, em conjunto coma direção da escola, palestras orienta-tivas sobre a questão dos ciclos esco-lares, com profissionais defendendodiferentes pontos de vista e uma con-sulta aberta a todos os familiaressobre a manutenção ou revisão dosistema de ciclos e outros temas doregimento. A APM procurou, ainda,manter estreito relacionamento comos representantes de pais no Conse-lho de Escola, a fim de que estes pu-dessem ser seus porta-vozes.

c) Assistência ao EscolarA assistência ao escolar, que

compreende o desenvolvimento deatividades nas áreas sócio-econômi-ca e de saúde foi, durante muitosanos, a principal ação da APM.Porém, por solicitação da direção daEA e de gestões anteriores da APM,a Universidade passou a assumir estafunção. Hoje, todas as famílias comdificuldades financeiras podem se

inscrever aos diferentes tipos debolsa auxílio (bolsa material escolar,bolsa uniforme, bolsa alimentação,bolsa transporte, bolsa atividadespedagógicas) junto à COSEAS –Coordenadoria de Assistência Socialda Universidade de São Paulo. Estafoi uma conquista importante, cujacontinuidade é fundamental para per-mitir a inclusão de todos os alunosna EA. Não basta que os alunos te-nham a vaga, é preciso dar-lhes ascondições materiais necessárias parao desenvolvimento da aprendizagem.

Segundo informações da as-sistência de direção da EA, em 2003tivemos 165 alunos assistidos comum gasto de R$ 93.412,06, o querepresenta um valor médio de R$566,13 por aluno. Em 2004 foram130 alunos com um valor estimadode R$ 87.148,45, sendo um valormédio projetado de R$ 670,37 poraluno. O valor efetivamente gastoem 2004 ainda não foi fechado. Para2005, foram concedidas bolsas para120 alunos. Cabe ressaltar que osvalores por aluno são diferenciadospois, dependendo das necessidadesapresentadas, a COSEAS pode con-ceder ao aluno o conjunto de todasas bolsas ou apenas algumas delas.

Tendo em vista este apoioimprescindível da Universidade, aAPM pôde redirecionar seus investi-mentos para ações que atendessemaos interesses da maioria dos alunos.

Não obstante, ainda assimforam feitas ações neste segmento,mediante convênio com entidades dasociedade civil. Em 2003 algunsalunos puderam freqüentar o cursode informática do Instituto Stefaninie, em 2004, foram obtidas vagaspara alunos da EA freqüentarem ocurso pré-vestibular gratuito ofereci-do pela Fundação Instituto de Admi-nistração, vinculada à Faculdade deEconomia, Administração e Contabi-lidade da USP. A APM atuou, tam-bém, em conjunto com a direção daEA, no restabelecimento do atendi-mento ambulatorial do Hospital Uni-versitário aos estudantes da Escolade Aplicação.

Outros investimentos, decunho mais administrativo, tambémforam feitos, e que visaram basica-mente a organização da APM:

• Busca de doação de móveispara a sala da APM;• Contratação de contador eelaboração do manual finan-ceiro da APM;• Aquisição de micro-computa-dor e impressora para a sede daAPM e de mural de recadospara uso compartilhado entre aAPM e a secretaria da escola.• Investimentos para a Festa daAplicação, como aquisição deurnas e chocolateira.

Os desafios e asperspectivas

Um dos primeiros desafiosenfrentados foi lidar com resistên-cias, principalmente dos professoresda EA, em relação a um novo modelode atuação da APM, cujo foco prin-cipal deixou de ser a assistência so-cial e passou a ser uma atuação maispresente na discussão do projeto pe-dagógico da EA. Temas como o pa-pel da APM, parcerias com a iniciati-va privada e as novas regras finan-ceiras e contábeis que trouxeram im-pacto ao planejamento dos estudosdo meio ocuparam boa parte de reu-niões entre a APM e este segmento.

O Ciclo de Avaliação da EA,realizado no período de 14 a 17 dedezembro, evidenciou as inúmerasnecessidades de melhoria na infra-estrutura da EA, tais como informa-tização e melhoria do espaço físicoda biblioteca e secretaria, con-tratação de profissionais etc. Grandeparte destas necessidades nãodepende apenas da comunidade EA.Sabemos que a Universidade tam-bém não terá condições de supri-lastotalmente. A realização de projetospedagógicos que prevejam a capta-ção de recursos externos é, a nossover, imprescindível para que estasnecessidades sejam satisfeitas. Issoexige uma postura pró-ativa da dire-ção da EA, engajamento da equipetécnica e professores e, principal-

Page 4: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

EM F

OCO

PaiDéia4

mente, a superação de uma visãodicotômica entre iniciativapública e privada. Uma vez quea escola esteja consciente daimportância das relações exter-nas, a APM pode, também, ser

uma parceira im-portante na cap-tação de recursosextra-orçamen-tários.

