AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

66
 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA  ANA PAUL A RODRIGUES CORRÊA GUIMARÃES  AVA LIA ÇÃO MICROB IOLÓGICA DE AMOSTRA S DE ÁGUA MINERAL NATURAL , SEM GÁS, ENVASA DAS, COMERCIALIZA DAS EM GOIÂNIA/GO Orientador: Prof. Dr. Álvaro Bisol Serafini Goiânia – GO 2006

Transcript of AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

Page 1: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 1/66

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTOSUNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA

ANA PAULA RODRIGUES CORRÊA GUIMARÃES

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERALNATURAL, SEM GÁS, ENVASADAS, COMERCIALIZADAS EM GOIÂNIA/GO

Orientador:Prof. Dr. Álvaro Bisol Serafini

Goiânia – GO

2006

Page 2: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 2/66

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁSINSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

ANA PAULA RODRIGUES CORRÊA GUIMARÃES

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERALNATURAL, SEM GÁS, ENVASADAS, COMERCIALIZADAS EM GOIÂNIA/GO

Orientador:Prof. Dr. Álvaro Bisol Serafini

Goiânia – GO

2006 

Dissertação submetida aoCPGMT/IPTSP/UFG como requisito parcialpara obtenção do Grau de Mestre na área deconcentração de Microbiologia

Page 3: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 3/66

 

 

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(GPT/BC/UFG)

Guimarães, Ana Paula Rodrigues Corrêa.G963a Avaliação microbiológica de amostras de água mineral

natural, sem gás, envasadas, comercializadas em Goiânia(GO) / Ana Paula Rodrigues Corrêa. - Goiânia, 2006.

64 f. : il., tabs.

Orientador: Álvaro Bisol Serafini.

Dissertação ( Mestrado ) – Universidade Federal deGoiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública,2006.

Bibliografia.Inclui lista de tabelas e quadros.

1. Microbiologia – Água mineral natural – Goiânia(GO) 2. Água mineral natural – Tratamento 3. Pseudomo-

nas aeruginosa 4. Clostridium perfringens I. Serafini, Alva-ro Bisol II. Universidade Federal de Goiás. Instituto dePatologia Tropical e Saúde Pública II. Título.

CDU: 579:663.646(817.3 Goiânia)

Page 4: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 4/66

 

 

DEDICATÓRIA 

 À minha  filha,  Ana Luisa Que me mostra, a cada sorriso, a cada descoberta, o que é  realmente importante e, que, com seu amor e alegria, torna a minha vida mais completa e mais  feliz. 

 Ao meu esposo, Delismar  Parceiro nos  sonhos  e dificuldades,  sempre  presente nos momentos mais  importantes,  por sua compreensão, companheirismo e amor. 

 À minha  família  Ao meu  pai,  Antônio, minhas irmãs, Néia e Carla, meu irmão,  Jonas, minha sobrinha e afilhada, Rafaella e, especialmente, à minha mãe, Teresa,  pessoas com quem  posso contar em todos os momentos e que merecem toda a minha admiração. 

 A Deus Por sua imensa bondade,  pelas  pessoas maravilhosas com quem me  possibilitou conviver e  por tudo que me  permitiu realizar. 

ʺ Se eu ordenasse que um  general se transformasse em  gaivota, e o  general não me obedecesse, a culpa não seria do  general, seria minha... É  preciso exigir de cada um o que cada um  pode dar...  A autoridade repousa sobre a razão “ 

 Antoine de

 Saint

‐Exupéry

 

Page 5: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 5/66

 

 

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto de Patologia

Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, pela oportunidade.

Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Álvaro Bisol Serafini, pelo carinho e apoio

durante todo o curso e por contribuir de forma tão importante para minha

formação profissional e humana.

Aos professores do Programa de Pós-graduação, pela generosidade ao

dividirem sua experiência e conhecimentos.

Aos integrantes das bancas de qualificação e defesa, pelas contribuições para

o aperfeiçoamento deste trabalho.

Aos servidores do IPTSP/UFG pela cooperação e gentileza.

Aos colegas de laboratório, Carla, Liana, Maria Cláudia, Maria Raquel, Patrícia,Aristides e Vera por sua amizade e disposição em ensinar.

Às colegas de turma pela amizade e tantos bons momentos compartilhados.

À colega de turma e amiga Letícia Aparecida Silva, pelo apoio e amizade

inestimáveis.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq,

pelo apoio financeiro.

À Vigilância Sanitária de Goiânia, pela colaboração durante a coleta das

amostras.

A Deus, a quem jamais me faltaram motivos para agradecer.

Page 6: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 6/66

 

 

SUMÁRIO

Lista de Tabelas e Quadros ........................................................................... ii

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 01

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 04

ARTIGO 1: Água mineral: Aspectos históricos e microbiológicos

Resumo .......................................................................................................... 08

Abstract .......................................................................................................... 09

Introdução ...................................................................................................... 10

Consumo de água mineral no Brasil .............................................................. 12

Avaliação microbiológica de água mineral no Brasil ..................................... 12

Presença de bactérias em água mineral ....................................................... 15

Bactérias do grupo coliforme ......................................................................... 15

Pseudomonas aeruginosa ............................................................................. 19

Enterococos ................................................................................................... 20

Clostridium perfringens .................................................................................. 21

Bactérias heterotróficas ................................................................................. 22

Tratamento de água mineral .......................................................................... 24

Mais segurança para o consumidor de água mineral .................................... 24

Referências Bibliográficas ............................................................................. 26

ARTIGO 2: Avaliação microbiológica de amostras de água mineral natural,

sem gás, envasadas, comercializadas em Goiânia/GO

Resumo .......................................................................................................... 31

Abstract .......................................................................................................... 32

Introdução ...................................................................................................... 33

Material e Métodos ....................................................................................... 37Resultados ..................................................................................................... 41

Discussão ...................................................................................................... 44

Agradecimentos ............................................................................................. 50

Referências Bibliográficas ............................................................................. 51

 

Page 7: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 7/66

 

 

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 2

Tabela I Intervalos das contagens, em UFC/100mL, dos

microrganismos encontrados em seis dentre quinze marcas de

água mineral comercializadas na cidade de Goiânia/GO,

avaliadas no 2° trimestre de 2004.............................................. 43

LISTA DE QUADROS

ARTIGO 1

Quadro I Características microbiológicas estabelecidas para água

mineral pela RDC nº 275, de 23 de setembro de 2005, do

Ministério da Saúde ................................................................... 14

ARTIGO 2

Quadro I Ocorrência dos microrganismos pesquisados nas 15 marcas

de água mineral analisadas........................................................ 42

Page 8: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 8/66

 

 

INTRODUÇÃO

As águas minerais constituem um dos mais antigos meios de tratamento

da saúde utilizados pelo homem. Elas se consagraram ao longo da História

pelo uso generalizado nos mais variados tipos de enfermidades, em diferentes

épocas, em todas as partes do mundo (Martins et al. 2005). O entusiasmo

pelas curas provenientes de seu uso foi o responsável pela idéia de encher

pequenos frascos com o produto e vendê-los, proporcionando, assim, a cura a

domicílio (Salute 2005).

As águas minerais provêm, principalmente, de aqüíferos intermediários,

que apresentam taxas de vazão lentas. Neles, a água mineral fica represadaem uma área bem definida e protegida, cuja composição química, temperatura

e taxa de vazão são geralmente estáveis (Maier e Pepper 2000).

As fontes são a forma mais comum de ocorrência das águas minerais,

que emergem do lençol freático à superfície através de eventos geológicos

como falhas, fraturas ou dobramentos. A utilização da água mineral pode

ocorrer, também, por intermédio de captação artificial, através de poços ou

galerias, podendo a descoberta ser ocasional ou o resultado de trabalhos depesquisa (Martins et al. 2002).

Água mineral natural, conforme a Resolução de Diretoria Colegiada

(RDC) n° 274, de setembro de 2005, do Ministério da Saúde, é aquela obtida

diretamente de fontes naturais ou por extração de águas subterrâneas,

caracterizada pelo conteúdo definido e constante de determinados sais

minerais, oligoelementos e outros constituintes, considerando as flutuações

naturais (Brasil 2005a). Essa mesma Resolução estabelece, ainda, que aságuas minerais não podem ter sua composição alterada pela agregação de

substâncias físicas, químicas ou biológicas, em nenhuma das etapas de seu

processamento.

O mercado brasileiro de águas minerais está entre os setores da

economia que mais crescem no país, que já se coloca como o sexto maior

mercado de água mineral do mundo (ABINAM 2003). A explicação para o

aumento do consumo de água mineral em certos setores da população é a

Page 9: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 9/66

 

 

associação do produto a um elevado grau de pureza (Eiroa et al. 1996).

Entretanto, a ocorrência de distúrbios gastrintestinais, em decorrência do

consumo de águas minerais, tem motivado o estudo de sua qualidade

microbiológica (Hunter 1993).

As doenças transmitidas ao homem através da água decorrem de sua

contaminação por excretas de animais, do próprio homem, ou mesmo da

presença de substâncias químicas nocivas à saúde humana (Nascimento et al.

2000). Essa contaminação vem ocorrendo ao longo dos anos, sendo causada

pelo crescente desenvolvimento industrial, pelo crescimento demográfico e

pela ocupação do solo de forma intensa e acelerada, aumentando

consideravelmente o risco de doenças de transmissão hídrica (Guilherme eSilva 2000).

A contaminação da água mineral pode ocorrer na fonte, no envase

(devido à natureza do processo ou à reutilização de recipiente não

devidamente higienizado), ou no transporte e armazenamento, no caso da

embalagem não ser absolutamente estanque (Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO 1997).

A qualidade microbiológica da água mineral é de grande interesse, umavez que muitos consumidores a utilizam como alternativa à água fornecida

pelos municípios onde vivem, por considerarem-na melhor e mais segura

(Mavridou 1992).

No Brasil, as características microbiológicas para água mineral são

determinadas pela RDC no 275 (Brasil 2005b), que substituiu a RDC nº 54

(Brasil 2000). Segundo parâmetros estabelecidos por essa Resolução, a

análise de água mineral deve incluir contagem de coliformes totais,enterococos, Pseudomonas aeruginosa, clostrídios sulfito-redutores ou

Clostridium perfringens  e pesquisa de coliformes termotolerantes ou

Escherichia coli.

Com relação à amostragem, a RDC n° 275 coloca que a análise pode

ser realizada utilizando amostra representativa, constituída de cinco unidades

amostrais ou amostra indicativa, composta por um número de unidades

amostrais inferior ao estabelecido para a amostra representativa, ou seja,

Page 10: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 10/66

 

 

menos que cinco unidades. Sempre que se tratar de avaliação de lotes ou

partidas, deverá ser coletada a amostra representativa.

Estudos sobre a qualidade microbiológica de água mineral têm sido

realizados no Brasil (Wendpap et al. 1999, Nascimento et al. 2000, Alves et al.

2002, Tancredi et al. 2002, Sant’Ana et al.  2003, Silva e Calazans 2003,

Giacometti et al. 2005) e em outros países como Canadá (Warburton et al.

1986), Estados Unidos (Breuer et al. 1990), Japão (Fujikawa et al. 1997),

Argentina (Tamagnini e González 1997), Taiwan (Tsai e Yu 1997), França

(Defives et al. 1999), África do Sul (Ehlers et al. 2004) e Grécia (Venieri et al.

2006). Tais estudos têm mostrado que a qualidade das águas minerais

comercializadas em vários locais do mundo não merece, em certos casos, aconfiança que, geralmente, lhe é creditada pela população.

A adoção de medidas que impeçam a contaminação da água mineral é

imprescindível uma vez que, no Brasil, o produto pode passar apenas por

filtração, não sendo permitido o uso de substâncias químicas (Brasil 2005b).

A vigilância rotineira da qualidade bacteriológica da água é

indispensável, tendo em vista a necessidade de proteger a saúde dos

consumidores (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB

1984), uma vez que a água de consumo humano é um importante veículo de

enfermidades de natureza infecciosa (Issac-Marquez et al. 1994).

Page 11: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 11/66

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABINAM - Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais 2003. A

população brasileira bebeu menos água em 2002? Disponível em:

http://www.abinam.com.br/site/mercado.asp?pg=av_05. Acesso em 24/09/04.

Alves NC, Odorizzi AC, Goulart FC 2002. Análise microbiológica de águas

minerais e de água potável de abastecimento, Marília, SP. Rev Saude Publica  

36(6):749-751.

Brasil 2000. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC número54 de 15 de junho de 2000.  Estabelece padrões microbiológicos para águas

minerais. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de junho de 2000.

Brasil 2005a. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 274 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico para

Águas Envasadas e Gelo. Diário Oficial da União. Brasília, 23 de setembro de

2005.

Brasil 2005b. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 275 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico de

Características Microbiológicas para Água Mineral Natural e Água Natural.

Diário Oficial da União . Brasília, 23 de setembro de 2005.

Breuer GM, Friell LA, Moyer NP, Ronald GW 1990. Testing of bottled waterssold in Iowa. Disponível em:

http://www.uhl.uiowa.edu/newsroom/research/bottledWater.html. Acesso em:

15/08/05.

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 1984. Técnica

de Abastecimento e Tratamento de Água. 2°ed.rev. São Paulo: Cetesb. 549p

Page 12: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 12/66

 

 

Defives C, Guyard S, Oularé MM, Mary P, Hornez JP 1999. Total counts,

culturable and viable, and non-culturable microflora of a French mineral water: a

case study. J Appl Microbiol 86: 1033-1038.

