AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM...

46
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MARCIA LUZIA DIAS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM CÉREBRO DE RATOS SUBMETIDOS À INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA CRICIÚMA, JANEIRO DE 2008

Transcript of AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM...

Page 1: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

MARCIA LUZIA DIAS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM CÉREBRO

DE RATOS SUBMETIDOS À INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

CRICIÚMA, JANEIRO DE 2008

Page 2: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

MARCIA LUZIA DIAS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM CÉREBRO

DE RATOS SUBMETIDOS À INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Emilio Luiz Streck

CRICIÚMA, JANEIRO DE 2008

Page 3: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

RESUMO

A encefalopatia pode ocorrer em pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) ou

crônica. Os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelas complicações

neurológicas desses pacientes ainda não estão completamente elucidados.

Considerando que a creatina quinase (CK) é uma enzima crucial para a manutenção

da homeostase energética de tecidos altamente metabólicos, como o cérebro, que

esta pode ser inibida por radicais livres e que o estresse oxidativo está

possivelmente envolvido na patogênese da encefalopatia urêmica, nesse trabalho

verificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral, córtex pré-

frontal, estriado e hipocampo) de ratos submetidos a modelo animal de IRA por

isquemia e reperfusão e o efeito de antioxidantes (N-acetilcisteína (NAC) e

deferoxamina (DFX)) sobre a atividade da enzima. Verificou-se que a CK não foi

alterada no cerebelo e estriado dos animais submetidos à insuficiência renal aguda.

Os resultados também mostraram que 12 horas após a indução da insuficiência

renal aguda a CK estava inibida no córtex pré-frontal e hipocampo dos ratos e que o

tratamento com antioxidantes preveniu este efeito. A indução de IRA também inibiu

a atividade de CK no córtex cerebral, porem a inibição ocorreu tanto no grupo das 6

horas como no de 12 horas após a indução. Além disso, NAC isolada ou em

associação com DFX apresentou-se apta a evitar a inibição da atividade de CK.

Contudo, a inibição da atividade da CK cerebral após a indução da IRA pode estar

associada a um dano neuronal como também pode estar envolvida na patogênese

da encefalopatia urêmica.

Palavras-chave: insuficiência renal; creatina quinase; N-acetilcisteína;

deferoxamina.

Page 4: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

ABSTRACT

Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, and the mechanisms

responsible for neurological complications in patients with renal failure are poorly

known. Considering that creatine kinase (CK) is important for brain energy

homeostasis and is inhibited by free radicals, and that oxidative stress is probably

involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy, we measured CK activity

(hippocampus, striatum, cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in brain if

rats submitted to renal ischemia and the effect of administration of antioxidants (N-

acetylcysteine, NAC and deferoxamine, DFX) on this enzyme. We verified that CK

activity was not altered in cerebellum and striatum of rats. CK activity was inhibited in

prefrontal cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia. The

treatment with antioxidants prevented such effect. Cerebral cortex was also affected,

but in this area CK activity was inhibited 6 and 12 hours after renal ischemia.

Moreover, only NAC or NAC plus DFX were able to prevent the inhibition on the

enzyme. Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the

inhibition of brain CK activity after renal failure may be associated to neuronal loss

and may be involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy.

Keywords: renal failure; creatine kinase; N-acetylcysteine; deferoxamine.

Page 5: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

SUMÁRIO

1 Introdução 6

1.1 Metabolismo energético 6

1.2 Perfil metabólico do cérebro 9

1.3 Creatina quinase 10

1.4 Insuficiência renal aguda 13

1.5 Defesas antioxidantes 16

1.5.1 N-acetilcisteína 17

1.5.2 Deferoxamina 18

2 Objetivos 20

2.1 Objetivo geral 20

2.2 Objetivos específicos 20

3 Métodos e Resultados 21

Artigo: “Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is attenuated by N-acetylcysteine and deferoxamine administration”, submetido para publicação na revista Neuroscience Letters.

22

4 Discussão 37

5 Referências 40

Page 6: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

1 INTRODUÇÃO

1.1 Metabolismo energético

Os seres vivos precisam de energia para realizar várias funções, como, por

exemplo, o transporte ativo de íons e moléculas, síntese de macromoléculas e

outras biomoléculas a partir de precursores simples e para a contração muscular. A

energia necessária para realizar essas funções é obtida com a oxidação de

substâncias pela respiração celular. Adenosina trifosfato (ATP) é o principal

combustível da célula na maioria dos processos que precisam de energia. A energia

é liberada pela hidrólise de ATP e serve para impulsionar uma série de reações

(Lehninger et al., 2002; Voet et al., 2002).

A glicose é a principal fonte de energia utilizada pela maioria das células e

ocupa uma posição central no metabolismo. A glicose é transportada para dentro

das células por proteínas transportadoras específicas. Ao entrar na célula, a glicose

pode ser metabolizada em diferentes rotas metabólicas. A principal via de

degradação da glicose é a glicólise, uma rota que envolve uma seqüência de

reações que ocorre no citosol e forma como produto final o piruvato. Uma molécula

de glicose gera duas moléculas de piruvato e de ATP. Além disso, a glicose pode

participar do ciclo das pentoses, que tem como objetivo formar nicotinamida adenina

dinucleotídio fosfato (NADPH), um doador de elétrons de fundamental importância

em biossínteses redutoras, e ribose-5-fosfato, precursor na biossíntese de

nucleotídios. Quando a célula está com elevados níveis de ATP, a glicose pode ser

armazenada na forma de glicogênio, que pode ser liberado e utilizado rapidamente

se a célula necessitar de energia, ou formar triacilglicerol (Lehninger et al., 2002).

Page 7: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Em organismos superiores, o piruvato, formado na glicólise a partir de glicose,

pode seguir duas rotas metabólicas distintas. Quando há baixa quantidade de

oxigênio, como no trabalho muscular forçado ou na hipóxia, o piruvato pode ser

convertido em lactato pela enzima lactato desidrogenase, formando ATP e

consumindo nicotinamida adenina dinucleotídio (NADH). No entanto, só uma

pequena quantidade da energia da glicose é liberada pela conversão de piruvato a

lactato (Lehninger et al., 2002; Voet et al., 2002).

Em condições aeróbicas, o piruvato é transportado para dentro da mitocôndria

e sofre ação do complexo enzimático da piruvato desidrogenase, que forma acetil

coenzima A (acetil-CoA). A acetil-CoA inicia o ciclo de Krebs. É importante salientar

que a acetil-CoA pode ser formada também pela oxidação de ácidos graxos e

aminoácidos (Lehninger et al., 2002).

O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e consiste de uma seqüência

de reações onde, em cada volta do ciclo, são formadas três moléculas de NADH,

uma de flavina adenina dinucleotídio (FADH2), duas de CO2 e uma de guanosina

trifosfato (GTP). O NADH e FADH2 produzidos no ciclo de Krebs são carreadores de

elétrons e são utilizados na cadeia respiratória para a produção de ATP na

fosforilação oxidativa. Altos níveis de ATP inibem o ciclo de Krebs por mecanismos

complementares em vários locais do ciclo. Um dos pontos de controle é a conversão

de piruvato a acetil-CoA pela enzima piruvato desidrogenase, inibida por ATP, acetil-

CoA e NADH (Lehninger et al.; Voet et al., 2002).

A cadeia respiratória e a fosforilação oxidativa, assim como o ciclo de Krebs,

ocorrem nas mitocôndrias. A cadeia respiratória é formada por uma série de

complexos protéicos, onde ocorre a transferência de elétrons doados por NADH e

FADH2. A transferência de elétrons pela cadeia respiratória leva ao bombeamento

Page 8: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

de prótons da matriz para o lado citosólico da membrana mitocondrial interna. O

gradiente de prótons é usado para impulsionar a síntese de ATP (Heales et al.,

1999; Lehninger et al., 2002).

A cadeia respiratória é composta de quatro complexos (I, II, III e IV). O

complexo I, também chamado de NADH: ubiquinona oxirredutase, realiza a

transferência de elétrons do NADH para a ubiquinona, formando ubiquinol. Essa

reação faz com que dois prótons sejam bombeados para o espaço intermembrana.

O complexo II, também denominado de succinato: ubiquinona oxirredutase, é

formado pela enzima succinato desidrogenase e três subunidades hidrofóbicas.