Outro desafio,desta vez com osegmento pais,foi resgatar aconfiança na

APM, a fim de melhorar o graude contribuição financeira (quevinha diminuindo nos últimosanos), bem como incentivar aparticipação dos representantesno Conselho Deliberativo e ou-tras atividades da associação.Entendemos que para os paissentirem-se à vontade em con-tribuir e participar como volun-tários da APM, era necessáriauma maior transparência nasprestações de contas e nas açõesrealizadas pela APM. Parece queconseguimos melhorar estesaspectos, uma vez que a con-tribuição financeira dos pais e onúmero de voluntários aumen-taram consideravelmente.

Mais importante que aprópria contribuição financeira,foi motivar os pais a partici-parem da vida escolar de seusfilhos. Neste aspecto, parece quehá uma questão cultural que pre-cisa ser mais bem entendida etrabalhada. A boa imagem que aEscola de Aplicação goza juntoà comunidade, uma imagem deescola de excelência, ao invés deaproximar os pais, parece ter umefeito contrário. Parece que háum pensamento predominantede que como a escola é boa, osprofessores são qualificados, ainfra-estrutura é adequada, ospais podem “dormir tranqüilos e

delegar à escola a tarefa de edu-car seus filhos”. Na verdade,uma escola com as característi-cas da Escola de Aplicação, dediversidade sócio-cultural, exigeainda mais o comprometimentoe a participação dos pais na construção coletiva de seu proje-to pedagógico. A este respeito,vejam a matéria do Prof. Van-derlei Bispo, na pág. 7.

O ciclo de avaliação daescola, já citado, apontou comoproblemas do segmento pais :

• a falta de participação dealguns pais na vida escolardo filho; • os valores das famíliasnem sempre condizem comaqueles estabelecidos pelaescola;• grande diversidade deexpectativas dos pais emrelação ao trabalho desem-penhado pela escola, asso-ciado ao pouco conheci-mento que a comunidadetem à respeito destas mes-mas expectativas.

Certamente, envolvermais os pais é um caminho lon-go a ser percorrido. Precisamosinventar maneiras mais criativasde aproximá-los das escolas, emmomentos não apenas de co-branças, mas de confraterniza-ção e troca de experiências.

No segmento alunos, tam-bém houve (e há) desafios a se-rem vencidos. O principal delesfoi a discussão dos novos crité-rios de divisão de receitas daFesta da Aplicação, que previama ação conjunta de todos os seg-mentos em prol de um investi-mento que, em 2004, foi acorda-do que seria o LIEA – Laborató-rio de Informática. Várias reu-niões foram feitas para que to-dos entendessem que os recursosda Festa não são para a APM,mas sim para a escola.

É preciso um maior

envolvimento da associação comos alunos, para que estes sejamparceiros na luta pela qualidadede ensino da escola. Parece queainda há, principalmente emrelação ao Grêmio, uma certapremissa de que os interesses deambas as entidades são distintos.Certamente, há interesses dife-rentes, mas há ações que podemser convergentes. Uma delas é ainstituição de um programa deprotagonismo juvenil, onde nos-sas crianças e jovens possamexercer mais plenamente suacidadania.

Entendemos que todosestes desafios fazem parte de umprocesso importante, pois envol-veu a todos, inclusive a APM,num aprendizado sobre o que éatuar numa gestão participativa,onde os conflitos e as negocia-ções são processos inerentes.Nossa avaliação é que houve umavanço considerável na atuaçãoda APM, mas que há muita coisaainda a ser feita. Os desafios,sem dúvida, abrem novas pers-pectivas.

Temos que levar em contaque a gestão participativa é algonovo nas escolas. Nos anos deditadura, professores, alunos e,principalmente, pais, não tive-ram a possibilidade de ter umaparticipação mais efetiva noprocesso de ensino-aprendiza-gem, na discussão das diretrizeseducacionais, da definição doperfil do aluno e da escola pre-tendida. Portanto, é precisoaprender a participar.