Ehlers MM, van Zyl WB, Pavlov DN, Müller EE 2004. Random survey of the

microbial quality of bottled water in South Africa. Water SA 30(2):203-210.

Eiroa MNU, Junqueira VCA, Silveira NFA 1996. Avaliação microbiológica de

linhas de capacitação e engarrafamento de água mineral. Cienc Tecnol Aliment  

16 (2): 165-169.

Fujikawa H, Wauke T, Kusunoki J, Noguchi Y, Takahashi Y, Ohta K, Itoh T

1997. Contamination of microbial foreign bodies in bottled mineral water in

Tokyo, Japan. J Appl Microbiol 82: 287-291.

Giacometti L, Mutton MJR, Amaral LA 2005. Qualidade microbiológica de

águas minerais vendidas no município de Jaboticabal, SP. Rev Hig Alimentar 

19(133): 58-62.

Guilherme EFM, Silva JAM 2000. Pseudomonas aeruginosa , como indicador de

contaminação hídrica. Rev Hig Alimentar 14 (76): 43-47.

Hunter PR 1993. A review: the microbiology of bottled natural mineral waters. J 

Appl Bacteriol 74: 345-352.

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial 1997. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Água mineral em garrafões de 20L. Disponível em:

www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/garrafoes.asp. Acesso em:

17/06/2003

Page 13: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 13/66

 

 

Issac-Marquez AP, Lezama-Davila CM, Ku-Pech RP, Tamay-Segovia P 1994.

Calidad sanitaria de los suministros de agua para consumo humano en

Campeche. Salud Publica Mex 36: 655-661.

Maier RM, Pepper IL 2000. Terrestrial environments. In: Gerba CL, Maier RM

and Pepper IL. Environ Microbiol . Academic Press, London. p. 61-89.

Martins AM, Mansur KL, Erthal F, Maurício RC, Pereira Filho JC, Caetano LC

2002. Águas minerais do estado do Rio de Janeiro. Departamento de Recursos

Minerais do Governo do Rio de Janeiro. Disponível em:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/mineral/index.html&conteudo=./agua/mineral/minerais.html. Acesso em: 25/03/2005

Martins AM, Mansur KL, Pimenta TS, Caetano LC 2005. Crenoterapia das

águas minerais do estado do Rio de Janeiro. Disponível em:

http://www.cprm.gov.br/pgagem/workshop/paineis/Painel19.pdf. Acesso em:

19/10/2005.

Mavridou A 1992. Study of the bacterial flora of a non-carbonated natural

mineral water. J Appl Bacteriol 73: 355-361.

Nascimento AR, Azevedo TKL, Mendes Filho NE, Rojas I, Aníbal MO 2000.

Qualidade microbiológica das águas minerais consumidas na cidade de São

Luís. Rev Hig Alimentar 14 (76): 69-72.

Salute. História da água mineral. Disponível em:

http://www.saluteonline.com.br/stabarbara.htm. Acesso em: 25/05/2005

Sant’ana AS, Silva SCFL, Farani Junior IO, Amaral CHR, Macedo VF 2003.

Qualidade microbiológica de águas minerais. Cienc Tecnol Aliment 23:190-194.

Page 14: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 14/66

 

 

Silva JL, Calazans GMT 2003. Avaliação bacteriológica de águas minerais

consumidas na cidade do Recife – PE.  Disponível em:

www.prac.ufpb.br/anais/anais/saude/aguasminerais.pdf. Acesso em:

02/09/2003

Tamagnini LM, González RD 1997. Bacteriological stability and growth kinetics

of Pseudomonas aeruginosa in bottled water. J Appl Microbiol  83: 91-94.

Tancredi RCP, Cerqueira E, Marins BR 2002. Águas minerais consumidas na

cidade do Rio de Janeiro: avaliação da qualidade sanitária. Disponível em:

www2.rio.rj.gov.br/governo/vigilanciasanitaria/boletins/bol13.pdf. Acesso em:19/07/2003

Tsai G, Yu S 1997. Microbiological evaluation of bottled uncarbonated mineral

water in Taiwan. Int J Food Microbiol 37:137-143.

Venieri D, Vantarakis A, Komninou G, Papapetropoulou M 2006. Microbiological

evaluation of bottled non-carbonated (“still”) water from domestic brands inGreece. Int J Food Microbiol  Mar 1;107(1):68-72.

Warburton DW, Peterkin PI, Weiss KF, Johnston MA 1986. Microbiological

Quality of Bottled Water Sold in Canada. Can J Microbiol 32: 891-893.

Wendpap LL, Dambros CSK, Lopes VLD 1999. Qualidade das águas minerais

e potável de mesa, comercializadas em Cuiabá-MT. Rev Hig Alimentar 13(64):40-44.

Page 15: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 15/66

 

 

ARTIGO 1

ÁGUA MINERAL: ASPECTOS HISTÓRICOS E MICROBIOLÓGICOS

 _______________________________________________________________ 

Ana Paula Rodrigues Corrêa Guimarães¹; Álvaro Bisol Serafini¹*

¹ Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia do

Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de

Goiás. E-mail: [email protected]

* Endereço para correspondência: Rua 235 esq. 1a. Avenida, 3° andar/Sala422. Setor Universitário. CEP 74605-050, Goiânia/GO. E-mail:

[email protected]

Resumo

A utilização da água mineral iniciou-se com fins terapêuticos, para tratamento

dos mais variados tipos de enfermidades. Os bons resultados obtidos com seu

uso deram origem à comercialização do produto, motivada inicialmente porsuas propriedades terapêuticas e, posteriormente, pela busca, por parte da

população, de uma alternativa mais segura em relação à água fornecida pelas

redes municipais. Vários estudos têm sido realizados com o objetivo de avaliar

a qualidade microbiológica de águas minerais e esta revisão visa descrever

alguns aspectos de seu consumo e o significado da identificação, em água, de

bactérias que são parâmetros obrigatórios na avaliação microbiológica de água

mineral no Brasil.Descritores: água mineral, crenoterapia, avaliação microbiológica.

Page 16: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 16/66

 

 

Abstract

The mineral water was first used with therapeutical purposes, for treatment of

the most varied types of diseases. The good results obtained from its use, gave

origin to the commercialization of the product, motivated initially by its

therapeutical properties and, later, by the search, by the population, for a safer

alternative to municipal water supplies. Several studies have been carried out

with the objective to evaluate the microbiological quality of mineral waters and

this review aims to describe some aspects of its use and the meaning of the

identification, in water, of bacteria that are parameters of the microbiological

evaluation of mineral water in Brazil.

Key words: mineral water, crenotherapy, microbiological evaluation.

Page 17: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 17/66

 

 

Introdução

A água mineral é considerada um tipo particular de água subterrânea,

cuja formação resulta da ressurgência das águas das chuvas, infiltradas a

grandes profundidades, através de fraturas e falhas tectônicas, em velocidade

muito lenta (Martins et al. 2002).

As águas minerais provêm, principalmente, de aqüíferos intermediários,

situados a aproximadamente 300 metros de profundidade, separados dos

aqüíferos superficiais por camadas limitantes. Neles, a água mineral fica

represada em uma área bem definida e protegida, cuja composição química,

temperatura e taxa de vazão são geralmente estáveis (Maier e Pepper 2000).

A formação da água mineral começa na atmosfera onde, sob a forma dechuva, absorve alguns elementos do ar. O tempo entre a infiltração no solo,

onde ocorre mineralização, e a descarga depende da extensão percorrida,

podendo variar de dezenas a milhares de anos. Sua composição química

reflete a percolação em camadas geológicas, isto é, em seu percurso

descendente, a água fica submetida a temperaturas e pressões elevadas,

solubilizando rochas e minerais, porém resfriando-se à caminho da emergência

(Martins et al. 2002).Ao defrontar-se com descontinuidades de estruturas geológicas (falhas,

diques, etc.), impulsionada pelo peso da coluna de água superposta e, em

certos casos, por gases e vapores nela presentes, a água mineral emerge à

superfície sob a forma de fontes (Martins et al. 2002).

As águas minerais estão entre os mais antigos meios de tratamento da

saúde utilizados pelo homem. Elas se consagraram ao longo da História pelo

uso generalizado nos mais variados tipos de enfermidades, em diferentesépocas, em todas as partes do mundo (Martins et al. 2005).

No Brasil, o Imperador D. Pedro II criou, em 1848, a estação

hidromineral de Caldas da Imperatriz, situada ao sul do rio Cubatão, em Santa

Catarina, dando início à utilização de águas minerais em balneários no país

(Martins et al. 2005).

A utilização da água mineral para tratamento de saúde recebeu o nome

de crenoterapia, palavra derivada dos termos gregos krenen (fonte) e therapeia 

Page 18: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 18/66

 

 

(tratamento). Crenoterapia significa, então, a aplicação terapêutica, interna ou

externa das águas minerais, particularmente no ponto em que emergem da

terra (Bernini 2004).

Apesar de reumatologistas, fisioterapeutas, geriatras, entre outros

profissionais da área da saúde, envolvidos com a crenoterapia, e dos relatos de

pessoas que fizeram uso do procedimento apontarem melhoras significativas

(principalmente com relação a problemas reumáticos, dermatológicos,

respiratórios e ortopédicos), faltam estudos científicos que comprovem seus

benefícios, fazendo com que a prática seja vista com ceticismo pela

comunidade científica (Antunes 2003).

O entusiasmo pelas curas provenientes do uso da água mineral foi oresponsável pela idéia de encher pequenos frascos com o produto e vendê-los,

proporcionando, assim, a cura a domicílio. Reconhecendo as qualidades

terapêuticas milagrosas dessas águas, a Igreja Católica colocava as fontes sob

a proteção de um Santo, o que explica o nome da maioria delas (Salute 2005).

O comércio de água mineral foi regulamentado na França, em 1605 e

impulsionado, no século XIX, pelo surgimento da indústria de envase. O

desenvolvimento dos meios de transporte, especialmente das ferrovias,conduziu à expansão. A generalização das embalagens de vidro popularizou a

água mineral e o aumento da procura fez com que as indústrias se

automatizassem no fim dos anos 60, progredindo juntamente com o surgimento

das embalagens plásticas (Salute 2005).

Com o surgimento da indústria e como conseqüência indireta do modelo

de civilização, o tradicional enfoque, que caracterizava a água mineral pelo

aspecto medicinal, foi sendo substituído, progressivamente, sob o impacto dasua comercialização em larga escala (Martins et al. 2002).

Os grandes centros e a poluição crescente dos mananciais trouxeram

consigo a necessidade do tratamento da água para consumo humano e, em

contrapartida, um mercado em constante expansão para a água mineral

(Martins et al. 2002), já que a população buscava proteger-se da água

contaminada pelo aumento da poluição e do artificialismo da água tratada das

redes públicas (Martins et al. 2005).

Page 19: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 19/66

 

 

Água mineral natural é, segundo a RDC (Resolução de Diretoria

Colegiada) n° 274, de setembro de 2005, do Ministério da Saúde (Brasil

2005a), a água obtida diretamente de fontes naturais ou por extração de águas

subterrâneas, sendo caracterizada pelo conteúdo definido e constante de

determinados sais minerais, oligoelementos e outros constituintes,

considerando as flutuações naturais. Segundo essa mesma Resolução, as

etapas às quais a água mineral natural deve ser submetida, desde a captação

até o armazenamento, não podem produzir, desenvolver e/ou agregar

substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do

consumidor e/ou alterem a composição original do produto.

Consumo de água mineral no Brasil 

O mercado brasileiro de águas minerais está entre os setores da

economia que mais crescem no país, acompanhando uma tendência mundial.

O consumo per capita, que era de 13,2 litros/ano em 1997, saltou para 27 litros

em 2002 e o Brasil já se coloca como o sexto maior mercado de água mineral

do mundo (Associação Brasileira das Indústrias de Águas Minerais - ABINAM

2003).Segundo Neall (2000), as pessoas tendem a ver a água mineral como

um produto de primeiro mundo, mas ela é mais consumida em países em

desenvolvimento, devido às suspeitas com relação aos seus suprimentos de

água potável.

A qualidade microbiológica da água mineral é de grande interesse, uma

vez que muitos consumidores a utilizam como alternativa à água fornecida

pelos municípios onde vivem, por considerarem-na melhor e mais segura(Mavridou 1992).

Avaliação microbiológica de água mineral no Brasil

No Brasil, as características microbiológicas da água mineral são

determinadas pela RDC no 275 (Brasil 2005b), que substituiu a RDC nº 54

(Brasil 2000). Segundo essa Resolução, a análise de água mineral deve incluir

contagem de coliformes totais, enterococos, Pseudomonas aeruginosa,

Page 20: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 20/66

 

 

clostrídios sulfito-redutores ou Clostridium perfringens  e pesquisa de

coliformes termotolerantes ou Escherichia coli (Quadro 1).

Com relação à amostragem, a RDC n° 275 determina que a análise

pode ser realizada utilizando amostra representativa, constituída de cinco

unidades amostrais, ou amostra indicativa, composta por um número de

unidades amostrais inferior ao estabelecido para a amostra representativa, ou

seja, menos que cinco unidades. Sempre que se tratar de avaliação de lotes ou

partidas, deverá ser coletada a amostra representativa. Os resultados das

análises dessa amostra serão considerados na caracterização microbiológica

da água ou do lote examinado (Brasil 2005b).