Esse complexo participa do ciclo de Krebs e transfere elétrons do succinato para a

ubiquinona e também forma ubiquinol. O complexo III, ou citocromo c oxirredutase,

transfere elétrons do ubiquinol para o citocromo c, reação que serve para o

bombeamento de mais quatro prótons. O complexo IV, mais conhecido como

citocromo c oxidase, transfere elétrons para do citocromo c para o oxigênio e forma

água. Nessa etapa os últimos dois prótons são bombeados (Voet et al., 2002).

O gradiente eletroquímico formado pelo bombeamento de prótons durante a

cadeia respiratória mitocondrial é utilizado como força-motriz para o complexo V, ou

ATP sintase, formar ATP (fosforilação oxidativa). O ATP é transportado para fora da

mitocôndria com o concomitante transporte de adenina difosfato (ADP) para dentro

da mitocôndria, através de um sistema antiporte (Heales et al., 1999; Lehninger et

al., 2002; Voet et al., 2002).

Page 9: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

1.2 Perfil metabólico do cérebro

O cérebro humano representa somente 2% do peso corporal, mas o consumo

de energia por esse órgão é de aproximadamente 60% do total de utilização da

glicose pelo corpo. O maior gasto desta energia se dá para gerar, processar e

transmitir os impulsos, o que representa a principal função do sistema nervoso

central. O cérebro é extremamente dependente do metabolismo para manter sua

integridade funcional e estrutural, porém suas reservas energéticas são

extremamente pequenas em relação à sua demanda. Devido a esta dependência, o

cérebro necessita de um abastecimento contínuo e adequado de oxigênio e glicose.

Tanto o oxigênio quanto a glicose são enviados para todas as regiões do cérebro

através da circulação sangüínea e esta é regulada para que o fluxo sangüíneo

cerebral se mantenha constante em diversas situações (Berg et al., 2004; Gusatti,

2006).

A regulação do fornecimento de oxigênio e glicose pelo fluxo sangüíneo

cerebral é ajustada de acordo com as necessidades do tecido. O fornecimento

destes substratos é importante para a produção de ATP, principalmente pelo

metabolismo oxidativo (Gusatti, 2006).

A glicose é o principal combustível energético utilizado pelo cérebro e seu

transporte através da barreira sangue-cérebro ocorre por difusão facilitada mediada

por proteínas transportadoras (Murray, 2002; Gusatti, 2006).

O consumo diário de glicose do cérebro é de 120 gramas, correspondendo a

cerca de 60% da utilização de glicose por todo o organismo no estado de repouso.

Cerca de 60% a 70% é utilizada para impulsionar mecanismos de transporte que

mantém o potencial de sódio e potássio de membrana, necessária à transmissão

Page 10: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

dos impulsos nervosos. O cérebro também tem de sintetizar neurotransmissores e

seus receptores para propagar os impulsos nervosos (Berg et al., 2004). A

concentração de glicose baixa resulta em disfunção cerebral, podendo levar o

individuo ao coma, dano irreversível e até a morte (Voet et al., 2002).

1.3 Creatina quinase

Em 1927 foi descoberta a fosfocreatina, sete anos mais tarde, em 1934,

descobriu-se a reação da creatina quinase. A partir destas descobertas as pesquisas

direcionaram-se principalmente nos aspectos bioquímicos, fisiológicos, e patológicos

da reação da creatina quinase e em seu envolvimento no metabolismo do “fosfato de

alta energia” das células e tecidos com altas demandas energéticas. Este sistema é

associado a funções importantes, principalmente no cérebro, tais como o

tamponamento energético (regenerando ATP) e a transferência do ATP dos sítios

produtivos para os de consumo (Wyss et al., 1992; Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000).

A creatina quinase é uma enzima que possui um papel central no

metabolismo energético, principalmente para tecidos com alta demanda energética,

como cérebro, músculo cardíaco e esquelético, onde funciona como um efetivo

sistema de tampão para os níveis celulares de ATP, sendo assim é uma enzima

crucial para a homeostase energética, ou seja, atuando como um sistema auxiliar de

manutenção energética (Pilla et al., 2003).

A creatina quinase consiste de dois domínios, um pequeno domínio de

natureza a-helicoidal e um amplo domínio contendo uma lâmina ß antiparalela

produzida por oito intermitências franqueadas por sete a-hélices, o seu local ativo

está localizado entre os dois domínios e é coberto por resíduos que são

Page 11: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

conservados dentro da família creatina quinase. Além disso, as isoenzimas da

creatina quinase possuem no seu local ativo um grupo sulfidril que é altamente

reativo, desta forma este grupo pode ser uma maneira tanto para inibir a ativação da

creatina quinase como proteger contra o dano irreversível durante períodos de

estresse oxidativo, entretanto as isoenzimas creatina quinase foram identificadas

como alvos primários da modificação e inativação irreversível pelas espécies

reativas de oxigênio (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000).

A reação da creatina quinase catalisa a transferência metabolicamente

reversível do grupamento N-fosforil da fosfocreatina para o ADP regenerando o ATP

(Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Pilla et al., 2003; Berg et al., 2004).

A creatina quinase possui cinco formas diferentes de apresentação nas

células, sendo duas mitocondriais e três citoplasmáticas. No citosol encontramos

dímeros da creatina quinase e são denominados creatina quinase-BB, encontrada

predominantemente no cérebro, creatina quinase-MB, encontrada

predominantemente no miocárdio e creatina quinase-MM, predominante do músculo

esquelético (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Lopes et al., 2005).

Neste sistema o grupo fosfato do ATP, sintetizado dentro da matriz

mitocondrial, é transferido pela creatina quinase mitocondrial no espaço entre as

membranas mitocondriais à creatina para produzir ADP mais fosfocreatina. O ADP

liberado pela reação creatina quinase mitocondrial pode ser transportado

diretamente de volta para a matriz onde é refosforilado à ATP. A fosfocreatina deixa

as mitocôndrias e se difunde através do citosol para os locais de consumo do ATP.

Lá, as isoenzimas citosólicas creatina quinase regeneram localmente o ATP e assim

garantem um alto potencial de fosforilação na vizinhança indicada das respectivas

Page 12: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

ATPases. A creatina então liberada se difunde de volta às mitocôndrias, fechando

com isso o ciclo (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000).

Normalmente, a atividade isoenzimática detectada no soro humano é de 96%

para creatina quinase-MM e de 4% para a creatina quinase-MB. O dímero BB é

encontrado basicamente no cérebro, devendo estar ausente no sangue periférico de

indivíduos normais. Contudo, uma forma atípica de BB pode ser liberada pelo trato

gastrintestinal, próstata, bexiga, rins e útero, em casos de comprometimento maciço

desses órgãos (Camarozano e Henriques, 1996).

Em músculos esqueléticos de contração rápida um grande pool de

fosfocreatina está disponível para a regeneração imediata do ATP hidrolisado

durante curtos períodos de trabalho intenso, já os músculos esqueléticos de

contração lenta e o coração dependem de uma oferta mais contínua dos fosfatos de

alta energia nos locais de utilização do ATP (Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000). Além

disso, o sistema creatina quinase desempenha um alto grau de flexibilidade e é

capaz de se adaptar aos requerimentos fisiológicos peculiares de um dado tecido

(Wyss e Kaddurah-Daouk, 2000; Pilla et al., 2003).

Estudos anteriores mostraram que a atividade total da creatina quinase e o

conteúdo de creatina são mais baixos no cérebro que no músculo esquelético ou

coração, e as concentrações de fosfocreatina e creatina total como também o fluxo

no decorrer da reação de creatina quinase estão significativamente mais altos na

massa cinza que na massa branca do cérebro humano (Wyss e Kaddurah-Daouk,

2000).

O sistema creatina quinase/fosfocreatina mostra diferentes funções

integradas em células cerebrais, isto é, proteção de energia temporária, capacidade

metabólica, transferência de energia e controle metabólico. Desta forma este

Page 13: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

sistema é reconhecido como um regulador metabólico importante entre a saúde e a

doença (Pilla et al., 2003).

A creatina quinase parece estar envolvida em certas condições patológicas

relacionadas com deficiência de energia cerebral (Whittingham e Lipton, 1981).