Para finalizar, acredita-mos que a Escola de Aplicaçãotem uma comunidade (profes-sores, pais, alunos, funcionáriosetc.) com alto potencial que, sebem explorado, poderá resultarnuma escola de excelência cadavez maior, a partir da motivação,dedicação, engajamento e con-fiança de todos.

Os desafiosenfrentados pela APM

fazem parte de umprocesso importante de

aprendizado sobre o queé atuar numa gestão

participativa.

11GGeessttããoo ddaa EEssccoollaa:: AAuuttoonnoommiiaa,, EElleeiiççããoo ddee DDiirreettoorreess ee oouuttrraass RReefflleexxõõeess.. FFuunnddaaççããoo DDaarrccii RRiibbeeiirroo ((wwwwww..ffuunnddaarr..oorrgg..bbrr))..

Page 5: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

EM A

ÇÃO

Marlene Isepi orientadora educacional da EA-FUSP

Os primeiros en-contros do Ciclode Orientação Fa-

miliar trataram de assuntosmuito discutidos pelas famílias,escolas e sociedade em geral,tais como drogas, sexualidade ea necessidade de limites paracrianças e adolescentes. Recen-temente, os pais optaram porparticipar do Ciclo para conver-sar a respeito das dificuldades deaprendizagem e da possibilidadede ajuda por parte das famílias.

Para tratar desse assunto,devemos inicialmente fazer adiferenciação entre problemas edificuldades. A preferência pelotermo “dificuldades de aprendi-zagem” em vez de “problemasde aprendizagem” ocorre pelacrença de que o primeiro estámuito mais presente na escola e,nesse caso, a atuação dos edu-cadores se faz necessária e,muitas vezes, é o suficiente . Otermo “problema” traz consigo anecessidade de outros profis-sionais envolvidos no processode desenvolvimento da criança edo adolescente.

Considero importantepensarmos nas dificuldades deaprendizagem como assunto deinteresse e responsabilidade da

escola e da família. Em primeirolugar, é preciso ter claro quetodos nós temos dificuldadespara realizar alguma tarefa; hápessoas que são perfeitas paraalgumas delas e um verdadeirodesastre para outras. Ao consi-derarmos as tarefas manuais, in-telectuais ou as que exigem con-tato social, é preciso aceitar asdiferenças de habilidades e rit-mos para a aprendizagem.

Diante disso, o que aescola e a família podem fazerfrente às dificuldades de apren-dizagem? Com certeza, não háuma receita pronta para cada umdos lados ou para resolver todosos casos individualmente. Hápossibilidades de ações que sãode responsabilidade das famílias,da escola e outras que devem serdiscutidas pelos dois lados.

Considero de extrema im-portância a participação dos paisou dos responsáveis no cotidianoescolar das crianças e adoles-centes. Acompanhar o que elesaprendem nas diferentes disci-plinas, quais assuntos despertammaior interesse, valorizar o co-nhecimento, acompanhar as pre-ferências de amizade, reconhe-cer os avanços e incentivar a su-peração dos obstáculos são atitu-des que muito auxiliam o alunoa conquistar um bom rendimentoescolar. A simples atitude deolhar os cadernos, solicitar o bo-

letim ou comparecer às reuniõesde pais sinaliza o valor que a es-cola e a própria criança ou ado-lescente tem para esta família.Na verdade, a participação dospais ultrapassa os limites das ne-cessidades da Escola e contribuipara a formação das crianças eadolescentes enquanto pessoas.

Se o acompanhamentodos alunos com dificuldade éuma das responsabilidades daEscola, vejamos quais são, nomomento, as iniciativas daEscola de Aplicação diante dessatarefa.

O Regimento Escolar daEscola de Aplicação define quesão consideradas atividades derecuperação as aulas, orientaçãode estudos e outras atividadesdesenvolvidas na EA pelos edu-cadores, estagiários ou outrosagentes designados pelo Diretore propostos no Plano Escolar. Arecuperação é oferecida nodecorrer de cada período letivo,tem programação específica eocorre em períodos diferentes aodas aulas regulares. Por fim, odesempenho do aluno nas ativi-dades de recuperação é conside-rado na avaliação de seu rendi-mento escolar, ou seja, a fre-qüência, participação e desem-penho nas aulas de recuperaçãopodem acarretar a alteração ounão do conceito obtido notrimestre.

