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LUCIANO NATIVIDADE CARDOSO AVALIAÇÃO IN VITRO DA IRRADIAÇÃO COM LASER DE Nd:YAG E Er:YAG NO SELAMENTO RADICULAR, VARIANDO-SE O CIMENTO OBTURADOR DO SISTEMAS DE CANAIS RADICULARES São Paulo 2009

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LUCIANO NATIVIDADE CARDOSO

AVALIAÇÃO IN VITRO DA IRRADIAÇÃO COM LASER DE Nd:YA G E

Er:YAG NO SELAMENTO RADICULAR, VARIANDO-SE O CIMENT O

OBTURADOR DO SISTEMAS DE CANAIS RADICULARES

São Paulo 2009

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Luciano Natividade Cardoso Avaliação in vitro da irradiação com laser de Nd: YAG e Er:YAG no

selamento radicular, variando-se o cimento obturado r do sistemas

de canais radiculares

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para obter o título de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas. Área de Concentração: Endodontia Orientador: Prof. Dr. João Humberto Antoniazzi

São Paulo 2009

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Catalogação-na-Publicação Serviço de Documentação Odontológica

Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo

Cardoso, Luciano Natividade

Avaliação in vitro da irradiação com laser de Nd:YAG e Er:YAG no selamento radicular, variando-se o cimento obturador do sistemas de canais radiculares/ Luciano Natividade Cardoso; orientador João Humberto Antoniazzi. -- São Paulo, 2009.

139p. : fig., tab., graf.; 30 cm. Tese (Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.

Área de Concentração: Endodontia) -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

1. Laser (Odontologia) – Endodontia – Avaliação 2. Selamento radicular 3. Endodontia

CDD 617.6342 BLACK D24

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,

DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.

São Paulo, ____/____/____

Assinatura:

E-mail:

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Cardoso LN Avaliação in vitro da irradiação com laser de nd: yag e er:yag no selamento radicular, variando-se o cimento obturador do sistemas de canais radiculares [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2009. São Paulo, __/__/____

Banca Examinadora

1) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________

Titulação: _________________________________________________________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________________

2) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________

Titulação: _________________________________________________________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________________

3) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________

Titulação: _________________________________________________________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________________

4) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________

Titulação: _________________________________________________________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________________

5) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________

Titulação: _________________________________________________________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________________

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DEDICATÓRIA

À Rosana, minha esposa , com amor, admiração e gratidão por sua compreensão,

carinho, presença e incansável apoio ao longo da minha vida.

Amor igual ao teu eu nunca mais terei, amor que não se pede............

(Cidade Negra) Ao meu irmão, Fabiano Natividade Cardoso , todos os adjetivos possíveis e

imagináveis, seriam poucos para qualificar a amizade, companherismo,

cumplicidade e amor fraternal que sempre nos uniu.

Ao meu Pai, Claudio , meu exemplo de honestidade, caráter, humildade, fé, luta

com dignidade, enfim minha referência de vida.

A minha querida e saudosa Mãe, Imaculada ,.............

quanta saudade dos teus conselhos, das tuas palavras de otimismo e de coragem

meu ícone de luta pela vida, até o último segundo........

o tempo apenas diminui a intensidade da dor da tua ausência entre nós, mas a

certeza da tua presença eterna , me faz prosseguir.

Os bons sempre vão embora cedo demais...........

(Renato Russo)

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Ao meu Orientador e sempre ídolo da minha vida endodôntica, Professor Doutor

João Humberto Antoniazzi.

Aos meus grandes amigos e exemplo de vida acadêmica, Professores Doutores

Giulio Gavini e Celso Caldeira

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AGRADECIMENTOS

A Professora. Doutora Silvana Cai pela elaboração deste trabalho.

A Doutora Adriana Ribeiro pela ajuda na parte laboratorial.

Aos funcionários dos laboratórios de endodontia Luizinho Kleber e Aldo pela

sempre cordial amizade.

A secretária Ana Maria da disciplina de endodontia pela sempre disponibilidade e

amizade.

Aos Professores da Disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia da

Universidade de São Paulo, pela amizade e convivência científica compartilhada.

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Endodontia (Karla Baumotte Claudia

Carreira Leonardo Gonçalves Guilherme Eliane Cesinha ,Thiago Brum Cristiane

Gabriela Andreza Daniele Carla e Isabela) pela amizade e companheirismo.

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Aos funcionários da biblioteca da FOUSP.

Ao técnico do laboratório de microbiologia das Faculdades Metropolitanas Unidas

Jessé pelo auxílio orientação coleguismo e amizade.

Aos Professores da FMU Ricardo Martuci e José Eduardo Pelizon Pelino pela

sempre cordial amizade e disponibilidade em ajudar.

Aos meus amigos e Professores do curso de especialização em endodontia da FMU

Mariana Danieli Paulo Eduardo e Leonardo .

A minha grande amiga e doutoranda Danieli Colaço pela sua ajuda imensurável na

confecção deste trabalho.

Aos meus verdadeiros amigos de ‘USP” Cacio de Moura Neto e Leonardo

Gonçalves.

Aos representantes comerciais e amigos Luiz Vieira e Ricardo pela doação de

materiais utilizados neste trabalho.

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Ao gerente nacional de vendas Enneo Camargo da Ultradent do Brasil pela doação

de materiais utilizados neste trabalho

A Marina Bello pelo auxilio e irradiação dos corpos de prova

Ao Lelo USP pela autorização e disponibilidade dos aparatos de laser.

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“Se um homem tem um talento e não tem capacidade de usá-lo, ele fracassou. Se

ele tem talento e usa somente a metade deste, ele fracassou parcialmente. Se ele tem

um talento e de certa forma aprende a usá-lo em sua totalidade, ele triunfou

gloriosamente e obteve uma satisfação e um triunfo que poucos homens conhecerão”.

Thomas Wolfe

“Tempo é uma das coisas mais indefiníveis e paradoxais: o passado já se foi, o

futuro ainda não chegou e o presente se torna o passado, mesmo enquanto procuramos

defini-lo, e, como se fosse um relâmpago, num instante existe e se extingue”.

Colton

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Cardoso LN. Avaliação In vitro da irradiação com laser de Nd:YAG e Er:YAG no selamento radicular, variando-se o cimento obturador do sistemas de canais radiculares [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2009.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a influência da irradiação com lasers de alta

intensidade antes da obturação de canais radiculares com cimentos endodônticos

resinosos no selamento lateral. Dentes permanentes humanos (n=36) foram

endodonticamente tratados e, então, divididos aleatoriamente em nove grupos

experimentais (n=4), de acordo com o tratamento dentinário subsequente. Os grupos

foram: G1(N-Rickert/sem laser) ; G2(Epiphany SE®/sem laser); G3(EndoREZ®/sem

laser); G4(N-Rickert/laser Nd:YAG); G5(Epiphany SE®/laser Nd:YAG); G6

(EndoREZ®/ laser Nd:YAG); G7(N-Rickert/laser Er:YAG); G8(Epiphany SE®/laser

Er:YAG)e G9 (EndoREZ®/ laser Er:YAG).Os parâmetros utilizados para o lasers

foram: laser de Nd:YAG (1,5 W, 100 mJ, 15 Hz) e laser de Er:YAG (1 W, 100 mJ, 10

Hz). Todos os dentes foram obturados pelo mesmo operador, utilizando a técnica do

cone único para os elementos obturados com os cimentos resinosos e cones

múltiplos quando utilizado o cimento de N-Richert. Os cimentos estudados foram

preparados conforme as instruções dos fabricantes. Após decorrido o tempo de

espera de pressa total de todos os cimentos obturadores os espécimes tiveram sua

superfície radicular impermeabilizada com Araldite, em toda a sua extensão. Tubos

de microcentrífuga de 1,5 mililitros foram cortados em uma das extremidades e o

dente foi inserido até que o ápice ficasse localizado externamente. O espaço

existente entre a superfície radicular e o tubo de microcentrífuga foi selado com

Araldite, esse selamento proporcionou o vedamento da porção inferior do tubo.

Após isto os conjuntos foram submetidos processo de esterilização por óxido de

etileno a uma temperatura de 56ºC por quatro horas. Os tubos foram imersos em

vidros tipo penicilina que continham 5ml de BHI previamente estéreis. Colônias de

Enterococcus faecalis foram semeadas dentro dos tubos, para observar ou não a

percolação marginal dos cimentos estudados através da turvação do meio de

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cultura, por um período de 45 dias. Observou que os dentes dos G1, G3 e G8 0% de

contaminação, G4, G5 e G6 50% de espécimes contaminadas, G2 e G9 75% de

elementos contaminados e G7 100% dos espécimes contaminados após o período

de avaliação.

Palavras-Chave: Selamento radicular – Cimentos resinosos – Lasers em alta

intensidade – Endodontia

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Cardoso L.N. In vitro evaluation of the Nd:YAG and Er:YAG lasers irradiation on the root sealing with different root canal filling cement [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2009.

ABSTRACT

The aim of this in vitro study was to analyze two high power lasers irradiation effects

before the root canal filling procedure with resin endodontic cements on the lateral

sealing. Thirty-six permanent human molars were endodontically treated and

randomly assigned in nine experimental groups (n=4) according with the subsequent

dentin treatment. The groups were as follows: G1 (N-Rickert); G2 (Epiphany SE®);

G3 (Endo REZ®); G4 (N-Rickert / Nd:YAG laser irradiation); G5 (Epiphany SE® /

Nd:YAG laser irradiation); G6 (EndoREZ® / Nd:YAG laser irradiation); G7 (N-Rickert

/ Er:YAG laser irradiation); G8 (Epiphany SE® / Er:YAG laser irradiation) and G9

(EndoREZ® / Er:YAG laser irradiation). The laser parameters used were: Nd:YAG

laser (1064 nm) at 1.5W, 100 mJ, 15 Hz; and Er:YAG laser (2940 nm) at 1.0 W, 100

mJ, 10Hz. All the teeth were filled by the same operator using the single cone

technique for the elements filled with resin cements and multiple cones when the N-

Rickert cement was used. The analyzed cements were prepared following the

manufacturers’ recommendations. After the waiting and total setting time of all the

root canal filling materials all the samples were coated along their root surfaces with

Araldite®. Micro centrifuge tubes of 1.5 ml were cut in one of the edges and the

samples were introduced until their apexes were externally located. The space

between the root surface and the micro centrifuge tubes was sealed with Araldite® in

order to seal the inferior tube portion. Following this, all samples were sterilized by

ethylene oxide at a temperature of 56oC for four hours. The tubes were immersed in

penicillin glasses with 5 ml of BHI previously sterilized. Enterococcus faecalis

colonies were sought inside the tubes in order to observe a possible marginal

percolation of the studied cements through a culture media turbidity process for a

period of 45 days. It was possible to observe after the evaluation period an absence

of contamination (0%) on samples from G1, G3 and G8; 50% of contamination on

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samples from G5 and G6; 75% of contamination on samples from G2 and G9 and

100% of contamination on samples from G7.

Keywords: root canal sealing, resin cements, high power lasers, endodontics

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LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 - Ponteira de aplicação do laser de Nd:YAG............................................70 Figura 4.2 - Aparelho de laser de Nd:YAG................................................................70 Figura 4.3 - Aparelho de laser de Er:YAG ................................................................71 Figura 4.4 - Ponteira de aplicação do laser de Er:YAG ...........................................72 Figura 4.5 - Cimento obturador EndoREZ ................................................................75 Figura 4.6 - Cimento obturador Epiphany ................................................................75 Figura 4.7 - Seringa Skini .........................................................................................75 Figura 4.8 - Agulhas Navitipis ..................................................................................76 Figura 4.9 - Ponta Capillary .....................................................................................76 Figura 4.10 Cimento de N-Rickert ...........................................................................76 Figura 4.11- Polimerização através de LED dos sistemas obturador de cones e

cimentos resinosos ...............................................................................77 Figura 4.12- Raízes dos espécimes impermeabilizadas com araldite ......................77 Figura 4.13- A e B – Esquema da montagem da raiz dental no tubo de

microcentrífuga: (A) Corte do tubo; (B) Inserção da raiz dental ............78 Figura 4.14 Câmera de fluxo laminar .....................................................................79 Figura 4.15 Esquema do aparato experimental .....................................................80

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Figura 4.16 Aparato após a inserção do Enterococcus faecalis .............................81 Figura 4.17 (A) Aparato sem turvação; (B) Aparato com turvação .........................83 Figura 5.1 (A) Aparato sem turvação; (B) Aparato com turvação .........................85

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1 - Porcentagem do números de amostras contaminadas após 45 dias de avaliação 85

Gráfico 5.2 - Valores de infiltração nos diferentes grupos avaliados .......................90 Gráfico 6.1 - Número de amostras sem infiltração nos grupos não irradiados ......104

Gráfico 6.2 - Diferença dos valores de infiltração variando-se o tratamento da

superfície radicular interna e usando o Epiphany SE® ......................109 Gráfico 6.3 - Diferença dos valores de infiltração variando-se o tratamento da

superfície radicular interna e usando o EndoREZ .............................111

Gráfico 6.4 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o N-Rickert ............................................................112

Gráfico 6.5 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o EndoREZ..............................................................113

Gráfico 6.6 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o Epiphany SE® ......................................................113

Gráfico 6.7 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG usando o Epiphany SE® ......................................114

Gráfico 6.8 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG usando o EndoREZ .............................................115

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LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 - Número de espécimes avaliados nos diferentes grupos irradiados ou não ......................................................................................................86

Tabela 5.2 - Número de elementos dentais que apresentaram infiltração nos

diferentes grupos, durante o período de avaliação (45dias) ................87 Tabela 5.3 - Número de espécimes que sofreram infiltração a cada período de 15

dias ......................................................................................................89

Tabela 6.1 - Comparativa de infiltração entre G1,G2 e G3 ....................................103 Tabela 6.2 - Amostragem após aplicação de laser Nd:YAG e uso de N-Rickert ...105 Tabela 6.3 - Amostragem após aplicação de laser Er:YAG e uso de N-Rickert ....106 Tabela 6.4 - Números de espécimes infiltradas após o uso do laser Nd:YAG,

variando o cimento resinoso .............................................................107 Tabela 6.5 - Amostragem de melhora na infiltração após uso de laser Er:YAG

seguido do Epiphany SE® .................................................................108 Tabela 6.6 - Números de espécimes infiltradas após o uso do laser Er:YAG e

usando o cimento EndoREZ .............................................................110

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

Er:YAG laser de Érbio Ítrio Alumínio Granada

HILT high-intensity laser therapy—laser terapia de alta intensidade

LED light emission diode

min minutos

NaOCl hipoclorito de sódio

Nd:YAG laser de Neodímio Ítrio Alumínio Granada

PQC preparo químico-cirúrgico

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LISTA DE SÍMBOLOS

oC graus Celsius

K graus Kelvin

nm nanômetro

mW miliwatt

mm milímetro

J/cm2 joule por centímetro quadrado

mg/kg miligrama por kilograma

g grama

µm micrometro

mm/s milímetro por segundo

λ comprimento de onda

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µL microlitro

J joule

W/cm2 watt por centímetro quadrado

mL mililitro

mW/cm2 miliwatt por centímetro quadrado

mJ milijoule

Kgy kilogray

Kgy/h kilogray por hora

u.f.c/mL unidade formadoras de colônia por mililitro

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SUMÁRIO

p.

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 21

2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 23

2.1 Materiais utilizados para obturação endodôntica ...................... 24

2.2 Uso da irradiação a laser em Endodontia ................................... 41

2.3 Métodos de análise da capacidade seladora dos c imentos

endodônticos ..................................................................................... 50

3 PROPOSIÇÃO ................................................................................... 60

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 61

5 RESULTADOS ................................................................................... 84

6 DISCUSSÃO ...................................................................................... 91

7 CONCLUSÕES ................................................................................ 117

REFERÊNCIAS ................................................................................... 118

ANEXOS ............................................................................................. 137

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1 INTRODUÇÃO

A Odontologia, por meio de inúmeros avanços tecnológicos e científicos

ocorridos nas últimas décadas, vem possibilitando cada vez mais a preservação dos

dentes na cavidade bucal.

Nesse aspecto, a Endodontia apresenta grande destaque, contribuindo

imensamente, por meio do tratamento dos canais radiculares, para a manutenção do

elemento dental e permitindo o seu retorno às atividades funcionais e estéticas.

O sucesso do tratamento endodôntico está intimamente relacionado com a

atenção dada às diversas fases que o compõem, sendo todas interdependentes e de

extrema importância. Entretanto, o estabelecimento do total selamento do sistema

de canais radiculares representa aspecto fundamental para o bom êxito da terapia

endodôntica.

A obturação hermética e tridimensional do sistema de canais é um dos

principais objetivos da terapia endodôntica e visa eliminar qualquer comunicação

entre o meio externo e o interior do sistema de canais, de modo a impedir a

passagem de fluidos e microorganismos e seus metabólitos do periápice e da

cavidade bucal para o interior do sistema endodôntico e deste, em trocas

constantes, para os tecidos periapicais.

A adequada obturação, principalmente do terço apical, representa fator

condicionante ao isolamento do canal, permitindo a instalação dos mecanismos de

reparação biológica e determinando o almejado sucesso do tratamento.

Não obstante às incessantes pesquisas desenvolvidas nesse âmbito,

nenhuma das técnicas obturadoras empregadas atualmente provê o selamento

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marginal apical ideal, isolando completamente o sistema de canais radiculares do

meio externo e este, por sua vez, do meio interno.

A incessante busca de novos materiais e técnicas de obturação continua

sendo alvo de pesquisas no campo da Endodontia. Destarte, qualquer método ou

recurso que concorra para elevar a qualidade do selamento apical da obturação

endodôntica será de grande valia.

Nessa ordem de idéias, vale referir o potencial emprego da irradiação laser

para tal propósito. O crescente uso da terapia laser como recurso auxiliar,

especialmente do laser de Nd:YAG e , Er:YAG vem ocorrendo em Endodontia

devido à propriedade que sua irradiação apresenta em permitir a sua transmissão

através de flexíveis fibras ópticas, atingindo o interior do canal principal. Para mais,

suas propriedades de redução da contaminação microbiana, no interior do sistema

de canais radiculares têm indicado sua utilização clínica como valioso coadjuvante

no tratamento endodôntico.

O laser de Nd:YAG promove a fusão e recristalização da matriz de dentina,

criando uma nova estrutura de cristais de menor permeabilidade. Este efeito faz

supor seu uso em nível apical do canal radicular, previamente à obturação, a fim de

incrementar o selamento desta área.

Por outro lado, o laser de Er:YAG tem a capacidade de aumentar a

permeabilidade dentinária, devido a remoção de magma dentinário.

No sentido de verificar tais suposições, pesquisas devem ser realizadas a fim

de investigar os efeitos da irradiação do laser de Nd:YAG e Er:YAG no selamento

marginal apical das obturações do sistemas de canais radiculares.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

O objetivo maior da terapia endodôntica é a devolução do dente às

condições normais para o desempenho de suas funções estéticas e funcionais.

