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AVALIANDO A ESTRATÉGIA DE ENSINO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA

REDUÇÃO DA EVASÃO ESCOLAR

Eliete Francisca da Silva Farias1

Eliane Francisca da Silva Santos Farias2

RESUMO

A presente pesquisa teve como principal objetivo compreender como a estratégia de ensino pode contribuir para reduzir a evasão escolar. Como metodologia foi realizada uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, no Colégio Gregório Bezerra, no município de Olinda, Pernambuco, Brasil, com seis professores de diversas disciplinas, tendo como instrumento de coleta de dados a aplicação de um questionário. Os resultados apontaram que mesmo sendo uma escola pública existe o compromisso com o fazer pedagógico, de forma acanhada, devido as agravantes que fazem parte das escolas públicas, ou seja, a falta de recursos e deficiência de material didático para realização das atividades, pontuados pelos participantes durante a pesquisa, apesar dos problemas pontuais, os profissionais buscam criar um ambiente que reduza a evasão dos alunos. Concluindo que é importante que os professores procurem sempre utilizar estratégias de ensino diferenciadas para que estimulem os alunos a querer aprender sempre mais. É preciso que haja ações que possibilitem o desejo do aluno em frequentar a escola, uma vez que o processo de ensino-aprendizagem não se restringe apenas as salas de aula, todo o ambiente deve favorecer este processo. Mas a realização dessas ações só pode ser concretizada se houver o compromisso de todos que estão envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

PALAVRA-CHAVE: Aprendizagem. Estratégia de Ensino. Evasão Escolar.

ABSTRACT

To this research, it is the main objective to understand as a strategy of education, to contribute to reducing school evasion. As a methodology, a field research was carried out, qualitative, not Colégio Gregório Bezerra, not a municipality of Olinda, Pernambuco, Brazil, with six professors from different disciplines, and as a queue instrument to apply a questionnaire. The results will indicate that a public school exists or compromises as a pedagogical fazer, in an aggravated manner, due to aggravating factors that fazem part of the public schools, or lack, in the absence of resources and lack of teaching material for the accomplishment of ativities, pontos hairs participants during a research, despite two pontifical problems, you will seek to raise an environment that reduces evasão dos alunos. I conclude that it is important that the professors procurem always use strategies of differentiated so that they stimulate some to want to learn always more. It should be noted that you can or do not want to go to school, since the process of teaching-learning is not restricted to the classroom, everything or the environment should favor this process. But a realização dessas ações só pode be concretized houver or compromisso of all who are involved not process of ensino aprendizagem. KEYWORDS: Apprentice. Ensino strategy. School evasion.

1 Doutoranda em Ciências da Educação pela Absoulute Christian University, Mestra em Ciências da Educação pela UNASUR (Universidad Del Sul-PY). Especialista em Gestão Educacional pela FADEPE (Faculdade para o Desenvolvimento de Pernambuco). Graduada em Geografia pela UPE (Universidade Federal de Pernambuco). Professora da Rede Particular de Ensino. E-mail: [email protected]. 2 Doutoranda em Ciências da Educação pela Absoulute Christian University, Mestra em Ciências da Educação pela UNASUR (Universidad Del Sul-PY). Especialista em Psicopedagogia e em Gestão Educacional pela FADEPE (Faculdade para o Desenvolvimento de Pernambuco). Graduada em Geografia pela FUNESO (Faculdade de Ensino Superior de Olinda). Professora da Rede Particular de Ensino. E-mail: [email protected].

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INTRODUÇÃO

Uma turma geralmente não é

homogenia, sempre existe o aluno que não

teve a oportunidade de adquirir algumas

competências no ano anterior, ciente dessa

deficiência o professor deve construir uma aula

que seja produtiva para todos os alunos,

consolidando as habilidades que alguns já têm

e ajudando os outros a adquiri-las. Visto que

através de práticas sociais é possível realizar

essa interação entre o contexto e o aluno,

despertando o interesse dos mesmos para

elaboração das tarefas, interagindo vários

conhecimentos novos com os já adquiridos.

Segundo Solé (1998) o problema do

ensino não se situa no nível do método, mas na

própria conceitualização do assunto a ser

desenvolvido, da forma que deve ser avaliado

pelas equipes de professores, do papel que

ocupa no Projeto Curricular da Escola, dos

meios que se utilizam para favorecê-lo e,

naturalmente, das propostas metodológicas e

estratégias que se adotam para ensiná-lo.