PaiDéia 5

Dificuldades deaprendizagem: o papel da Escola e acontribuição das famílias

Page 6: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia6

EM A

ÇÃOO Plano Escolar apresen-

ta duas modalidades de recupe-ração:

• 1) a Recuperação Contí-nua é encaminhada pelosprofessores a partir dasdificuldades identificadasem sala de aula. Ao longodo trimestre, no decorrerdas atividades, o professorpropõe diferentes estraté-gias para sanar ou ameni-zar as dificuldades dosalunos. Em outras palavras,isso acontece, por exem-plo, quando o professoraplica uma avaliação, veri-fica que seus objetivos nãoforam atingidos plena-mente, retoma o conteúdocom outros recursos e voltaa avaliar;• 2) a Recuperação Paralelaé organizada em dias e ho-rários específicos para cadaano escolar, em horário in-verso ao das aulas regula-res e realizada pelo profes-sor responsável pela disci-plina na série.

Além das aulas de recu-peração, alguns professores daEscola oferecem plantão de

dúvidas, momento em que oaluno solicita a atenção do pro-fessor para superar suas dificul-dades ou simplesmente realizaruma tarefa que, naquele mo-mento específico, não con-seguiria realizar sozinho. Hátambém outras iniciativas deprofessores, como oficinas emini-cursos que atendem alunosque apresentam ou não dificul-dades de aprendizagem.

Em 2004, o trabalho daSala de Acompanhamento Es-colar permitiu que alunos de 3ºa 6º anos do Ensino Funda-mental recebessem o auxílio deuma professora da EA parafazer as tarefas de casa, leiturase para organizar seus materiaisescolares.

Há muitos anos, o Pro-jeto Letras e Livros ofereceatendimento individual a alunosdo 1º e 2º anos do Ensino Fun-damental por meio de sessõesde leitura e escrita na bibliotecada Escola. O objetivo do proje-to é auxiliar o processo inicialde alfabetização, complemen-tando o trabalho realizado emsala de aula e nas aulas de recu-peração.

A breve descrição dasiniciativas da EA para atenderàs necessidades dos alunos queapresentam dificuldades deaprendizagem indica que é aEscola, enquanto instituição, enão somente o professor, a res-ponsável por esse trabalho.Dessa forma, a reflexão con-stante faz surgir novas iniciati-vas que somam-se a outras, jáconsolidadas, na tentativa deauxiliar os processos de apren-dizagem dos alunos.

Para finalizar, surge umaquestão: o que fazer quando obaixo rendimento persiste?Nesses casos, acredito que asituação deve ser analisada pelafamília, pela escola e, depen-dendo da idade, o próprio alunodeve participar da discussãopara encontrar outras possibili-dades de auxílio. Provavel-mente, outros profissionaispoderão oferecer apoio para oaluno, para sua família e para aprópria escola. Nesse momen-to, como em vários outros, aconfiança da família na Escolamuito contribui para que a criança ou o adolescente superesuas dificuldades.

Page 7: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia 7

Prof. Vanderlei Pinheiro Bispo, diretor da Escola de Aplicação

No mês de novembrode 2003, foi enviadoum questionário a

todas as famílias com filhos naEscola de Aplicação, sendo quequase a totalidade retornou respondi-da (579 questionários respondidos).O instrumento tinha por objetivo co-lher informações sobre alguns aspec-tos das vidas das famílias para, deposse destes dados, construir ummapa que caracterize com mais pro-priedade a comunidade da EA.

São esses dados de 2003 quesubsidiam esta matéria. Embora oprocesso de coleta de informaçõestenha se repetido este ano, estas últi-mas informações ainda não foramcompletamente tabuladas.

1. Escolaridade do pai e da mãe

Sobre o nível de escolaridadedo conjunto de pais, chegamos aosnúmeros das tabelas 1 e 2.

Das 579 famílias pesquisadas,algumas não informaram o nível deescolaridade dos pais, podendo serpor falecimento do mesmo emalguns casos ou pelo fato de nãohaver paternidade declarada.

Como pode ser verificado nastabelas, há uma escolarização maiordas mães, se comparadas aos pais,condizente, inclusive, com osnúmeros apresentados pelo IBGEnos últimos anos, sobre os níveis deescolarização em uma perspectivanacional.

Dentre os pais, quase metadepossui o Ensino Médio completo, orestante divide-se entre aquelesque possuem o Ensino Fun-damental e aqueles que possuemdiploma superior. Nenhumafamília declarou ser o pai nãoalfabetizado.

