Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

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APARECIDA FELTRIN MARTINELLO SALVAN AVALIANDO AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA Criciúma, 2004

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APARECIDA FELTRIN MARTINELLO SALVAN

AVALIANDO AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM EM

MATEMÁTICA

Criciúma, 2004

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APARECIDA FELTRIN MARTINELLO SALVAN

AVALIANDO AS DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM EM

MATEMÁTICA

Monografia apresentada à Diretoria de Pós-Graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, para a obtenção do título de Especialista em Educação Matemática Profª. Orientadora: Adriane Brogni Uggioni

Criciúma, 2004

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A Deus, por me conceder a vida. Por me dar

coragem, saúde e esperança nos momentos mais

difíceis.

A meus pais pela educação que me deram abrindo

as portas do meu futuro, iluminando meu caminho

com a luz mais brilhante que puderam encontrar: o

estudo.

A todos os meus amigos e em especial ao meu

irmão e minha irmã, que entenderam minha

ausência e me ajudaram sempre que precisei.

Aos mestres, em especial a Adriane Brogni Uggioni,

minha orientadora, ao professor Edson Uggioni e a

professora Elisa Netto Zanette, que tomaram o certo

pelo errado e fizeram do talvez, uma possibilidade

real, mostrando que o sempre e o nunca são

tempos que inexistem, por isso, é sempre tempo de

aprender e nunca desistir.

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Dedico este trabalho a meu esposo Fernando

Salvan que esteve sempre a meu lado.

Que foi amigo e companheiro nas horas em que

meus ideais pareciam ora distantes ora inatingíveis

e que meu estudo parecia um fardo tão pesado.

Incentivando-me com muito amor em todos os

momentos, fazendo-me chegar até aqui com

sucesso.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................06

2 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM ..................................................................09

2.1 Concepção Inatista .............................................................................................09

2.2 Concepção Ambientalista ...................................................................................10

2.3 Concepção Construtivista...................................................................................11

2.4 Concepção Histórico-Cultural .............................................................................12

3 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM....................................................................13

4 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA .....................................15

5 PESQUISA DE CAMPO.........................................................................................21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................29

RECOMENDAÇÕES.................................................................................................33

REFERÊNCIAS.........................................................................................................44

ANEXOS ...................................................................................................................46

Anexo 1 Questionário a ser aplicado aos alunos .....................................................47

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Anexo 2 Questionário a ser aplicado ao professor da disciplina..............................50

Anexo 3 Atividade de manuseio – Derive.................................................................52

Anexo 4 Atividade no Laboratório – Derive ..............................................................53

Anexo 5 Atividade do Laboratório – Maple...............................................................54

Anexo 6 Atividade manuseio de fórmulas e símbolos – Equation ............................55

Anexo 7 Atividade de manuseio – Cabri...................................................................56

Anexo 8 Atividade no Laboratório I - Cabri ...............................................................57

Anexo 9 Atividade no Laboratório II – Cabri .............................................................58

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RESUMO

Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e de campo que visa analisar as causas da dificuldade de aprendizagem dos alunos na disciplina de Matemática. Para tanto, foi dividido em quatro capítulos. Estes abordam: as concepções de aprendizagem, as dificuldades encontradas por pais alunos e professores em geral e principalmente na disciplina de Matemática e sugestões para que se trabalhe a mesma de uma maneira que mostre ao aluno o verdadeiro sentido da disciplina, sua real importância e a relação com o seu cotidiano para assim tentar aumentar o interesse dos alunos em aprender Matemática e índice elevado de reprovação e evasão encontrados nas escolas em geral.

Palavras Chave: Dificuldade, Aprendizagem, Matemática, Discente.

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade vem se transformando a cada dia e com ela a necessidade

da formação crítica do cidadão para o acompanhamento destas mudanças

contínuas e irreversíveis.

A criticidade é construída na criança desde o momento em que ela nasce

e durante toda a sua vida. É a escola a maior responsável pela formação atuante do

cidadão na sociedade.

Mas há muito tempo tem-se percebido a dificuldade com que grande parte

dos alunos recebe o ensino.

Há um elevado índice de reprovação e evasão escolar que reforça o

grande problema dos alunos: a dificuldade de aprendizagem.

Para alguns professores o aluno chega ao ensino fundamental com uma

falha na aprendizagem que vai crescendo à medida que sua vida escolar se

desenvolve. Outros professores relacionam a falta de aperfeiçoamento de técnicas

que despertem nos alunos o interesse pelas aulas em especial a disciplina de

Matemática a qual terá um enfoque maior neste trabalho.

Para outros, os alunos não querem saber de nada, uma vez que é

obrigada a freqüentar a escola. Vêem o ensino fora da realidade. Em Matemática,

por exemplo, há cálculos e mais cálculos que são realizados sem saber o porquê,

pois não existe uma situação clara e concreta que os justifiquem, ocasionando essa

antipatia pela matéria.

A ausência de um trabalho principalmente na disciplina de Matemática que

leve em conta o interesse e a criatividade, assim como o despreparo do professor

para o ensinar, também são motivos citados por alguns professores.

A ênfase em fórmulas técnicas, sem que se mostre o processo de

construção desse conhecimento, responsável pelo seu caráter de mero reprodutor

de conteúdos, de fórmulas prontas, conceitos robotizados sem que se conhece o

“como” e o “porque” do ensino. Na maioria das vezes, se deve aprender aquilo que

se quer ensinar sem ter a preocupação para aquilo que se quer aprender. Também

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citados esses fatores se constituem no maior gerador das dificuldades de

aprendizagem.

A abordagem em termos de ensino feita somente no sentido lógico do

conhecimento não é necessariamente a melhor abordagem para uma efetiva

aprendizagem, ao contrário, quando consideramos os aspectos psicológicos do

nosso aluno ou quando valorizamos o seu saber com relação ao objeto de

conhecimento temos maior chance de sucesso. A maioria dos educadores

pesquisados, realizam seu trabalho de forma tradicional sem se preocupar com o

conhecimento que o educando apresenta, infelizmente não valorizam o processo de

aprendizagem da criança interferindo negativamente em seu aproveitamento e

acentuando as dificuldades.

Para que se chegue a linguagem formal e rigorosa, tão importante em

qualquer área do conhecimento, não só na Matemática, é necessário valorizar, num

primeiro momento, a linguagem natural da criança, e para que se chegue aos

conceitos cientificamente elaborados é necessário valorizar, como ponto de partida,

os conceitos que a criança já tem sobre os objetos de conhecimento.

Só assim poderemos transformar nossos alunos em cidadãos que saibam

utilizar-se de seus conhecimentos para construir uma sociedade digna que respeite

e dê valor à educação, tão importante para o sucesso e o progresso do país.

Este trabalho faz reflexões sobre a aprendizagem escolar e elenca

sugestões para sanar as dificuldades encontradas nesse aspecto.

Para isso, no primeiro capítulo faz-se uma análise das concepções de

aprendizagem, tão importante para um entendimento de como se dá a construção

do conhecimento por parte de nossos alunos.

O segundo capítulo aborda as dificuldades de aprendizagem em geral e

especificamente na disciplina de Matemática que é o foco deste trabalho. Neste

capítulo reúnem-se as situações e os problemas mais comuns encontrados por pais,

professores e alunos.

No terceiro capítulo cita-se o resultado de uma pesquisa de campo feita

com uma turma de ensino médio onde houve um elevado índice de reprovação na

disciplina de Matemática. Foi realizada uma análise crítica dos resultados e uma

discussão das causas geradoras desse problema.

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No quarto capítulo é sugerida nova maneira de conceber o ensino da

Matemática. Sugestões estas que levam os alunos ao encontro do verdadeiro

sentido e objetivo da disciplina.

A Modelagem Matemática, a Informática na Matemática, a

Problematização e a História da Matemática tem demonstrado a relação que a

Matemática tem com o cotidiano do aluno.

A importância de aprender Matemática para torna-se um cidadão crítico e

atuante na sociedade.

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2 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM

Toda prática de ensino contém uma teoria de aprendizagem

predominante, explicitada de forma consciente ou inconsciente pelo professor.

Contudo, nenhuma teoria sozinha explica como acontece o processo de

aprendizagem. Mesmo aquele que assume conscientemente uma teoria, deve

reconhecer um elevado grau de indeterminação na aprendizagem e nas interações,

pois tanto o docente como o discente se envolve de forma particular numa situação

cuja dinâmica é difícil de prever.

De qualquer forma, qualquer profissional da educação,

independentemente da sua área específica de atuação, precisa compreender os

princípios básicos de como ocorre a aprendizagem. Conceito este que vem sendo

estudado há muito tempo por pessoas interessadas em desvendar a magia que faz

com que esta palavra exista.

Ao passar dos anos novas maneiras de ver e conceber a aprendizagem

foram-se estabelecendo e determinando etapas características da educação. E suas

etapas receberam nomes específicos: as concepções.