Quanto à impropriedade para consumo humano, a amostra indicativaserá condenada quando for constatada a presença de E. coli  ou coliformes

termotolerantes ou quando o número de coliformes totais e/ou enterococos e

 /ou Pseudomonas aeruginosa  e/ ou  clostrídios sulfito redutores  ou C.

perfringens  for maior que o limite estabelecido para amostra indicativa, que é

de menos que 1 UFC (unidade formadora de colônia)/100mL (Quadro 1). Neste

caso, deve ser efetuada a análise da amostra representativa. 

A amostra representativa fornece informação a respeito da qualidade deum lote ou partida. Assim, um lote ou partida serão rejeitados quando for

detectada a presença de E. coli  ou coliformes termotolerantes em qualquer

uma das cinco unidades da amostra representativa, ou quando a contagem de

coliformes totais e/ou enterococos e/ou P. aeruginosa  e/ou clostrídios sulfito-

redutores ou C. perfringens ultrapassar o limite superior permitido que é de 2

UFC/100 mL em pelo menos uma das unidades amostrais, ou, ainda, quando a

contagem de coliformes totais e/ou enterococos e/ou P. aeruginosa  e/ouclostrídios sulfito-redutores ou C. perfringens  ultrapassar o limite inferior

permitido que é de menos que 1 UFC/100 mL em mais de uma das unidades

amostrais (Quadro 1).

Page 21: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 21/66

 

 

Quadro I. Características microbiológicas estabelecidas para água mineralpela RDC nº 275, de 22 de setembro de 2005, do Ministério da Saúde.

Amostra representativa Microrganismo 

Amostraindicativa 

limites  N C m ME. coli ou coliformes(fecais)termotolerantes em100 mL

Ausência 5 0 - Ausência

Coliformes totais em100 mL

<1,0 UFC; <1,1NMP ou ausência 5 1

<1,0 UFC; <1,1NMP ouausência

2,0 UFC ou2,2 NMP

Enterococos em 100mL

<1,0 UFC; <1,1NMP ou ausência 5 1

<1,0 UFC; <1,1

NMP ouausência

2,0 UFC ou2,2 NMP

Pseudomonas aeruginosa em 100 mL

<1,0 UFC; <1,1NMP ou ausência 5 1

<1,0 UFC; <1,1NMP ouausência

2,0 UFC ou2,2 NMP

Clostrídios sulfitoredutores ou C.perfringens em 100mL

<1,0 UFC; <1,1NMP ou ausência 5 1

<1,0 UFC; <1,1NMP ouausência

2,0 UFC ou2,2 NMP

Onde:N: é o número de unidades da amostra representativa a seremcoletadas e analisadas individualmente.C: é o número aceitável de unidades da amostra representativa quepode apresentar resultado entre os valores "m" e "M".m: é o limite inferior (mínimo) aceitável. É o valor que separa umaqualidade satisfatória de uma qualidade marginal. Valores abaixo dolimite "m" são desejáveis.M: é o limite superior (máximo) aceitável. Valores acima de "M" nãosão aceitos.

Page 22: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 22/66

 

 

Presença de bactérias em água mineral

Os riscos de contaminação da água mineral são os mesmos que os dos

reservatórios municipais (Calugay 2000). Águas minerais não são livres de

bactérias (Ducluzeau et al. 1976), mas não podem ser submetidas a

tratamento. Dois grupos de bactérias são encontrados em águas minerais

comercializadas, as bactérias autóctones, existentes antes de qualquer

processamento, e as alóctones, que contaminam o produto durante as etapas

anteriores ao engarrafamento, durante o processamento ou são oriundas do

ambiente (Coelho et al. 1998).

Bactérias autóctones são mais adaptadas às condições oligotróficas de

aqüíferos profundos e rapidamente multiplicam-se após o envase. Quanto àsbactérias alóctones, poucas sobrevivem em águas envasadas devido ao baixo

nível de nutrientes. (Leclerc et al. 1985).

Usualmente, um maior crescimento bacteriano é observado em

amostras de água mineral armazenadas à temperatura ambiente. No entanto,

armazenamento em temperaturas baixas, como as de refrigeração, não

suprime o crescimento bacteriano (Leclerc e da Costa 1998, Korzeniewska et

al. 2005)

Bactérias do grupo coliforme

O grupo dos coliformes inclui um grande número de bactérias aeróbias e

anaeróbias facultativas, Gram-negativas, não formadoras de esporos, que

fermentam lactose, com produção de gás, quando incubadas à temperatura de

35°C por 24 horas. Membros desse grupo que são capazes de fermentar

lactose, com produção de gás, à 44.5°C são chamados de coliformes fecais outermotolerantes. Muitas dessas bactérias são de origem fecal, mas algumas

são capazes de multiplicar-se em vários ambientes aquáticos (World Health

Organization-WHO 2003).

Os gêneros mais importantes do grupo dos coliformes são Enterobacter,

Klebsiella, Citrobacter  e Escherichia. Geralmente não são patogênicos e sua

presença em água indica uma falha no processamento ou contaminação

(Reynolds 2003). Os coliformes fecais são mais estreitamente associados com

Page 23: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 23/66

 

 

poluição fecal que os coliformes totais, entretanto, alguns deles, especialmente

Klebsiella , podem multiplicar-se em ambientes aquáticos apropriados. O único

coliforme que raramente multiplica-se em ambientes aquáticos é Escherichia 

coli (WHO 2003).

Pesquisas taxonômicas envolvendo os coliformes e estudos de seus

habitats têm permitido dividi-los em três grupos: o dos termotróficos e mais

estritamente fecais, como E. coli; os coliformes ubíquos e termotróficos, como

Klebsiella pneumoniae  e Enterobacter cloacae, que podem formar parte da

microbiota intestinal de humanos e animais de sangue quente, mas podem

também ocorrer no ambiente e, por último, os psicrotróficos, coliformes

puramente ambientais, como Serratia fonticola  e Rahnella aquatilis, queproliferam em águas puras ou poluídas e originam-se, principalmente, de

vegetais ou pequenos animais (Leclerc et al. 2001)

Do ponto de vista da saúde pública, os coliformes ubíquos e ambientais

são agrupados como indicadores de qualidade. A controvérsia sobre o valor

dos coliformes fecais ou termotolerantes como indicadores de contaminação

fecal, associada à heterogeneidade do grupo, tem levado à sugestão de que o

termo coliforme fecal ou termotolerante seja redefinido como sinônimo de E.

coli (Leclerc et al. 2001).

Os indicadores de qualidade para águas minerais são bactérias ubíquas,

a maioria comum em solo e vegetação e pouco importante com relação à

contaminação fecal. Na ausência de E. coli, sua presença em uma amostra de

água não indica um iminente risco à saúde. Entretanto, são indicadores muito

sensíveis de contaminação superficial e podem aparecer como primeiros

indicadores da mudança da qualidade (Leclerc e Moreau 2002).Os coliformes ocorrem em altos números em águas de esgoto e águas

poluídas. Geralmente excedem substancialmente em número os patógenos

veiculados pela água. São detectáveis por procedimentos relativamente

simples e de baixo custo, baseados no cultivo usando meios seletivos para

crescimento. Os testes para coliformes são a ferramenta mais comumente

utilizada para avaliação de água potável em todo o mundo (WHO 2003).

Page 24: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 24/66

 

 

A presença de coliformes totais em água indica potencial contaminação

fecal e falhas nos procedimentos de tratamento e desinfecção. Os coliformes

fecais fornecem evidência mais forte de poluição fecal e sua presença em água

para consumo humano é geralmente inaceitável. O controle da contaminação

fecal em água para consumo humano é de suma importância. Indicadores

específicos de contaminação fecal, como E. coli , são parâmetros primordiais na

verificação da qualidade microbiológica (WHO 2003).

Escherichia coli é a espécie mais freqüentemente isolada de amostras

de fezes e é parte da microbiota intestinal normal de indivíduos saudáveis.

Geralmente não está associada a efeitos prejudiciais à saúde, no entanto, sob

certas circunstâncias, pode provocar doenças graves (WHO 2003).Cepas patogênicas de E. coli  são responsáveis por infecções do trato

urinário, sistema nervoso e sistema digestivo em humanos. Fatores de

virulência contribuem para a patogenicidade de certas cepas de E. coli . Quatro

grupos de E. coli  causadoras de diarréia são conhecidos: E. coli  entero-

hemorrágica (EHEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteropatogênica

(EPEC) e E. coli enteroinvasiva (EIEC). Outros grupos de E. coli associados à

diarréia existentes são E. coli  enteroagregativa (EAEC) e E. coli  aderente(DAEC), mas seu significado não está, ainda, bem esclarecido (WHO 2003).

Alguns sorotipos de EHEC, particularmente E. coli  O157:H7, causam

doenças que podem incluir desde diarréia moderada a colite hemorrágica e/ou

síndrome urêmico-hemolítica (WHO 2003). E. coli  O157:H7 é atualmente

considerada uma séria ameaça à saúde pública, com formas de infecção que

provocam sérias complicações clínicas (Padhye e Doyle 1992).

ETEC produz enterotoxinas termolábeis ou termoestáveis e é importantecausa de diarréia em países em desenvolvimento, especialmente em crianças

de pouca idade. Os sintomas da infecção por ETEC incluem distúrbios

abdominais, com ou sem diarréia aquosa moderada, náuseas e dor de cabeça

(WHO 2003).

A infecção por EPEC tem sido associada com severa diarréia não

sanguinolenta, vômito e febre em crianças. EPEC é rara em países

desenvolvidos, mas ocorre freqüentemente em países em desenvolvimento,

Page 25: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 25/66

 

 

especialmente em crianças mal-nutridas, com perda de peso ou retardo no

crescimento (WHO 2003).

EIEC causa diarréia aquosa e ocasionalmente sanguinolenta (WHO

2003).

Os bovinos são o principal reservatório de E. coli  patogênica, mas a

bactéria pode também ocorrer em suínos, caprinos e aves domésticas, como

galinhas. A transmissão através de alimento ou água contaminada é a principal

forma de infecção por E. coli . A bactéria pode ser transmitida, ainda, por

contato com animais ou indivíduos contaminados. A transmissão de pessoa a

pessoa ocorre em locais em que há contato estreito entre os indivíduos, tais

como casas de repouso e creches (WHO 2003).A transmissão de E. coli  patogênica através da água tem sido

documentada tanto para águas recreacionais quanto para água de consumo

humano. Um surto envolvendo E. coli  O157:H7 ocorreu em um sistema de

suprimento de água da comunidade agrícola de Walkerton, em Ontário, no

Canadá, em 2000, quando sete pessoas morreram e mais de 2300 ficaram

doentes (WHO 2003).

O impedimento da contaminação da água mineral por E. coli  éimportante uma vez que alguns pesquisadores já documentaram sua

sobrevivência no produto. Warburton et al. (1998) verificaram que o

microrganismo é capaz de aderir à superfície interna das garrafas e Jayasekara

et al. (1998) consideraram que este fato poderia explicar seu longo tempo de

sobrevivência na água mineral.

Os resultados dos estudos sobre o tempo de sobrevivência de E. coli em

água mineral são conflitantes. Enquanto Warburton et al. (1998) verificaramque E. coli 0157:H7 inoculada em água engarrafada podia sobreviver por mais

que 300 dias, Kerr et al.  (1999) encontraram um período menor de

sobrevivência para o sorotipo, de 63 dias.

Outros trabalhos verificaram períodos ainda menores de sobrevivência

para E. coli . Burge e Hunter (1990) observaram que a bactéria não era mais

detectada após 50 dias de incubação. Ducluzeau et al. (1976) não encontraram

o microrganismo após 4 dias de incubação. Em estudo de Lucas e Ducluzeau

Page 26: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 26/66

 

 

(1990), o tempo de sobrevivência encontrado foi de menos que 40 dias. Kerr et

al. (1999) compararam os resultados desses estudos com os seus e sugeriram

que E. coli  O157:H7 pode sobreviver por mais tempo em água mineral que

outras cepas de E. coli. 

Pseudomonas aeruginosa 

Pseudomonas aeruginosa  é um bastonete Gram-negativo, aeróbio,

membro da família Pseudomonadaceae . Produz um pigmento azul-

esverdeado, chamado piocianina (WHO 2003) e pode ser encontrada no

ambiente, especialmente em vegetais. A população, em geral, é resistente à

infecção por P. aeruginosa , porém, esta bactéria representa risco paraindivíduos de saúde debilitada, especialmente crianças e idosos (Hardalo e

Edberg 1997).

Uma vez que P. aeruginosa é capaz de crescer abundantemente até em

águas puras e é um patógeno oportunista, sua ocorrência em água mineral

deve ser evitada. Assim, há duas razões para monitorar P. aeruginosa em água

mineral. De um lado, como indicadora da vulnerabilidade ou controle deficiente

do ambiente de envase e, de outro, pelo fato de ser um patógeno oportunista(Leclerc e Moreau 2002).

A presença de P. aeruginosa  indica contaminação da fonte por matéria

orgânica ou contaminação durante o envase. No período de armazenamento, a

multiplicação pode conduzir a níveis altos de P. aeruginosa na água envasada,

representando risco para os consumidores (Legnani et al. 1999).