A partir deste entendimento se essas

questões não forem devidamente trabalhadas

pela escola a maioria dos alunos apresentará

inúmeras dificuldades, independente da

disciplina. O professor não deve se conformar

com um trabalho aquém das possibilidades do

aluno, não se restringir a um patamar mínimo

de conteúdos, não reforçar apenas os

conhecimentos espontâneos ao qual o aluno

pode chegar por suas experiências cotidianas.

Isto porque, atrelado às experiências

cotidianas é preciso realizar um trabalho com a

subjetividade, com a cultura, com a ética, com

a formação das identidades, com o imaginário,

com as representações sociais. Trata-se,

enfim, de valorizar os objetivos progressivos e

os passos seguintes a serem dados pelos

alunos em direção a algum avanço. O avanço

em conhecimentos e capacidades, o avanço

em autonomia e o avanço em cidadania.

Essas questões devem ser revista

continuamente para que o aluno sinta-se

sempre motivado a estar e participar das

atividades na escola, caso contrário não

havendo a efetiva aprendizagem ele ficará

desestimulado levando a consequente evasão

escolar.

A partir deste contexto o presente

estudo buscou responder a seguinte questão:

Qual a importância da estratégia de ensino

para reduzir a evasão escolar?

De acordo com Lück (2006) estudos

têm apontado várias determinantes da evasão

escolar, aspectos sociais que entre eles se

destaca a desestruturação familiar, a própria

criança, as políticas de governo, o

desemprego, a desnutrição, mas não se pode

tirar a responsabilidade da escola por não

oferecer estrutura adequada ao processo de

ensino aprendizagem, instalações físicas,

equipamentos, recursos humanos e

pedagógicos, currículo e gerenciamento, todas

essas questões têm contribuindo para a

exclusão dos alunos no sistema educacional.

Uma vez que é necessário que a escola

possua padrões mínimos para ofertar um

ensino de qualidade.

O presente estudo teve como principal

objetivo verificar de que forma a adequada

estratégia de ensino contribui para reduzir a

evasão escolar. A pesquisa se justifica pela

necessidade de realizar um estudo que

verifiquem quais seriam as estratégias

adequadas para a participação efetiva dos

alunos, evitando dessa forma a evasão escolar.

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METODOLOGIA

Este trabalho se caracteriza, quanto

aos fins, como uma pesquisa qualitativa de

caráter descritivo, pois teve o objetivo de

verificar de que forma a adequada estratégia

de ensino contribui para reduzir a evasão

escolar.

De acordo com Richardson (2010, p.

90) “a pesquisa qualitativa pode ser

caracterizada como a tentativa de uma

compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos

entrevistados”. Este tipo de pesquisa tem como

processo básico a explicação dos fatos e a

atribuição de seus significados.

O estudo foi realizado na Escola

Antônio Souto Filho, localizada em Olinda-PE-

Brasil.

O município de Olinda recebe alunos

em 34 escolas da rede estadual e 33

municipais todas com a preocupação de

colocar os jovens dentro do contexto escolar e

de lá só sair quando estiver realmente

dominando os conhecimentos da leitura e

escrita, ou seja, tornar-se um cidadão letrado

(MEDEIROS, 2009).

Os sujeitos dessa pesquisa foram 06

professores de diversas disciplinas, com idade

entre 45 e 56 anos de idade, com experiência

como docente de mais de 15 anos,

selecionados intencionalmente, considerando-

se a sua função e disponibilidade em participar

voluntariamente da pesquisa. A autorização

para realização da pesquisa foi obtida pela

direção da escola (Anexos I, II, III).

O instrumento para coleta de dados foi

a aplicação de um questionário (Apêndice I), a

aplicação do questionário foi realizada na

própria unidade de ensino, com uma duração

média de 1 hora.

Após a aplicação do questionário com

os professores, foi realizada a transcrição e

análise dos dados, e para preservar a

identidade dos participantes foram atribuídas

as siglas P1, P2, P3, P4, P5 e P6 para os

professores que participaram da pesquisa para

coleta de informações, foram analisadas as

transcrições das respostas, mas considerando

aquelas mais relevantes para a discussão do

estudo.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Para dar início aos questionamentos

perguntou-se aos professores qual a estratégia

de ensino ele utiliza nas suas aulas, os quais

pontuaram: estudo dirigido, interpretação de

textos, técnica de perguntas e repostas, vídeos,

aulas expositivas, trabalhos individuais e

coletivos.