2.1 Concepção Inatista

De acordo com Pozo (1998) no início o ser humano era considerado um

sujeito que já nascia pronto, inato. Já tinha potencialidades definidas.

O papel da escola e do professor perante o aluno era de facilitar suas

manifestações inatas, fazer com que fluíssem naturalmente. Oportunizar situações

que o aluno demonstre suas experiências e conhecimentos.

A avaliação visava apenas verificar o nível de conhecimento do aluno.

Nessa concepção é o sujeito que determina o meio.

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As qualidades e capacidades básicas de cada indivíduo já estão prontas

por ocasião do nascimento, ou seja, a capacidade cognitiva é definida

geneticamente.

A consciência humana pré-existe. A ação do meio pode no máximo

acelerar aparecimento da consciência. As estruturas mentais são totalidades pré-

formadas e organizadas segundo princípios inerentes a razão humana. Em fim, o

destino de cada pessoa já estaria determinado pela “graça divina”.

O meio serve apenas como estimulação. A ênfase na aprendizagem é

dada pelo fator biológico: a aptidão, a prontidão.

O professor dá suas aulas enfatizando tudo o que é representação externa

ao aluno.

É comum ouvir de pais e professores as frases: “Pau que nasce torto,

morre torto” e “Filho de peixe, peixinho é”.

2.2 Concepção Ambientalista

Para Hilgard (1973) que defendiam esta concepção o aluno era

considerado uma folha em branco, que ao freqüentar a escola começaria a adquirir

os conhecimentos que não possuía.

O professor era dono do conhecimento, assim como na concepção

inatista, mas aqui o aluno não possuía conhecimento algum. Aprenderia ou não com

o professor, dependendo da sua vontade. O aluno era condicionado através de

memorizações repetitivas como cópia e exercícios.

Ao contrário do inatismo, no ambientalismo é o meio que determina o

sujeito.

A prioridade é a experiência. Todos os elementos, responsáveis pelo

conhecimento são sensoriais e a consciência é gerada pelos estímulos que o

ambiente proporciona. Esses estímulos presentes numa determinada situação levam

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ao aparecimento de um determinado comportamento. Manipulando-se os elementos

presentes no ambiente torna-se possível controlar o comportamento do indivíduo.

Dos estímulos externos dependem o sucesso ou insucesso do aluno.

O professor é quem programa, ensina e controla tudo. É comum ouvir as

seguintes frases: “É de pequeno que se torce o pepino” e “Água mole em pedra dura

tanto bate até que fura”.

2.3 Concepção Construtivista

Segundo Lima (1984) esta concepção o homem não nasce com o

conhecimento, nem o mesmo é adquirido pelo meio sim é um processo de

construção permanente, ou seja, é constituído a partir do desenvolvimento do ser

humano, que é maturacional e dá-se por fases pré-estabelecidas.

A aprendizagem se beneficia dos progressos feitos pelo desenvolvimento,

mas não o influencia nem o direciona. Certos tipos de aprendizagem só ocorrerão

quando se atingir um determinado nível de desenvolvimento, ou seja, uma

maturação biológica das estruturas cognitivas.

O ser humano é estruturado como mecanismos próprios, que não se

reduzem ao social, sendo determinado principalmente pela maturação biológica. As

ações do ser humano, a partir de esquema motores, propiciam a troca entre o

organismo e o meio, através de um processo de adaptação progressiva.

A escola tem como papel provocar situações desequilibrastes para o

aluno, respeitando cada etapa do seu desenvolvimento. Deve-se ensinar a criança a

observar, investigar e estabelecer relações de cooperação. Na relação professor-

aluno, o primeiro deve ser orientador. Propor situações-problema sem ensinar as

soluções, respeitando sempre, as características próprias da fase evolutiva do aluno.

Portanto, o papel do professor, perante o aluno é de mediador do

conhecimento que abrange toda a cultura norteadora do aluno.

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2.4 Concepção Histórico-Cultural

Conforme Bittencourt (1994) nessa concepção o desenvolvimento e a

aprendizagem estão relacionados desde o nascimento da criança. O

desenvolvimento não é um processo previsível, universal ou linear, ao contrário, ele

é construído no contexto, na interação com aprendizagem. Os processos de

desenvolvimento elementares são de origem biológica e as funções psicológicas

superiores são de origem sócio-culturais, ou seja, históricas.

O objeto de conhecimento é social e é determinado pelas relações

humanas. Não tem existência em si mesmo. Portanto, tudo o que constitui a

realidade humana tem origem nas relações sociais. Idéia e matéria são dimensões

indissociáveis da mesma realidade.

O sujeito do conhecimento é um sujeito socialmente determinado,

portanto, é síntese das relações sociais da sua época. Enfim o conhecimento se dá

do plano social para o individual, através da mediação do sujeito que domina e

utiliza o objeto do conhecimento. A linguagem tem papel determinante na formação

da consciência humana, que não é inata, nem é resultado das ações do sujeito

sobre o meio e sim considerada produção humana.

Aqui o professor é criado de situações em que o aluno vá a busca do

conhecimento, nunca eliminando o que já sabe, e sim utilizando-se da sua história

para descobrir o que circunda na cultura humana, ansioso em produzir, criar, ser

crítico diante das situações que lhe serão impostas.

E é na escola que a criança deve se apropriar dos conhecimentos

acumulados historicamente para formular conceitos científicos e utilizá-los em seu

dia-a-dia.

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3 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Não importa a época, o pesquisador, nem a concepção, mas sim o que foi

abordado em comum.

Todos, desde: Rogers, Skinner, Piaget, Vygotsky, Wallon e outros eram

cúmplices em suas reflexões. De maneiras diferentes ou não seus interesses se

encontravam na preocupação que tinham de que houvesse a aprendizagem por

parte dos alunos.

Percebe-se que desde o início das explanações feitas sobre as teorias

citadas anteriormente, existe uma atenção especial sobre a questão da

aprendizagem.

Desde o início dos tempos a sociedade vem se modificando e com ela a

necessidade de acompanhar enquanto escola, essa transformação.

A cada concepção estudada percebem-se as fases da mudança.

Mudanças essas que fizeram com que pesquisadores parassem e refletissem sobre

o que estava acontecendo com a educação.

Cada vez mais, diante das teorias de aprendizagem, evidencia-se a

insatisfação das comunidades em geral.

Há muito tempo à escola deixou de ser um depósito de crianças e

adolescentes onde eram deixados para que seus pais pudessem trabalhar, para ser

uma instituição onde os alunos possam aprimorar seus conhecimentos científicos,

tornando-se assim capazes de interagir na sociedade em que vivem, de modo a se

tornarem cidadãos atuantes e críticos.

Mas muitos são os fatores que impedem que essa aprendizagem

aconteça. Toda a comunidade escolar: tanto pais, alunos, direção e professores têm

sua opinião sobre o fracasso escolar. Cada um com seus anseios tentam de uma

maneira ou de outra superar a dificuldade de transformar a escola em um ambiente

agradável onde os alunos aprendam e alcancem todos os objetivos propostos

obtendo assim o sucesso em suas vidas.

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O processo bem sucedido da aprendizagem, se observado, deveria tornar-se consciente ao educando para que fosse reforçado e para que pudesse ser relembrado quando necessário. Isto, contudo, não é o que usualmente ocorre (FREUDENTHAL apud MACHADO, 1992, p. 11).

O resultado disso é demonstrado por meio da repetência e da evasão

escolar que temos nos dias de hoje. O desinteresse por parte de alguns alunos em

estudar é alarmante e causa grande preocupação, principalmente, dos docentes que

se questionam freqüentemente sobre de quem é a culpa disso tudo, e como resolver

esse problema.

Apesar de muitos estudos alertarem para os sérios problemas da

educação no Brasil, o fracasso escolar ainda se impõe de forma gritante nas nossas

estatísticas. Não é fácil encontrar uma definição clara e abrangente para designar

“problema de aprendizagem”.

Para Vygotsky (1988) o desenvolvimento cognitivo das crianças é

determinado por interações sociais com adultos.

E é em volta dessa interação que todas as disciplinas científicas que

servem de embasamento ao processo educativo, da Biologia à Antropologia e da

Psicologia à Cibernética.

Nos últimos tempos, porém, estas sofreram fundamental transformação na

maneira de interpretar os fenômenos vitais, em particular, e os fenômenos sociais

em geral. Essa mobilização ocorreu e ainda ocorre para que a educação possa vir

cada vez mais de encontro à necessidade humana. Necessidade essa que

precisamos suprir por meio da tarefa de produzir uma educação para a cidadania.

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4 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

Sabe-se que a importância da escola está intimamente ligada às

necessidades e ao progresso da humanidade. Diante disso cada disciplina tem seu

papel na construção do conhecimento do aluno e esta construção acontece

gradativamente com o passar do tempo. Há, porém aquelas disciplinas consideradas

mais fáceis e há as consideradas mais difíceis por parte dos alunos.

