AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁGICA DE PULPECTOMIAS...

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁGICA DE PULPECTOMIAS EM MOLARES INFERIORES DECÍDUOS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Débora Santos Sityá Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁGICA DE

PULPECTOMIAS EM MOLARES INFERIORES

DECÍDUOS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Débora Santos Sityá

Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil

2015

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AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁFICA DE

PULPECTOMIAS EM MOLARES INFERIORES

DECÍDUOS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Débora Santos Sityá

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Odontologia da

Universidade Federal de Santa Maria, como requisito parcial para obtenção

do grau de Cirurgião-Dentista

Orientadora: Profª. Dra. Marta Dutra Machado Oliveira

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências da Saúde

Curso de Odontologia

Departamento de Estomatologia

A comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão

de Curso

AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁFICA DE PULPECTOMIAS

EM MOLARES INFERIORES DECÍDUOS:

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

elaborado por

Débora Santos Sityá

como requisito parcial para obtenção do grau de

Cirurgião-Dentista

COMISSÃO EXAMINADORA:

Profª. Dra. Marta Dutra Machado Oliveira (UFSM)

(Presidente/Orientadora)

Prof. Dra. Rachel de Oliveira Rocha (UFSM)

Prof. Dr. Thiago Machado Ardenghi (UFSM)

Santa Maria, 26 de novembro de 2015

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço minha orientadora, Prof. Dra. Marta Dutra Machado

Oliveira. Muito obrigada pela oportunidade de desenvolver esta pesquisa, por acreditar em

mim, por todos ensinamentos, todas palavras e conselhos de professora e amiga. És uma

grande inspiração para que eu siga na Odontopediatria e despertou em mim a paixão por

esta área. Espero corresponder às tuas expectativas e enxergar em mim, algum dia, um

pouco da profissional e ser humano que és.

Ao professor Thiago por realizar o cálculo amostral e a análise estatística dos

resultados. Agradeço por todo apoio prestado a esta pesquisa, ensinamentos e dedicação e

pela confiança dedicada a mim.

À professora Rachel por realizar a análise dos resultados e por todas contribuições

para o desenvolvimento desta pesquisa.

À Carine, por toda ajuda fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa.E,

principalmente, por ter me acolhido e se tornado uma grande amiga, com um coração

enorme, sempre me ensinando e estimulando a seguir em frente, com todo carinho e

sinceridade.

À Janessa, pela ajuda e parceria nas clínicas, pelos conselhos e todo incentivo. Tuas

palavras, companhia e alegria foram essenciais.

Ao Bernardo por realizar a randomização, e por todas palavras de incentivo.

Aos meus pais, pelo amor fundamental que me dão. Por todas oportunidades,

educação, exemplo, por acreditarem em mim e me encorajarem, me doando um pouco da

força de vocês pra alcançar todos meus objetivos. Amo muito vocês!

À minha irmã, Camila, por ter me mostrado o mundo e me ensinado a viver e pensar.

Meu espelho, o ponto de equilíbrio e minha maior sorte da vida. Te amo!

Às minhas amigas: Alyssa, Bárbara, Caroline, Cristina, Nátalie, Patricia e Yasmin

por me acolherem e me aceitarem com todos meus defeitos, por toda torcida, pelos conselhos

e carinho. Obrigada por estarem comigo, sempre que precisei, espero que continuemos

crescendo e aprendendo sempre juntas. Amo cada uma de vocês.

À funcionária, Dalva, por atender à todas necessidades durante às clínicas, sempre

com bom humor e carinho, contagiando todos que convivem ao seu redor.

A todos os pacientes que contribuíram participando desta pesquisa, comparecendo às

consultas e trazendo a energia que apenas uma criança consegue transmitir.

À Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade de ensino de qualidade.

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RESUMO

Ao realizar tratamento endodôntico em dentes decíduos, diferentes materiais vêm sendo

empregados, com propriedades e resultados clínicos e radiográficos variáveis. Desse modo,

esse trabalho teve como objetivo avaliar clínica e radiograficamente as pulpectomias em

molares inferiores decíduos realizadas na clínica de Odontopediatria da Universidade Federal

de Santa Maria. Foram selecionados os pacientes com necessidade de tratamento endodôntico

que radiograficamente apresentavam lesão periapical ou em furca, obedecendo a critérios de

inclusão e exclusão. Os procedimentos foram realizados de acordo com um protocolo clínico

padrão previamente estabelecido e utilizando-se materiais obturadores diferentes divididos em

3 grupos, que foram randomizados para cada caso: Grupo 1, obturado com uma pasta Guedes-

Pinto (composta por Rifocort®, PMCC e iodofórmio); Grupo 2, pasta Guedes-Pinto

Modificada (composta por Nebacetin, PMCC e Iodofórmio); e Grupo 3, pasta de hidróxido de

cálcio pró-análise, Propilenoglicol e óxido de zinco. Os resultados clínicos e radiográficos

foram analisados 30, 60, 90 dias, 6 meses e 1 ano após realizadas as pulpectomias.

Clinicamente foi avaliado presença de dor, edema, fístula e/ou mobilidade. As radiografias

foram avaliadas por um único operador, calibrado e cegado para o tipo de material utilizado,

de acordo com critérios de avaliação pré-definidos. Ao analisar 30 dias após realizar o

tratamento observou-se remissão total dos sinais e sintomas clínicos em todos os casos

analisados dos 3 grupos. Não houve regressão dos sintomas nos tempos subsequentes em

nenhum caso. Os dados radiográficos foram analisados utilizando-se o programa STATA 12.0

(Stata 12.0 for Windows; Stata Corporation, College Station, TX, USA). Em uma análise

preliminar foi possível perceber que os dentes obturados com pasta Guedes-Pinto

apresentaram menores escores radiográficos quando comparados aos demais grupos e maior

número de casos com regressão ou estabilidade da lesão. Realizou-se, também, análise

multinível de regressão de Poisson para comparar as diferenças entre as médias dos escores de

acordo com o tipo de material obturador e em diferentes tempos, na qual a pasta Guedes-Pinto

mostrou-se superior. Conclui-se, dessa forma, que a pasta Guedes-Pinto apresentou melhores

resultados ao avaliar dos escores radiográficos, não havendo diferenças entre os materiais para

os resultados clínicos. Há necessidade de obter-se uma amostra maior e um maior tempo de

acompanhamento dos casos para resultados mais definitivos.

