AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO DE GRETENER...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO DE GRETENER APLICADO AO CENTRO DE TECNOLOGIA (UFSM) TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Amanda Laura Pires Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO DE

GRETENER APLICADO AO CENTRO DE

TECNOLOGIA (UFSM)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Amanda Laura Pires

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO DE

GRETENER APLICADO AO CENTRO DE TECNOLOGIA

(UFSM)

Amanda Laura Pires

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil,

Área de Concentração em Segurança contra Incêndio, da Universidade Federal

de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof. Dra. Larissa Degliuomini Kirchhof

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

Departamento de Construção Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de

Curso

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO DE GRETENER

APLICADO AO CENTRO DE TECNOLOGIA (UFSM)

elaborada por

Amanda Laura Pires

Como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Larissa Degliuomini Kirchhof, Dra. (UFSM)

(Presidente/Orientadora)

Rogerio Cattelan Antocheves de Lima, Dr.(UFSM)

Rutinéia Tassi, Dra. (UFSM)

Santa Maria, 10 de Julho de 2015.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e por iluminar meus caminhos, por fechar as portas nas horas certas,

e me oferecer diversas janelas de oportunidades as quais eu nem esperava.

A minha avó, Delsi, por me mostrar o valor da família, e me fazer crer que a união é a

maior fonte de força que eu poderia encontrar.

Aos meus pais, Gilmar e Loni, pelo amor, dedicação e confiança depositados em todos

os momentos.

Ao meu namorado, Marco, por me mostrar o quão a distância pode ser pequena diante

de grandes sentimentos.

A minha família santa-mariense, o "ap magia 122", por me ajudarem a construírem um

lar fora de casa.

As minhas colegas de faculdade, em especial a Jéssica, por me mostrarem que a

engenharia é muito mais do que madrugadas de estudo, pelo companheirismo e amizade

dedicados.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pelo ensino de qualidade e pelos

grandes mestres que me oportunizou conhecer.

A professora Larissa Degliuomini Kirchhof, orientadora deste trabalho, pelo

conhecimento, amizade e paciência depositados durante esses meses.

Ao professor Tales Augusto Araujo, por acreditar no meu potencial e sempre me

incentivar a correr atrás do melhor.

A Renata Lucena, pela disponibilidade e atenção.

A todos que de alguma forma contribuíram para o sucesso desta caminhada.

Muito Obrigada! Vocês foram fundamentais para esta conquista!

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso de Engenharia Civil

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNCIO: MÉTODO GRETENER

APLICADO AO CENTRO DE TECNOLOGIA (UFSM)

ALUNO: AMANDA LAURA PIRES

ORIENTADORA: PROF. DRa. LARISSA DEGLIUOMINI KIRCHHOF

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de Julho de 2015.

A incidência cada vez mais frequente de incêndios têm mostrado o quanto as

edificações são vulneráveis frente a estas ocorrências. A partir disso, dominar os requisitos

necessários à proteção contra incêndio, tem sido objeto de estudo em muitos âmbitos da

sociedade. As legislações vigentes, embora tenham se desenvolvido muito, ainda apresentam

caráter prescritivo. Em contrapartida, existem métodos internacionais que valorizam a

particularidade de cada edificação, oferecendo soluções alternativas sem diminuir a segurança

resultante. Dentre estes métodos, o trabalho propôs a aplicação do Método de Gretener. O

objetivo geral dessa pesquisa é fazer um levantamento dos fatores que representam o risco

efetivo de incêndio prédios que compõem ao CT/UFSM e comparar ao risco aceitável, por

meio do método proposto. Para tal, foi necessária uma análise detalhada da estrutura,

ocupação e medidas de proteção das edificações em estudo. Os resultados da pesquisa

mostraram que todos os prédios estão com a segurança abaixo do esperado. Os laboratórios

apresentaram um risco de incêndio maior devido ao material armazenado e as características

geométricas, sendo necessária uma intervenção com medidas especiais. Em todos os demais

casos, a melhoria nos extintores, hidrantes e pessoal treinado já seria suficiente para que

atingissem um coeficiente de segurança aceitável. Quanto ao método, percebeu-se que a

proteção à edificação e ao conteúdo muitas vezes se sobrepõe à segurança dos ocupantes.

Logo, sua aplicação não seria suficiente para prevalecer sobre a legislação brasileira, mas sim,

poderiam ser complementares.

Palavras-chaves: Método de Gretener. Mapeamento de risco de incêndio. Análise de risco.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Medidas passivas e ativas de proteção contra incêndio ......................................... 18

Tabela 2 - Carga mobiliária de incêndio Qm, fator q ............................................................ 37

Tabela 3 - Combustibilidade Fe, fator c ............................................................................... 37

Tabela 4 - Perigo ao fumo Fu, fator r ................................................................................... 38

Tabela 5 - Perigo de corrosão/toxidade Co, fator k ............................................................... 38

Tabela 6 - Carga de incêndio imobiliária Qi, fator i. ............................................................. 39

Tabela 7 - Nível do andar ou altura útil do local E, fator e .................................................... 39

Tabela 8 - Amplitude de superfície, fator g........................................................................... 40

Tabela 9 - Medidas Normais de Proteção (N) ....................................................................... 41

Tabela 10 - Medidas Especiais de Proteção (S) .................................................................... 44

Tabela 11 - Medidas Construtivas de Proteção (F)................................................................ 45

Tabela 12 - Perigo de ativação, fator A ................................................................................. 47

Tabela 13 - Fator de correção Phe segundo a categoria de exposição ao perigo p ................. 48

Tabela 14 - Planilha resumo de áreas dos prédios por pavimento .......................................... 55

Tabela 15 - Volume útil dos reservatórios individuais do Centro de Tecnologia ................... 63

Tabela 16 - Relação comprimento/largura e superfície do compartimento de incêndio. ........ 76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Escola Elementar Collinwood após tragédia. ........................................................ 24

Figura 2 - O campus durante o incêndio. .............................................................................. 25

Figura 3 - School of London após explosão de gás. ............................................................... 25

Figura 4 - Incêndio que atingiu escola em Chicago (EUA, 1958).......................................... 26

Figura 5 - Dormitório em cinzas da Peoples’ Friendship University of Russia. ..................... 27

Figura 6 - Restos do Colégio Centenário após incêndio em 2007. ......................................... 27

Figura 7 - Imagem do prédio 19 da UFSM após susto .......................................................... 28

Figura 8 - Superaquecimento em estufa causa incêndio em laboratório. ................................ 28

Figura 9 - Bombeiros trabalham para conter fogo em depósito da UFSM. ............................ 29

Figura 10 - Localização de Santa Maria no Rio Grande do Sul. ............................................ 50

Figura 11 - Imagem área da UFSM, delimitando o Centro de Tecnologia. ............................ 51

Figura 12 - Registro da parte frontal do Centro de Tecnologia. ............................................. 53

Figura 13 - Esboço dos prédios da unidade do Centro de Tecnologia em planta.................... 54

Figura 14 - Sala de aula do Anexo 9C .................................................................................. 56

Figura 15 - Biblioteca Setorial do Centro de Tecnologia ...................................................... 57

Figura 16 - a) Motores. b) Fios engergizados........................................................................ 57

Figura 17 - a) Substâncias químicas; b) Armazenagem de combustível; ............................... 58

Figura 18 - Cilindros de acetileno e oxigênio para soldagem de peças. ................................. 58

Figura 19 - a) Espuma de Poliuretano; b) Ligantes asfálticos; ............................................... 59

Figura 20 - Instalação irregular de extintor de incêndio. ....................................................... 60

Figura 21 - a) Hidrante com duas tomadas d'água; b) Hidrante com uma tomada d'água; ...... 61

Figura 22 - a) Central de Incêndio Microprocessada; b) Acionador manual de alarme .......... 63

Figura 23 - Viaturas do CB/SM: ABT, escada magirus e ABS. ............................................ 65

Figura 24 - a) Ligação interna entre pavimentos b) Forro de madeira (prédio 10) ................. 67

Figura 25 - a) Piso vinílico no Anexo 9C; b) Piso em madeira; ............................................. 67

Figura 26 - Fachada Sul do Anexo C. ................................................................................... 68

Figura 27 - Telhado com estrutura aparente prédio 10; ......................................................... 69

Figura 28 - Térreo do edifício 10: distribuição da carga mobiliária de incêndio (Qm). .......... 71

Figura 29 - Carga mobiliária de incêndio, Qm ...................................................................... 72

Figura 30 - Fator q ............................................................................................................... 72

Figura 31 - Combustibilidade Fe, fator c .............................................................................. 73

Figura 32 - Perigo ao Fumo Fu, fator r ................................................................................ 73

Figura 33 - Perigo de Corrosão/Toxidade Co, fator k ........................................................... 74

Figura 34 - Nível ou altura útil do andar, fator e ................................................................... 75

Figura 35 - Dimensões do Prédio 9....................................................................................... 76

Figura 36 - Amplitude da Superfície, fator g ........................................................................ 77

Figura 37 - Comprimento da conduta de transporte .............................................................. 78

Figura 38 - Fator de exposição ao perigo (B) ........................................................................ 81

Figura 39 - Risco Efetivo de Incêndio .................................................................................. 82

Figura 40 - Mapa de Risco da Unidade do Centro de Tecnologia da UFSM ......................... 84

Figura 41 - Coeficiente de segurança contra incêndio y ........................................................ 85

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................10

1.1 Justificativa .................................................................................................................. 11

1.2 Objetivos ....................................................................................................................... 12

1.3 Metodologia .................................................................................................................. 13

1.4 Estrutura da Pesquisa .................................................................................................. 13

2 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ................................................................15

2.1 Breve histórico .............................................................................................................. 15

2.2 Medidas de Prevenção e Proteção contra incêndio ..................................................... 17

2.3 Legislação de SCI ......................................................................................................... 20

2.4 Ocorrências de incêndio em escolas e universidades .................................................. 24

3 GERENCIAMENTO E MÉTODOS DE ANÁLISE DE RISCO DE

INÊNDIO .........................................................................................................................30

3.1 Gerenciamento de Riscos ............................................................................................. 30

3.2 Métodos de avaliação ................................................................................................... 31

3.3 Método de Greneter ..................................................................................................... 33

3.3.1 Considerações iniciais ................................................................................................. 35

3.3.2 Classificação quanto ao tipo de construção .................................................................. 35

3.2.3 Definição dos Perigos Potenciais (P) ........................................................................... 36

3.3.4 Definição das medidas de proteção (M) ....................................................................... 40

3.3.5 Fator de exposição ao perigo (B) ................................................................................. 46

3.3.6 Definição do perigo de ativação (A) ............................................................................ 47

3.3.7 Cálculo do Risco Efetivo (R) ....................................................................................... 47

3.3.8 Risco admissível de incêndio ( .............................................................................. 48

3.3.9 Conclusão do Método .................................................................................................. 49

4 ESTUDO DE CASO: CENTRO DE TECNOLOGIA (CT/UFSM) ............50

4.1 A Universidade Federal de Santa Maria ..................................................................... 50

4.2 Características da área de estudo ................................................................................ 52

4.3 Materiais armazenados ................................................................................................ 56

4.4 Meios de combate existentes ........................................................................................ 59

4.4.1 Extintores e Hidrantes internos .................................................................................... 60

4.4.2 Sistemas de detecção e alarme ..................................................................................... 62

4.4.3 Sistema de abastecimento de água ............................................................................... 63

4.4.4 Corpo de Bombeiros .................................................................................................... 64

4.4.5 Treinamento aos usuários ............................................................................................ 65

4.5 Características construtivas ......................................................................................... 66

4.6 Método de Greneter aplicado ao Centro de Tecnologia ............................................. 69

4.6.1 Classificação quanto ao tipo de construção .................................................................. 69

4.6.2 Definição dos Perigos Potenciais (P) ........................................................................... 70

4.6.3 Definição das medidas de proteção (M) ....................................................................... 77

4.6.4 Fator de exposição ao perigo (B) ................................................................................. 81

4.6.5 Definição do perigo de ativação (A) ............................................................................ 81

4.6.6 Cálculo do Risco Efetivo (R) ....................................................................................... 82

4.6.7 Risco admissível de incêndio ( .............................................................................. 83

4.6.8 Conclusão do Método .................................................................................................. 83

5 CONCLUSÕES ..........................................................................................................86

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5.1 Considerações relacionadas ao Método de Gretener ....................................................... 86

5.2 Considerações relacionadas aos prédios estudados ......................................................... 88

5.3 Conclusões ..................................................................................................................... 88

5.4 Sugestões para trabalhos futuros ..................................................................................... 89

REFERÊNCIAS.................................................................................................................90

APÊNDICES........................................................................................................................94

ANEXOS.............................................................................................................................107

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1 INTRODUÇÃO

A capacidade de fazer e de controlar o fogo foi uma das grandes descobertas dos

primórdios da humanidade, mas o que trouxe desenvolvimento também acarretou

consequências. Mesmo com todos os avanços tecnológicos desenvolvidos nós últimos anos

sobre o controle de incêndio, o Brasil e o mundo têm mostrado o quão vulneráveis são frente

a este assunto. A incidência cada vez mais frequente dessa ação, considerada excepcional por

normas e códigos, revela a importância de um estudo mais aprofundado quanto à prevenção e

proteção contra incêndio.

Um incêndio, quando iniciado, sempre causa danos, sejam eles de grande ou pequena

escala. Além das vidas humanas, que vem como fator primordial, deve-se também levar em

consideração as perdas sociais, econômicas e históricas. A melhor alternativa é evitar a

ocorrência, e em um segundo plano, adotar medidas de proteção que minimizem os prejuízos

provocados pela ação do fogo.

Desde a concepção estrutural e arquitetônica de uma construção é possível adotar

medidas a fim de mitigar o risco do sinistro. A escolha dos materiais incorporados aos

elementos construtivos, a compartimentação da edificação, elementos de fachadas e cobertura,

uso de portas corta-fogo e manutenção de instalações são alguns pontos que podem acelerar

ou inibir a propagação do fogo (SEITO et al, 2008).

Dominar os requisitos necessários à proteção contra incêndio tem sido objeto de

estudo de muitos grupos de pesquisas acadêmicos, corpo de bombeiros, técnicos de segurança

do trabalho, engenheiros e autoridades em geral. No Brasil o órgão responsável por discutir,

propor, vistoriar e manter a normatização técnica na área é o Comitê Brasileiro de Segurança

Contra Incêndio da Associação Brasileira de Normas Técnicas (CB-24/ABNT). Legislações e

normas surgem e são revisadas ano a ano, com a finalidade de aprimorar as especificações em

prevenção e proteção contra incêndio. Paralelo a isso, tem-se a dificuldade, especialmente em

construções mais antigas, de adequação frente às novas exigências.

Conforme Gill e Silva (2011), para fins de análise de risco de incêndio as

regulamentações vigentes se mostram de caráter demasiadamente prescritivas, deixando de

lado as novas soluções que poderiam ser adotadas. Em contra partida existem inúmeros

métodos internacionais, por vezes pouco difundidos, que apresentam um estudo mais

aprofundado no assunto, contemplando fatores que a legislação não avalia.

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Nesse contexto, a literatura propõe métodos qualitativos e quantitativos para análise e

mapeamento de risco de incêndio. A partir do desenvolvimento tecnológico e dos recursos

disponíveis no mercado, estes métodos propõem uma visão mais particular sobre cada

edificação, possibilitando adotar soluções alternativas com a otimização de custos e de mesmo

nível de segurança. Ademais, permitem que se verifiquem quais os pontos que mais

influenciaram para a insuficiência da proteção, sendo possível atentar sobre estes pontos com

maior ênfase. Dentre os métodos disponíveis para esta análise, optou-se pelo Método de

Gretener, de caráter semiquantitativo.

O Método de Gretener avalia as formas de propagação de um incêndio, as medidas de

proteção adotadas e as probabilidades de ocorrência do sinistro. Com estes parâmetros

ponderados, é possível fazer um comparativo entre o risco efetivo de incêndio e o “risco

máximo admissível” que resulta em um índice global de segurança, e conclui pela suficiência,

ou não, das medidas de prevenção e proteção consideradas. No caso do risco máximo

admissível ser superado, é possível verificar quais parâmetros ocasionaram o fato e planejar a

melhor maneira de intervir, fazendo, dessa forma, um mapeamento do local e averiguando

quais as áreas que não atendem ao esperado (SIA, 2004).

Inicialmente, o método foi apresentado para atender ao interesse das seguradoras.

Após adaptações, pôde ser aplicado em diversas situações, dentre elas e, referente ao objetivo

desta pesquisa, estão os estabelecimentos de grande porte, como as escolas e universidades.

O estudo de caso será realizado nos prédios que compõem o Centro de Tecnologia

(CT) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O centro além de receber milhares de

alunos todos os dias, conta com um acervo de pesquisas, documentos e equipamentos que

devem ser preservados e valorizados.

1.1 Justificativa

O tema proposto está vinculado à grande ocorrência de incêndios devido ao descaso

frente às normas vigentes, à falta manutenção dos equipamentos de proteção contra incêndio e

à falta de fiscalização por parte das autoridades responsáveis.

Além disso, pode-se citar como motivação, a expansão do conhecimento na área, com

vistas a melhor exercer a engenharia, visto que existe deficiência na formação do profissional

quando se trata de disciplinas específicas à segurança contra incêndio. Resultado disso, tem-se

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o grande despreparo dos profissionais que, desde as fases de projeto, devem estar atentos

quanto às medidas preventivas e protetivas disponíveis, buscando sempre alternativas que

reúnam a segurança, a otimização de custos e a funcionalidade de um edifício.

A legislação brasileira, embora tenha se desenvolvido muito nos últimos anos, não

contempla diversos fatores abordados em uma análise de risco de incêndio adequada. Dessa

forma, além de conhecer e acompanhar as normas e regulamentações do país, é importante

ampliar a visão sobre alternativas e métodos de segurança contra incêndio que têm sido

oferecidos em outros países.

Sendo um dos mais conhecidos, experimentados e constantemente revisados, o

Método de Gretener de análise e mapeamento de risco de incêndio foi o escolhido para

elaboração do presente trabalho. Conforme Santana (2007), Gretener serviu de base para

outros métodos, como o Fire Risk Assessment Methods for Engineering (FRAME), normas de

diversos países, e é inclusive mencionado pela NBR 14432 (ABNT,2001).

1.2Objetivos

O objetivo geral dessa pesquisa é fazer um levantamento dos fatores que representam

o risco efetivo de incêndio no Centro de Tecnologia e comparar ao risco aceitável através da

aplicação do Método de Gretener que permite realizar um mapeamento de risco de incêndio.

Objetivos específicos:

a) Fazer um levantamento in loco das medidas de proteção e dos perigos potenciais

que acercam os edifícios, incluído os equipamentos de extinção ao fogo, as características

construtivas e os materiais armazenados.

b) Calcular o coeficiente “γ” de segurança contra incêndio, e, em casos que o resultado

for negativo, propor melhorias a fim de garantir a segurança dos ocupantes e edificações.

c) Complementar a análise dos parâmetros do método com a Lei complementar N.º

14.690, de 16 de Março de 2015 (versão atualizada da Lei complementar nº 14.376, de 26 de

Dezembro de 2013, implementada após o incidente da Boate Kiss em Santa Maria em 27 de

Janeiro de 2013).

d) Propor correções no método a fim de melhor atender as necessidades da segurança

contra incêndio no Brasil.

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1.3Metodologia

O presente trabalho considera, em um primeiro momento, a realização de uma

pesquisa bibliográfica geral dos riscos, das consequências de ocorrência de um incêndio e das

formas de prevenção do sinistro. Não obstante, trata da legislação brasileira aplicável ao tema

e dos métodos de análise e mapeamento de risco, com ênfase no Método de Gretener, por

meio de análise de teses, dissertações, instruções técnicas e normativas, artigos e periódicos.

Para finalizar o embasamento ao problema, a fundamentação teórica conta com

pequena parcela de pesquisa documental.

De outro norte, tendo em vista a aplicação do método, tem-se uma análise detalhada da

arquitetura, estrutura, uso e condições de segurança das edificações em estudo.

Para tudo isso, foram disponibilizadas as plantas atualizadas dos prédios do Centro de

Tecnologia (prédio principal e anexos), além de uma autorização para que se possa visitar e

recolher dados sobre as salas, laboratórios e escritórios que compõem a unidade.