E é principalmente na disciplina de Matemática, que há um grande número

de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e de professores que

tentam lidar com isso.

Os saberes matemáticos, infelizmente poucos percebem, este está

relacionado com o cotidiano, com as mudanças tecnológicas das sociedades, além

de estar relacionado com as demais disciplinas.

Segundo D’Ambrósio (apud BAMPI, 1999, p. 08) “a sociedade está

impregnada de Matemática”.

Sendo assim, ainda segundo D’Ambrósio (apud BAMPI, 1999, p. 101):

A educação Matemática, além de atribuir um lugar de destaque à escola enquanto local primordial de educação – enfatizando a sua importância no mundo moderno – também torna evidente o caráter redentor da educação escolarizada, em consonância com o saber matemático complementa a preparação do cidadão: o elemento-chave para a preparação do cidadão no mundo moderno é a Matemática e, como tal, ela é peça essencial dos sistemas escolares.

Além de D’Ambrósio muitos outros professores pesquisadores

reconhecem a importância da matemática para a formação do indivíduo. Por

exemplo, Piaget (apud MACHADO, 1992) diz que por meio da Matemática é que o

homem o constrói próprio, os instrumentos para o desenvolvimento da sua

personalidade intelectual e de sua educação moral. Dessa forma o indivíduo

desenvolverá o seu processo mental importante para a percepção e a compreensão

do mundo.

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Muitas, como já foram citadas são as dificuldades de aprendizagem, mas

é principalmente na disciplina de Matemática que elas se destacam. E essas

dificuldades podem levar o aluno a perder o interesse pela disciplina, criando assim,

um mito em torno da mesma.

Segundo Piaget (apud MACHADO, 1992) esses fatores influenciam na

aprendizagem do indivíduo, criando para si um medo, um bloqueio mental no qual

não o deixa aprender. Ainda associado a essas teorias são evidentes as

metodologias inadequadas por parte de alguns professores que só reforçam nos

alunos a idéia de serem incapazes.

Segundo Machado (1992, p. 31) vários autores dizem que:

Os alunos se dispersam quando o ensino da Matemática se faz rotineiro, ocultando consciente e inconscientemente sua verdadeira força e beleza, complicando-a inutilmente com fórmulas que não sabem de onde vem. O ensino tem que alcançar uma investigação em que o aluno sinta a sensação de estar fazendo algo com isso, em que se sinta mais confiante colocando em prática o seu trabalho efetivo e com isso, faça-o perceber o seu próprio rendimento.

Se o aluno não perceber a importância da aprendizagem acabará

acontecendo à reprovação ou até mesmo a evasão escolar. A falta de preparo do

professor não permite que eles percebam a forma que abandonam determinados

conteúdos de Matemática, sendo que muitos infelizmente não favorecem a

aprendizagem do aluno. Claro que este fator não é culpa dele já que foi educado

dessa forma, mas tem que ter a sensatez de não se acomodar com esta situação.

Conforme Dante (1989, p. 12) “o professor não é responsável pelo tipo de

ensino que recebeu, mas tem uma grande responsabilidade sobre o que leva para

as aulas”.

O que também ocorre é que o ensino da Matemática acaba na maioria das

vezes, resumindo-se a mera transmissão de informações dos conteúdos contidos

nos livros didáticos, sem a mínima relação com a realidade do aluno.

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D’Ambrósio (1976, p. 35) diz que:

A preocupação maior no ensino da Matemática está em levar ao conhecimento do aluno uma série de algoritmos, fórmulas e símbolos, sem que fique explícito para que servem, onde serão usados e como serão usados. Não há, pois uma preocupação maior de integrar os conteúdos matemáticos com outras áreas do conhecimento.

Na escola, a matemática é uma ciência ensinada em um momento

definido por alguém de maior competência. Na vida, a matemática é parte da

atividade de um sujeito que compra, que vende, que mede e encomenda peças de

madeira, que constrói paredes, que joga.

Que diferenças fazem essas circunstâncias para a vida dos sujeitos?

Na aula de Matemática, as crianças fazem conta para acertar, para ganhar

boas notas, para agradar a professora e os pais, para passar de ano. Na vida

cotidiana, fazem as mesmas contas para pagar, dar troco, convencer o freguês.

Estarão usando a mesma Matemática? O desempenho nas diferentes situações será

o mesmo? Que papel exerce a motivação da venda? Que explicação existe para que

alguém seja capaz de resolver um problema em uma situação e não em outra?

O que fazer na escola se constata que as crianças sabem mais

matemática fora de sala de aula?

Que postura deve ter o professor, que motivações deve buscar para sua

aula, se o mesmo teve, uma formação tradicional, que não lhe mostrou como

relacionar os conteúdos da disciplina com o dia-a-dia do aluno?

Sabemos que grande parte dos professores buscam, mesmo tendo essa

formação, inovar. Tentam especializar-se, criar formas de atrair a atenção do aluno,

de relacionar sua vida fora da escola com sua vida dentro da escola.

Mas também é visto que muitos professores, ao contrário destes, citados

anteriormente, acomodam-se com a formação que tiveram e continuam passando

para os alunos aquela matemática livresca, sem sentido algum.

Sabemos que é difícil mudar, visto que sua formação foi totalmente

diferente. E que é mais fácil dar aula seguindo simplesmente o livro didático.

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Mas é certo se acomodar e continuar contribuindo com a submissão que

muitas crianças, adolescentes e até adultos se encontram pela preparação de uma

personalidade crítica, perseverante, democrática?

A sociedade capitalista em que vivemos hoje, onde poucos têm muito e

muitos têm pouco reforça a falta de preparo que nossos alunos obtém na escola.

Muitas famílias sem ter ao menos comida para dar aos seus filhos estão

longe de ter estímulo para se preocuparem com o elo que a família deve ter com a

escola.

Pais que trabalham o dia todo e deixam suas crianças sozinhas em casa,

muitas vezes sem ter o que comer, chegam do trabalho sem ânimo algum para

acompanhar seus filhos na lição de casa, de olhar seus cadernos ou de perguntar o

que aprenderam naquele dia na escola.

A base da educação de uma criança está na família. Mas a cada dia

vemos mais pais se separando ou filhos sendo criados pelos avós. Não há um

acompanhamento do aprendizado dessas crianças.

Muitas vezes o professor vê a responsável pelo aluno apenas uma vez no

ano o dia do provão final – para pedir-lhe que passe a criança.

O estímulo, a conversa, o carinho, o alimento são imprescindíveis para

que ocorra a aprendizagem.

O que acontece também em alguns lugares é o trabalho infantil. Crianças

fora da escola ou então dividindo seu dia entre o estudo e o trabalho recebendo um

salário de fome, mas necessário para ajudar a família, que muitas vezes é quem

obriga a freqüência ao emprego.

Existem vários projetos para que haja a erradicação do trabalho infantil.

Um exemplo é o PETI.

O P.E.T.I. (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) teve início em

1996, com a primeira experiência piloto implantada nas carvoarias do Estado do

Mato Grosso do Sul, onde foram atendidas mil e quinhentas crianças que

trabalhavam nos fornos de carvão e na colheita da erva-mate de quatorze

municípios.

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Em 1999 o PETI teve um grande implemento, passando a atender cento e

quarenta e cinco mil quinhentos e sete crianças e adolescentes em duzentos e trinta

e sete municípios e quatorze estados. O programa encerrou o ano 2001 atendendo

trezentos e quarenta e quatro mil nove centos sessenta e nove crianças e

adolescentes das vinte e sete unidades da Federação, em novecentos e setenta e

seis municípios.

Segundo o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil – Juvenil e

Proteção ao Adolescente, o PETI – destina-se às famílias cujos filhos, na faixa etária

de sete a quatorze anos, submetem-se a trabalhos caracterizados como insalubres,

degradantes, perigosos e de exploração infantil. Com isso, o Programa e o sucesso

escolar de crianças e adolescente, com a criação da jornada ampliada, onde as

entidades escolares ou de apoio, reforçadas com recursos humanos e materiais,

asseguram a alimentação, a orientação nos estudos, no esporte e no lazer.

Em um período (vinte horas semanais) a criança estuda no ensino regular.

No outro período (mais vinte horas semanais) ela tem aula de reforço escolar, aulas

de esporte, aulas de dança e de teatro, artesanato entre outras: para freqüentar o

programa a escola seleciona o aluno pelo maior nível de carência escolar e o

mesmo recebem a bolsa escola para ficar o dia todo na escola em vez de trabalhar.

Para garantir sua permanência o aluno não pode ter mais de três faltas

injustificadas.

Em conseqüência dessa falta de estrutura há crianças e adolescentes se

transformando em usuários de drogas. Desde a mais inofensiva como a cola de

sapateiro até a mais perigosa como cocaína, heroína, craque e outras.