Palavras-chave: Odontopediatria; dente decíduo; pulpectomia; obturação do canal radicular

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ABSTRACT

To maintain primary teeth in the oral cavity is very important to prevent damage in primary

and permanent dentition, resulting in disturbance to development of the individual. In view of

this, in trauma cases or extensive caries with pulp involvement, pulpectomy has been

indicated. Different materials have been used in endodontic treatment to primary teeth, with

different properties and variable clinical and radiographic results. Thus, this study aims to

evaluate clinically and radiographically the pulpectomy carried out in the clinic of Pediatric

Dentistry, Federal University of Santa Maria. Children with teeth presenting periapical or

furcation injury were selected to receive endodontic treatment. Procedures were carried out

according to a standard clinical protocol previously established and were used different root

filling materials: Group 1- Guedes-Pinto paste (Rifocort®, camphorated

paramonochlorophenol (PMCC) and iodoform); Group 2-Modified Guedes-Pinto paste

(Nebacetin, PMCC and iodoform); Group 3- Calcium hydroxide paste (Calcium hydroxide

P.A., propylene glycol and zinc oxide). The clinical assessment were performed regarding

pain, swelling, fistula and/or mobility. The radiographic assessment were performed by a

single, calibrated and blinded operator regarding the obturation material, according to pre-

defined criteria to evaluation. The obtained data were analyzed and the groups were compared

to achieve clinical evidence about the performance of these materials in endodontic treatment

of primary teeth. There was complete remission of clinical signs and symptoms in all cases

analyzed 30 days after the pulpectomy. No regression of symptoms in subsequent times in

any case. The radiographic data were analyzed using STATA 12.0 software (Stata 12.0 for

Windows; Stata Corporation, College Station, TX, USA). Despite being a preliminary

analysis of the results, it was possible to determine a likely superiority of Guedes-Pinto paste

when compared to other materials used in relation to radiographic criteria. There was no

difference in clinical success among the materials. A greater number of cases with longer

follow-up time for best results it is necessary.

Keys-word: Pediatric Dentistry; Tooth, deciduous; Pulpectomy; Root Canal Obturation

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Desenho experimental..............................................................................................18

Figura 2 - Critérios para avaliação radiográfica.......................................................................19

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de casos e média de escores (desvio-padrão) de acordo com diferentes

materiais e em diferentes tempos..............................................................................................20

Tabela 2 - Taxa de progressão dos escores ao longo do tempo de acordo com cada material

obturador...................................................................................................................................21

Tabela 3 - Diferenças entre as médias dos escores de acordo com o tipo de material obturador

e em diferentes tempos. Análise multinível por regressão de Poisson.....................................22

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido........................................................28

ANEXO B - Termo de confidencialidade.................................................................................31

ANEXO C - Ficha clínica.........................................................................................................32

ANEXO D - Parecer Consubstanciado do CEP........................................................................33

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 14

2.1. Objetivo geral: ............................................................................................................... 14

2.2. Objetivos específicos: .................................................................................................... 14

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 15

3.1. Amostra ......................................................................................................................... 15

3.2. Critérios de Inclusão ...................................................................................................... 15

3.3. Critérios de Exclusão ..................................................................................................... 15

3.4. Randomização dos dentes .............................................................................................. 15

3.5. Etapas Pré-operatórias ................................................................................................... 16

3.6. Etapas Operatórias ......................................................................................................... 16

3.7. Análise dos resultados ................................................................................................... 18

6.RESULTADOS ..................................................................................................................... 20

7. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 23

8. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 25

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 26

10. ANEXOS ............................................................................................................................ 28

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido .................................................. 28

ANEXO B - Termo de confidencialidade ............................................................................ 31

ANEXO C - Ficha Clínica .................................................................................................... 32

ANEXO D - Parecer Consubstanciado do CEP ................................................................... 33

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1. INTRODUÇÃO

Os dentes decíduos devem ser mantidos na cavidade bucal até que esfoliem no seu

período esperado para que ocorra o correto desenvolvimento do seu sucessor permanente.

Somado-se a isso, a dentição primária apresenta papel fundamental na alimentação, fonética,

relações sociais do indivíduo, desenvolvimento da musculatura e ossos da face e

estabelecimento da oclusão funcional (ALENCAR, CAVALCANTI, BEZERRA, 2007). Em

vista disso, é indicada a realização do tratamento endodôntico em dentes decíduos

diagnosticados com inflamação pulpar irreversível ou necrose pulpar, decorrentes da doença

cárie ou traumatismos, para mantê-los em posição no arco dentário de modo que evite-se

danos às dentições decídua e permanente por perda precoce de um elemento dentário

(CUNHA, BARCELOS, PRIMO, 2005; CAMP, 2008; BARJA-FIDALGO ET AL., 2011).

Ao realizar tratamento endodôntico em dentes decíduos é necessário que se tenha

conhecimento dos materiais obturadores que podem ser utilizados bem como suas

propriedades desejadas. O material de preenchimento dos canais radiculares dos dentes

decíduos ideal deve ser reabsorvível, em uma velocidade semelhante a da reabsorção

fisiológica da raiz do dente, não provocar dano aos tecidos periapicais e ao germe do

permanente, ter propriedade antimicrobiana capaz de atingir a grande variedade de

microorganismos presentes no complexo radicular de dentes decíduos (DE PAULA ET. AL,

2014), promover adequado preenchimento e aderência às paredes dos canais radiculares, ser

removido facilmente, se necessário, ter radiopacidade, não provocar alteração de cor no dente

e ser reabsorvido em caso de extravasamento para os tecidos periapicais. (MANI ET AL.,

2000; CUNHA, BARCELOS, PRIMO, 2005; MELLO-MOURA, CERQUEIRA, SANTOS,

2007; PINTO ET AL., 2011; ANTONIAZZI ET AL., 2014)

Diferentes materiais têm sido utilizados para obturação de dentes decíduos,

apresentando diferentes resultados e propriedades terapêuticas. Estes materiais de

preenchimento dos canais radiculares podem ser classificados em três grupos: materiais a base

de óxido de zinco e eugenol, pastas iodoformadas e pastas a base de hidróxido de cálcio

(CUNHA, BARCELOS, PRIMO, 2005). A seleção do material a ser utilizado deve basear-se

nas propriedades de cada substância que o compõe e das evidências científicas que suportam

o uso desses materiais.