P. aeruginosa  causa doenças simples a moderadas em indivíduos

saudáveis. Vários membros do grupo estão envolvidos em infecções tanto emanimais como em humanos. Causa infecções secundárias em feridas por

queimaduras, pneumonias e infecções do trato urinário em ambiente hospitalar

e infecções em feridas cirúrgicas. A bactéria é, ainda, responsável por

septicemia, meningite e infecções de sítios de drenagem resultantes de trauma.

Pacientes imunocomprometidos ou com fibrose cística são propensos à

colonização com morfotipos capsulados de P. aeruginosa, que têm sido

Page 27: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 27/66

 

 

associados com infecções pulmonares progressivas nestes indivíduos (WHO

2003).

Infecções veiculadas pela água estão associadas com locais quentes e

úmidos, como piscinas em ambientes internos. As doenças resultam em

exantemas e pústulas ou infecções do canal auditivo externo (WHO 2003).

P. aeruginosa é encontrada em fezes, solo, água e esgoto. Trata-se de

um microrganismo predominantemente ambiental e a água é um reservatório

ideal. A bactéria prolifera-se em sistemas de distribuição de água e em piscinas

de “spas” (WHO 2003).

Água contaminada com o microrganismo pode contaminar alimentos e

produtos farmacêuticos, causando sua deterioração, o que pode conduzir àtransmissão secundária por esses produtos (WHO 2003).

A presença de P. aeruginosa  em água potável indica uma séria

deterioração na qualidade bacteriológica e é freqüentemente associada com

alterações no sabor, odor e turbidez. Pode estar também associada com

redução nas taxas de vazão em sistemas de distribuição e elevação da

temperatura da água. P. aeruginosa pode causar infecções secundárias devido

à água contaminada, mas não é responsável por infecções intestinaisdecorrentes de ingestão (WHO 2003).

Enterococos

Enterococos são bactérias Gram-positivas, anaeróbias facultativas, que

ocorrem isoladamente, aos pares ou em cadeias curtas. São encontrados em

fezes humanas e de animais, mas em menores números que os coliformes

totais ou fecais, sendo mais resistentes que estes (WHO 2003).Os enterococos eram parte do grupo dos Streptococcus  fecais, mas

atualmente são classificados separadamente. Há 19 espécies incluídas neste

grupo, sendo que as predominantes no intestino são Enterococcus faecalis, E.

faecium, E. durans e E. hirae (WHO 2003).

Estas bactérias são capazes de sobreviver em águas salgadas e vivem

tão bem quanto os patógenos em ambientes recreacionais. São utilizadas

Page 28: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 28/66

 

 

como indicadores de contaminação fecal e, geralmente, não representam

riscos para a saúde, quando ingeridas (Reynolds 2003).

Os enterococos apresentam um grande número de vantagens como

indicadores sobre os coliformes totais e até sobre E. coli , incluindo o fato de

não crescerem no ambiente, mas poderem ali sobreviver por longos períodos.

Embora possam ser encontrados nas fezes humanas em menor número que os

coliformes fecais, ocorrem em quantidade suficiente para serem detectados

(WHO 2003).

Enterococos são detectáveis por métodos simples e de baixo custo. Sua

presença na água não constitui evidência de poluição fecal, mas pesquisas

recentes indicaram que a maioria (84%) dos enterococos isolados de águatinha realmente essa origem. A sua ocorrência pouco freqüente ou em

pequenos números em fontes de água limita seu uso como indicador da

eficiência do tratamento de água potável (WHO 2003)

O principal valor dos enterococos na avaliação da qualidade da água é

como indicador adicional da eficiência do tratamento ou como indicador

secundário, ao ser realizada uma segunda avaliação devido à detecção de

coliformes ou E. coli  em sistemas de distribuição. Estas bactérias fornecemdados suplementares valorosos sobre a qualidade bacteriológica em sistemas

de água natural, porque raramente se multiplicam na água (WHO 2003).

Clostridium perfringens 

Clostrídios são bastonetes Gram-positivos e anaeróbios, que produzem

estruturas de sobrevivência, ou esporos, capazes de resistir a condições

ambientais como temperatura, pH, UV, assim como a processos de tratamentoe desinfecção da água. O membro mais comum do grupo, Clostridium 

perfringens, é normalmente encontrado em fezes, embora em números bem

inferiores que E. coli (WHO 2003). 

Esporos de C. perfringens  são geralmente de origem fecal e estão

sempre presentes em água de esgoto, enquanto células vegetativas parecem

não se reproduzir em sedimentos aquáticos, ao contrário de muitas bactérias

indicadoras. C. perfringens é encontrado em maiores contagens em fezes de

Page 29: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 29/66

 

 

animais como cães do que em humanos e geralmente aparece em pequenos

números ou está ausente em outros animais de sangue quente (WHO 2003).

O microrganismo é um indicador confiável da sobrevivência de vírus e

cistos de protozoários em água tratada. Sua presença ali, sugere deficiências

na remoção pelo tratamento, falha no processo de desinfecção ou

recontaminação após o tratamento (WHO 2003).

Bactérias heterotróficas

O termo bactéria heterotrófica engloba todas as bactérias que usam

nutrientes orgânicos para crescimento. Essas bactérias estão universalmente

presentes em todos os tipos de água, em alimentos, solo, vegetação e ar (Allenet al. 2004).

O grupo inclui os microrganismos isolados por métodos particulares,

cujas variáveis incluem composição do meio, tempo e temperatura de

incubação e tipo de inoculação do microrganismo no meio. Outros termos

utilizados para este grupo de bactérias em água são contagem padrão em

placas e contagem total em placas (WHO 2003).

A contagem de bactérias heterotróficas baseia-se no princípio de quecada célula, ou grupos de células da mesma espécie, se desenvolve no ágar,

formando uma colônia macroscopicamente visível, possibilitando, deste modo,

uma enumeração das bactérias presentes na amostra (American Public Health

Association - APHA 1992). A contagem de bactérias heterotróficas não é

exigida pela RDC n° 275 (Brasil 2005b), mas é um parâmetro utilizado para

determinação da potabilidade da água. A Portaria n° 518 (Brasil 2004)

determina um limite de 500 UFC/mL de bactérias heterotróficas em águasdestinadas a consumo humano.

A presença de altos números de bactérias heterotróficas em águas

envasadas pode ser decorrente da microbiota natural da fonte. Estas bactérias

podem multiplicar-se após o envase, resultando em altas contagens. A

ausência de um desinfetante residual, como o cloro, e períodos longos de

armazenamento à temperatura ambiente, ou mais alta, podem resultar em

elevação do número de microrganismos até o consumo. As contagens

Page 30: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 30/66

 

 

microbianas atingem um pico após uma semana de armazenamento e

mantêm-se constantes após esse período (Li et al. 2001).

Vários gêneros de bactérias heterotróficas têm sido encontrados em

água envasada, incluindo Achromobacter, Acinetobacter, Aeromonas,

Alcaligenes, Arthrobacter, Caulobacter, Corynebacterium, Flavobacterium  e

Pseudomonas  (Manaia et al  1990). Algumas destas bactérias heterotróficas

produzem fatores de virulência e podem agir como patógenos oportunistas

(Pavlov et al 2004).

Estudos com água de torneira, filtrada e não filtrada, mostraram

associação entre contagens altas de bactérias heterotróficas e gastrenterites

(Payment et al 1991). Os indivíduos que são especialmente suscetíveis ainfecções por bactérias heterotróficas são aqueles de pouca idade, os

imunologicamente debilitados, os idosos, os transplantados, as gestantes, os

portadores de doenças imunossupressoras, como a AIDS, além de pessoas

submetidas à quimioterapia (Ehlers 2004).

O método de contagem de bactérias heterotróficas em placas determina

a qualidade microbiológica geral da água. A incubação geralmente é realizada

a 37º C por 48 horas. As especificações de qualidade ao redor do mundopermitem contagens de bactérias heterotróficas de até 100 UFC/mL (WHO

2003) e, em alguns países, como o Brasil (Brasil 2004 – Portaria n° 518), de

até 500 UFC/mL.

Análises regulares de bactérias heterotróficas servem para determinar a

qualidade da água após armazenamento. O teste, simples e de baixo custo,

fornece resultados em tempo relativamente curto e é um dos indicadores mais

sensíveis e confiáveis de falhas no processo de desinfecção (WHO 2003).A contagem de bactérias heterotróficas detecta bactérias de origem

fecal, assim como microrganismos autóctones de ambientes aquáticos, que

podem causar desde alterações organolépticas a infecções oportunistas (WHO

2003).

Patógenos oportunistas estão naturalmente presentes no ambiente e o

consumo ou exposição à água, contendo grandes números de bactérias

heterotróficas, pode levar a doenças como gastrenterites e infecções de pele e

Page 31: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 31/66

 

 

mucosas, particularmente em pessoas cujo sistema imune está comprometido

(WHO 2003).

Tratamento de água mineral

A adoção de medidas que impeçam a contaminação da água mineral é

imprescindível uma vez que, no Brasil, a água mineral pode passar apenas por

filtração, não sendo permitido o uso de substâncias químicas (Brasil 2005a).

Isto é importante uma vez que há estudos indicando que a utilização de cloro

para tratamento de água pode trazer prejuízos à saúde. Mais especificamente,

foi evidenciado que a exposição de pessoas e animais aos trialometanos,

compostos resultantes da reação entre o cloro e matéria orgânica presente naágua, pode elevar o risco de desenvolvimento de câncer (Morris 1992), abortos

espontâneos e malformações fetais (Swan et al. 1998).

Mais segurança para o consumidor de água mineral

Para garantir à população uma água mineral de boa qualidade, a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vinculada ao Ministério da

Saúde, está elaborando uma nova regulamentação sobre Boas Práticas deFabricação para indústrias de água mineral (ABINAM 2005).

A consulta pública da ANVISA, período em que a sociedade e entidades

podem apresentar sugestões ao novo regulamento, foi encerrada no dia 25 de

  janeiro de 2005. A medida pretende padronizar os procedimentos de controle

da qualidade sanitária da água industrializada, em todas as etapas do

processo, incluindo captação, distribuição, rotulagem, armazenamento,

transporte e exposição à venda (ABINAM 2005).Ainda com o objetivo de oferecer segurança ao consumidor, a ABINAM

instituiu, em conjunto com um dos mais conceituados institutos de certificação

de qualidade de alimentos do mundo, a NSF – National Sanitation Foundation,

com sede nos Estados, um programa de qualificação das fontes, com vistas à

implantação do Selo ABINAM de Qualidade (ABINAM 2003).

Vinte e cinco fontes brasileiras participam do processo, orientadas e

auditadas pela NSF. Dez dessas fontes já estão na fase final de certificação. O

Page 32: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 32/66

 

 

processo envolve não apenas as fontes, mas também os produtores de

garrafões e de tampas, que estão sendo certificados pelo IQB (Instituto de

Qualidade do Brinquedo); os fabricantes de máquinas de higienização de

garrafões; os produtores de bebedouros e os distribuidores de água mineral

(ABINAM 2003).

Após a concessão do selo, a própria NSF se encarregará de auditar

periodicamente as fontes, para verificar a continuidade dos processos de

controle de qualidade (ABINAM 2003).

Page 33: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 33/66

 

 

Referências Bibliográficas

ABINAM - Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais 2003. A

população brasileira bebeu menos água em 2002? Disponível em:

http://www.abinam.com.br/site/mercado.asp?pg=av_05. Acesso em 24/09/04

ABINAM - Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais 2005. Água

mineral terá maior controle de qualidade. Disponível em:

http://www.abinam.com.br/vernoticia.asp?cod=226. Acesso em: 25/5/05

Allen M J, Edberg SC, Reasoner DJ 2004. Heterotrophic plate count bacteria –what is their significance in drink water? Int J Food Microbiol 92: 265-274.

Antunes B 2003. Tratamento através das águas minerais. Disponível em:

http://www.guiamercadodeaguas.com.br/revista_12.htm#sta. Acesso em:

18/06/2005.

APHA - American Public Health Association 1992. Standard methods for the 

examination of dairy products . 16 ed. Washington: APHA. 646p.

Bernini GC 2004. Crenoterapia. Disponível em:

http://www.iona.guildas.nom.br/crenoterapia.htm. Acesso em: 17/06/2005.

Brasil 2000. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC número

54 de 15 de junho de 2000.  Estabelece padrões microbiológicos para águasminerais. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de junho de 2000.

Brasil 2004. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Portaria nº 518 de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e

responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para

consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.

Page 34: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 34/66

 

 

Diário Oficial da República Federativa do Brasil , Poder Executivo, Brasília, DF,

26 março de 2004.

Brasil 2005a. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 274 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico para

Águas Envasadas e Gelo. Diário Oficial da União . Brasília, 23 de setembro de

2005.

Brasil 2005b. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 275 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico de

Características Microbiológicas para Água Mineral Natural e Água Natural.Diário Oficial da União . Brasília, 23 de setembro de 2005.

Burge SH, Hunter PR 1990. The survival of enteropathogenic bacteria in bottled

mineral water. Riv Ital lg 50: 401–406.

Calugay J 2000. Risk of contamination same for bottled and tap water. The

Kingston Whig-Standard Community , p.11.

Coelho DL, Pimentel IC, Beux MR 1998. Uso do método substrato cromogênico

para quantificação do número mais provável de bactérias do grupo dos

coliformes em águas minerais envasadas. Boletim do Centro de Pesquisa e 

Processamento de Alimentos 16 (1): 45-54.