Considerando que a energia é crucial para manter o desenvolvimento e regulação

da função cerebral, tem sido documentado que alterações no circuito

creatina/fosfocreatina pode ser um importante passo para problemas

neurodegenerativos que conduzem a perda neuronal no cérebro (Pilla et al., 2003).

A deficiência congênita de creatina cerebral esta associada à disfunção

extrapiramidal, convulsões e fraqueza muscular (Stöckler et al., 1994).

1.4 Insuficiência renal aguda

A insuficiência renal aguda (IRA) é uma síndrome caracterizada por um dano

súbito da função renal, impossibilitando o rim de exercer suas funções básicas de

excreção e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e acido-básico (Riella e

Martins, 2001; Knobel, 2004; Cruz et al., 2006). Este dano acaba gerando um

acúmulo de marcadores comuns da função renal, como uréia e creatinina, e por

vezes diminui o volume urinário diário (Knobel, 2004).

Desta forma, a perda de funções, tais como as citadas anteriormente, além de

excreção de catabólitos e função reguladora hormonal, desencadeiam sérios

problemas para o paciente, como anemia, deficiência imunológica, tendência à

hemorragia, desordem no metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas e vários

distúrbios resultantes das toxinas presentes no plasma ou outros fluidos corporais

(Mafra et al., 1999).

Page 14: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

A IRA é um distúrbio provocado por uma reunião de sinais e sintomas

ocorridos por um mesmo mecanismo, que pode ser causada por várias associações,

em vários contextos clínicos, caracterizando sub-síndromes. Entretanto, o termo é

mais comumente utilizado para caracterizar aquelas formas de dano renal devido à

isquemia, agente nefrotóxico ou multifatorial (Barros, 1999).

Apesar de a IRA ser classificada em pré-renal, renal e pós-renal esta também

pode ser classificada quanto à etiologia, como IRA isquêmica (quando pacientes

apresentavam condição hemodinâmica de baixo fluxo renal), nefrotóxica (quando a

piora da função renal esteve associada à presença de substâncias nefrotóxicas

exógenas ou endógenas) e multifatorial (quando presentes vários insultos renais,

dentre eles os quadros sépticos) (Balbi et al., 2005).

A IRA pré-renal é causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal levando

à diminuição da taxa de filtração glomerular, sendo reversível se corrigida a causa,

como, por exemplo, na desidratação, uso de diuréticos e insuficiência cardíaca. A

IRA pós-renal ocorre pela obstrução do trato urinário, como conseqüência de

hipertrofia prostática, câncer de próstata ou cervical, distúrbios retroperitoneais,

cálculo renal bilateral, carcinoma de bexiga, dentre outros. Esta pode ser reversível

dependendo do tempo de duração da obstrução (Knobel, 2004).

A IRA renal é causada por deficiências do próprio rim, que são classificadas

quanto ao local afetado, tais como: túbulos, interstícios, vasos ou glomérulos.

Freqüentemente o termo necrose tubular aguda (NTA) é utilizado como sinônimo de

IRA renal, causada por agressão isquêmica ou nefrotóxica, porém este caso

também pode ser de origem pré-renal (Knobel, 2004; Cruz et al., 2006). Na NTA

ocorre uma diminuição da filtração glomerular acompanhada de lesão das células

tubulares e geralmente com a retirada do agente causador da lesão os rins não

Page 15: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

voltam ao normal imediatamente podendo levar horas ou até semanas para se

restabelecer (Barros, 1999).

Sabe-se que as conseqüências da isquemia, em diferentes tecidos,

dependem da sua duração, e que muitas das lesões são desenvolvidas durante o

estágio de reoxigenação, como resultado da reperfusão tecidual, podendo agravar

as lesões produzidas na fase isquêmica isolada (Silva et al., 2002).

Um dos acontecimentos iniciais resultantes da isquemia ou de uma

nefrotoxina é a redução dos níveis intracelulares de ATP e, portanto porções do

néfron que possuem alta taxa de reabsorção tubular com gasto de energia são

particularmente mais suscetíveis à isquemia (Knobel, 2004). As mitocôndrias são

alvos importantes dos danos provocados pelos processos de isquemia e reperfusão,

sendo que nelas ocorre a diminuição de NADH, do carreador ADP/ATP e da ATP

sintase (Silva et al., 2002).

A depleção de ATP leva à redução da atividade da ATP-ase da membrana

citoplasmática, edema celular e desequilíbrio nas concentrações de sódio, potássio

e cálcio. Esse distúrbio leva a uma série de acontecimentos, incluindo

desestruturação do citoesqueleto, perda de polaridade celular, perda de interação

célula-célula, produção de espécies reativas de oxigênio, alterações no pH

intracelular que podem culminar com a morte da célula (Knobel, 2004).

Todas estas complicações levam ao organismo a retenção excessiva de

produtos do metabolismo das proteínas que podem danificar o néfron e reduzir a

excreção de uréia, creatinina e de outros produtos do metabolismo das proteínas

(Bruns et al., 2002). A insuficiência renal induzindo a uremia afeta quase todas as

funções corporais, mas a fisiologia do cérebro parece ser particularmente vulnerável

à toxicidade urêmica (Deguchi et al., 2006). A falha renal resulta no acúmulo de

Page 16: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

numerosas substâncias orgânicas que podem agir como neurotoxinas urêmicas,

mas nenhum metabólito sozinho foi identificado como a única causa da

encefalopatia urêmica (Deguchi et al., 2006). Dessa forma, a encefalopatia urêmica

é caracterizada por alterações intelectuais e de memória e posteriormente a

alterações motoras, convulsões e coma, que representam os eventos terminais

graves e de risco clínico (Bruns et al., 2002; Knobel, 2004; Cruz et al., 2006).

Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas alterações neuroquímicas da

encefalopatia urêmica são pouco conhecidos. Sabe-se que alterações cerebrais

importantes e diminuição da taxa metabólica cerebral são regularmente observadas

em pacientes com falha renal e coma urêmico. Estudos sugerem que a uremia pode

aumentar a permeabilidade da barreira hemato-encefálica e a osmolaridade do

cérebro. Outros trabalhos sugerem que o paratormônio e o alumínio, aumentados

em pacientes com falha renal aguda, estão relacionados com dano neurológico,

principalmente pela facilitação da entrada de cálcio nas células, facilitando a morte

neuronal. Portanto, as bases químicas dos distúrbios metabólicos e funcionais no

cérebro desses pacientes ainda são objeto de estudo; estresse oxidativo e

alterações no metabolismo cerebral podem estar envolvidos nesses processos

(Nash et al., 2002; Singri et al., 2003).

1.5 Defesas antioxidantes

O corpo humano apresenta sistemas naturais de defesa contra espécies

reativas de oxigênio que, além de defender, mantêm suas concentrações em níveis

compatíveis com a atividade biológica. Entretanto, os antioxidantes podem ser

Page 17: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

adicionados ao organismo via alimentação, suplementação, ou ainda como recurso

terapêutico (Lancha-Jr, 2004).

Atualmente, empregam-se substâncias que, por inúmeros mecanismos de

ação, trabalham a favor da redução do dano celular, seja atuando com antioxidante

ou diminuindo a ação dos produtos decorrentes da fase isquêmica. Estas

substâncias atuam diminuindo a concentração ou neutralizando as espécies reativas

de oxigênio e nitrogênio, ou por inibirem a sua formação ou por facilitarem o seu

desaparecimento (Medeiros et al., 2005).

1.5.1 N-acetilcisteína

A n-acetilcisteína (NAC), devido ao seu conteúdo em tióis (Mórtola et al.,

2000), tem sido utilizada há aproximadamente meio século para tratar doenças

congestivas e obstrutivas dos pulmões (Rodrigues et al., 2004). Além disso, a NAC

tem sido utilizada na prática clínica em situações de instabilidade hemodinâmica,

com o intuito de proteger os tecidos, pulmonar, cardíaco, renal e hepático que são

comprometidos pelo fenômeno de isquemia seguida de reperfusão (Medeiros et al.,

2005).