Na literatura pode-se encontrar alguns estudos clínicos comparando os diferentes

materiais obturadores. Chawla (2001) avaliou por 12 meses os resultados clínicos e

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radiográficos apresentados após tratamento endodôntico de dentes decíduos obturados com

uma mistura de pasta de hidróxido de cálcio, que apresenta boas propriedades antimicrobianas

porém é reabsorvido rapidamente, e pó de óxido de zinco e eugenol, que é reabsorvido mais

lentamente. De acordo com o estudo foi possível verificar que a mistura dos materiais

avaliados apresentaou bom desempenho clínico e radiográfico em acompanhamento 4 e 6

meses após realizados os tratamentos.

Em outro estudo, Mani et al. (2000) compararam os resultados apresentados por um

grupo submetido a tratamento endodôntico de dentes decíduos e obturação com óxido de

zinco e eugenol com outro grupo de dentes obturados com pasta de hidróxido de cálcio. Esse

estudo revelou que não houve diferenças estatísticas entre os materiais, ambos apresentaram

boas taxas de sucesso clínico e radiográfico. Entretanto, encontrou-se diferença quanto a taxa

de reabsorção do material quando houve extravasamento do mesmo. Com relação a isso,

constatou-se que o hidróxido de cálcio teve melhores resultados quando comparado ao óxido

de zinco. Em ambos estudos citados os autores justificaram o não emprego de pastas

iodoformadas em função de sua citotoxicidade e possíveis complicações de ordem sistêmica.

Entretanto, Pires et al. (2015) avaliaram in vitro a citotoxicidade, o estresse oxidativo e

a genotoxicidade de quatro pastas iodoformadas e três pastas a base de hidróxido de cálcio.

Através desse estudo foi possível verificar que as pastas iodoformadas são biocompatíveis,

justificando seu uso clínico.

Pinto et al. (2011), também comparou os resultados clínicos e radiográficos

apresentados por dentes decíduos que sofreram necrose pulpar devido a traumatismo e que

foram obturados com cimento de óxido de zinco e eugenol com os obturados com pasta

Calen®, a base de polietileno-glicol e hidróxido de cálcio. Nesse estudo, acrescentou-se óxido

de zinco à pasta Calen® com o intuito de aumentar o tempo de reabsorção do material e

melhorar a consistência da pasta. A análise dos resultados ocorreu durante 18 meses após o

tratamento endodôntico, e foram considerados sucessos os casos em que apresentaram

ausência de fístula, dor ou mobilidade e radiograficamente obtiveram remissão total ou parcial

da lesão periapical. Os resultados mostraram que os dois materiais obturadores utilizados

apresentaram taxas de sucesso estatisticamente similares.

Em uma revisão de literatura de 26 anos, Mello-Moura, Cerqueira e Santos (2007)

afirmaram que a pasta Guedes-Pinto (composta por partes visualmente iguais de Rifocort®,

paramonoclorofenol canforado (PMCC) e iodofórmio) apresenta resultados clínicos,

histológicos, microbiológicos e de citotoxicidade melhores quando comparados com outras

pastas obturadoras. Esta pasta obturadora tem sido o material de eleição mais amplamente

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utilizado, no Brasil, para obturação de dentes decíduos (BERGOLI ET AL., 2010, COSTA

ET AL., 2012). Entretanto o material base para manipulação desta pasta, Rifocort®, foi

removido do mercado, deste modo tem-se realizado pesquisas laboratoriais e clínicas para

avaliar os materiais substitutos deste fármaco em pastas iodoformadas.

Antoniazzi et al. (2014) analisou a atividade antimicrobiana de pastas iodoformadas

compostas por Nebacetin, gel de digluconato de clorexidina 2% ou Maxitrol. A partir de seus

resultados pode-se concluir que todos materiais obtiveram propriedades antimicrobianas

similares quando comparadas com a pasta Guedes-Pinto.

Contudo, segundo Barcelos et al. (2011), em uma revisão sistemática, poucos estudos

com metodologia adequada foram realizados para avaliar as diferenças entre as pastas

obturadoras. Barja-Fidalgo et al. (2011) também afirmaram que há um pequeno número de

estudos clínicos randomizados, comparando as pastas de óxido de zinco com outros materiais

obturadores, e acrescentam que são necessários mais estudos de alta qualidade com pelo

menos 12 meses de acompanhamento para que se obtenha uma correta conclusão do melhor

material para preenchimento de canais radiculares de dentes decíduos.

De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria (American Academy of

Pediatric Dentistry) é possível observar evidência radiográfica de sucesso 6 meses após

terapia pulpar em dentes decíduos. Entretanto avaliações a longo prazo são importantes e mais

definitivas, possibilitando analisar melhora progressiva e resultados diferentes entre os

materiais obturadores utilizados no tratamento, como, por exemplo, tempo de resolução da

lesão. Somando-se a isso, avaliações de curto prazo não detectam se o material obturador

provocou alteração no trajeto de erupção fisiológica do dente sucessor ao submetido a

tratamento endodôntico (BARCELOS ET AL., 2011).

Tendo em vista que ainda não existe consenso quanto ao melhor material obturador

para pulpectomias de dentes decíduos, é necessária a realização de estudos clínicos

controlados, de longo prazo de acompanhamento, para a obtenção de evidência a respeito do

desempenho clínico e radiográfico desses materiais.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral:

Este estudo clínico randomizado tem como objetivo avaliar clínica e

radiograficamente a taxa de sucesso de pulpectomias em molares inferiores decíduos

comparando os dentes obturados com três materiais diferentes: pasta Guedes-Pinto

(Rifocort®, PMCC e Iodofórmio), pasta Guedes-Pinto Modificada (Rifocort®, PMCC e

Iodofórmio) e pasta a base de hidróxido de cálcio (hidróxido de cálcio pró-análise,

Propilenoglicol, óxido de zinco). A avaliação será realizada em 30, 60 e 90 dias, 6 meses, 1

ano e 2 anos após realizado o tratamento.