Qualquer tipo de droga destrói as ramificações dos neurônios (celular

nervosas) que são responsáveis pela transmissão de informações. A pessoa acaba

tendo perca de memória, lentidão no raciocínio e atrofiamento do cérebro e até a

morte, fora outras doenças do fígado, estômago etc.

Qualquer que seja o mal estar físico ou mental de uma criança acarretará

na não aprendizagem em sala de aula.

Existem também doenças patogênicas segundo Garcia (1998) como:

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�Alexia: impossibilidade de ler, cegueira verbal completa

acompanhada de afasia. Nesse caso a uma perturbação de

percepção e memória.

�Desaritmética: dificuldade para escrever ou ler números, ainda

que haja facilidade para realizar cálculos, impossibilidade de se

relacionar com números.

�Descalculia: incapacidade para realização de cálculos.

�Síndrome do Déficit de Concentração: incapacidade de

concentrar-se, de prestar atenção em algo. Agitação e nervosismo.

Qualquer aluno que tenha algum desses problemas terá uma dificuldade

de aprendizagem que refletirá em seu comportamento em sala de aula.

Muitos por terem dificuldade de aprender e não serem entendidos tornam-

se alunos agressivos, indisciplinados, desobedientes, impulsivos, exibicionistas, ou

com instabilidade emocional que às vezes leva a comportamento adversos como:

timidez, a insegurança, a apatia e até o isolamento.

Portanto, pode-se considerar a aprendizagem como um fenômeno

adaptativo complexo que pode ser influenciado por vários fatores. De certa forma

esses fatores podem ser classificados em: biológicos, psicológicos e sócio-culturais.

Precisamos trabalhar maneiras diferentes, de acordo com a realidade de

cada escola, para desenvolver a aprendizagem em nossos alunos, de maneira que

todos independentes das suas dificuldades tenham capacidade de adquirir um

raciocínio lógico de que o cerca, um entendimento do mundo em que está inserido.

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5 PESQUISA DE CAMPO

Um exemplo de que a dificuldade de aprendizagem em matemática é

evidente, foi à experiência obtida com a primeira fase do Ensino Médio da E. E. B.

Princesa Isabel no primeiro semestre do ano de 2003, localizada no município de

Morro da Fumaça, estado de Santa Catarina.

Era uma classe composta por trinta e três alunos onde quinze reprovaram

em Matemática. Então para poder analisar as causas que levaram a um índice tão

alto de reprovação foi feita uma pesquisa de campo, onde a amostra foram esses

quinze alunos reprovados.

A pesquisa foi feita através de questionário escrito, entregue a cada um

desses alunos (anexo 1).

A primeira pergunta foi quanto à idade dos mesmos. Dos quinze, cinco

tem dos dezesseis anos, sete tem dezessete anos, dois tem dezoito anos e um tem

vinte anos. Observa-se que a maioria está além da idade normal prevista para esta

fase, já que o comum de um aluno que começou sua vida escolar aos sete anos e

não parou de estudar, nem reprovou nenhuma vez é de quinze anos de idade.

A segunda pergunta foi sobre o gosto que eles tinham pela disciplina.

Quatorze não gostam de Matemática e um é indiferente ao gosto pela matéria.

A terceira pergunta foi a respeito do grau de dificuldade na disciplina. Dos

quinze, onze alunos responderam que é muito difícil e quatro que além de ser muito

difícil não tem haver com seu dia-a-dia.

A quarta pergunta referia-se ao que eles gostavam na Matemática: doze

responderam que não gostam de nada e três que gostam quando não tem aula.

A quinta pergunta foi referente ao que consideravam mais difícil na

disciplina: doze responderam que achavam tudo difícil, um que achava difícil decorar

a tabuada, outro entender fração e um deixou a resposta em branco.

A sexta pergunta indagava a possibilidade de ter havido alguma outra

reprovação nos anos anteriores.

Page 24: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

23

A resposta foi alarmante. Teve quem reprovou na terceira, quarta, quinta,

sexta, sétima série e até mesmo naquela fase pela segunda vez. Reprovaram em

várias disciplinas como alvo da pesquisa: a Matemática e outras como português,

religião, educação física, geografia, história, filosofia, psicologia, artes e ciências.

Analisando as respostas vistas até aqui podemos entender que ser trata

de alunos que além de estarem em idades avançadas, também não gostam da

disciplina e tem uma dificuldade de aprendizagem que não se limita somente a

Matemática, mas abrange outras disciplinas, até mesmo as consideradas fáceis pela

maioria dos alunos. Como Religião, Educação Física, Psicologia e até mesmo

Filosofia.

Continuando a análise das respostas à sétima pergunta questionava a

reprovação anual por causa exclusiva da Matemática.

Oito disseram que sim, já haviam repetido o ano por causa da Matemática.

Sete por causa de outras matérias.

A oitava pergunta se referia à questão pela qual o aluno achava que o

havia levado a reprovação.

Cinco responderam que quase não freqüentavam as aulas e não

gostavam das mesmas.

Um alegou a falta de estudo e de interesse, a infreqüência nas aulas, a

dificuldade que tinha em entender os conteúdos e que também não gostava da

matéria. Dois responderam que não estudavam e não tinham interesse, também

pouco freqüentava as aulas.

Quatro colocaram que não estudavam e não gostavam da matéria. Três

não gostavam e não tinham interesse pela disciplina.

A nona questão indagava as atitudes que possibilitavam um maior

entendimento da Matemática por parte dos alunos.

Quatro responderam que uma maneira seria freqüentar mais as aulas, seis

estudar mais os conteúdos, três deixaram a resposta em branco, um respondeu que

deveria parar de fumar e a professora deveria dar dez para todo mundo.

Aqui observamos que talvez não tenha havido a sinceridade devida na

hora de responder a está questão.

Page 25: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

24

A décima pergunta se referia à moradia dos alunos, se viviam com seus

pais ou não.

Quatorze responderam que sim e um que não vivia com os mesmos.

A décima primeira questão tem o objetivo em obter a informação de que

os alunos trabalhavam ou não.

Nove responderam que sim e seis não trabalhavam.

A décima segunda pergunta queria mostrar o tipo de renda familiar.

Três tinham a renda acima de três salários mínimos, nove tinham a renda

abaixo de três salários mínimos e três deixaram a resposta em branco.

A décima terceira pergunta se referia a quantidade de pessoas que

moravam na residência do aluno.

Doze responderam que havia mais de três pessoas em sua casa e três

responderam que não havia mais de três pessoas em sua residência.

A décima quarta pergunta queria mostrar a prática de atividade esportiva

desses alunos.

Dois praticam esportes e treze não.

A décima quinta pergunta se referia ao uso no passado ou no presente de

algum tipo de droga por parte dos alunos.

Nove responderam que já tiveram ou mantém contato com algum tipo de

droga, dois responderam que nunca experimentaram e quatro deixaram a resposta

em branco.

Por fim, a última pergunta era sobre a classe de aceleração. Se algum

deles já havia participado deste projeto.

Nove responderam que vieram da classe de aceleração e seis vieram do

ensino regular.

Analisando a décima pergunta, décima primeira, décima segunda e

décima terceira questão observamos que esses alunos não possuem uma situação

financeira elevada.

Page 26: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

25

Suas vidas refletem a da maioria do povo brasileiro. Famílias grandes

onde os pais ganham pouco e os filhos têm que trabalhar para ajudar em casa.

Também se observa que não têm o hábito de praticar esportes e já

utilizaram ou utilizam algum tipo de droga. Quase todos estudaram em classe de

aceleração.

Por este motivo achei importante entrevistar a articuladora da classe de

aceleração que repassou todos dos dados a seguir.

Segundo ela a classe de aceleração para os alunos com distorção idade /

série, é garantida a partir da promulgação da Lei nº 9394/96 – Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – artigo 24 inciso V, alínea b e da Lei Complementar nº 170/98 –

Sistema Estadual de Educação artigo 26, inciso VI, alínea d.

Em 1998, a Secretária de Educação e do Desporto de SC – SED

implantou o Projeto Classe de Aceleração de primeira à quarta série do ensino

fundamental, tendo como referencial teórico – metodológico a Proposta Curricular de

SC / 98.

As classes de aceleração têm como objetivo maior propiciar condições

para recuperação de alunos que se encontram em situação de defasagem na

aprendizagem e em relação à idade / série. Esta recuperação implica em

desencadear uma ação pedagógica coletiva, que permita a este aluno a apropriação

do conhecimento científico produzido historicamente pela humanidade como um dos

instrumentos necessários ao exercício da cidadania.

É também, fundamental assumirmos a responsabilidade e o compromisso

de entendermos as Classes de Aceleração como uma oportunidade e um direito

social que as crianças e os jovens têm de acessar e de apropriarem seu

conhecimento. Conscientes deste direito são necessários um trabalho para que os

alunos das Classes de Aceleração não sejam discriminados ou estigmatizados.