Ducluzeau R, Bochand JM, Dufresne S 1976. La microflore autochtone de l’eauminérale. Medecine et nutrition 12: 115-120.

Ehlers MM, van Zyl WB, Pavlov DN, Müller EE 2004. Random survey of the

microbial quality of bottled water in South Africa. Water SA 30(2):203-210.

Hardalo C, Edberg SC 1997. Pseudomonas aeruginosa : assessment of risk

from drinking water. Crit Rev Microbiol 23: 47-75.

Page 35: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 35/66

 

 

Jayasekara NY, Heard GM, Cox JM, Fleet GH 1998. Populations of

pseudomonads and related bacteria associated with bottled non-carbonated

mineral water. Food Microbiol 15:167-176.

Kerr M, Fitzgerald M, Sheridan JJ, McDowell DA, Blair IS 1999. Survival of

Escherichia coli O157:H7 in bottled natural mineral water. J Appl Microbiol 87:

833-841.

Korzeniewska E, Filipkowska Z, Domeradzka S, Wlodkowski K 2005.

Microbiological quality of carbonated and non-carbonated mineral water stored

at different temperatures. Polish J Microbiol 54: 27-33.

Leclerc H, Mossel DAA, Savage C 1985. Monitoring non-carbonated still

mineral waters for aerobic colonization. Int J Food Microbiol 2: 341-347.

Leclerc H, da Costa MS 1998. The microbiology of natural mineral waters. In: 

Technology of Bottled Water (ed. D.A.G. Senior and P. Ashurst) p. 223-274.

Academic Press, Sheffield.

Leclerc H, Mossel DAA, Edberg SC, Struijk, CB 2001. Advances in the

bacteriology of the coliform group: their suitability as markers of microbial water

safety. Annu Rev Microbiol 55: 134-201.

Leclerc H, Moreau A 2002. Microbiological safety of natural mineral water. 

FEMS Microbiol Rev 26: 207-222.

Legnani P, Leoni E, Rapuano S, Turin D, Valenti C 1999. Survival and growth of

Pseudomonas aeruginosa  in natural mineral water: a 5-year study.  Int J Food 

Microbiol 53 (2-3): 153-158.

Li WMK, Lacroix B, Powell DA 2001. The microbiological safety of bottled water

in Canada. Disponível em:

Page 36: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 36/66

 

 

www.foodsafetynetwork.ca/food/microbiological_safety_of_bottle.htm. Acesso

em: 15/05/2004.

Lucas F, Ducluzeau R 1990. Antagonistic role of variousbacterial strains from

the autochthonous flora of gas-free mineral water against Escherichia coli . Sci 

Aliments 10: 62–73.

Maier RM, Pepper IL 2000. Terrestrial environments. In: Gerba CL, Maier RM

and Pepper IL. Environmental Microbiology . Academic Press, London. p. 61-89.

Manaia CM, Nunes OC, Morais PV, da Costa MS 1990. Heterotrophic platecounts and the isolation of bacteria from mineral waters on selective and

enrichment media. J Appl Bacteriol 69: 871-876.

Martins AM, Mansur KL, Erthal F, Maurício RC, Pereira Filho JC, Caetano LC

2002. Águas minerais do estado do Rio de Janeiro. Departamento de Recursos

Minerais do Governo do Rio de Janeiro. Disponível em:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/mineral/index.html&conteudo=./agua/mineral/minerais.html. Acesso em: 25/03/2005

Martins AM, Mansur KL, Pimenta TS, Caetano LC 2005. Crenoterapia das

águas minerais do estado do Rio de Janeiro. Disponível em:

http://www.cprm.gov.br/pgagem/workshop/paineis/Painel19.pdf. Acesso em:

19/10/2005.

Mavridou A 1992. Study of the bacterial flora of a non-carbonated natural

mineral water. J Appl Bacteriol  73: 355-361.

Morris RD 1992. Chlorination, Chlorination by-products, and cancer: a meta

analysis. Am J Public Health 82 (7): 955-963.

Neall B 2000. New bottling line for Valvita. SA Food Rev 27:23-24.

Page 37: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 37/66

 

 

Padhye NV, Doyle MP 1992. Escherichia coli  O157:H7 epidemiology,

pathogenesis and methods for detection in food. J Food Prot 55: 555–565.

Pavlov D, de Wet CM, Grabow WO, Ehlers MM 2004. Potentially pathogenic

features of heterotrophic plate count bacteria isolated from treated and

untreated drinking water. Int J Food Microbiol 92:275-287.

Payment P, Richardson L, Siemiatycki J, Dewar R, Edwardes M, Franco E

1991. A randomized trial to evaluate the risk of gastrointestinal disease due to

consumption of drinking water meeting current microbiological standards. Am J 

Public Health 81: 703-708.

Reynolds KA 2003. Coliform bacteria: a failed indicator of water quality?

Disponível em: http://www.wcponline.com/column.cfm?T=T&ID=2349&AT=T.

Acesso em: 15/09/05

Salute . História da água mineral. Disponível em:http://www.saluteonline.com.br/stabarbara.htm. Acesso em: 25/05/2005

Swan SH et al. 1998. A prospective study of spontaneous abortion: relation to

amount and source of drinking water consumed in early pregnancy.

Epidemiology 9(2): 126-133.

Warburton DW, Austin JW, Harrison BH, Sanders G 1998. Survival andrecovery of Escherichia coli O157:H7 in inoculated bottled water. J Food Prot 8:

948–952.

WHO – World Health Organization 2003. WHO’s Guidelines for Drinking-Water

Quality. 3th ed. Disponível em:

www.who.int/water_sanitation_health/dwq/en/gdwq3_1.pdf. Acesso em:

24/02/2004

Page 38: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 38/66

 

 

ARTIGO 2

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

NATURAL, SEM GÁS, ENVASADAS, COMERCIALIZADAS EM GOIÂNIA/GO

 _______________________________________________________________ 

Ana Paula Rodrigues Corrêa Guimarães¹; Álvaro Bisol Serafini¹*

¹ Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia do

Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de

Goiás. E-mail: [email protected]

* Endereço para correspondência: Rua 235 esq. 1a. Avenida, 3° andar/Sala

422. Setor Universitário. CEP 74605-050, Goiânia/GO. E-mail:[email protected]

Resumo 

Amostras de 15 marcas de água mineral natural, sem gás, envasadas, foram

examinadas quanto à contaminação por coliformes totais, coliformes fecais,

Escherichia coli , bactérias heterotróficas, Pseudomonas aeruginosa ,

enterococos, clostrídios sulfito-redutores, Clostridium perfringens e Salmonella 

sp, através do método da membrana filtrante. Dentre as quinze marcas

analisadas, seis (40%) estavam contaminadas por algum dos microrganismos

pesquisados. Destas seis, todas (100%) apresentaram contaminação por

coliformes totais, cinco (83%) por coliformes fecais, quatro (67%) por bactérias

heterotróficas e em uma (17%) das marcas observou-se contaminação por

Pseudomonas aeruginosa. As outras nove (60%) marcas analisadas

mostraram-se em conformidade com o que determina a legislação brasileira arespeito da qualidade microbiológica de água mineral. A ocorrência de

contaminação denota falhas no processamento do produto, que devem ser

corrigidas, uma vez que a legislação brasileira não permite o tratamento de

água mineral e esta deve ser microbiologicamente segura, evitando prejuízos à

saúde do consumidor.

Descritores: água mineral envasada, qualidade microbiológica, coliformes,

Pseudomonas aeruginosa , bactérias heterotróficas.

Page 39: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 39/66

 

 

Abstract

Samples from 15 bottled natural mineral water brands were examined to

determine contamination by total coliforms, fecal coliforms, heterotrophic

bacteria, Escherichia coli , Pseudomonas aeruginosa , enterococci, sulphite

reducing clostridia, Clostridium perfringens  and Salmonella  sp, using

membrane filter technique. Amongst the fifteen analyzed brands, six (40%)

were contaminated by at least one of the searched microorganisms. Of those

six brands, all (100%) showed contamination by total coliforms, five (83%) by

fecal coliformes, four (67%) by heterotrophic bacteria and in one (17%) of the

brands it was observed contamination by Pseudomonas aeruginosa . The other

nine (60%) analyzed brands were in compliance with that the brazilianlegislation determines regarding the microbiological quality of mineral water.

The contamination occurrence denotes imperfections in the processing of the

product, that must be corrected, because the brazilian legislation does not allow

the treatment of mineral water, which must be microbiologically safe, preventing

damages to the consumer’s health.

Key words: bottled mineral water, microbiological quality, coliforms,

Pseudomonas aeruginosa, heterotrophic bacteria.

Page 40: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 40/66

 

 

Introdução

Água mineral natural, conforme a Resolução de Diretoria Colegiada

(RDC) n° 274 de setembro de 2005, do Ministério da Saúde, é aquela obtida

diretamente de fontes naturais ou por extração de águas subterrâneas,

caracterizada pelo conteúdo definido e constante de determinados sais

minerais, oligoelementos e outros constituintes, considerando as flutuações

naturais (Brasil 2005b).

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Águas

Minerais – ABINAM, entre 1997 e 2001, o setor de águas minerais registrou

crescimento acumulado de 104%. O consumo por indivíduo, que era de 13,2

litros/ano em 1997, passou para 24,9 litros em 2001(ABINAM 2002). Em 2002,o consumo per capita chegou a 27 litros/ano. O Brasil encontra-se na sexta

posição no mercado mundial de água mineral (ABINAM 2003).

A explicação para o aumento do consumo de água mineral em certos

setores da população é a associação do produto a um elevado grau de pureza

(Eiroa et al. 1996). Existe, ainda, a percepção de que seu consumo representa

um estilo saudável de vida e de que o produto é relativamente seguro

(Cowman e Kelsey 1992). Entretanto, a ocorrência de distúrbiosgastrintestinais, em decorrência do consumo de águas minerais, tem motivado

o estudo de sua qualidade microbiológica (Hunter 1993).

A ocorrência de doença de veiculação hídrica envolvendo água mineral

foi documentada em 1974, em Portugal, quando água mineral envasada, não

carbonatada, foi considerada o veículo de transmissão de cólera, provocando a

internação de 2.467 pessoas e 48 mortes (Blake et al. 1977, Gonzalez et al.

1987).As águas minerais quando atravessam uma superfície de rocha e terra

para alcançar determinado nível perdem grande parte da microbiota bacteriana

e da matéria orgânica em suspensão (Hiluy et al. 1994). Contudo, não são

estéreis, sendo nelas encontrados microrganismos autóctones, existentes

antes de qualquer processamento (Coelho et al. 1998). Pertencem a esse

grupo as bactérias dos gêneros Pseudomonas, Acinetobacter, Alcaligenes,

Flavobacterium, Micrococcus e Bacillus. Porém, a maior preocupação é com a

Page 41: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 41/66

 

 

possível presença de patógenos, como Vibrio cholerae, Shigella sp,

Aeromonas hidrophila, Plesiomonas shigelloides , vírus entéricos, protozoários

e patógenos oportunistas, como Pseudomonas aeruginosa  (Varnam e

Sutherland 1994).

Outro tipo de microbiota bacteriana que pode ser encontrado na água

mineral, mas não é proveniente da fonte, é composto de bactérias alóctones,

que contaminam o produto durante as etapas anteriores ao engarrafamento,

durante o processamento ou são oriundas do ambiente (Coelho et al. 1998). A

microbiota alóctone inclui uma grande variedade de bactérias saprófitas, bem

como patógenos humanos (Fleet e Mann 1986).

A contaminação da água mineral pode ocorrer na fonte, no envase(devido à natureza do processo ou à reutilização de recipiente não

devidamente higienizado), ou no transporte e armazenamento, no caso da

embalagem não ser absolutamente estanque (Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO 1997).

As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais

indicadores de contaminação. Os coliformes totais incluem bactérias que

pertencem, principalmente, aos gêneros Citrobacter, Enterobacter, Escherichia 

e Klebsiella  (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB

2002).

Coliformes são bastonetes Gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios

facultativos, que fermentam a lactose, com produção de ácido e gás, à

temperatura de 32°C a 35°C, em um período de 24 a 48 horas (American

Public Health Association – APHA 2001). Os coliformes fecais, subgrupo dos

coliformes totais, fermentam a lactose em temperaturas mais elevadas, de44,5°C a 45,5°C, sendo também chamados de termotolerantes (U. S. Food and

Drug Administration – FDA 2002).

Os coliformes totais estão largamente espalhados na natureza. Todos os

membros do grupo podem ocorrer em fezes de humanos, mas alguns podem

também estar presentes em fezes de outros animais, solo e outras fontes não

humanas. Os coliformes fecais têm, mais freqüentemente, origem fecal.

Entretanto, englobam gêneros, como Klebsiella , que não necessariamente

Page 42: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 42/66

 

 

habitam o intestino. E. coli  é o coliforme fecal mais relacionado a fezes

humanas e de animais de sangue quente, sendo recomendado como melhor

indicador de contaminação fecal, em relação aos demais coliformes (U. S.

Environmental Protection Agency - USEPA 2004).

A presença do grupo de bactérias coliformes totais denota a ocorrência

de uma interferência externa na água mineral, já que este não faz parte da

microbiota autóctone da mesma (INMETRO 1997).

Para indicar poluição sanitária, a contagem de coliformes fecais mostra-

se mais significativa que o uso dos coliformes totais, pois estão mais restritos

ao trato intestinal de animais de sangue quente. A determinação da

concentração dos coliformes assume importância como parâmetro indicador dapossibilidade da existência de microrganismos patogênicos, responsáveis pela

transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre

paratifóide, disenteria bacilar e cólera (CETESB 2002).