2.2. Objetivos específicos:

a) Avaliar clínica e radiograficamente as pulpectomias realizadas em molares

inferiores decíduos, utilizando-se pasta iodoformada composta por Rifocort®, PMCC e

Iodofórmio (pasta Guedes-Pinto), considerando os períodos de 30, 60 e 90 dias, 6 meses,

1 ano e 2 anos;

b) Avaliar clínica e radiograficamente as pulpectomias realizadas em molares

inferiores decíduos, utilizando-se pasta iodoformada composta por Nebacetin, PMCC e

Iodofórmio (pasta Guedes-Pinto Modificada), considerando os períodos de 30, 60 e 90

dias, 6 meses, 1 ano e 2 anos;

c) Avaliar clínica e radiograficamente as pulpectomias realizadas em molares

inferiores decíduos, utilizando-se pasta de hidróxido de cálcio composta por hidróxido de

cálcio pró-análise, Propilenoglicol, óxido de zinco, considerando os períodos de 30, 60 e

90 dias, 6 meses, 1 ano e 2 anos;

d) Comparar os resultados das avaliações clínicas e radiográficas obtidas considerando

os grupos entre si.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Amostra

Foram selecionadas crianças com idade de 2 a 10 anos, de ambos os sexos, que

estavam em tratamento na Clínica de Odontopediatria da UFSM. Realizou-se exames clínico

e radiográfico dos dentes com suposto envolvimento pulpar e foram incluídos no estudo

aqueles que apresentavam as condições requeridas como critérios de inclusão. O cálculo

amostral foi realizado através do programa OpenEpi, Versão 3, utilizando como referência o

estudo de Barcelos et al. (2011), o qual relatou uma taxa de sucesso de pastas obturadoras de

60% e 89% para diferentes materiais, Sealapex e Vitapex, respectivamente. Utilizou-se uma

razão de expostos para não-expostos de 1, resultando em uma amostra de 36 unidades (dente)

por grupo, totalizando 108 dentes ao final do estudo. Considerou-se poder de 80% e nível de

significância de 95.

3.2. Critérios de Inclusão

Molares decíduos inferiores com expectativa de permanência em boca de no mínimo 2

anos, avalidado pela idade e grau de reabsorção radicular; dentes decíduos que possuíam

caractarísticas clínicas e/ou radiográficas indicativas de alteração pulpar;com cavidade que

permita a recuperação restauradora; e que não haviam recebido qualquer tratamento pulpar

prévio. Os pacientes deveriam possuir boa saúde sistêmica (ASA I), sendo estes dados

verificados na anamnese prévia.

3.3. Critérios de Exclusão

Dentes que possuíam tempo de permanência em boca, após o tratamento, inferior à 2

anos; que apresentassem reabsorção radicular equivalente à 2/3 ou mais; com rompimento

radiográfico do saco pericoronário do sucessor permanente; que haviam sido tratados

endodonticamente em sessão anterior, sem no entanto apresentar remissão dos sintomas; que

não apresentassem condições de recuperação restauradora. Os pacientes portadores de

quaisquer alterações de ordem geral, não foram incluídos na pesquisa.

3.4. Randomização dos dentes

Foi realizada aleatorização prévia, através do Programa Randon Alocation Software, o

qual determinou a técnica a ser empregada na sequência. A opção deu-se pela Randomização

utilizando-se intervalos de 9 a 9, com o intuito de evitar influências de método e/ou operador.

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Para garantir a ocultação da randomização foram utilizados envelopes sequenciais numerados,

opacos e selados.

3.5. Etapas Pré-operatórias

a) Protocolo diagnóstico padrão: anamnese (incluindo relato de dor pelo paciente ou

responsável), esclarecimento e tomada de assinatura dos Termos de Consentimento Livre e

Esclarecido;

b) Avaliação clínica: avaliação da coroa dental, verificando tipo de cavidade e

coloração, presença de fístula e/ou edema, presença de restauração prévia e suas condições;

c) Avaliação radiográfica: radiografia periapical do dente envolvido, com utilização de

posicionador radiográfico infantil. Verificou-se os critérios anteriormente citados, de inclusão

e exclusão, para permanência do dente no estudo.

3.6. Etapas Operatórias (Figura 1)

a) Protocolo clínico padrão: as etapas da pulpectomia prévia a obturação foram

realizadas por alunos de graduação e pós-graduação treinados e experientes (D.S.S, C.W.P,

J.L.E e F.T). Todos os dentes selecionados para o estudo foram abordados seguindo-se a

mesma sequência, com exceção da etapa referente à obturação dos canais radiculares, sendo

empregada a técnica de eleição conforme randomização. Inicialmente realizou-se anestesia

local, isolamento absoluto do campo operatório, remoção do tecido cariado com colheres de

dentina e brocas de baixa rotação com tamanhos compatíveis à cavidade, abertura da câmara

pulpar e acesso inicial aos canais radiculares, instrumentação dos canais com limas do tipo

Kerr, de primeira série, até a lima de calibre de número 35, obedecendo-se o comprimento

definido em odontometria previamente executada, medindo-se na radiografia inicial 1 mm

aquém do ápice radicular ou tomando-se por base a altura do gérmen do dente sucessor

permanente, conforme sugere Guedes-Pinto (2012). Adicionalmente, foi realizada a irrigação

dos condutos com Hipoclorito de Sódio 1% e aspiração com cânula, sendo feita ao final,

irrigação com Soro Fisiológico seguida de aspiração final. Os canais foram secos com cones

de papel absorvente, observando-se a penúltima medida utilizada na instrumentação. Em

seguida os dentes foram obturados por único operador treinado e experiente (M.D.M.O) de

acordo com a técnica definida por randomização sendo determinados os grupos:

Grupo 1 - Os dentes foram obturados com pasta composta por partes iguais de

Iodofórmio, PMCC e Rifocort® (Prednisolona acet. 5mg/g+rifamicina sv sódica

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1,5mg/g+veículo QSP 10g - manipulado pela farmácia Fórmula & Ação, SP) - pasta Guedes-

Pinto (MELLO-MOURA, CERQUEIRA, SANTOS, 2007), introduzida com lima de calibre

25, com pressão adicional de bolinhas de algodão na entrada dos canais e finalização com

broca Lentulo posicionada no terço inicial de cada conduto;

Grupo 2 - Os dentes foram obturados com pasta composta por Iodofórmio, PMCC e

Nebacetin - pasta Guedes-Pinto Modificada (ANTONIAZZI ET. AL, 2014; PIRES ET. AL,

2015), obedecendo-se a mesma técnica indicada ao Grupo 1;

Grupo 3 - Os dentes foram obturados com pasta composta por hidróxido de cálcio pró-

análise, Propilenoglicol e pó de Óxido de Zinco, sendo efetuada a técnica em duas sessões,

com intervalo de 30 dias entre ambas, sendo que na primeira, a pasta foi inserida conforme

descrito para os grupos 1 e 2. Na segunda, o material foi removido com substancial irrigação

por Solução de Milton, instrumentação com a lima finalizadora do preparo (calibre 35) e

irrigação final com Soro Fisiológico, os canais foram secos com cones de papel absorvente e

novamente realizou-se obturação dos condutos seguindo-se o executado nos Grupos 1 e 2.