Diversos estudos têm demonstrado o papel antioxidante da NAC, possuindo

ação direta sobre os radicais livres e, por ação indireta como substrato da glutationa

peroxidase, estimulando a síntese de glutationa (GSH), e assim prevenindo a

oxidação e degradação do óxido nítrico (Kayser et al., 2006). Desta forma, atua para

reduzir o estresse oxidativo, a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos e a retirada de

peróxido de hidrogênio, superóxido e radicais hidroxil, por uma reação clássica de

Page 18: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

oxidorredução com as espécies reativas de oxigênio produzidas na fase de

reperfusão (Medeiros et al., 2005)

Além disso, também participam da síntese de cisteína intracelular,

aumentando a produção da GSH por ser sua precursora (Pinho et al., 2005). A GSH,

em sua forma reduzida, tem um papel importante no mecanismo de defesa contra

radicais livres, por diminuir o conteúdo de peróxido de hidrogênio e alterar o

equilíbrio da capacidade oxidante-antioxidante pulmonar (Smith et al., 1994; Zhang

et al., 1999).

Muitos estudos têm demonstrado a função antioxidante da NAC,

principalmente no tratamento de doenças inflamatórias, por inibir o estresse

oxidativo e a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos, entre outros efeitos. No entanto,

também foi demonstrado que a administração isolada de NAC pode produzir efeitos

pró-oxidantes, e que a combinação de NAC com DFX (deferoxamina; um quelante

de ferro) parece ser um tratamento mais efetivo para muitas doenças inflamatórias

(Pinho et al., 2005; Ritter et al., 2004a; Ritter et al., 2004b; Ritter et al., 2006).

1.5.2 Deferoxamina

É um quelante hexadentado com alta afinidade e seletividade pelo ferro. Uma

molécula de DFX se liga a um átomo de ferro, formando um complexo estável que é

excretado pela bile e pela urina. Utilizado clinicamente há cerca de 35 anos, é

altamente efetivo na profilaxia e tratamento da sobrecarga de ferro (Souto, 2006).

A DFX, por apresentar-se como um potente quelante de ferro, mostra

propriedades antioxidantes em situações de apoptose e neurodegeneração (Zhang

et al., 2005; Freret et al., 2006). Devido a este fato que, emprega-se o seu uso em

Page 19: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

conjunto com NAC, pois esta apresenta alta afinidade ao ferro, podendo contribuir

para a produção e liberação de outros mediadores oxidativos. O DFX, quando

administrado em conjunto com NAC, diminui os efeitos pró-oxidantes desta,

suavizando assim estes efeitos e encaminhando para o efeito esperado (Ritter et al.,

2004a).

Page 20: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a atividade da enzima creatina quinase em diferentes estruturas do

cérebro de ratos Wistar submetidos à insuficiência renal aguda (por isquemia e

reperfusão renal), tratados ou não com NAC e DFX.

2.2 Objetivos específicos

- Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral,

córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após

insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com NAC;

- Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral,

córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após

insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com DFX;

- Avaliar a atividade da enzima creatina quinase no cerebelo, córtex cerebral,

córtex pré-frontal, hipocampo e estriado de ratos Wistar 1, 6 e 12 horas após

insuficiência renal aguda por isquemia e reperfusão, tratados com a associação de

NAC e DFX.

Page 21: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

3 MÉTODOS E RESULTADOS

Conforme resolução 01/2007 do PPGCS, apresentados na forma de artigo cientifico

submetido para publicação na revista Neuroscience Letters.

Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is attenuated by

N-acetylcysteine and deferoxamine administration.

Márcia L. Dias, Priscila B. Di-Pietro, Giselli Scaini, Márcio Burigo, Larissa

Constantino, Roberta A. Machado, Felipe Dal-Pizzol, Emilio L. Streck.

Page 22: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Inhibition of brain creatine kinase activity after renal ischemia is

attenuated by N-acetylcysteine and deferoxamine

administration

Priscila B. Di-Pietro, Márcia L. Dias, Giselli Scaini, Márcio Burigo,

Larissa Constantino, Roberta A. Machado, Felipe Dal-Pizzol, Emilio L. Streck*

Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Programa de Pós-graduação em

Ciências da Saúde, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do

Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC, Brazil

*Corresponding author: E-mail address: [email protected]

Running title: brain creatine kinase and renal failure

Page 23: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Abstract

Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, and the mechanisms

responsible for neurological complications in patients with renal failure are poorly

known. Considering that creatine kinase (CK) is important for brain energy

homeostasis and is inhibited by free radicals, and that oxidative stress is probably

involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy, we measured CK activity

(hippocampus, striatum, cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in brain if

rats submitted to renal ischemia and the effect of administration of antioxidants (N-

acetylcysteine, NAC and deferoxamine, DFX) on this enzyme. We verified that CK

activity was not altered in cerebellum and striatum of rats. CK activity was inhibited in

prefrontal cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia. The

treatment with antioxidants prevented such effect. Cerebral cortex was also affected,

but in this area CK activity was inhibited 6 and 12 hours after renal ischemia.

Moreover, only NAC or NAC plus DFX were able to prevent the inhibition on the

enzyme. Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the

inhibition of brain CK activity after renal failure may be associated to neuronal loss

and may be involved in the pathogenesis of uremic encephalopathy.

Key words: renal failure; creatine kinase; N-acetylcysteine; deferoxamine.

Page 24: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Introduction

Acute renal failure (ARF) is defined by a loss of renal function over a period of

hours to days, resulting in accumulation of nitrogenous waste products and

unbalance in the maintenance of fluid and electrolyte homeostasis. The major causes

of ARF are i) decreased renal perfusion without cellular injury, ii) an ischemic, toxic,

or obstructive insult to the renal tubule, iii) a tubulointerstitial process with

inflammation and edema, iv) or a primary reduction in the filtering capacity of the

glomerulus (1,2). These patients often present signs and symptoms related to fluid

and electrolyte disturbances.

Altered mental status reflects the toxic effect of uremia in the brain, and

contributes largely to the morbidity and mortality in patients with renal failure (3).

Encephalopathy may accompany acute or chronic renal failure, but in patients with

ARF the symptoms are generally more pronounced and progress more rapidly. In

general, uremic encephalopathy presents with a symptom complex progressing from

mild sensorial clouding to delirium and coma (3,4). The pathophysiologic

mechanisms that underlie renal dysfunction have come to be understood over the

last decades (1,2), but the mechanisms responsible for neurological complications in

patients with ARF are still poorly known (3).

Creatine kinase (CK, E.C. 2.7.3.2) is a crucial enzyme for high energy

consuming tissues like the brain. This enzyme works as a buffering system of cellular

ATP levels, playing a central role in energy metabolism (5-7). It is also known that a

decrease in CK activity is associated with neurodegenerative pathways that result in

neuronal death in brain ischemia (8), neurodegenerative diseases (9,10), bipolar

disorder (unpublished results) and other pathological states (11-13).

Page 25: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Oxidative stress is an important event that has been related to the

pathogenesis of diseases affecting the central nervous system. This is

understandable since this tissue is highly sensitive to oxidative stress due to its high

oxygen consumption, its high iron and lipid contents, especially polyunsaturated fatty

acids, and the low activity of antioxidant defenses (14). Moreover, the accumulation

of toxic metabolites in renal failure may lead to excessive production of free radicals

or depletion of antioxidant capacity (2,15,16). It is also known that CK is very

sensitive to free radicals, especially by the oxidation of thiol groups of its structure

(17). In this context, we believe that the administration of antioxidants may be

important for the treatment of neurological alteration in patients affected by ARF.

Considering that there is a lack of literature information regarding the

pathophysiological mechanisms underlying neurological complications in patients

with renal failure, that CK is important for brain energy homeostasis and is inhibited

by free radicals, and that oxidative stress is probably involved in the pathogenesis of

uremic encephalopathy, we measured brain CK activity (hippocampus, striatum,

cerebellum, cerebral cortex and prefrontal cortex) in an animal model of ARF

(ischemia) and the effect of administration of antioxidants (N-acetylcysteine, NAC

and deferoxamine, DFX) on this enzyme.

Materials and methods

Animals: Adult male Wistar rats (250-300 g) obtained from Central Animal House of

Universidade do Extremo Sul Catarinense were caged in groups of five with free

access to food and water and maintained on a 12-h light-dark cycle (lights on 7:00

am) at a temperature of 22oC

1oC. All experimental procedures were carried out in

accordance with the National Institutes of Health Guide for the Care and Use of

Page 26: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Laboratory Animals and the Brazilian Society for Neuroscience and Behavior

(SBNeC) recommendations for animal care, with the approval of local Ethics

Committee.