1.4 Estrutura da Pesquisa

O presente trabalho foi divido em 5 capítulos conforme se julgou necessário para

melhor entendimento do processo.

O capítulo 1 trouxe a introdução como uma forma inicial de abordagem do assunto, a

justificativa pela escolha do tema, os objetivos que deverão ser alcançados ao final da

pesquisa e a metodologia utilizada pra a elaboração do trabalho.

O capítulo 2 e 3 fazem parte da revisão bibliográfica que aborda questões consideradas

essenciais para entendimento e elaboração do problema. O capítulo 2 mostra uma visão geral

sobre questões relacionadas a segurança contra incêndio e a legislação atual na área, assim

como exemplos de ocorrências em situações semelhantes ao estudo de caso. O capítulo 3

descreve de forma sintetizada as modalidades de métodos internacionais de análise de risco,

caracterizando de forma detalhada o Método de Gretener a ser aplicado, com a definição de

seus conceitos e parâmetros.

O capítulo 4 consiste no estudo de caso propriamente dito. Apresenta-se um histórico

da UFSM com ênfase no Centro de Tecnologia, descrevendo suas características

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arquitetônicas, estruturais, materiais armazenados e medidas de proteção adotadas, utilizado

de imagens e plantas para melhor entendimento do caso. Por fim, apresenta-se a aplicação do

Método de Gretener com a descrição dos parâmetros escolhidos e das considerações

realizadas.

O capítulo 5 consiste na conclusão da pesquisa, realizado uma análise quanto aos

objetivos propostos, críticas ao Método escolhido e limitações encontradas.

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2 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

2.1 Breve histórico

O domínio do fogo foi essencial para o desenvolvimento da civilização, porém, o que

trouxe tantos benefícios ao homem, também acarretou diversos eventos indesejados. Como

argumenta Seito et al (2008), foi aprendendo com as grandes catástrofes que a sociedade se

mobilizou para melhorar as condições de segurança contra incêndio (SCI).

A história da SCI começou ainda na Roma Antiga, em 64d.C, quando, após um

incêndio, com duração de oito dias e que destruiu dez dos quatorze distritos da cidade, o

imperador Nero implantou um Código de Edificações, onde todas as residências deveriam

respeitar um recuo mínimo entre a vizinhança e as paredes externas deveriam ser construídas

de material incombustível (COSTA, 2002).

No entanto, as normas e regulamentos, nos moldes atuais para a segurança das

edificações, só foram impulsionados séculos depois quando, em 1666, um incêndio consumiu

com mais de 80% da cidade de Londres, atingindo vários monumentos, estabelecimentos

comercias e hospitais. A partir desse evento, as empresas seguradoras passaram a pensar em

maneiras de proteger os seus clientes, dando então impulso aos serviços de seguro patrimonial

contra incêndio. Ademais, a cidade também passou a estimular o desenvolvimento de

equipamentos de proteção contra incêndio (COTE, 2008).

Enquanto isso, ao final do século 19, nos Estados Unidos (EUA), o histórico incêndio

de Chicago, em 1871, destruiu 17.400 edificações. Embora tenha sido uma tragédia, também

motivou o desenvolvimento da região, visto que a rápida reestruturação contou com novas

regras para a construção, como o uso de tijolo e metal, e uma melhor organização urbanística.

Após o incidente, foi criada nos EUA uma das mais importantes entidades a nível mundial de

segurança contra incêndio, oriunda de empresas seguradoras, a National Fire Protection

Association (NFPA). Foi também a partir da tragédia que várias autoridades reuniram fundos

para, anos mais tarde, instituir a primeira graduação em Engenharia de Proteção ao Fogo, em

1903, no Armour Institute of Technology (COTE, 2008).

Apesar de todos esses acontecimentos, foi só após quatro grandes tragédias, com perda

de vidas, que as técnicas de segurança contra incêndio passaram a deixar de lado a ênfase

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patrimonial e priorizar a segurança das pessoas. Foram elas: Teatro Iroquois em Chicago

(1903, 600 vítimas fatais), a Casa de Ópera Rhoads na Pensilvânia (1908, 170 vítimas fatais),

a Escola Elementar Collinwood em Lake View (1908, 172 vítimas fatais) e a indústria

Triangle Shirtwaist Factory em Nova York (1911, 146 vítimas fatais). A partir disso, a NFPA

divulgou, em 1914, um marco divisório à SCI: o Código de Segurança à Vida, lançando pelo

recém criado Comitê de Segurança à Vida. O mesmo comitê, posteriormente, veio a criar

normas para construção de escadas enclausuradas, saídas de emergência, etc (SEITO et al,

2008).

O Brasil, que ainda não tinha sido atentado com nenhum grande incêndio em número

de vítimas fatais, foi apenas nas décadas de 60 e 70 questionar as normas de SCI adotadas.

Em 1961, um incêndio criminoso no Gran Circo Norte-Americano, em Niterói,

resultou na maior tragédia em número de vítimas no Brasil. Foram 250 mortos e 400 feridos.

A falta de saídas adequadas e a inexistência de pessoas treinadas foram as principais causas

do evento. Anos mais tarde, em 1970, um incêndio na indústria Volkswagen, em São

Bernardo do Campo, matou quatro pessoas. A perda material foi total. Após esse incêndio

começaram a serem implantados os sistemas detectores de fumaça (LUCENA, 2014).

Ainda sim, o marco da SCI no Brasil só veio com os incêndios dos edifícios Andraus e

Joelma, em 1972 e 1974, respectivamente. Anteriormente, a segurança contra incêndio exigia

basicamente o uso de extintores de incêndio e hidrantes, conforme requerido pelas

seguradoras e pelos Corpos de Bombeiros. Após os incidentes, às legislações (Municipal,

Estadual e Federal) e as normas técnicas passaram a ser discutidas e aprimoradas. Novas

considerações começaram a ser feitas como: resistência ao fogo das estruturas, sistemas de

detecção e controle da fumaça (GILL e SILVA, 2011).

Outro fato que chocou o Brasil e o mundo, mostrando a necessidade de reavaliar, tanto

as normas de segurança contra incêndio como a fiscalização das mesmas, foi o incêndio da

Boate Kiss, em 27 de Janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria, onde 242 jovens morreram

asfixiados após um artefato pirotécnico ter entrado em contato com uma espuma de

isolamento acústico do local. A boate estava com superlotação de pessoas, os extintores não

funcionaram e as saídas de emergência estavam irregulares.

Por fim, ao longo dos anos, muitas catástrofes tiveram de acontecer, ocasionando

vítimas fatais, destruindo grandes espaços urbanos e enormes edifícios, para que fosse

percebida a importância da SCI. Com tudo isso, Seito et al (2008) argumenta que a SCI se

tornou uma nova área da ciência e tendência mundial de ensino e pesquisa. Embora não seja

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tarefa fácil, é necessária a inovação e experimentação para melhor administrar os riscos de

incêndio.

Apesar do tema ainda não fazer parte da grade curricular obrigatória das universidades

de engenharia e arquitetura no Brasil, o interesse na área de SCI vem aumentado

gradativamente e novas formas de controlar os sinistros vêm sendo pesquisadas e

aperfeiçoadas.

Os estudos devem contemplar ações e recursos que abranjam as áreas de risco, a fim

de inibir e controlar o sinistro, incluindo, tanto medidas de proteção contra incêndio como

políticas públicas que instruam os indivíduos a agirem em tal situação.

Conforme Brandão (2013), um projeto de SCI deve propor dois objetivos. O primeiro

deles é evitar o início do incêndio. O segundo considera que, na ocorrência do sinistro,

estejam previstas maneiras de confinar o fogo no local de origem, retardando seu crescimento

e propagação, garantir a evacuação com segurança e rapidez dos ocupantes, e facilitar o

acesso e o combate ao fogo de forma eficiente.

Logo, para garantir a segurança contra incêndio de uma edificação são necessários três

elementos: um projeto adequado, equipamentos de qualidade e em pleno funcionamento, e

treinamento. Dessa forma, a cartilha "Inspeção Predial Prevenção e Combate a Incêndio"

(2013)1, explica que a SCI não se limita apenas aos dispositivos de detecção e combate ao

fogo, mas também a implantação dos projetos, as propriedades dos materiais e dos elementos

utilizados na construção, a arquitetura (que prevê as rotas de fuga, a compartimentação, os

acessos para bombeiros), a engenharia que garante a estabilidade estrutural da edificação,

entre outras medidas que podem ser adotadas e que serão descritas no próximo item do

capítulo.

2.2 Medidas de Prevenção e Proteção contra incêndio

Dentro das medidas de segurança contra incêndio, Ono (2007) divide em dois campos:

prevenção e proteção. As medidas de prevenção são aquelas a fim de evitar o surgimento do

sinistro. Enquanto isso, as medidas de proteção são aquelas que visam a detecção e o controle

do crescimento do incêndio até sua extinção, devendo assegurar a integridade da vida humana

1 Fonte: Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo - Ibape/SP

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e preservação dos bens materiais. O conjunto dessas medidas, bem executadas e em

funcionamento, garantem o que se pode chamar de risco aceitável de incêndio.

Um incêndio tem várias etapas, e as medidas de prevenção e proteção devem ser

adotadas a fim de impedir que a sequência tenha continuidade.

O objetivo das medidas de prevenção é eliminar a probabilidade de ocorrência de um

incêndio. Para Lopes (2004) alguns exemplos destas são: estudos de análise de risco de

incêndio, cuidados com o local de armazenamento, manuseio e quantidade de materiais

inflamáveis e combustíveis, cuidados na instalação e manutenção de sistemas elétricos, de

gás, aquecimento e demais fontes de calor (como o cigarro), além da difusão das normas e

regulamentos entre os usuários do local, a fim de criar o hábito por atitudes preventivas.

A interrupção do desenvolvimento de um incêndio é responsabilidade das medidas de

proteção, e estas por sua vez se dividem em ativas e passivas (Tabela 1). Conforme a NBR

14432 (ABNT, 2001), a proteção ativa é aquela acionada manual ou automaticamente devido

a estímulos provocados pelo fogo, são os equipamentos de proteção e detecção de incêndio,

como alarmes, extintores e hidrantes. A proteção passiva é representada por medidas

incorporadas ao sistema construtivo do edifício, são fatores ligados à arquitetura e localização

que reagem passivamente em situação de incêndio, podendo, quando bem projetadas, inibir o

crescimento e propagação do mesmo. A norma prescreve, de uma forma geral, as exigências a

serem atendidas pelos elementos estruturais e de compartimentação a fim de garantir a fuga

dos usuários, a segurança nas ações de combate e salvamento e o desempenho estrutural da

edificação, evitando a ruína parcial e/ou total.

Tabela 1 - Medidas passivas e ativas de proteção contra incêndio

(continua)

Finalidade Proteção Passiva Proteção Ativa

Limitar

crescimento do

incêndio

Controle da quantidade de materiais

combustíveis incorporados aos

elementos construtivos

Sistema de alarme de incêndio

manual

Observância das características de

reação ao fogo dos materiais e

elementos utilizados

Sistema de detecção de fumaça

e alarme automáticos

Extinção inicial do

incêndio X Extintores de Incêndio

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Tabela 1 – Medidas passivas e ativas de proteção contra incêndio

(conclusão)

Finalidade Proteção Passiva Proteção Ativa

Limitar a

propagação do

incêndio

Compartimentação Vertical Sistemas de extinção manual

(hidrantes e mangotinhos)

Compartimentação Horizontal Sistema de extinção automática

(sprinklers)

Evacuação segura,

rápida e eficaz.

Rotas de fuga sinalizadas Sinalização de emergência

Iluminação de emergência

Portas corta-fogo

Sistema de controle de fumaça

automático

Sistema de comunicação de

emergência

Evitar propagação

entre edifícios

Distância adequada entre edifícios

x Resistência ao fogo da envoltória do

edifício e elementos estruturais

Evitar o colapso

estrutural

Resistência ao fogo da envoltória do

edifício e elementos estruturais x

Segurança e

rapidez nas

operações de

combate e

salvamentos

Prever espaço adequando para

acesso dos bombeiros e demais

equipamentos de combate ao

incêndio

Sinalização de emergência

Iluminação de emergência

Sistema de controle de fumaça

automático

Fonte: adaptada de Ono, 2007.

Como enfatiza a Instrução Técnica nº 02/2011 da Polícia Militar do Estado de São

Paulo, o controle dos materiais empregados ao edifício, as características de combustibilidade

e a resistência ao fogo, são fatores determinantes para manter a estabilidade estrutural em caso

de incêndio. Diante de temperaturas elevadas, a estrutura fica sujeita a deformações térmicas e

a capacidade portante vai decaindo gradativamente, culminando no colapso estrutural.

A Segurança Contra Incêndio deve englobar as medidas de prevenção, proteção (ativa

e passiva), e a análise de risco para fins de avaliar a escolha dessas medidas. É de extrema

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importância à implantação de ambas as categorias, visto que, em caso de falha nas medidas de

prevenção, as de proteção tendem a limitar o crescimento e propagação de um incêndio,

mitigando as consequências do sinistro.

Como ressalta Ono (2007), as medidas de prevenção e proteção contra incêndio

representam um custo extra no orçamento de uma edificação. Deve-se considerar as

adequações arquitetônicas, a instalação de equipamentos e a manutenção dos mesmos durante

a vida útil da construção. Esses custos podem ser reduzidos se as soluções forem pensadas e

implantadas ainda em fase de projeto, quando é mais fácil avaliar as medidas passivas a serem

adotadas. Ainda, as medidas ativas dependem que sejam previstas tubulações de água e

instalações elétricas, como no caso de hidrantes e sprinklers. Nesse ponto, pode-se ressaltar a

importância do conhecimento dessas ações, por parte dos arquitetos e engenheiros projetistas.

2.3 Legislação de SCI

A grande maioria das normas utilizadas no Brasil de SCI são referenciadas com base

na NFPA dos Estados Unidos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o

órgão responsável pela publicação das normas que, por sua vez, são elaboradas pelo Comitê

Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (CB-24/ABNT). Segundo catálogo da ABNT

(2015), existem atualmente 75 normas em vigor na área.

As inúmeras transformações pelas quais a sociedade tem passado, incluindo o

desenvolvimento tecnológico, os novos modelos econômicos e a preocupação sustentável,

fizeram com que as normas de SCI também passassem por melhorias. No entanto, apesar dos

avanços, uma das principais dificuldades encontradas pelo CB24/ABNT é a criação de um

Código Nacional de Segurança Contra Incêndio, como forma de uniformizar a tratativa em

âmbito federal. A falta de padronização leva aos Estados a terem legislação própria, que, em

alguns casos, não é eficiente.

Como explica Geyger (2010), a variedade de legislações nas diferentes regiões do

Brasil acaba criando muitos conflitos. A segurança deve existir independente do Estado. Deve

ser objetivo Federal garantir que exista uma referência mínima a ser atendida, cabendo as

autoridades locais, se necessário, exigirem mais.

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Um fato que avaliou fortemente a legislação de SCI no Brasil, especialmente no Rio

Grande de Sul, foi o incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria, em Janeiro de 2013,

que provou a morte de 242 jovens.

Após o incidente, a Câmara dos Deputados aprovou um texto substitutivo ao projeto

de Lei 2020/07 que dispõe de diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a

incêndio em casas de shows e espetáculos. A Lei ainda aguarda apreciação pelo Senado

Federal.

Enquanto isso, em âmbito estadual, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grade

do Sul aprovou a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de Dezembro de 2013, conhecida como

Lei Kiss, já revisada e atualizada até a Lei Complementar n.º 14.690, de 16 de março de 2015.

A Lei trouxe novas exigências para as edificações e áreas de risco no Rio Grande do Sul em

relação às normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios.

Como objetivo geral, a nova legislação estadual classifica as edificações (vide Anexo

A da Lei Complementar nº 14.376) conforme as características de altura, área construída,

ocupação e uso, capacidade de lotação e carga de incêndio. A partir dessas informações, no

Anexo B da mesma Lei, podem ser encontrados os requisitos mínimos exigidos para cada

edificação, como compartimentação horizontal e vertical, controle de materiais de

acabamento, alarme e detecção de incêndio, hidrantes e mangotinhos, chuveiros automáticos e

controle de fumaça. De forma mais especifica, ainda traz informações quanto à abrangência,

competências, atribuições, procedimentos administrativos e penalidades em caso de não

aplicação.

Para auxílio no emprego da Lei Complementar nº 14.376, foi instaurada a Instrução

Normativa 001.1/2014 de 22 de Abril de 2014. Esta instrução serve de base para o Corpo de

Bombeiros na análise dos Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) assim

como nas vistorias a serem realizadas. Além de trazer uma lista de memoriais descritivos,

laudos e os prazos para instalação de cada um dos sistemas de proteção, também faz algumas

considerações, exclusões e orienta a que normas podem ser referenciadas os itens citados da

Lei Complementar nº 14.376.

Como exemplo, podem-se citar o artigo 6º e o artigo 7º da Instrução Normativa

001.1/2014. O artigo 6° trata dos extintores, que, quando considerada sua necessidade

segundo a Lei Complementar nº 14.376, os critérios de distribuição, capacidade extintora e

instalação devem ser realizados conforme a NBR 12693 (ABNT,2013), ou ainda normas

específicas aplicáveis segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul

(CBMRS), como é o caso da Resolução Técnica CBMRS n°14 (2014), que orienta quanto à

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instalação de extintores portáteis e sobre rodas. Já o artigo 7° trata da necessidade de

instalações hidráulicas, e atribui a NBR 13714 (ABNT,2000) as especificações quanto a

hidrantes e mangotinhos.

Dentre as várias resoluções técnicas elaboradas nos últimos anos, ressalta-se ainda a

Resolução Técnica CBMRS nº 5 - Parte 7 (2014) e a Resolução Técnica nº014/BM-CCB

(2009).

A Resolução Técnica CBMRS nº 5 - Parte 7 (2014) trouxe definições importantes

quanto às exigências para edificações existentes, históricas e tombadas. A resolução

caracteriza essas construções como edificações comprovadamente regularizadas em data

anterior à publicação da Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013 e suas

atualizações, desde que sem alterações quanto à área construída e a ocupação. Segundo o que

explica o item 5.2.2, para edificações construídas antes de 28 de Abril de 1997, data do

Decreto n° 37.380, atualmente revogado, não são exigidas medidas que necessitem de

alterações na estrutura, isso inclui instalações de hidrante e mangotinho, chuveiros

automáticos e escadas enclausuradas, se já não tiverem sido instaladas.

A Resolução Técnica nº014/BM-CCB (2009) apresenta informações acerca das

exigências envolvendo o Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndios (TPCI).

Conforme o artigo 2° da resolução, para o treinamento ser considerado válido, deve ser

realizado por profissional devidamente habilitado e ser comunicado, conforme data, horário e

local do treinamento, ao Corpo de Bombeiros. Os treinados recebem um certificado do TPCI

com validade de 4 anos. O artigo 4° ainda define quantas pessoas devem ser treinadas de

acordo com a metragem quadrada da edificação.

A legislação estadual completa, incluindo a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de

Dezembro de 2013 e suas atualizações, a Instrução Normativa 001.1/2014 e as Resoluções

Técnicas citadas assim como as demais que foram aprovadas, estão disponíveis para consulta

no site do CBMRS2.

Por fim, em âmbito municipal, a cidade de Santa Maria conta ainda com a Lei

Municipal n° 3301/91, de 22 de Janeiro de 1991. Mesmo carente de atualizações, é importante

observar que, em alguns fatores, ainda é mais abrangente do que a atual legislação estadual.

Como explica Geyger (2010), uma lei de instância inferior pode ser mais rígida do que a

esfera superior, mas nunca mais branda. A exemplo disso, pode-se citar os hidrantes, em que,

mesmo para uma edificação classificada de risco baixo a vazão requerida é de 250l/min,

2 http://www.cbm.rs.gov.br/. Acesso em 01 de Junho de 2015.

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enquanto que a NBR 13714 (ABNT,2000), citada pela Instrução Normativa 001.1/2014, exige

de 80 a 100l/min.

Embora todos os avanços na área de SCI, Gill e Silva (2011) avaliam a legislação

como de caráter demasiadamente prescritivo. Isto é, procura cobrir todas as situações

possíveis, generalizando exigências e podendo conduzir a soluções extremamente exigentes

ou deficientes.