Após esta etapa, foi colocada sobre o material obturador lâmina de guta-percha pré-

aquecida e condensada, e sobre a mesma, realizou-se a restauração final com resina composta

e acabamento/polimento.

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18

Figura 1 - Desenho Experimental

b) Protocolo radiográfico padrão - Imediatamente após o término da etapa clínica, os

dentes foram radiografados seguindo-se a técnica realizada previamente. Do mesmo modo,

foram feitas radiografias correspondentes a 30, 60, 90 dias, 6 meses e 1 ano.

3.7. Análise dos resultados

a) Critérios clínicos: foi considerado sucesso clínico quando o dente não apresentou

dor, mobilidade, fístula ou edema.

b) Critérios Radiográficos: considerou-se sucesso radiográfico quando houver

comprovada redução ou estabilidade dos aspectos radiolúcidos correspondentes às lesões

periapicais ou de furca identificadas nas etapas iniciais do estudo. As radiografias foram

avaliadas por dois operadores (R.O.R e C.W.P.), calibrados e cegados para o tipo de material

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utilizado (Kappa intraexaminador=0,84), os quais obedeceram a orientação de um consenso a

partir de observação conjunta segundo critérios de avaliação pré-definidos (Figura 2).

c) Análise dos dados: os dados analisados foram utilizados apenas para os propósitos

dessa pesquisa e ficarão sob a guarda do pesquisador responsável. Os dados foram analisados

utilizando-se o programa STATA 12.0 (Stata 12.0 for Windows; Stata Corporation, College

Station, TX, EUA). Primeiramente foi realizado a análise descritiva considerando as médias e

a taxa de mudança dos escores (progressão, regressão ou estabilidade) ao longo do tempo e de

acordo com cada material obturador. As diferenças entre as médias dos escores de acordo com

o tipo de material obturador e em diferentes tempos foram comparadas através da análise

multínivel de regressão de Poisson. A análise considerou as diferenças entre os escores em

cada grupo ao longo do tempo (nível 1) agrupadas de acordo com cada dente (nível 2).

Figura 2 - Critérios para avaliação radiográfica nos intervalos de 30, 60, 90 dias, 6 meses e 1

ano.

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20

6. RESULTADOS

A amostra obtida até o momento, para uma análise preliminar dos resultados desta

pesquisa, foi de 37 molares inferiores decíduos. Destes, 11 dentes foram obturados com pasta

Guedes-Pinto, 16 com pasta Guedes-Pinto modificada com Nebacetin e 10 com pasta a base

de Hidróxido de Cálcio.

Em uma avaliação inicial, previamente à pulpectomia, 40,54% (15) dos pacientes

relataram dor, 13,51% (5) apresentavam fístula, 16,22% (6) edema e 5,41% (2) mobilidade.

Ao analisar 30 dias após realizar o tratamento observou-se remissão total dos sinais e

sintomas clínicos em todos os casos analisados. Não houve reincidência dos sintomas nos

tempos subsequentes em nenhum caso. Entretanto, percebeu-se, em alguns casos, falhas

restauradoras, como fraturas e recidiva de cárie. Nestes casos as restaurações foram reparadas,

mantendo a lâmina de guta-percha, que permanecia selando a entrada dos canais radiculares.

As médias dos escores de acordo com o tipo de material obturador e em diferentes

tempos estão apresentadas na tabela 1. Não houve diferença entre os escores iniciais de

acordo com cada grupo (Teste Kruskal-Wallis: p>0,05). A tabela 2 apresenta as taxas de

mudança dos escores, considerando se houve progressão, regressão ou estabilidade da lesão.

Apesar de ser uma análise preliminar dos resultados, com poucos casos e curto tempo de

acompanhamento dos mesmo, as tabelas demonstram uma provável superioridade da pasta

Guedes-Pinto quando comparada com os outros materiais utilizados.

Tabela 1 - Número de casos e média de escores (desvio-padrão) de acordo com diferentes

materiais e em diferentes tempos.

Material

obturador

Inicial 30 dias 60 dias

90 dias 6 meses

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

Pasta

Guedes-

Pinto

11 2.00

(1.00)

10 1.30

(0.82)

7

1.28

(1.11)

6 1.16

(0.98)

3 0.33

(0.57)

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Tabela 1 - Número de casos e média de escores (desvio-padrão) de acordo com diferentes

materiais e em diferentes tempos.

Material

obturador

Inicial 30 dias 60 dias

90 dias 6 meses

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

n Média

(d.p)

Pasta

Guedes-Pinto

Modificada

16 2.06

(0.99)

16 1.62

(1.02)

14 1.57

(0.93)

12 1.25

(0.96)

11 1

(1.00)

Pasta de

Hidróxido de

Cálcio

10 2.20

(1.03)

9 2.00

(1.22)

6

2.33

(1.21)

5 1.80

(1.30)

3 2.00

(1.00)

Tabela 2 - Taxa de progressão dos escores ao longo do tempo de acordo com cada material

obturador.

Material

obturador

30 dias 60 dias 90 dias

6 meses

0

n%

1

n%

2

n%

0

n%

1

n%

2

n%

0

n%

1

n%

2

n%

0

n%

1

n%

2

n%

Pasta

Guedes-

Pinto

6

60

3

30

1

10

5

71.43

2

28.57

0

0

5

83.33

1

16.67

0

0

3

100

0

0

0

0

Pasta

Guedes-

Pinto

Modificada

9

56.25

7

43.75

0

0

7

50.00

6

42.86

1

7.14

7

58.33

4

33.33

1

8.33

7

63.64

3

27.27

1

9.09

Pasta de

Hidróxido

de Cálcio

3

33.33

5

55.56

1

11.11

1

16.67

3

50

2

33.33

3

60

1

20

1

20

1

33.33

0

0

2

66.67

*Os escores 0, 1 e 2 apresentados na tabela representam se houve regressão, estabilidade ou progressão do

tamanho da lesão periapical, respectivamente.