Assim, dentro das diferentes fases do tratamento endodôntico a obturação

do sistema de canais radiculares é a etapa final da terapia, buscando um selamento

hermético com materiais compatíveis aos tecidos periapicais, prevenindo a atuação

de agentes irritantes à região periapical, garantindo assim, a reparação biológica e

retorno do dente ao desempenho de suas funções normais.

Para Grossman (1962) o próximo passo importante na prática da

endodontia será lograr uma obturação do sistema de canais radiculares mais

simples, segura e com maior precisão.

Para Prokopowitsch et al. (1982) aos materiais obturadores tem sido

conferida importância decisiva na reparação pós-tratamento endodôntico, e tem se

relegado outras fase do tratamento, mais importantes. Assim propôs estudar a

desinfecção do conduto radicular a fim de realçar seu valor comparativamente com à

da obturação. Deste modo, para a presente investigação foram selecionados

pacientes portadores de dentes com lesões periapicais discerníveis

radiograficamente. Os dentes nestas condições foram abertos, instrumentados e

medicados acorde Paiva e Antoniazzi (1991). Pela proservação realizada a cada

trinta dias, foi possível verificar a regressão das lesões que os dentes estudados

eram portadores, sem a obturação do sistema de canais radiculares.

A qualidade final da obturação depende da qualidade do selamento

conseguido. Obturações herméticas inibem a infiltração do exsudato da região

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periapical, evitando a reinfecção, ao impedir que os microrganismos se abriguem no

entremeio do material obturador e da parede dentinária, propiciando ainda uma

condição biologicamente favorável à reparação (ANTONIAZZI, 1982; DE DEUS,

1992).

2.1 Materiais utilizados para obturação endodôntica

O maior objetivo dos endodontistas é promover uma obturação completa e

tridimensional do sistema de canais radiculares (SCHILDER, 2006), com um material

que promova selamento hermético e seja biocompatível aos tecidos periapicais

(JACOBSON et al., 2002).

Ao longo da história da endodontia é comum a observação da procura

incessante de um material obturador ideal que preencha por completo todos os

requisitos necessários tais como: fácil manipulação, insolúvel aos fluidos orgânicos,

ser bacteriostático, bom tempo de trabalho, ser radiopaco, não manchar o dente, de

fácil remoção, alto escoamento, adesividade e estabilidade. Para se obter êxito no

resultado final da terapia endodôntica, é necessário que se tenha um completo

selamento tridimensional do sistemas de canais radiculares, evitando que possa

ocorrer qualquer comunicação entre o meio interno e externo do dente, impedindo

assim que ocorra a penetração de microrganismos e suas toxinas, via coronária ou

apical (DE MOOR et al., 2000; JIMENEZ-PINZON et al., 2004; MADARATI et al.,

2008; SEGURA-EGEA et al., 2004; SJOGREN et al., 1990).

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A obturação é a fase final do tratamento endodôntico e apresenta grande

importância, já que aproximadamente 60% dos insucessos do tratamento

endodônticos são atribuídos à obturação insatisfatória dos canais radiculares

(BROSCO, 2006; DAVALOU;GUTMANN;NUNN, 1999).

Apesar de existirem muitas técnicas para a obturação, todas elas têm como

objetivo básico, promover um selamento hermético do sistema de canais radiculares

(LEONARDO, 2005).

Basicamente, a grande maioria dos sistemas de obturação consiste na

associação de um material sólido em forma de cone, que confere a estabilidade

dimensional da obturação, envolto por um cimento, que preenche as irregularidades

anatômicas e promove o selamento e a adaptação com a parede dentinária

(SOARES; GOLDBERG, 2001). Historicamente, diversos materiais obturadores já

foram propostos e avaliados na literatura com a premissa de promover o

preenchimento ideal do espaço endodôntico.

Os estudos de Bowman com a guta-percha em 1987 tornaram-na o material

mais utilizado e aceito para obturação dos canais radiculares (LEONARDO, 2005)

devido as suas propriedades físicas, químicas e biológicas (FIGUEIREDO;

ESTRELA, 1999), permitindo o seu uso nas diferentes técnicas de obturação.

A guta-percha tem sido empregada na obturação devido á sua

biocompatibilidade, estabilidade dimensional, adaptação as paredes do canal

radicular e facilidade de inserção. Alem dessas vantagens, não promove alteração

na coloração do dente e pode ser amolecida por solventes ou pelo calor (BROSCO,

2006; FIGUEIREDO; ESTRELA, 1999, JURACAK et al., 1992; KARDON et al., 2003;

SCHILDER, 1967).

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Em contrapartida, não há um consenso na literatura quanto ao cimento

endodôntico que possua as melhores propriedades físicas, químicas e biológicas,

tornando-se difícil a eleição do material ideal. Inúmeros cimentos já foram e

continuam sendo desenvolvidos e comercializados, em uma constante busca por um

produto que alcance e mantenha o perfeito selamento endodôntico aliado a uma boa

tolerância tecidual (ADANIR; COBANKARA; BELLI, 2006; XU et al., 2005).

Para que se faça o vedamento dos canais radiculares é de grande

importância escolher um cimento que apresente certas propriedades esperadas,

como estabeleceu Fisher em 1927 e foi complementando por inúmeros autores

(BERBERT et al., 1980; LEAL et al., 1988; SENGUN; HASAN, 2005, TIMPAWAT;

AMORNCHAT; TRISUWAN, 2001). Dentre boas propriedades biológicas: apresentar

boa tolerância tecidual, ser reabsorvido no periapice, em casos de extravasamentos

acidentais, estimular ou permitir a deposição do tecido mineralizado no nível do

ápice e ter ação antimicrobiana. Dentre as propriedades físico-químicas: ser de fácil

remoção, ser plástico no momento da inserção, tornando-se sólido posteriormente,

possuir um bom tempo de trabalho, possuir bom escoamento, possuir boa

viscosidade e aderência, não ser solubilizado dentro do canal radicular, ser

radiopaco, não manchar as estruturas dentais, ser passível de esterilização, ser de

fácil remoção e promover um bom selamento.

Devido às suas boas propriedades físicas e sua popularidade na

Odontologia esta busca iniciou-se com os cimentos à base de óxido de zinco, ainda

hoje em maior número no mercado, (CAMPS et al., 2004; MARKOWITZ et al., 1992).

O Endofill é um cimento à base de óxido de zinco e eugenol, que apresenta

propriedade físico-químicas desejáveis, mas quando extravasado acidentalmente,

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provoca uma resposta inflamatória nos tecidos periapicais (BARBOSA; ARAKI;

SPANGBERG, 1993, LEAL et al., 1988).

Estudos com cimentos que apresentam em sua formulação a presença de

prata, também foram amplamente estudados durante décadas, e são ainda alvos de

discussão quanto as sua efetividades em relação as propriedades de um material

obturador ideal.

Estudou-se o efeito antimicrobiano de diferentes cimentos obturadores

empregados em Endodontia: Sealapex®, Sealer 26®, Sealer Plus®, Endofill® e N-

Rickert, empregando o método de difusão em ágar. Os microrganismos empregados

foram Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Enterococcus faecalis (ATCC 29212),

Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Bacillus subtilis (ATCC 6633), Candida

albicans (ICB/USP-562), bem como testamos a mistura desses microrganismos. A

comprovação prévia da pureza das culturas foi feita pelo método de Gram. Em

seguida, em trinta placas do tipo Petri contendo BHI ágar, confeccionou-se três

cavidades com 4 mm de profundidade por 4 mm de diâmetro. Após o preparo dos

cimentos, as cavidades foram completamente preenchidas com os cimentos

obturadores, respeitando as condições assépticas. As placas foram incubadas a 37

oC por 48 horas, atendendo às exigências respiratórias dos microrganismos. As

leituras das zonas de inibição - difusão microbiana foram efetuadas, após o período

de incubação. Amostras das zonas de difusão - inibição foram removidas de cada

placa, imersas em 7 ml de caldo BHI e incubadas a 37 oC por 48 horas. Os

resultados mostraram que os cimentos Sealapex®, N-Rickert e Endofill®

evidenciaram apenas zonas de difusão. Para o Sealer 26® observou-se zonas de

difusão para todos os microrganismos e zonas de inibição para Pseudomonas

aeruginosa e Candida albicans. O Sealer Plus® mostrou ausência de zonas de

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difusão para Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans, e presença de zonas de

inibição para Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e para a mistura. A cultura de

Enterococcus faecalis foi resistente a todos os cimentos (CARRASCOZA, 2000).

Foi avaliado in vitro o efeito antimicrobiano dos cimentos Rickert,N-Rickert e

Sealer 26 frente a Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans, Streptococcus

salivarius, Candida albicans e microrganismos bucais coletados do sulco gengival de

pacientes com periodontite crônica. Os resultados demonstraram atividade

antibacteriana para todos os cimentos. O N-Rickert apresentou maior inibição de

crescimento para Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans e Candida albicans,

enquanto o cimento Sealer 26 inibiu mais o crescimento dos microrganismos bucais

e Streptococcus salivarius (CRUZ et al., 2001).

Comparando-se in vitro, a eficácia de três cimentos endodonticos (Sealer

26, N-Rickert e RSA Roeko Seal Automix) quanto ao selamento marginal do terço

apical,foram selecionados vinte e um dentes humanos, preparados

endodonticamente, sendo que, o preparo apical foi realizado com lima de calibre 40.

Em seguida, 3 grupos foram obtidos com 7 dentes cada: G1 - obturados com Sealer

26; G2 - com N-Rickert e G3 - com RSA Roeko Seal AutomiX. Estes foram

obturados com cones de guta percha e os respectivos cimentos. Em

prosseguimento, todas as raízes foram impermeabilizadas com cianoacrilato de etila

e, submersos em azul de metileno a 0,5% com pH 7,2 por 72 horas. Posteriormente,

os dentes foram seccionados, longitudinalmente, no sentido mésio-distal e

mensurou-se a penetração do corante na interface entre o cone e a dentina. Como

resultado foi observado que não houve diferença estatisticamente significante ao

nível de 5% entre os três cimentos obturadores quanto ao índice de percolação

apical. Concluindo-se que os cimentos à base de resina epóxica (Sealer 26 e RSA)

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apresentam menor infiltração apical, porém tal diferença não é estatisticamente

significante ao nível de 5 % (CARDOSO et al., 2004)

Avaliou-se a capacidade antimicrobiana dos cimentos obturadores de canal:

N-Rickert, Sealapex, AH Plus e também do Agregado Trióxido Mineral (MTA) e

Cimento de Portland. O método utilizado foi a difusão em Ágar, em placas

previamente inoculadas com os seguintes microorganismos: C. albicans, S. aureus,

E. faecalis, E. coli. A leitura do diâmetro do halo de inibição do crescimento

microbiano foi realizada, após 24 horas de incubação, em estufa a 37°C. De acordo

com a metodologia empregada, foi possível concluir que: somente os cimentos

obturadores AH Plus e N-Rickert apresentaram atividade antimicrobiana contra C.

albicans, S. aureus e E. coli; não foi observada atividade antimicrobiana no cimento

de Portland, MTA e Sealapex. O cimento N-Rickert apresentou halos de inibição

maiores variando de 8 a 18 mm. O microorganismo E. faecalis foi resistente contra

todos os cimentos testados (MIYAGAK, 2006).

Constante em 2007, avaliou a radiopacidade de diferentes cimentos

endodônticos através do Sistema de Radiovisiografia - RVG-ui, com as ferramentas

do próprio sistema, no intuito de facilitar a interpretação radiográfica. Materiais e

Métodos - Cinco amostras de cimentos - N-Rickert (Fórmula e Ação), Intrafil/

(SSWhite), AH Plus (Dentsply), Endorez (Ultradent) e Epiphany (Pentron) foram

radiografadas em um sistema de radiografia digital direta - o RVG-ui (Trophy

Radiologie, França). As imagens digitais foram então examinadas por ferramentas

fornecidas pelo próprio sistema, a análise densitométrica em número de pixels e dos

pontos de equidensidade em cores, comparando os resultados fornecidos por elas

Resultados - Todos os cimentos apresentaram uma radiopacidade superior a aquela

requeridas pela norma ISO 6876 - 2001. A diferença entre os resultados foi

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pequena, mostrando que, clinicamente, seria difícil a diferenciação entre as

amostras. No entanto, a comparação dos resultados mostrou que os cimentos N-

Rickert e Epiphany apresentaram maior e menor radiopacidade, respectivamente, e

o Endorez a menor homogeneidade.

Formulações de cimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio foram

propostas, baseado em suas propriedades biológicas e reparativas, como a indução

de um selamento biológico pela deposição de tecido calcificado na região apical.

Porem, sabe-se que qualquer efeito terapêutico desse cimento depende da

dissociação iônica do cimento, implicando na solubilização do mesmo e conseqüente

perda no selamento (LEE et al., 2002; MC MICHEN et al., 2003).

Na constante procura do material obturador ideal, analisou-se também o

desempenho de cimentos de ionômero de vidro como selador endodôntico, devido à

capacidade de se aderir à estrutura dentária, alcançando bons resultados como

material restaurador (LEE et al., 2002; MCMICHEN et al., 2003; YOSHIDA et al.,

2000). Tal adesão baseia-se na interdifusão de compostos ionoméricos entre as

fibras colágenas expostas pelo ácido poliacrílico e na interação iônica entre os

grupos carboxílicos do ácido poliacrílico com os íons cálcio da hidroxiapatita, que

permanece ligada às fibras colágenas (VAN MEERBEEK et al., 2003; VAN

MEERBEEK et al., 1992; YOSHIDA et al., 2000).

Seguindo a mesma linha de pesquisa, na qual adesão à estrutura dentária e

selamento são diretamente proporcionais, desenvolveu-se também cimentos à base

de resina, primeiramente, epóxica. Estes cimentos obtiveram promissores resultados

em relação aos demais já existentes, desde a fórmula do AH26™ e agora

consagrados com o sucessor AH Plus™ (LEE et al., 2002;

LIMKANGWALMONGKOL; ABBOTT; SANDLER, 1992; ZMENER et al., 1997). Os

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cimentos à base de resina epóxica têm característica hidrofóbica, compostos por

bisfenol A e F. Apesar da sua boa capacidade de vedamento e escoamento, estudos

de biocompatibilidade mostram índices não concordantes de citotoxicidade variando

de leve a severo (BOUILLAGUET et al., 2006; ELDENIZ et al., 2007; ERSEV et al.,

1999; LODIENE et al., 2008; GRECCA; FACHIN, 2009; SHIPPER et al., 2005;

SOUSA et al., 2006). Entretando, o que mais preocupa é o conhecimento da

liberação de formaldeído e paraformaldeído por estes cimentos, substâncias

classificadas como pró-carcinogênicas pela IARC (International Agency for Research

on Cancer) (COGLIANO et al., 2004; LEONARDO et al., 1999; SPANGBERG;

BARBOSA; LAVIGNE, 1993).

O AH Plus é um cimento endodôntico desenvolvido a partir das resinas tipo

epóxi-aminas com boas propriedades físico-químicas como estabilidade

dimensional, radiopacidade, constância de volume, baixa concentração, capacidade

seladora, resistência e adequado escoamento (AL-KHATAR; KUNZELMANN;

HICKEL, 1995).

Além dessas propriedades, esse cimento possui boa adesividade às

paredes do canal radicular, segundo um estudo in vitro, feito por Wu et al., em 1997,

a partir de um modelo de transporte fluido para a avaliação da infiltração em 100

caninos humanos previamente obturados. Ao comparar esse cimento com o Apexit,

à base de hidróxido de cálcio e com o Ketac-Endo, à base de ionômero de vidro, os

autores constataram que ele apresentou o melhor selamento marginal.

Camps e Pashley (2003) compararam a capacidade seladora dos cimentos

Kerr Pulp Canal Sealer, Sealapex, AH Plus e Ketac-Endo empregando 3

metodologias diferentes de análise de infiltração (infiltração do corante azul de

metileno, a filtragem de fluidos e um método pelo qual das raízes são dissolvidas em

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ácido nítrico para a remoção do corante, antes de ler a absorbância da solução). O

Sealapex apresentou os maiores níveis de infiltração em relação aos outros

cimentos estudados em 2 metodologias de análise (filtragem de fluidos e remoção

do corante). Não houve diferença estatisticamente significante entre os cimentos AH

Plus, Ketac-Endo e Kerr Pulp Canal Sealer, uma vez que todos apresentam

resultados satisfatórios em relação à capacidade seladora em qualquer seladora em

qualquer uma das 3 metodologias aplicadas.

Trevizan et al. (2003) utilizando o corante Rodamina B a 0,21% e 44 pré-

molares de humanos extraídos, verificaram a capacidade seladora apical dos

cimentos óxido de zinco e eugenol, Endofill, AH Plus e Sealer 26. Após a

impermeabilização da superfície externa radicular com araldite, as amostras foram

imersas na solução corante por 48 horas. A análise foi feita após a secção

longitudinal das raízes. Os resultados demonstraram os mesmos níveis de infiltração

para os cimentos Sealer 26 e AH Plus e maiores níveis para os cimentos Endofill e

óxido de zinco e eugenol.

O Acroseal é um cimento endodôntico à base de hidróxido de cálcio,

biocompatível, segundo os achados de Gambarani et al. (2003), a partir de um

estudo feito in vitro avaliando a ciotoxicidade desse material em culturas celulares,

além de ter uma espessura adequada quando manipulado à temperatura ambiente,

de acordo com a pesquisa realizada por Testarelli, Andreasi e Gamberini, (2003),

entretanto, novos estudos devem ser feitos para que possa se avaliar a sua

resistência à infiltração bacteriana.

O melhoramento das resinas restauradoras e os estudos sobre adesão e

formação da camada híbrida, encorajaram novos trabalhos, agora com cimentos

resinosos à base de metacrilatos, nas suas mais diversas formas (AHLBERG; TAY,

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1998; SHIPPER et al., 2004; ZMENER; PAMEIJER; MACRI, 2005). Teoricamente, a

maior penetração no interior dos túbulos dentinários aumentaria a área de contato

entre material obturador e parede dentinária, potencializando a retenção

micromecânica, capacidade seladora e resistência dos mesmos. Alguns destes

cimentos demandam uma alteração no protocolo convencional de obturação, como a

neutralização das soluções irrigadoras como o hipoclorito de sódio e EDTA com uso

de água destilada e condicionamento prévio das paredes dentinárias, que devem

permanecer hidratadas (ZMENER et al., 2008).

A Ultradent Products Inc. se destaca mundialmente por comercializar os

cimentos à base de metacrilatos mais utilizados mundialmente, com o lançamento

do EndoREZ®, cimento à base de uretano de dimetacrilato (UDMA), com

característica hidrofílica e autopolimerizante.