Dentre as mães, por voltade 15% informaram ter concluí-do estudos de pós-graduação, emais de um terço do universopesquisado informou ter con-cluído alguma faculdade. Menosde 1/5 das mães possui apenas o

nível fundamental e outros 45,4%, onível médio completo.

Diante desses dados, é possí-vel afirmar que a comunidade aten-dida pela Escola de Aplicação difere,substancialmente, da média brasi-leira de escolarização. No Brasil,apesar desse grupo estar em ascen-são, ainda é muito pequeno onúmero de brasileiros que consegueconcluir o nível superior, além de serconsideravelmente maior o númerode pessoas não alfabetizadas, con-forme pode ser observado na tabela3, com dados sobre os anos de estu-do dos brasileiros:

Os números apresentadosconfirmam especificidades da EA,quanto à heterogeneidade da comu-nidade atendida, apontando, nestedado, para a diversidade quanto àescolarização. As experiências esco-lares vividas por estas famílias, quepodem contribuir na construção dassuas representações escolares, são,por suposição, bastante variadas.

Diversidade social naEscola de Aplicação demandamaior participação dos pais

Tabela 3Anos de estudo da população brasileira

Homens MulheresSem instrução e menos de 1 ano 12,8 12,5

1 a 3 anos 17,4 15,7

4 a 7 anos 33,8 32,5

8 a 10 anos 15,6 15,7

11 anos e mais 20,1 23,2FONTE: IBGE, Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios 2001.

Tabela 2Escolaridade das mães da EA

Escolaridade

% noConjunto dequestionáriosrespondidos

Nível Fundamental 17,6

Nível Médio 45,4

Nível Superior 35,6

Não Respondeu 1

Tabela 1Escolaridade dos pais da EA

Escolaridade

% noConjunto dequestionáriosrespondidos

Nível Fundamental 18,3

Nível Médio 45

Nível Superior 29,2

Não Respondeu 7,5

Page 8: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia8

EM A

ÇÃO

Todavia, é importante notar quenem todos os grupos estão re-presentados entre os pais queassumem o papel de representaras famílias nas instânciasadministrativas e pedagógicasda instituição, como a APM, porexemplo. Quando verificamos operfil dos pais que assumemestes papéis institucionais,percebemos que mais da metadepossui nível superior.

Os pais representantessão escolhidos pelo conjunto depais da classe, após os interessa-dos se candidatarem. É interes-sante notar que menos dametade dos pais que possuemnível superior ocupam quase70% das funções de represen-tação.

2. Renda FamiliarDas 579 famílias pes-

quisadas, apenas 11 não infor-maram a renda familiar. Algu-mas colocaram observação noquestionário, informando esta-rem os pais desempregados, nãotendo renda. Outras simples-mente não prestaram a infor-mação.

No questionário foramapresentadas alternativas àsfamílias por valores em moedacorrente, sendo aqui transfor-madas em número de saláriosmínimos vigentes na época.

Os números apresentadosna tabela 4 demonstram que boaparte das famílias possuemrenda até 6 salários mínimos(39,7%). Das famílias pes-quisadas, por volta de 1/4 possuirenda entre 6 e 10 salários míni-mos. Outros 34,9% das famíliaspossuem renda superior a 10salários mínimos, número con-

sideravelmente inferior ao depais e mães que possuem diplo-ma superior.

Observamos que em ne-nhuma das faixas específicasencontra-se a maioria dasfamílias, sendo necessário rea-grupá-las para ter uma visãomais geral. No entanto, ter umrendimento de 3 salários oferececondições de existência bemmenos favoráveis do que teruma renda de 6 salários, portan-to uma análise mais apropriadaserá possível somente quandocruzamos estes dados com onúmero de integrantes em cadafamília.

3. Algumas consideraçõesfinais

A Escola de Aplicaçãonão atende hoje famílias queconstituam a verdadeira eliteeconômica nacional. Como aclasse média brasileira é bas-tante diversificada, oscilando

nas mais variadas ocupações,níveis de escolaridade e faixa derendimentos, não é tão simplesdizer que esta ou aquela insti-

tuição atenda a classe média,isto não cria muita identidade.Todavia, pode-se afirmar que ainstituição atende algumasfrações da classe média. Poroutro lado, é considerável onúmero de famílias atendidascom pouca escolarização ebaixos rendimentos. Se, por umlado, a Escola de Aplicação nãoatende hoje a elite econômica,ela atende também algumasfamílias que participam da eliteescolarizada, pessoas com nívelsuperior e, em menor número,pós-graduandos.