Tendo em vista a dependência dos desfechos desse estudo, escores radiográficos, tipo

de material obturador e tempo, optou-se pela realização de uma análise multinível por

regressão de Poisson (Tabela 3). Utilizou-se Índice de Risco Relativo (IRR) para avaliar o

risco de progressão dos escores radiográficos, utilizando como valor de referência os

resultados da pasta Guedes-Pinto. A partir desta análise foi possível observar que os dentes

obturados com pasta Guedes-Pinto modificada, apresentam um risco de progressão 1.11 vezes

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maior comparando com o valor de referência (p=0.66). Os dentes obturados com pasta de

Hidróxido de Cálcio, apresentaram um risco 1.47 vezes maior em relação ao valor de

referência (p=0.17).

Com relação ao tempo de acompanhamento dos casos, a análise multinível,

demonstrou que o risco de progressão dos escores radiográficos reduz ao longo do tempo (30,

60 e 90 dias), quando comparados com o valor de referência tempo inicial. Em 6 meses os

resultados não foram estatisticamente significantes.

Tabela 3 - Diferenças entre as médias dos escores de acordo com o tipo de material obturador

e em diferentes tempos. Análise multinível por regressão de Poisson.

IRR (IC 95%) p

Tempo

Inicial

1

30 dias 0.78 0.16

60 dias 0.82 0.32

90 dias 0.68 0.08

6 meses 0.58 0.04

Material Obturador

Pasta Guedes-Pinto

1

Pasta Guedes-Pinto Modificada 1.11 0.66

Pasta de Hidróxido de Cálcio 1.47 0.17

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7. DISCUSSÃO

Atualmente, ainda não há um consenso do melhor material a ser utilizado para

obturação de dentes decíduos. (BARJA-FIDALGO ET. AL, 2011). O presente estudo poderá,

juntamente com outros estudos clínicos randomizados de metodologia adequada e longo prazo

de acompanhamento dos casos, auxiliar a sanar esta questão. Realizou-se a avaliação das

pastas iodoformadas (PGP e PGP modificada) e pasta a base de hidróxido de cálcio com o

objetivo de avaliar a taxa de sucesso das mesmas, visando estabelecer a melhor alternativa

capaz de manter o complexo de condutos radiculares livre de infecções e microorganismos.

A avaliação clínica dos casos demonstrou que houve remissão total dos sintomas 30

dias após ao tratamento. Este dado vai ao encontro dos resultados expostos por Barcelos

(2011) a qual relatou que em todos os casos os pacientes apresentaram resposta positiva

quanto a melhora da dor, fístula e edema após realizadas as pulpectomias, encontrando apenas

alterações da mobilidade dentária em alguns casos.

Ao realizar-se a análise radiográfica dos casos também foi considerado como lesão

inicial (escore 1, figura 2) casos em que havia apenas um espessamento do ligamento

periodontal, interpretado como alteração da normalidade da região periapical em resposta ao

processo inflamatório.

Os resultados radiográficos demonstram, assim como no estudo de Barja-Fidalgo

(2011), que na maioria dos casos avaliados neste estudo houve regressão ou estabilidade do

tamanho da lesão nos tecidos periapicais ou região de furca após realizada a pulpectomia. Em

alguns casos pode-se observar redução do tamanho da lesão, segundo os critérios pré-

estabelecidos nesta pesquisa. Em poucos casos houve progressão dos escores radiográficos,

com aumento do tamanho da lesão, o que não foi considerado insucesso do tratamento por

apresentarem integridade da lâmina dura do saco pericoronário e por não resultar em piora

clínica dos sintomas, optando-se por manter os dentes na arcada dentária.

Apenas um caso, após 1 ano de tratamento, apresentou reabsorção total da raiz e

aumento da lesão periapical. Neste caso o tratamento proposto foi exodontia e utilização de

mantenedor de espaço.

Apesar de ser uma análise preliminar dos resultados, com amostra parcial e curto

período de acompanhamento, os dados desta pesquisa demonstram uma provável

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superioridade da pasta Guedes-Pinto quando comparada com a pasta Guedes-Pinto

modificada com Nebacetin e com a pasta a base de hidróxido de cálcio. Estes resultados

parciais, se comprovados após longo tempo de acompanhamento e aumento no número de

casos, corroboram o que foi exposto por Mello-Moura, Cerqueira e Santos (2007).

Segundo Barcelos (2011) 6 meses após realizada pulpectomia em dentes decíduos

alguns dentes obturados com pasta a base de óxido de zinco e eugenol apresentaram pequeno

aumento da lesão periapical, permanecendo assintomático. Nesses casos optou-se pelo

acompanhamento radiográfico por um período de tempo de 18 meses, podendo considerá-los

como sucesso. Deste modo, justifica-se a necessidade de acompanhamento por um longo

período de tempo dos casos para comparar a diferença na taxa dos escores radiográficos entre

as diferentes pastas obturadoras para que sejam alcançados resultados mais conclusivos.

De encontro ao trabalho de Tannure et. al (2014), optou-se por não utilizar quelantes

para remoção da smear layer nesta pesquisa. Esta etapa, além de aumentar o tempo de

atendimento clínico à criança, pode ser vista como um viés, podendo comprometer positiva ou

negativamente para o sucesso do tratamento. Somando-se a isso, esta escolha deu-se em

virtude da boa permeabilidade e capacidade de manchamento das pastas iodoformadas na

região pericanalicular de dentes decíduos (GUIDO ET. AL, 2015).

As restaurações de resina composta em cavidades amplas podem ser percebidas como

mais uma limitação deste estudo, podendo comprometer a taxa de sucesso dos tratamentos

endodônticos devido à falhas adesivas ou fraturas encontradas em alguns casos. Ademais, o

uso deste material restaurador justifica-se pois segundo Brustolin (2015), as restaurações de

resina composta resultaram em menor influência negativa ao sucesso das pulpectomias em

dentes decíduos quando comparadas às de ionômero de vidro. Somando-se a isso, sugere-se

que sejam realizados estudos avaliando a interferência dos componentes presentes das pastas

obturados na adesão ao substrato dental, quando realiza-se a restauração com resina composta

na mesma sessão em que é realizada a obturação dos dentes decíduos.

Entende-se que este estudo necessita da avaliação e acompanhamento a longo prazo de

mais casos para obter resultados mais conclusivos e definitivos sobre a melhor pasta

obturadora para dentes decíduos. Porém, estes resultados preliminares poderão colaborar com

o desenvolvimento de novas pesquisas com estes materiais e geraram uma previsão da taxa de

sucesso de cada pasta obturadora, podendo compará-las.