Com o intuito de avaliar a capacidade seladora apical e coronária dos

cimentos AH Plus, EndoREZ, Endofill e Rely – X Unicem, Roggendorf et al. (2004)

realizaram este estudo, onde foram utilizados 30 dentes por grupo, instrumentados

com limas de conicidade 0,04 mm/ até o número 45. Os dentes foram

impermeabilizados e submetidos ao teste de infiltração empregando-se corante azul

de metileno a 5%. Os resultados demonstraram que os cimentos AH PLus e Endofill

apresentaram ao menores índices de infiltração, seguidos do Rely-X. Os autores

verificaram que o cimento EndoREZ apresentou o maior grau de penetração pelo

corante.

Carvalho (2004) avaliou o selamento apical proporcionando pelos cimentos

AH Plus e Endo REZ após diferentes tratamentos na dentina radicular: EDTA-T e

lasers de Nd:YAG e de Diodo. Os resultados demonstram existirem diferenças no

selamento apical na dependência do tratamento dado às paredes e que o cimento

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EndoREZ apresentou maiores níveis de infiltração do que o AH Plus quando as

paredes dentinárias foram tratadas com laser.

Sevimay e Kalayci (2005) propuseram avaliar in vitro a capacidade de

selamento apical e o grau de adaptação as paredes dentinárias de 2 cimentos

endodônticos resinosos, AH Plus e EndoREZ. Para estas finalidades, empregaram-

se os testes de infiltração linear por corante (azul de metileno a 2% durante 7 dias) e

avaliação microscópica por varredura (S.E.M), respectivamente. OS resultados dos

testes de infiltração por corante demonstraram, após 7 dias, que o cimento AH Plus

apresentou em média infiltração de 2.87+0.43 mm, enquanto o cimento EndoREZ

apresentou média de 4.54+0.36 mm. A diferença entre as médias de penetração de

corante foram estatisticamente significantes (p<0.01). A avaliação por microscopia

de varredura indicou que ambos os materiais apresentaram satisfatória adaptação e

penetração nos terços cervicais e médios. No terço apical, o cimento AH Plus

apresentou melhor adaptação à dentina quando comparado ao EndoREZ. Estes

autores concluíram que o cimento AH Plus tem melhor capacidade de promover o

selamento apical e melhor adaptação à dentina comparado ao cimento EndoREZ.

Da Silva Neto et al. (2007) realizaram um estudo, com o objetivo de

mensurar a infiltração de 4 cimentos endodônticos resinosos. Quatro grupos de 60

pré-molares inferiores uniradiculares foram instrumentados com limas rotatórias GT

pela técnica coroa-ápice e obturados pela técnica do cone único com os cimentos

AH 26, AH Plus, EndoREZ e um cimento experimental resinoso à base de hidróxido

de cálcio, MBP. A infiltração foi avaliada através do método de filtração de fluido

após 15,30,e 60 dias. Os resultados mostraram que os canais radiculares obturados

com AH Plus e com cimento MBP apresentaram os menores valores de infiltração

aos 15 dias. Aos 30 dias, o cimento AH 26 apresentou maior infiltração com relação

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aos outros cimentos. O AH Plus e o cimento MBP apresentaram os menores valores

de infiltração aos 60 dias, com diferença estatisticamente significante comparados

ao cimento EndoREZ.

Sua primeira composição mostrou resultados inferiores ao AH Plus™ no

quesito selamento, provavelmente relacionados à falta de polimerização e

penetração em túbulos dentinários (KARDON et al., 2003; MOURA-NETTO et al.,

2007; SEVIMAY; KALAYCI, 2005). Dessa maneira, foi lançada uma segunda versão

do EndoREZ®, com a adição de fotoiniciadores, conferindo ao cimento uma cura

dual. Também foi recomendado o uso de cones de guta-percha específicos,

recobertos com uma fina camada de resina, na tentativa de solucionar a falta de

adesão entre cimento e cone. Recentemente, foi lançada a terceira versão do

EndoREZ®, com melhorias no agente fotoiniciador e com uma base de diuretano de

dimetacrilato (DUDMA).

Em seqüência o lançamento do EndoREZ®, as empresas Pentron Clinical

Technologies e SybronEndo colocaram no mercado um mesmo sistema de

obturação, apenas com nomes comerciais diferentes: Epiphany® e RealSeal®,

respectivamente. Este sistema é composto por um cimento hidrofílico de cura dual à

base de uma mistura de metacrilatos (BisGMA, UDMA, PEGDMA, EBPADMA); um

primer autocondicionante e cones sintéticos, à base de polímero de poliéster, vidro

bioativo e dimetacrilato (Resilon®). O Resilon TM apresenta-se comercialmente sob

a forma de cones principais com a padronização ISSO em conicidades de .02, .04 e

.06 e de cones auxiliares em diferentes diâmetros. Este sistema também apresenta

um primer composto de um monômero (HEMA), de água e de um iniciador de

polimerização; além de um cimento resinoso de presa dual disposto em uma

seringa, onde ocorre a mistura da base e do catalisador. A obturação pode ser

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realizada pela técnica de termoplastificação. È indicada a fotopolimerização na

superfície coronária por 40 segundos após a completa obturação do canal radicular

(LIMA 2006). A premissa desse sistema é a criação de um monobloco obturador, no

qual cimento e cone formam um material único após a polimerização do cimento,

conferindo mais estabilidade, resistência e longevidade à obturação (SHIPPER et al.,

2004). Apesar de ser um produto inovador, a necessidade de mudança no protocolo

de obturação, principalmente com a adição de uma etapa por causa da aplicação do

primer, gerou certa resistência quanto à aceitação desse sistema pelos profissionais.

Com base nisso, há pouco mais de um ano as empresas lançaram a fórmula

autocondicionante (self-etch) dos cimentos, colocando no mercado o Epiphany SE®

e RealSeal SE®, que dispensam o uso do primer.

Shipper et al. (2004) avaliaram e resistência à penetração bacteriana em

um cimento resinoso (Epiphany). Foram inoculados Streptococcus mutans e

Enterococcus faecalis através da guta-percha e dos cones Resilon usando 2

técnicas de obturação, durante um período de 30 dias. Foram utilizados um total de

156 dentes humanos unirradiculares cujas coroas foram removidas e as raízes

instrumentadas até a lima K n° 40 ou 50 no comprime nto de 16 mm. Essas raízes

foram então divididas aleatoriamente em 8 grupos de 15 espécimes cada e 3 grupos

controle de 12 raízes cada. As raízes dos grupos experimentais foram obturadas

pela técnica de condensação vertical e lateral com guta-percha e cimento AH 26

(Grupos I e II), guta-percha e cimento Epiphany (Grupos III e IV) e Resilon e cimento

Epiphany (Grupos V e VI). Os controles positivos foram obturados com Resilon do

que aqueles obturados com guta-percha, entretanto, a maior infiltração ocorreu nos

espécimes cujo cimento endodôntico utilizado foi o AH 26.

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O selamento apical promovido pelo cimento resinoso Epiphany utilizado

juntamente com os cones Resilon foi comparado ao do cimento endodôntico AH Plus

usado com os cones Resilon foi comparado ao do cimento endodôntico AH Plus

usado com os cones de guta-percha, em um estudo in vitro, realizado por Tay et al.

(2005). Vinte e quatro dentes humanos unirradiculares extraídos foram

instrumentados com limas rotatórias de níquel-titânio Profile. Após a instrumentação,

os canais foram aleatoriamente divididos em 2 grupos de 10 dentes cada, sendo os

espécimes do 1° grupo obturados com Resilon/Epiphan y e os do 2° grupo com cone

de guta-percha e cimento endodôntico AH Plus. Os resultados foram obtidos a partir

da analise de infiltração realizada com o auxílio de um microscópio eletrônico de

transmissão. Os autores verificaram a presença de espaço vazios ao longo de

interface dentina/cemento de ambos os grupos, levando-os a concluir que nenhum

dos materiais testados promoveu um selamento apical completo.

Baumgartner; Zehnder; Paqué, (2007) avaliaram a infiltração da bactéria

Enterococcus faecalis através de pré-molares inferiores humanos obturados ou com

cone de guta-percha e cimento endodôntico AH Plus ou com cone Resilon e cimento

Epiphany, utilizando a técnica de condensação para a obturação de canais. A

avaliação da infiltração bacteriana foi realizada diariamente por 50 dias. Os

resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significante entre os dois

grupos, nas condições ensaiadas. Os autores concluíram que não há vantagem

aparente em usar o sistema Epiphany/Relison em relação à guta-percha/AH Plus.

Os cimentos de metacrilato possuem poucos trabalhos clínicos de longo

prazo, por serem ainda recentes, impossibilitando afirmar o sucesso clínico das

obturações à base de metacrilato (PAMEIJER; ZMENER, 2006; ZMENER;

PAMEIJER, 2007). Entretanto, diversos estudos vêm sendo realizados mundo a fora,

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comparando as propriedades químicas, físicas e biológicas dos cimentos à base de

metacrilato com os outros, principalmente com o AH Plus™, muito utilizado

atualmente como padrão ouro nas pesquisas. Da mesma forma, a guta-percha perde

sua hegemonia como material sólido e se torna alvo de comparações com o

Resilon®.

Os métodos de teste e os requisitos mínimos dos cimentos endodônticos

quanto ao escoamento, radiopacidade, tempo de trabalho e de presa e espessura do

cimento, são estipulados pela a especificação número 57 da ANSI/ADA (American

National Standards Institute/American Dental Association, 2000). Além destas

propriedades, a solubilidade, a adesão, o selamento e as características biológicas

do cimento endodôntico são de extrema importância na definição de um bom

material obturador.

Na tentativa de comparar os cimentos estudados nessa pesquisa, foi

realizado um levantamento bibliográfico na base Pubmed (www.pubmed.org –

realizado até 15/02/2009), buscando artigos científicos publicados entre os anos de

2000 e 2009 que avaliassem ao menos um dos cimentos do presente estudo nos

requisitos acima relacionados. Por possuírem fórmulas idênticas ao Epiphany® e

Epyphany SE®, os artigos que avaliaram o RealSeal® e o RealSeal SE® também

foram incluídos.

Observou-se que existe uma pequena quantidade de trabalhos

relacionados às propriedades físicas dos cimentos, sendo encontrados apenas oito

artigos. O cimento Epiphany SE® não foi avaliado em nenhum deles. O cimento AH

Plus™ obteve resultados iguais ou melhores em comparação com cimentos não

resinosos em relação à radiopacidade (CARVALHO-JUNIOR et al., 2007a),

escoamento (ALMEIDA et al., 2007; MCMICHEN et al., 2003; VERSIANI et al.,

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2006), solubilidade (CARVALHO-JUNIOR et al., 2007b; DONNELLY et al., 2007; MC

MICHEN et al., 2003; SCHAFER; ZANDBIGLARI, 2003) e tempo de trabalho e presa

(MCMICHEN et al., 2003; VERSIANI et al., 2006). O Epiphany® (ou RealSeal®) bons

resultados também foram obtidos nos testes de escoamento e radiopacidade, mas

apresentou maior índice de solubilidade, deficiência também apresentada pelo

EndoREZ® (DONNELLY et al., 2007; VERSIANI et al., 2006).

Uma das principais características dos cimentos resinosos é a adesão ou

força de união com a dentina. Somente nove trabalhos comparando ao menos dois

cimentos deste estudo foram encontrados e mostraram a superioridade do AH

Plus™ nos testes de push-out frente ao Epiphany® ou ao EndoREZ® (ALFREDO et

al., 2008; ELDENIZ; ERDEMIR; BELLI, 2005; GESI et al., 2005; JAINAEN;

PALAMARA; MESSER, 2007; RAHIMI et al., 2009; 2007; UNGOR; ONAY;

ORUCOGLU, 2006; UREYEN KAYA et al., 2008). Os cimentos resinosos são

superiores aos outros cimentos com relação à penetração em túbulos dentinários,

(MAMOOTIL; MESSER, 2007; PATEL et al., 2007), aumentando, em teoria, a

capacidade adesiva dos mesmos (SKIDMORE; BERZINS; BAHCALL, 2006).

Mesmo que apresente ótimas propriedades físico-químicas que um cimento

possa ter, a condição mandatária para que um cimento possa ser viável a sua

utilização clínica, é se o mesmo possui boas características biológicas. Sob este

pretexto, inúmeros estudos têm sido conduzidos para avaliar a toxicidade celular e a

biocompatibilidade tecidual dos materiais obturadores. Foram consultados treze

estudos a partir de 2000 que avaliaram ao menos um dos cimentos desta pesquisa

quanto à citotoxicidade, utilizando-se células animais e/ou humanas. As análises de

citotoxicidade mostraram resultados controversos para todos os cimentos resinosos.

A toxicidade do cimento AH Plus™ foi considerada de severa (LODIENE et al., 2008;

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MERDAD et al., 2007; MILETIC et al., 2005; WILLERSHAUSEN et al., 2000) a leve

ou inexistente (CAMPS; ABOUT, 2003; ELDENIZ et al., 2007; OZTAN et al., 2003;

SCHWARZE et al., 2002; SCHWARZE; LEYHAUSEN; GEURTSEN, 2002), quando

comparada a outros tipos de cimento. Da mesma forma, os cimentos Epiphany® e

EndoREZ® foram considerados de muito a pouco citotóxicos na literatura

(BOUILLAGUET et al., 2004; BOUILLAGUET et al., 2006; ELDENIZ et al., 2007;

KEY; RAHEMTULLA; ELEAZER, 2006; LODIENE et al., 2008; MERDAD et al.,

2007).

De maneira geral, os cimentos AH Plus™, EndoREZ® e Epiphany®

apresentaram reação inflamatória inicial, que decrescia com o passar do tempo

(ONAY; UNGOR; ORUCOGLU, 2006; SOUSA et al., 2006; ZAFALON et al., 2007;

ZMENER, 2004; ZMENER; BANEGAS; PAMEIJER, 2005). Apenas Souza et al.

(2006) compararam os três cimentos citados, encontrando melhores resultados de

biocompatibilidade com o cimento Epiphany®, frente ao AH Plus™ e EndoREZ®.

Entre as propriedades de um cimento endodôntico, a capacidade seladora

é, notoriamente, a mais avaliada. Tais estudos revelam a superioridade do

selamento promovido por cimentos resinosos frente aos não resinosos (ADANIR;

COBANKARA; BELLI, 2006; DE ALMEIDA et al., 2000; DE-DEUS et al., 2006;

MELLO; ROBAZZA; ANTONIAZZI, 2004; MONTICELLI et al., 2007a; MONTICELLI

et al., 2007b; ROGGENDORF et al., 2007; SIQUEIRA Jr.; ROCAS; VALOIS, 2001;

XU et al., 2005; ZMENER; PAMEIJER; MACRI, 2005). Poucas são as pesquisas que

na última década afirmam a paridade ou inferioridade dos cimentos resinosos

(BOUILLAGUET et al., 2004; CAMPS; PASHLEY, 2003; COBANKARA et al., 2002;

COBANKARA et al., 2006)

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Entre os resinosos, os cimentos à base de metacrilatos são constantemente

confrontados ao AH Plus™, normalmente utilizado como padrão ouro em pesquisas.

Utilizando-se de diferentes metodologias para análise da infiltração apical, a

literatura recente não consagra nenhuma das bases resinosas, estando dividida em

resultados a favor do AH Plus™ (DE-DEUS; NAMEN; GALAN, 2008; GERNHARDT

et al., 2007; KARDON et al., 2003; ORUCOGLU; SENGUN; YILMAZ, 2005; PAQUE;

SIRTES, 2007; SEVIMAY; KALAYCI, 2005), outros a favor dos cimentos à base de

metacrilatos (BODRUMLU; TUNGA, 2006; ODDONI et al., 2008; RAINA et al., 2007;

SAGSEN et al., 2006) e ainda aqueles que ditam não haver diferenças significantes

entre os cimentos resinosos (BODRUMLU; TUNGA, 2007; BOUILLAGUET et al.,

2008; DE-DEUS et al., 2006; FRANSEN et al., 2008; KAYA; KECECI; BELLI, 2007;

MOURA-NETTO et al., 2007; ONAY; UNGOR; ORUCOGLU, 2006; TAY et al., 2005;

VERISSIMO; DO VALE; MONTEIRO, 2007).

2.2 Uso da irradiação a laser em Endodontia

Com base nos estudos supracitados e conhecimento dos materiais e

técnicas endodônticas atuais, é perigoso afirmar que haja técnica ou material

obturador que nos proporcione uma eficiência absoluta na impermeabilização da

região apical. Desta forma, qualquer recurso coadjuvante, como o uso do laser de

Nd:YAG ou o laser de Er:YAG, pode ter grande valia na promoção da redução

bacteriana no momento da irradiação e produzem alterações na morfologia das

paredes dentinárias que podem ser relevantes para auxiliar o vedamento dos canais

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após sua obturação (KHAN et al., 1997; KIMURA; WILDER-SMITH; MATSUMOTO,

2000; MATSUMOTO, 2000; SCHOOP et al., 2002).

LASER é um acrônimo na língua inglesa de Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation, processo pelo qual uma forma de energia é

convertida em energia luminosa.

Os equipamentos de laser são classificados em função do meio físico em

que operam, sólido, gasoso, líquido e semicondutores, podendo operar em modo

contínuo ou pulsado e apresentando sempre os mesmos três componentes básicos,

óptico, mecânico e elétrico. Os componentes ópticos estão relacionados com a

criação de fótons e incluem a fonte de energia, cavidade óptica, meio do laser ativo,

refletores de fótons, lentes e filtros, sendo o meio ativo do laser o elemento que é

estimulado a emitir os fótons. Nos componentes mecânicos incluem-se o console,

painel de controle, os sistemas transmissores (fibras ópticas) e os mecanismos de

refrigeração, sendo que os componentes elétricos consistem das fontes de potência

e mecanismo ativador (MOURA, 2002).

Sua ação ocorre quando a energia do laser incide sobre os tecidos vivos, e

esta é absorvida. A profundidade de penetração do laser varia de acordo com o

coeficiente de absorção do tecido irradiado e do comprimento de onda utilizado.

Entretanto, a absorção também é responsável pelos efeitos térmicos no interior do

tecido resultante da conversão de energia luminosa em energia térmica. Dessa

maneira, antes de se iniciar um tratamento devem-se decidir os parâmetros de

exposição a serem empregados: comprimento de onda; potência; intensidade ou

densidade de energia do feixe de laser; tempo de exposição; regime de operação

(emissão contínua ou pulsada); taxa de repetição; e avaliar as propriedades ópticas

do tecido biológico alvo, por serem esses fatores determinantes da natureza e

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extensão da interação laser-tecido (ANA; VELLOSO Jr.; ZEZELL, 2008; DA COSTA

RIBEIRO et al., 2007; DEDERICH, 1993; STEINER-OLIVEIRA et al., 2006;

THEODORO et al., 2003).

O laser de Neodímio: Ítrio-Alumínio-Granada (Nd:YAG), o mais utilizado dos

lasers de estado sólido, foi desenvolvido em 1964 por Geusic et al.,

PICK;COLVARD, (1993).