Percebe-se que foi apresentada uma

diversidade de estratégias de ensino, que são

muito boas para atrair o aluno sobre o assunto

que esta sendo trabalhado na aula. No entanto,

na escolha da estratégia devem ser levadas em

consideração várias questões para que

realmente se alcance a efetiva aprendizagem.

De acordo com Perrenoud (2000) a escolha da

estratégia vai depender da disciplina, dos

conteúdos específicos, do nível dos alunos, das

opções do professor.

Ao escolher a estratégia que achar

mais adequada ao ensino, daquele conteúdo

especifico, é necessário que o professor

procure estabelecer a relação entre o ensino e

a aprendizagem, alguns métodos de ensino

são fundamentais e precisam ser observados

pelo professor, processos estes que agem

como facilitador da aprendizagem,

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proporcionando maior suporte didático,

pedagógico, às aulas e a todo o processo de

ensino (FREIRE, 2003).

É preciso também estar consciente de

que educar em qualquer rede de ensino,

público ou particular, “não se limita a repassar

informações ou mostrar apenas um caminho,

aquele que o professor considera correto, mas

é ajudar o indivíduo a tomar consciência de si

mesmo, dos outros e da sociedade” (SANTOS;

CRUZ 2004, p. 70). É oferecer ferramentas

para que o aluno possa escolher, entre muitos

caminhos, aquele que for compatível com

circunstâncias adversas que cada um irá

encontrar.

Após a escolha da estratégia é

necessário utilizar recursos que atraiam a

atenção do aluno. Os apresentados como mais

utilizados pelos professores participantes do

estudo foram: jornais, revistas, mapas, vídeos,

reportagens, jogos e livro didático.

O professor P3 afirmou que os recursos

diferenciados atraem a atenção dos alunos

“fazendo com que eles sejam mais

participativos”, ou seja, se envolvem mais na

realização das atividades.

Utilizar uma variedade de recursos irá

contribuir para que a aula seja diferenciada e

motivadora. É importante que o professor crie

espaços interessantes e ofereça materiais

significativos e necessários para que o aluno se

desenvolva, lembrando que ele mesmo pode

se deixar envolver nas atividades, onde assim

poderá ter oportunidade de transmitir os

valores e a cultura da sociedade, não se

limitando apenas aos conteúdos curriculares. O

que possibilitará uma aprendizagem de

maneira mais criativa e social (LIMA;

ZANLORENZI; PINHEIRO, 2012, p. 107).

Cabendo também ao professor, além

da utilização de recursos que motivem e

facilitem o aprendizado, ter a preocupação de

observar o que dificulta o aprendizado do aluno

para poder ajudá-lo. Como ressalta Freire

(2003, p. 80),

Se o professor for aberto aos seus alunos e se preocupar verdadeiramente com aqueles que não acompanham a classe, saberá descobrir o que pode estar afetando sua aprendizagem, e também, descobrir os meios que facilitariam um melhor desenvolvimento.

Tendo a disposição vários recursos

para realização de uma aula diferenciada,

como apresentado pelos participantes do

estudo, poderá também trabalhar os conteúdos

a partir de atividades em grupo, que podem

contribuir para avaliar a interação dos alunos, e

seu comportamento no momento de

socialização, que também são essenciais para

o desenvolvimento cognitivo e social.

Os professores participantes do estudo

afirmaram que procuram sempre utilizar como

atividades de grupo: trabalhos de colagens,

seminários, jogos, leituras de cordel e

parlendas.

Todas as atividades apresentadas são

de grande importância, visto que nestes

momentos de interação o aluno aprende a ouvir

e a se posicionar. Mas é necessário que elas

sejam refletidas de forma a produzir bons

resultados, principalmente porque durante esse

processo é trabalhada além da autonomia

intelectual, é provocado o diálogo entre

professor e aluno, que é muito importante para

a relação professor-aluno na sala de aula.

Durante a apresentação do trabalho em

grupo as perguntas orais, as correções e os

esclarecimentos são úteis para o aprendizado.

Em se tratando da dimensão relacional ela

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reforça a autoconfiança mediante o elogio,

estimula sua motivação.

Esses estímulos podem ser a partir da

própria fala do professor, da atividade em si, ou

do convívio com os outros alunos.

Principalmente porque o conhecimento é

estabelecido através da interação entre o

sujeito e o objeto. Na proporção em que o

sujeito atua e defende os resultados da ação

do objeto, sua capacidade de conhecer se

desenvolve, produzindo o próprio

conhecimento (PIAGET, 1996).