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8. CONCLUSÃO

A partir da análise dos resultados obtidos até o momento, pode-se concluir que a pasta

Guedes-Pinto demonstrou melhores resultados radiográficos. Clinicamente, os dentes

submetidos a tratamento endodôntico dos 3 grupos, conforme material obturador,

apresentaram remissão total dos sinais e sintomas no primeiro mês de acompanhamento, não

havendo reincidência de nenhum caso nos tempos subsequentes. Entretanto ressalta-se a

necessidade de aumento do tamanho da amostra e maior tempo de acompanhamento dos casos

para conclusões definitivas.

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9. REFERÊNCIAS

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Etiologia, Epidemiologia e Consequências Ortodônticas. Publ. UEPG Ci. Biol. Saúde, Ponta

Grossa, vol. 13, n. 1/2, p. 29-37, mar./jun. 2007.

Antoniazzi, B.F. et al. Antimicrobial activity of different filling pastes for deciduous tooth

treatment. Braz Oral Res, vol. 29, n.1, p. 1-6, 2015.

Barcelos, R. et al. ZOE Paste Pulpectomies Outcome in Primary Teeth: A Systematic Review.

J Clin Pediatr Dent, vol. 35, n. 3, 2011.

Barja-Fidalgo, F. et al. A Systematic Review of Root Canal Filling Materials for Deciduous

Teeth: Is There an Alternative for Zinc Oxide-Eugenol? ISRN Dentistry, 2011.

Bergoli A.D., Primosch R.E., Araujo F.B., Ardenghi T.M., Casagrande L. Pulp therapy in

primary teeth--profile of teaching in Brazilian dental schools. J Clin Pediatr Dent, Winter,

vol. 35, n. 2, p.191-5, 2011.

Brustolin, Juliane Priscila. Pulpectomias em dentes decíduos realizadas por estudantes de

odontologia - Estudo prospectivo. 50 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de odontologia

da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

Camp., J.H. Diagnosis Dilemmas in Vital Pulp Therapy: Treatment for the Toothache Is

Changing, Especially in Young, Immature Teeth. JOE, vol. 34, n. 7S, jul. 2008.

Chawla, H.S. A mixture of Ca(OH)2 paste and ZnO powder as a root canal filling material for

primary teeth: a preliminary study. J Indian Soc Pedo Prev Dent, set. 2001.

Cunha, C.B.C.S., Barcelos, R., Primo, L.G. Soluções Irrigadoras e Materiais Obturadores

utilizados na terapia endodôntica de dentes decíduos. Pesq Bras Odontoped Clín Integr,

João Pessoa, vol. 5, n. 1, p. 75-83, jan./abr. 2005.

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27

Guedes-Pinto, A.C. Tratamento endodôntico em dentes decíduos. [Endodontical treatment

in decidous teeth]. In: Guedes-Pinto, A.C. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2003, p.553-

557.

Guido, G., Righi, K., Oliveira, M.D.M. Avaliação do manchamento radicular de dentes

decíduos após a utilização de diferentes soluções irrigadoras. Trabalho de Conclusão de

Curso. Universidade Federal de Santa Maria, agosto, 2015.

Mani, S. A. et al. Evaluation of calcium hidroxyde and zinc oxide eugenol as root canal filling

materials in primary teeth. J Dent Child, mar./abr. 2000.

Mello-Moura, A.C.V., Cerqueira, D.F., Santos, E.M. Pasta Guedes-Pinto – Revisão de

literatura:26 anos de estudos sobre citotoxicidade, citotóxicos, histopatológicos,

microbiológicos e clínicos. Rev Pós Grad, vol. 14, n. 3, p. 260-266, 2007.

Paula, V.A. de, Carvalho, D.F. de, Cavalcante, F.S., Carmo F.L. do, Rosado, A.S., Primo

L.G., Santos K.R dos. Clinical signs and bacterial communities of deciduous necrotic root

canals detected by PCR-DGGE analysis: research association. Arch. Oral Biol., volume 59,

n. 8, p. 848-54, ago. 2014.

Pinto, D.N. et al. Eighteen-month clinical and radiographic evaluation of two root canal-

filling materials in primary teeth with pulp necrosis secondary to trauma. Dent Traumatol,

vol. 27, p. 221-224, 2011.

Pires et al. Induction of cytotoxicity, oxidative stress and genotoxicity by root filling pastes

used in primary teeth. Int Endodontic J, 2015.

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10. ANEXOS

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este termo tem como objetivo informar, esclarecer e solicitar autorização para a

participação de seu/sua filho (a) na pesquisa intitulada “Avaliação clínica e radiográfica das

pulpectomias realizadas em dentes decíduos na clínica de Odontopediatria - UFSM” a

ser desenvolvida pela acadêmica Débora Santos Sityá, pelos mestrandos Carine Weber Pires e

Bernardo Agostini e pela doutoranda Fernanda Tomazoni, sob orientação das professoras Dra.

Marta Dutra Machado Oliveira e Dra. Rachel de Oliveira Rocha.

A realização do tratamento endodôntico em dentes decíduos é indicada, sempre que

possível, para que haja preservação do dente no arco dentário evitando prejuízos ao seu

sucessor permanente e/ou ao desenvolvimento da criança. Assim, o objetivo deste estudo é

avaliar clínica e radiograficamente as pulpectomias realizadas em dentes decíduos dos

pacientes atendidos na clínica de Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Maria.

O tratamento endodôntico, após correto diagnóstico clínico e radiográfico, será sempre

realizado ou supervisionado por um dos pesquisadores. Após o tratamento será realizado

acompanhamento do caso em 30, 60, 90 dias, 6 meses, 1 ano e 2 anos, necessitando do retorno

de seu filho(a) à clínica de Odontopediatria.

Essa pesquisa trata-se da avaliação clínica e radiográfica do tratamento endodôntico

proposto para seu filho.

Entretanto, é necessário ressaltar que poderão ocorrer alguns desconfortos relacionados

às técnicas e que são listados a seguir:

sensibilidade no momento da anestesia;

desconforto devido a sensação anestésica;

reação adversa causando choro em função do paciente desconhecer os

procedimentos utilizados;

sensação de pressão do grampo do isolamento absoluto;

cansaço relativo em função do procedimento ser complexo e de maior duração;

sensibilidade pós operatória;

possibilidade de insucesso das técnicas realizadas pela persistência da infecção;

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29

possibilidade de não compreensão das orientações fornecidas.