Os primeiros estudos do uso do laser em Endodontia couberam a

Weichman e Johnson (1971) utilizando o laser de CO2 sobre o ápice radicular de

dentes extraídos, não obtiveram resultados satisfatórios em termos de selamento do

forame apical. Quando a potência e a duração do pulso eram aumentadas,

verificava-se o derretimento de cemento e dentina, com a formação de um envoltório

de aspecto porcelanizado facilmente removido da estrutura dentária remanescente,

indicando a ausência de fusão entre o tecido irradiado e porção subjacente, o que

explica o não selamento do forame apical.

O Nd:YAG promove a fusão e ressolidificação da matriz dentinária, criando

uma nova estrutura, menos permeável e com oclusão parcial de túbulos dentinários.

Simultaneamente, ocorre a vaporização e remoção parcial ou total de smear layer e

debris dentinários (CAMARGO et al., 2005; DEPRAET; DE BRUYNE; DE MOOR,

2005; GONÇALVES; MOURA-NETTO; GAVINI, 2006; KREISLER et al., 2002;

MATSUMOTO, 2000; MOURA-NETTO et al., 2008a).

Lage-Marques; Eduardo e Matsumoto. (1995) avaliaram as alterações

morfológicas das paredes de canais radiculares irradiadas pelo laser de Nd:YAG no

modo pulsado em 3 parâmetros diferentes: 1W, 20pps e 10s (G1); 1W, 20pps e 20s

(G2); 2,25W, 20pps e 20s (G3). Na observação pelo estereomicroscópio,

constataram pequenas áreas de carbonização nas paredes dentinárias, sem

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diferenciação entre os 3 parâmetros. No MEV, foram observados alguns debris na

entrada de um canal acessório no G1, ressolidificação nas paredes do G2 com

remoção do magma dentinário e, no grupo 3, fusão e ressolidificação da dentina

foram observadas, sem magma dentinário e túbulos abertos. Segundo os autores, o

melhor parâmetro para a irradiação intracanal foi 2,25W por 20s, sob o qual, os

debris e magma dentinário foram removidos e os túbulos dentinários foram

fusionados e fechados.

Em 1997, Tanji; Gouw-Soares e Eduardo reafirmaram a importância da total

obturação dos condutos radiculares para se alcançar o sucesso endodôntico e a

complexidade dessa obtenção em casos de dentes com lesão periapical. Propõe

então o uso coadjuvante do laser de Nd:YAG, nos parâmetros de 100mJ, 15Hz e

1,5W, ao tratamento convencional para promover a acentuada redução dos agentes

patogênicos e conseqüente reparação tecidual, evitando a necessidade de

intervenção cirúrgica.

Ainda em 1998, Tanji, Gouw-Soares e Eduardo compararam os efeitos da

irradiação dos lasers de Nd:YAG e Er:YAG sobre as paredes dentinárias do canal

por meio do MEV. Como parâmetros, 54mJ e 15Hz para o laser de Er:YAG e 100mJ

e 15Hz para o de Nd:YAG. A microscopia revelou túbulos dentinários abertos na

dentina ablacionada pelo laser de Er:YAG e fusão e ressolidificação da dentina

irradiada pelo laser de Nd:YAG. No grupo que foi irradiado pelo laser de Nd:YAG

após irradiação pelo laser de Er:YAG, os autores observaram a obliteração dos

túbulos abertos pela 1ª irradiação.

Carvalho (1999) baseado nas considerações de que a irradiação laser

modifica a morfologia das paredes dentinárias dos canais radiculares e, portanto

poderia interferir na adaptação das obturações endodônticas, avaliou in vitro o

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selamento marginal apical das obturações dos canais radiculares realizadas com

cimento Top Seal e cone de guta-percha, após a irradiação, em modo contato, de

toda a extensão do canal com o laser de Nd:YAG e com o laser de Er:YAG. Os

canais radiculares de 42 raízes foram preparados e divididos em três grupos. Os

espécimes do Grupo 1 não foram irradiados; os espécimes do Grupo 2 foram

irradiados com o laser de Nd:YAG com 100mJ, 15Hz e 1,5W; e os espécimes do

Grupo 3 foram irradiados com o laser de Er:YAG nas condições de 120mJ, 10Hz e

1,2W. Os resultados evidenciaram médias de infiltração significantemente inferiores

no grupo do Nd:YAG (0,6mm) em relação ao grupo do Er:YAG (7,3mm). No grupo

não irradiado a infiltração média foi de 1,6mm. O uso do laser de Nd:YAG

possibilitou o melhor selamento apical.

Em 1999, Kimura et al. fizeram um estudo comparativo dos efeitos de 3

tipos de laser no término apical. As imagens da microscopia eletrônica de varredura

mostraram remoção de magma dentinário, partículas de dentina fusionadas e

pequenos buracos no grupo de laser de Argônio, além de algumas fissuras e túbulos

dentinário abertos. Com o uso do laser de Nd:YAG sem tinta preta, observaram

remoção quase total de debris e magma, túbulos abertos e superfícies fusionadas.

Já com o uso de tinta preta no quarto grupo, os resultados foram bem diferentes,

mostrando vaporização de debris, magma e remanescente tecidual, paredes limpas,

derretidas, fusionadas e recristalizadas. Com o uso do laser de Er:YAG também

houve remoção de debris e magma, mas com túbulos abertos e bem visíveis.

Em um estudo in vitro dos efeitos do laser de Nd:YAG no selamento apical

usando ou não tampões de dentina, Gekelman, Prokopowitsch e Eduardo em 2002

utilizaram 30 dentes, divididos em 3 grupos: instrumentados (G1); instrumentados e

irradiados (G2); instrumentados, condensados com tampão de dentina e irradiados

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(G3). Na análise qualitativa, por meio de microscopia eletrônica de varredura,

observaram túbulos abertos no grupo 1, fusão e ressolidificação da dentina apical no

G2 e fusão e ressolidificação parcial do tampão de dentina no grupo 3. Concluíram

então que a irradiação da região apical sem o uso do tampão de dentina aumenta

significantemente o selamento apical.

Em 2003, Altamura et al. analisaram as paredes dos canais radiculares

após a irradiação com laser de Nd:YAG com energia de 100 mJ, nas potências de

1W a 6W e taxas de repetição de 10Hz a 60Hz. Encontraram os melhores resultados

de limpeza no grupo irradiado com 2W e 20Hz. Em todos os grupos experimentais

ocorreu fusão e ressolidificação de dentina.

Contudo, resultados diversos foram encontrados com cimentos resinosos.

O tratamento da superfície dentinária com o laser de Nd:YAG ou de diodo foi

benéfico em dentes obturados com AH 26™ e AH Plus™, seladores à base de

resina epóxica, diminuindo a infiltração apical. Já os cimentos resinosos à base de

metacrilato EndoREZ® e Epiphany® tiveram sua capacidade vedante prejudicada

pela irradiação com estes lasers, resultando em índices de infiltração maiores em

comparação aos espécimes não irradiados (DEPRAET; DE BRUYNE; DE MOOR,

2005; MOURA-NETTO et al., 2007; MOURA-NETTO et al., 2009a; MOURA-NETTO

et al., 2008b; MOURA-NETTO et al., 2009b; PINTO et al., 2006).

O aumento da temperatura intracanal causado pela irradiação com estes

lasers tem também um efeito antibacteriano. Diversos parâmetros de irradiação

foram propostos na literatura no intuito de alcançar a esterilização da dentina

radicular e túbulos dentinários. Sabe-se que nenhum equipamento a laser consegue

isto, mas vários estudos constataram a redução bacteriana quando da utilização dos

lasers (GUTKNECHT et al., 2004; GUTKNECHT et al., 2000; KIMURA; WILDER-

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SMITH; MATSUMOTO, 2000; KLINKE; KLIMM; GUTKNECHT, 1997; MORITZ et al.,

1997b; MORITZ et al., 1997c).

O laser de Érbio: Ítrio-Alumínio-Granada (Er:YAG) é um laser de estado

sólido e seu meio ativo é o cristal de ítrio-alumínio-granada “dopado” com íons de

érbio. Seu principal comprimento de onda é de 2940 nm. Ao contrário do laser acima

citado, este laser é absorvido pela água e hidroxiapatita. Sua irradiação causa a

ablação da dentina peritubular e intertubular, expondo os túbulos dentinários

(COLUCCI et al., 2008; EBIHARA et al., 2002; SCHOOP et al., 2002; TAKEDA et al.,

1998).

Assim como o outro laser, as indicações do laser de Er:YAG estão

relacionadas às alterações morfológicas e térmicas por ele promovidas. A irradiação

intracanal é capaz de vaporizar a smear layer e debrís resultantes do preparo

químico cirúrgico, viabilizando a limpeza dentinária (TAKEDA et al., 1998, 1999). A

ablação dentinária e a consequente exposição dos túbulos dentinários podem

resultar em um aumento da permeabilidade dentinária, fato esse que favoreceria

tanto a maior penetração de substâncias químicas auxiliares quanto medicações

intracanal e, consequentemente, potencializaria a sanificação do sistema de canais

radiculares. Todavia, a literatura é escassa e controversa, apresentando estudos que

apontam o aumento da permeabilidade (BELLO-SILVA et al., 2008; BRUGNERA Jr.

et al., 2003; PECORA et al., 2000) e outros que mostram a diminuição da mesma

após a irradiação com laser de Er:YAG (ARANHA et al., 2005; RALD; LAGE-

MARQUES, 2003).

Hirbst e Keller (1989) relataram que o uso do laser Er:YAG com

comprimento de onda de 2,94 ηm proporcionou uma remoção de tecido dentinário e

de esmalte de modo eficiente, de forma a não produzir fusão da hidroxiapatita e não

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gerar muito calor. Esse tipo de laser tem grande interação com água e com a

hidroxila. Além disso, produziu rugosidade na superfície de esmalte, o que pode

significar uma técnica alternativa de adesividade de resinas compostas.

Matsuoka, Kimura e Matsumoto (1998) investigaram in vitro, por meio de

microscopia eletrônica de varredura, o efeito do laser Er:YAG na remoção de debris

situado no terço apical do canal radicular e também avaliaram a eficácia de uma

fibra óptica para examinar o remanescente de debris nas paredes do canal radicular.

Os autores concluíram que o laser Er:YAG é eficiente na remoção de debris no terço

apical e que a fibroscópia serve para avaliar o debris remanescente no terço apical.

Pécora et al (2000) estudaram in vitro a ação do laser Er:YAG após a

instrumentação com água e após a instrumentação com o hipoclorito de sódio sobre

a permeabilidade dentinária. Para o estudo da permeabilidade dentinária foi utilizado

o método histoquímico, ou seja, ions cobre eram revelados pelo ácido rubiânico. Os

resultados evidenciaram que os canais instrumentados com água e irradiados com

laser Er:YAG apresentaram maior permeabilidade dentinária.

Takeda et al. (1999) fizeram um estudo comparando a capacidade de

remoção do smear layer de três soluções irrigantes e dois tipos de laser. Após

instrumentação com limas manuais e hipoclorito de sódio a 5,25% alternado com

peróxido de hidrogênio a 3,0%, os canais sofreram irrigação final com um dos

seguintes ácidos: EDTA a 17%, ácido fosfórico a 6% e ácido cítrico a 6% ou foram

irradiados com laser CO2 ou Er:YAG. Os dentes submetidos à irrigação final com

ácidos apresentaram menor quantidade de smear layer do que aqueles irrigados

com EDTA. Os dentes irradiados com laser CO2 apresentaram-se com paredes

dentinárias limpas, com ausência ou fusão e cristalização da camada de smear. O

laser Er:YAG foi capaz de vaporizar o smear layer, deixando os túbulos dentinários

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abertos. Os autores concluíram que a irradiação com o laser ER:YAG foi o método

mais eficiente na eliminação do smear layer do canal radicular.

As alterações estruturais causadas pela irradiação com o laser de Er:YAG

podem influir na adaptação do cimento endodôntico e, portanto, no selamento apical.

Medina et al. (2006) não constataram diferenças na infiltração apical de dentes

obturados com cimentos à base de hidróxido de cálcio ou óxido de zinco quando

previamente irradiados com o laser de Er:YAG. Porém, outros autores concluem que

esse laser compromete o selamento apical promovido por diferentes tipos de

cimentos endodônticos (CARVALHO et al., 2002; MELLO; ROBAZZA; ANTONIAZZI,

2004).

Os efeitos térmicos do laser de Er:YAG são também efetivos na diminuição

da microbiota endodôntica, viabilizando seu uso como coadjuvante à desinfecção

intracanal (JELINKOVA et al., 1999; SCHOOP et al., 2004; SCHOOP et al., 2002).

Em contrapartida, a alteração térmica excessiva pode causar danos aos

tecidos adjacentes ao dente, como necrose dos ligamentos periodontais e osso

alveolar. Por conseguinte, o uso da irradiação laser intracanal deve estar amparada

em protocolos seguros, previamente testados in vitro. Gutknecht et al. (1996)

recomendam o protocolo de 1,5 W, 100 mJ e 15 Hz para a irradiação intracanal com

o laser de Nd:YAG. Da mesma forma, diversos protocolos já foram testados com o

laser de Er:YAG, com o consenso do seu uso sempre em modo pulsado. Alguns

estudos mostraram bons resultados utilizando-se 1 W, 100 mJ e 10 Hz, sem ocorrer

efeitos térmicos indesejáveis durante a irradiação (ARAKI et al., 2006; TAKEDA et

al., 1998a, 1998b, 1998c, 1999).

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2.3 Métodos de análise da capacidade seladora dos c imentos endodônticos

A capacidade seladora é, sem dúvida, a mais estudada dentre todas as

propriedades de um cimento endodôntico. Nas últimas décadas, um crescente

número de pesquisas é encontrado na literatura endodôntica estudando o selamento

coronário e apical, por meio da análise in vitro da infiltração.

Diferentes metodologias foram propostas para esta análise na premissa de

comparar materiais e técnicas obturadoras. No entanto, sabe-se que nenhum estudo

in vitro pode ser diretamente extrapolado para a realidade clínica. Porém, pode-se

pressupor que, dentro de condições laboratoriais idênticas, o material e/ou técnica

que obtiver resultados significantemente melhores, provavelmente, terá melhor

performance clinicamente.

O uso de infiltração de corantes é o método mais difundido e utilizado na

literatura para se avaliar a capacidade seladora dos cimentos endodônticos, devido

a sua facilidade de execução e análise, principalmente em estudos com grande

número de espécimes. Esse método baseia-se na mensuração da extensão da

penetração do corante ao longo da interface dentina/obturação, relacionando-a à

presença de falhas e espaços não preenchidos por um material ou técnica

deficiente. Os corantes mais utilizados são a tintura de nanquim, soluções de azul de

metileno, fucsina e rodamina-B. Para a escolha do corante a ser utilizado, deve-se

levar em conta o tamanho da molécula do corante, seu pH e alterações iônicas ou

reatividade química quando entram em contato com os materiais avaliados

(VERISSIMO; DO VALE, 2006; WU; WESSELINK, 1993).

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2.3.1 Métodos que utilizam microorganismos

Torabinejad, Ung e Kettering (1990) determinaram o tempo necessário para

a penetração bacteriana em canais obturados e expostos a dois tipos de bactérias:

Staphylococcus epidermidis ou Proteus vulgaris. Utilizaram quarenta e cinco

incisivos superiores extraídos, cujos canais foram preparados até um instrumento

#40. A obturação foi realizada com a condensação lateral da guta-percha e cimento

Roth’s. Separaram os espécimes em dois grupos experimentais (n=16), dependendo

do tipo da bactéria utilizada e dois grupos controle. Os resultados mostraram que

mais de 50% dos espécimes expostos ao Staphylococcus epidermidis estavam

completamente contaminados após 19 dias e 88% após 30 dias. Após 42 dias, 50%

dos espécimes expostos ao Proteus vulgaris apresentavam-se contaminados e 85%

após 66 dias. Concluíram que o modelo experimental utilizado foi estático,

comparando-se com as condições clínicas e que para facilitar o tratamento dos

dados utilizaram apenas dois tipos de bactérias. E que em função destas limitações

e seus possíveis efeitos nos resultados, este tipo de metodologia, in vitro, merece

mais investigação.

Trope, Chow e Nissan (1995) investigaram a penetração da endotoxina

bacteriana em canais radiculares obturados. Utilizaram vinte e quatro dentes

unirradiculares extraídos, cujas coroas foram removidas e os canais preparados até

no mínimo um instrumento #40. Separaram os espécimes em um grupo

experimental (n=16), onde os canais foram obturados com a condensação lateral da

guta-percha e cimento Roth’s 801 e dois grupos controle (n=4 em cada). Adaptaram

todas as amostras em um aparato para a avaliação da infiltração por uma

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endotoxina extraída da bactéria Actinobacillus actinomycetemcomitans, durante 21

dias. Os resultados mostraram que aproximadamente 30% dos espécimes

apresentavam-se contaminados, após o período experimental.

Shipper et al. (2004) avaliaram a infiltração bacteriana em obturações

realizadas com guta-percha e Resilon, usando o Streptococcus mutans e o

Enterococcus faecalis como agente marcador. Utilizaram os 16 mm finais de 156

dentes unirradiculares extraídos, cujos canais foram preparados com o sistema

Profile e ampliados até um instrumento #40, #45 ou #50. Os espécimes foram

separados em oito grupos experimentais (n=15) e três grupos controle (n=12). Os

canais dos grupos 1 e 2 foram obturados utilizando a guta-percha e o cimento AH

26, com as técnicas da condensação lateral e vertical, respectivamente. As mesmas

técnicas foram utilizadas para os grupos 3 e 4, porém com a guta-percha e o

cimento do sistema Epiphany, como material obturador. Os espécimes dos grupos 5

e 6 foram obturados com o sistema Epiphany e as técnicas da condensação lateral e

vertical, respectivamente. Os grupos 7 e 8 tiveram os canais radiculares obturados

de modo idêntico aos grupos 5 e 6, porém foi usado o E. faecalis ao invés do S.

mutans usado nos demais grupos. Os resultados mostraram baixos índices de

infiltração para os grupos obturados com o sistema Epiphany, com diferença

estatística significante para os grupos obturados com a guta-percha e o cimento AH

26, que tiveram 80% dos espécimes com infiltração. Os grupos obturados com guta-

percha e cimento AH 26 ou cimento do sistema Epiphany comportaram-se de

maneira semelhante. Não houve diferença entre os grupos em relação ao tipo de

bactéria utilizada.

Yucel et al. (2006) compararam a penetração bacteriana em obturações

realizadas com a técnica da condensação lateral da guta-percha e os cimentos AH

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26, AH Plus, Sealapex e Ketac-Endo. Utilizaram os 16 mm finais de cem dentes

unirradiculares extraídos, cujos canais foram preparados com o sistema Protaper.

Os espécimes foram separados em quatro grupos experimentais (n=20) e dois

grupos controle (n=10). Foram adaptados em um aparato para a avaliação da

infiltração bacteriana. Utilizaram uma cultura com o E.faecalis que era renovada a

cada cinco dias, durante um período de avaliação de sessenta dias. Os resultados

mostraram não haver diferença estatística significante entre os grupos testados.