As medidas prescritivas são de mais fácil compreensão e adoção, mas em

contrapartida não valorizam as soluções alternativas que poderiam ser adotadas para cada

situação em particular. Os projetos, cada vez mais modernos e diversificados, ficam ainda

mais complicados de serem avaliados quanto aos níveis de segurança.

Duarte et al (s.d.) ressalta que a popularidade em seguir a legislação vem de sua

redação didática que não exige muito conhecimento técnico por parte dos profissionais. Além

disso, representam um consenso, sendo mais fácil a verificação de possíveis erros.

Já para Ono (2007), isso mostra a deficiência conceitual por parte dos profissionais,

que deixam de usar soluções alternativas, o que tornaria a edificação igualmente ou mais

segura, estética e funcionalmente aceitável.

As regulamentações, por questões de garantia, tendem a adotar medidas de forma a

estar sempre a favor da segurança, levando a custos maiores. O que deve ser pensado é que,

com o desenvolvimento tecnológico e recursos técnicos disponíveis no mercado, existem

soluções mais adequadas, de mesmo nível de segurança, e mais econômicas.

Com o desenvolvimento das pesquisas em SCI, está sendo possível analisar a

prevenção e proteção contra incêndio de novas formas. O conhecimento quanto às causas e

consequências do sinistro, a forma com que a edificação pode acelerar ou mitigar o processo,

os sistemas de combate de incêndio e a atitude dos ocupantes, tornou-se mais amplo.

Gill e Silva (2011) explicam que, o desenvolvimento de métodos, independente da

legislação e de forte base científica, poderá trazer flexibilidade as soluções à disposição dos

projetistas, além da otimização de custos no sistema, sem diminuir a segurança. Tais métodos

envolvem parâmetros relacionados à SCI que não são englobados pela legislação.

Nesse sentido, o capítulo 3 apresenta exemplos de métodos de análise de risco, bem

como uma descrição detalhada do Método de Gretener a ser desenvolvido neste trabalho.

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2.4 Ocorrências de incêndio em escolas e universidades

O noticiário mostra com frequência o quão o mundo é vulnerável a situações de

incêndio. Desde os primórdios da história catástrofes vem destruindo edifícios residenciais,

comerciais, boates, lojas, fábricas, supermercados,..., vitimando pessoas e trazendo danos

sociais e econômicos. Não tão comuns, mas de extrema importância, incêndios em

universidades e escolas envolvem uma grande concentração de pessoas, um acervo cultural de

livros e pesquisas a serem preservados e, prejuízos educacionais, no caso da necessidade de

parada das atividades.

Em março de 1908, a escola Elementar Collinwood, em Lake View (EUA) foi palco de

uma das maiores tragédias em ambiente escolar (Figura 1). As vítimas totalizaram em 172

crianças, dois professores e uma pessoa que auxiliava no salvamento. O incêndio, originado

de tubos de vapor superaquecidos que vieram a inflamar vigas de madeira, rapidamente se

alastrou. Observou-se que a maioria dos estudantes não conseguiram sair, pois entraram em

pânico, mostrando o quão importante são os treinamentos de escape e combate ao fogo.

Figura 1 - Escola Elementar Collinwood após tragédia.

(FONTE: http://www.deadohio.com/collinwood.htm)

Em 1912, um incêndio destruiu os alojamentos, registros e prédios acadêmicos da

University of Maryland (Figura 2). Não houveram vitimas, porém a universidade só

conseguiu ser reconstruída e voltar a funcionar normalmente 28 anos depois.

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Figura 2 - O campus durante o incêndio.

(FONTE: http://www.lib.umd.edu/univarchives/fire/about.html)

Poucos anos depois, em 28 de Outubro de 1915 na cidade de Peabody, Massachusetts,

um incêndio atingiu a escola St. Johns. O fogo que começou no porão do prédio logo

começou a subir atingindo a frente da escola. Quando o alarme soou, a instrução era que seria

usada a saída traseira do edifício, no entanto a fumaça espessa e o fogo que se espalhou fez

com que muitas pessoas corressem em direção a porta da frente. O resultado foram 21

meninas mortas, queimadas ou esmagadas enquanto tentavam escapar. Após o incidente, a

cidade foi a primeira a regulamentar que todas as portas de saída deveriam empurrar para

fora.

Em 1937, um vazamento de gás causou uma explosão destruindo a School of London

em New London, Texas. É o maio desastre já registrado em escolas da história, com 295

mortas entre alunos e professores (Figura 3).

Figura 3 - Schoolof London após explosão de gás.

(FONTE: http://www3.gendisasters.com/texas/2696/new-london-tx-school-explosion-mar).

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A negligência quanto à adoção de medidas de prevenção e proteção contra incêndio

ficaram evidentes no desastre que atentou a Our Ladys of the Angels School, em dezembro de

1958, na cidade de Chicago, Illinois (EUA). A escola ilustrada na figura 4, totalmente

despreparada para uma situação de risco, só contava com uma saída. Nem sprinklers,

detectores de fumaça, alarmes de incêndio, portas corta-fogo ou escadas protegidas, embora a

estrutura externa fosse de tijolos, internamente a escadas, pisos, telhados e divisórias eram de

madeira, e o piso era frequentemente revestido a base de petróleo inflamável. O fogo que

começou no porão, vitimou 95 pessoas e teve origem desconhecida até os dias de hoje. Poucas

semanas antes da tragédia, a escola havia sido aprovada em uma inspeção do Corpo de

Bombeiros, visto que na época a legislação liberava as escolas mais antigas de dispositivos de

segurança contra incêndio.

Figura 4 - Incêndio que atingiu escola em Chicago (EUA, 1958)

(FONTE:http://www.olafire.com/FireSummary.asp)

Mais recentemente, em novembro de 2003, um incêndio matou 36 estudantes em um

dormitório na Peoples’Friendship University of Russia, situada em Moscou, conforme figura

5. A origem do sinistro teria sido a falta de manutenção nos equipamentos elétricos. Há

relatos quanto à estrutura interna em madeira, à dificuldade para encontrar as saídas e à lenta

ação dos bombeiros.

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Figura 5 - Dormitório em cinzas da Peoples’ Friendship University of Russia.

(FONTE: http://www.michigandaily.com/content/dorm-fire-russia-leaves-36-students-dead).

Em 2007, na cidade de Santa Maria (RS), um incêndio destruiu mais da metade das

instalações onde funcionava o tradicional Colégio Centenário e Faculdade Metodista

(FAME). As causas prováveis indicam que o fogo tenha começado devido a um curto-

circuito. Embora sem perdas humanas, o resultado do trágico acontecimento pode ser visto até

os dias de hoje por quem passa no local. O prédio nunca foi restaurado (Figura 6).

Figura 6 - Restos do Colégio Centenário após incêndio em 2007.

(FONTE: http://www.arazao.com.br/noticia/62984)

A Universidade Federal de Sana Maria também já foi palco de incêndios, nos últimos

anos.

Em fevereiro de 2013, o Laboratório de Biotecnologia Vegetal, prédio 19 da UFSM,

ficou parcialmente destruído e as aulas foram suspensas. O incêndio foi logo controlado e não

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houveram feridos. O susto teria sido causado por uma substância química que estava em uma

geladeira e explodiu. O fogo destruiu equipamentos eletrônicos, experimentos e arquivos,

móveis, e outras pesquisas que ficavam em salas ao entorno do laboratório. Além de outras

irregularidades, foi apontado na época que o prédio não tinha PPCI (Figura 7).

Figura 7 - Imagem do prédio 19 da UFSM após susto

(FONTE: (http://issuu.com/jornalarazao/docs/0911/73?e=5114702/5563635)

O campus da UFSM de Frederico Westphalen também foi palco de prejuízos à

comunidade acadêmica. Em janeiro de 2014, o fogo que começou devido ao

superaquecimento em uma estufa de secagem em um dos blocos da instituição, destruiu o

equipamento, amostras e cerca de três anos de pesquisas do curso de Agronomia (Figura 8).

Figura 8 - Superaquecimento em estufa causa incêndio em laboratório.

(FONTE: http://www.oaltouruguai.com.br/publicacao)

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Outro sinal de alerta foi dado em março de 2014 quanto à necessidade de prevenção

contra incêndio (Figura 9). Sem feridos ou perdas econômicas consideráveis, um depósito da

UFSM ficou totalmente destruído depois de incendiar. Foram mobilizados cinco caminhões

de bombeiros e a Base Área para conter o fogo no local.

Figura 9 - Bombeiros trabalham para conter fogo em depósito da UFSM.

(FONTE: (http://issuu.com/jornalarazao/docs/jornal_araz__o_18-03 2014/15?e=5114702/7130170)

Informações da PROINFRA do início de 2014 indicam que, com um investimento de

aproximadamente R$ 30 milhões de reais, a UFSM irá demorar três anos para adequar todos

os prédios da instituição, de acordo com as novas exigências de prevenção e proteção contra

incêndio.

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3 GERENCIAMENTO E MÉTODOS DE ANÁLISE DE RISCO DE

INÊNDIO

3.1 Gerenciamento de Riscos

Um incêndio, quando iniciado, pode atingir diversas magnitudes, mas em qualquer

uma delas o resultado sempre será negativo. O fogo só deixa de queimar quando não tem mais

condições de sustentação, e isso ocorre na ausência de um dos quatro elementos essenciais a

ocorrência do fenômeno: combustível, comburente (oxigênio), calor e a reação em

cadeia.Segundo a Instrução Técnica nº 02/2011 da Polícia Militar do Estado de São Paulo, um

incêndio só tende a cessar quando a quantidade de oxigênio no ambiente cai para valores

inferiores a 14%, logo, a duração do incêndio depende da quantidade de comburente e de

combustível do local.

Enquanto queima, o fogo consome com bens materiais, prejudica o meio ambiente, e

põem em risco a vida humana. Por este motivo, conforme Melo et al (2002), o homem tem

usado o gerenciamento de riscos como forma de identificar, analisar e avaliar os riscos

existentes e então elaborar um planejamento a fim de evitar ou minimizar os danos causados

pelo sinistro.

Ao se desenvolver um plano de gerenciamento de risco de incêndio é essencial

identificar os riscos existentes, verificar sobre o que é mais importante a ser protegido e o que

será considerado como risco admissível.Duarte et al (s.d.) ressalta que o plano deve abranger

a proteção às pessoas de acordo com suas características e atividades, conservação da

propriedade, e a garantia de continuidade das atividades após o incidente.

A NBR 13860 (ABNT, 1997, p.9) define risco de incêndio como a “probabilidade de

ocorrência de incêndio”. Tal probabilidade pode ser avaliada em função da altura e área

construída, do tipo de atividade desenvolvida, do material armazenado e do número de

ocupantes.

Duarte et al (s.d.) enumera a probabilidade do risco de incêndio em três etapas:

a) A probabilidade de que ocorra ignição;

b) A probabilidade de que uma quantidade suficiente de combustível esteja presente;

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c) A probabilidade de que o calor e os produtos da combustão interfiram na

estabilidade da estrutura.

No entanto, Lopes (2008) determina dois parâmetros como diretamente ligados ao

risco: a probabilidade de ocorrência e a gravidade, logo, em uma análise de risco, para

alcançar um limite aceitável, deve-se minimizar uma das variáveis.

O risco é um fator presente em diversas atividades cotidianas, envolto a incertezas e

consequências adversas. Desta forma, como enfatiza Lucena (2014), o risco de incêndio

nunca pode ser considerado nulo visto que envolve a segurança dos ocupantes de um

determinado local assim como perdas sociais, econômicas e ambientais.

Nesse contexto, a análise de risco de incêndio surgiu a fim de criar um limite mínimo

de segurança a ser atendido. O objetivo principal é evitar o início do sinistro, mas, se a

ocorrência for inevitável, deve-se garantir que as medidas de proteção adotadas serão

suficientes para que o risco máximo aceitável não seja ultrapassado.

Conforme Santana (2007), a análise de risco consiste em identificar as causas e fontes

de risco, analisar a sequência do fluxo de um incêndio, avaliar o comportamento dos

ocupantes, as características estruturais e as medidas de proteção adotadas, e assim, ponderar

sobre as consequências do evento.

Desse modo, a análise de risco de incêndio auxilia diretamente na escolha das medidas

preventivas e protetivas a serem implantadas em cada projeto, fazendo com que cada

edificação mereça um estudo diferenciado considerando suas particularidades.

Zaguini (2012) analisa que, ainda que seja difícil prever todos os riscos a que se está

exposto, estes métodos colaboram diretamente com a prevenção de acidentes.

Na literatura, são encontradas diversas metodologias para a análise de risco de

incêndio, cada qual com suas características e aplicabilidades. Representam uma forma de

avaliar a segurança à vida e aos bens. A seguir, serão apresentando os principais métodos

utilizados, bem como a metodologia escolhida para avaliar o risco de incêndio do estudo de

caso proposto.

3.2 Métodos de avaliação

Conforme Venezia (2011), os métodos de avaliação de risco de incêndio podem ser

enquadrados em três diferentes técnicas de abordagem: qualitativa, quantitativa e

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semiquantitativa. Dentre elas, há um nível matemático diferenciado, devendo ser escolhida

aquela que melhor atender os objetivos e o grau de exigência esperado.

Os métodos qualitativos são enquadrados como métodos mais baratos e de fácil

aplicação, no entanto são pouco abrangentes quando se trata de análise de risco de incêndio.

Lopes (2004 apud BARANOSKI, 2008) explica que esta metodologia se baseia nas normas e

regulamentos contra incêndio em vigor. As edificações são classificadas de acordo com sua

ocupação, sendo então escolhidos quais e quantos serão os tipos de proteção adotados.

Lucena (2014) ainda esclarece que, embora possibilitem a identificação dos perigos e

a escolha das formas de prevenção e proteção, os métodos qualitativos não quantificam a

probabilidade de ocorrência do sinistro.

Classificados nessa categoria, pode-se citar os métodos descritivos, o "checklist" e a

análise histórica de eventos.

Já os métodos quantitativos tendem a produzir ótimos resultados, em contra partida,

são caros e demorados devido ao nível de exigência, tornando-os muitas vezes inviáveis de

serem aplicados.

Segundo Santana (2007) esses métodos são os mais eficazes quando se trata de análise

de risco de incêndio, visto que possuem valores mensuráveis que identificam os riscos e as

consequências de um incêndio. Além disso, possíveis erros são de fácil localização, embora

um novo processamento de dados possa levar tempo devido a quantidade de detalhes

considerados.

O autor ainda afirma que uma análise quantitativa completa usa o método da árvore de

eventos para fins do método principal, onde se parte de uma análise indutiva para

primeiramente identificar os possíveis eventos iniciais (geradores de risco), o comportamento

das pessoas e os sistemas de segurança que minimizariam esses eventos. Após isso, é montada

uma sequência de acontecimentos, e finalmente os efeitos resultantes do evento

inicial.Construída a árvore, cada ramo representa um evento final, e a soma da probabilidade

de ocorrência de cada um destes eventos representa o risco total a que está sujeito tal cenário.

Dentre os métodos quantitativos de análise de risco de incêndio, pode-se citar o

método "Computation of Risk Indices by Simultion Procedures" (CRISP), o Modelo de

Avaliação de Custo de Risco (FIRECAM) e o "Building Fire Safety Engineering Method"

(BFSEM).

Da necessidade de encontrar uma técnica menos rigorosa sem abrir mão de resultados

satisfatórios, surgiram os métodos semiquantitativos de análise de risco.

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Como explica Santana (2007), cabe ao aplicador do método unicamente inserir os

dados solicitados. O peso de cada dado para o resultado final é estipulado pelo próprio

método por meio de parâmetros bem definidos desde o desenvolvimento metodológico. Para

formulação do processo, os especialistas identificam os fatores que influenciam durante a

ocorrência de um incêndio, tanto os perigos quanto as medidas de proteção, e atribuem pesos

de acordo com o grau de capacidade que cada fator pode afetar na segurança de um edifício.

A combinação matemática desses parâmetros resultantes, conforme é instruída para cada

método, resulta em um índice de risco.

O maior trabalho em aplicar esses métodos está na coleta de dados, pois, após

recolhidos, o processo consiste em ponderar as características em tabelas prontas retirando

parâmetros numéricos de fácil compreensão. Embora o trabalho do aplicador seja simples,

não necessitando de grandes conhecimentos, a capacidade de julgar tais fatores depende da

visão do mesmo, podendo interferir na qualidade final do resultado.

Em situações de projeto, podem-se criar várias soluções distintas em um mesmo local,

ou seja, aplicar diferentes medidas de proteção e verificar o nível de segurança conferido,

facilitando a análise de custo benefício obtido em cada uma delas.

Como exemplo da metodologia semiquantitativa, destacam-se métodos como o

Método de Gretener, "Fire Risk Assessment Method for Engineering" (FRAME) e Método de

Purt.

O presente trabalho irá se limitar a descrever detalhadamente o Método de Gretener,

utilizado posteriormente no Capítulo 4 para análise de risco em um estudo de caso

previamente escolhido.

3.3 Método de Greneter

Diretor da Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça, o engenheiro Max

Gretener iniciou em 1960 os estudos para quantificar matematicamente os riscos de incêndio

em indústrias e grandes edifícios. Publicado em 1965, como a maioria dos métodos de

avaliação de riscos,foi concebido inicialmente visando o interesse de empresas seguradoras.

Em 1968, o método foi regulamentado pelo Corpo de Bombeiros Suíço afim de ser aplicado

para avaliar as medidas de proteção contra incêndio das edificações. Já em 1984, sofreu

algumas alterações por um grupo de especialistas da SIA (Societé Suisse des Ingénieurset des

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Architectes) e de outras companhias de seguro, quando então foi publicado um documento

chamado de SIA-81 “Método de avaliação de risco de incêndio” (SIA, 2004).

Um dos métodos de avaliação de risco de incêndio mais difundido, serviu de base para

métodos como o FRAME, o Método de Purt, o "Évaluation du Risque Incendie Calculé"

(ERIC), o FIRECAM e normas em diversas partes do mundo. Em 1987, por exemplo, foi

referência para as normas austríacas TRVB A-100 e TRVB A-126, ambas publicadas pela

Liga Federal de Combate a Incêndio da Áustria. A Nova Zelândia faz uso dos valores de

carga de incêndio expostos nesse método. A última atualização e revisão do SIA-81 é datada

de 1996(SILVA e COELHO FILHO, 2007).

No Brasil, a NBR 14432 (ABNT,2001) admite a utilização de métodos internacionais

reconhecidos e aceitos pela comunidade tecnocientifica para atendimento das exigências de

resistência ao fogo dos elementos estruturais, desde que, adotadas as devidas considerações

para adaptar o procedimento à realidade brasileira. Para a NBR 14432 (ABNT,2001, p.4)

5.5 Admite-se a utilização de métodos tendo por base a contraposição de medidas de

proteção contra incêndio para a determinação dos tempos requeridos de resistência

ao fogo dos elementos construtivos. Estes tempos podem variar em função da

quantificação do risco e da adoção de medidas complementares de proteção ativa e de proteção passiva. Em particular, entre esses métodos, pode ser adotado o método

de Gretener ou seus sucedâneos.

De simples aplicação, Lopes (2008) resume o Método de Gretener como fórmulas

matemáticas simples a serem utilizadas concomitantemente com várias tabelas de dados,

desenvolvidas com fundamentação estatística. O nível de segurança é medido pela

determinação do fator γ (coeficiente de segurança contra incêndio) para cada compartimento

de incêndio da edificação. A resposta será satisfatória se todos γ forem maiores ou iguais a

um.

Além da avaliação quantitativa do risco de incêndio através do coeficiente “γ”

resultante, é possível identificar quais as melhores medidas a serem adotadas para garantir o

desempenho do edifício. Dessa forma, pode ser aplicado tanto em edificações que estão sendo

projetadas como para averiguar a segurança em já existentes.

Nos próximos tópicos que seguem, o método será descrito de forma sistemática em 9

passos, facilitando a compreensão e aplicação do mesmo. As fórmulas, tabelas e parâmetros

para aplicação do método foram retiradas e adaptadas da publicação "Avaliação do Risco de

Incêndio - Método de Cálculo", tradução pelo instituto superior técnico de Lisboa, da

publicação, em alemão, mesmo nome da SIA.