Animal model of renal ischemia and treatment with antioxidants: Sixty-day old

rats were divided into the following groups: sham-operated group (control), or renal

ischemia treated with saline, NAC 20 mg/kg, DFX 20 mg/kg or both antioxidants.

Under anesthesia (ketamine 70 mg/kg and xylazine 15 mg/kg; i.p.) and aseptic

conditions, via a dorsal incision, ischemia/reperfusion injury was induced by clamping

both renal vascular pedicles for 45 minutes, and the kidney was subsequently

reperfused (18). NAC and DFX were administered in the abdominal aorta 10 minutes

before ischemia (19-21). Rats were killed 1, 6 or 12 hours after renal ischemia. The

brain was removed and hippocampus, striatum, cerebellum, cortex and prefrontal

cortex were isolated. Moreover, blood was collected for measurement of urea

nitrogen and creatinine.

Tissue and homogenate preparation: These brain areas were homogenized (1:10,

w/v) in SETH buffer, pH 7.4 (250 mM sucrose, 2 mM EDTA, 10 mM Trizma base, 50

IU/ml heparin). The homogenates were centrifuged at 800 x g for 10 min and the

supernatants kept at - 70oC until used for CK activity determination. The maximal

period between homogenate preparation and enzyme analysis was always less than

5 days. Protein content was determined by the method described by Lowry et al (22)

using bovine serum albumin as standard.

Page 27: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Creatine kinase (CK) activity assay: Creatine kinase activity was measured in brain

homogenates pre-treated with 0.625 mM lauryl maltoside. The reaction mixture

consisted of 60 mM Tris–HCl, pH 7.5, containing 7 mM phosphocreatine, 9 mM

MgSO4 and approximately 0.4–1.2 g protein in a final volume of 100 L. After 15

min of pre-incubation at 37 oC, the reaction was started by the addition of 0.3 mol of

ADP plus 0.08 mol of reduced glutathione. The reaction was stopped after 10 min

by the addition of 1 mol of p-hydroxymercuribenzoic acid. The creatine formed was

estimated according to the colorimetric method of Hughes (23). The color was

developed by the addition of 100 L 2% -naphtol and 100 L 0.05% diacetyl in a

final volume of 1 mL and read spectrophotometrically after 20 min at 540 nm. Results

were expressed as units/min x mg protein.

Statistical analysis: Data were analyzed by one-way analysis of variance (ANOVA)

followed by the Tukey test when F was significant and are expressed as mean

standard deviation. All analyses were performed using the Statistical Package for the

Social Science (SPSS) software.

Results

In the present study we submitted rats to renal ischemia, with previous

treatment with NAC and DFX. After that, brain CK was measured. Our findings show

that the model used in our work caused renal injury, since blood urea nitrogen and

creatinine levels were increased in all groups submitted to renal ischemia, treated

with saline or antioxidants (Figure 1). Moreover, CK activity was inhibited in prefrontal

cortex and hippocampus of rats 12 hours after renal ischemia and the treatment with

Page 28: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

NAC and DFX alone or in combination prevented such effect (Figure 2A and 2C).

Cerebral cortex was also affected, but in this area CK activity was inhibited 6 and 12

hours after renal ischemia. In this area, only NAC or NAC plus DFX were able to

prevent the inhibition on the enzyme (Figure 2B). Our results also show that CK

activity was not altered in cerebellum and striatum (Figure 3).

Discussion

CK catalyzes the reversible transfer of the phosphoryl group from

phosphocreatine to ADP, regenerating ATP. This system is important for normal

energy homeostasis by exerting several integrated functions, such as temporary

energy buffering, metabolic capacity, energy transfer and metabolic control. The brain

of adult rats, like other tissues with high and variable rates of ATP metabolism,

presents high phosphocreatine concentration and CK activity. It is well described that

inhibition of this enzyme is implicated in the pathogenesis of a number of diseases,

especially in brain (24,25). In the present work, we showed that CK is affected in

prefrontal cortex, cerebral cortex and hippocampus of rats, 6 and 12 hours after renal

ischemia. Moreover, we showed that antioxidants were able to prevent the inhibition

of this enzyme.

In this model of ARF, the initial insult is caused by hypoxia to the tissue

followed by altered microcirculation. Inflammation and reactive oxygen species

formation are also involved in the progression of tubular injury. Moreover, there are

several similarities between this model and human ischemic acute tubular necrosis. A

number of studies have demonstrated the antioxidant role of NAC. Thus, NAC

supplementation was found to reduce oxidative stress by improving thiol redox status,

Page 29: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

to inhibit oxidative metabolism and to scavenge superoxide, hydrogen peroxide and

hydroxyl radicals. It has been demonstrated that isolated administration of NAC could

produce pro-oxidant effects. The oxidative metabolism of NAC can generate thiyl free

radicals and NAC can reduce Fe+3 ions to participate in the generation of hydroxyl

radical via Fenton reaction. In this context, we have demonstrated that the

combination of NAC and DFX, but not their isolated use, is an effective treatment for

several inflammatory diseases (19-21,26).

Uremic encephalopathy is characterized by a mix of clinical features and is

often associated with headache, visual abnormalities, tremor, asterixis and seizures.

The pathophysiology of uremic encephalopathy is complex and still poorly

understood. The main contributing factors are accumulation of metabolites, hormonal

disturbance, disturbance of the intermediary metabolism and imbalance in excitatory

and inhibitory neurotransmitters. Besides the general symptom complex of

encephalopathy, focal motor signs and the “uremic twitchconvulsive” syndrome may

be present. Impaired cognitive has also been reported in these patients (3).

In this context, it has also been demonstrated that the

creatine/phosphocreatine/CK circuit is involved in processes that involve habituation,

spatial learning and seizure susceptibility (27-29). In the present work we showed

that CK was inhibited in prefrontal cortex, cerebral cortex and hippocampus, brain

areas that are crucial for cognitive processes (30-32). So, we speculate that

diminished CK may be involved in the cognitive impairment reported in these

patients. Moreover, we showed that inhibition of CK was prevented by antioxidants.

In this context, we also speculate that oxidative stress may be involved in the

mechanism of CK activity inhibition. This hypothesis is reinforced by findings from

Page 30: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Sener et al (15), which show increased malondialdehyde and diminished glutathione

levels in brain of rats submitted to a model of chronic renal failure.

Although it is difficult to extrapolate our findings to the human condition, the

inhibition of brain CK activity after renal failure may be involved in the pathogenesis

of uremic encephalopathy. We also showed that antioxidants prevented the inhibition

of CK, and we believe that this protocol could be used as an adjuvant therapy for the

treatment of these neurological complications. Moreover, other important steps of

energy metabolism must also be studied.

Acknowledgements

This research was supported by grants from Programa de Pós-graduação em

Ciências da Saúde – Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) and

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Page 31: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

References

1. N. Singri, S.N. Ahya, M.L. Levin, Acute renal failure, JAMA 289 (2003) 747-751.

2. R. Thadhani, M. Pascual, J.V. Bonventre, Acute renal failure, N. Engl. J. Med. 334

(1996) 1448-1460.

3. R. Brouns, P.P. De Deyn, Neurological complications in renal failure: a review,

Clin. Neurol. Neurosurg. 107 (2004) 1-16.

4. D.J. Burn, D. Bates, Neurology and the kidney, J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry

65 (1998) 810-821.

5. S.P. Bessman, C.L. Carpenter, The creatine-creatine phosphate energy shuttle,

Annu. Rev. Biochem. 54 (1985) 831-865.

6. T. Schnyder, H. Gross, H. Winkler, H.M. Eppenberger, T. Wallimann,

Crystallization of mitochondrial creatine kinase. Growing of large protein crystals and

electron microscopic investigation of microcrystals consisting of octamers, J. Biol.

Chem. 266 (1991) 5318-5322.

7. T. Wallimann, M. Wyss, D. Brdiczka, K. Nicolay, H.M. Eppenberger, Intracellular

compartmentation, structure and function of creatine kinase isoenzymes in tissues

with high and fluctuating energy demands: the 'phosphocreatine circuit' for cellular

energy homeostasis, Biochem. J. 281 (1992) 21-40.

8. H. Tomimoto, K. Yamamoto, H.A. Homburger, T. Yanagihara, Immunoelectron

microscopic investigation of creatine kinase BB-isoenzyme after cerebral ischemia in

gerbils, Acta Neuropathol. 86 (1993) 447-455.