De-Deus et al. (2006) investigaram a capacidade seladora dos cimentos

endodônticos Pulp Canal Sealer, EndoREZ, Sealapex e AH Plus em duas diferentes

espessuras. Utilizaram os 8 mm finais das raízes de 82 incisivos centrais superiores

extraídos, cujos canais foram alargados até uma broca de Gates-Glidden #6. Com

esta técnica, todos os canais apresentavam-se retos e com diâmetro de 1,5 mm.

Confeccionaram trinta e seis cilindros de guta-percha com 8 mm de altura por 1,5

mm de largura, pela injeção deste material aquecido no interior de um molde

metálico com o mesmo diâmetro. Do mesmo modo, confeccionaram a mesma

quantidade de cilindros com 8 mm de altura por 1 mm de largura, utilizando um

molde com este diâmetro. Separaram as amostras em quatro grupos (n=18) e cada

grupo em dois subgrupos (n=9). Preencheram os canais com os cimentos e em

quatro subgrupos inseriram os cilindros de guta-percha com 1,5 mm de diâmetro,

proporcionando uma fina camada de cimento entre a guta-percha e a parede dos

canais. Nos demais subgrupos, inseriram os cilindros com 1 mm de diâmetro,

permanecendo uma camada de cimento um pouco mais espessa. As amostras

foram montadas em um aparato para a análise da infiltração e submetidas à saliva

durante um período de nove semanas. Os resultados mostraram não haver diferença

estatística significante entre os cimentos, nos grupos com uma fina camada de

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material. Nos grupos com uma camada mais espessa os melhores resultados

apontaram para o cimento AH Plus.

Baumgartner, Zehnder e Paqué (2007) avaliaram a infiltração em trinta e

seis pré-molares unirradiculares extraídos, obturados com guta-percha e cimento AH

Plus ou sistema Epiphany. Utilizaram a técnica de ondas contínuas de condensação.

Os canais foram preparados com o sistema Profile e ampliados até um instrumento

45/04. Os espécimes foram separados em dois grupos experimentais (n=15) e dois

grupos controle (n=3). Para a análise da infiltração, foram montados em um aparato

contendo E.faecalis durante um período de cinqüenta dias. Os resultados mostraram

não haver diferença estatística significante entre os grupos.

Munoz et al. (2007) verificaram a infiltração bacteriana em vinte e seis pré-

molares inferiores unirradiculares, obturados in vivo, com o sistema Real Seal ou

guta-percha associada ao cimento Roth. Os canais radiculares foram preparados

com o sistema K3 e após as obturações, com uma broca de Gates-Glidden #3

mantiveram apenas os 5 mm finais do material obturador. Separaram os espécimes

em dois grupos experimentais (n=10) e dois grupos controle (n=6). Quarenta e oito

horas após, os dentes foram extraídos. Submeteram os espécimes ao teste

bacteriológico de infiltração, utilizando o E.faecalis durante sessenta dias. Os

resultados mostraram não haver diferença estatística significante entre os grupos

analisados.

Fransen et al. (2008) compararam a capacidade seladora do ActiV GP e

cimento de ionômero de vidro, sistema Epiphany e da guta-percha associada ao

cimento AH Plus, na obturação dos canais radiculares. Utilizaram setenta e três

dentes unirradiculares extraídos, divididos em três grupos experimentais (n=20) e

dois grupos controle. Removeram as coroas e mantiveram os 16 mm finais das

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raízes. Os canais foram preparados com um sistema de rotação contínua e

alargados até um instrumento 50/06. A porção final de um Eppendorf foi removida e

as raízes foram inseridas, com os ápices traspassando e adaptados nesta região.

Selaram esta interface com cola e esmalte de unhas. Adaptaram este sistema em

um vial e a interface selada do mesmo modo. Todos os espécimes foram

submetidos a uma cultura de E.faecalis em BHI (brain heart infusion). Os resultados

mostraram não haver diferença estatística significante entre os três grupos.

Concluíram que o método bacteriano é relevante clinicamente, mas não permite uma

análise quantitativa das bactérias que penetraram no canal radicular. E que a

quantidade de bactérias que poderia levar ao insucesso é desconhecida.

2.3.2.1 A prevalência de Enterococcus faecalis em infecções endodônticas

Os Enterococcus faecalis são cocos gram-positivos que podem se

apresentar isolados, em pares ou em pequenas cadeias. Eles são anaeróbios

facultativos, possuindo a capacidade de crescer na presença ou ausência de

oxigênio (BROSCO, 2006; MCHUGH et al., 2004; RÔÇAS; SIQUEIRA JUNIOR;

SANTOS et al., 2004).

Os Enterococcus faecalis podem ser encontrados com diferentes formas de

infecções periapicais, incluindo as infecções endodônticas primárias e as infecções

persistentes, sendo que a incidência desse microorganismo é muito maior em lesões

persistentes do em infecções primárias (RÔÇAS; SIQUEIRA JUNIOR; SANTOS et

al., 2004; SIQUEIRA JR et al., 2002).

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Os Enterococcus faecalis têm sido identificados atualmente, com as

espécies mais comumente encontradas em canais radiculares de dentes com

insucesso após o tratamento endodôntico (SEDGLEY; LENNAN; APPELBE., 2005,

SIQUEIRA Jr et al., 2002). Dentes com lesões periapicais crônicas tem demonstrado

uma prevalência de 24 a 77% de Enterococcus faecalis. A grande variação na

prevalência tem sido atribuída às diferentes técnicas de identificação e aos

diferentes tamanhos de amostra (BROSCO, 2006).

Siqueira Junior et al. (2002) verificaram a microbiota de canais radiculares

infectados. Cinqüenta e cinco dentes com necrose pulpar e presença de lesão

periapical foram incluídos nesse estudo, dos quais 26 casos eram assintomáticos e

27 foram diagnosticados como abscesso dento-alveolar agudo. Após a abertura

coronária, os canais radiculares foram preenchidos com soro e as amostras obtidas

do interior dos canais, com o auxílio de pontas de papel absorvente. As espécies

bacterianas foram determinadas através da biologia molecular. Os resultados

demonstraram que todos os canais apresentaram bactérias. Nas lesões

assintomáticas, as espécies mais encontradas foram: Enterococcus faecalis (11,5%)

e Streptococcus intermedius (11,5%) e nas lesões sintomáticas (abscessos), as

espécies Streptococcus constelattus (25,9%) e Actinomyces gerencseriae (14,8%).

Rôças; Siqueira Jr; Santos (2004) investigaram a prevalência do

Enterococcus faecalis em diferentes periapicopatias, através da técnica de reação

de cadeia de poimerase (PCR). As amostras foram obtidas dos seguintes

espécimes: dentes sem tratamentos endodônticos e com lesão periapical crônica;

dentes com periodontite apical aguda, dentes com abscesso periapical agudo e

dentes com tratamento endodôntico e lesão periapical crônica. Os Enterococcus

facaelis foram detectados com maior freqüência em lesões assintomáticas que em

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lesões sintomáticas e mais encontrados em casos de falhas de tratamento

endodôntico do que em infecções primárias.

2.3.2.1.2 sobrevivência e fatores de virulência dos Enterococcus faecalis

Os Enterococcus faecalis possuem certos fatores de virulência que auxiliam

na sobrevivência. Dentre esses fatores podemos citar: citolisinas, enzimas líticas

como gelatinase e hialunoridase envolvidas com a destruição tecidual, substâncias

de agregação (responsáveis pela união aos leucócitos e a matriz extracelular),

ferormônios (pequenos peptídeos envolvidos na transferência de plasmídeos e que

promovem atração química dos neutrófilos) e ácido lipoteicóico (promove adesão da

bactéria aos tecidos hospedeiros estimula a produção de citocinas pelos monócitos)

(BROSCO, 2006, RÔÇAS et al., 2004, SIQUEIRA JR et al., 2002).

Devido a sua capacidade de resistir aos agentes antimicrobianos usados

para a irrigação dos canais radiculares (RÔÇAS; SIQUEIRA Jr; SANTOS, 2004;

SEDGLEY; LENNAN; APPELBE, 2005; SIQUEIRA JÚNIOR et al., 2002) e ao

curativo de hidróxido de cálcio, já que são capazes de sobreviver em ph

extremamente alcalino (MCHUGH et al., 2004; RÔÇAS; SIQUEIRA Jr; SANTOS,

2004, SIQUEIRA JÚNIOR et al., 2002), os Enterococcus faecalis podem ser

encontrados em canais radiculares que tiveram tratamentos endodônticos

convencional realizado.

Sedgley, Lennan e Appelbe (2005) relataram que após a obturação dos

canais radiculares, as bactérias aprisionadas pelo material obturador geralmente

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morrem, mas alguma espécies podem sobreviver por períodos relativamente longos,

utilizando nutrientes dos tecidos remanescentes. Love (2001) relatou que os fluidos

teciduais provenientes do ligamento periodontal e do osso alveolar localizado ao

redor da raiz podem servir como nutrição para as bactérias aprisionadas no interior

dos canais radiculares.

Os Enterococcus faecalis apresentam a capacidade de sobreviver a longos

períodos sem nutrientes, até que uma fonte nutricional adequada se torne

disponíveis (RÔÇAS; SIQUEIRA Jr; SANTOS et al., 2004). Sedgley, Lennan e

Appelbe (2005) verificaram que os Enterococcus faecalis podem permanecer viáveis

no interior dos canais radiculares obturados de dentes extraídos por um período de 1

ano, sem a presença de nutrientes adicionais.

Love (2001) e Stuart et al. (2006) relataram que Enterococcus faecalis são

pequenos o suficiente para invadirem e viverem no interior dos túbulos dentinários.

Eles possuem enzimas e proteínas que se unem ao colágeno, possibilitando sua

união à dentina. Segundo os autores, esses mecanismos podem explicar o porquê

dos Enterococcus faecalis agirem como patógeno em dentes que apresentam

insucesso no tratamento endodôntico.

Apesar dos Enterococcus faecalis possuírem vários fatores de virulência,

sua capacidade em causar infecções periapicais se deve principalmente à habilidade

que eles possuem de sobreviver durante o tratamento endodôntico e à capacidade

de persistirem no canal radicular e túbulos dentinários (SEDGLEY; LENNAN;

APPELBE, 2005).

A realização de uma obturação completa e tridimensional e um selamento

coronário satisfatório podem prevenir a contaminação do canal radicular pelos

Enterococcus faecalis (STUART et al., 2006).

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Sabe-se que, apesar de numerosos, nenhum dos métodos in vitro é capaz

de reproduzir o complexo mecanismo que leva a uma perda do selamento

endodôntico e recontaminação radicular, culminando nas infecções periapicais.

Também é conhecido que variáveis dentro de cada metodologia e/ou estudo podem

refletir nos resultados encontrados (POMMEL; JACQUOT; CAMPS, 2001;

VERISSIMO; DO VALE, 2006; WU; WESSELINK, 1993). Entende-se assim que,

independente do método utilizado, se este for corretamente padronizado e

conduzido, seus resultados têm relevância científica no estudo do selamento apical.

A literatura mostra os benefícios da irradiação a laser da superfície

dentinária radicular e da utilização dos cimentos resinosos na busca de maiores

índices de sucesso do tratamento endodôntico. Entretanto, ainda é pouco conhecido

os resultados da interação entre lasers e cimentos resinosos no selamento do

sistema de canais radiculares. Julga-se, assim, de grande importância analisar os

efeitos da irradiação com lasers de Nd:YAG e de Er:YAG na qualidade da obturação

de canais radiculares com os cimentos resinosos EndoREZ e Epiphany SE® e o

Cimento de N-Rickert.

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3 PROPOSIÇÃO

Face ao exposto, é objetivo deste estudo, avaliar in vitro, o efeito da aplicação

dos lasers de Nd:YAG e Er:YAG sobre a dentina humana no selamento radicular

variando os cimentos obturadores por intermédio da análise da infiltração do

Enterococcus faecalis.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material

• 40 dentes pré molares inferiores, pertencentes ao Banco de Dentes Humanos

da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

• Adesivo epóxi (Araldite) - Ciba especialidades químicas Ltda.

• Agulha gengival curta da marca “BD”

• Agulha hipodérmica 25x4 mm, sem bisel.

• Agulhas NaviTip (Ultradent Products Inc., Utha, EUA)

• Bomba de vácuo para aspiração

• Brocas esféricas carbide no 2 em alta rotação

• Brocas esféricas diamantadas 1013 HL em alta rotação

• Brocas esféricas diamantadas 3082 em alta rotação

• Brocas Gates-Gliden e Largo n. 1, 2, 3 em baixa rotação

• Caneta de alta rotação

• Capilary tips 0,014 (Ultradent Products Inc., Utha, EUA)

• Cânula metálica aspiradora 50x15 mm

• Cimento provisório da marca “Coltosol”

• Cones de papel 1. e 2. séries

• Creme de Endo PTC - Farmácia de manipulação Fórmula e Ação, São Paulo.

• Curetas de pescoço longo

• EDTA-T 17% - Farmácia de manipulação Fórmula e Ação, São Paulo.

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• Explorador de ponta reta

• Filmes radiográficos periapicais

• Meio de cultura Brain Heart Infusion - BHI

• Cepas de Enterococcus faecalis ATCC (American Type Culture Collection)

29212

• 40 (Tubos de microcentrífuga de 1,5 mL)

• 40 Frascos de vidro com tampa tipo penicilina

• Cimento de N-Rickert - Farmácia de manipulação Fórmula e Ação, São Paulo.

• Sistema Epiphany SE® root canal sealant

• Cimento Endorez II (Ultradent Products Inc., Utha, EUA)

• Gaze estéril

• Intermediário metálico

• LED de 600 mW (Olsen Ind. Com., Santa Catarina, Brasil)

• Limas tipo K # de15 a 40 tipo K-flexofile Dentsply/Maillefer– Swistzerland.

• Limas tipo K # 10 tipo K-flexofile Dentsply/Maillefer– Swistzerland.

• Líquido de Dakin - Farmácia de manipulação Fórmula e Ação, São Paulo.

• Lupa de 10 aumentos

• Micromotor e contra-ângulo

• Papel toalha

• Películas radiográficas

• Régua metálica milimetrada para odontometria

• Revelador e fixador de filmes radiográficos

• Seringa carpule

• Cone principal envolto por resina (EndoREZ® point, Ultradent Products

Inc.)

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• Cone principla envolto por ressina (Resilon® )

• Seringa Skini (Ultradent Products Inc., Utha, EUA)

• Cone principal de Guta Percha, da marca Dentisply

• Cones Secundários de Guta Percha R7 e RS, da marca Tanari

• Seringa descartável 20 ml

• Cianoacrilato biológico

• Solução fisiológica - Farmácia de manipulação Fórmula e Ação, São Paulo.

• Laser de Er: YAG (Kavo Key Laser 2, da marca Kavo Co. – Biberach,

Alemanha)

• Laser de Nd: YAG (modelo Pulse Master 1000, da marca American Dental

Technologies - California, USA)

4.2 Métodos

Foram selecionados 40 dentes pré molares inferiores pertencentes ao Banco

de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Após minucioso exame radiográfico e visual só foi selecionados os que não

apresentaram calcificações, reabsorções radiculares e tratamento endodôntico

anterior.

Os dentes armazenados em frascos numerados foram mantidos hidratados

em solução fisiológica estéril de cloreto de sódio a 0,9 % (Aster Produtos Médicos

Ltda., Sorocaba, SP, Brasil) por, aproximadamente, 72 horas antes do início do

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estudo. Entre as etapas do experimento, os dentes permaneceram em solução

fisiológica estéril (renovada entre cada etapa) e acondicionados em geladeira a 4oC.

Em seguida, foi realizada a cirurgia de acesso da câmara pulpar com o auxilio de

brocas esféricas, em alta rotação e o preparo da entrada do canal com brocas

Gates-Gliden em baixa rotação.

O conteúdo eventual do canal foi eliminado com auxilio de limas de fino

calibre (tipo K número 10) e solução fisiológica, retornando os dentes, na seqüência,

aos frascos de origem. Os dentes foram distribuídos em 9 grupos de 4 espécimes

cada sendo que durante o procedimento de esvaziamento do sistemas de canais

radiculares, 4 espécimes foram descartados. O limite de instrumentação para cada

elemento foi determinado introduzindo-se uma lima cuja ponta coincida com o

forame, fato este verificado com auxilio de uma lupa de 10 aumentos. Tomamos o

cuidado de recuar o instrumento 1mm, estabelecendo, assim, o comprimento de

trabalho (PROKOPOWITSCH,1994).

Todos os dentes selecionados foram instrumentados, exclusivamente, com

limas manuais Maillefer®, sempre de primeiro uso. A seqüência escolhida foi à

técnica seriada.

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4.2.1 Divisão Dos Grupos Experimentais

Todos os dentes da amostra foram instrumentados na presença do creme de

ENDO-PTC que foi colocado no interior da câmara pulpar e levado no interior do

canal radicular com a primeira lima selecionada (instrumento que fique justo no

canal). O Endo-PTC foi neutralizado com líquido de Dakin (hipoclorito a 0,5%),

acorde Paiva e Antoniazzi (1991). Caso em algum momento for observada ausência

de efervescência, da substância química auxiliar, nova quantidade de líquido de

Dakin foi acrescentada. No final do preparo químico cirúrgico, realizou-se a irrigação

e aspiração final com 20ml de solução irrigadora, sendo 10ml líquido de Dakin. A

cada 5ml irrigado, foram feitas agitações no interior do canal, com uma lima de

calibre inferior à utilizada no preparo apical. No final desta etapa, repetiu-se a

mesma manobra utilizando como solução irrigadora 10ml de EDTA-T. Ao final da

etapa do preparo químico cirúrgico de todos os elementos, foi realizada a aspiração

final com pontas Capillary tips 0,014 , os dentes foram mantidos em solução

fisiológica para manter a hidratação.

Findado o preparo dos canais radiculares, os dentes foram aleatoriamente

distribuídos em 9 grupos experimentais (n=4 por grupo), de acordo com o tratamento

da superfície dentinária instituído e o cimento obturador dos sistemas de canais

radiculares utilizado como se segue:

Os grupos ficaram divididos do seguinte modo:

Grupo 1: N-Rickert /sem laser

Grupo 2: Epiphany® root canal sealant SE / sem laser

Grupo 3: Endorez II / sem laser

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Grupo 4: N-Rickert /com laser de Nd :YAG

Grupo 5: Epiphany® SE / com laser de Nd :YAG

Grupo 6: Endorez II / com laser de Nd :YAG

Grupo 7: N-Rickert /com laser de Er :YAG

Grupo 8: Epiphany® SE / com laser de Er :YAG

Grupo 9: Endorez II / com laser de Er :YAG

Assim os dentes foram divididos em 9 grupos da seguinte maneira:

G1- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, foram obturados com cimento de N-Rickert, acorde Paiva e

Antoniazzi (1991). Feito isto, os espécimes foram mergulhados em meio de cultura

BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis , renovado a cada três dias,

por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se diariamente se houve

proliferação bacteriana no meio de cultura.