Ferreira (2000) considera que, na

educação, a parceria que envolve o trabalho

em grupo é aspecto indispensável para que

ocorra a aprendizagem, infelizmente isso não

ocorre em todos os ambientes, na escola

pública, por exemplo, esse partilhar de

informações não existe, os alunos mal

conversam sobre os assuntos que são

trabalhados em sala, tanto no momento da aula

como também fora dos muros da escola, uma

vez que as atividades em equipes, e a

socialização pouco são trabalhadas nos dias

atuais pelos professores, afastando cada vez

mais os alunos uns dos outros.

Ao professor cabe a tarefa criar

momentos de colaboração entre os alunos,

socializando as atividades na hora da aula e

construindo conceitos. As ideias devem ser

sempre reformuladas em paralelo com a

realidade, considerando as contradições

sociais (FARIAS, 2018).

É necessário, portanto, trabalhar as

potencialidades do aluno, para que se tornem

sujeitos de sua aprendizagem, exigindo um

processo mediado por professores, e as

atividades em grupo propostas pelos

participantes do estudo, se forem devidamente

administradas e distribuídas em um ambiente

adequado, possibilitaram resultados efetivos e

significativos no processo tanto de ensino como

de aprendizagem.

De acordo com Cavalcante (2002),

quando os alunos estão desinteressados, é

porque não se sentem motivados pela aula e

na verdade, quer atividades dinâmicas,

interativas e lúdicas, o que reforça a opinião

dos professores de que as estratégias e

recursos diferenciados são importantes.

Percebe-se, pois, que na escola

estudada os professores procuram utilizar-se

desta atividade em equipe como uma forma de

estimular o interesse do aluno, principalmente

para prender a atenção deles na aula.

Outra forma de se trabalhar com

estratégias de ensino diferenciadas são as

atividades extraclasses. O professor P4 afirmou

que essa atividade com o concurso de leitura,

envolvendo não apenas os seus alunos, mas

de toda a escola e de escolas convidadas a

participar, mesmo sendo no próprio ambiente

escolar é fora da sala de aula. Já os

professores P1, P2, P3, P5 e P6 não realizam

esse tipo de atividade, afirmando que é “pelo

simples motivo de falta de recursos”.

É preocupante a afirmação dos

professores de que não existem recursos

destinados a realização de atividades

extraclasse. A interação acontece por meio das

relações socioculturais, e as atividades

extraclasses são essenciais para que essa

interação aconteça contribuindo para o

desenvolvimento da aprendizagem.

Essas atividades extraclasses são

importantes também porque podem ser

trabalhadas de forma interdisciplinar, visto que

geralmente envolve vários professores para

uma mesma atividade.

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No entendimento de Fazenda (1994, p.

38):

Acreditando que o conhecimento deve partir do simples para o complexo, do abstrato para o concreto, do real para o imaginário, ressaltamos que a prática interdisciplinar oportuniza tudo isso, através de conteúdos cujos temas desencadeiam trabalhos com diversos enfoques. Sendo o princípio da máxima exploração das potencialidades de cada ciência, da compreensão de seus limites, o princípio da diversidade e da criatividade.

Para tanto se faz necessário que o currículo

das escolas proporcione atividades

extraclasses, de forma interdisciplinar, dando

prioridade a conteúdos essenciais eliminando a

repetição. Não havendo a possibilidade deste

ajuste cabe ao professor ter postura ou atitude

criativa e de exploração no planejamento e na

sala de aula.

A escola não pode continuar

oferecendo um local em que o aluno não tenha

condições de se expressar, que a relação

professor aluno seja apenas de ouvir, é preciso

existir uma relação de troca de conhecimentos,

e o desenvolvimento intelectual por meio do

diálogo (FARIAS, 2018).

Sassi (2007, p. 23) afirma que:

É bastante intrigante perceber-se, entre inúmeros paradoxos, aquele apresentado pela escola, no sentido de pretender a interação a qualquer custo, porém, sem investir diretamente na organização de estratégias voltadas a esta finalidade.

Dessa forma é indispensável criar

ações nesse sentido, principalmente porque é

neste período que existe maior necessidade de

expressar os sentimentos e realizar trocas de

conhecimentos, a partir das inúmeras

atividades disponíveis neste ambiente, que se

forem trabalhados adequadamente a

aprendizagem será efetiva e de qualidade.