9. M. Aksenov, M. Aksenov, D.A. Butterfield, W.R. Markesbery, Oxidative

modification of creatine kinase BB in Alzheimer's disease brain, J. Neurochem. 74

(2000) 2520-2527.

10. S. David, M. Shoemaker, B.E. Haley, Abnormal properties of creatine kinase in

Alzheimer's disease brain: correlation of reduced enzyme activity and active site

photolabeling with aberrant cytosol-membrane partitioning, Mol. Brain Res. 54 (1998)

276-287.

11. W.L. Gross, M.I. Bak, J.S. Ingwall, M.A. Arstall, T.W. Smith, J.L. Balligand, R.A.

Kelly, Nitric oxide inhibits creatine kinase and regulates rat heart contractile reserve,

Proc. Natl. Acad. Sci. USA 93 (1996) 5604-5609.

Page 32: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

12. B.L. Hamman, J.A. Bittl, W.E. Jacobus, P.D. Allen, R.S. Spencer, R. Tian, J.S.

Ingwall, Inhibition of the creatine kinase reaction decreases the contractile reserve of

isolated rat hearts, Am. J. Physiol. 269 (1995) 1030-1036.

13. P.F. Schuck, A. Tonin, G.C. Ferreira, R.B. Rosa, A. Latini, F. Balestro, M.L.

Perry, C.M. Wannmacher, A.T. Wyse, M. Wajner, In vitro effect of quinolinic acid on

energy metabolism in brain of young rats, Neurosci. Res. 57 (2007) 277-288.

14. T. Carbonell, R. Rama, Iron, oxidative stress and early neurological deterioration

in ischemic stroke, Curr. Med. Chem. 14 (2007) 857-874.

15. G. Sener, A. Sakarcan, O. Sehirli, E. Eksioglu-Demiralp, E. Sener, F. Ercan, N.

Gedik, B.C. Yegen, Chronic renal failure-induced multiple-organ injury in rats is

alleviated by the selective CysLT1 receptor antagonist montelukast, Prostaglandins

Other Lipid. Mediat. 83 (2007) 257-267.

16. T. Bouré, R. Vanholder, Biochemical and clinical evidence for uremic toxicity,

Artif. Organs 28 (2004) 248-253.

17. H. Wolosker, R. Panizzutti, S. Englender, Inhibition of creatine kinase by S-

nitrosoglutathione, FEBS Lett. 392 (1996) 274-276.

18. M. Ikeda, W. Prachasilchaim, M.J. Burne-Taney, H. Rabb, N. Yokota-Ikeda,

Ischemic acute tubular necrosis models and drug discovery: a focus on cellular

inflammation, Drug Discov. Today 11 (2006) 364-370.

19. C. Ritter, M.E. Andrades, A. Reinke, S. Menna-Barreto, J.C. Moreira, F. Dal-

Pizzol, Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against

oxidative stress and improves survival in sepsis, Crit. Care Med. 32 (2004) 342-349.

20. C. Ritter, A.A. Cunha, I.C. Echer, M. Andrades, A. Reinke, N. Lucchiari, J. Rocha,

E.L. Streck, S. Menna-Barreto, J.C. Moreira, F. Dal-Pizzol, Effects of N-

acetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute lung injury in

the rat, Crit. Care Med. 34 (2006) 471-477.

21. C. Ritter, A. Reinke, M. Andrades, M.R. Martins, J. Rocha, S. Menna-Barreto, J.

Quevedo, J.C. Moreira, F. Dal-Pizzol, Protective effect of N-acetylcysteine and

deferoxamine on carbon tetrachloride-induced acute hepatic failure in rats, Crit. Care

Med. 32 (2004) 2079-2083.

22. O.H. Lowry, N.G. Rosebough, A.L. Farr, R.J. Randall, Protein measurement with

the Folin phenol reagent, J. Biol. Chem. 193 (1951) 265-275.

Page 33: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

23. B.P. Hughes, A method for estimation of serum creatine kinase and its use in

comparing creatine kinase and aldolase activity in normal and pathologic sera, Clin.

Chim. Acta 7 (1962) 597-604.

24. Z.A. Khuchua, W. Qin, J. Boero, J. Cheng, R.M. Payne, V.A. Saks, A.W. Strauss,

Octamer formation and coupling of cardiac sarcomeric mitochondrial creatine kinase

are mediated by charged N-terminal residues, J. Biol. Chem. 273 (1998) 22990-

22996.

25. U. Schlattner, T. Wallimann, Octamers of mitochondrial creatine kinase

isoenzymes differ in stability and membrane binding, J. Biol. Chem. 275 (2000)

17314-17320.

26. C.R. Damiani, C.A. Benetton, C. Stoffel, K.C. Bardini, V.H. Cardoso, G. Di-

Giunta, R.A. Pinho, F. Dal-Pizzol, E.L. Streck, Oxidative stress and metabolism in

animal model of colitis induced by dextran sulfate sodium, J. Gastroenterol. Hepatol.

22 (2007) 1846-1851.

27. C.R. Jost, C.E. Van der Zee, H.J. Zandt, F. Oerlemans, M. Verheij, F. Streijger, J.

Fransen, A. Heerschap, A.R. Cools, B. Wieringa, Creatine kinase B-driven energy

transfer in the brain is important for habituation and spatial learning behaviour, mossy

fibre field size and determination of seizure susceptibility, Eur. J. Neurosci. 15 (2002)

1692-1706.

28. F. Streijger, C.R. Jost, F. Oerlemans, B.A. Ellenbroek, A.R. Cools, B. Wieringa,

C.E. Van der Zee, Mice lacking the UbCKmit isoform of creatine kinase reveal slower

spatial learning acquisition, diminished exploration and habituation, and reduced

acoustic startle reflex responses, Mol. Cell. Biochem. 256/257 (2004) 305-318.

29. F. Streijger, F. Oerlemans, B.A. Ellenbroek, C.R. Jost, B. Wieringa, C.E. Van der

Zee, Structural and behavioural consequences of double deficiency for creatine

kinases BCK and UbCKmit, Behav. Brain Res. 157 (2005) 219-234.

30. W.A. Suzuki, Making new memories: the role of the hippocampus in new

associative learning, Ann. NY Acad. Sci. 1097 (2007) 1-11.

31. H. Lou, Etiology and pathogenesis of attention-deficit hyperactivity disorder

(ADHD); significance of prematurity and perinatal hypoxic-haemodynamic

encephalopathy, Acta Paediatr. 85 (1996) 1266-1271.

32. M. D'Esposito, From cognitive to neural models of working memory, Philos.

Trans. R. Soc. Lond. B. Biol. Sci. 362 (2007) 761-772.

Page 34: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Figure 1. Effect of antioxidants on blood urea nitrogen (A) and creatinine (B)

levels after renal ischemia. Rats were sham-operated (control group) or submitted

to renal ischemia and treated with N-acetylcysteine (NAC), deferoxamine (DFX), both

or only saline, as described in Methods. Blood samples were collected 1, 6 and 12

hours after renal ischemia. Values are expressed as mean

S.D. for five

independent experiments. Different from control (sham group); *p<0.05 (One-way ANOVA followed by Tukey).

Page 35: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Figure 2. Effect of antioxidants on creatine kinase activity in prefrontal cortex

(A), cerebral cortex (B) and hippocampus (C) of rats after renal ischemia. Rats

were sham-operated (control group) or submitted to renal ischemia and treated with

N-acetylcysteine (NAC), deferoxamine (DFX), both or only saline, as described in

Methods. Creatine kinase activity was assayed in brain of rats 1, 6 and 12 hours after

renal ischemia. Values are expressed as mean

S.D. for five independent

experiments. Different from control (sham group); *p<0.05 (One-way ANOVA followed by Tukey).

Page 36: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

Figure 3. Effect of antioxidants on creatine kinase activity in cerebellum (A) and

striatum (B) of rats after renal ischemia. Rats were sham-operated (control group)

or submitted to renal ischemia and treated with N-acetylcysteine (NAC),

deferoxamine (DFX), both or only saline, as described in Methods. Creatine kinase

activity was assayed in brain of rats 1, 6 and 12 hours after renal ischemia. Values

are expressed as mean S.D. for five independent experiments.