A constituição dessesgrupos no interior da escolaaponta para uma diversidade deexpectativas, de representações,de desejos. Como há espaçosinstitucionais para que asfamílias se coloquem, algumasdestas expectativas aparecem,seja como avaliação do trabalhoescolar ou como cobranças dosobjetivos da instituição. Eis aqui

uma das ra-zões da impor-tância das fa-mílias partici-parem da vidaescolar dos fi-lhos e da vidada Escola deAplicação.

Se, emqualquer esco-la, isto é fun-damental, nanossa é vital,diante da di-versidade doquadro apre-

sentado e da necessidade de secontemplar grupos com interes-ses tão diferentes, numa inte-gração que seja benéfica atodos.

Tabela 4: Renda familiar da EA

(porcentagem por faixa de salários mínimos):

Faixa de Salários Mínimos %

até 3 salários mínimos 12,4

de 3 a 6 27,3

de 6 a 10 23,5

de 10 a 15 16,2

de 15 a 20 8,3

acima de 20 10,4

Não respondeu 1,9

Page 9: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia 9

PRES

TAND

O CO

NTAS

Os associados podem conferir oBalanço do 1º Semestre de2004 (quadro 1), aprovado

pelo Conselho Fiscal da APM e pelaAssembléia de Associados. O balanço finalde 2004 será apresentado em assembléia aser realizada no início do ano letivo de 2005.

Cabe destacar que, do saldo total deR$ 37.521,19, apenas 14.090,36 pertencemao fundo APM, sendo que os demais recur-sos pertencem aos fundos de série, Grêmio,material de artes, etc. Atualmente (ou-tubro/2004), o fundo APM conta com recur-sos da ordem de R$ 13.633,00, que serãoaplicados em despesas da APM (jornalPaidéia, contador, correio, despesas demanutenção etc.) e, majoritariamente, naaquisição de micro-computadores para oLIEA – Laboratório de Informática daEscola de Aplicação.

A Festa da Aplicação foi um sucessode público e crítica. Apesar da mudança dedata em função da greve e da chuva que caiuem São Paulo praticamente durante o diatodo, os familiares compareceram e aju-daram na organização desta que é uma dasprincipais atividades de congraçamento daescola.

A receita líquida da festa será aplica-da para aquisição de computadores novospara o LIEA. Ao valor arrecadado, a APMsomará, de seu fundo, aproximadamente R$ 4.500,00, o que dará paraadquirir 4 novos computa-dores. A boa notícia é que adireção da Escola obteve,junto à Comissão de Infor-mática da FEUSP, uma verbaadicional de R$ 16.000,00.Somados com uma doação deR$ 5.700,00 feita pelo ex-reitor Jacques Marcovitch(doação de direitos autoraisde seu livro O Diário de umReitor), estimamos que po-derão ser adquiridos cerca de12 novos microcomputa-dores.

Quadro 1 - Balanço – 1º Semestre de 2004

RECEITAS E DESPESAS R$

RECURSOS AUFERIDOS

CONTRIBUIÇÕES ASSOCIATIVAS 15.432,95

CONTRIBUIÇÕES ESTUDO DO MEIO 15.655,58

CONTRIBUIÇÕES MATERIAL DE ARTES 8.100,60

RENDTOS.APLICS.FINANCEIRAS 1.234,84

OUTROS RECURSOS (aluguel armários,uniformes, doação, etc.) 1.510,54

Total Recursos Auferidos 41.934,51

RECURSOS APLICADOS

DESP.EXCURSÃO/ESTUDO DE CAMPO 11.053,72

LIVROS/XEROX/APOSTILAS/JORNAIS 303,30

SERVS.PRESTS.PESSOA JURÍDICA 1.440,00

DESPS.MANUT./CONSERVAÇÃO 2.520,00

TELEFONE/CORREIO/TRANSPORTE 816,32

MATERIAL DE CONSUMO GERAL 713,14

FUNDEF/PARQUE DIVERSÃO 566,80

IMPOSTOS/TAXAS/MULTAS/JUROS 1.911,98

DESPS.MATERIAL DE ARTES 3.636,63

ADTO. CAIXA-PEQUENO 744,46

ADTO.EXCURSÃO/ESTUDO DO MEIO 1.911,79

Total Recursos Aplicados 25.618,14

RESULTADO DO PERÍODO 16.316,37

SALDO PERÍODO ANTERIOR (DEZ/2003) 21.204,82

SALDO FINAL DO PERÍODO (JUN/04) 37.521,19

Valores expressos na moeda “Real (R$)”