G2- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, que foram obturados com cimento resinoso Sistema

EpiphanySE® root canal sealant. Feito isto, os espécimes foram mergulhados em

meio de cultura BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis , renovado a

cada três dias, por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se diariamente se

houve proliferação bacteriana no meio de cultura.

G3- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, que foram obturados com cimento resinoso Endorez II. Feito

isto, os espécimes foram mergulhados em meio de cultura BHI, e foi semeado na

coroa Enterococcus faecalis , renovado a cada três dias, por um período de 15, 30 e

45 dias. Observando-se diariamente se houve proliferação bacteriana no meio de

cultura.

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G4- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Nd:YAG e posteriormente obturados com cimento de N-

Rickert, acorde Paiva e Antoniazzi (1991). Feito isto, os espécimes foram

mergulhados em meio de cultura BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis

, renovado a cada três dias, por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se

diariamente se houve proliferação bacteriana no meio de cultura.

G5- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Nd:YAG e posteriormente obturados com cimento resinoso

Sistema EpiphanySE® root canal sealant. Feito isto, os espécimes foram

mergulhados em meio de cultura BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis

, renovado a cada três dias, por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se

diariamente se houve proliferação bacteriana no meio de cultura.

G6- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Nd:YAG e posteriormente obturados com cimento resinoso

Endorez II. Feito isto, os espécimes foram mergulhados em meio de cultura BHI, e

foi semeado na coroa Enterococcus faecalis , renovado a cada três dias, por um

período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se diariamente se houve proliferação

bacteriana no meio de cultura.

G7- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Er:YAG e posteriormente obturados com cimento de N-

Rickert, acorde Paiva e Antoniazzi (1991). Feito isto, os espécimes foram

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mergulhados em meio de cultura BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis

, renovado a cada três dias, por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se

diariamente se houve proliferação bacteriana no meio de cultura.

G8- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Er:YAG e posteriormente obturados com cimento resinoso

Sistema EpiphanySE® root canal sealant.Feito isto, os espécimes foram

mergulhados em meio de cultura BHI, e foi semeado na coroa Enterococcus faecalis

, renovado a cada três dias, por um período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se

diariamente se houve proliferação bacteriana no meio de cultura.

G9- Foram selecionados 4 dentes da amostra os quais instrumentados como

descrito anteriormente, ao fim do preparo químico cirúrgico os espécimes foram

irradiados por laser de Er:YAG e posteriormente obturados com cimento resinoso

Endorez II.Feito isto, os espécimes foram mergulhados em meio de cultura BHI, e foi

semeado na coroa Enterococcus faecalis , renovado a cada três dias, por um

período de 15, 30 e 45 dias. Observando-se diariamente se houve proliferação

bacteriana no meio de cultura.

Após estes intervalos de tempo iremos avaliar se houve proliferação

bacteriana no meio de cultura.

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4.2.2 Tratamento Da Superfície Dentinária

Para os grupos que foram utilizados os lasers de Nd:YAG e Er:YAG os

dentes foram submetidos à irradiação. Com os canais preenchidos com água

destilada, foram feitas quatro irradiações com tempo de duração entre 8 a 10

segundos, dependendo do comprimento de trabalho do dente. O cálculo do tempo

de irradiação baseou-se na velocidade de irradiação fixa de 2 mm/s. A irradiação foi

feita inserindo-se a fibra óptica até o comprimento de trabalho. O laser era então

acionado e com movimentos helicoidais no interior do canal, no sentido ápico-

cervical, a superfície dentinária era irradiada. Entre cada irradiação houve um

intervalo de relaxamento térmico de 20 segundos. Os parâmetros de potência foram

previamente aferidos com auxílio de um monitor de potência (modelo 841P, Newport

Corp., Irvine, CA, EUA).

4.2.2.1 irradiação com laser de Nd:YAG (grupo GN)

Para o grupo GN foi utilizado o equipamento de laser de Nd:YAG de alta

potência, modelo Pulse Master 1000 (American Dental Technologies, Califórnia,

EUA – Figura 4.1 e 4.2), de 1064 nm de comprimento de onda, potência de 0,3 a 10

W, com luz guia do laser de baixa intensidade de hélio-neônio (632,8 nm). Apresenta

sistema de entrega do feixe laser por meio de fibra óptica de 320 µm de diâmetro,

utilizada em modo de contato. Os parâmetros utilizados para a irradiação do laser de

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Nd:YAG, no display foram 1,5 W de potência média, 100 mJ de energia e taxa de

repetição 15 Hz, fluência do pulso de 124,34 J/cm2, no modo pulsado, seguindo o

protocolo de Gutknecht et al. (1996).

Figura 4.1 – Ponteira de aplicação do laser de Nd:YAG

Figura 4.2 – Aparelho de laser de Nd:YAG

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4.2.2.2 irradiação com laser de Er:YAG (grupo GE)

No grupo GE, utilizou-se o aparelho de laser de Er:YAG de alta potência,

modelo KavoKey laser 2 (KaVo Co., Biberach, Alemanha – Figuras 4.3 e 4.4), de

2940 nm de comprimento de onda, energia de 10 a 600 mJ, com luz guia do laser de

baixa intensidade de diodo (655nm). Apresentando sistema de entrega do feixe laser

através de fibra óptica de 300 µm de diâmetro, utilizada em modo de contato. Os

parâmetros utilizados para a irradiação no display foram 1 W de potência média, 100

mJ de energia, modo pulsado com taxa de repetição 10 Hz, fluência do pulso de

38,03 J/cm2, seguindo o protocolo de Takeda et al. (1998a).

Figura 4.3 – Aparelho de laser de Er:YAG

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Figura 4.4 – Ponteira de aplicação do laser de Er:YAG

4.2.3 Obturação Dos Canais Radiculares

Previamente à obturação, as superfícies radiculares externas de todos os

dentes foram secas com folhas de papel filtro e impermeabilizadas. Para tal, um

espaçador digital fino foi introduzido no canal até que ultrapassasse o forame apical,

vedando-o. Toda a superfície externa foi coberta com duas camadas de esmalte de

unha de secagem rápida, com exceção do último meio milímetro apical.

Todos os dentes foram obturados pelo mesmo operador, utilizando a técnica

do cone único para os elementos obturados com os cimentos resinosos e cones

múltiplos quando utilizado o cimento de N-Rickert, complementada pela técnica da

condensação vertical a frio. Para isso, foram utilizados cones #35, de conicidade

0,02. O procedimento da prova do cone consistiu na introdução de um cone até o

comprimento de trabalho e travamento do mesmo. Caso o travamento não fosse

alcançado, a ponta do cone era cortada com lâmina de barbear nova até conseguir o

travamento.

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Todos os canais foram novamente irrigados com 5 mL de água destilada,

sequencialmente aspirada utilizando a ponta Capillary Tip 0,014 (Figura 4.9).

Os cimentos estudados (Figuras 4.5, 4.6 e 4.10) foram preparados conforme

as instruções dos fabricantes. Na premissa de padronizar a inserção do cimento, foi

utilizada a agulha NaviTip (Ultradent Products Inc.Figura 4.8) acoplada a seringa

Skini (Ultradent Products Inc. Figura 4.7) para todos os cimentos resinosos. A ponta

da agulha era posicionada no comprimento de trabalho e o cimento injetado no canal

no sentido ápico-coronário. Tendo em vista a inibição da polimerização dos cimentos

à base de metacrilato na presença de oxigênio, os ápices de todos os dentes foram

cobertos por filme de PVC antes de iniciar os procedimentos obturadores.

Nos dentes obturados com o cimento N-Rickert (G1, G4 e G7), os canais

foram completamente secos com cones de papel absorvente (Dentsply Ind. e Com.).

Foram utilizados quantos cones fossem necessários até que o último fosse removido

seco de dentro do canal. O cimento foi espatulado em placa de vidro despolida com

auxilio de uma espátula #24 flexível, acorde Paiva e Antoniazzi (1991). O cimento foi

inserido no canal sendo pincelado em todos os terços com o auxilio do cone de guta

percha que previamente tinha sido escolhido e que havia preenchido com êxito os

testes visual, táctil e radiográficos da prova do cone principal, sempre de número

#35 e conicidade 0.02.

Os cimentos EndoREZ® e Epiphany SE® possuem seringas com pontas

descartáveis auto-misturadoras, não necessitando de espatulação do cimento.

Segundo recomendação dos fabricantes, os cimentos foram misturados somente

pela ponta automix e inseridos diretamente no conduto radicular (por meio de

seringas ou pontas específicas). Esses procedimentos são recomendáveis para que

não haja contato com oxigênio, que inibe o processo de polimerização.

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Nos grupos (G2, G5 e G8), foram obturados com EndoREZ®, os canais

permaneceram levemente hidratados, sendo utilizados apenas um cone de papel

para secagem (ZMENER et al., 2008). Após a inserção do cimento, o cone de guta-

percha envolto por resina (EndoREZ® point, Ultradent Products Inc.) foi posicionado

no comprimento de trabalho.

Nos grupos (G3, G6 e G9), foram obturados com o cimento Epiphany SE®, os

canais também permaneceram hidratados. O cimento utilizado é autocondicionante,

não havendo necessidade do uso do primer. Logo após a aspiração, o cimento foi

introduzido e o cone de Resilon® posicionado.

Em todos os grupos, o excesso de material obturador foi cortado 2 mm abaixo

da entrada do canal com o uso de condensador tipo Paiva aquecido. O

remanescente foi levemente condensado com um condensador frio. Nos grupos

2,3,5,6,8 e 9 o material obturador na porção coronária foi fotopolimerizado com uso

de LED de 600 mW (Olsen Ind. Com., Santa Catarina, Brasil Figura 4.11) por 60

segundos, conforme recomendação dos fabricantes para polimerização imediata dos

3 mm coronários da obturação. A entrada do canal de toda a amostra foi vedada

com cimento Coltosol. Os dentes foram acondicionados em embalagens plásticas e

mantidos em estufa a 37°C e 100 % de umidade por ap roximadamente 72 horas,

para a completa polimerização dos cimentos.

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Figura 4.5 – Cimento obturador EndoREZ

Figura 4.6 Cimento obturador Epiphany

Figura 4.7 Seringa Skini

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Figura 4.8 – Agulhas Navitipis

Figura 4.9 - Ponta Capillary Tip

Figura 4.10 – Cimento de N-Rickert

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Figura 4.11 – Polimerização através de LED dos sistemas obturador de cones e cimentos resinosos

Após decorrido o tempo de espera de pressa total de todos os cimentos

obturadores do sistemas de canais radiculares, todos os espécimes tiveram sua

superfície radicular impermeabilizada com Araldite, em toda a sua extensão (Figura

4.12) (TAVEIRA, 2005).

Figura 4.12 – Raízes dos espécimes impermeabilizadas com araldite

4.2.3 Preparo do aparato experimental

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Tubos de microcentrífuga de 1,5 mililitros foram cortados em uma das

extremidades (Figura 4.13-A) e o dente foi inserido até que o ápice ficasse localizado

externamente (Figura 4.13-B). O espaço existente entre a superfície radicular e o

tubo de microcentrífuga foi selado com Araldite, esse selamento proporcionou o

vedamento da porção inferior do tubo de microcentrífuga e a união deste com a raiz

dental. Depois de montados, os conjuntos constituídos pelo dente e o tubo de

microcentrífuga permaneceram por 24 horas em umidificador para que todos os

cimentos tomassem presa. Após esse período, os conjuntos foram embalados

individualmente e submetidos ao processo de esterilização por óxido de etileno

(Sterileno) a uma temperatura de 56ºC por quatro horas.

Figura 4.13 A e B – Esquema da montagem da raiz dental no tubo de microcentrífuga: (A) Corte do tubo; (B) Inserção da raiz dental

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Todos os procedimentos seguintes foram realizados em câmara de fluxo

laminar (Figura 4.14).

Figura 4.14 – Câmera de fluxo laminar

Em frascos de vidro do tipo penicilina, contendo cinco mililitros de caldo “Brain

Heart Infusion” – BHI, previamente esterilizados em autoclave a 121°C por 15

minutos, a fixação do conjunto (dente obturados colado ao tubo de microcentrífuga),

submetido à esterilização pelo óxido de etileno, foi obtida pelo preenchimento entre

a borda do frasco de penicilina e do tubo de microcentrífuga com Araldite. Nos

frascos em que se detectaram falhas dessa vedação, foi colocada nova camada de

Araldite para eliminar uma possível comunicação com o meio externo e esse aparato

experimental (composto por frasco de vidro, caldo de BHI estéril, dente e tubo de

microcentrífuga). Todos os aparatos foram mantidos em estufa a 37°C por dois dias.

Esse procedimento foi realizado para verificarmos a esterilidade de todo o aparato

experimental devido à possibilidade de contaminação no momento da montagem

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deste dispositivo, sendo constatada qualquer turvação no caldo BHI (Figura 4.15), o

aparato era descartado.

Figura 4.15 – Esquema do aparato experimental

Todos os aparatos foram numerados de acordo com o grupo experimental ao

qual pertenciam.

4.2.4 Preparo do inoculo

A cepa de Enterococcus faecalis foi descongelada e reativada em tubos pyrex

de 13x100mm, com tampa de rosca, contendo cinco mililitros do caldo BHI, sendo

incubada a 37°C por 24 horas. Após ser constatada a viabilidade da cepa, foi

verificada a morfologia colonial em placas de Petri contendo 20,0mL de Ágar

Vidro tipo penicilina

Tubo de microcentrífuga

Elemento dental

Caldo BHI estéril

Material obturador

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Sangue∗ (AS) e Ágar Mitis Salivarius ∗ (MSA), seguido pela confirmação da

morfologia celular pelo método da coloração de Gram. Ambos os procedimentos

foram realizados para confirmar a pureza da cepa.

Uma colônia pura foi transferida para tubos contendo cinco mililitros de caldo

BHI e mantida a 37ºC por 24 horas, repetindo-se esta transferência por mais duas

vezes para se obter o microrganismo em crescimento exponencial. Cem microlitros

do último crescimento foram semeados em 50mL de caldo BHI e mantidos a 37ªC

por 18 horas. Finalmente alíquotas de 400µL desta última amostra foram

transferidas para o interior dos tubos de microcentrífuga e o aparato foi mantido em

estufa a37ºC durante todo o experimento (Figura 4.16).

Figura 4.16 – Aparato após a inserção do Enterococcus faecalis

∗ Acumedia Manufactures

Caldo BHI com o Enterococcus faecalis

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4.2.5 Obtenção dos resultados

Os aparatos foram checados diariamente para verificação da turvação do

meio (Figura 4.17), que foi o indicativo da passagem das bactérias pelo material

retrobturador. O aparato que apresentasse o meio em seu interior turvo era retirado

da estufa e seu número era anotado.

Semanalmente o caldo BHI do interior do tubo de microcentrífuga era

renovado para permitir que as bactérias continuassem a reproduzir-se e manterem-

se viáveis.

Quinzenalmente era realizado o “teste de viabilidade das bactérias”, que

consistia em transferir o caldo BHI, proveniente do interior dos tubos de

microcentrífuga, para tubos de ensaio com caldo BHI estéril e depois de incubados

por 48 horas, a 37ºC, verificar se ocorreria turvação do meio.

O tempo máximo de observação das amostras foi de 45 dias.

Na figura 4.17 observamos a turvação existente no meio do aparato B a qual

indica que o microrganismo infiltrou-se pelo cimento obturador e cones e chegou ao

caldo, multiplicando-se neste.

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Figura 4.17 – (A) Aparato sem turvação; (B) Aparato com turvação.

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5 RESULTADOS

Como se trata de uma pesquisa envolvendo elementos dentais de uma

pesquisa, foram seguidos os princípios éticos da Resolução n° 169/ 1996 do Comitê

de Ética em Pesquisa sob o protocolo 111/07 (Anexo A)

Na análise estatística dos corpos-de-prova foram pela randomização da

amostragem casual ou aleatória simples e divididos em 9 grupos (9 condições

experimentais) com n=4 (parcial por grupo) compondo dessa maneira o

delineamento fatorial desta pesquisa.

A variável ou fenômeno envolvido é do tipo qualitativo (com ou sem

penetração) e o teste envolvido foi o da análise probabilística para acontecimentos

exclusivos.

Nenhum teste estatístico paramétrico ou não paramétrico foi aplicado, pois

não existe a presença de variáveis quantitativas que pudessem gerar escores, para

um cálculo padrão ou para análises de tendência central ou variabilidade. O número

de amostras n=36 (total), dividido pelas condições experimentais, geraram uma

amostragem pequena para este tipo de cálculo.

Após a coleta direta e periódica dos dados um período de 45 dias é licito

afirmar que o estudo tem dispersão para a contaminação das amostras, pois 44,44%

dos corpos-de-prova apresentaram a turvação nos Ependorfs; como é mostrado no

gráfico 5.1 e na figura 5.1.

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CONTAMINADOS NÃO CONTAMINADOS

Gráfico 5.1 – Porcentagem do números de amostras contaminadas após 45 dias de

avaliação

Figura 5.1 – (A) Aparato sem turvação; (B) Aparato com turvação.

De um total de 36 elementos dentais, nenhuma amostra foi descartada, pois

os elementos dentais de todos os grupos não apresentaram contaminação

bacteriana na porção radicular, no período em que o conjunto de corpos-de-prova

44,44%

55,56%

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ficaram em observação após as suas montagens, comprovando assim a eficácia da

impermeabilização externa das raízes com araldite.

Na tabela 5.1 podemos observar os diferentes grupos avaliados, o número de

amostras em cada um dos cimentos e se o grupo teve tratamento da superfície

radicular interna através da aplicação de dois diferentes tipos de lasers.

Tabela 5.1 - Número de espécimes avaliados nos diferentes grupos irradiados ou não.

GRUPOS

Número de dentes

CIMENTO

OBTURADOR

IRRADIADO

COM LASER

G1 4 N- RICKERT SEM LASER

G2 4 Epiphany SE® SEM LASER

G3 4 EndoREZ SEM LASER

G4 4 N- RICKERT LASER de Nd :YAG

G5 4 Epiphany SE® LASER de Nd :YAG

G6 4 EndoREZ LASER de Nd :YAG

G7 4 N- RICKERT LASER de Er :YAG

G8 4 Epiphany SE® LASER de Er :YAG

G9 4 EndoREZ LASER de Er :YAG

A tabela 5.2 é possível observar o número de elementos dentais que após

preparo químico cirúrgico, obturação dos sistemas de canais radiculares com

diferentes tipos de cimentos endodônticos e com ou sem tratamento interno da

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superfície radicular, os que apresentaram infiltração coronária nos diferentes grupos,

durante o período de avaliação (45 dias).