Convém, ainda, refletir profundamente para compreendermos as causas que levam

estes jovens à não se apropriarem do saber sistematizado na idade considerada

adequada.

Entendemos, assim, que o trabalho com as Classes de Aceleração,

considerando a sua especificidade, deve, obrigatoriamente, ter características

Page 27: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

26

próprias, ou seja, seleção de conceitos essenciais, metodologias diversificadas e

professores capacitados para atuar com este aluno.

É importante lembrar, ainda, o caráter transitório das Classes de

Aceleração, uma vez que não deve ser meta dos sistemas de educação perpetuar

situações que justifiquem a existência de novos alunos com defasagem idade / série.

Isto implica uma ação pedagógica coletiva que garanta a aprendizagem de todos,

eliminando, com isso, a ocorrência de novas Classes de Aceleração nos próximos

anos.

Os alunos selecionados para estas Classes de Aceleração deverão estar

dentro dos seguintes critérios:

Nível 1 - Alunos que ainda não se apropriaram dos conhecimentos

necessários à aprendizagem da leitura e escrita em todas as disciplinas do currículo.

Nível 2 - Alunos que não se apropriaram dos conceitos essenciais das

diversas áreas do conhecimento nas séries iniciais do ensino fundamental.

Nível 3 - Alunos que não se apropriaram dos conceitos essenciais das

diversas áreas do conhecimento nas séries finais do ensino fundamental.

A duração dos níveis 1 e 2 é de um ano cada.

A duração do nível 3 é de, no mínimo, um ano para alunos de quinta,

sexta, sétima e oitava séries e de, no máximo, dois anos para alunos de quinta e

sexta séries.

O número de alunos para a constituição de turmas é de, no mínimo,

quinze e, no máximo, vinte e cinco alunos para os níveis 1 e 2; de, no mínimo, vinte

e, no máximo, trinta alunos para o nível 3.

Terão direito a freqüentar os níveis 1, 2 e 3, das Classes de Aceleração,

os alunos com defasagem entre a série e a idade regular de matrícula, que estão

freqüentando a Unidade Escolar e que não atingiram os objetivos propostos para

cada nível de ensino, ou seja, aqueles alunos que não se apropriaram dos conceitos

essenciais das diversas áreas do conhecimento. Os alunos com “necessidades

especiais” (portador de deficiência mental) não serão atendidos por este Projeto.

Freqüentarão os níveis 1 e 2 alunos com dez anos ou mais e o nível 3

alunos com doze anos ou mais.

Page 28: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

27

As Classes de Aceleração têm por objetivo exclusivo trabalhar os alunos

com múltiplas repetências e evasão, possibilitando-lhes a apropriação do saber

elaborado, o contato com as novas tecnologias e a discussão da importância do

conhecimento sistematizado, como instrumento essencial ao exercício da cidadania,

direito inalienável de todos.

Cada unidade escolar possui um articulador que tem a função de planejar,

coordenar e avaliar as atividades dos professores que atuam nestes níveis.

Mas segundo ela a classe de aceleração teve como participantes alunos

com dificuldades muito além daquelas citadas até agora.

Os alunos encaminhados para a classe de aceleração eram na maioria

das vezes deficientes mentais leves, alunos com sérios problemas de concentração

que deveriam ser acompanhados por neurologistas. A escola não tinha e não tem

lugar apropriado para estes adolescentes por isso eles acabaram nas classes de

aceleração.

Portanto os alunos que freqüentavam a classe de aceleração não eram

apenas alunos com defasagem idade/série e sim alunos com distúrbios de

aprendizagem. Alunos com alexia, desaritmética, descalculia, síndrome de déficit de

concentração e muitas outras adversidades.

Esses alunos deveriam ser acompanhados por psicólogos, neurologistas,

fonoaudiólogos e outras especialistas, mas não era o que acontecia de fato.

Além disso, havia muitos alunos com problemas sociais sérios. Alguns

viviam em estado de extrema pobreza levando-os a revolta demonstrada por

comportamentos de agressividade, indisciplina e muitas vezes até de má índole.

E alguns desses alunos mesmo sem atingir os objetivos propostos eram

muitas vezes encaminhados para o ensino regular.

Também foi aplicado um questionário ao professor da disciplina de

matemática da primeira fase do Ensino Médio citada anteriormente que teve as

seguintes respostas (anexo 2).

A sua formação era de especialista na área de Matemática e lecionava no

ensino Médio a três anos.

Page 29: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

28

O professor acreditava que na prática pedagógica fazia com que os alunos

que se interessassem pela disciplina conseguissem aprender os conteúdos

trabalhados na medida do possível, pois segundo o professor, tentava integrar os

conteúdos matemáticos com a realidade do aluno dentro das características daquela

comunidade. Mas ele foi sincero também, ao dizer que isso nem sempre é possível

Quando foi questionado quanto às dificuldades daqueles alunos que

reprovaram, sem exitar respondeu que se deveu a falta de interesse, estudo e a

própria ausência nas aulas. A maioria dos alunos que reprovaram tinham mais faltas

no diário que presença. E quando vinham para aula se recusavam direta ou

indiretamente de participar das mesmas.

Ao perguntar se os conteúdos trabalhados estavam de acordo com o nível

de conhecimento desses alunos, o professor respondeu, que sim, se não fosse a

falta dos conceitos básicos que eles possuíam. Ainda esclareceu que muitos haviam

vindo da classe de aceleração e tinham grandes dificuldades com a tabuada, regra

de sinais, operações com números decimais e outros, e ainda havia feito nos

primeiros dias de aula uma revisão sobre os conceitos essenciais da matemática

básica e só depois iniciou o conteúdo específico daquela fase.

Quanto ao tratamento diferenciado com os alunos com dificuldades,

ocorria que os poucos interessados questionavam – me deixando a par das seus

conceitos, mas a maioria não perguntava, não participava e era arredia a minha

tentativa de aproximação.

Com bastante freqüência participo de cursos de aperfeiçoamento tentando

buscar novos conhecimentos, tanto que tenho várias horas de cursos e não estagnei

na faculdade. Depois da graduação não parei mais. Tenho apenas vinte e quatro

anos de idade e tenho muito a aprender. Tento ir a busca disso.

Quanto à carga horária de trabalho, no momento estou com sessenta

horas semanais. É a única maneira de ter um salário razoável.

Para recuperar esses educandos é necessário primeiramente um trabalho

social, de motivação e encorajamento, juntamente com os familiares dos alunos. É

muito importante que o jovem sinta amado pelos seus parentes e que o mesmo sinta

ser capaz para tal tarefa.

Page 30: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

29

Na segunda etapa a recuperação dos conceitos defasados, só assim

então, começarmos os conteúdos do ensino médio.

Page 31: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para pensar numa mudança é preciso antes de tudo coragem, necessário

ousar, criar e experimentar, ir em buscar de mudança de paradigmas para testar e

avaliar o potencial de nossos alunos e vê-los sob uma perspectiva de competência.

Mas isso significa antes de tudo uma avaliação de nós mesmos enquanto

profissionais. Precisamos buscar um tipo de avaliação no qual possamos privilegiar

o processo no qual se encerra a aprendizagem, e não somente o aluno enquanto um

produto. Normalmente, nós, professores, pouca ou quase nenhuma experiência

realizamos e, quando o fazemos, não vai muito além de trocas de métodos, técnicas

ou seqüências curriculares.

Segundo Bicudo (1987) o professor dá aulas, dá a matéria, dá a

matemática para o aluno, é sempre assim. Ele faz para o aluno, mas não faz com o

aluno. Por ser a Matemática desta forma uma estranha no mundo do aluno, ao

conjunto de significados que constitui a sua existência, o aluno recusa esta

Matemática que lhe é dada como um presente, por não perceber um sentido de

posse.

Esta realidade a que Bicudo se refere deve ser transformada.

Mas qualquer prática inovadora será em vão, se não for bem

fundamentada por uma reflexão profunda sobre as concepções de avaliação da

aprendizagem.

Porque mesmo no atual momento em que se encontra a educação ao qual

fala-se tanto em mudanças no processo, muitos professores mantêm uma mesma

postura em sala de aula. Mudam o discurso, porém a prática pedagógica continua a

mesma.

Ainda segundo Bicudo (1987), existem dois comportamentos fundamentais

que contribuem para que a Educação Matemática continue sendo o que tem sido em

geral em nossas escolas: a incompetência da profissão no ensino e o autoritarismo.

Page 32: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

31

De uma maneira sensata, devemos colocar para nossos alunos as

mudanças gradativamente. Não, impulsionados por mudanças bruscas e impostas

através de ameaças ou avaliações.