Balanço é aprovado porConselho e Assembléia

Quadro 2 - FESTA DA APLICAÇÃO 2004DEMONSTRATIVO DE RECEITAS E DESPESASRECEITAS Valor (R$)Venda de Ingressos e Tickets 22.919,10 DESPESASDespesas com infra-estrutura da Festa 5.660,86 Despesas com compras de insumos para as barracas 7.299,75 Despesas Bancárias 51,10 Participação das Séries Escolares conforme DecisãoCD/APM + Comissão de Festa

4.444,91

Total de Despesas 17.456,62 RENDA LÍQUIDA PARA O LIEA - LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA 5.462,48

Page 10: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia10CA

NAL

DOAS

SOCI

ADO Na primeira pesquisa de

opinião realizada junto àcomunidade da EA

sobre a atuação da APM, feita entre ofinal de novembro e início de dezem-bro, dentre aqueles que possuem cor-reio eletrônico, obteve-se um resultadoque pode ser muito útil na orientaçãode futuras ações da Associação.

A pesquisa de avaliação da APMfoi dividida em quatro blocos, descritosa seguir:

• Bloco 1: Integração Família-Escola• Bloco 2: Apoio àImplementação do ProjetoPedagógico da Escola deAplicação• Bloco 3: Assistência aoEscolar• Bloco 4: OrganizaçãoAdministrativa da APM

A comunidade foi convidada aopinar sobre diversos itens em cada umdestes blocos, numa escala de valoresem três níveis, apontando os itenscomo "não satisfatório", " satisfatório"e "plenamente satisfatório".

A pesquisa trouxe uma boaavaliação generalizada da atuação daAPM (veja gráfico ao lado), sendo quehouve um nível mínimo de insatisfaçãoapenas nos grupos da IntegraçãoFamília-Escola e de Apoio à Imple-mentação do Projeto Pedagógico.

Nenhum nível de insatisfação foidetectado entre os grupos Assistênciaao Escolar e Organização Administra-tiva da APM, embora, nestes grupos,tenha se verificado um maior númerode não respondentes. Isso pode indicaralgum desconhecimento por parte dacomunidade das ações realizadas pelaAPM nestes segmentos.

Verificou-se que na integraçãofamília-escola, dos cinco itens apresen-tados, há poucas queixas (menos de 4%dos pesquisados indicaram como "não-satisfatório") nos itens referentes aocalendário de reuniões (feito neste anono formato de um marcador de livros)e na questão do incentivo da partici-pação da comunidade aos eventos,demonstrando uma pequena insatis-fação com pontos que são nevrálgicospara a legitimação da APM e quedevem, portanto, ser melhorados. Osdemais itens -- ciclo de orientaçãofamiliar, jornal Paidéia e comunicaçãoda APM com seus associados -- tiver-am avaliação como sendo "satisfatória"ou "plenamente satisfatória". Este con-junto de dados pode demonstrar que aAPM tem tido uma relação mais efi-ciente com os pais já "iniciados" nasatividades escolares da EA do que comos que ainda não participam.

No que se refere ao apoio àimplementação do projeto pedagógicoda escola, dos três itens pesquisados, aquestão da participação da APM naFesta da Aplicação parece ser o que

Pais aprovam atuação da APM e indicam o que precisa melhorar

Page 11: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia 11

gera mais polêmica. Foi o único itemque teve algum nível de insatisfação(3,7%), mas ao mesmo tempo foi oque teve maior apoio (59,2% oindicaram como "plenamente satis-fatório"). Os outros dois itens foramapoio à concretização de projetosespeciais e participação da APM emquestões relevantes sobre o projetopedagógico.

No bloco referente a Assis-tência ao Escolar, os três itens ava-liados (parcelamento de estudo domeio, apoio à participação dos assis-tidos na Festa da Aplicação e parce-ria com entidades da sociedade civil)tiveram resultados muito seme-lhantes, variando pouco na maioriade respostas indicando aprovação.

A organização administrativada APM também foi muito bemavaliada, sendo que o que maisagradou foi o trato da informação(itens como atendimento nos plan-tões, presteza no relato de assem-bléias e transparência na prestaçãode contas). Neste grupo, a questãoque teve pior avaliação foi a da orga-nização do espaço físico da APM,que mesmo assim não apresentou umresultado ruim (37% a consideraramsatisfatória e mais de 40% a consi-deraram "plenamente satisfatória").