Mesmo buscando trabalhar de forma

diferenciada e motivadora, o professor precisa

realizar a avaliação dos conhecimentos

adquiridos pelos alunos, ao longo das

atividades que são propostas, quando

questionados sobre a forma de avaliar os

professores se posicionaram da seguinte

forma: com participação ativa do aluno,

exercícios orais e escritos, avaliação

diagnóstica e bimestral.

Percebe-se que os professores não

pontuaram a prova como uma das formas de

avaliação, no entanto, sabe-se que ela faz

parte do cotidiano escolar, como avaliação

diagnóstica. Mas é preciso considerar que,

diariamente, identificam-se várias situações de

aprendizagem que requerem a avaliação do

desempenho, sem com tudo, marcar

negativamente os indivíduos. É necessário sim,

que haja uma avaliação que não esteja

vinculada com a verificação de respostas

certas ou errada, mas que faça o professor ter

condições de investigar e refletir as

manifestações dos alunos sobre o seu

aprendizado.

Dessa forma, oferecer uma educação

de qualidade, com efetiva aprendizagem, deve

ir além do uso apenas do livro, uma vez que

em toda e qualquer atividade humana, por mais

limitado que seja o seu alcance, há a

participação do ser humano, seja seguindo-a,

seja analisando-a, revisando-a ou criticando-a,

mediante o exercício de ações específicas

(VASCONCELLOS; VALSINER, 1995). Só

assim as escolas poderão realizar mudanças

que caracterizem a motivação que levem e

elevem a qualidade do ensino, reduzindo a

evasão escolar, seja pelo desestimulo ou pela

repetência (FARIAS, 2018).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse do aluno em aprender

surge quando são aplicados situações e

métodos que motivem a sala de aula a ser um

espaço estimulante. Ou seja, o prazer pelo

estudo não é uma situação de espontaneidade,

pois, não é uma atividade que fazem com

satisfação, para alguns é uma obrigação. Para

que a aprendizagem se efetive é necessário

que o professor desperte o interesse e a

curiosidade dos alunos.

E preciso criar espaços interessantes e

oferecer materiais significativos e necessários

para que o aluno se desenvolva, lembrando

que o próprio professor deve se envolver nas

atividades, onde assim poderá ter oportunidade

de transmitir os valores e a cultura da

sociedade, não se limitando apenas aos

conteúdos curriculares, que possibilitará uma

aprendizagem de maneira mais criativa e

social.

Como o ensino não pode e não deve

ser algo acomodado, é preciso estar sempre

atento de que a sala de aula não é apenas um

lugar para conduzir conteúdos teóricos; é,

também, local de aprendizado de valores e

comportamentos que contribuíram para que

possa exercer os seus direitos como cidadão.

Dessa forma a escola deve focar seus

esforços em disponibilizar ao docente condição

necessária para o desenvolvimento de sua

profissão, principalmente porque o professor é

o centro das atenções e a sociedade cobra e

exige competência com o intuito da qualidade

de ensino, e ao aluno uma estrutura física

adequada composta de todos os ambientes

necessários ao desenvolvimento das

atividades.

Foi possível perceber que na escola

estudada, apesar dos professores terem

oferecido respostas positivas a todos os

questionamentos existe deficiência em relação

às estratégias de ensino, principalmente

porque nos dias atuais as crianças e os

adolescentes rapidamente perdem o interesse

pelas coisas, o que reflete de forma negativo

na mesmice que geralmente envolve as

estratégias de ensino.

Foi possível observar também que

mesmo sendo uma escola pública existe o

compromisso com o fazer pedagógico, de

forma acanhada, devido as agravantes que

fazem parte das escolas públicas, ou seja, a

falta de recursos e deficiência de material

didático para realização das atividades,

pontuados pelos professores durante a

pesquisa, a mesma busca criar um ambiente

que reduza a evasão dos alunos.

Dessa forma, mesmo ciente que vários

fatores sociais têm contribuído para o

afastamento dos alunos da escola, não se

podem deixar de considerar as questões que

se encontram dentro dos muros da escola, elas

não podem ser esquecidas, devendo ser

avaliados e analisados para que o processo de

escolaridade se efetive.

Concluindo que é importante que os

professores procurem sempre utilizar

estratégias de ensino diferenciadas para que

estimulem os alunos a querer aprender sempre

mais. É preciso que haja ações que

possibilitem o desejo do aluno em frequentar a

escola, uma vez que o processo de ensino-

aprendizagem não se restringe apenas as

salas de aula, todo o ambiente deve favorecer

este processo. Mas a realizações dessas ações

só podem ser concretizadas se houver o

compromisso de todos que estão envolvidos no

processo de ensino aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

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