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35

3.3.1 Considerações iniciais

Como definições iniciais, é importante conhecer os conceitos de compartimento de

incêndio e células corta-fogo segundo o Método de Gretener.

Um compartimento de incêndio é uma parte da edificação separada do conjunto por

meio de fachadas e paredes internas resistentes ao fogo, de maneira que na ocorrência de um

incêndio, o fogo se limite a este compartimento e não venha a atingir outros ambientes ou

andares.

Uma célula corta-fogo é um ambiente de área inferior a 200m² que atenda as

exigências de resistência ao fogo F30/T30 (resistência ao fogo de 30min para paredes e

portas, respectivamente).

Além disso, o Método de Gretener considera que algumas regras gerais de segurança

estão implicitamente sendo atendidas. São elas: as distâncias de segurança entre edifícios

vizinhos, saídas de evacuação, iluminação e sinalização de emergência, assim como

instalações técnicas de acordo com as normas.

3.3.2 Classificação quanto ao tipo de construção

O método é usualmente aplicado para avaliar o nível de segurança contra incêndio em

estabelecimentos públicos com grande densidade de pessoas (hotéis, hospitais, museus,

escolas, etc), em edifícios industriais e comerciais, e também para edifícios de usos múltiplos.

De acordo com o tipo de construção, o Método de Gretener classifica as edificações

em tipo Z, G ou V, de acordo com a facilidade de propagação do fogo.

O tipo Z representa uma construção fracionada em células corta-fogo, em que a

propagação do incêndio é dificultada em ambos os sentidos, horizontal e vertical. Os

elementos resistentes e de compartimentação devem apresentar resistência ao fogo suficiente

para manter o desempenho estrutural do edifício. As ligações verticais devem ser separadas

do restante da edificação por estruturas corta-fogo.

O tipo G representa uma construção em grande superfície, onde um compartimento de

incêndio corresponde a um andar inteiro. A propagação do incêndio é dificultada apenas no

sentido vertical da construção. Os elementos resistentes e de compartimentação devem

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apresentar resistência ao fogo suficiente para manter o desempenho estrutural do edifício. As

ligações verticais devem ser separadas do restante da edificação por estruturas corta-fogo.

Finalmente, o tipo V representa uma construção em grande volume, onde um

compartimento de incêndio corresponde ao conjunto da edificação como um todo. Devido à

inexistência de separação entre os andares, a propagação do incêndio é facilitada em ambos os

sentidos, horizontal e vertical. As ligações verticais são abertas, as instalações de climatização

podem contribuir para propagação do fogo ou ainda a estrutura não apresenta resistência

suficiente.

3.3.3 Definição dos Perigos Potenciais (P)

Os perigos potenciais são aqueles fatores que, de uma forma ou de outra tendem a

favorecer o desenvolvimento de um incêndio. Dividem-se em perigo inerente ao conteúdo e

perigo inerente ao edifício.

Os perigos inerentes ao conteúdo afetam diretamente na propagação de um incêndio.

São os equipamentos mobiliários e produtos que trazem as características de carga de

incêndio mobiliária (q), combustibilidade (c), formação de fumaça (r) e perigo de

corrosão/toxidade (k).

Os perigos inerentes ao edifício são relacionados aos elementos estruturais, de

compartimentação e características arquitetônicas. Nesse ponto serão analisados três fatores: a

carga de incêndio imobiliária (i), a altura útil do local (e) e a amplitude da superfície (g).

O produto destes sete fatores resulta no valor do perigo potencial (P).

(1)

A carga de incêndio mobiliária ( , fator q) é quociente entre quantidade de calor

liberada na queima dos materiais combustíveis presentes pela superfície do compartimento de

incêndio (AB) analisado (MJ/m²). Para um compartimento de uso específico, o valor de e

o fator q podem ser retirados do Anexo C, no entanto, quando o uso for indeterminado,

pode ainda ser extraído do mesmo anexo, mas o valor do fator q é obtido pela Tabela 2.

A carga mobiliária pode ser calculada por andar (edifícios tipo Z e G), ou pela soma

do conjunto de andares referindo-se ao andar de maior área (edifício tipo V).

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37

Tabela 2 - Carga mobiliária de incêndio Qm, fator q

Qm (MJ/m²) q Qm (MJ/m²) q Qm (MJ/m²) q

Até 50 0,60 401-600 1,30 5001-7000 2,00

51-75 0,70 601-800 1,40 7001-10000 2,10

76-100 0,80 801-1200 1,50 10001-14000 2,20

101-150 0,90 1201-1700 1,60 14001-20000 2,30

151-200 1,00 1701-2500 1,70 20001-28000 2,40

201-300 1,10 2501-3500 1,80 mais de 28000 2,50

301-400 1,20 3501-5000 1,90

A combustibilidade (fator c) depende do grau de perigo em que os materiais

combustíveis se enquadram quanto à inflamabilidade e à velocidade de combustão. Para

definição desse fator é considerado o material com maior fator c, desde que ele corresponda a,

pelo menos, 10% da carga de incêndio mobiliária. Para uso específico, o fator pode ser obtido

no Anexo C, para usos múltiplos, retira-lo da Tabela 3.

Tabela 3 - Combustibilidade Fe, fator c

Combustibilidade Grau de Perigo c

Altamente inflamável 1 1,60

Facilmente inflamável 2 1,40

Inflámável, facilmente combustível 3 1,20

Normalmente combustível 4 1,00

Dificilmente combustível 5 1,00

Incombustível 6 1,00

O perigo de fumo (fator r) define os materiais que produzem fumaça intensa

durante a combustão. Da mesma forma que a combustibilidade, é considerado o material com

maior fator r, desde que ele corresponda a, pelo menos, 10% da carga de incêndio mobiliária.

Pode ser obtido no Anexo C em caso de uso especifico do compartimento, ou através da

Tabela 4 para múltiplos usos. Caso existirem materiais que, mesmo em quantidade inferior,

exalarem fumaça intensa, deverá ser adotado r =1,1.

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Tabela 4 - Perigo ao fumo Fu, fator r

Perigo devido ao fugo r

normal 1,0

médio 1,1

grande 1,2

O perigo de corrosão ou toxidade ( fator k) representa os materiais que em

combustão produzem gases venenosos prejudiciais à saúde. Será considerado o material com

valor de k mais expressivo, desde que ele represente pelo menos 10% da carga mobiliária, ou

ainda materiais de grande perigo de corrosão e toxidade, mesmo que representem um valor

inferior. Pode ser obtido no Anexo C em caso de uso especifico do compartimento, ou através

da Tabela 5 para múltiplos usos.

Tabela 5 - Perigo de corrosão/toxidade Co, fator k

Grau de toxidade/corrosão k

normal 1

médio 1,1

grande 1,2

A carga de incêndio imobiliária ( , fator i) é relacionada ao material combustível

inserido aos elementos de fachada, pavimentos e coberturas, assim como da estrutura

resistente, e pode ser definida pela Tabela 6.

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Tabela 6 - Carga de incêndio imobiliária Qi, fator i.

Elementos de fachada e cobertura

Incombustível* Combustível protegida** Combustível***

Estrutura resistente

Incombustível* 1 1,05 1,1

Combustível protegida** 1,1 1,15 1,2

Combustível*** 1,2 1,25 1,3

* Betão, tijolo, metal, concreto e outros materiais incombustíveis.

** Fcb 30 (resistência ao fogo de 30min para estruturas de madeira).

*** Madeira e material sintético.

A altura útil do local ( fator e) para um edifício de múltiplosandares analisa a

dificuldade de fuga e a intervenção dos bombeiros em uma situação de incêndio. Quando o pé

direto for até 3m, é o número de andares que define o fator e. Para valores superiores, o fator

é encontrado a partir da cota E (altura a partir do nível da rua até a face superior do

pavimento).O fator e pode ser encontrado conforme Tabela 7.

Tabela 7 - Nível do andar ou altura útil do local E, fator e

Para múltiplos andares

Andar Altura útil E Fator e

desde o 11º andar ≤ 34 m 2,00

desde o 8º andar ≤ 25 m 1,90

desde o 7º andar ≤ 22 m 1,85

desde o 6º andar ≤ 19 m 1,80

desde o 5º andar ≤ 16 m 1,75

desde o 4º andar ≤ 13 m 1,65

desde o 3º andar ≤ 10 m 1,50

desde o 2º andar ≤ 7 m 1,30

desde o 1º andar ˂ 4 m 1,00

Térreo 1,00

A amplitude da superfície (fator g) pondera quanto à propagação horizontal de um

incêndio. Quanto maiores às dimensões da superfície AB, mais desfavorável para a ação de

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combate ao sinistro. Além disso, quanto maior a relação comprimento/largura (l/b), mais

dificultado é o acesso dos bombeiros. O fator g pode ser retirado da Tabela 8.

Para edifícios tipo V, considerar o andar de maior superfície.

Tabela 8 - Amplitude de superfície, fator g

l/b fator g

8:1 7:1 6:1 5:1 4:1 3:1 2:1 1:1

Su

per

fíci

e A

B (

m²)

800 770 730 680 630 580 500 400 0,40

1200 1150 1090 1030 950 870 760 600 0,50

1600 1530 1450 1370 1270 1150 1010 800 0,60

2000 1900 1450 1700 1600 1450 1250 1000 0,80

2400 2300 1450 2050 1900 1750 1500 1200 1,00

4000 3800 1450 3400 3200 2900 2500 2000 1,20

6000 5700 1450 5100 4800 4300 3800 3000 1,40

8000 7700 1450 6800 6300 5800 5000 4000 1,60

10000 9600 1450 8500 7900 7200 6300 5000 1,80

Obs.: A tabela completa pode ser encontrada no texto original do método, constam aqui apenas os valores de

interesse.

3.3.4 Definição das medidas de proteção (M)

As medidas de proteção tem fundamental importância, pois são responsáveis por

dificultar a propagação e o crescimento de um incêndio. Estas medidas podem ser divididas

em medidas normais (N), especiais (S) e construtivas (F), sendo que o produto destas três

categorias resulta no valor de M.

(2)

As medidas normais de proteção (N) decorrem da análise de cinco fatores de proteção,

representadas pelos parâmetros a

(3)

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a) : refere-se aos extintores portáteis, sendo válidos apenas aqueles que estejam de

acordo com as normas vigentes.

b) : analisa a existência de hidrantes internos.

c) : avalia a fiabilidade do sistema de abastecimento de água quanto à vazão,

pressão, e à reserva de incêndio, devendo atender as características conforme o grau de perigo

enquadrado. Os graus de perigo podem ser classificados como de risco grande (edifícios

antigos, grandes lojas, locais de trabalho com madeira, pintura ou sintéticos), médio (edifícios

administrativos, empresas artesanais) ou pequeno (edificações de um só andar com pequena

carga de incêndio), dependendo da quantidade de pessoas e/ou da concentração de bens.

d) : analisa a conduta de alimentação. Depende do comprimento de tubulação

necessário entre o hidrante de urbano e a entrada do edifício mais próxima.

e) considera a existência de pessoal instruído para agir em situações de incêndio,

com treinamento adequado para manuseio dos equipamentos de segurança contra incêndio.

Todos os parâmetros necessários para definição das medidas acima citadas estão

agrupados na Tabela 9.

Tabela 9 - Medidas Normais de Proteção (N)

(continua)

Medias Normas de Proteção (N)

Extintores

portáteis n1

Suficiente n1 = 1,00

Insuficiente/Inexistente n1 = 0,90

Hidrantes

internos n2

Suficiente n2 = 1,00

Insuficiente/Inexistente n2 = 0,80

Fiabilidade do

sistema de

abastecimento de

água - n3

Condições mínimas de vazão

grande risco - mais de 3600 l/min reserva de incêndio 480m³

médio risco - mais de 1800 l/min reserva de incêndio 240m³

pequeno risco - mais de 900 l/min reserva de incêndio 120m³

Não atendendo as condições acima os

fatores n3 devem ser reduzidos 0,05 a

cada 300l/min

Não atendendo as condições

acima os fatores n3 devem ser

reduzidos 0,05 a cada 36m³ a

menos

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Tabela 9 - Medidas Normais de Proteção (N)

(conclusão)

Medias Normas de Proteção (N)

Fiabilidade do sistema de

abastecimento de água - n3

Pressão saída do hidrante

˂ 2 bar ˃ 2 bar ˃ 4 bar

Reservatório elevado com

reserva de água 0,70 0,85 1

Reservatório elevado sem

reserva de água 0,65 0,75 0,9

Bomba de nível freático

independente da rede 0,60 0,7 0,85

Bomba de nível freático

dependente da rede 0,50 0,6 0,7

Águas naturais 0,50 0,55 0,6

Conduta de Alimentação

menor que 70 m n4 = 1,00

entre 70 - 100 m n4 = 0,95

maior que 100 m n4 = 0,90

Pessoal Instruído Disponível e treinado n5 = 1,00

Insuficiente/Inexistente n5 = 0,80

As medidas especiais de proteção (S) são medidas complementares de segurança

contra incêndio. Quando para algum grupo não houver informações, adotar O valor

final de (S) é resultando de seis fatores, abaixo descritos.

(4)

a) : parâmetro definido pela forma de detecção ao fogo. A detecção pode ser feita

por meio da instalação de sprinklers, alarme automático ou serviço de vigilantes. Os vigilantes

podem ser guardas da empresa ou serviços terceirizados competentes, as rondas devem ser

controladas por relógio ponto e o acionamento do alarme deve estar a no máximo 100m de

qualquer ponto que o vigia possa se encontrar na edificação.

b) : analisa o modo de transmissão do alerta.

c) : avalia a atuação dos bombeiros da empresa (BE) e dos bombeiros oficiais (BO).

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c.1) BE1: brigada de incêndio que possa ser alertada ao mesmo tempo durante as horas

de trabalho, formada pelo mínimo de 10 homens treinados, preferencialmente pertencentes ao

CB local.

c.2) BE2: corpo de bombeiros da empresa, com o mínimo de 20 homens treinados e

com comando próprio, podendo ser alertados ao mesmo tempo durante as horas de trabalho.

c.3) BE3: corpo de bombeiros da empresa, com o mínimo de 20 homens treinados e

com comando próprio, podendo ser alertados ao mesmo tempo a qualquer horário.

c.4) BE4: difere do escalão BE3 por considerar ainda 4 homens em prontidão nos dias

inativos.

c.5) BO1: quando não se enquadra em BO2.

c.6) BO2: corpo oficial de bombeiros contando com 20 pessoas treinadas e chamadas

via alerta telefônico de grupos que avisa simultaneamente todos os elementos do Corpo de

Bombeiros não profissionais. Entende-se por Corpo de Bombeiros não profissionais os

chamados Sapadores Bombeiros, grupo de profissionais e voluntários que atuam em conjunto

com o Corpo de Bombeiros nas ações de prevenção e combate a incêndio, muito comum em

países mais desenvolvidos.

c.7) BO3: considera as características do B02, mas que, além disso, a equipe dispõe de

um caminhão auto-tanque.

c.8) B04: corpo oficial de bombeiros com no mínimo 20 homens treinados e alertados

por via telefônica. O caminhão auto-tanque deve possuir capacidade mínima de 1200l, e em

dias inativos devem permanecer de plantão 3 homens, prontos para partir em um intervalo de

5min.

c.9) B05: difere do escalão B04 por exigir um caminhão auto-tanque com a capacidade

mínima de 2400l e 5 homens de plantão em dias inativos.

c.10) BO6: difere do escalão BO5, pois considera o serviço permanente de no mínimo

4 homens treinados em serviços de incêndio e proteção contra gases.

c.11) BO7: corpo de bombeiros profissional cujas equipes estão distribuídas em vários

pontos da cidade. Treinados e equipados adequadamente, sejam quaisquer os riscos

existentes.

d) : considera o tempo desde o disparo do alarme até a chegada do grupo de

intervenção adequado a atender o sinistro.

e) qualifica as instalações de extinção.

f) refere-se as instalações de evacuação de calor e de fumo, caso existam.

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Todos os parâmetros necessários para definição das medidas anteriormente citados

estão agrupados na Tabela 10.

Tabela 10 - Medidas Especiais de Proteção (S)

Medidas Especiais de Proteção (S)

Det

ecçã

o a

o

fogo -

s1 Vigilância: ao menos duas rondas noturnas e em dias em inativos. 1,05

Vigilância: noturna e em dias inativos em intervalos de duas

horas. 1,10

Alarme automático. 1,45

Instalação de sprinklers. 1,20

Tra

nsm

issã

o d

o a

lert

a -

s2

Posto de controle funcionando permanentemente, ocupado

durante a noite por uma só pessoa junto a aparelho telefônico. Ex.

guarita.

1,05

Posto de controle funcionando permanentemente, ocupado por

pelo menos duas pessoas junto a aparelho telefônico. Ex: guarita. 1,1

Transmissão automática do alerta por via telefônica que se efetua

automaticamente a partir da central de detecção ou sprinkler para

um posto de alarme de incêndio.

1,10

Transmissão automática do alerta por via telefônica controlada

permanentemente (linha alugada ou constantemente controlada)

que se efetua a partir da central de detecção ou sprinkler para um

posto de alarme de incêndio.

1,20

Bom

bei

ros

ofi

ciais

(B

O)e

Bom

bei

ros

de

emp

resa

(BE

) -

s3

BE1 BE2 BE3 BE4 SEM BE

BO1 1,20 1,30 1,40 1,50 1,00

BO2 1,30 1,40 1,50 1,60 1,15

BO3 1,40 1,50 1,60 1,70 1,30

BO4 1,45 1,55 1,65 1,75 1,35

BO5 1,50 1,60 1,70 1,80 1,40

BO6 1,55 1,65 1,75 1,85 1,45

BO7 1,70 1,75 1,80 1,90 1,60

Tem

po d

e

inte

rven

ção

do B

E -

s4

Tempo Sprinkler BE1 e BE2 BE3 BE4 SEM BE

≤ 15min 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

≤30min 1,00 0,90 0,95 1,00 0,80

≥30min 0,95 0,75 0,90 0,95 0,60

Inst

ala

çõ

es d

e

exti

nçã

o

- s5

Instalação de sprinklers 2,00

Proteção de local com instalação dilúvio 1,70

Proteção de local com instalação automática, extinção a gás 1,35

s6

Instalação de evacuação de calor e de fumo 1,20

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As medidas construtivas de proteção (F) são relacionadas a resistência ao fogo de uma

estrutura. O valor final de (F) é resultando de quatro fatores, abaixo descritos.

(5)

a) : refere-se à estrutura resistente (pilares, vigas e alvenaria) quanto à resistência ao

fogo do compartimento de incêndio analisado.

b) : quantifica a resistência ao fogo das fachadas do compartimento analisado. O

valor do parâmetro depende da porcentagem de superfície das janelas (AF) em relação à

superfície da fachada, assim como o gênero de construção da fachada, com as juntas e demais

elementos de ligação. Considerar sempre a parte que apresentar menor resistência.

c) : quantifica a resistência ao fogo dos pavimentos (elementos horizontais de

separação), o gênero das ligações verticais e o número de pisos.As ligações verticais são

consideradas protegidas quando forem enclausuradas por alvenaria F60*, ou, se abertas,

possuírem instalação de extinção automática ao fogo (sprinkler, instalação dilúvio ou cortina

cota-fogo).

d) : considera a resistência dos elementos de compartimentação e a relação entre a

área das janelas (AF) e a área da superfície da célula corta fogo (AZ).

Todos os parâmetros necessários para definição das medidas acima citadas estão

agrupados na Tabela 11.

Tabela 11 - Medidas Construtivas de Proteção (F)

(continua)

Estrutura

Resistente

- f1

≥ F 60* 1,30

≥ F 30** 1,20

˂ 30 1,00

Fachadas

- f2

≥ F 60 1,15

≥ F 30 1,10

˂ 30 1,00

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Tabela 11 - Medidas Construtivas de Proteção (F)

(conclusão) P

avim

enos

- f3

Separação

entre pisos

Pisos

Ligações Verticais

Z+G V V

Nenhuma ou

isolada Protegidas Sem proteção

≥ F 60 2 1,20 1,10 1,00

˃2 1,30 1,15 1,00

F30 2 1,15 1,05 1,00

˃2 1,20 1,10 1,00

F30cb*** 2 1,10 1,05 1,00

˃2 1,15 1,10 1,00

˂ F30cb 2 1,05 1,00 1,00

˃2 1,10 1,05 1,00

Células

corta-fogo

- f4

Relação AF/AZ

≥ 10% ˂ 10% ˂ 5%

AZ ˂ 50 m² F 30 1,4 1,30 1,20

F 30 cb 1,3 1,20 1,10

AZ ˂ 100 m² F 30 1,3 1,20 1,10

F 30 cb 1,2 1,20 1,00

AZ ≤ 200 m² F 30 1,2 1,20 1,00

F 30 cb 1,1 1,00 1,00 * Resistência ao fogo de 60min.

