Avaliação SIstemática

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Avaliação sistemática - Biologia.

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Page 1: Avaliação SIstemática

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE LINGUAGEM, TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

Nome: ____________________________________________Turma______ Data____________

Avaliação Biologia Prof. Eduardo Silveira

Prezados senhores,

Por reconhecer sua extrema capacidade científica de investigação, estamos solicitando através deste

documento, os seus serviços de consultoria em um caso muito específico e preocupante que descrevemos na

sequência. Esperamos que possa nos ajudar a solucionar essa questão para evitar novos problemas.

Atenciosamente,

Instituto Butantan / Setor de Aracnídeos

Há alguns anos, um jovem aventureiro encontrou exemplares de uma aranha muito incomum na região do centro oeste

do Brasil. A aranha habitava uma caverna profunda na Chapada dos Veadeiros, região central de Goiás. É uma aranha

muito interessante. Por viver nas profundezas da caverna, não apresenta olhos. Possui patas muito longas e finas e o

abdômen todo pintado. As quelíceras estão presentes, mas não são visíveis, pois são muito pequenas. Abaixo

apresentamos uma imagem do animal:

Aranha 1

Como ele não era pesquisador deixou alguns exemplares que coletou com seu amigo, um biólogo, que trouxe os

exemplares até nosso setor há alguns meses. As aranhas estão conservadas em álcool e não pudemos encontrar novos

exemplares na caverna. Porém, um fato novo aconteceu nesse meio tempo. Em pesquisa na região, encontramos dois

novos grupos de aranhas parecidas com a aranha cega. Elas vivem em pequenos arbustos da região da Chapada dos

Veadeiros e formam teias uniformes. Os dois grupos de aranhas estão em regiões próximas umas das outras. Porém,

entre as regiões onde elas são encontradas existe um grande rio. De um lado do rio o solo é seco e são encontradas

aranhas com as patas finas que produzem teias nas árvores. Do outro lado do rio o solo é alagado e lá são encontradas

apenas aranhas com patas grossas que também produzem teias com o mesmo padrão. Da mesma forma, as quelíceras

estão presentes não sendo visíveis por serem muito pequenas. Essas aranhas parecem esperar que suas presas estejam

envolvidas na teia para então consumi-las.

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Modelo de padrão de teia

Aranha 2 Aranha 3

(patas finas) (patas grossas)

Todos esses dados são importantes para chegar ao ponto que agora explicito. Recentemente foram relatadas algumas

picadas de aranha diferentes em Brasília. As pessoas picadas apresentavam sintomas bem específicos. Inchaço

generalizado dos membros superiores e inferiores. Febre muito alta, vômitos e aos poucos, passava a se desenvolver

uma cirrose hepática grave. Duas pessoas picadas morreram e mais oito estão recebendo tratamento médico. Ainda não

se conhece o princípio ativo do veneno, porém, algumas aranhas foram capturadas em casas da região rural de Brasília. A

imagem delas segue abaixo. Já sabemos que elas vivem em ambientes escuros, não produzem teias e apresentam

quelíceras modificadas. Muito maiores, mais fortes e desenvolvidas, por onde injetam o veneno nas presas. Nas patas

elas apresentam pequenas projeções que parecem servir para se fixar com mais força ao substrato por onde caminham

no ambiente da cidade. Abaixo segue imagem da aranha:

Aranha 4

Glândula responsável pela produção da teia

Quelíceras bem desenvolvidas

Projeções nas patas

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Há poucos dias recebemos a foto de uma aranha capturada na região mais ao sul de Brasília, próximo a Caldas Novas. Ela

se parece muito com a aranha capturada em Brasília e responsável pelas picadas. Porém, é muito menor, apresenta

diferença nas patas e, embora também apresente quelíceras bem desenvolvidas como a aranha de Brasília, responsável

por injetar o veneno, seu veneno é muito fraco, não causando nenhum problema grave quando em contato com seres

humanos. Essa mesma aranha já foi encontrada no pelo de diversos mamíferos como antas, capivaras e lobos guarás

encontrados no cerrado entre Goiânia, Brasília e Sul de Goiás.

Sabemos também que na região de Caldas Novas existe uma grande quantidade de anfíbios que se alimentam de

aracnídeos. Segue imagem abaixo:

Aranha 5

Outra informação que talvez seja importante é que pesquisadores da Universidade de Brasília dizem que durante

algumas pesquisas recentes feitas na caverna na Chapada dos Veadeiros, foram encontrados diversos fósseis em rochas.