A legislação brasileira vigente, explicitada pela RDC n° 275 de setembro

de 2005 (Brasil 2005c), estabelece que a água será condenada quando houver

a presença de coliformes fecais em qualquer quantidade.

A determinação do número de unidades formadoras de colônias debactérias heterotróficas não é exigida pela RDC n° 275 (Brasil 2005c), mas é

indicada como parâmetro capaz de avaliar as condições higiênicas do processo

de captação, adução, armazenamento e envase, na linha de produção ou

condições de estocagem no ponto de venda. Um elevado número de bactérias

heterotróficas pode comprometer a aceitabilidade do produto devido às

alterações das características organolépticas e redução do prazo de validade

(Tancredi et al. 2002). A contagem de bactérias heterotróficas é utilizada paraavaliar a qualidade microbiológica geral de águas engarrafadas (World Health

Organization - WHO 2001).

Atualmente, a legislação brasileira em vigor, a RDC n° 275 (Brasil

2005c) do Ministério da Saúde, que regulamenta as características

microbiológicas para água mineral, determina ausência de Escherichia coli ,

exigindo ainda contagens, com limites estabelecidos, para coliformes totais,

enterococos, Clostridium sulfito-redutores e Pseudomonas aeruginosa .

Page 43: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 43/66

 

 

A vigilância rotineira da qualidade bacteriológica da água é

indispensável, tendo em vista a necessidade de proteger a saúde dos

consumidores (CETESB 1984), uma vez que a água de consumo humano é um

importante veículo de enfermidades de natureza infecciosa (Issac-Marquez et

al. 1994).

As doenças de veiculação hídrica são causadas, principalmente, por

microrganismos patogênicos de origem entérica - animal ou humana -

transmitidos basicamente pela rota fecal-oral, ou seja, são excretados nas

fezes de indivíduos infectados e ingeridos através da água ou de alimento

contaminado por água poluída com fezes (Grabow 1996).

Vários estudos sobre a qualidade microbiológica de água mineral têmsido realizados no Brasil (Wendpap et al. 1999, Nascimento et al. 2000, Alves

et al. 2002, Tancredi et al. 2002, Sant’Ana et al. 2003, Silva e Calazans 2003,

Giacometti et al. 2005) e em outros países como Canadá (Warburton et al.

1986), Estados Unidos (Breuer et al. 1990), Japão (Fujikawa et al. 1997),

Argentina (Tamagnini e González 1997), Taiwan (Tsai e Yu 1997), França

(Defives et al. 1999), África do Sul (Ehlers et al. 2004) e Grécia (Venieri et al.

2006). Tais estudos têm indicado alguns resultados preocupantes, quemostram que a qualidade das águas minerais comercializadas em vários locais

do mundo não merece, em certos casos, a confiança que, geralmente, lhe é

creditada pela população.

Tendo em vista este quadro, devem ser realizados exames periódicos

das águas minerais, para determinar seu grau de segurança do ponto de vista

bacteriológico (CETESB 1984) e resguardar a saúde dos consumidores.

O presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológicade marcas de água mineral natural, sem gás, envasadas, comercializadas em

Goiânia, Goiás, através da comparação do perfil microbiológico das amostras

coletadas com o padrão de qualidade microbiológica estabelecido pela

legislação vigente.

Os resultados obtidos foram encaminhados para a Vigilância Sanitária

do Município de Goiânia, com o intuito de contribuir para o monitoramento da

qualidade do produto comercializado na cidade.

Page 44: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 44/66

 

 

Material e Métodos

Amostragem

Foram analisadas amostras de 15 marcas de água mineral natural, sem

gás, originárias dos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e

São Paulo, comercializadas em embalagens de 500 mL e 1,5 L, coletadas em

suas embalagens originais e lacradas. A coleta das amostras foi realizada com

a colaboração da Vigilância Sanitária Municipal de Goiânia, em supermercados

e lanchonetes da cidade, nos meses de abril e maio de 2004.

As análises microbiológicas atenderam aos critérios e padrões

microbiológicos estabelecidos pela RDC n.º 54 (Brasil 2000), substituída, em

2005, pela RDC n° 275 (Brasil 2005c). Esta substituição, porém, não promoveumodificações quanto às características microbiológicas e amostragem exigidas

para água mineral.

Foram analisadas cinco unidades de cada uma das marcas avaliadas,

conforme indicação da RDC n° 275 (Brasil 2005c) para constituição de

amostragem representativa. Uma vez constatada a presença de algum dos

microrganismos pesquisados na primeira amostra, outro grupo de cinco

unidades da marca, com mesma data de fabricação e volume foi analisado,para fins de confirmação, tendo sido avaliadas, no total, 105 unidades

amostrais.

Preparo das Amostras

As análises microbiológicas foram realizadas pela técnica da membrana

filtrante de acordo com American Public Health Association - APHA (1998), no

Laboratório de Microbiologia de Alimentos do Instituto de Patologia Tropical eSaúde Pública da Universidade Federal de Goiás.

No laboratório, as amostras foram identificadas e homogeneizadas

manualmente, por inversão da embalagem plástica, por 25 vezes consecutivas,

na mesma angulação do braço.

Alíquotas de 100 mL de cada amostra, para cada parâmetro

microbiológico, foram vertidas assepticamente em porta-filtros previamente

esterilizados (Millipore ® ) e filtradas em membranas de acetato de celulose

Page 45: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 45/66

 

 

(Millipore ® ) de 47 mm de diâmetro e 0,45 µm de porosidade. A seguir, com

auxílio de pinça especial de bordos achatados, as membranas foram

introduzidas em meio de cultura específico para a contagem de coliformes

totais e fecais, bactérias heterotróficas, enterococos, Pseudomonas 

aeruginosa, clostrídios sulfito-redutores e Clostridium perfringens e pesquisa de 

Escherichia coli  e de Salmonella  sp. Os resultados das contagens foram

expressos em UFC/100 mL.

Contagem de coliformes totais e coliformes fecais

Para a contagem de coliformes totais, as membranas resultantes da

filtração das alíquotas de cada amostra foram colocadas em placas de Petricontendo ágar Endo (Merck ® ) e incubadas à 35°C durante 24 horas.

A contagem de coliformes fecais foi realizada através da transferência, a

partir das placas de ágar Endo, de cinco colônias típicas, de coloração

vermelha, para tubos de ensaio com caldo EC (Merck ® ), contendo tubos de

Durham invertidos. Estes tubos foram incubados em banho-maria por 24 a 48

horas à temperatura de 44,5°C. A ocorrência de coliformes fecais foi indicada

pela presença de gás no interior dos tubos de Durham.

Pesquisa de Escherichia coli 

A pesquisa de E. coli foi realizada utilizando-se as colônias provenientes

das placas de ágar Endo, positivas para coliformes fecais, após inoculação em

caldo EC incubado a 44,5oC, através do teste de IMViC (Indol, Vermelho de

Metila, Voges-Proskauer e Citrato) (APHA 1998).

Contagem de bactérias heterotróficas

As unidades de filtração foram depositadas em placas de Petri contendo

ágar padrão para contagem - PCA (Merck ® ) e a incubação, por um período de

48 horas, foi realizada à temperatura de 35°C, enumerando-se os

microrganismos aeróbios mesófilos viáveis.

Page 46: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 46/66

 

 

Contagem de enterococos

Para a enumeração dos enterococos utilizou-se o ágar KF (Merck ® ),

acrescido de TTC (cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio), com incubação a 37°C, por

48 horas.

Contagem de Pseudomonas aeruginosa (Thornley 1960, modificado)

Empregou-se o ágar Cetrimide (Merck ® ), com incubação a 35°C durante

48 horas. As colônias típicas de Pseudomonas aeruginosa  apresentam

coloração azul-esverdeada, devido à produção do pigmento piocianina.

Contagem de clostrídios sulfito-redutores e Clostridium perfringens  As membranas foram dispostas em placas contendo ágar SPS (Sulfito-

Polimixina-Sulfadiazina) (Merck ® ) e incubadas em jarra de anaerobiose a 43°C

por 48 horas. As colônias típicas apresentam coloração enegrecida, sendo,

posteriormente submetidas a provas bioquímicas para identificação de

Clostridium perfringens  através das provas de fermentação tempestuosa,

motilidade, redução de nitrato, liquefação da gelatina e fermentação da

rafinose. 

Pesquisa de Salmonella sp

Concentração 

Cada membrana resultante da filtração de alíquotas de 100 mL foi

transferida para frascos contendo 250 mL de água peptonada, incubados a

35°C por 24 horas, para pré-enriquecimento.

Enriquecimento seletivo 

Após este período, foi transferido 1 mL de cada frasco para tubos de

ensaio contendo 10 mL de caldo selenito-cistina e também para tubos de

ensaio contendo 10 mL de caldo tetrationato, acrescidos de 0,2 mL de iodo e

0,1 mL de solução verde brilhante, para enriquecimento seletivo. Estes tubos

foram incubados a 35°C por 24 horas.

Page 47: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 47/66

 

 

Plaqueamento seletivo 

Após a incubação, as culturas foram semeadas, pela técnica de

esgotamento de alça bacteriológica, na superfície de placas, em duplicata,

contendo ágar verde brilhante e ágar xilose lisina desoxicolato, com incubação

a 35°C por 24-48 horas.

Confirmação preliminar 

Colônias típicas foram inoculadas em tubos contendo ágar tríplice

açúcar ferro, incubados a 35°C por 24 horas. Foram empregadas as seguintes

provas de identificação bioquímica: prova da oxidase, Voges-Proskauer e

Vermelho de Metila, fermentação de carboidratos (dulcitol, glicose, inositol,

maltose, manitol, ramnose, sorbitol e xilose), verificação da motilidade,

detecção de beta-galoctosidase, descarboxilação da lisina, utilização do

malonato e citrato, desaminação da fenilalanina, produção de indol, urease e

ácido sulfídrico.

Page 48: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 48/66

 

 

Resultados

Dentre as quinze marcas analisadas, seis (40%) estavam contaminadas

por pelo menos um dos microrganismos pesquisados. Destas seis, todas

(100%) apresentaram contaminação por coliformes totais, cinco (83%) por

coliformes termotolerantes, quatro (67%) por bactérias heterotróficas e em uma

(17%) das marcas observou-se contaminação por Pseudomonas aeruginosa.

Em três (50%) dessas marcas observou-se contaminação simultânea por dois

microrganismos, duas marcas (33,3%) apresentaram contaminação

concomitante por três agentes e em uma (16,7%) delas foram encontrados

quatro dos microrganismos pesquisados. Na segunda análise realizada, os

resultados foram semelhantes, com variações nas contagens obtidas, mas nãoquanto aos microrganismos isolados. Nas outras nove (60%) marcas

analisadas não foi observada contaminação pelos microrganismos pesquisados

(Quadro I).

Com relação à procedência das marcas em que foi constatada

contaminação, duas (33%) são originárias do estado de Minas Gerais e quatro

(67%) do estado de Goiás.

Quatro (26,7%) marcas apresentaram bactérias heterotróficas, mas emnúmero inferior ao permitido para água potável, que é de 500 UFC/mL (Brasil

2004).

P. aeruginosa  foi encontrada em uma das cinco unidades de uma das

marcas analisadas. A contagem obtida foi de 05 UFC/100 mL. Uma segunda

análise foi realizada e a presença da bactéria não foi observada novamente.

Os resultados das contagens, em UFC/100mL, dos microrganismos

encontrados em cada uma das marcas nas quais foi observada contaminaçãopodem ser vistos na Tabela I.

As contagens de Enterococcus, Clostrídios  sulfito-redutores e

Clostridium perfringens  e as pesquisas de Salmonella e Escherichia coli  não

forneceram resultados positivos nas amostras avaliadas. 

Page 49: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 49/66

 

 

Quadro I. Ocorrência dos microrganismos pesquisados nas 15 marcas de água mineral a

MarcasColiformes

totais

Coliformes

fecais

Bactérias

heterotróficasEnterococos

Pseudomonas 

aeruginosa 

Clostridium

sulfito- 

redutor  

1 - - - - - - 2 + + + - - - 3 + + + - - - 4 + - + - - - 5 - - - - - - 6 - - - - - - 7 - - - - - - 8 - - - - - - 9 - - - - - - 10 - - - - - - 11 - - - - - - 12 - - - - - - 13 + + - - - - 14 + + + - + - 15 + + - - - -

(+) : presente; (-) : ausente

Page 50: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 50/66

 

 

Tabela I. Intervalos das contagens, em UFC/100mL, dos microrganismos encontrados em seis de

mineral comercializadas na cidade de Goiânia/GO, avaliadas no 2° trimestre de 2004.

Coliformes Totais Coliformes Fecais Bactérias HeterotMarcas Ia IIb Ia IIb Ia

02 38 a 916 08 a 842 38 a 916 08 a 842 16 a 817 03

03 897 a 998 873 a 985 897 a 998 873 a 985 26 a 626 15

04 204 a 852 616 a 832 ND ND 04 a 42 02

13 46 a 94 04 a 54 46 a 94 04 a 54 ND

14 854 a 986 768 a 976 854 a 986 768 a 976 01 a 12 144

15 96 a 188 96 a 194 96 a 188 96 a 194 ND a : Intervalos das contagens obtidas na primeira amostra analisadab : Intervalos das contagens obtidas na segunda amostra analisada

ND: Microrganismo não detectado

Page 51: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 51/66

 

 

43

Discussão

Os resultados obtidos foram confrontados com os critérios

bacteriológicos determinados pela RDC nº 275 (Brasil 2005c), que dispõe

sobre o regulamento técnico de características microbiológicas para água

mineral natural e água natural.