A avaliação não deve ser uma arma nas mãos do professor para castigar

alunos tidos como indisciplinados ou para matar o tempo em sala de aula. Da

mesma forma, não deve servir apenas para registros de resultados sejam eles

bimestrais, trimestrais ou semestrais, estabelecendo uma rotina de tarefas e provas

desvinculadas de uma razão de ser no processo de construção do conhecimento.

A avaliação assim como a mudança da nossa prática pedagógica deve ser

diagnóstica e processual. Deve acontecer aos poucos, conforme a necessidade e o

desenvolvimento do aprendizado dos alunos.

A matemática é sempre encarada como difícil. Mas em alguns casos

isolados, professores entusiasmados colocam vida ao assunto, tornando-o excitante

e menos difícil de ser compreendido.

Sempre que os alunos são encorajados a pensar e refletir sobre o que

fazem, adquirem autoconfiança, desenvolvendo sua autonomia e,

conseqüentemente, o raciocínio matemático.

Quando o aluno adquiriu condições de criar caminhos próprios que

facilitam a resolução de seus problemas. E a percepção do erro e a busca de sua

superação são a resposta certa e o caminho para a elaboração de novos conceitos.

Uma das causas do desinteresse pela matemática por parte dos alunos,

como vimos, está na formação dos professores. Formação esta fundamentada nos

pressupostos do ensino tradicional.

Dante (1989) acredita que a matemática ensinada de uma maneira prática

levará o aluno a sanar as dificuldades que surgem no decorrer da aprendizagem e

incutirá no aluno um maior interesse pela disciplina.

E é este pensamento que falta na formação da maioria dos professores.

Tendo em vista está dificuldade em trabalhar de maneira adequada pela

falta de preparos, muitos se acomodam e desanimam em mudar, continuando as

aulas de forma expositivas com o uso exclusivo do quadro, giz, livro didático e lista

Page 33: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

32

de exercícios fora da realidade do aluno, isso faz com que os alunos encarem a

matemática como uma disciplina muito difícil.

A metodologia de ensino deve centrar-se mais no desenvolvimento de

habilidades que estimulem uma aprendizagem permanente, levando os alunos a

aprender a aprender, aprender a pensar e aprender a construir o conhecimento de

forma autônoma. Deve propiciar atividades sustentadas numa metodologia

tecnicamente consistente e eticamente correta, visando uma aprendizagem

compartilhada, cooperativa e solidária na resolução de problemas. O professor deve

reconhecer que o conflito faz parte do processo de aprendizagem.

Para melhorar a qualidade de ensino é preciso estar abertos para mudar,

e não acomodados. Se necessário, mudar nossa visão ou pelo menos refletir sobre

a concepção de ensino que permeia nossa prática cotidiana. Isso significa repensar

toda prática pedagógica, sobretudo no que se refere à avaliação da aprendizagem.

É necessário também se atualizar, procurar motivação para aprender a

ensinar. Integrar-se em perspectivas novas que vão de encontro as necessidades e

a realidade do aluno.

Segundo Freire (1996) o professor deve convencer-se definitivamente de

que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua

produção ou a sua construção.

Ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos nem formar é ação pela

qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado.

Não há docência sem discentes, as duas se explicam e seus sujeitos,

apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do

outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.

Todas as pessoas sentem necessidade de serem desafiados, pois nossa

vida já caracteriza um desafio.

O professor que propiciar isto ao aluno, ou seja, dar chance deles

desenvolverem-se e criarem fatos novos, terá facilitado uma tarefa e, a aceitação

pelas disciplinas, principalmente a de Matemática será sem dúvida bem maior.

Page 34: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

33

Segundo Dienes (1974), o conhecimento e a compreensão dos conteúdos

de Matemática devem propiciar ao ser humano uma leitura do mundo, leitura esta

que lhe permitirá interpretar, analisar, criticar e propor possibilidades de mudanças.

O professor que direciona seu fazer pedagógico no sentido de desenvolver

a autonomia de seus alunos, é aquele capaz de formar cidadãos conscientes e

aptos para atuar e modificar a sociedade.

Page 35: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

34

RECOMENDAÇÕES

Portanto esta pesquisa de campo nos mostrou que um dos grandes

problemas que impedem a aprendizagem além das dificuldades sociais é a falta de

estrutura das escolas para atender as necessidades dos alunos.

De maneira geral a escola funciona para alunos com capacidades ditas

normais enquanto que a realidade demonstra um número elevado de alunos com

deficiências especiais que precisam de tratamento constante.

O governo precisa investir muito mais, capacitar os professores e

funcionários para lidar com essas diferenças. Só assim poderemos dizer que a

escola é uma instituição inclusiva. Uma instituição que não discrimina que não é

neutra perante a realidade da educação brasileira.

Para que essa transformação ocorra devemos enquanto professores

inovar a educação. Refletir sobre todas as dificuldades até aqui citadas e nos

estimularmos para a mudança.

A aprendizagem deve ocorrer sem distinção. Devemos formar cidadãos

atuantes e críticos que tenham visão suficiente para mudar seu dia-a-dia, para

escolher seus governantes, para lutarem por uma vida digna.

Para isso muitos estudos estão sendo feitos e pessoas engajadas em

mudar a educação vêm criando novos métodos de ensinar a Matemática. Os mais

recentes são a Informática na Matemática, a Modelagem Matemática, a Resolução

de problemas e a História da Matemática.

A Informática na Matemática consiste em utilizar recursos tecnológicos

como computadores e outros no auxílio didático do ensino-aprendizagem das

disciplinas afins inclusive da Matemática.

O computador incrementa a valorização pessoal dos alunos a permitir-lhes

aprender, explorar, criar, solucionar problemas, elaborar hipóteses, cometer erros e

corrigi-los.

Page 36: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

35

Serve de catalisador da motivação, participação e interação, pois os

alunos são intrinsicamente motivados a prestar atenção, a explorar, experimentar

através de uma variedade de estímulos visuais e auditivos.

É gerador de benefícios à medida que os alunos apreciam o feedback

imediato e se beneficiam do ambiente, no qual se sentem seguros para cometer

erros e aprender com os mesmos.

Abre linhas de comunicação e é facilitador do trabalho de recolher e

organizar informações e leitura de dados através de gráficos e tabelas.

Ele também facilita o processo de formação continuada e auxilia na

criação de novos produtos.

Na área da Matemática já foram criados vários softwares utilizados como

auxiliadores do processo ensino-aprendizagem que permitem uma melhor

compreensão dos vários conteúdos matemáticos estabelecidos em nossos

currículos.

Os softwares apresentados posteriormente têm por objetivo fazer com que

o aluno visualize com precisão através do computador o que em sala de aula não é

possível.

O uso desses softwares nas aulas de matemática vem tornar mais

atrativo, visível e ágil alguns conteúdos trabalhados, tornando a compreensão dos

mesmos mais acessíveis.

Relacionam-se abaixo, alguns softwares aplicáveis ao processo ensino

aprendizagem de Matemática, disponíveis no Laboratório de Matemática da

Universidade do Extremo Sul Catarinense, com sugestão de propostas de atividades

matemáticas (ZANETTE, 2003).

Derive: É classificado como software do tipo “computação algébrica” e /

ou “software algébrico” pois trabalha com expressões algébricas: representações,

cálculos e construções gráficas.

É um aplicativo matemático muito eficiente e versátil, de fácil utilização

que integra os recursos de cálculo numérico, manipulação algébrica e os gráficos.

Além disso, pode ser rodado em equipamentos menos sofisticados. Possui uma

Page 37: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

36

interface de trabalho onde seus comandos podem ser lidos na tela (versão Dos), ou

em forma de ícones (versão Windows) servindo, então, como opções para o usuário

que, com os passos intermediários, participa dos cálculos.

É um software que manipula os conceitos matemáticos, algébricos e

numericamente. Sua capacidade gráfica permite trabalhar com gráficos 2D e 3D, ou

seja, em R2 e R3.

Tem por objetivo auxiliar em atividades matemáticas que envolvem

resoluções de problemas de Álgebra, Trigonometria, Cálculo Diferencial e Integral

(limites, derivadas, aplicações de derivadas, integrais e equações diferenciais) e

Álgebra Linear (matrizes, sistemas de equações lineares e vetores). É um

instrumento elaborado para propiciar aos estudantes uma melhor compreensão e

visualização gráfica.

A utilização e construção de vários gráficos com precisão e rapidez poderá

trazer uma mudança importante no enfoque dos mesmos. Passa-se da construção

manual para a análise interpretativa dos dados, possibilitando-se uma apropriação

significativa do conhecimento matemático pelo aluno. Ou seja, a construção

geométrica de funções, com o uso dos recursos computacionais, por exemplo,

possibilita um enfoque maior à análise gráfica, que a própria construção da figura. E,

possibilita diferentes representações para um mesmo objeto matemático: a

representação numérica, a representação algébrica e a representação gráfica. Essas

diferentes representações no ensino da Matemática podem significar um novo

enfoque de se trabalhar “matematicamente”.