Dentre eles um fóssil de aranha com idade aproximada de 200 milhões de anos. Eles dizem que existem relações

evolutivas entre esses fósseis encontrados e as aranhas que estão causando os acidentes em Brasília. Mas como faltam

dados, eles não conseguem entender bem a relação existente. Abaixo encaminhamos também uma imagem dos fósseis

presentes na Universidade:

Fóssil de aranha em rocha

Quelíceras

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Abaixo encaminhamos também um mapa com os locais onde foram encontradas as aranhas.

Tamanho aproximado das aranhas (com as patas esticadas): Aranha 1: 11 cm Aranha 2: 9 cm Aranha 3: 9 cm Aranha 4: 6 cm Aranha 5: 2 cm Alimentação principal da aranha 1: alimentação exclusiva de pequenos insetos (coleópteros cegos) da caverna. Alimentação principal das aranhas 2 e 3: pequenos insetos (dípteros, hymenópteros da superfamília Apoidea e basicamente da tribo Meliponini, pequenos lepidópteros em suas fases larvais) que durante o voo ficam presos em suas teias. Alimentação principal da aranha 4: insetos maiores (coleópteros maiores, orthopteros), quilópodos, diplópodos e até mesmo pequenos moluscos. Alimentação principal da aranha 5: basicamente hemípteros (principalmente afídeos que elas roubam dos "rebanhos das formigas"). Com base nesses dados apresentados e sabendo de seu grande conhecimento nessa área de estudo, solicitamos que possa nos enviar algumas informações que seguem abaixo:

Rio Paraná

1 – Caverna onde foi encontrada a aranha 1 (cega) e os fósseis. 2 – Árvores arbustivas e chão seco onde foram encontradas teias e a aranha 2 (pata fina) 3 – Árvores arbustivas e região alagada onde foram encontradas teias parecidas com as da aranha 2, porém foram encontradas outras aranhas. A aranha 3 (patas grossas) DF – Brasília, onde foram encontradas as aranhas 4. 5 – Caldas novas, onde foi encontrada a aranha 5.

DF

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1º (2,5) Gostaríamos que pudesse batizar as aranhas. Sabemos que elas apresentam nomes populares no diferentes locais onde são encontradas. Porém, ainda não foram descritas e classificadas pela ciência. Sabemos que elas possivelmente pertencem à família Nephilidae. E seriam de um gênero completamente novo. Quanto à aranha fóssil, sabemos que ela pertence ao gênero Nephila e, possivelmente, sua espécie é Nephila jurássica. Mas não há como incluir os outros exemplares no mesmo gênero. Assim, solicitamos que as classifique em um gênero novo e também classifique todas as espécies encontradas com um nome específico. Importante, gostaríamos também de solicitar que entregasse toda a classificação científica de cada uma das cinco aranhas, menos a espécie fóssil. Desde a categoria de reino até espécie. Isso facilita nossa organização interna. 2º (1,5) Os senhores concordam que esses animais são mesmo aranhas? Fazemos essa pergunta pois alguns colegas aqui do butantan pensam que não são aranhas, mas sim pequenos besouros. Ficamos um tanto confusos. Assim, se possível, gostaríamos também de solicitar que nos enviassem um documento enfatizando porque devemos mantê-las no grupo das aranhas se assim concordarem. Quais as características que definem esse grupo? Por que esses animais são aranhas e não outro tipo de animal? Isso facilita nosso trabalho junto à sociedade na divulgação de campanhas de saúde para evitar picadas. 3º (2,5) Ficamos muito instigados em compreender as relações evolutivas entre essas diferentes espécies de aranhas. Seria possível os senhores montarem um cladograma com as relações evolutivas entre elas? Pensando que existe um grupo ancestral já extinto, como elas foram se diversificando até chegar a essas cinco espécies que temos hoje. 4º (3,5) Se os senhores conseguirem realizar esse cladograma evidenciando as relações entre as diferentes espécies, também solicitamos que nos encaminhem um documento descrevendo as possíveis hipóteses para a diferença entre elas. Que eventos evolutivos podem ter ocorrido no ambiente para que essas espécies se diferenciassem tanto umas das outras com o passar dos milhares de anos? Por exemplo, porque algumas apresentam olhos e outras não? Como foi que elas se dispersaram dessa forma? Ou, porque algumas produzem teias e outras não? Ou ainda a diferença nas patas, no tamanho, na alimentação? Enfim, podem sugerir o que consideram mais relevante que já nos auxiliará. Desde já agradecemos por sua atenção e auxílio,

Inatituto Butantan / Setor de Aracnídeos

*Favor incluir referências bibliográficas no fim do material*