Tabela 5.2 - Número de elementos dentais que apresentaram infiltração nos diferentes grupos,

durante o período de avaliação (45dias)

GRUPO 1 N-RICHERT SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4 0

GRUPO 2 Epiphany SE® SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

18°

29°

45°

0

0

0

1

1

1

1

0

GRUPO 3 EndoREZ SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4 0

GRUPO 4 N-RICHERT/ LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

35°

45°

0

0

2

1

1

0

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GRUPO 5 Epiphany SE®/ LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

13°

27°

40°

0

0

2

1

1

0

GRUPO 6 EndoREZ / LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

24°

39°

41°

45°

0

0

1

1

1

1

0

0

GRUPO 7 N-RICHERT/ LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

10°

45°

0

0

0

0

1

1

2

0

GRUPO 8 Epiphany SE®/LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4 0

GRUPO 9 EndoREZ / LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

18°

32°

45°

0

0

0

1

1

1

1

0

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A tabela 5.3 é possível observar o número de elementos dentais que após

preparo químico cirúrgico, obturação dos sistemas de canais radiculares com

diferentes tipos de cimentos endodônticos e com ou sem tratamento interno da

superfície radicular, os que apresentaram infiltração coronária a cada período de 15

dias.

Tabela 5.3 – Número de espécimes que sofreram infiltração a cada período de 15 dias.

15 dias 30 dias 45 dias TOTAL

N-Rickert

5

0

1

6

Epiphany SE®

2

3

0

5

EndoREZ

1

2

2

5

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O gráfico 5.2 é possível observar o número de elementos dentais que após

preparo químico cirúrgico, obturação dos sistemas de canais radiculares com

diferentes tipos de cimentos endodônticos e com ou sem tratamento interno da

superfície radicular, os que apresentaram infiltração coronária nos diferentes grupos,

durante o período de avaliação (45 dias).

Gráfico 5.2 – Valores de infiltração nos diferentes grupos avaliados

0%

50%

100%

grupo 1grupo 2grupo 3

grupo 4grupo 5grupo 6

grupo 7grupo 8

grupo 9

grupo 1

grupo 2

grupo 3

grupo 4

grupo 5

grupo 6

grupo 7

grupo 8

grupo 9

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6 DISCUSSÃO

O êxito do tratamento endodôntico será relacionado ao completo selamento

do canal radicular. Assim, a eliminação das bactérias por meio do preparo químico

cirúrgico e a prevenção da recontaminação dos mesmos é uma condição essencial

para o sucesso da terapia (GROSSMAN, 1962; PROKOPOWITSCH et al., 1982;

Antoniazzi, 1982; De Deus, 1992).

A maioria dos estudos avalia a infiltração coronária in vitro, apesar de o

ideal seria ser demonstrar a infiltração coronária in vivo, porém, aspectos éticos não

permitem a sua realização. Nos estudos in vivo, em humanos ou animais, haveria

uma melhor aproximação da realidade clínica (BROSCO, 2006).

In vitro, a maioria dessas variáveis pode ser controlada e se o modelo

reproduzir com fidelidade o fenômeno in vivo, podemos obter resultados

consistentes do potencial da penetração bacteriana em canais radiculares

obturados, no entanto, trata-se de um modelo estático, que não simula algumas

condições da cavidade bucal como: alterações de temperatura, diversidade da

microbiota, nutrientes disponíveis e influência dos fluídos e tecidos periapicais.

Assim, uma extrapolação dos resultados para situação clínica deve ser realizada

com cuidado, (BAUGARTNER; ZEHNDER; PAQUÉ 2007; BROSCO, 2006; DA

SILVA NETO et.al., 2007).

Para esse trabalho, foram selecionados pré molares inferiores de canal

único extraídos, com o objetivo de simular as condições clínicas em que tratamento

endodôntico é realizado.

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Com a finalidade de reproduzir as condições mais próximas possíveis de

um experimento in vivo, as coroas dentárias, foram mantidas sendo assim

necessário a realização de cirurgia de acesso convencional para se ter

acessibilidade ao sistema de canais radiculares.

Os dentes foram armazenados em solução fisiológica em refrigeração, para

que permanecessem hidratados durante todo o trabalho.

Para simular as condições clínicas do dente preso ao alvéolo, durante a

instrumentação e obturação, os mesmas foram fixadas em uma morsa, para que

pudessem permanecer imóveis, permitindo ao operador trabalhar com as 2 mãos.

A odontometria foi realizada através da visualização da lima no forame

apical, por ser esse método simples, pratico e confiável na determinação do

comprimento do dente (PROKOPOWITSCH, 1994).

Com o objetivo de se evitar possíveis modificações ocorrentes quando a

instrumentação é realizada por diferentes operadores, os canais radiculares foram

preparados manualmente por um único operador. O batente apical foi confeccionado

1mm aquém do forame apical por ser essa, aproximadamente, a localização do

limite CDC (cemento-dentina-canal) e par criar um anteparo para o ajuste e

travamento do cone principal. NA seqüência, utilizamos a técnica escalonada

regressiva, (técnica “step-back”), a qual proporciona um preparo satisfatório dos

canais radiculares, possibilitando que as técnicas de obturação pudessem ser

realizadas de maneira adequada, (LEONARDO MR, 2005).

Assim como trabalho de Torabinejad; Ung e Kettering (1990) realizamos a

remoção dos resíduos que permaneceram no milímetro apical do canal

(desbridamento), após a instrumentação, com o objetivo de permitir um contato

direto entre o meio de cultura (em contato com a porção apical da raiz) e a obturação

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93

do canal radicular. O alargamento do forame apical em tamanhos padronizados

pôde permitir um fluxo de microorganismos mais contínuo e regular. Isto foi feito

mesmo que extrapolando o modelo clínico que utilizamos na nossa técnica

preconizada, de que não devemos ultrapassar os limites endodônticos do interior

dos sistemas de canais radiculares, (ANTONIAZZI, 1982).

O magma dentinário é uma camada constituída por componentes orgânicos

e inorgânicos, a qual possui de 1 a 2 micrometros de espessura aderida à parede

dentinária do canal radicular e se estende cerca de 40 micrometros no interior de

túbulos dentinários. Se o magma dentinário não fosse removido após a

instrumentação do canal, poderia funcionar como um substrato para a proliferação

de bactérias, servir como um caminho para a circulação bacteriana entre a

obturação e o canal radicular, dificultar a ação do medicamento intracanal, assim

como interferir no embricamento mecânico entre o cimento obturador e as paredes

do canal. Dessa forma, a eliminação do magma pôde trazer efeitos benéficos para a

terapia endodôntica (CARDOSO, 2003).

Dentre os grupos deste experimento, um total de 6 subgrupos, tiveram um

tratamento da superfície dentinária interna, previamente a obturação dos sistemas

de canais radiculares, utilizando-se para isto dois diferentes tipos de lasers, sendo

eles Nd:YAG e Er:YAG. Este tratamento interno tem como objetivo fundamental a

observação de possíveis melhoras ou pioras de embricamento mecânico entre

cimentos obturadores dos sistemas de canais radiculares e dentina interna. Isto se

faz importante visto que a cada dia se torna mais freqüente a utilização de fonte luz

de alta potência para a irradiação de dentina contaminada pela microbiota

endodôntica, na tentativa considerável da melhoria da sanificação interna (KHAN et

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al., 1997; KIMURA; WILDER-SMITH; MATSUMOTO, 2000; MATSUMOTO, 2000;

SCHOOP et al., 2002).

O laser de Nd:YAG tem como propriedades promover a fusão e

ressolidificação da matriz dentinária, criando uma nova estrutura, menos permeável

e com oclusão parcial de túbulos dentinários. Simultaneamente, ocorre a

vaporização e remoção parcial ou total de smear layer e debris dentinários,

(CAMARGO et al., 2005; DEPRAET; DE BRUYNE; DE MOOR, 2005; GONÇALVES;

MOURA-NETTO; GAVINI, 2006;KREISLER et al., 2002; MATSUMOTO, 2000;

MOURA-NETTO et al., 2008a; SANTOS et al., 2005); portanto foi utilizado para

observar se seria benéfico a adesão marginal dos cimentos estudados ou não, uma

vez que a alteração morfológica dos tubos dentinários influenciaria em uma melhor

adaptação entre as interfaces cimento-dentina interna.

Por sua vez o laser de Er:YAG tem como característica principal causar a

ablação da dentina peritubular e intertubular, expondo os túbulos dentinários

(COLUCCI et al., 2008; EBIHARA et al., 2002; SCHOOP et al., 2002; TAKEDA et al.,

1998c); por isto a escolha deste tipo de fazer se justifica quando se pensa que um

número maior de túbulos dentinários abertos, melhor seria a penetração dos

cimentos no interior dos mesmos, fazendo assim a melhoria do embricamento.

Os canais radiculares foram obturados com os cimentos endodônticos

cimento de N-Rickert ,Epiphany SE, e EndoRez II, os quais foram manipulados e

aplicados segundo as instruções de cada fabricante.

Em todos os canais, os cimentos endodônticos foram levados de acordo

com a técnica proposta no caso do cimento de N-Rickert ou pelas orientações dos

fabricantes em relação aos cimentos Epiphany SE, e EndoRez II.

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O corte de excesso do material obturador foi feito com condensadores tipo

Paiva aquecidos, com posterior condensação vertical da obturação.

Na infiltração coronária pode ser avaliada através da penetração de

corantes (VERISSIMO; DO VALE, 2006; WU; WESSELINK, 1993), transporte de

fluido ou penetração de bactérias, (BAUMGARTNER; ZEHNDER; PAQUÉ, 2007;DE-

DEUS et al., 2006 FRANSEN et al., 2008 MUNOZ et al., 2007; SHIPPER et al.,

2004; TORABINEJAD, UNG e KETTERING, 1990; TROPE; CHOW; NISSAN, 1995;

YUCEL et al.;2006) ao longo da obturação dos canais radiculares.

O uso de corantes e traçadores químicos foi freqüentemente adotado

durante décadas para avaliar a infiltração apical ou coronária, devido à sua

metodologia simples de preparo e análise da amostra. Porém, essa metodologia

vem sendo constantemente questionada quanto à sua confiabilidade e

principalmente sua reprodutibilidade, devido às diversas variáveis e possibilidades

durante sua execução. Apesar disso, é um método que permite facilmente a

visualização do padrão de infiltração e viável de ser executado em estudos com

muitos espécimes. Entende-se também que parte da descrença desta metodologia

está mais associada à sua possível não correlação com testes de filtração de fluido e

penetração bacteriana do que ao método propriamente dito (CAMPS; PASHLEY,

2003; WU; WESSELINK, 1993). Por fim, é consenso literário que estudos in vitro não

podem ser diretamente extrapolados para a realidade clínica, mas quando

executados com criteriosa padronização metodológica, independente do método

adotado, seus resultados comparativos têm relevância na escolha do melhor

material e/ou técnica testados (POMMEL; JACQUOT; CAMPS, 2001).

Na avaliação da infiltração coronária com corantes, após a obturação do

canal radicular, o dente é imerso no corante por um período pré-estabelecido e

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posteriormente é seccionado. A infiltração coronária é determinada através da

marcação do corante na dentina, na interface entre a parede dentinária e a

obturação do canal.

Esse tipo de metodologia apresenta algumas desvantagens, apesar de ser

simples e de fácil execução. O corante azul de metileno, amplamente utilizado,

apresenta um baixo peso molecular, podendo penetrar em áreas não acessíveis

pelas bactérias e resultar em informações maiores que as obtidas clinicamente.

Outra desvantagem desse corante consiste na sua compatibilidade com materiais

alcalinos amplamente utilizados na terapêutica endodôntica. Segundo Wu et al., o

azul de metileno é instável em soluções alcalinas, podendo reagir com o hidróxido

de cálcio e o MTA tornando-se incolor, interferindo na marcação da infiltração e

levando a falsas interpretações dos resultados.

Na avaliação da penetração de corantes ou traçadores químicos existem

variáveis, entre elas, o tipo de corante, seu pH e tamanho de molécula que podem

resultar em maiores ou menores índices de infiltração. Optou-se neste estudo por

utilizar a penetração de bactérias como fator de avaliação da infiltração marginal dos

cimentos endodônticos utilizados.

O processamento do espécime também é outro fator que influi na medição

da infiltração. Alguns autores optam pela diafanização do dente, tornando-o

translúcido o suficiente para visualizar o ponto ou região de maior infiltração

(SIQUEIRA Jr.; ROCAS; VALOIS, 2001; VERISSIMO; DO VALE; MONTEIRO,

2007). Especula-se, entretanto, que o processo de desmineralização do dente pode

dissolver o corante, influindo na leitura dos resultados (VERISSIMO; DO VALE,

2006). Outros estudos preferem o corte transversal seriado, em secções

milimétricas, até se atingir a região de maior penetração de corante (ROGGENDORF

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et al., 2007; ZMENER; PAMEIJER; MACRI, 2005; ZMENER et al., 2008). Devido à

perda de estrutura dental em cada secção de pelo menos 0,3 mm em razão da

espessura do disco de corte, a medição por essa técnica se torna imprecisa. A

extração de corante, por meio da dissolução da estrutura dental e análise da

absorbância da solução resultante por espectrofotometria foi também proposta para

o estudo de infiltração de corante (CAMPS; PASHLEY, 2003). As opções de

diafanização e extração de corante foram descartadas porque além da medição da

infiltração apical, o presente estudo propôs-se a avaliar a interface entre cimento e

parede dentinária nos mesmos espécimes.

A avaliação da infiltração coronária através da penetração bacteriana tem

sido um método bastante empregado atualmente porque fornece informações

biologicamente semelhantes às encontradas clinicamente.

Para a avaliação da infiltração coronária bacteriana, a porção coronária da

raiz é inserida em um reservatório que contem um meio de cultura inoculado com

bactérias e a porção apical da mesma é introduzida em contato com um meio de

cultura esterilizado. Quando o meio de cultura no qual o ápice encontra-se inserido

torna-se turvo, (BAUMGARTNER; ZEHNDER; PARQUÉ, 2007; SIQUERIA JÚNIOR

et al., 2000) ou altera sua coloração (DA SILVA NETO et al., 2007) (dependendo do

meio de cultura utilizado), indica a proliferação de bactérias no mesmo, evidenciando

a infiltração das bactérias através da obturação do canal radicular.

Para avaliar a infiltração coronária através de microorganismos, a literatura

nos mostra vários métodos, (TORABINEJAD; UNG; KETTERING, 1990). Neste

estudo, como preconizado pela maioria dos autores (BAUMGARTNER; ZEHNDER;

PAQUE, 2007; DA SILVA NETO, 2007), foi confeccionado um aparato composto por

um microtubo para centrífuga (eppendorf), no qual foi possível a montagem dos

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remanescentes radiculares. Após a adaptação da raiz ao eppendorf, o espaço entre

eles (junção) foi preenchido com araldite de presa rápida com o intuito de fixar o

dente no eppendorf e impedir posteriormente a passagem do meio de cultura nessa

área, (BROSCO, 2006; TAVEIRA, 2005).

A impermeabilização da superfície externa das raízes com araldite

(BROSCO, 2002; TAVEIRA, 2005) foi realizada com o objetivo de evitar que os

microorganismos inseridos durante o teste de infiltração coronária penetrassem por

outras áreas que não fosse à obturação do canal, ou seja, pela superfície externa da

raiz, através dos túbulos dentinários ou canais laterais e acessórios (BROSCO,

2006; TABEIRA, 2005).

Previamente ao teste de infiltração bacteriana, os espécimes foram

esterilizados. A seleção de um método de esterilização adequado é importante,

sendo que, alguns autores preconizam que a esterilização deve ser realizada em

autoclaves (SAUNDERS et al.; 2004), outros no hipoclorito de sódio

(TORABINEJAD; UNG; KETTERING,1990) e os outros ainda em radiação gama

(CLARK-HOLKE et al., 2003).

Segundo Jacobson et al., (2002) a esterilização em autoclave requer uma

temperatura muito alta, que poderia interferir nas prioridades da guta-percha e

alterar os componentes plásticos do dispositivo de infiltração, sendo esse método

desaconselhável. Portanto, optamos pela esterilização com óxido de etileno, que

emprega uma temperatura de 56° C, como preconizado por inúmeros trabalhos,

(BROSCO, 2006; SOUZA, 2004; TIMPAWAT; AMORNCHAT; TRISUWAN, 2001).

Diferentes meios de cultura podem ser utilizados em contato com a

superfície apical do remanescente radicular, para a avaliação da infiltração

bacteriana dos canais radiculares. Em nosso trabalho, usamos o caldo de BHI (brain

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heart infusion), conforme sugerido por diversos autores (JACOBSON et al, 2002;

SIQUEIRA JUNIOR et al., 1999; TIMPAWAT; AMORNCHAT; TRISUWAN, 2001),

por ser um meio de cultura que favorece o desenvolvimento da maioria dos

microorganismos e permite uma melhor visualização da turvação do meio de cultura

quando ocorre a infiltração do espécime.

Após a montagem final do dispositivo da infiltração, as amostras foram

mantidas em estufa a 37° C, durante dois dias (TAVE IRA, 2005) para confirmação

da esterilidade do conjunto, procedimento também realizado por inúmeros autores,

(TIMPAWAT; AMORNCHAT; TRISUWAN, 2001).

Os Enterococcus faecalis tem sido identificados atualmente, como a

espécie mais comumente encontrada em canais radiculares que tiveram tratamento

endodôntico convencional realizado devido à sua capacidade de resistirem aos

agentes antimicrobianos utilizados para a irrigação dos canais radiculares e ao

curativo de hidróxido de cálcio, já que são capazes de sobreviver em ph

extremamente alcalino (BROSCO, 2006; MCHUGH et al., 2004, RÔÇAS; SIQUEIRA

JUNIOR; SANTOS, 2004).

Os Enterococcus faecalis apresentam a capacidade de sobreviver a longos

períodos sem nutrientes, até que uma fonte nutricional adequada se torne

disponível, (RÔÇAS; SIQUEIRA JUNIOR; SANTOS, 2004). Nesse trabalho

utilizamos a bactéria Cepas de Enterococcus faecalis ATCC (American Type Culture

Collection) 29212, onde realizamos trocas do meio de cultura para a substituição dos

nutrientes das bactérias semanalmente (TAVEIRA, 2005) reduzindo a freqüência da

manipulação dos dispositivos montados para o teste da infiltração e evitando a

contaminação dos mesmos.

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100

Em nosso trabalho, constatamos a infiltração coronária através da turvação

do caldo de BHI, que de límpido e transparente, passou a ser turvo, indicando a

passagem da bactéria através da obturação do canal radicular.

De um total de 36 dentes do grupo experimental, nenhum espécime foi

descartado durante o experimento. Nenhuma das amostra foi eliminada porque não

apresentou contaminação do meio de cultura durante a montagem do dispositivo de

infiltração, constatada quando os mesmos ficaram sob avaliação por 2 dias em

estufa a 37°C. Ao contrário que foi demonstrado no estudo de Timpawat, Amornchat,

Trisuwan (2001) que relatou que durante a montagem do dispositivo de infiltração

houve a contaminação de 10 entre 75 amostras, as quais foram descartadas.

Em qualquer estudo de infiltração é muito difícil comparar os resultados

obtidos com os de outros estudos ou determinar o quanto as variáveis presentes em

cada um deles influencia nos resultados, (GILBERT; WITHERSPOON; BERRY,

2001).