Para melhor esclarecimento de como é utilizado esse software à autora

cita uma atividade de manuseio (anexo 3). Uma sugestão de atividade que pode ser

trabalhada a partir da oitava série do ensino fundamental depois do estudo das

funções, e que tem por objetivo mostrar para o aluno as variações que ocorrem no

gráfico de uma função, mais especificamente, em uma parábola, quando muda-se o

valor de a, b ou c (anexo 4).

Maple: O software Maple é um potente aplicativo de computação algébrica

e numérica muito útil em Matemática e disciplinas afins. Pode ser utilizado como

uma ferramenta importante nas disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral, Álgebra,

Álgebra Linear e Geometria Analítica, em:

Page 38: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

37

- Representação gráfica de funções em 2D e 3D;

- Desenvolvimento e resolução de operações matemáticas como: noções básicas de

matemática elementar, resoluções de equações, inequações, limite, continuidade,

derivada, integral e suas aplicações (cálculo de comprimento, área, volume, sólido

de resolução e outros);

- E representação de alguns tópicos de geometria Analítica.

Para melhor esclarecimento de como é utilizado esse software à autora

cita uma atividade de manuseio que pode ser aplicada no Ensino Médio a partir do

primeiro ano depois de trabalhar com intervalos e que o objetivo é visualizar os

limites de um intervalo e gráficos tridimensionais de superfícies formadas por meio

de duas funções de variáveis x e y (Anexo 5).

Microsoft Equation 3.0: A ferramenta Equation 3.0 é um editor de

fórmulas e símbolos matemáticos, necessários em vários textos de diferentes áreas.

As fórmulas / símbolos podem ser inseridas em qualquer parte de um texto, basta

indicar o local com o cursor do mouse. Existem várias alternativas diferentes para

acessar essa ferramenta, que está integrada ao Editor de Texto Microsoft Word.

Tem por objetivo auxiliar no manuseio de fórmulas e símbolos quando o

aluno ou o professor estiver trabalhando com o computador (anexo 6).

Cabri – Geométre: É um software que trabalha os conteúdos da

geometria, desde a construção até a análise de tudo o que envolve os conteúdos da

mesma.

Para melhor esclarecimento de como é utilizado esse software à autora

cita uma atividade de manuseio (anexo 7). Uma sugestão de atividade que pode ser

trabalhada na sétima série do Ensino Fundamental na parte da Geometria e que tem

por objetivo conhecer as diversas figuras geométricas existentes, calcular área e

perímetro, diferenciar reta, segmento de reta e ponto (anexo 8).

Outra atividade que pode ser trabalhada no segundo ano do Ensino Médio

quando é estudado na trigonometria e que tem por objetivo elaborar o conceito de

seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo que na maioria das vezes não é

construído com o aluno. O mesmo só sabe o valor, mas não sabe de onde veio ou o

que é (anexo 9).

Page 39: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

38

A Modelagem Matemática é um método da matemática aplicada, usada

em grande variedade de problemas econômicos, biológicos, geográficos, de

engenharia e outros ramos.

Seu objetivo é reduzir um fenômeno em termos idealizados da situação

real para termos matemáticos, elaborando modelos matemáticos.

Este método foi apreendido e transposto para o terreno do ensino-

aprendizagem como uma das formas de utilizar a realidade nas aulas de

Matemática.

Tem-se concluído que a Modelagem Matemática reorganiza a dinâmica da

sala de aula, alterando o foco do trabalho escolar de professor para a unidade aluno-

professor. O professor possui grande responsabilidade nesta abordagem, sendo o

seu papel o de problematizar e realizar a ligação entre as idéias exploradas no

processo de modelagem e o saber sistematizado.

Escolhe-se um tema, pesquisa-se sobre o mesmo e trabalhem-se modelos

matemáticos com ele.

Exemplo:

Tema: Economizar água é vital.

Pesquisa: A CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) é

responsável pela administração da água que abastece toda a população de

Criciúma. Para a cobrança de tarifas separa os imóveis em quatro categorias

distintas:

a) Residencial A e B (imóveis destinados à moradia).

Critérios da categoria

Residencial A: �

Possuir ou residir em imóvel de até sessenta metros quadrados de

área construída;

�Ter rendimento igual ou inferior a um salário mínimo e meio;

�Não possuir veículo ou moto;

�Não possuir linha telefônica ou telefone celular

Page 40: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

39

Residencial B:

�Não responder a qualquer um dos critérios acima, a residência passa a

ser considera Residencial B.

b) Comercial (imóveis destinados ao comércio).

c) Industrial (imóveis destinados à produção).

d) Público (imóveis destinados ao exercício de atividades de caráter público).

Sugestões para economizar água: �

Não utilizar a máquina de lavar roupas se não estiver cheia; �

Utilizar o balde para lavar calçadas e carros e não os fazer

freqüentemente; �

Desligar a torneira para escovar os dentes, ensaboar a louça e fazer a

barba, abrindo-a somente para o enxágüe; �

Desligar o chuveiro para ensaboar-se e não demorar sem necessidade;

� Não exagerar na descarga.

Tabela 1: Por água a baixo

Quantidade de

água que pode

ser economizada

Escovar os

dentes

Fazer a barba

por dez

minutos

Lavar a louça

em quinze

minutos

Regar plantas

por dez

minutos

Lavar o

carro por

trinta

minutos

Torneira aberta o

tempo todo

12 Litros 24 Litros 117 Litros 186 Litros 560 Litros

Torneira fechada

quando não for

necessária

1 Litro 4 Litros 20 Litros 96 Litros 40 Litros

Fonte: SABESPE (In: PINHO; BARROS, 2004, p. 96).

A diferença na quantidade de litros que se pode gastar ou economizar é

muito grande.

Page 41: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

40

O que a gente vê em todo lugar não é o que a gente aproveita. Mais de

97% da água do planeta é de mares. Salgada. Não serve nem para uso industrial. A

potável mais pura da natureza está nas calotas polares e nas geleiras, que

armazenam 2% da água do planeta. Muito frio e muito longe. Lençóis subterrâneos,

lagos, rios e a atmosfera guardam o 1% restante. E é só essa que está à disposição.

No consumo global, 69% das águas potáveis, 15% do uso domestico e

20% das águas de irrigação são de origem subterrânea. Mas essas reservas não

são eternas; são como jazidas do petróleo, não são renováveis. A superexploração

provoca rebaixamento dos lençóis freáticos e problemas amargos para muitos

países.

Nos últimos vinte anos, novas 1,8 bilhões de bocas vieram se somar à

humanidade e diminuíram em um terço o suprimento de água do planeta. O pior é

que a necessidade de água cresce ainda mais rápida do que o aumento da

população. Para atendê-la, cavam-se poços e constroem-se barragens.

Hoje, quando secam as torneiras de bairros inteiros na cidade grande e a

madame manda lavar a calçada, ninguém repara. Mas isso também terá que mudar.

Nos próximos quarenta anos, 90% do crescimento populacional vai se concentrar

nas cidades. Como a agricultura consome dois terços de toda a água retirada da

superfície e do subsolo, uma parte dos recursos da irrigação deverá ser desviada. É

provável que a água, então, alcance um valor de mercado comparado ao do carvão,

do petróleo ou da madeira – e que o desperdício venha a ser punido pela legislação.

Economizar já é imperativo. Em Israel – onde 70% do esgoto pe reciclado

para irrigação – foi criada a microirrigação: redes de tubos porosos ou perfurados

sob o solo, diretamente sob as raízes dos vegetais, fazem circular água em gotas.

Nos Estados Unidos, o consumo industrial já diminuiu 36% desde 1950.

Na Alemanha, mantém-se estável desde 1975, apesar de um aumento de 44% na

produção. No Japão, diminuiu 24% desde 1989.

É preciso, também, encontrar alternativas para o abastecimento. Há sete

mil e quinhentas usinas em operação no Golfo Pérsico, Califórnia, Espanha, Malta,

Austrália e no Caribe, convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água doce, por

ano. Mas o processo ainda é caro. Cada metro cúbico por dois dólares.

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41

A Amazônia detém a maior bacia fluvial do mundo. O Brasil tem mesmo

muita água, mas, ainda maiores que as reservas, são as taxas de desperdícios,

estimadas em 40% só na rede pública. A ilusão de abundância esconde a péssima

gestão dos recursos hídricos.

O estado de São Paulo resume o impasse. Recebe muitas chuvas, tem

rios, e vive em racionamento branco. Periodicamente, falta água na capital. A

demanda sobe: duzentos e noventa mil litros por segundo em 1989, trezentos e

cinqüenta e quatro mil em 1992, provavelmente oitocentos e oitenta e oito mil em

2010. A irrigação gasta 43% dos recursos, a indústria, 32%, e as cidades, 25%.

Na região norte, as reservas recebem agrotóxico, mercúrio dos garimpos e

lixo bruto. Aliás, 63% dos doze mil depósitos de lixo do Brasil estão em rios, lagos,

restingas, ou suja, nos chamados corpos d’água.