** Resistência ao fogo de 30min.

*** Resistência ao fogo de 30min de uma estrutura de madeira.

3.3.5 Fator de exposição ao perigo (B)

A razão entre os perigos potencias (P) e as medidas de proteção (M) resultam em um

fator de exposição ao perigo (B).

(6)

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47

3.3.6 Definição do perigo de ativação (A)

O perigo de ativação (A) pode também ser definido como o grau de probabilidade de

ocorrência do sinistro. Seu valor é determinado conforme Tabela 12 ou ainda pelo Anexo A,

em que o fator A é relacionado ao uso do edifício. No caso de múltiplos usos, considerar o

maior valor.

Tabela 12 - Perigo de ativação, fator A

Fator A Ocupação do edifício

0,85 Museus

1,00 Residenciais, hotéis, fábricas de papel

1,20 Fabrica de maquinas e equipamentos

1,45 Laboratórios químicos, oficinas de pintura

1,80 Fabrica de fogos de artificio, vernizes ou pinturas

3.3.7 Cálculo do Risco Efetivo (R)

A multiplicação do fator de exposição ao perigo (B) pelo perigo de ativação (A)

resulta no risco efetivo de incêndio (R).

(7)

O risco de incêndio efetivo é calculado para o maior compartimento de incêndio ou

aquele que for considerado o mais perigoso. O compartimento de incêndio é definido

conforme o tipo de construção (item 3.3.2).

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3.3.8 Risco admissível de incêndio (

O risco admissível de incêndio é calculado pelo produto entre o risco normal de

incêndio ( e o fator de correção O fator de correção pode ser retirado da

tabela 13, segundo a categoria de exposição ao perigo p, o nível do andar e o número de

pessoas no compartimento de incêndio analisado.

(8)

Tabela 13 - Fator de correção Phe segundo a categoria de exposição ao perigo p

1 2

Phe r/c + 1º

andar

2º - 4º

andar

5º - 7º

andar

andar

r/c + 1º

andar

2º - 4º

andar

5º - 7º

andar

andar

de

pes

soas

˃1000 ≤ 30 ˃1000 1,00

≤ 100 ≤ 30 0,95

≤ 300 ≤ 100 0,90

≤ 1000 ≤ 30

≤ 300

0,85

˃1000 ≤ 100 ≤ 1000 ≤ 30 0,80

≤ 300 ˃1000 ≤ 100 0,75

≤ 1000 ≤ 30 ≤ 300 0,70

Obs.: A tabela completa pode ser encontrada no texto original do método, constam aqui apenas os valores de interesse.

A categoria de exposição ao perigo p é classificada conforme a ocupação do edifício.

A classe 1 inclui museus, salas de reunião, escolas, restaurantes e grandes lojas. A classe 2

inclui hotéis, pensões e albergues, enquanto que a classe 3 é formada por hospitais e asilos.

Para os usos não mencionados, consultar o Anexo C. Caso não haja indicação, considerar

igual a 1.

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49

3.3.9 Conclusão do Método

Conhecidos os valores que indicam o risco efetivo (R) e o risco admissível ( , é

possível inferir sobre a segurança de determinado local. Logo, uma edificação protegida

contra incêndio deve satisfazer a seguinte equação, em que “γ” representa o coeficiente de

segurança contra incêndio:

(9)

Se o coeficiente “γ” for inferior a 1, indica que o edifício não esta atendendo a

segurança contra incêndio mínima. Neste caso, serão necessárias novas medidas de prevenção

e proteção ao sinistro, além de fortalecer as já existentes.

Os resultados podem ser resumidos conforme a planilha do Anexo A "Planilha de

Cálculo Método de Gretener", onde estão expostos os conceitos acima descritos e os

parâmetros escolhidos, gerando, por fim, o valor resultante para o coeficiente de SCI.

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4 ESTUDO DE CASO: CENTRO DE TECNOLOGIA (CT/UFSM)

Neste capítulo é apresentada a aplicação do Método de Gretener no Centro de

Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (CT/UFSM).

4.1 A Universidade Federal de Santa Maria

A UFSM tem sua sede localizada na cidade de Santa Maria, região central do Rio

Grande do Sul e está situada a 290km da capital gaúcha, Porto Alegre (Figura 10). Além

disso, possui mais quatro unidades acadêmicas nas cidades de Cachoeira do Sul, Frederico

Westphalen, Palmeira das Missões e Silveira Martins, todas no situadas no interior do estado.

Atualmente, oferece 89 cursos de graduação, 72 de pós-graduação, o colégio Politécnico, o

colégio Técnico Industrial, a Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo, além de cursos de

ensino à distância.

Figura 10 - Localização de Santa Maria no Rio Grande do Sul.

A UFSM/Santa Maria abrange uma área de 1.837,36 hectares, sendo que 273.150,92

m² correspondem à área construída do campus localizado no bairro Camobi, e 22.259,41 m²

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no centro da cidade3. Inclui toda a infraestrutura necessária ao dia-a-dia dos estudantes como

uma pequena cidade universitária, contando com posto de gasolina, farmácia, bancos, correio,

livraria, papelaria, moradia e restaurantes.

Conhecida como uma das universidades brasileiras mais bem conceituadas, a UFSM

conta atualmente com 28.000 estudantes, 1.800 professores e 2.822 servidores técnico-

administrativos4. Logo, além de sua importância acadêmica, é responsável pelo grande

desenvolvimento socioeconômico da região, visto que centenas de estudantes todos os anos

migram para a cidade em busca de melhores oportunidades de ensino.

O campus sede se divide em 8 centros acadêmicos, conforme a área de interesse,

dentre eles o Centro de Tecnologia (CT), apresentando na figura 11. O CT é formando pelo

prédio 7 (principal), pelos prédios 9A, 9B e 9C (Anexos) e pelo prédio 10, ocupado pelos

laboratórios e grupos de pesquisa.

Figura 11 - Imagem área da UFSM, delimitando o Centro de Tecnologia.

(FONTE: Software GoogleEarth)

Um dos centros mais antigos, guarda parte essencial da história da UFSM. São

diversos documentos, imagens e livros que devem ser preservados e valorizados. A grande

importância para a comunidade vem da vasta produção acadêmica e do comprometimento

3 Fonte: http://sucuri.cpd.ufsm.br/historico_index.php. Acesso em 15 de Maio de 2015. 4 Fonte: http://portal.ufsm.br/indicadores/index. Acesso em 15 de Maio de 2015.

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com a formação profissional que o Centro de Tecnologia desenvolve todos os anos. Nos

laboratórios, são inúmeros equipamentos, e principalmente, uma série de dados que são

resultado de muita pesquisa e esforço por parte dos universitários e professores.

Os tópicos seguintes trazem passo a passo o histórico do edificado assim como todas

as características consideradas relevantes para fins de aplicabilidade do Método de Gretener.

4.2 Características da área de estudo

Inicialmente chamado de Instituto Politécnico, a construção e inauguração do CT está

datada de 1960, meses antes da própria criação da UFSM. Em 1961 passou a ser chamado de

Faculdade Politécnica, e em 1962 foi realizado o primeiro vestibular, ofertando os cursos de

Engenharia Elétrica e Engenharia Civil. Apenas em 1970 ganhou o nome de Centro de

Tecnologia, e atualmente, após ampliações, é estrutura física de 12 cursos de graduação

(Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Engenharia Acústica, Engenharia

Aeroespacial, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Controle e

Automação, Engenharia de Produção, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Elétrica,

Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia Sanitária e Ambiental e Sistemas de

Informação)5, além de pós-graduação e grupos de pesquisa.

Afim de ampliar a unidade e atender o que hoje são 3.460 universitários, 196 docentes

e 94 técnico-administrativos6, em 1979 foi construído um prédio de laboratórios, sendo que

parte deste foi posteriormente destinado às aulas da pós-graduação, e mais três anexos,

totalizando 24.560 m² construídos.

Embora levantados em anos distintos, a unidade, como um todo, apresenta um estilo

bastante homogêneo. Construídos em terreno plano, os prédios contam com salas de aula

amplas, pé direito alto, e em bom estado de conservação, diferindo-se o prédio de laboratórios

(prédio 10) devido às particularidades em sua ocupação. São ainda todos ligados entre si, seja

por acesso externo coberto e/ou passarela.

O Centro de Tecnologia contém toda infraestrutura necessária: rede de abastecimento

de água, drenagem pluvial, saneamento básico, rede elétrica, internet e rede telefônica. Além

5 Fonte: http://coral.ufsm.br/ct/index.php/sobre-o-ct. Acesso em 20 de Maio de 2015. 6 Fonte: http://portal.ufsm.br/indicadores/index. Acesso em 20 de Maio de 2015.

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disso, grande parte das salas são dotadas de ar condicionado e instalação para uso de

retroprojetor.

Figura 12 - Registro da parte frontal do Centro de Tecnologia.

(Fonte: http://coral.ufsm.br/ct/)

As plantas arquitetônicas das edificações foram fornecidas pela Pró Reitoria de

Infraestrutura (PROINFRA) da Universidade, em Software AutoCad, incluindo planta baixa,

cortes e fachadas.

Na ideia inicial da pesquisa, foram também requeridas as plantas de Prevenção e

Proteção Contra Incêndio (PPCI) para aplicar o método em um estudo comparativo entre o

que é existente no local e aquilo que consta em projeto, considerando que muitas vezes a

realidade não corresponde ao projetado. A informação foi que, anteriormente ao incidente da

Boate Kiss em 27 de Janeiro de 2013, os PPCI's eram feitos apenas para prédios mais altos,

logo, a situação do Centro de Tecnologia não consta em projeto. Circunstância válida

inclusive para os anexos, que são construções mais recentes. A segurança durante todos esses

anos foi garantida apenas com a distribuição de extintores, conforme se imaginasse a

necessidade e, atualmente, após a tragédia que abalou a cidade e reavaliou todas as normas de

SCI, a Universidade planeja recursos com o Governo Federal para adequar a situação de todos

os prédios.

Para a coleta de dados foi elaborada uma ficha técnica denominada de "Avaliação de

risco de incêndio no Centro de Tecnologia", na qual estão organizados os parâmetros

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vistoriados em cada um dos prédios (medidas de proteção, materiais armazenados,

informações construtivas). A ficha pode ser encontrada no Apêndice A deste trabalho.

Para a realização do estudo de campo, foi realizado levantamento fotográfico para fins

de melhor avaliar o ambiente em questão.

Por fim, e de fundamental importância, foi necessário o contato com o Corpo de

Bombeiros da cidade para informações tais como: pessoal disponível em caso de ocorrência

de um sinistro, equipamentos convenientes de uso no local, distância e tempo para atender ao

socorro. O questionário base pode ser encontrado no Apêndice B e foi denominado de

"Recursos e Atuação do Corpo de Bombeiros de Santa Maria frente a uma situação de

incêndio no Centro de Tecnologia".

Conforme numeração indicada na Figura 13, segue a descrição sintetizada de cada um

dos prédios da unidade CT de acordo com sua ocupação.

Figura 13 - Esboço dos prédios da unidade do Centro de Tecnologia em planta.

Os prédios 7, 9A e 9C são muito semelhantes em sua ocupação. São basicamente salas

de aula, salas de professores, coordenação de cursos e departamentos. Enquanto o prédio 7

conta com um restaurante que atende a toda a unidade, o anexo 9C se difere das demais

edificações por incluir a Biblioteca Setorial do Centro de Tecnologia (BSTC). Ambos os

prédios possuem auditório.

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O Anexo 9B é destinado à microeletrônica, os ambientes são utilizados basicamente

como laboratórios de circuitos elétricos e salas informatizadas para pesquisa.

Todos os anexos são ligados ao edifício principal por meio de passarelas de acesso no

segundo pavimento.

O Prédio 10, que abrange os laboratórios, é o que representa a maior variabilidade nas

atividades desenvolvidas, além de uma diversidade de materiais armazenados no local. Conta

com várias linhas de pesquisa, incluindo materiais de construção civil, pavimentação, solos,

conforto acústico, análises físico-químicas, recursos hídricos, eficiência energética e

desenvolvimento de protótipos.

Na Tabela 14 são apresentadas as áreas do Centro de Tecnologia, medidas conforme

conjunto de plantas disponibilizado pela PROINFRA.

Tabela 14 - Planilha resumo de áreas dos prédios por pavimento

Local Térreo 2° Pav 3° Pav 4° Pav TOTAL POR

PRÉDIO (m²)

Prédio 7 1977,16 2130,42 2155,29 253,15 6516,02

Prédio 9A 1072,77 1072,77 1072,77 - 3218,31

Prédio 9B 850,45 850,45 850,45 - 2551,35

Prédio 9C 1200,97 1200,97 793,83 - 3195,77

Prédio 10 6119,96 2252,35 - - 8372,31

Acessos 497,9 207,5 - - 705,4

ÁREA TOTAL 24559,16

Considerando a complexidade da unidade, especialmente na área dos laboratórios, o

Centro de Tecnologia acaba por ser um desafio à análise de risco de incêndio. Dessa forma,

para um melhor entendimento, todas as plantas estarão disponíveis no Anexo B. Durante o

levantamento foi possível observar mudanças em vários ambientes em relação à planta

original. Então, conforme foi possível, as plantas foram alteradas para melhor explicitarem a

realidade atual.

Os tópicos que se seguem trazem a descrição dos ambientes conforme os materiais

armazenados, os meios de combate existentes e as características construtivas.

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4.3 Materiais armazenados.

Uma das etapas essenciais a analise de risco de incêndio é a identificação dos perigos

ligados ao conteúdo do edifício, ou seja, o tipo de material armazenado e a forma como este é

estocado.

Como a maioria dos cômodos são utilizados como salas de aula, salas de professores,

coordenação de cursos, departamentos e secretárias, o material predominantemente

armazenado são as mobílias escolares e de escritório, conforme ilustra a figura 14.

Figura 14 - Sala de aula do Anexo 9C.

Em um ambiente diferenciado, a Biblioteca Setorial do Centro de Tecnologia (BSCT)

dispõe de um total de 28.076 acervos entre livros, folhetos, teses, periódicos, dissertações,

artigos, normas e demais materiais (Figura 15). Ao entorno das prateleiras metálicas ficam

mesas de estudo individuais e algumas de estudo coletivo.

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Figura 15 - Biblioteca Setorial do Centro de Tecnologia.

O local que mais se destaca pela variedade de insumos que armazena é o prédio de

laboratórios (prédio 10). Este apresenta grandes quantidades das mais diversas matérias-

primas para ensaios, além de uma variedade de equipamentos, tais como simples fogareiros,

prensas, estufas, muflas, autoclaves, etc.

Especificamente, nos laboratórios que seguem a linha de pesquisa de elétrica e

eletrônica, foram localizados transformadores, compressores, motores, fontes de energia e

reatores eletrônicos (Figura 16a). Além disso, grandes quantidades de material energizado e

fios condutores sem uso (Figura 16b).

Figura 16 -a) Motores. Figura 16 - b) Fios energizados.

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Entre os insumos inflamáveis, os combustíveis, acetonas, solventes, tintas, alcoóis e

óleos foram os mais encontrados, estocados muitas vezes sem nenhum tipo de cuidado.

Ademais, são utilizados uma série de produtos químicos como ácido sulfúrico, ácido nítrico,

nitrito e amônia (Figura 17).

Na maioria dos laboratórios em que há trabalho com a construção de protótipos e o

desenvolvimento de peças, foram localizadas mesas de solda com uso de gás acetileno e

oxigênio. A mistura desses dois gases produz uma mistura demasiadamente explosiva, e por

isso se deve ter cuidado nas concentrações de acetileno impostos à queima (Figura 18).

Figura 18 - Cilindros de acetileno e oxigênio para soldagem de peças.

Figura 17 - a) Substâncias químicas. Figura 17 - b) Armazenagem de

combustível.

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Em menores quantidades, pois são usadas para linhas de pesquisa mais especificas,

foram encontradas matérias-primas diferenciadas como: lã de pet, lã de vidro e poliuretano

(Figura 19a), materiais de construção civil no geral, betumes e ligantes asfálticos (Figura

19b).

Conhecidos os riscos existentes perante aos materiais armazenados nas edificações,

pode-se analisar quais os meios de combate adotados, a fim de inibir os riscos gerados.

4.4 Meios de combate existentes

Os meios de combate ao incêndio disponíveis em determinado ambiente envolvem

muito além de extintores e hidrantes. Representam um conjunto de medidas que consideram a

atitude dos ocupantes, os sistemas de prevenção e proteção contra incêndio, os meios de

detecção e as medidas construtivas. Este último item será tratado separadamente no próximo

tópico do capítulo.

Figura 19 - a)Espuma de Poliuretano. Figura 19 - b)Ligantes asfálticos.

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4.4.1 Extintores e Hidrantes internos

Tanto os extintores como os hidrantes de incêndio, levando em conta que não há

projeto de PPCI instaurado atualmente, foram contabilizados in loco durante visita às

unidades do CT. As plantas baixas do Anexo B mostram a distribuição dos mesmos,

conforme levantamento.

Os extintores foram averiguados segundo sua validade e capacidade extintora. Os

cilindros instalados de forma irregular foram desconsiderados (Figura 20). A avaliação da

carga extintora foi realizada segundo a Resolução Técnica CBMRS n°14 (2014).

Para tal, o primeiro passo foi classificar as edificações quanto ao uso e ocupação

conforme a Lei Complementar nº 14.376, Anexo A, p.21. Os edifícios 7, 9A e 9C foram

classificados comode risco baixo. Para os edifícios 9C e 10, o risco foi considerado como

mediano, visto que todas as categorias de uso e ocupação possuem carga de incêndio (q)

superior.

Por fim, a Resolução Técnica CBMRS n°14 (2014) define que para as edificações de

risco baixo, as capacidades mínimas extintoras estabelecidas são de 2A e 20B, com uma

distância máxima a ser percorrida de 25m. Para as edificações de risco médio, a exigência

passa a ser de 2A e 40 B, com uma distância máxima a ser percorrida de 20m. Os extintores

classe C devem ser distribuídos juntamente com os de classe A e B.

As informações quanto à carga e validade foram reunidas no Apêndice C.

Figura 20 - Instalação irregular de extintor de incêndio.

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Mais rígida do que a NBR 13714 (ABNT,2000) quando se trata de proteção por

hidrantes, a Lei Municipal n° 3301/91 de Santa Maria, artigo 36°, exige que, mesmo para

edificações de baixo risco, os abrigos de incêndio devem ser distribuídos de forma que

qualquer indício de fogo possa ser alcançado por dois jatos simultâneos, considerando um

comprimento máximo de 30m, para a mangueira, e um jato mínimo de 10m. Isso pode ser

obtido tanto com dois abrigos de incêndio com uma única tomada d'água (Figura 21b) como

por um único abrigo dotado de duas tomadas d'água (Figura 21a). Ademais, segundo artigo

32°, a pressão no hidrante mais desfavorável deve ser de 5m.c.a. para as edificações de

pequeno risco e 10 m.c.a. para as demais. O artigo 43° define como 250l/min a vazão mínima

para risco baixo.

Mesmo considerando que as instalações hidráulicas estejam atendendo a todos

critérios de vazão e pressão exigidos pela legislação, o que não pode ser confirmado visto que

nunca foram utilizadas ou testadas e os projetos são pouco informativos, após o levantamento

se percebeu que vários abrigos, especialmente no prédio 10, estavam vazios ou emperrados.

Ademais, o esguicho, essencial para o funcionamento dos hidrantes, não foi encontrado em

nenhum dos casos verificados.