Seis (40%) das marcas analisadas não atenderam aos padrões exigidos

(Brasil 2005c) devido às altas contagens de coliformes totais e termotolerantes

detectadas e pelo fato de a contaminação ter sido evidenciada em todas as

cinco unidades amostrais avaliadas de cada marca, quando, no máximo, uma

delas pode apresentar contaminação, desde que dentro do limite permitido.

Uma das marcas apresentou, ainda, contagem de P. aeruginosa  acima dodeterminado pela legislação, embora em apenas uma das cinco unidades da

amostra e somente na primeira análise (Tabela I).

As contagens encontradas para coliformes totais ultrapassaram o limite

superior de 2 UFC/100mL estabelecido pela RDC n° 275 em todas as marcas

em que esse grupo de microrganismos foi encontrado. A menor contagem de

coliformes totais obtida nas amostras foi de 4 UFC/100mL e a maior foi de 998

UFC/100mL (Tabela I).Conforme a RDC n° 275, a utilização de amostragem representativa,

empregada neste estudo, permite avaliar a qualidade de um lote ou partida.

Assim, os lotes avaliados das marcas identificadas com os números 2, 3, 4, 13,

14 e 15 podem ser considerados impróprios para o consumo humano.

Trabalhos semelhantes têm sido realizados no Brasil (Wendpap et al. 

1999, Nascimento et al. 2000, Alves et al. 2002, Tancredi et al. 2002, Sant’Ana

et al. 2003, Silva e Calazans 2003, Giacometti et al. 2005) e em outros paísescomo Canadá (Warburton et al. 1986), Estados Unidos (Breuer et al. 1990),

Japão (Fujikawa et al. 1997), Argentina (Tamagnini e González 1997), Taiwan

(Tsai e Yu 1997), França (Defives et al. 1999), África do Sul (Ehlers et al. 2004)

e Grécia (Venieri et al. 2005). Em muitos deles, tal como ocorreu neste estudo,

foi observada contaminação em água mineral.

A presença de coliformes totais, tal como ocorreu nesta avaliação, foi

observada em estudos realizados por Warburton et al. (1986), Wendpap et al. 

Page 52: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 52/66

 

 

44

(1999), Alves et al. (2002), Tancredi et al. (2002), Sant’Ana et al. (2003), Silva e

Calazans (2003), Venieri et al. (2006) e pelo INMETRO (INMETRO 1997).

Os coliformes fecais foram igualmente detectados nos trabalhos do

INMETRO (INMETRO 1997) e de Wendpap et al.  (1999) e Silva e Calazans

(2003). O mesmo não ocorreu nos estudos de Warburton et al. (1986),

Fujikawa et al. (1997), Tamagnini e González (1997), Tsai e Yu (1997), Alves et

al. (2002) e Ehlers et al. (2004).

A presença de P. aeruginosa  foi também observada nos estudos de

Tamagnini e González (1997), Tsai e Yu (1997), Defives et al. (1999)

Nascimento et al. (2000), Tancredi et al. (2002), Silva e Calazans (2003) e

Venieri et al. (2006). A bactéria, no entanto, não foi isolada nas análisesrealizadas por Fujikawa et al. (1997).

As bactérias heterotróficas foram encontradas em amostras de água

mineral analisadas por Breuer et al. (1990), Tsai e Yu (1997), Nascimento et al.

(2000) e Ehlers et al. (2004).

E. coli foi isolada de amostras de água mineral avaliadas por Sant’Ana et

al. (2003), mas, assim como ocorreu no presente estudo, não foi detectada nos

trabalhos de Warburton et al. (1986), Tamagnini e González (1997) e Wendpapet al. (1999).

Os enterococos não foram isolados neste e nos estudos de Fujikawa et

al. (1997), Tsai e Yu (1997) e Ehlers et al. (2004), o que não ocorreu nas

avaliações realizadas por Giacometti et al. (2005) e Venieri et al. (2006)

Os clostrídios sulfito-redutores foram isolados por Giacometti et al.

(2005), mas, como ocorreu no presente trabalho, não foram encontrados nas

amostras avaliadas por Ehlers et al. (2004).A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no ano de 2002,

realizou um estudo sobre a qualidade da água mineral comercializada em todo

o país, como parte do Programa Nacional de Monitoramento da Qualidade

Sanitária de Alimentos. Este estudo revelou resultados insatisfatórios em 75

(10%) das 715 análises realizadas (Brasil 2002). No endereço eletrônico da

Agência (Brasil 2005a) consta, ainda, uma lista de “Alimentos

Inutilizados/Advertidos” que inclui duas marcas de água mineral. Uma delas por

Page 53: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 53/66

 

 

45

ter apresentado contagem insatisfatória de coliformes totais e, a outra, por

apresentar contagem de P. aeruginosa acima dos limites permitidos por lei.

Segundo Stickler (1989), a verificação de coliformes totais na ausência

de E. coli, como ocorreu no presente estudo, pode indicar que a fonte está

sendo contaminada com águas superficiais. Neste caso, a presença de

enterococos será o indício de que os coliformes encontrados são de origem

fecal.

De acordo com Geldreich (1998), a água de escoamento superficial,

durante o período de chuva, é o fator que mais contribui para a mudança da

qualidade microbiológica da água subterrânea, podendo torná-la de risco à

saúde. Gonzalez et al. (1982), em estudo realizado no México, concluíram quea presença de coliformes nas amostras das águas dos mananciais e domicílios

estudados, teve relação direta com a presença de chuva, devido ao arraste de

excretas humanas e de outros animais. Cogger (1988) acrescenta que a

suscetibilidade da água subterrânea à contaminação, principalmente no

período de chuva, deve-se à percolação rápida dos microrganismos em sua

direção, aliada ao fato de que o nível da água, durante esse período, aproxima-

se da superfície do solo, diminuindo sua capacidade filtrante.A presença de coliformes totais em água e alimentos não é evidência

definitiva de contaminação fecal porque pertencem a este grupo bactérias cuja

origem direta não é exclusivamente entérica, uma vez que possuem

capacidade de colonização ambiental, em especial do solo. Sendo assim, a

presença de coliformes totais pode também estar relacionada a práticas

inadequadas de sanitização e processamento desses produtos, ou mesmo sua

recontaminação após estes procedimentos (Hitchins et al. 1984).Embora coliformes totais geralmente não causem doença, sua presença

indica que ocorreram falhas, as quais poderiam possibilitar a contaminação do

produto por microrganismos capazes de colocar em risco a saúde do

consumidor (Glanville 1994).

Os coliformes fecais, devido à sua baixa capacidade de colonização

ambiental, são indicadores mais eficientes de contaminação fecal, sendo sua

presença em alimentos de maior importância sanitária (Landgraf 1996).

Page 54: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 54/66

 

 

46

A presença de coliformes fecais indica sérios riscos à saúde uma vez

que vários microrganismos potencialmente patogênicos são encontrados nas

fezes, podendo provocar no consumidor diarréia, náuseas, dor de cabeça,

entre outros sintomas (Glanville 1994).

Embora não seja exigida pela legislação vigente para água mineral,

alguns estudos indicam a contagem de bactérias heterotróficas, pois, quando

presentes em contagens acima de 500 UFC/mL, podem inibir o crescimento de

coliformes em meios de cultura, mascarando sua presença (Geldreich et al.

1978). Segundo Allen et al. (2004), tal inibição ocorre em meios à base de

lactose e a realização da contagem de bactérias heterotróficas, em conjunto

com a contagem de coliformes, é necessária para determinar a real qualidademicrobiológica da água, o que pode não ocorrer quando se pesquisa somente

coliformes. Lechevallier e McFeters (1985) explicaram esse fato apontando que

coliformes requerem uma maior quantidade de nutrientes para seu crescimento

que as bactérias heterotróficas, sendo particularmente suscetíveis à

competição por nutrientes em ambientes oligotróficos como a água potável.

Neste estudo, no entanto, a presença de bactérias heterotróficas parece não

ter interferido na detecção de coliformes.O FDA  (Food and Drug Administration), órgão norte-americano que

regula alimentos e medicamentos, indica que, quando águas envasadas estão

livres de microrganismos de significado em saúde pública e são engarrafadas

de acordo com as normas de boas práticas de fabricação, a presença de

bactérias heterotróficas, parte da microbiota daquela água, normalmente não

representará risco à saúde, porque estes microrganismos não colonizam o

trato digestivo humano (Federal Register 1993)Edberg et al. (1997) destacam que as bactérias autóctones da água

mineral não apresentam fatores de virulência importantes, tornando sua

presença em água potável irrelevante para a saúde pública, exceto em caso de

indivíduos mais severamente imunocomprometidos.

A constatação da presença de P. aeruginosa  em água mineral, como

ocorreu em amostra de uma das marcas analisadas, é preocupante por vários

motivos. Este microrganismo é um importante patógeno oportunista (Leclerc e

Page 55: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 55/66

 

 

47

Moreau 2002), com capacidade de multiplicar-se em águas com conteúdo

reduzido de nutrientes (Moreira et al. 1994), podendo alterar seu sabor, cor e

turbidez (Stickler 1989). Além disso, por apresentar cápsula, P. aeruginosa 

pode colonizar equipamentos industriais, sendo um indicador da higienização

dos mesmos (Warburton e Dodds 1992). Segundo Legnani et al. (1999), a

presença de P. aeruginosa indica contaminação da fonte ou durante o envase.

Durante o período de armazenamento, a multiplicação do microrganismo pode

atingir níveis altos no produto envasado, representando risco para o

consumidor, especialmente para os que têm saúde debilitada, para crianças ou

idosos. Leclerc e Moreau (2002) destacam que a capacidade de adaptação de

Pseudomonas deve-se ao fato de que as bactérias do gênero não requeremvitaminas ou aminoácidos específicos e podem utilizar diferentes fontes de

carbono para seu crescimento, sendo comuns em águas subterrâneas.

A presença de microrganismos patogênicos ou oportunistas na água

mineral natural pode desencadear infecções mais ou menos graves,

dependendo do estado de imunidade do consumidor. Além disso, a ausência

de bactérias decorrentes de contaminação fecal não justifica a ausência de

microrganismos com poder patogênico, como P. aeruginosa , que temcondições de sobrevivência específica no meio hídrico (Nascimento 1999).

Os consumidores devem ser alertados de que a água mineral não é

necessariamente mais segura que a água encanada. Ambas podem conter os

mesmos microrganismos (Warburton 2000) e são igualmente passíveis de

contaminação (Calugay 2000).

Bridgman et al. (1995) afirmaram que o monitoramento periódico da

qualidade microbiológica da água e a observação das medidas de proteçãodas fontes privadas são fatores muito importantes para a prevenção das

doenças de veiculação hídrica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (WHO 2000), alguns

microrganismos que normalmente são de pequeno ou nenhum significado em

saúde pública podem atingir níveis elevados em águas engarrafadas. Isso

pode representar risco, uma vez que seu significado para a saúde pública pode

não estar ainda bem esclarecido, especialmente para indivíduos suscetíveis.

Page 56: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 56/66

 

 

48

Em relação às crianças com poucos anos de vida, a OMS recomenda a fervura

da água engarrafada, que não é estéril, por um minuto, antes de seu uso na

preparação de fórmulas infantis.

Estudos publicados por alguns pesquisadores endossam a preocupação

da OMS. Mavridou (1992) demonstrou que a contagem de bactérias

heterotróficas pode saltar de menos de 1 UFC/mL, no dia do envase, para

valores na ordem de 104 a 105 UFC/mL após 18 dias. Morais e da Costa (1990)

verificaram multiplicação semelhante em intervalo de 7 a 15 dias, sem

alterações significativas nas contagens posteriores. Leclerc e da Costa (1998)

observaram o mesmo aumento nas contagens, mas 3 a 7 dias após o envase.

Loy et al. (2005) verificaram aumento na densidade bacteriana da ordem de10³ para 10 5 do quinto ao nono dia após o envase, com estabilização da

contagem total de células após esse período.

Uma vez que a multiplicação de bactérias na água mineral engarrafada

foi comprovada por esses estudos e que a legislação brasileira não permite o

tratamento do produto, autorizando apenas sua filtração, é preciso adotar

práticas rigorosas para evitar sua contaminação. Conforme escreveu

Warburton (2000), a água engarrafada pode ser consumida por indivíduossuscetíveis a doenças como idosos, crianças, gestantes e

imunocomprometidos e, por esse motivo, deve ser segura.

A presença de coliformes totais e fecais, na ausência de E. coli , como

ocorreu neste estudo, não é evidência de contaminação fecal, mas indica

falhas no processamento da água mineral, que podem ser porta de entrada

para patógenos, cuja presença não é investigada. As contagens aqui obtidas

podem ter alcançado os valores encontrados na fase de armazenamento doproduto. De qualquer forma, pode-se apontar que houve falhas no

processamento, que ocasionaram uma elevada porcentagem (40%) de marcas

que podem ser consideradas impróprias para consumo humano. Assim, indica-

se uma fiscalização mais rigorosa com relação ao cumprimento das leis

vigentes, para evitar que produtos com qualidade microbiológica insatisfatória

coloquem em risco a saúde do consumidor.