Para minimizar ou solucionar os prováveis riscos serão efetuados os seguintes

procedimentos:

serão empregados todos os recursos para a diminuição do desconforto no ato

anestésico, tais como: aplicação de anestésico tópico, aquecimento do tubete,

injeção lenta, tracionamento da mucosa;

a duração do efeito poderá ser de algumas horas após o atendimento, cuide para

seu filho(a) não morder lábios, bochechas ou língua, se tiver mais dúvidas

procure orientação;

se seu filho(a) chorar isso deve ser encarado de maneira normal, pois nesta fase

da vida existe insegurança e medo;

poderá ser receitado analgésico (remédio para alívio da dor) em caso de

sensibilidade devido ao grampo do isolamento absoluto já na saída do

atendimento, solucionando também, a questão de sensibilidade de uma forma

geral;

há vantagem em realizar o procedimento em sessão única e o cansaço devido a

isso é normal;

existe possibilidade de o tratamento não dar certo, como em qualquer

tratamento clínico, embora os procedimentos sejam realizados dentro de rigor

técnico, por profissional treinado;

em caso de não ter entendido qualquer informação citada neste termo, peça ao

profissional que este explicará a você de outra forma, utilizando desenhos e

imagens.

Os pacientes participantes da pesquisa terão assistência gratuita na clínica de

Odontopediatria. Além disso, serão realizadas orientações periódicas sobre saúde bucal, o que

contribuirá para a qualidade de vida de toda sua família.

Os resultados da pesquisa serão publicados, sejam esses favoráveis ou não.

A participação no estudo é voluntária e não possui nenhuma obrigação ou premiação

para os participantes. Todos os dados de seu/sua filho (a) serão mantidos em sigilo. A

continuidade do acompanhamento e tratamento independe de sua participação na pesquisa.

Seu/sua filho (a) poderá retirar-se do estudo a qualquer momento sem que ocorra penalização

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ou prejuízo de qualquer natureza. Para esclarecer qualquer dúvida, o (a) senhor (a) poderá falar

com o pesquisador pelo telefone escrito no final deste documento.

Eu,_________________________________, RG_______________________,abaixo

assinado, autorizo a participação do meu/minha filho/filha,

____________________________________, no estudo “Avaliação clínica e radiográfica

das pulpectomias realizadas em dentes decíduos na clínica de Odontopediatria - UFSM”

como sujeito. Declaro que fui suficientemente informado a respeito das informações que li ou

que foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Eu discuti com as Profas. Marta Dutra

Machado Oliveira e Rachel de Oliveira Rocha sobre a minha decisão em concordar com a

participação do meu/minha filho/filha no estudo. Ficaram claros para mim quais são os

propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos, as garantias de

confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a participação é

isenta de despesas. Concordo voluntariamente com a participação do meu/minha filho/filha

neste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o

mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que meu/minha filho/filha

possa ter adquirido, ou no seu acompanhamento/assistência/tratamento neste serviço.

Local e data:

_______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:

_______________________________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido

deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participação neste estudo.

Santa Maria, ____ de _____________ de 201_

___________________________

Pesquisador responsável

Telefone para contato: (55) 8148-3220

_______________________________________________________________

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato: Comitê de Ética em

Pesquisa – UFSM - Cidade Universitária - Bairro Camobi, Av. Roraima, nº1000 - CEP: 97.105.900 Santa Maria

– RS. Telefone: (55) 3220-9362 – Fax: (55)3220-8009; e-mail: [email protected]. Web:

www.ufsm.br/cep

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31

ANEXO B - Termo de confidencialidade

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Título do projeto: Avaliação clínica e radiográfica das pulpectomias realizadas em dentes

decíduos na clínica de Odontopediatria - UFSM

Pesquisador responsável: Prof. Dra. Marta Dutra Machado Oliveira

Instituição/Departamento: Departamento de Estomatologia

Telefones para contato: (55) 32229428, (55) 99781757, (55) 91884333

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a privacidade dos

participantes desta pesquisa, cujos dados serão coletados por meio de exames clínicos e

radiográficos realizados antes e após realizadas pulpectomias em dentes decíduos na clínica

de Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Maria. Informam, ainda, que estas

informações serão utilizadas, única e exclusivamente, para execução do presente projeto.

As informações somente poderão ser divulgadas de forma anônima e serão mantidas na

UFSM - Rua Marechal Floriano Peixoto, 1184, CEP - 97015372- Santa Maria - RS, por um

período de cinco anos, sob a responsabilidade da Prof. Dra. Marta Dutra Machado Oliveira.

Após este período os dados serão destruídos.

Este projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UFSM em __/__/_____, e recebeu o número Caae___________.

Santa Maria, ____ de _____________ de 2014

___________________________

Pesquisador responsável

Telefone para contato: (55) 8148-3220

_______________________________________________________________

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato: Comitê de Ética em

Pesquisa – UFSM - Cidade Universitária - Bairro Camobi, Av. Roraima, nº1000 - CEP: 97.105.900 Santa Maria

– RS. Telefone: (55) 3220-9362 – Fax: (55)3220-8009; E-mail: [email protected]. Web:

www.ufsm.br/cep

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ANEXO C - Ficha Clínica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

Avaliação clínica e radiográfica das pulpectomias realizadas em dentes decíduos na

clínica de Odontopediatria - UFSM

Pesquisadoras: Débora Santos Sityá, Carine Weber Pires, Bernardo Agostini e Fernanda

Tomazoni

Orientadores: Dra. Marta Oliveira e Dra. Rachel Rocha

Dados teóricos:

1. Nome do paciente: ________________________________________________2. Data

de Nascimento: __/__/____

3. Raça: _____________________4. Sexo:( ) Masculino ( ) Feminino

5. Endereço:__________________________________________________

6.Telefone(s):________________________________________________

7. Queixa referida (sintoma): _______________________8. Dente:____

9. Data do exame inicial: __/__/____

10.( ) Biopulpectomia ( ) Necropulpectomia

Exame clínico:

Sinal/Sintoma Inicial 30 dias 60 dias 90 dias 6 meses 1 ano 2 anos

Dor

Fístula

Edema

Mobilidade

Obs: Características da dor:

___________________________________________________________________

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ANEXO D - Parecer Consubstanciado do CEP

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