É importante analisar que a Resolução Técnica CBMRS nº 5 - Parte 7 (2014) orienta

que, segundo item 5.2.2, edificações construídas antes de 1997 ficam liberadas das medidas

Figura 21 - a) Hidrante com

duas tomadas d'água

Figura 21 - b)Hidrante com uma

tomada d'água

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de proteção que trazem algum tipo de alteração na estrutura, como hidrantes, sprinklers e

escadas enclausuradas. Porém, se já estiverem instaladas, como é o caso dos edifícios 7 e 10,

construídos em 1960 e 1979, respectivamente, devem estar em pleno funcionamento.

4.4.2 Sistemas de detecção e alarme

O serviço de vigilância dos prédios é assegurado por guardas da empresa Vigillare,

responsável pela segurança de toda a universidade.

Os vigias trabalham em turnos de 12h, logo, diariamente 2 homens são responsáveis

pelas rondas ao entorno da unidade, independente de o período ser noturno ou dias inativos.

Considerando que o perímetro entre os prédios não é tão extenso, é possível que apenas um

vigia faça várias rondas durante seu turno.

O trabalho dos guardas é regulamentando por uma pessoa responsável da empresa,

que, durante o dia permanece no posto de vigilância, e, em algumas noites aleatórias no mês,

vai ao local para averiguar o andamento dos serviços.

Atentando a alguma alteração no ambiente, seja por questões de incêndio, furto, ou

outra atividade irregular, o comunicado por ser feito aos bombeiros pelo celular pessoal, ou

então pelo rádio comunicador, que leva o alerta a todos os postos de vigilância da

Universidade e a central de monitoramento, localizada na reitoria.

O Anexo C é o único dos prédios protegido por alarme de incêndio. Logo na entrada

do edifício, é possível encontrar uma Central de Incêndio Microprocessada (Figura 22a). Ao

longo dos corredores, é possível ver vários acionadores (Figura 22b). Ao detectar um

incêndio, a pessoa deve quebrar o vidro que protege o acionador e então um alarme sonoro

será disparado e na central irá acusar o ponto violado. Salienta-se que, nenhum dos prédios

conta com detecção automática de fogo ou instalação de chuveiros automáticos.

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4.4.3 Sistema de abastecimento de água

Conforme o Plano Diretor de Redes fornecido pela PROINFRA, a rede de água da

UFSM é abastecida por poços artesianos. Um reservatório central de 500m³, alimentado por

três dos dezessete poços ativos atualmente, e distante aproximadamente de 300m do prédio

principal do CT, fornece água aos reservatórios individuas dos prédios 7, 9A, 9B e 9C.

Ademais, o reservatório alimenta, através de uma tubulação de 200mm, um hidrante

de passeio para uso exclusivo do Corpo de Bombeiros.

Exceto pelo prédio 10, que não possui um reservatório próprio e é alimentado pela

mesma rede do prédio 7, as dimensões e volumes dos reservatórios podem ser encontrados na

Tabela 15.

Tabela 15 - Volume útil dos reservatórios individuais do Centro de Tecnologia

RESERVATÓRIOS DE ÁGUA

Localização Quantidade Dimensões (m) Volume útil (m³)

Prédio 7 Superior 2 7 x 5,20 x 1,70 123,76

Superior 1 7,15 x 3,30 x 1,23 29,02

Anexo 9A Superior 2 3,80 x 3 x 2,22 50,62

Anexo 9B Superior 2 3,80 x 3 x 2,22 50,62

Anexo 9C Superior 2 3,80 x 3 x 2,22 50,62

Figura 22 - a) Central de Incêndio

Microprocessada

Figura 22 - b) Acionador manual de

alarme

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Analisando os detalhes dos reservatórios dos prédios anexos, observou-se que, dos

aproximadamente 50.000L de volume útil disponíveis, 15600L são destinados à reserva

técnica de incêndio e os outros 34400L ao consumo diário.

No projeto do prédio 7 não há referências quanto à existência de reserva técnica de

incêndio.

4.4.4 Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros de Santa Maria (CB/SM) está localizado no centro da cidade, e

conta com duas unidades de apoio localizadas no Bairro Camobi e no Parque Pinheiro

Machado.

No total, são 40 homens treinados para atuarem em situações de incêndio. Os escalões

diários são formados por uma média de 16 homens, sendo que 8 deles ficam na unidade

central, e 4 em cada uma das unidades de apoio. As escalas de trabalho consistem em 24 horas

de serviço e 72 horas de folga, passível de horas extras em caso de necessidade, independente

de dias inativos (feriados, sábados ou domingos).

A unidade central está situada a 13km do Centro de Tecnologia, sendo que, para o

caso de chegar até o local em horários de pico, há grande fluxo de veículos. No entanto, o

apoio do Bairro Camobi está localizado na esquina da rótula de entrada da Universidade (Av.

Roraima), a 1km do local de interesse.

Logo, na ocorrência de um sinistro em qualquer ponto da UFSM, a primeira

intervenção é feita pelos bombeiros de Camobi, e concomitantemente a unidade central se

desloca até o local. O tempo médio entre o soar de um alarme e a saída das viaturas é de

2min.

Quanto às viaturas oficiais, a unidade central do CB/SM conta com (figura 23):

- Um Auto Bomba Tanque (ABT) com capacidade de 5000L de água.;

- Uma escada magirus;

- Um Auto Tanque Russo que, embora tenha a estética de um caminhão mais antigo, é

o que há de mais moderno e resistente em combate a incêndio. A capacidade de seu

reservatório é de 5000L de água, e consegue ser rapidamente cheio. Diferente do ABT

nacional está viatura é capaz de acessar o meio rural facilmente.

- Um Auto Busca e Salvamento (ABS);

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Figura 23 - Viaturas do CB/SM: ABT, escada magirus e ABS.

Quanto aos equipamentos, há uma grande variedade de material disponível: extintores,

aparelho para respiração, capacete, coturno, luvas, roupa resistente ao fogo, cabos para os

mais diversos usos, entre outros.

A unidade de Camobi conta com, além dos equipamentos básicos, um ABT com

capacidade de 3000L de água concedido pela Base Área de Santa Maria.

4.4.5 Treinamento aos usuários

Anteriormente ao incêndio da Boate Kiss, a UFSM contava com 5 Técnicos de

Segurança do Trabalho diariamente no prédio da Reitoria. Estes eram considerados os

brigadas de incêndio da Universidade.

Após o incidente, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) promoveu um

treinamento denominado "Curso de Proteção Contra Incêndios", com a duração de 8 horas,

para voluntários dos setores técnico-administrativos e docentes da UFSM.

O programa incluiu como parte teórica: a propagação do fogo, as classes de incêndio,

a prevenção de incêndios, os métodos e agentes de extinção, os equipamentos de combate ao

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fogo e primeiro socorros. Como parte prática, foi analisado o combate a incêndio com o uso

de extintores e o abandono de área.

Para o Centro de Tecnologia, o curso foi realizado no dia 28/05/2013 e 11 pessoas

foram certificadas como aptas a agirem em situações de incêndio.

O treinamento, embora com programa igualmente ao exigido pelo Corpo de

Bombeiros, não foi certificado pela corporação.

4.5 Características construtivas

As características construtivas são de fundamental importância para a análise de risco

de incêndio. São fatores que interferem diretamente nas consequências de um sinistro,

podendo inibir ou acelerar a propagação do fogo. Esta avaliação deve ser ainda mais

minuciosa quando se trata de prédios antigos, construídos em períodos nos quais não havia

preocupação direta entre as escolhas dos materiais incorporados a uma edificação e sua

influência durante a ocorrência de um incêndio.

Quanto às características da estrutura, os prédios do CT são construídos em concreto,

apresentado ótima resistência ao fogo. As paredes são na grande maioria de alvenaria de

vedação. Em alguns ambientes, em especial nos laboratórios, foram encontradas divisórias

melamínicas, para fins de compartimentação interna.

Com pé direito de 3,95m e 4 pavimentos, o prédio 7 é o mais alto entre todos os

analisados. Os Anexos 9A, 9B e 9C possuem 3 andares e pé direito de 3,50m. Enquanto isso,

nos laboratórios, parte da edificação tem 2 pavimentos e pé direito de 2,80m. No restante dos

ambientes, de pé direito duplo e sem laje de cobertura, a altura pode variar até 6,15m. As

ligações verticais entre os pavimentos são abertas, não apresentado nenhum tipo de

isolamento ou proteção em caso de incêndio (Figura 24a).

Além disso, conforme foi verificado durante levantamento in loco, vários cômodos são

revestidos com forro. Dentre os materiais encontrados estão as placas de madeira reconstruída

em boa parte do 2° e 3° andar do prédio 7, grandes quantidades de PVC e madeira nos

ambientes internos aos laboratórios (Figura 24b), e gesso na biblioteca e no auditório do

Anexo 9C.

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67

Quanto ao piso, as circulações dos prédios 7, 9A e 9C são revestidas em placas de

granitina, enquanto que nos demais ambientes é em parquet. No Anexo 9C, de arquitetura

mais recente, a circulação é em piso cerâmico e as salas são em revestimento vinílico (Figura

25a).

O prédio 10 possui uma variedade maior de revestimentos, podendo ser encontrado

piso cerâmico em vários laboratórios, granitina nas circulações, pisos de madeira em alguns

mezaninos, e apenas o contrapiso nos ambientes mais rústicos (Figura 25b).

Figura 24 - a) Ligação

interna entre pavimentos.

Figura 24 - b) Forro de

madeira (prédio 10)

Figura 25 - a) Piso vinílico

Anexo 9C

Figura 25 - b) Piso em madeira

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Em relação às fachadas, estas são basicamente em alvenaria revestida com argamassa

de cimento mais areia e subsequente pintura. Apenas o prédio 10 tem as fachadas em tijolo à

vista, com as vigas e pilares aparentes.

Quanto às esquadrias, exceto no Anexo C onde as esquadrias são em alumínio, nos

demais edificados elas apresentam caixilhos em ferro com vidro simples.

Além dos materiais das esquadrias, outro fator que deve ser levado em consideração é

sua área. Em todos os prédios, pelo menos,2 fachadas possuem uma área considerável de

janelas, o que interfere diretamente em uma situação de incêndio. Devido ao calor, são

grandes as chances dos vidros estourarem, aumentando a reação de combustão. Com isso, o

incêndio pode mais facilmente se alastrar para os andares superiores, por meio das aberturas

(Figura 26).

Figura 26 - Fachada Sul do Anexo C.

A cobertura do telhado é feita com telha de amianto para os prédios 7 e 10, e por

telhas de fibrocimento tipo kalhetão para os demais. No caso dos laboratórios a estrutura do

telhado é em madeira e fica aparente, visto que grande parte dos ambientes não possui laje de

cobertura (Figura 27).

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69

Figura 27 - Telhado com estrutura aparente prédio 10;

4.6 Método de Greneter aplicado ao Centro de Tecnologia

Após o levantamento das características construtivas e arquitetônicas, dos materiais

armazenados e das medidas de prevenção e proteção adotadas, é possível analisar as

informações coletadas e inferir sobre os parâmetros do Método de Greneter aplicados ao

Centro de Tecnologia.

Para melhor entendimento do processo, a aplicação do método será divida em 8

passos. As tabelas que serão referenciadas nas escolhas dos parâmetros podem ser

encontradas no Capítulo 3.

4.6.1 Classificação quanto ao tipo de construção

Considerando que todas as ligações verticais são abertas, não havendo nenhum tipo de

compartimentação que garanta o isolamento ou a proteção contra incêndio, todas as

edificações foram classificadas como do Tipo V.

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70

4.6.2 Definição dos Perigos Potenciais (P)

Os perigos potenciais (P) resultam da multiplicação de sete fatores envolvendo os

perigos inerentes ao conteúdo e os perigos inerentes ao edifício. São eles: carga de incêndio

mobiliária (q), combustibilidade (c), formação de fumaça (r), perigo de corrosão/toxidade (k),

carga de incêndio imobiliária (i), altura útil do local (e) e amplitude da superfície (g).

As cargas de incêndio mobiliárias (Qm),retiradas do Anexo A do Método de Gretener,

devem ser calculadas considerando o maior compartimento de incêndio ou o mais perigoso.

Analisando a definição das construção Tipo V, onde o compartimento de incêndio estende-se

ao conjunto do edifício como um todo, verifica-se que todos os materiais armazenados devem

entrar no cálculo.

Isso fica claro, visto que no caso do inicio de um incêndio, como a compartimentação

entre ambientes é inexistente, com a evolução do incêndio o fogo poderá se espalhar para os

demais pavimentos, então, não apenas a carga de incêndio mobiliária do ambiente, no qual

começou o fogo irá influenciar no sinistro, mas a de todos os ambientes atingidos.

Dessa forma, a maneira correta de avaliar o parâmetro é somar todas as cargas de

incêndio mobiliária dos pavimentos, multiplicar pela sua área, e dividir pela área de maior

risco. Com esta interpretação, a área de maior risco será em todas as situações a do pavimento

térreo, visto que em caso de incêndio neste andar, todos os demais ficarão comprometidos.

Nos edifícios 7 e 9A, a carga de incêndio mobiliária foi considera como 300MJ/m²,

referente a uma escolha, ou seja, estão inclusas as salas de aula, as salas de professores e o

ambiente de convivência dos alunos. O prédio 7 ainda inclui um restaurante.

Para o edifício 9C, embora a maioria da área possa também ser enquadrada como

escola, a biblioteca situada no pavimento térreo da edificação indica uma carga mobiliária de

incêndio superior, com 2.000 MJ/m².

O Anexo 9B se difere um pouco dos anteriores por ser ter, em sua maioria, salas

informatizadas e laboratórios de circuitos elétricos. Dessa forma, foi classificado pelo uso de

aparelhos elétricos e eletrônicos, com carga mobiliária avaliada em 400MJ/m.²

Já os laboratórios incluem uma quantidade variada de insumos, com valores de Qm

bastante superiores quando comparados aos usos dos demais edifícios verificados. O esboço

apresentado na Figura 28 mostra a distribuição de uso/ocupação, a carga mobiliária e a área

correspondente para o pavimento térreo da edificação.

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Figura 28 - Térreo do edifício 10: distribuição da carga mobiliária de incêndio (Qm).

No segundo pavimento e circulações em geral, onde ficam localizadas as salas de

professores e salas de aula da pós-graduação, a carga de incêndio mobiliária foi considerada

como 300MJ/m², voltando a classificação das escolas já citada anteriormente.

A figura 29 mostra o resultado do cálculo da carga mobiliária total referida à área de

maior risco para os edifícios em análise.

A partir dos valores de carga de incêndio mobiliária, é possível, por meio da Tabela 2

do método, obter o fator de carga de incêndio mobiliária (q) (Figura 30).

Os parâmetros de combustibilidade (c), formação de fumaça (r) e perigo de

corrosão/toxidade (k) foram definidos de acordo com a carga mobiliária de incêndio e

segundo os valores fornecidos pelo Anexo A do Método de Gretener e estão apresentadas nas

figuras 31, 32 e 33, respectivamente.

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Figura 29 - Carga mobiliária de incêndio, Qm

Figura 30 - Fator q

Em relação a combustibilidade, o fator c = 1,6 no prédio 10 indica alto grau de

combustibilidade, justificado pelo uso de cilindros de acetileno e substâncias químicas em

contribuição superior a 10% da carga de incêndio mobiliária. O valor de 1,2 decorre da

armazenagem de aparelhos eletroeletrônicos, representando médio perigo de combustão. Para

os demais casos, é classificado como incombustível.

Ainda observa-se, para o edifício 7, que o valor referente a ocupação de restaurante foi

desconsiderado, visto que Qm<10%.

988,69 900

1200 1244,19

2050,55

0

500

1000

1500

2000

2500

Edificações em Estudo

Qm

(M

J/m

²) Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

1,5 1,5 1,5

1,6

1,7

1,4

1,45

1,5

1,55

1,6

1,65

1,7

1,75

Edificações em Estudo

Fa

tor q

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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Figura 31 - Combustibilidade Fe, fator c

Quanto ao parâmetro formação de fumaça, o fator r = 1,2 em ambos os casos em que

foi encontrado, se justifica pelo uso de materiais elétricos e eletrônicos em valores superiores

a 10% de Qm, No caso do Prédio 10, a situação ainda é agravada pela armazenagem de

revestimentos asfálticos e óleos combustíveis. Essa classificação indica grande perigo ao

fumo, com produção de fumaça intensa durante a combustão. Em todos os outros casos é

classificado como normal.

Figura 32 - Perigo ao Fumo Fu, fator r

1 1

1,2

1

1,6

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

Edificações em estudo

Fato

r c

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

1 1

1,2

1

1,2

0,9

0,95

1

1,05

1,1

1,15

1,2

1,25

Edificações em estudo

Fato

r r

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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Com referência ao perigo de corrosão/toxidade, o fator k = 1,2 em ambos os casos em

que foi encontrado, se justifica pelo uso de materiais elétricos e eletrônicos em valores

superiores a 10% de Qm. No caso do Prédio 10 a situação ainda é agravada pela ocupação de

laboratório de química, hidráulica e a existência de transformadores. Essa classificação indica

alto grau de corrosão. Em todos os outros casos é classificado como normal.

Os cálculos referentes à definição dos parâmetros até aqui avaliados (fator q, fator c,

fator r e fator k) podem ser encontrados no Apêndice D "Análise dos Perigos Potenciais para

os edifícios do Centro de Tecnologia."

Figura 33 - Perigo de Corrosão/Toxidade Co, fator k

O fator i, que avalia a carga de incêndio imobiliária, foi considerado igual a 1 para o

prédio 7 e os Anexos, uma vez que as características construtivas indicam estrutura resistente

em concreto armado, paredes em alvenaria, e elementos de fachada incombustíveis. A mesma

análise foi feita para o prédio 10, este porem, não possui laje de cobertura em grande parte os

ambientes, deixando a estrutura de madeira do telhado exposta e muito próxima aos

cabeamentos elétricos do local. A madeira se enquadra como um material combustível, por

este motivo, o fator i foi avaliando como 1,1.

O fator e, referente ao nível do andar ou altura útil, foi definido para os prédios 7, 9A,

9B e 9C segundo a cota E do pavimento, já que o pé direito, em todos as situações, ultrapassa

3m. Para o prédio 10, o mesmo parâmetro poderia ser avaliado de duas maneiras:

considerando uma edificação de dois pavimentos, com pé direito de 2,80, ou como um único

1 1

1,2

1

1,2

0,9

0,95

1

1,05

1,1

1,15

1,2

1,25

Edificações em estudo

Fa

tor k

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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pavimento de 6,15m. No primeiro caso, o fator e deveria ser classificado conforme o número

de andares, enquanto que, no segundo caso, assim como os demais prédios, o determinante

seria a cota E. De ambas as formas, verificando na Tabela 7, o resultado seria o mesmo.

A cota E para os anexos é de 10,50m, para o prédio 7 é de 15,80m e para o prédio 10 é

de 6,15m.

A figura 34 mostra o resultado do fator e, para cada um dos edifícios em estudo.

Figura 34 - Nível ou altura útil do andar, fator e

O fator g, denominado amplitude da superfície, para edificações classificadas em tipo

V deve ser calculado segundo o andar de maior superfície.

Como foram encontradas diferentes medidas de largura e comprimento em uma

mesma edificação, a dimensão considerada foi aquela que gerou a pior situação possível, ou

seja, a maior relação l/b (comprimento/largura), fato que dificulta o acesso dos bombeiros ao

local. Como exemplo, a figura 35 ilustra o anexo 9A, onde foi utilizada a largura de 17,00m e

comprimento de 51,05m.

1,75 1,65 1,65 1,65

1,3

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

Edificações em estudo

Fa

tor e

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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Figura 35 - Dimensões do Prédio 9.

É importante analisar que, como os prédios não são exatamente retangulares, os

valores referentes a comprimento (l) e largura (b) não coincidem com as áreas reais dos

edifícios. Logo, como mostra a tabela 16, a multiplicação dos valores de l e b resultam em

AB, mas a área utilizada para entrada dos dados foi a área real do maior pavimento.

Tabela 16 - Relação comprimento/largura e superfície do compartimento de incêndio.