Page 57: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 57/66

 

 

49

Agradecimentos 

À Vigilância Sanitária do Município de Goiânia/GO, pela colaboração na

coleta das amostras e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico – CNPq (Processo no 132126/2004-4), pelo apoio financeiro.

Page 58: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 58/66

 

 

50

Referências Bibliográficas

ABINAM - Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais 2002. Setor de

água mineral continua em franca expansão no país. Disponível em:

http://www.abinam.com.br/ed21-0609.asp. Acesso em: 24/06/2003

ABINAM - Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais 2003. A

população brasileira bebeu menos água em 2002? Disponível em:

http://www.abinam.com.br/site/mercado.asp?pg=av_05. Acesso em 24/09/04

Allen MJ, Edberg SC, Reasoner DJ 2004. Heterotrophic plate count bacteria –what is their significance in drink water? Int J Food Microbiol 92: 265-274.

Alves NC, Odorizzi AC, Goulart FC 2002. Análise microbiológica de águas

minerais e de água potável de abastecimento, Marília, SP. Rev Saúde Pública  

36(6):749-751.

APHA - American Public Health Association 1998. Standard methods for the 

examination of water and wastewater. 20th ed. Baltimore: APHA, AWWA, WEF,

1998. Part 9000, 9-1-9-115

APHA - American Public Health Association 2001. Compendium of Methods for 

the Microbiological Examination of Foods . 4th ed. APHA, Washington, DC.

Blake PA, Rosenberg ML, Florencia J, Costa JB, Quintino LP, Gangarosa EJ

1977. Cholera in Portugal. II. Transmission by bottled mineral water. Am J 

Epidemiol 105: 344-348.

Brasil 2000. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução  -  RDC

número 54 de 15 de junho de 2000. Estabelece padrões microbiológicos para

Page 59: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 59/66

 

 

51

águas minerais. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de junho de 2000.

Brasil 2002. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Programa Nacional de Monitoramento da Qualidade Sanitária de Alimentos.

Resultado da 2ª. Etapa/ Água Mineral. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/alimentos/programa/etapa2/categorias/agua.htm

Acesso em 21/09/2005.

Brasil 2005a. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Alimentos Inutilizados / Advertidos. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/inspecao/alimentos/inutilizados_advertidos.htm.Acesso em: 11/11/2005.

Brasil 2005b. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 274 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico para

Águas Envasadas e Gelo. Diário Oficial da União. Brasília, 23 de setembro de

2005.

Brasil 2005c. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 275 de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico de

Características Microbiológicas para Água Mineral Natural e Água Natural.

Diário Oficial da União . Brasília, 23 de setembro de 2005.

Breuer GM, Friell LA, Moyer NP, Ronald GW 1990. Testing of bottled waters

sold in Iowa. Disponível em:http://www.uhl.uiowa.edu/newsroom/research/bottledWater.html. Acesso em:

15/08/05.

Bridgman SA, Robertson RMP, Syed Q, Speed N, Andrews N 1995. Outbreak

of cryptosporidiosis associated with a desinfected groundwater supply.

Epidemiol Infect 115: 555-566.

Page 60: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 60/66

 

 

52

Calugay J 2000. Risk of contamination same for bottled and tap water. The

Kingston Whig-Standard Community , p.11.

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 1984.

Técnica de Abastecimento e Tratamento de Água. 2°ed.rev. São Paulo:

Cetesb. 549p

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 2002.

Parâmetros de Qualidade.  Disponível em:

www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/parametros.htm. Acesso em: 20/07/2003

Coelho DL, Pimentel IC, Beux MR 1998. Uso do método substrato cromogênico

para quantificação do número mais provável de bactérias do grupo dos

coliformes em águas minerais envasadas. Boletim do Centro de Pesquisa e 

Processamento de Alimentos 16 (1): 45-54.

Cogger C 1988. On-site septic systems: the risk of groundwater contamination.

J Environ Health 51: 12-16.

Cowman S, Kelsey R 1992. Bottled water. In: Vanderzat C, Splittstoesser DF,

editors. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods.

Washington DC, USA. American Public Health Press. p. 1031-1036.

Defives C, Guyard S, Oularé MM, Mary P, Hornez JP 1999. Total counts,

culturable and viable, and non-culturable microflora of a French mineral water:a case study. J Appl Microbiol 86: 1033-1038.

Edberg SC, Kopps S, Kontnick C, Escarzaga M 1997. Analysis of cytotoxicity

and invasiveness of heterotrophic plate count bacteria (hpc) isolated from

drinking water on blood media. J Appl Environ Microbiol  82 (4): 455–461.

Page 61: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 61/66

 

 

53

Ehlers MM, van Zyl WB, Pavlov DN, Müller EE 2004. Random survey of the

microbial quality of bottled water in South Africa. Water SA 30(2):203-210.

Eiroa MNU, Junqueira VCA, Silveira NFA 1996. Avaliação microbiológica de

linhas de capacitação e engarrafamento de água mineral. Ciênc Tecnol Aliment  

16 (2): 165-169.

FDA - U. S. Food and Drug Administration 2002. Bacteriological Analytical

Manual Online. Chapter 4. Disponível em:

http://www.cfsan.fda.gov/~ebam/bam-4.html. Acesso em: 19/09/2005.

Federal Register 1993. Quality standards for foods with no identification

standards: bottled water. 58 (192): 52042-52049.

Fleet GH, Mann F 1986. Microbiology of natural mineral water: an overview with

data on Australian waters. Food Technol Aust  38 (3): 106-110.

Fujikawa H, Wauke T, Kusunoki J, Noguchi Y, Takahashi Y, Ohta K, Itoh T1997. Contamination of microbial foreign bodies in bottled mineral water in

Tokyo, Japan. J Appl Microbiol 82: 287-291.

Geldreich E, Allen MJ, Taylor RH 1978. Interferences to coliform detection in

potable water supplies. U.S. Environmental Protection Agency . EPA-EPA570/9-

78-00C.

Geldreich EE 1998. The bacteriology of water.  Microbiology and microbial 

infections . 9th ed. London: Arnold; 1998.

Giacometti L, Mutton MJR, Amaral LA 2005. Qualidade microbiológica de

águas minerais vendidas no município de Jaboticabal, SP. Rev Hig Alimentar 

19(133): 58-62.

Page 62: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 62/66

 

 

54

Glanville T 1994. Diagnosing and solving common water-quality problems.

Disponível em: http://www.abe.iastate.edu/HTMDOCS/aen152.pdf. Acesso em:

15/05/05.

Gonzalez RG, Taylor ML, Alfaro G 1982. Estudo bacteriano del agua de

consumo en una comunidad Mexicana. Bol Oficina Sanit Panam  93:127-140.

Gonzalez C, Gutierrez C, Grande T 1987. Bacterial flora in bottled

uncarbonated mineral drinking water. Can J Microbiol 33: 1120-1125.

Grabow W 1996. Waterborne diseases: update on water quality assessmentand control. Water SA 22:193-202.

Hiluy DJ, Perdigão GO, Aragão MAP, Peixoto TJ 1994. Avaliação das águas

minerais comercializadas em Fortaleza. Rev Hig Alimentar , 8 (33): 17.

Hitchins AD, Hartman PA, Todd ECD 1984. Coliforms - Escherichia coli and its

Toxins. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. 2. ed.

Hunter PR 1993. A review: the microbiology of bottled natural mineral waters. J 

Appl Bacteriol 74: 345-352.

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial 1997. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.Água mineral em garrafões de 20L. Disponível em:

www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/garrafoes.asp. Acesso em:

17/06/2003

Issac-Marquez AP, Lezama-Davila CM, Ku-Pech RP, Tamay-Segovia P 1994.

Calidad sanitaria de los suministros de agua para consumo humano en

Campeche. Salud Publica Mex 36: 655-661.

Page 63: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 63/66

 

 

55

 

Landgraf M 1996. Microrganismos Indicadores. In: Franco BDGM, Landgraf M,

Microbiologia dos Alimentos , São Paulo:Ed. Atheneu, p. 27-31.

Leclerc H, da Costa MS 1998. The microbiology of natural mineral waters. In:

Technology of Bottled Water  (ed. D.A.G. Senior and P. Ashurst) p. 223-274.

Academic Press, Sheffield.

Leclerc H, Moreau A 2002. Microbiological safety of natural mineral water.  

FEMS Microbiol Rev 26: 207-222.

Lechevallier MW, McFeters GA 1985. Interactions between Heterotrophic Plate

Count Bacteria and Coliform Organisms. Appl Environ Microbiol 49: 1338-1341.

Legnani P, Leoni E, Rapuano S, Turin D, Valenti C 1999. Survival and growth

of Pseudomonas aeruginosa in natural mineral water: a 5-year study. Int J Food 

Microbiol 53 (2-3): 153-158.

Loy A, Beisker W, Meier H 2005. Diversity of bactéria growing in natural mineral

water after bottling. Appl Environ Microbiol  71(7):3624-32

Mavridou A 1992. Study of the bacterial flora of a non-carbonated natural

mineral water. J Appl Bacteriol 73: 355-361.

Morais PV, da Costa MS 1990. Alterations in the major heterotrophic bacterial

populations isolated from a still bottled mineral water. J Appl Bacteriol 69: 750-

757.

Moreira L, Agostinho P, Morais PV, da Costa MS 1994. Survival of

allochthonous bactéria in still mineral water bottled in polyvinyl chloride (PVC)

and glass. J Appl Bacteriol 77: 334-339.

Page 64: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 64/66

 

 

56

Nascimento MLPR 1999. Preservação da Qualidade das Águas Minerais

Naturais e Águas de Nascente.  Instituto Geológico e Mineiro. Disponível em:

http://www.igm.pt/edicoes_online/diversos/aguas/capitulo8.htm. Acesso em:

25/06/2003

Nascimento AR, Azevedo TKL, Mendes Filho NE, Rojas I, Aníbal MO 2000.

Qualidade microbiológica das águas minerais consumidas na cidade de São

Luís. Rev Hig Alimentar 14 (76): 69-72.

Sant’ana AS, Silva SCFL, Farani Junior IO, Amaral CHR, Macedo VF 2003.

Qualidade microbiológica de águas minerais. Cienc Tecnol Aliment 23:190-194.

Silva JL, Calazans GMT 2003. Avaliação bacteriológica de águas minerais

consumidas na cidade do Recife – PE.  Disponível em:

www.prac.ufpb.br/anais/anais/saude/aguasminerais.pdf. Acesso em:

02/09/2003

Stickler DJ 1989. The microbiology of bottled natural mineral waters. J Royal 

Soc Health 109: 118-124.

Tamagnini LM, González RD 1997. Bacteriological stability and growth kinetics

of Pseudomonas aeruginosa in bottled water. J Appl Microbiol  83: 91-94.

Tancredi RCP, Cerqueira E, Marins BR 2002. Águas minerais consumidas na

cidade do Rio de Janeiro: avaliação da qualidade sanitária. Disponível em:www2.rio.rj.gov.br/governo/vigilanciasanitaria/boletins/bol13.pdf. Acesso em:

19/07/2003

Tsai G, Yu S 1997. Microbiological evaluation of bottled uncarbonated mineral

water in Taiwan. Int J Food Microbiol 37:137-143.

Page 65: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 65/66

 

 

57

Thornley MJ 1960. The differentiation of Pseudomonas  from other gram-

negative bacteria on the basis of arginine metabolism. J Appl Bacteriol 23:37-

52.

USEPA - U.S. Environmental Protection Agency 2004. Monitoring and

assessing water quality. Disponível em:

www.epa.gov/OWOW/monitoring/volunteer/stream/vms511.html. Acesso em:

18/09/2005

Varnam AH, Sutherland JP 1994. Água mineral y otras aguas embotelladas. In:

Bebidas: tecnología, química y microbiología , Zaragoza: Ed. Acribia. p. 1-25.

Venieri D, Vantarakis A, Komninou G, Papapetropoulou M 2006.

Microbiological evaluation of bottled non-carbonated (“still”) water from

domestic brands in Greece. Int J Food Microbiol  Mar 1;107(1):68-72

Warburton DW, Peterkin PI, Weiss KF, Johnston MA 1986. Microbiological

Quality of Bottled Water Sold in Canada. Can J Microbiol 32: 891-893.

Warburton DW, Dodds KL 1992. A review of the microbiological quality of

bottled water sold in Canada between 1981 and 1989. Can J Microbiol 38: 12-

19.

Warburton DW 2000. The Microbiological Safety of bottled Waters. In: Farber J

M, Ewen ED Todd (eds.), Safe handling of foods . Marcel Dekker Inc. New York.

Wendpap LL, Dambros CSK, Lopes VLD 1999. Qualidade das águas minerais

e potável de mesa, comercializadas em Cuiabá-MT. Rev Hig Alimentar 

13(64): 40-44.

Page 66: AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL

5/10/2018 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE ÁGUA MINERAL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-microbiologica-de-amostras-de-agua-mineral 66/66

 

 

58

WHO - World Health Organization 2000. Bottled drinking water. Disponível em:

www.who.int/mediacentre/factsheets/fs256/en/print.html. Acesso em

12/08/2005.

WHO - World Health Organization 2001. Guidelines for Drinking-Water Quality

(2nd edn.). Vol 1: Microbiological Methods. World Health Organization, Geneva.