Page 37: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

4 DISCUSSÃO

A IRA é uma síndrome proveniente das mais variadas causas, podendo

ocorrer em diversas camadas da população (Garcia et al., 2005). Além disso, sua

mortalidade permaneceu elevada nas últimas décadas apesar dos avanços

diagnósticos e terapêuticos ocorridos (Balbi et al., 2005). A IRA é caracterizada pela

diminuição súbita da função renal que se mantém por períodos variáveis, impedindo

os rins de desempenhar suas funções normais de excreção e manutenção da

homeostasia hidroeletrolítica do organismo (Garcia et al., 2005).

O modelo de dano renal utilizado para se obter IRA nos animais nesse

trabalho foi causado inicialmente pela hipóxia tecidual seguido por alteração da

microcirculação. Esse modelo mostrou resultados satisfatórios, já que nas primeiras

horas após a indução da IRA os níveis de uréia e creatinina estavam elevados

quando comparados a animais que não foram submetidos à IRA. Como estes

metabólitos são considerados marcadores da função renal, já que são totalmente

excretados pelos rins, sua elevação é sinal de que o sistema renal está sendo

perturbado. A má filtração destes metabólitos e o conseqüente acúmulo dos

mesmos no organismo podem gerar complicações secundárias à doença renal em

si.

A encefalopatia urêmica pode acompanhar tanto a IRA quanto a insuficiência

renal crônica, mas os mecanismos responsáveis pelas complicações neurológicas

em pacientes com falência renal são pouco conhecidos. Sabe-se, porém, que em

pacientes com IRA os sintomas são geralmente mais pronunciados e sua

progressão é mais rápida (Burn e Bates, 1998; Brouns e De Deyn, 2004). Em geral,

os principais fatores que contribuem são o acúmulo de metabólitos, distúrbio

Page 38: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

hormonal e do metabolismo intermediário e desequilíbrio na excitação e inibição de

neurotransmissores (Brouns e De Deyn, 2004). Os pacientes com encefalopatia

urêmica geralmente apresentam alterações cognitivas, alterações motoras,

convulsão e coma (Cruz et al., 2006; Knobel, 2004).

O cérebro de ratos adultos, semelhante a outros tecidos com alta e variável

taxa do metabolismo de ATP, apresenta alta concentração de fosfocreatina e

creatina quinase (Khuchua et al., 1998; Schlattner e Wallimann, 2000). Esta enzima

tem papel chave no metabolismo energético, visto que é responsável pelo

reabastecimento direto de ATP pela transferência de um grupamento fosforil da

fosfocreatina para o ADP, regenerando ATP e desta forma facilitando a transdução

de energia intracelular (Zonouzi et al., 2006). Esse sistema é importante para

manutenção da homeostase energética normal, pois, sabe-se que a inibição desta

enzima implica na patogênese de numerosas doenças, especialmente no cérebro

(Khuchua et al., 1998; Schlattner e Wallimann, 2000).

Os resultados mostraram que a atividade da creatina quinase foi inibida nas

regiões cerebrais do hipocampo e córtex pré-frontal 12 horas após a isquemia renal

e que no córtex cerebral a enzima foi inibida 6 e 12 horas após a indução, no grupo

de animais não tratados com antioxidantes (grupo salina). Quando observadas estas

mesmas regiões cerebrais, só que nos grupos tratados com antioxidantes,

percebeu-se que NAC, DFX e NAC + DFX preveniram a inibição da creatina quinase

no hipocampo e córtex pré-frontal; no córtex cerebral apenas NAC sozinha ou

combinada com DFX tiveram este mesmo efeito.

Baseado nestes resultados pode-se dizer que a IRA leva ao acúmulo de

metabólitos, estes por mecanismos ainda não conhecidos dirigem-se ao cérebro.

Neste órgão estes metabólitos em excesso podem levar a uma diminuição das

Page 39: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

defesas antioxidantes provocando disfunção mitocondrial pelo acúmulo de espécies

reativas de oxigênio e culminando com o estresse oxidativo. A enzima creatina

quinase é muito sensível aos radicais livres, especialmente pela oxidação de

grupamentos tióis existente na sua estrutura (Wolosker et al., 1996). Através dos

resultados, considera-se que as espécies reativas de oxigênio estão envolvidas na

patogênese da encefalopatia urêmica, já que os antioxidantes preveniram a inibição

da creatina quinase; supondo que as espécies reativas de oxigênio sejam as

responsáveis pela inibição da creatina quinase no grupo salina.

Além disso, áreas como o córtex cerebral, córtex pré-frontal e hipocampo são

cruciais para o processo cognitivo (D’Esposito, 2007; Lou, 1996; Suzuki, 2007).

Tendo em vista que a creatina quinase mostrou-se inibida nessas áreas nesse

trabalho, pode-se especular que essa diminuição na atividade da creatina quinase

pode ocorrer em seres humanos com insuficiência renal aguda. Se isso ocorrer,

pode-se sugerir que o déficit cognitivo destes pacientes pode ser parcialmente

explicado pelos presentes resultados.

Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que a insuficiência

renal aguda levou a uma inibição da creatina quinase, por um mecanismo mediado

por radicais livres, já que, quando utilizado antioxidantes, houve prevenção na

inibição da atividade da enzima. A inibição da atividade da creatina quinase cerebral

após o dano renal pode estar associada à perda neuronal e pode estar envolvida na

patogênese da encefalopatia urêmica. Através destes resultados pode-se concluir

que este protocolo pode ser utilizado como adjuvante terapêutico nesses pacientes.

Page 40: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

REFERÊNCIAS

BALBI AL; GABRIEL DP; BARSANTE RC; CARAMORI JT; MARTIN LC; BARRETI

P. Mortalidade e prognóstico específico em pacientes com insuficiência renal aguda.

Revista da Associação Médica Brasileira 51: 318-322. 2005.

BARROS E; MANFRO RC; THOMÉ FS; GANÇALVES LFS. Nefrologia: rotinas,

diagnóstico e tratamento. Artmed, Porto Alegre. 1999.

BERG JM; TYMOCZKO JL; STRYER L. Bioquímica. Guanabara, 5.ed. Rio de

Janeiro. 2004.

BROUNS R; DE DEYN PP. Neurological complications in renal failure: a review.

Clinical Neurology and Neurosurgery 107: 1-16. 2004.

BURN DJ; BATES D. Neurology and the kidney. Journal of Neurology and

Neurosurgery Psychiatry 65: 810-821. 1998.

CAMAROZANO ACA; HENRIQUES LMG. Uma macromolécula capaz de alterar o

resultado da CK-MB e induzir ao erro no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio.

Arquivos Brasileiros de Cardiologia 66: 143-147. 1996.

CRUZ J; PRAXEDES JN; CRUZ HMM. Nefrologia. Savier, São Paulo. 2006.

DEGUCHI T; ISOZAKI K; YOUSUKE K; TERASAKI T; OTAGIRI M. Involvement of

organic anion transporters in the efflux of uremic toxins across the blood-brain

barrier. Journal of Neurochemistry 96: 1051-1059. 2006.

D'ESPOSITO M. From cognitive to neural models of working memory. Philosophical

Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences 29:

761-772. 2007.

Page 41: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

FRERET T; VALABLE S; CHAZALVIEL L; SAULNIER R; MACKENZIE ET; PETIT E;

BERNAUDIN M; BOULOUARD M; SCHUMANN-BARD P. Delayed administration of

deferoxamine reduces brain damage and promotes functional recovery after transient

focal cerebral ischemia in the rat. The European Journal of Neuroscience 23:

1757-1765. 2006.

GARCIA TPR; ROMERO MP; POLETTI NAA; CESARINO CB; RIBEIRO RCHM.

Principais motivos de internação do paciente com Insuficiência Renal Aguda na

Unidade de Terapia Intensiva. Arquivos de Ciências da Saúde 12: 146-150. 2005.

GUSATTI M. Modelagem matemática do acoplamento entre atividade elétrica

cerebral, metabolismo e hemodinâmica. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2006.

HEALES SJ; BOLAÑOS JP; STEWART VC; BROOKES PS; LAND JM; CLARK JB.

Nitric oxide, mitochondria and neurological disease. Biochimica et Biophysica Acta

9: 215-228. 1999.

KAYSER C; DA LUZ KR; DA ROCHA LF; ANDRADE LEC. Tratamento de pacientes

com úlceras isquêmicas secundárias à esclerose sistêmica com N-acetilcisteína

endovenosa. Revista Brasileira de Reumatologia 46: 148-152. 2006.