Prédio l (m) b (m) (l/b) AB (m²) Área real do maior pavimento (m²)

7 122,81 16,10 7,63 1977,16 2155,29

9A 51,05 17,00 3,00 867,85 1072,77

9B 50,80 17,00 2,99 863,60 850,45

9C 44,43 17,31 2,57 769,08 1200,97

10 125,98 45,55 2,77 5738,16 6119,96

Os valores do fator g foram retirados da Tabela 8. Os resultados foram obtidos através

de interpolação e podem ser encontrados na figura 36.

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Figura 36 - Amplitude da Superfície, fator g

4.6.3 Definição das medidas de proteção (M)

As medidas de proteção dividem-se em medidas normais, especiais e inerentes à

construção.

As medidas normais (N) resultam da multiplicação de cinco fatores. São eles:

extintores portáteis ( , bocas de incêndio ( , fiabilidade do sistema de abastecimento de

água ( , comprimento da conduta de transporte ( e pessoal instruído (

O parâmetro como determina o Método de Greneter, deve ser avaliado segundo as

normas vigentes. Para tal, foi utilizada a Resolução Técnica CBMRS n°14 (2014). Embora

todos os extintores estejam dentro da validade e atestados com selo do INMETRO, a

capacidade extintora necessária a fim de suprir os riscos existentes foi avaliada como

insuficiente, exceto para o Anexo 9A. O fato decorre da falta de extintores da Classe A. Em

alguns andares, eles são inexistentes e, em outros, não atendem ao raio de proteção. Dessa

forma, foi considerado igual a 1 apenas para o Anexo 9C, para todos os demais o parâmetro

foi adotado como 0,90.

O parâmetro avalia os hidrantes internos. Conforme foi verificado durante o

levantamento, mesmo que eles atendam as condições de vazão e pressão exigidas pela Lei

Municipal n° 3301/91 de Santa Maria, a falta dos esguichos os torna inúteis. Ademais, vários

abrigos estavam vazios ou emperrados. Para todas as edificações, =0,80.

0,88

0,56 0,49

0,65

1,68

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

Edificações em estudo

Fato

r g

Prédio 7

Prédio 9

Prédio 9A

Anexo C

Prédio 10

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O parâmetro analisa a fiabilidade do sistema de abastecimento. Conforme foi

verificado na tabela 9, pelas características de pressão, débito de água e reserva consideradas

pelo método, ele se refere aos hidrantes públicos.Embora não exista rede pública de água, o

reservatório central de 500m³ alimenta, por meio de uma tubulação de 200mm, um hidrante

subterrâneo para uso exclusivo do caminhão do Corpo de Bombeiros. No entanto, atualmente

o hidrante está desativado devido a problemas na canalização. Nesse caso, será considerada a

pior situação, em que =0,50 para todas as edificações.

O parâmetro apresentado na figura 37, define o comprimento da conduta de

transporte necessário entre o hidrante urbano e a entrada mais próxima ao edifício. As

distâncias, medidas conforme a planta do Plano Diretor de Redes da UFSM, variam de 58 a

160m. Para as edificações de comprimento de conduta inferior a 70m, o parâmetro ,

para distâncias entre 70 e 100m, , e acima de 100m,

Figura 37 - Comprimento da conduta de transporte

O parâmetro verifica a existência de pessoal instruído para manuseio dos

equipamentos de SCI. Como o método não define uma forma de avaliar este fator, optou-se

por utilizar a Resolução Técnica nº014/BM-CCB (2009), para fins de análise.

Embora o curso realizado tenha observado os moldes do programa exigido, não

atendeu ao artigo 2§ 5° da RT, que refere como válido apenas os treinamentos comunicados

ao Corpo de Bombeiros, com 24h de antecedência da realização do mesmo.

75

58

91

160

143

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Edificações em Estudo

Com

prim

en

to d

a C

on

du

ta (

m)

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Predio 10

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Ademais, o artigo 4° da mesma resolução define que, para uma edificação de risco

baixo, o número de pessoas treinadas deveria ser de 1 para cada 750m² construídos, ou seja,

mesmo que todas as edificações fossem classificadas dessa maneira, o mínimo de pessoas

treinadas deveria ser de 34 pessoas entre todo o Centro de Tecnologia. Sem mais, o parâmetro

foi considerado como 0,80 para todas as edificações, indicando a inexistência de pessoas

treinadas a serviço da SCI.

Em relação às medidas especiais de proteção (S), o resultado depende multiplicação de

seis fatores. São eles: detecção do fogo ( , transmissão de alerta ( , bombeiros oficiais e

bombeiros d empresa ( , escalão de intervenção dos corpos locais de Bombeiros ( ,

instalação de sprinkler ( e evacuação automática de calor e fumo ( .

A detecção ao fogo, parâmetro , é assegurada por meio de vigilantes de uma

empresa terceirizada, não havendo nenhum tipo de detecção automática de incêndio. Apenas

o Anexo 9C possui central de alarme, no entanto, é necessário que alguém o acione. Para os

demais edifícios, os vigilantes devem mandar o alerta por rádio transmissor ou celular

pessoal. Dessa forma, em todos os casos, o parâmetro foi enquadrado na especificação

A transmissão do alerta, parâmetro , considera a existência de um posto para

recebimento do chamado de socorro. Considerando que a vigilância ao entorno dos edifícios é

de 24horas, e os guardas tem a possibilidade de enviar o alerta através de rádio transmissor

para a central de monitoriamente de segurança da UFSM, ocupada em permanência por, pelo

menos, duas pessoas, foi adotado igual a 1,10, para todas as edificações.

O parâmetro se refere às características do escalão de profissionais responsáveis

pela unidade em estudo. No caso de Santa Maria, onde não existem os chamados bombeiros

não profissionais ou Sapadores Bombeiros, os atendimentos as ocorrências são realizadas

exclusivamente pelos Bombeiros Profissionais. Estes possuem três quartéis distribuídos entre

a zona urbana protegida, ocupados em permanência, viaturas próprias e os equipamentos

necessários a enfrentar os riscos existentes em uma situação de incêndio. Sem mais, será

considerado igual a 1,60 para todas as edificações em estudo.

Quanto aos escalões de intervenção, foi considerada a unidade de Camobi para uma

primeira intervenção, logo, o tempo estimado para que os bombeiros cheguem ao local é

inferior a 15min, equivalente à

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Visto que não existe, em nenhuma das edificações, instalações de extinção, como

sprinklers, nem instalação automática de evacuação de calor e fumaça, os parâmetros e

foram adotados iguais a 1.

Por último, as medidas inerentes à construção (F) resultam da multiplicação de quatro

fatores, os quais ponderam quanto à resistência dos elementos da construção. São eles:

estrutura resistente ( , fachadas ( , lajes ( e células corta-fogo ( .

A estrutura resistente, parâmetro , avalia a resistência das vigas, pilares e paredes.

Para todos os edifícios levantados o valor de foi definido como 1,30, visto que a estrutura é

em concreto armado e, portanto, incombustível, e as paredes em alvenaria de vedação,

apresentando resistência ao fogo superior a 60min.

O parâmetro é definido pela analise da resistência das fachadas. As fachadas são em

alvenaria e as esquadrias de ferro ou alumínio, não havendo elementos em madeira ou outros

materiais combustíveis. No entanto, o método explica que a porcentagem das janelas (AF)

também deve ser avaliada, ao mesmo tempo em que não indica em quanto esta porcentagem

influencia no valor final de Dessa forma, verificando que em todos os prédios pelo menos

duas fachadas possuem grande área de janelas, optou-se por considerar igual a 1,10.

Para o parâmetro referente aos elementos horizontais e verticais de separação entre

níveis, tem-se que em todos os casos as construções são de tipo V com ligações verticais

desprotegidas (escadas abertas e sem nenhum tipo de instalação de extinção ao fogo), logo,

independente da separação horizontal, o valor de é igual a 1.

O parâmetro faz uma relação entre a área das janelas e a área das células corta-fogo.

As características de uma célula corta-fogo definem um ambiente de área inferior a 200m²,

com resistência mínima F30/T30. Logo, embora as alvenarias apresentem resistência superior

a 30 min e os cômodos tenham área 200m², não há nenhuma informação quanto à

resistência das portas, que visualmente são em madeira comum. Assim sendo, não foi

considerada a existência de células corta-fogo em nenhum dos edifícios, verificando também

que esta é a pior situação possível na analise do parâmetro,

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4.6.4 Fator de exposição ao perigo (B)

O fator de exposição ao perigo resulta da razão entre os perigos potenciais (P) e as

medidas de proteção (M). Os valores encontrados para as cinco edificações em estudo podem

ser comparados na figura 38.

Figura 38 - Fator de exposição ao perigo (B)

O maior fator de exposição ao perigo foi encontrado no prédio 10. Isso ocorre porque,

além de apresentar uso/ocupação de materiais com características mais facilmente

combustíveis, a amplitude da superfície (fator g) influência fortemente no resultado. Este

parâmetro, mais do que os outros, se destaca por ser significativamente superior no prédio 10

do que nos demais.

4.6.5 Definição do perigo de ativação (A)

Segundo análise do Anexo A do Método de Gretener e do Apêndice D, o perigo de

ativação para os prédios 7, 9A, 9B e 9C foi adotado como 0,85, o que indica um baixo perigo

3,05

1,74 2,11 2,15

13,12

0

2

4

6

8

10

12

14

Edificações em estudo

B

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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de ativação. No caso do prédio 10, verificada a diversidade de usos e ocupações, cada qual

com um perigo de ativação distinto, foi adotado um valor intermediário de 1,00.

4.6.6 Cálculo do Risco Efetivo (R)

O risco efetivo considera a multiplicação do fator de exposição ao perigo (B) pelo

perigo de ativação (A). Os valores encontrados para as cinco edificações em estudo podem ser

comparados na figura 39.

Figura 39 - Risco Efetivo de Incêndio

O risco efetivo (R) é maior no prédio 10 do que nos demais, mantendo o mesmo valor

do fator de exposição ao risco (B). Isso ocorre porque, enquanto para os outros edifícios o

perigo de ativação foi considerado inferior a 1, reduzindo então o risco, para o prédio 10 foi

considerado A com valor unitário.

2,59 1,47

2,35 1,83

13,11

0

2

4

6

8

10

12

14

Edificações em estudo

Ris

co E

feti

vo,

R

Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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4.6.7 Risco admissível de incêndio (

O risco admissível de incêndio é calculado pelo produto entre o risco normal de

incêndio ( e o fator de correção . O fator de correção deve ser retirado da tabela

13 conforme o número de pessoas admissíveis no compartimento de incêndio, do nível do

andar e da categoria de exposição ao risco (p). Para os edifícios classificados como

escola, para os outros casos a orientação do método é consultar o seu Anexo A, e, caso

não haja indicação de categoria a classificar, como foi a situação encontrada, considerar .=

1.

Como não há como mensurar o número de pessoas no compartimento de incêndio,

será considerado que, o total de 3750 pessoas (entre alunos, docentes e técnico-

administrativos), estejam igualmente divididas entre os cinco prédios da unidade, logo

pessoas por edificação. Como o nível do andar está entre 2° e 4° pavimentos, o valor

de .para os prédios 7, 9A e 9C é igual a 0,85. Para os demais, .= 1.

4.6.8 Conclusão do Método

A segurança contra incêndio é considerada suficiente quando o coeficiente “γ”for igual

ou superior a 1. Através do mapeamento ilustrado na Figura 40 abaixo é possível verificar que

nenhum dos edifícios levantados atendeu a essa condição.

A partir dos resultados obtidos, é necessário avaliar estratégias, a fim melhorar a

segurança contra incêndio dos edifícios avaliados.

Um dos fatores que trouxe maior influência para o resultado negativo foi não

cumprimento das medidas normais de proteção (extintores, hidrantes e treinamento dos

usuários), consideradas medidas básicas em um plano de prevenção contra incêndio. Logo,

uma primeira intervenção deve priorizar a melhoria desses fatores.

Para a edificação 9A, a alteração dos parâmetros , e já foram suficientes para

tornar a segurança contra incêndio aceitável.No caso dos prédios 7, 9B e 9C, além da

colocação de extintores, hidrantes e do pessoal instruído para atuação em situações de

incêndio, é necessário reativar o hidrante subterrâneo, com vistas a considerar uma reserva de

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Prédio 10- y = 0,1

Prédio 7- y = 0,43

Anexo 9B- y = 0,55

Anexo 9B- y = 0,55

Anexo 9C- y = 0,60

Anexo 9A- y = 0,75

água para incêndio em volumes adequados, um débito superior a 1800l/min, e uma pressão de

aproximadamente 2,5 bar na saída do hidrante.

Figura 40 - Mapa de Risco da Unidade do Centro de Tecnologia da UFSM

Para o edifício 10, além das medidas normais, é necessária a adoção de algumas

medidas especiais de proteção, visto que as medidas inerentes construção são as mais difíceis

de serem alteradas. Os parâmetros considerados para compensação da SCI foram:

a) redução da quantidade de materiais combustíveis, ocorrência que diminui também

Qm.

b) Instalação de Sprinklers, visto que melhora a forma de detecção ao fogo e

transmissão do alerta.

Simulando uma nova situação, levando-se em consideração as alterações propostas,

novo coeficiente “γ” de segurança contra incêndio pode ser averiguado na figura 41,

indicando edificações suficientemente seguras.

10

9A 9B 9C

7

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Figura 41 - Coeficiente de segurança contra incêndio y

Os resultados, tanto dos parâmetros reais quanto das melhorias propostas, podem ser

encontrados no Apêndice E,"Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao Centro de

Tecnologia".

1,04

1,29

1,06 1,04 1,05

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

Edificações em estudo

Coef

icie

nte

y Prédio 7

Anexo 9A

Anexo 9B

Anexo 9C

Prédio 10

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5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa propôs a análise de risco de incêndio do Centro de Tecnologia

através de um método internacionalmente difundido, o Método de Gretener. Com a utilização

de fórmulas matemáticas simples, o método possibilitou o mapeamento de risco de incêndio

dos edifícios, verificando quais os pontos mereciam maior atenção e como poderiam ser

melhorados, valorizando para cada edificação uma intervenção em particular.

Para melhor entendimento, antes das conclusões propriamente ditas, são efetuadas

algumas considerações acerca dos resultados relacionados ao método utilizado e às

construções estudadas. Ao final do capítulo, são apresentadas algumas sugestões apara o

desenvolvimento de trabalhos futuros na área de interesse.

5.1 Considerações relacionadas ao Método de Gretener

Desenvolvido inicialmente para atender ao interesse de empresas seguradoras, o

Método de Gretener tem sua origem intimamente ligada à segurança patrimonial, de forma a

contrapor em diversos fatores da legislação brasileira, tidos como essenciais para a proteção

às pessoas, como iluminação, sinalização e saídas de emergência. Em compensação, a

legislação, excessivamente prescritiva, deixa de lado questões importantes, como o tempo de

resposta do Corpo de Bombeiros.

Logo, percebeu-se com o desenvolvimento do trabalho, que a utilização do método

não exclui a importância da legislação vigente de segurança contra incêndio. Ambos são

processos complementares que otimizam a segurança nas edificações.

Para a aplicação do método de análise de risco utilizado nesta pesquisa, foi necessário

um levantamento dos perigos potenciais e das medidas de proteção adotadas nas edificações.

Uma das dificuldades encontradas, conforme já é sabido, refere-se à falta de PPCI dos prédios

do Centro de Tecnologia, fator limitante para o conhecimento de diversas informações.

Ademais, muitos parâmetros do método trouxeram definições vagas ou até mesmo

incoerentes, cabendo ao usuário do método fazer as considerações pertinentes, segundo os

conhecimentos em SCI.

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Como por exemplo, na avaliação do parâmetro , o método descreve que a

percentagem de superfície das janelas em relação ao conjunto de superfície da fachada é fator

determinante na escolha do coeficiente a ser adotado. Ao mesmo tempo, não define em

quanto o valor deve ser diminuído para áreas de janela muito grandes, como foi o caso dos

edifícios estudados.

Além disso, percebeu-se que Método de Gretener, não avalia as medidas básicas de

segurança, como já citado anteriormente, pois em nenhum momento considera, nas

características construtivas, os revestimentos de pisos, forros e a existência de divisórias

melamínicas. Para mais, não avalia a conservação do edifício, especialmente no que diz

respeito à manutenção de instalações elétricas.

Retornando à questão patrimonial, os parâmetros que envolvem a área (fator g) e a

altura útil (fator e) são supervalorizados pelo método, visto que quanto maior for a edificação,

maiores os prejuízos. Entende-se que esses fatores também influenciam na dificuldade de

controlar o fogo, no entanto, independente do tamanho da edificação, ela pode ser igualmente

ou mais segura se atender as regras de SCI com eficiência.

A mesma comparação é válida para o fator de exposição ao perigo . O valor avalia

a dificuldade de saída dos ocupantes de um edifício perante ao número de andares,

desconsiderando a situação das rotas de fuga.

O método ainda avalia as questões de extintores, hidrantes e pessoas treinadas

separadamente, sem considerar que todas as situações, por fim, se correlacionam. A existência

de pessoas treinadas de nada adianta se os equipamentos de extinção ao fogo não estiverem

em pleno funcionamento. Ao mesmo tempo que os equipamentos, sem as pessoas disponíveis

para manuseá-los, também se torna uma situação incoerente.

Por fim, embora o método avalie vários fatores que interferem diretamente na

propagação do fogo, a preocupação com a edificação e o conteúdo se sobrepondo à

preocupação com a segurança dos ocupantes, é algo contraditório na legislação brasileira.

Para fins de adequar o método à realidade do país, seria necessário, além de incluir os

parâmetros básicos de sinalização, iluminação e saídas de emergência, tratar os parâmetros de

forma interligada, a fim de que todos funcionem conjuntamente.

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5.2 Considerações relacionadas aos prédios estudados

Quanto aos edifícios estudados também foram elencados vários pontos positivos e

negativos. Um dos fatores favoráveis ao Centro de Tecnologia é a posição do Corpo de

Bombeiros, que tem possibilidade de rapidamente atender aos chamados visto a existência da

Unidade de Camobi. Caso a única forma de intervenção fosse pela unidade central, devido à

distância e o grande fluxo de veículos, o combate ao incêndio seria dificultado. Ainda assim,

deve-se analisar que, devido aos acessos restritos entre os Anexos 9A e 9B, as viaturas

enfrentariam dificuldades de chegar ao local.

Em contra partida, a ineficiência das medidas básicas à proteção contra incêndio foi

um dos principais fatores para a insuficiência da segurança nos prédios. Todos os edifícios

estudados apresentaram risco de incêndio acima do esperado. A simples melhoria na

instalação de hidrantes internos, extintores e de pessoas treinadas, a fim de manusear esses

equipamentos, já melhorariam o coeficiente de segurança de todas as edificações. Ademais, a

reativação do hidrante de passeio, atendendo as características de pressão, vazão e água, em

quantidade suficiente para o uso do Corpo de Bombeiros, seria medida essencial a ser

corrigida.

No caso do prédio 10, devido ao material estocado e a extensa área do local, a

melhoria da segurança envolveria também medidas especiais de proteção, e

consequentemente investimentos mais altos. Além dos cuidados no armazenamento e nas

quantidades de substâncias combustíveis, seria necessária a instalação de sprinklers.

Finalmente, embora todos os edifícios tenham sido avaliados separadamente, a

existência de passarelas de ligação entre o prédio principal e os anexos poderia agravar a

propagação ao fogo entre as edificações vizinhas.

5.3 Conclusões

Por fim, conclui-se que a prevenção é a melhor forma de evitar os danos causados por

um incêndio. Devem ser inclusos às regras de prevenção: os cuidados no armazenamento,

manuseio e quantidade de materiais combustíveis a fim de reduzir a probabilidade de ignição,

manutenção adequada nos sistemas elétricos, de gás e aquecimento, concepção estrutural e

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arquitetônica desfavorável à propagação do fogo e a difusão das normas e regulamentos de

segurança contra incêndio com o propósito de criar o hábito por atitudes preventivas nas

pessoas.

5.4 Sugestões para trabalhos futuros

Para o desenvolvimento de trabalhos futuros, sugere-se aplicar o Método FRAME em

comparação ao Método de Gretener. O método FRAME analisa os riscos potenciais, o nível

de aceitabilidade e o nível de proteção em três vertentes: o risco de incêndio para o edifício e

o conteúdo, o risco de incêndio para os ocupantes e, por fim, o risco de incêndio para a

atividade desenvolvida. Com esta comparação, será possível verificar se, diferente do Método

de Gretener, o Método FRAME apresenta, em sua concepção, uma preocupação maior com a

segurança dos ocupantes, além de possibilitar a análise dos mesmos parâmetros já avaliados

segundo Gretener.