No nordeste, açudes, barragens e represas armazenam oitenta bilhões de

metros cúbicos de água sem melhorar a vida dos dezessete milhões de nordestinos.

Contudo, os 400 mm de chuvas anuais do semi-árido representam quatro vezes

mais do que as chuvas da Califórnia – onde foram criados celeiros agrícolas. A

desertificação não ameaça apenas o Nordeste. Há focos de desertificação em

Montes Claros (MG), em São Fidélis (RJ), em Marília (SP), em regiões do Paraná, e

em quatorze municípios do Rio grande do Sul.

Deduzindo Modelos Matemáticos:

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a necessidade de água

para uso pessoal é de no mínimo quarenta litros por dia. No Brasil, isso pode ser

consumido em um único banho, e o consumo normal oscila entre cento e cinqüenta

e quatrocentos litros por dia. (Jornal A Notícia-Suplemento NA VERDE de 22/03/02).

Situação 1 – A família “M” é formada de quatro pessoas e num certo mês

procurou controlar os consumos individuais de água, mudando alguns hábitos e

tomando alguns cuidados. Verificou-se que o consumo ficou em 150

litros/dia/pessoa, totalizando 18000 L/mês, ou seja, 18 m3/mês.

Usando a tabela de valores da CASAN (Criciúma) e sabendo que a família

“M” enquadra-se na categoria “Residencial B”, qual foi seu custo mensal com água?

- Consumo de 0 a 10 m3: R$ 12,70 (taxa fixa)

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- Consumo de 11 a 25 m3: R$ 2,161/m3

- Consumo acima de 25 m3: R$ 2,94/m3

Chamaremos Q a quantia a pagar e a calcularemos de duas maneiras:

a) Usando um algoritmo:

Q = 12,70 + 8 . 2,161

Q = 12,70 + 17,288

Q = 29,988

b) Deduzindo um modelo matemático, onde x representa o total de m3 gastos:

Q = 12,70 + (x – 10). 2,161

Q = 12,70 + 2,161x – 21,61

Q = 2,161x – 8,91 (modelo matemático par consumo de até 25 m3)

Vamos comparar a veracidade da fórmula, lembrando que o consumo foi

de 18 m3 mensais:

Q= 2,161x -8,91

Q = 2,161 . 18 – 8,91

Q = 38,898 – 8,91

Q = 29,988

Logo, o custo mensal da família “M” no mês da economia foi de R$ 29,99.

Situação 2 – Houve alguns contratempos na família “M” neste último mês

e as despesas aumentaram. O consumo de água deu um salto enorme, passou a

ser de 50 m3 mensais. Qual será o custo com água neste mês? Será possível usar a

fórmula deduzida acima, nesta situação?

a) Pelo algoritmo:

Q = 12,70 + 15 . 2,161 + 25 . 2,94

Q = 12,70 + 32,450 + 73,50

Q = 118,615

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43

b) Precisaremos encontrar outro modelo matemático, pois sobre os m3 que

excederam os 25 m3, incide um novo fator de aumento, veja:

Q = 12,70 + 15 . 2,161 + (x – 25) . 2,94

Q = 12,70 + 32,415 + 2,94x -73,50

Q = 2,94x – 28,385 (modelo matemático para consumo superior a 25 m3)

Comparando a veracidade da fórmula deduzida:

Q = 2,94x – 28,385

Q = 2,94 . 50 – 28,385

Q = 147,00 – 28,385

Q = 118,615

Logo, devido aos contratempos a família “M” teve que desembolsar R$ 118,62 para

quitar a fatura da água.

Obs.: Para todo consumo de água superior a 25 03 pode-se usar a fórmula:

Q = 2,94X – 28,385

Resolução de Problemas: um bom problema deve ser interessante,

desafiador, significativo para o aluno, permitindo que ele formule e teste hipóteses e

conjecturas.

Um problema nem sempre tem resposta, e quando tem pode não ser a

única.

Um bom problema é aberto, levando o aluno a fazer matemática e a ser

criativo. O aluno pode e deve formular seus problemas.

Resolver problemas é também um momento para comunicar idéias, fazer

colocações, argumentar, justificar, desenvolve noções e habilidades matemáticas

utilizando dados reais, que devem ser interpretadas e discutidas.

E não resolvê-los mecanicamente sem entendê-los como geralmente

acontece.

Alguns exemplos de bons problemas:

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- Um banho de ducha de quinze minutos consome cento e trinta e cinco

litros de água. Se for reduzido para cinco minutos o consumo cairá para quarenta

litros.

- Sabendo disso quantos litros de água gastará uma pessoa que leva

quinze minutos no banho em um mês? E quanto gastará uma pessoa que leva cinco

minutos no banho ao final de um mês?

- Se a pessoa tem em sua casa uma caixa d’água de mil litros, quantas

caixas d’água serão necessárias para suprir o banho mensal de uma pessoa que

leva quinze minutos no banho e uma que leva cinco minutos?

- Analisando a tabela referente à quantidade de água em litros gasta

quando a torneira está aberta e quando está fechada da parte correspondente a

Modelagem Matemática responda: Quantos litros de água você poderá economizar

em cada situação deixando a torneira fechada quando não for necessária.

História da Matemática: consiste em mostrar ao aluno de onde veio, como

foi criado, quando foi criando e por quem foi criado cada conteúdo da Matemática.

Fazer uma relação histórica e crítica de tudo o que aconteceu e o que

acontece hoje com a sociedade em vivemos, visto que a Matemática é parte

fundamental do entendimento do nosso dia-a-dia.

Page 46: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

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REFERÊNCIAS

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Page 47: Avaliando as dificuldades da aprendizagem em matemática

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ANEXOS

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ANEXO 1

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QUESTIONARIO A SER APLICADO AOS ALUNOS

1. Quantos anos você tem?

2. Qual sua relação com a matemática?

( ) Gosta muito ( ) Não gosta ( ) É indiferente

3. Sobre a matemática que você estuda na escola?

( ) Faz parte do seu dia a dia

( ) Não tem nenhuma relação com o seu cotidiano

( ) É muito difícil

( ) Não tem nenhuma dificuldade

4. O que você mais gosta na Matemática?

5. O que você considera mais difícil na Matemática?

6. Durante a sua vida escolar, você já reprovou em outra disciplina? Qual e em que fase ou

série?

Sim ( ) Não ( )

Qual:_______________________________________________________________

Série:_______________________________________________________________

7. Você já repetiu uma mesma série porque foi reprovado em Matemática?

Sim ( ) Não ( )

8. Qual o motivo da sua reprovação na 1ª fase de Ensino Médio, em Matemática?

( ) Não gosta da matemática

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( ) Tinha muita dificuldade em entender os assuntos trabalhados

( ) Falta de estudo

( ) Pouco interesse seu

( ) A metodologia e os recursos usados pelo professor

( ) Freqüentava pouco as aulas

( ) Outros

9. O que você sugere para a melhoria do processo ensino e aprendizagem de Matemática?

10. Você mora com seus pais/

Sim ( ) Não ( )

11. Você trabalha?

Sim ( ) Não ( )

12. Sua renda familiar é acima de três salários mínimos?

Sim ( ) Não ( )

13. Já usou ou usa algum tipo de droga?

Sim ( ) Não ( )

14. Você pratica algum esporte?

Sim ( ) Não ( )

15. Em sua casa moram mais de três pessoas?

Sim ( ) Não ( )

16. Você estudou na classe de aceleração?

Sim ( ) Não ( )

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ANEXO 2

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QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AO PROFESSOR DA DISCIPLINA

1. Qual a sua formação?

2. Há quanto tempo você leciona Matemática no Ensino Médio?

3. Você acredita que sua pratica pedagógica faz com que os alunos compreendam os

conteúdos trabalhados?

4. Quais as dificuldades que você percebeu nos alunos reprovados na 1ª fase do 1ª

semestre do ano de 2003?

5. Os conteúdos trabalhados na 1ª fase estão de acordo com o nível de aprendizagem?

6. Você tem um tratamento diferenciado com os alunos que tem dificuldade de

aprendizagem?

7. Sobre aperfeiçoamento por meio de cursos, por exemplo, você costuma participar:

( ) Com freqüência

( ) Raramente

( ) Não dispõe de tempo

8. Qual é a sua carga de trabalho?

9. Qual a sua sugestão para trabalhar as dificuldades desses alunos que reprovam na 1ª

fase do Ensino Médio, do 1ª semestre de 2003?

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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ANEXO 6

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ANEXO 7

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ANEXO 8

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ANEXO 9

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