KHUCHUA ZA; QIN W; BOERO J; CHENG J; PAYNE RM; SAKS VA; STRAUSS

AW. Octamer formation and coupling of cardiac sarcomeric mitochondrial creatine

kinase are mediated by charged N-terminal residues. The Journal of Biological

Chemistry 4: 22990-22996. 1998.

KNOBEL E. Nefrologia e distúrbios do equilíbrio ácido-base. Atheneu, São Paulo.

2004.

LANCHA JR. Nutrição e Metabolismo Aplicado a Atividade Motora. Atheneu, São

Paulo. 2004.

Page 42: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

LEHNINGER AL; NELSON DL; COX MM; SIMÕES AA; LODI WRN. Princípios de

Bioquímica. Sarvier, 3. ed. São Paulo. 2002.

LOPES STA; FRANCISCATO C; TEIXEIRA LV; OLIVEIRA TGM; GARMATZ BC;

VEIGA APM; MAZZANTI A. Determinação de creatina quinase em cães. Revista da

Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia 12: 31-37. 2005.

LOU H. Etiology and pathogenesis of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD);

significance of prematurity and perinatal hypoxic-haemodynamic encephalopathy.

Acta Paediatrica 85: 1266-1271. 1996.

MAFRA D; ABDALLA DS; COZZOLINO SM. Peroxidação lipídica em pacientes com

insuficiência renal crônica. Revista de Nutrição 12: 205-212. 1999.

MEDEIROS SHL; MONTERO EFS; GOMES LF; TAHA MO; JUNQUEIRA VBC;

SIMÕES MJ. Avaliação da lesão isquêmica normotérmica do fígado: papel da

oclusão do ducto biliar principal e da N-acetilcisteína. Revista do Colégio Brasileiro

de Cirurgiões 32: 168-172. 2005.

MÓRTOLA E; ENDO Y; RISSO M; GIMENO E. Estudio comparativo de los efectos

antivirales de agentes antioxidantes: N-acetilcisteína e ácido ascórbico e

inmunosupresores: Ciclosporina A e tacrolimus en células crónicamente infectadas

com el virus del inmunodeficiencia felina. Veterinária México, 31: 271-277. 2000.

MURRAY RK; GRANNER DK; MAYES PA; RODWELLVW. Harper: Bioquímica.

Atheneu, 9.ed. São Paulo. 2002.

NASH H; HAFEEZ A; HOU S. Hospital-acquired renal insufficiency. American

Journal of Kidney 39: 930-936. 2002.

PILLA C; CARDOZO RF; DORNELLES PK; DUTRA-FILHO CS; WYSE AT;

WANNMACHER CM. Kinetic studies on the inhibition of creatine kinase activity by

branched-chain alfa-amino acids in the brain cortex of rats. International Journal of

Developmental Neuroscience 21: 145-151. 2003.

Page 43: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

PINHO RA; SILVEIRA PC; SILVA LA; STRECK EL; DAL-PIZZOL F; MOREIRA JC.

N-acetylcysteine and deferoxamine reduce pulmonary oxidative stress and

inflammation in rats after coal dust exposure. Environmental Research 99: 355-

360. 2005.

RIELLA MC; MARTINS C. Nutrição e o rim. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.

2001.

RITTER C; ANDRADES ME; REINKE A; MENNA-BARRETO S; MOREIRA JC; DAL-

PIZZOL F. Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against

oxidative stress and improves survival in sepsis. Critical Care Medicine 32: 342-

349. 2004a.

RITTER C; DA CUNHA AA; ECHER IC; ANDRADES M; REINKE A; LUCCHIARI N;

ROCHA J; STRECK EL; MENNA-BARRETO S; MOREIRA JC; DAL-PIZZOL F.

Effects of N-acetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute

lung injury in the rat. Critical Care Medicine 34: 471-477. 2006.

RITTER C; REINKE A; ANDRADES M; MARTINS MR; ROCHA J; MENNA-

BARRETO S; QUEVEDO J; MOREIRA JC; DAL-PIZZOL F. Protective effect of N-

acetylcysteine and deferoxamine on carbon tetrachloride-induced acute hepatic

failure in rats. Critical Care Medicine 32: 2079-2083. 2004b.

RODRIGUES; AJ; ÉVORA PRB; SCHAFF HV. Protective effect of N-acetylcysteine

against oxigen radical-mediated coronary artery injury. Brazilian Journal of Medical

and Biological Research 37: 1215-1224. 2004.

SCHLATTNER U; WALLIMANN T. Octamers of mitochondrial creatine kinase

isoenzymes differ in stability and membrane binding. Journal of Bioenergetics and

Biomembranes 32: 17314-17320. 2000.

Page 44: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

SILVA OC; CENTURION S; PACHECO EG; BRISOTTI JL; OLIVEIRA AF; DAL-

SASSO K. Aspectos básicos da lesão de isquemia e reperfusão e do pré-

condicionamento isquêmico. Acta Cirúrgica Brasileira 17: 96-100. 2002.

SINGRI N; AHYA SN; LEVIN ML. Acute renal failure. JAMA: the journal of the

American Medical Association 12: 747-751. 2003.

SMITH CM; KELSEY KT; WIENCKE JK; LEYDEN K; LEVIN S; CHRISTIANI DC.

Inherited glutathione-s-transferase deficiency is a risk factor for pulmonary

asbestosis. Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention 3: 471-477. 1994.

SOUTO EX. Tratamento de suporte e quelação de ferro em pacientes com

síndromes mielodisplásicas. Revista Brasileira de Hematologia 28: 204-209. 2006.

STÖCKLER S; HOLZBACH U; HANEFELD F; MARQUARDT I; HELMS G;

REQUART M; HÄNICKE W; FRAHM J. Creatine deficiency in the brain: Anew

treatable inborn error of metabolism. Pediatric Research 36: 409-413. 1994.

SUZUKI WA. Making new memories: the role of the hippocampus in new associative

learning. Annals of the New York Academy of Sciences 1097: 1-11. 2007.

TOPCZEWSKA-BRUNS J; PAWLAK D; CHABIELSKA E; TANKIEWICZ A; BUCZKO

W. Increased levels of 3-hidroxykynurenine in different brain regions of rats with

chronic renal insufficiency. Brain Research Bulletin 15: 423-428. 2002.

VOET D; VOET JG; PRATT CW. Fundamentos de bioquímica. Artmed, Porto Alegre.

2002.

WHITTINGHAM TS; LIPTON P. Cerebral synaptic transmission during anoxia is

protected by creatine. Journal of Neurochemistry 37: 1618-1621. 1981.

WOLOSKER H; PANIZZUTTI R; ENGLENDER S. Inhibition of creatine kinase by

Snitrosoglutathione. FEBS Letters 2: 274-276. 1996.

Page 45: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

WYSS M; KADDURAH-DAOUK R. Creatine and Creatinine Metabolism.

Physiological reviews 80: 1107-1213. 2000.

WYSS M; SMEITINK J; WEYERS RA; WALLIMANN T. Mitocondrial creatine kinase:

a key enzyme of aerobic energy metabolism. Biochimica et Biophysica Acta 25:

119-166. 1992.

ZHANG X; XIE W; QU S; PAN T; WANG X; LE W. Neuroprotection by iron chelator

against Proteasome inhibitor-induced nigral degeneration. Biochemical and

Biophysical Research Communications 333: 544-549. 2005.

ZHANG Z; SHEN HM; ZHANG QF; ONG CN. Critical role of GSH in silica-induced

oxidative stress, cytotoxicity, and genotoxicity in macrophages. The American

journal of physiology 277: 743-748. 1999.

ZONOUZI R; ASHTIANI SK; HOSSEINKHANI S; BAHARVAND H. Kinetic Properties

of Extracted Lactate Dehydrogenase and Creatine Kinase from Mouse Embryonic

Stem Cell- and Neonatal-derived Cardiomyocytes. Journal of Biochemistry and

Molecular Biology 31: 426-431. 2006.

Page 46: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CREATINA QUINASE EM ...200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/000036/000036AE.pdfverificou-se a atividade da CK em cérebro (cerebelo, córtex cerebral,

This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.This page will not be added after purchasing Win2PDF.