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BRETANO, T.Segurança Contra Incêndio nas Edificações.Comissão Especial de Revisão

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92

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93

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94

Apêndice A - Avaliação de risco de incêndio no Centro de Tecnologia

Avaliação de risco de incêndio no Centro de Tecnologia

EDIF

ÍCIO

Número de identificação:

Número de Pavimentos:

Ocupação:

Tipo de Construção:

( ) Um andar dividido em pequenos locais resistentes ao fogo com

área inferior a 200m².

( ) Caixas de escada, dutos e outras ligações verticais separadas

por estrutura resistente ao fogo.

( ) Ligações verticais abertas

MED

IDA

S N

OR

MA

IS D

E P

RO

TEÇ

ÃO

Quantidade de Extintores:

Quanto a validade:

Quantidade de Hidrantes Internos:

Localização do hidrante da rua:

Pressão de Saída do hidrante: ( ) < 2bar ( ) >2bar ( ) > 4bar

Reserva Técnica de Incêndio: Capacidade: Vazão:

Condições do

Reservatório:

Pessoal Instruído para uso de

instrumentos SCI ( )S ( )N

MED

IDA

S ES

PEC

IAIS

DE

PR

OTE

ÇÃ

O

Formas de detecção ao fogo ( ) Vigilantes

( ) Alarme

automático ( )Sprinklers

Forma de Transmissão do alerta (se

existente):

( ) Posto de controle em permanência, ocupado por uma pessoa

( ) Posto de controle em permanência, ocupado por duas pessoa

( ) Transmissão de alerta automático por via telefónica

( ) Transmissão de alerta automático por via telefónica (linha alugada ou sobreposta a linha normal)

Bombeiros de empresa (BE) (se

existente):

Quantidade de homens:

Horário de trabalho:

Trabalho em dias inativos: ( )S ( )N

Instalação de extinção (se existente): ( ) Dilúvio (água pulverizada ou espuma) ( ) Sprinkler

( ) Automática a gás ( ) Instalação de evacuação de Calor e Fumo

MED

IDA

S C

ON

STR

UTI

VA

S Estrutura Resistente

Elementos de Fachada

Portas

Janelas

Cobertura

Pisos

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95

Apêndice B - Recursos e Atuação do Corpo de Bombeiros de Santa Maria frente a uma

situação de incêndio no Centro de Tecnologia.

Recursos e Atuação do Corpo de Bombeiros de Santa Maria frente a uma situação de incêndio no

Centro de Tecnologia

Efetivo total da unidade:

Homens em serviço por turno:

Horários de trabalho:

Trabalho em dias inativos:

Caminhão-tanque: ( )S ( )N Capacidade:

Demais viaturas disponíveis:

Equipamentos:

Tempo até saída do local:

Tempo estimado até o CT:

Formas de atuação no caso de um incêndio no

Centro de Tecnologia (UFSM)

Viaturas e equipamentos disponíveis de acordo

com os acessos do prédio:

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96

Apêndice C - Análise dos Extintores de Incêndio

PRÉDIO 7

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

1

jul/15 2A20BC

2 jul/15 5BC

3 jul/15 2A20BC

4 jul/15 2A20BC

5 jul/15 2A20BC

1

out/15 10BC

2 out/15 20BC

3 out/15 10BC

1

dez/15 3A20BC

2 out/15 20BC

3 out/15 5BC

4 out/15 5BC

ANEXO 9A

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

1 1°

jul/15 2A

2 jul/15 10BC

1 2°

out/15 2A

2 out/15 10BC

1 3°

out/15 2A

2 out/15 10BC

ANEXO 9B

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

1

out/15 20BC

2 out/15 10BC

3 out/15 20BC

4 out/15 10BC

1

out/15 2A

2 out/15 10BC

3 out/15 20BC

1

jul/15 2A

2 jul/15 20BC

3 jul/15 20BC

4 jul/15 20BC

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97

Apêndice C - Análise dos Extintores de Incêndio

(continua)

ANEXO 9C

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

1

out/15 10BC

2 out/15 2A20BC

3 out/15 2A20BC

4 jul/15 10BC

5 out/15 3A20C

1

out/15 4A40BC

2 out/15 4A30BC

3 jul/15 3A20BC

4 jul/15 3A20BC

1 3°

out/15 3A20BC

2 out/15 3A20BC

PRÉDIO 10

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

1

out/15 5BC

2 out/15 3A20BC

3 out/15 10L

4 out/15 5BC

5 out/15 10BC

6 out/15 5BC

7 out/15 3A20BC

8 out/15 5BC

9 out/15 3A20BC

10 out/15 5BC

11 out/15 3A20BC

12 out/15 3A20BC

13 out/15 10BC

14 out/15 20BC

15 out/15 2A20BC

16 out/15 10BC

17 out/15 3A20BC

18 out/15 3A20BC

19 out/15 10BC

20 out/15 20BC

21 out/15 10BC

22 out/15 20BC

23 out/15 10BC

24 out/15 30BC

25 out/15 2A20BC

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98

(conclusão)

PRÉDIO 10

Identificação Andar Validade da carga exintora Capacidade extintora

26 1° out/15 20BC

1

out/15 5BC

2 out/15 5BC

3 out/15 20BC

4 out/15 2A

5 out/15 5BC

6 out/15 5BC

7 out/15 5BC

8 out/15 5BC

9 out/15 5BC

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99

Apêndice D - Análise dos Perigos Potenciais para os edifícios do Centro de Tecnologia.

EDIFÍCIO 7

Pav. Uso/Ocupação Qm Área Correspondente Qm*Área Área de maior risco Qm resultante Fator

q

Fator

c

Fator

r

Fator

k

Fator

A ( Anexo A) (MJ/m²) (m²) (MJ) (m²) (MJ/m²)

1° Escola 300 1861,63 558489

1977,16 988,6938842 1,5

1 1 1 0,85

Restaurante 300 115,53 34659 1,2 1 1 1

2° Escola 300 2130,42 639126 1 1 1 0,85

3° Escola 300 2155,29 646587 1 1 1 0,85

4° Escola 300 253,15 75945 1 1 1 0,85

ANEXO 9A

Pav. Uso/Ocupação Qm Área Correspondente Qm*Área Área de maior risco Qm resultante Fator

q

Fator

c

Fator

r

Fator

k

Fator

A (Conforme Anexo A) (MJ/m²) (m²) (MJ) (m²) (MJ/m²)

1° Escola 300 1072,77 321831

1072,77 900 1,5

1 1 1 0,85

2° Escola 300 1072,77 321831 1 1 1 0,85

3° Escola 300 1072,77 321831 1 1 1 0,85

ANEXO 9B

Pav. Uso/Ocupação Qm Área Correspondente Qm*Área Área de maior risco Qm resultante Fator

q

Fator

c

Fator

r

Fator

k

Fator

A (Conforme Anexo A) (MJ/m²) (m²) (MJ) (m²) (MJ/m²)

1° Ap. elétricos/eletrônicos 400 850,45 340180

850,45 1200 1,5

1,2 1,2 1,2 0,85

2° Ap. elétricos/eletrônicos 400 850,45 340180 1,2 1,2 1,2 0,85

3° Ap. elétricos/eletrônicos 400 850,45 340180 1,2 1,2 1,2 0,85

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100

Apêndice D - Análise dos Perigos Potenciais para os edifícios do Centro de Tecnologia.

ANEXO 9C

Pav. Uso/Ocupação Qm Área Correspondente Qm*Área Área de maior risco Qm resultante Fator

q

Fator

c

Fator

r

Fator

k

Fator

A (Conforme Anexo A) (MJ/m²) (m²) (MJ) (m²) (MJ/m²)

1° Biblioteca (armaz.) 2000 315 630000

1200,97 1244,186782 1,6

1 1 1 0,85

Escola 300 885,97 265791 1 1 1 0,85

2° Escola 300 1200,97 360291 1 1 1 0,85

3° Escola 300 793,83 238149 1 1 1 0,85

PRÉDIO 10

Pav. Uso/Ocupação Qm Área Correspondente Qm*Área Área de maior risco Qm resultante Fator

q

Fator

c

Fator

r

Fator

k

Fator

A (Conforme Anexo A) (MJ/m²) (m²) (MJ) (m²) (MJ/m²)

Mat. Construção Civil 800 860,7 688560

6119,96 2050,555886 1,7

1 1 1 0,85

Revest. de pavimentos 6000 151,6 909600 1 1,2 1 0,85

Óleos 18900 411 7767900 1,2 1,2 1 0,85

Acetileno 700 1103,8 772660 1,6 1 1 0,85

Lã e Algodão 1300 336,5 437450 1,2 1 1 0,85

Laboratório de química 500 123,09 61545 1,6 1 1,2 1,45

Prod. Químicos Combust. 1000 102,45 102450 1,4 1,1 1,1 1

Oficina de Eletrecidade 600 1100,45 660270 1 1,2 1 1

Centrais hidráulicas 80 548,8 43904 1 1,2 1,2 1

Ap. elétricos/eletrônicos 400 148,05 59220 1,2 1,2 1,2 0,85

Transformadores 300 37 11100 1,2 1,2 1,2 1,2

Escola 300 1196,52 358956 1 1 1 0,85

2° Escola 300 2252,35 675705 1 1 1 0,85

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101

Apêndice E - Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao

Centro de Tecnologia

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício Prédio 7

Localização Av. Roraima - Universidade Federal de Santa Maria

Descrição Dimensões

Tipo de Construção Construção do Tipo V A = l 122,81 AB = 2155,29

B = b 16,1 l/b = 7,6279503

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo

Qm 988,69 988,69

Carga de incêndio mobiliária, fator q 1,5 1,5

Combustibilidade, fator c 1 1

Perigo de fumo, fator r 1 1

Corrosão/toxidade, factork 1 1

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i 1 1

Nível do andar, fator e 1,75 1,75

Amplidão da Superfície, fator g 0,88 0,88

PERIGOS POTENCIAIS (P) 2,31 2,31

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1) 0,9 1

Hidrantes interiores (n2) 0,8 1

Abastecimento de água (n3) 0,5 0,7

Conduta de alimentação (n4) 0,95 0,95

Pessoal instruído (n5) 0,8 1

0,2736 0,665

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1) 1,1 1,1

Transmissão do alerta (s2) 1,1 1,1

Bombeiros oficiais e da empresa (s3) 1,6 1,6

Escalão de intervenção (s4) 1 1

Instalações de extinção (s5) 1 1

Instalações automáticas (s6) 1 1

1,936 1,936

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1) 1,3 1,3

Fachadas (f2) 1,1 1,1

Lajes (f3) 1 1

Células corta fogo (f4) 1 1

1,43 1,43

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M) 0,7574561 1,8410392

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B) 3,0496816 1,2547261

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A) 0,85 0,85

RISCO EFETIVO R 2,5922293 1,0665172

PHE 0,85 0,85

RISCO ADMISSÍVEL (Ru) 1,105 1,105

COEFICIENTE DE SCI (ƴ) 0,426274 1,0360827

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102

Apêndice E - Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao

Centro de Tecnologia

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício Anexo 9A

Localização Av. Roraima - Universidade Federal de Santa Maria

Descrição Dimensões

Tipo de Construção Construção do Tipo V A = l 51,05 AB = 1072,77

B = b 17 l/b = 3,0029412

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo

Qm 900 900

Carga de incêndio mobiliária, fator q 1,5 1,5

Combustibilidade, fator c 1 1

Perigo de fumo, fator r 1 1

Corrosão/toxidade, factork 1 1

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i 1 1

Nível do andar, fator e 1,65 1,65

Amplidão da Superfície, fator g 0,56 0,56

PERIGOS POTENCIAIS (P) 1,386 1,386

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1) 0,9 1

Hidrantes interiores (n2) 0,8 1

Abastecimento de água (n3) 0,5 0,5

Conduta de alimentação (n4) 1 1

Pessoal instruído (n5) 0,8 1

0,288 0,5

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1) 1,1 1,1

Transmissão do alerta (s2) 1,1 1,1

Bombeiros oficiais e da empresa (s3) 1,6 1,6

Escalão de intervenção (s4) 1 1

Instalações de extinção (s5) 1 1

Instalações automáticas (s6) 1 1

1,936 1,936

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1) 1,3 1,3

Fachadas (f2) 1,1 1,1

Lajes (f3) 1 1

Células corta fogo (f4) 1 1

1,43 1,43

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M) 0,7973222 1,38424

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B) 1,7383185 1,0012715

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A) 0,85 0,85

RISCO EFETIVO R 1,4775707 0,8510807

PHE 0,85 0,85

RISCO ADMISSÍVEL (Ru) 1,105 1,105

COEFICIENTE DE SCI (ƴ) 0,7478491 1,2983492

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103

Apêndice E - Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao

Centro de Tecnologia

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício Anexo 9B

Localização Av. Roraima - Universidade Federal de Santa Maria

Descrição Dimensões

Tipo de Construção Construção do Tipo V A = l 50,8 AB = 850,45

B = b 17 l/b = 2,9882353

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo

Qm 1200 1200

Carga de incêndio mobiliária, fator q 1,5 1,5

Combustibilidade, fator c 1,2 1,2

Perigo de fumo, fator r 1,2 1,2

Corrosão/toxidade, factork 1,2 1,2

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i 1 1

Nível do andar, fator e 1,65 1,65

Amplidão da Superfície, fator g 0,49 0,49

PERIGOS POTENCIAIS (P) 2,095632 2,095632

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1) 0,9 1

Hidrantes interiores (n2) 0,8 1

Abastecimento de água (n3) 0,5 0,65

Conduta de alimentação (n4) 0,95 0,95

Pessoal instruído (n5) 0,8 1

0,2736 0,6175

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1) 1,1 1,1

Transmissão do alerta (s2) 1,1 1,1

Bombeiros oficiais e da empresa (s3) 1,6 1,6

Escalão de intervenção (s4) 1 1

Instalações de extinção (s5) 1 1

Instalações automáticas (s6) 1 1

1,936 1,936

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1) 1,3 1,3

Fachadas (f2) 1,1 1,1

Lajes (f3) 1 1

Células corta fogo (f4) 1 1

1,43 1,43

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M) 0,7574561 1,7095364

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B) 2,7666711 1,2258481

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A) 0,85 0,85

RISCO EFETIVO R 2,3516705 1,0419709

PHE 1 0,85

RISCO ADMISSÍVEL (Ru) 1,3 1,105

COEFICIENTE DE SCI (ƴ) 0,5527985 1,0604903

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104

Apêndice E - Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao

Centro de Tecnologia

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício Anexo 9C

Localização Av. Roraima - Universidade Federal de Santa Maria

Descrição Dimensões

Tipo de Construção Construção do Tipo V A = l 44,43 AB = 1200,97

B = b 17,13 l/b = 2,5936953

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo

Qm 1244,19 1244,19

Carga de incêndio mobiliária, fator q 1,6 1,6

Combustibilidade, fator c 1 1

Perigo de fumo, fator r 1 1

Corrosão/toxidade, factork 1 1

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i 1 1

Nível do andar, fator e 1,65 1,65

Amplidão da Superfície, fator g 0,65 0,65

PERIGOS POTENCIAIS (P) 1,716 1,716

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1) 1 1

Hidrantes interiores (n2) 0,8 1

Abastecimento de água (n3) 0,5 0,55

Conduta de alimentação (n4) 0,9 0,9

Pessoal instruído (n5) 0,8 1

0,288 0,495

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1) 1,1 1,1

Transmissão do alerta (s2) 1,1 1,1

Bombeiros oficiais e da empresa (s3) 1,6 1,6

Escalão de intervenção (s4) 1 1

Instalações de extinção (s5) 1 1

Instalações automáticas (s6) 1 1

1,936 1,936

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1) 1,3 1,3

Fachadas (f2) 1,1 1,1

Lajes (f3) 1 1

Células corta fogo (f4) 1 1

1,43 1,43

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M) 0,7973222 1,3703976

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B) 2,1522039 1,2521913

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A) 0,85 0,85

RISCO EFETIVO R 1,8293733 1,0643626

PHE 0,85 0,85

RISCO ADMISSÍVEL (Ru) 1,105 1,105

COEFICIENTE DE SCI (ƴ) 0,604032 1,03818

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105

Apêndice E - Planilha de Cálculo Método de Gretener aplicado ao

Centro de Tecnologia

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício Prédio 10

Localização Av. Roraima - Universidade Federal de Santa Maria

Descrição Dimensões

Tipo de Construção Construção do Tipo V A = l 125,7 AB = 6119,96

B = b 45,55 l/b = 2,7596048

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo

Qm 2050,55 2050,55

Carga de incêndio mobiliária, fator q 1,7 1,6

Combustibilidade, fator c 1,6 1,2

Perigo de fumo, fator r 1,2 1,2

Corrosão/toxidade, factork 1,2 1,2

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i 1,1 1,1

Nível do andar, fator e 1,3 1,3

Amplidão da Superfície, fator g 1,68 1,68

PERIGOS POTENCIAIS (P) 9,4097203 6,6421555

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1) 0,9 1

Hidrantes interiores (n2) 0,8 1

Abastecimento de água (n3) 0,5 0,85

Conduta de alimentação (n4) 0,9 0,9

Pessoal instruído (n5) 0,8 1

0,2592 0,765

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1) 1,1 1,2

Transmissão do alerta (s2) 1,1 1,2

Bombeiros oficiais e da empresa (s3) 1,6 1,6

Escalão de intervenção (s4) 1 1

Instalações de extinção (s5) 1 2

Instalações automáticas (s6) 1 1

1,936 4,608

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1) 1,3 1,3

Fachadas (f2) 1,1 1,1

Lajes (f3) 1 1

Células corta fogo (f4) 1 1

1,43 1,43

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M) 0,71759 5,0409216

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B) 13,112948 1,3176471

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A) 1 1

RISCO EFETIVO R 13,112948 1,3176471

PHE 1 1

RISCO ADMISSÍVEL (Ru) 1,3 1,3

COEFICIENTE DE SCI (ƴ) 0,0991387 1,04464

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106

ANEXO A - Planilha de Cálculo Método de Gretener

PLANILHA DE CÁLCULO MÉTODO GRETENER

Edifício

Localização

Descrição Dimensões

Tipo de Construção

A = l

B = b

Compartimento de

incêndio

AB =

l/b =

Tipo

Parâmetros do método Existente Ideal

Per

igos

Pote

nci

ais

Conte

údo Qm

Carga de incêndio mobiliária, fator q

Combustibilidade, fator c

Perigo de fumo, fator r

Corrosão/toxidade, factork

Ed

ifíc

io

Carga de incêndio imobiliária, fator i

Nível do andar, fator e

Amplidão da Superfície, fator g

PERIGOS POTENCIAIS (P)

Med

idas

de

Pro

teçã

o

No

rmai

s

Extintores portáteis (n1)

Hidrantes interiores (n2)

Abastecimento de água (n3)

Conduta de alimentação (n4)

Pessoal instruído (n5)

MEDIDAS DE PROTEÇÃO NORMAL(N)

Esp

ecia

is

Detecção do fogo (s1)

Transmissão do alerta (s2)

Bombeiros oficiais e da empresa (s3)

Escalão de intervenção (s4)

Instalações de extinção (s5)

Instalações automáticas (s6)

Const

ruti

vas

Estrutura Resistente (f1)

Fachadas (f2)

Lajes (f3)

Células corta fogo (f4)

MEDIDAS DE PROTEÇÃO (M)

FATOR DE EXPOSIÇÃO AO PERIGO (B)

PERIGO DE ATIVAÇÃO (A)

RISCO EFETIVO R

PHE

RISCO ADMISSÍVEL (Ru)

COEFICIENTE DE SCI (ƴ)

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107

Anexo B - Plantas do Centro de Tecnologia (13 páginas)

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108

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109

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110

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111

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112

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113

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114

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115

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116

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117

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118

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119

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120

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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121

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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122

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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123

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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124

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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125

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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126

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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127

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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128

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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129

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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130

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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131

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos

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132

ANEXO A - Carga de Incêndio mobiliaria e Fatores de Influência para diversos usos