• Realizar atividades quefacilitem a aproximação dospais da E.A, em locais abertosonde haja condições de maiorinteração entre esses. • Propor atividades com obje-tivos específicos que deman-dem em maior participação detodos (ex: uma tarde de jogosvariados de cartas paraarrecadação de dinheiro para aFesta da Aplicação, torneios defutebol entre pais de diferentesclasses, caminhada de inverno -ou primavera- de pais da EA,Tarde do chocolate – com batepapo e chocolate quente combolo para discutirmos questõesdo desenvolvimento de nossosfilhos na escola).• Incrementar a produção dojornal por meio de: a) projeto

de parceria com a área de lin-guagem para que os alunossejam engajados na produção edivulgação do jornal de formamais expressiva; b) uma seçãode valorização da participaçãoda comunidade escolar.• A nova gestão da APM pode-ria encaminhar a EA um proje-to para instituir o dia do volun-tário no calendário do ano leti-vo de 2005. Neste dia, pais pro-fessores e alunos estariam sededicando à manutenção da EAa fim de que todos val-orizassem e mantivessem oespaço público, realizandoatividades como limpeza, pin-tura, jardinagem, etc. Isto certa-mente seria um exemplo aosalunos, para que aprendam arespeitar o bem público.

Sugestões para a gestão 2005

Nas questões abertas, os 27 respondentes apontaram uma série de sugestões que podem servir de

inspiração à próxima gestão da APM em 2005:

Page 12: avanços, desafios e perspectivas EM FOCO

PaiDéia12

Paidéia é uma publicação semestral da APM - Associação de Pais e Mestres da Escola de Aplicação daUSP, que tem por objetivo apresentar, analisar, interpretar e informar sobre os principais acontecimentosda Associação. Diretora da FEUSP: Profª Drª Selma Garrido Pimenta; Diretor da EA: Prof. Vanderlei Pinheiro Bispo; Diretoria Executiva da APM - Gestão 2004: Ivete Rodrigues - Diretora; Marco Antônio Coelho - Vice-Diretor;Izilda Regina Santos Nereu Lacerda - 1ª Tesoureira; Rosa Maria Bonina - 2ª Tesoureira; Carmen SílviaMoreno Serra - 1ª Secretária; Maria Madalena Salgado B. Zeitum - 2ª Secretária. Conselho Fiscal: Prof.Josenilton Andrade de Franca; Masumi Yanagihara; Maria Elizabete Santos Campos Addono. Editor responsável: Ivete Rodrigues; Paginação e arte: Robson RegatoAPM/EA/FEUSP - Av. da Universidade - Travessa 11, n º 220 - CEP 05508-900 - Cidade Universitária - SãoPaulo - SP - Fone (11) 3091-3056 - Fax (11) 3814-6115 - Email: [email protected]

PASSATEMPO

Procure no caça-palavras as palavras que correspondem às definições abaixo:1) s.f. Fonte dum curso de água2) s.f. Queda d'água3) s.m. Cano ou orifício para dar vazão a qualquer líquido4) s.f. Construção de material leve, geralmente envidraçada e com temperatura eumidade controlada, para cultura de plantas5) s.m. bras. Certo mamífero carnívora que vive em bando6) s.p. Nasce no município de Salesópolis, percorre 1075 km pelo Estado de SãoPaulo e deságua no Rio Paraná.7) s.p. Afluente do rio Tietê, que tem 30 km de extensão.8) s.p. Origina-se da confluência dos rios Parnaíba e Grande, na divisão dos Estadosde Minas Gerais, São Paulo, e Mato Grosso.9) s.f. Ponto onde um rio (ou outro curso fluvial) termina, desaguando no mar, numlago, ou em outro rio.

s.f.: substantivo feminino; s.m.: substantivo masculino; s.p.: substantitvo próprio

Fonte: jornal dosalunos do 3º Ano IIdo EnsinoFundamental, um dosresultados do Estudodo Meio emSalesópolis.

G R T U A R T U W A Z X U V Q S

T B E X N A S Z E N T A O I H B

A B D F G B Q U A T I O P L V X

S W A S C A C H O E I R A D F G

G R T U E S T U F A Z X C V O S

T A Q P I N H E I R O S E D Z X

I U Y G J K A Z A S X C I M D A

E S G O T O D A Z Q W R P D L S

T B E X N A S C E N T E O I H B

E V C P A R A N A F E W Q A X Y