Nas pesquisas de infiltração bacteriana, as amostras são avaliadas

diariamente durante diferentes períodos de tempo, dentre eles: sete, trinta, sessenta

e noventa dias. Nesse trabalho, optamos por avaliar as amostras por um período de

45 dias, sendo que ao final desta avaliação de tempo estabelecida, foi verificado que

16 elementos dentais tinham sido contaminados e os outros 20 ainda apresentavam

o meio de cultura límpido e cristalino.

Quando comparamos esse resultado com os publicados na literatura,

verificamos que alguns autores também encontraram maiores índices de infiltração

em canais radiculares obturados, em curto período de tempo verificaram 100% de

infiltração dos espécimes no período de 48 dias, (TORABINEJAD; UNG;

KETTERING, 1990) verificaram 100% de infiltração no período de 76 dias. Outros

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101

autores terminaram seu período experimental com alguns espécimes resistentes à

penetração bacteriana. Gilbert, Witherspoon e Berry (2001) encontrou 85% de

infiltração em 84 dias e Barrieshi et al. (1997) 85% de infiltração em 90 dias.

Segundo Mitelic et al. (2005) em estudos dessa natureza, o número de

microorganismos que causam turvação no meio não pode ser determinado. Em

alguns espécimes, apenas um microorganismo pode ter infiltrado e causado

turvação do meio de cultura, enquanto em outros, muitos microorganismos podem

ter infiltrado e causado turvação.

Ao analisarmos um estudo de infiltração coronária, não só a porcentagem

de espécimes que infiltraram é importante, mas também o tempo que levou para que

as infiltrações ocorressem, sendo que quanto maior o tempo de infiltração, melhor o

resultado, pois maior foi o tempo necessário para que os espécimes infiltrassem.

Em nosso estudo, dos 36 elementos dentais dos grupos experimentais, 3

infiltraram nos primeiros 4 dias e outros 4 até o décimo dia de avaliação do teste de

infiltração coronária (Tabela 5.3), no entanto, nossos resultados estão de acordo

com os encontrados na literatura, jaz que vários autores (BARTHEL et al., 2006;

MONTELLANO; SCHWARTZ; BEESON, 2006) demonstraram em seus trabalhos

que uma grande porcentagem dos seus espécimes apresentou infiltração coronária

no inicio do período experimental.

Clinicamente, alem da sensibilidade tática do operador, o único instrumento

que dispomos para avaliar a qualidade da obturação é a imagem radiográfica. Em

nosso experimento, todas as amostras utilizadas no teste de infiltração coronária

apresentavam radiograficamente obturações satisfatórias, isto é, bem condensadas

e com ausência de falhas, entretanto, segundo Siqueira Júnior et al. (2002) existe

uma pobre correlação entre a qualidade da obturação do canal e a imagem na

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radiografia. Existem falhas e vazios menores na obturação que freqüentemente não

são detectadas através da imagem radiográfica, podendo ser responsáveis pela

rápida contaminação de canais radiculares. Segundo alguns autores, isso ajuda a

explicar o porquê de alguns espécimes serem totalmente contaminados nos

primeiros dias de avaliação.

As obturações deficientes tem sido responsabilizadas como a principal

causa dos fracassos endodônticos. Em busca do selamento hermético, na fase de

obturação, variadas técnicas e materiais foram desenvolvidos. Paralelamente ao

aparecimento dessas inúmeras técnicas e materiais, segui-se a necessidade de

avaliá-los, desencadeando uma infinidade de pesquisas, analisando tanto as

propriedades biológicas como as propriedades físicas das obturações. Entre as

propriedades físicas, a mais estudadas á a capacidade seladora dessas obturações,

já que o selamento do sistema de canais radiculares realizados o mais hermético

possível é o objetivo principal da fase de obturação na terapia endodôntica,

(BROSCO, 2002; BROSCO, 2006; DA SILVA NETO et al., 2007).

Na análise da capacidade seladora dos cimentos nos grupo não irradiados

(G1,G2 e G3), tomando como base o teste de infiltração por bactérias após a

obturação dos sistemas de canais radiculares, observamos que o cimentos N-Rickert

e EndoREZ® foram os que melhores resultados tiveram em relação a infiltração

coronária, sendo que todos os espécimes do G1 e G3 ficaram isentos de

contaminação durante o período avaliado. Os espécimes obturados com estes

cimentos foram significativamente menos infiltrados que aqueles do outro cimento o

Epiphany SR®.

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103

Na tabela 6.1 podemos observar a comparação de infiltração entre os

grupos 1, 2 e 3.

Tabela 6.1 – Comparativa de infiltração entre G1,G2 e G3

GRUPO 1 N-RICKERT SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4 0

GRUPO 2 Epiphany SE® SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

18°

29°

45°

0

0

0

1

1

1

1

0

GRUPO 3 EndoREZ SEM LASER

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4

No gráfico 6.1 observamos as amostras não irradiadas

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104

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

N-Richert EpiphanySE®

EndoREZ

GRUPO 1

GRUPO 2

GRUPO 3

Gráfico 6.1 - Número de amostras sem infiltração nos grupos não irradiados

Em nosso experimento o cimento endodôntico que apresentou a menor

resistência à penetração da bactéria Enterococcus faecalis foi o N-Rickert, com

diferença em relação ao Epiphany SR® e ao EndoREZ®, mas sem diferença

estatisticamente significante entre si.

A análise da influência do tratamento prévio da superfície dentinária com a

irradiação de diferentes tipos de lasers de alta intensidade no resultado final da

obturação com os cimentos resinosos foi um dos pontos avaliados neste trabalho.

Portanto, após observarmos como cada cimento se comportou em relação à

infiltração coronária passamos a comparar como os mesmos se comportaram

quando utilizados sobre dentina previamente irradiada.

O N-Rickert é um cimento à base de óxido zinco e eugenol com

característica hidrofóbica. Por este motivo, os canais radiculares foram totalmente

secos antes da obturação final com esse cimento As irradiações com os lasers

comprometeram a capacidade seladora do cimento de N-Rickert, tanto no G 4

quanto no G 7. De fato, os lasers de Nd:YAG e Er: YAG pioraram a capacidade de

adesão entre este cimento e a superfície interna do canal, uma vez que aumentaram

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o número de amostras turvadas, ou seja positivas, quanto comparadas com o grupo

experimental que não foi irradiadiado.

O laser de Nd:YAG causa fusão e solidificação da superfície dentinária

(MOURA-NETTO et al., 2008a), que per se já favorecem a impermeabilização desta

dentina. Além disso, esta superfície fusionada provavelmente se apresente menos

hidratada que a dentina normal, o que poderia dificultar na melhor adaptação deste

cimento ao substrato dentinário.

Na tabela 6.2 observamos a amostragem após a aplicação.

Tabela 6.2 - Amostragem após aplicação de laser Nd:YAG e uso de N-Rickert

GRUPO 4 N-RICKERT/ LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

35°

45°

0

0

2

1

1

0

A irradiação com o laser de Er:YAG influenciou significantemente a

capacidade seladora do cimento N-Rickert. Este resultado vai em conflito com os

obtidos por Mello em 2000, que em seu experimento encontrou melhoras no

selamento quando aplicado este laser. Tal diferença de resultados pode estar

relacionado a metodologia utilizada, sendo que, neste trabalho foi utilizado o azul de

metileno como agente marcador da infiltração, e no nosso trabalho utilizamos a

infiltração bacteriana como visualizador dos resultados.

Na tabela 6.3 observamos a amostragem após aplicação de laser Er:YAG

e uso de N-Rickert

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Tabela 6.3 –Amostragem após aplicação de laser Er:YAG e uso de N-Rickert ----

GRUPO 7 N-RICKERT/ LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

10°

45°

0

0

0

0

1

1

2

0

Os cimentos endodônticos à base de metacrilatos têm sido desenvolvidos

com o propósito de alcançar maiores níveis de selamento, baseado na sua

capacidade adesiva e de penetração nos túbulos dentinários. Por esse motivo,

esperava-se que a diminuição de túbulos expostos e alteração da superfície

dentinária causada pela irradiação com os laseres de Nd:YAG prejudicasse a

capacidade seladora desses cimentos. Corroborando com esta idéia, a irradiação

com o laser de Nd:YAG piorou significativamente o selamento dos dentes obturados

com o cimento EndoREZ® e com o Epiphany SE® em comparação aos respectivos

grupos não irradiados. Tal fato pode estar relacionado às alterações marcantes da

dentina superficial compatíveis com fusão dentinária provocada por esse laser ou

ainda à desidratação dessa superfície pela elevação de temperatura.

O Epiphany SE® é um cimento obturador composto por um cimento

hidrofílico de cura dual à base de uma mistura de metacrilatos (BisGMA, UDMA,

PEGDMA, EBPADMA); e cones sintéticos, à base de polímero de poliéster, vidro

bioativo e dimetacrilato (Resilon®).

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Na tabela 6.4 observamos o número de espécimes infiltradas após o uso do

laser Nd:YAG, variando o cimento resinoso

Tabela 6.4 – Números de espécimes infiltradas após o uso do laser Nd:YAG, variando o cimento

resinoso

GRUPO 5 Epiphany SE®/ LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

13°

27°

40°

0

0

2

1

1

0

GRUPO 6 EndoREZ / LASER Nd :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

24°

39°

41°

45°

0

0

1

1

1

1

0

0

O único laser que melhorou consideravelmente o embricamento do cimento

obturador, neste caso o que foi utilizado o Epiphany SE®, quando comparados com

dentes dos outros grupos obturados com o mesmo cimento, foi o laser de Er:YAG.

Sabe-se que esse laser causa ablação dentinária, exposição dos túbulos e limpeza

superficial da dentina. Essa topografia superficial da dentina favoreceria,

teoricamente, a adesão de materiais restauradores resinosos, proporcionando um

melhor embricamento material/dentina, o que dificultaria a infiltração de corantes

através dessa interface. No entanto, diversos trabalhos em Dentística têm

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demonstrado que isto não acontece e a adesão de adesivos ao substrato dentinário

irradiado com o laser de Er:YAG ocorre de forma similar ou inferior quando

comparado com a adesão à dentina não irradiada. Segundo Ceballos et al. (2002) a

irradiação com laser de Er:YAG além de causar vaporização da camada dentinária

superficial, também causa desidratação e desnaturação das fibras colágenas no

interior dos túbulos devido a elevação de temperatura. Esse cenário inviabiliza a

difusão da resina pelo interior dos túbulos, ocasionando falhas de hibridização e

portanto perda na capacidade adesiva.

Na tabela 6.5 observamos a amostragem de melhora na infiltração após

uso de laser Er:YAG seguido do Epiphany SE®

Tabela 6.5 – Amostragem de melhora na infiltração após uso de laser Er:YAG seguido do Epiphany

SE®

GRUPO 8 Epiphany SE®/LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

1° ao 45° 4 0

No gráfico 6.2 observamos a diferença dos valores de infiltração variando-

se o tratamento da superfície radicular interna e usando o Epiphany SE®

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

semlaser

Nd:YAG Er:YAG

GRUPO 2

GRUPO 5

GRUPO 8

Gráfico 6.2 – Diferença dos valores de infiltração variando-se o tratamento da superfície

radicular interna e usando o Epiphany SE®

O EndoREZ® é um cimento à base de uretano de dimetacrilato (UDMA),

com característica hidrofílica e autopolimerizante.

Por sua vez na análise da capacidade seladora do cimento EndoREZ no

grupo irradiado com laser de Er:YAG (G9), tomando como base o teste de infiltração

por bactérias após a obturação dos sistemas de canais radiculares, observamos que

após o tratamento interno da superfície radicular com este tipo de laser, fez com que

este cimento tivesse seu pior desempenho quando comparado com os outros grupos

irradiados com o Nd:YAG (G6) e não irradiado (G3). Estes resultados deixam ainda

em dúvida a capacidade deste tipo de laser em aumentar a permeabilidade (BELLO-

SILVA et al., 2008; BRUGNERA Jr. et al., 2003; PECORA et al., 2000) ou mesmo a

diminuição da permeabilidade (ARANHA et al., 2005; RALD; LAGE-MARQUES,

2003).

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Na tabela 6.6 observamos os números de espécimes infiltradas após o uso

do laser Er:YAG e usando o cimento EndoREZ

TABELA 6.6 - Números de espécimes infiltradas após o uso do laser Er:YAG e usando o cimento

EndoREZ

GRUPO 9 EndoREZ / LASER Er :YAG

DIAS NEGÁTIVO POSITIVO

18°

32°

45°

0

0

0

1

1

1

1

0

No gráfico 6.3 observamos as diferença dos valores de infiltração variando-

se o tratamento da superfície radicular interna e usando o EndoREZ

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

semlaser

Nd:YAG Er:YAG

GRUPO 3

GRUPO 6

GRUPO 9

Gráfico 6.3 - Diferença dos valores de infiltração variando-se o tratamento da superfície

radicular interna e usando o EndoREZ

Confrontando os cimentos no grupo não irradiado, a infiltração do cimento

Epiphany SE®. foi superior ao EndoREZ® e ao N-Rickert. Poucos trabalhos na

literatura avaliaram a penetração de cimento em túbulos dentinários. Mamootil e

Messer (2007) avaliaram os cimentos AH26™, EndoREZ® e Pulp Canal Sealer

EWT® quanto à penetração em túbulos dentinários. Encontraram tags de até 1337

µm para o AH26™, 863 µm para o EndoREZ® e apenas 71 µm para o Pulp Canal

Sealer EWT®, cimento à base de óxido de zinco, mostrando assim a superioridade

dos cimentos resinosos nesse quesito. Patel et al. (2007) também apresentaram

altos valores de penetração do RealSeal® em túbulos dentinários, com média

superior a 900 µm.

A observação dos grupos não irradiados mostrando que todos os

espécimes do G 3 (Epiphany SE®) foram contaminados no período avaliado, é um

indicador que a utilização deste cimento sem um prévio tratamento da superfície da

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dentina interna, o torna altamente frágil e não confiável em relação ao selamento

lateral.

Também é fato que o laser de Nd:YAG quando irradiado nos grupos 4, e 6,

produziu uma piora considerável quando comparados com os grupos 1 e 3 que não

foram irradiados. Isto pode ser explicado pela modificação da estrutura interna da

parede dentinária devido a fusão e ressolidificação da matriz dentinária, criando uma

nova estrutura, menos permeável e com oclusão parcial de túbulos dentinários

(CAMARGO et al., 2005; DEPRAET; DE BRUYNE; DE MOOR, 2005; GONÇALVES;

MOURA-NETTO; GAVINI, 2006; KREISLER et al., 2002; MATSUMOTO, 2000;

MOURA-NETTO et al., 2008a).

Nos gráficos 6.4 e 6.5 observamos a comparação entre grupos não

irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o N-Rickert e o EndoREZ.

0

1

2

3

4

G 1 G 4

sem turvação

turvo

Gráfico 6.4 – Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o N-Rickert

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0

1

2

3

4

G 1 G 4

sem turvação

turvo

Gráfico 6.5 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o EndoREZ

Todavia quando se faz a comparação entre o grupo não irradiado e o grupo

irradiado com laser de Nd:YAG obturados com o cimento Epiphany SE® (G 2 e G 5),

observa-se uma discreta melhora no número espécimes não contaminadas no

período avaliado.

No gráfico 6.6 observamos a comparação entre grupos não irradiados e

radiados pelo laser de Nd:YAG usando o Epiphany SE®

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

G 1 G 4

sem turvação

turvo

Gráfico 6.6 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG usando o Epiphany SE®

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A irradiação de forma geral foi capaz de alterar as características dos tags

apenas quando foi utilizado o laser de Er:YAG e posteriormente utilizou como

cimento obturador o cimento Epiphany SE®

De fato, somente para este cimento foram observados escores mais altos

indicando a existência de maior quantidade de tags na interface dentina-cimento.

Esse achado foi esperado já que a superfície dentinária irradiada com este laser

apresenta túbulos abertos. Portanto, ao menos para este cimento a relação da

qualidade da penetração dos tags nos túbulos com o índice de infiltração fez sentido,

ou seja, maior penetração de tags, menor infiltração pós-obturação.

No gráfico 6.7 observamos a comparação entre grupos não irradiados e

radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG usando o Epiphany SE®

0

1

2

3

4

semlaser

laser deNd:YAG

laser deEr:YAG

sem turvação

turvo

Gráfico 6.7 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG

usando o Epiphany SE®

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No entanto, ele também foi interessante, uma vez que a infiltração nos

dentes irradiados com este laser e obturados com o cimento EndoREZ foi a maior

quando observada para este cimento em relação ao grupo não irradiado e o grupo

irradiado com o laser de Nd:YAG.

No gráfico 6.8 observamos a comparação entre grupos não irradiados e

radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG usando o EndoREZ

00,5

11,5

22,5

33,5

4

semlaser

laser deNd:YAG

laser deEr:YAG

sem turvação

turvo

Gráfico 6.8 - Comparação entre grupos não irradiados e radiados pelo laser de Nd:YAG e Er:YAG usando o EndoREZ

De fato, durante o procedimento de irradiação, dificilmente todas as

paredes são irradiadas, deixando áreas sem alteração morfológica. Deve-se também

levar em conta que a anatomia dos túbulos dentinários é complexa, apresentando

inúmeras ramificações e conexões entre os túbulos, impossibilitando o vedamento

destes com a irradiação laser.

Com base nos resultados, entende-se que a irradiação laser é capaz de

modificar a infiltração coronária dos dentes obturados com os cimentos endodônticos

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resinosos, dependendo do tipo de laser e de cimento. Apesar de preliminares, os

dados deste estudo indicam que a penetração nos túbulos pode ser um fator de

grande relevância na capacidade seladora destes cimentos. Por outro lado, deve-se

ter em mente que a irradiação intracanal com os lasers de alta intensidade é

benéfica para a redução bacteriana, limpeza e selamento, dependendo de

parâmetros de uso adequados para sua utilização.

Portanto, a associação na prática clínica da irradiação intracanal e uso dos

cimentos resinosos à base de metacrilato deve ser cuidadosamente avaliada para

que os benefícios individuais destes recursos não sejam diminuídos quando

utilizados conjuntamente.

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7 CONCLUSÃO

Podemos concluir que :

• quando os espécimes foram irradiados com Nd:YAG todos os grupos

tiveram o mesmo comportamento devido a ablação provocada por

este laser na superfície dentinária radicular

• Para o laser Er:YAG o grupo do Epiphany SE® teve um o aumento de

permeabilidade pela irradiação deste laser que facilitou a formação

dos tags e portanto, melhorando assim o embricamento entre cimento

e superfície dentinária radicular

• Para o grupo do N- Rickert o aumento da permeabilidade provocada

pela irradiação com o laser de Er:YAG acarretou um aumento da

infiltração bacteriana.

• O baixo escoamento do EndoREZ após o aumento da permeabilidade

obtida pela irradiação com o laser de Er:YAG acarretou em uma maior

infiltração bacteriana

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ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa