AVALIAÇÃO FOTOELÁSTICA DA TENSÃO GERADA...

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM ODONTOLOGIA NATÁLIA VALARINI AVALIAÇÃO FOTOELÁSTICA DA TENSÃO GERADA DURANTE A RETRAÇÃO DE CANINOS ANCORADOS POR MINI-IMPLANTES EM DISTINTAS POSIÇÕES Londrina 2017

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM ODONTOLOGIA

NATÁLIA VALARINI

NATÁLIA VALARINI

AVALIAÇÃO FOTOELÁSTICA DA TENSÃO GERADA DURANTE A RETRAÇÃO DE CANINOS ANCORADOS POR

MINI-IMPLANTES EM DISTINTAS POSIÇÕES

Londrina 2017

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NATÁLIA VALARINI

AVALIAÇÃO FOTOELÁSTICA DA TENSÃO GERADA DURANTE A RETRAÇÃO DE CANINOS ANCORADOS

POR MINI-IMPLANTES EM DISTINTAS POSIÇÕES

Londrina

2017

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Ortodontia Orientador: Prof. Dr. Murilo Baena Lopes

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NATÁLIA VALARINI

Avaliação fotoelástica da tensão gerada durante a retração de caninos

ancorados por mini-implantes em distintas posições

Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Odontologia, área de

concentração em Ortodontia, como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:

_________________________________________ Prof. Dr. Murilo Baena Lopes

UNOPAR

_________________________________________ Prof. Dr. Alcides Gonini Júnior

UNOPAR

_________________________________________ Prof. Dr. Eduardo César Almada Santos

UNICAMP

Londrina, 17 de fevereiro de 2017.

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação na publicação (CIP) Universidade Pitágoras Unopar Biblioteca CCBS/CCECA PIZA

Setor de Tratamento da Informação

Valarini, Natália V137a Avaliação fotoelástica da tensão gerada durante a retração de

caninos ancorados por mini-implantes em distintas posições. / Natália Valarini. Londrina: [s.n], 2017.

76f. Dissertação (Mestrado em Odontologia). Universidade Pitágoras

Unopar. Orientador: Prof. Dr. Murilo Baena Lopes. 1- Fotoelasticidade - dissertação - UNOPAR 2- Movimentação

dentária 3- Ancoragem ortodôntica 4- Biomecânica 5- Mini-implantes I- Lopes, Murilo Baena; orient. II- Universidade Pitágoras Unopar.

CDD 617.693

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho

inteiramente a minha avó

Dirce Raschini Valarini, que

nos deixou enquanto eu

finalizava esta dissertação. Te

amo, vó!

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Com muito amor, agradeço

À minha família,

Ao meu pai, Marcos Augusto Valarini, por sempre ter me

apoiado nos meus sonhos. Sem você, a Natalia profissional

não existiria.

À minha mãe Edilene Guedes. Mulher guerreira, de fibra,

que soube se reinventar quando a vida lhe mostrou ser dura.

Que sempre foi minha amiga e me deu os melhores conselhos.

A melhor mãe do mundo! Te amo!

Ao meu grande amor, George da Câmara Lopes. Nem nos

meus melhores sonhos eu imaginei que fosse ser você o meu

companheiro para o resto da vida. Após longos anos, nosso

reencontro deixou a minha vida colorida novamente. Você

merece um universo de coisas lindas e ainda assim seria

pouco. Te amo!

Aos meus sogros, Vera e Frederico, que me acolheram

sempre com imenso amor. Vocês são a família que a vida me

trouxe e que sempre vou guardar no coração.

Aos meus avós maternos Ezequiel (in memorian) e Maria; e

paternos Eliseu (in memorian) e Dirce (in memorian).

A todos os meus familiares, especialmente à minha prima

Daniela, prima-irmã querida,divertida e parceira de

profissão. Entende como ninguém os dramas diários do

mundo odontológico. Sempre me ouviu e me apoiou, ainda

que por distância. Obrigada.

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Agradecimento especial

Ao meu orientador Prof. Dr. Murilo Baena

Lopes, que com muita dedicação me orientou

para que eu chagasse até aqui. Obrigada por

ter me acolhido de forma carinhosa, no

momento que mais precisei.

Muito Obrigada!

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Meus sinceros agradecimentos

Ao Coordenador do Curso de Mestrado em

Odontologia, Prof.Dr. Alcides Gonini Junior,

por ter me ouvido, compreendido meus anseios

e me ajudado nos momentos em que mais

precisei!

Muito Obrigada!

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Com enorme carinho, agradeço

À ProfªDrª Regina Célia Poli-Frederico. A

primeira orientadora da minha vida e a que

despertou em mim o amor e prazer pela

ciência. Mais que uma professora, uma amiga

que me guiou, ouviu e aconselhou ao longo

da minha vida acadêmica. Te admiro como

bióloga, professora, mãe e mulher.

Muito Obrigada!

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Meus sinceros agradecimentos

Aos professores Profª. Drª. Thais Maria Freire Fernandes

Poleti, Prof. Dr. Bruno D’Áurea Furquim, Prof. Dr. Marcio

Rodrigues de Almeida, e a todos os professores do curso de

Mestrado em Odontologia, pelos ensinamentos, constante

apoio e exemplo como profissionais.

Ao Prof. Dr. Renato Rodrigues de Almeida, por todos os

valiosos ensinamentos no mundo da ortodontia. Te admiro

imensamente como professor e me sinto honrada por ter tido

oportunidade de ser sua aluna!

Ao Prof. Dr. Wagner Ursi, o melhor professor do mundo e o

responsável pela minha excelente formação na Especialização

em Ortodontia na Integrale.

Aos queridos colegas de turma, Flaviana Alves Dias, Thiago

Lemos e Juliana Brito, pela convivência e amizade.

Ao Gleydson Navarro, por estar sempre tão bem-humorado e

disposto a ajudar os alunos.

À banca examinadora pelo intercâmbio de ideias e sugestões

construtivas durante a qualificação e defesa desta

dissertação.

À Universidade Norte do Paraná, minha casa, a instituição

em que me formei como profissional e que me acolheu sempre

tão bem.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro e bolsa concedida

ao longo do curso, ajuda muito preciosa.

A todos os funcionários da secretaria e da Clínica de

Odontologia da UNOPAR.

Muito Obrigada!

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Salmo 91 1 Feliz o que se abriga sob o Altíssimo, do Todo-Poderoso vive à sombra! 2 Dize ao senhor: “Tu és o meu refúgio; meu baluarte, o Deus em quem

confio!” 3 Do ardil do caçador te guardará, do contágio da peste que arruína. 4 Ele te cobrirá com suas asas, encontrarás abrigo em suas penas. Sua

fidelidade se assemelha a uma couraça e escudo que protegem; 5 não terás a temer o horror da noite, nem a flecha que voa em plena luz; 6 nem a peste que ronda pelas trevas o contágio que alastra ao meio-dia. 7 Nada pode atingir-te, ainda que tombem dez mil à tua destra, mil à

esquerda. 8 Basta-te abrir os olhos para olhar e verás o castigo dos perversos. 9 Pois disseste: “O Senhor é meu refúgio!”, e tomaste o Senhor por

baluarte. 10 Jamais te atingirá desgraça alguma, nem chegará o mal à tua casa. 11 Pois a seus anjos Deus ordenará em teus caminhos todos te

guardarem. 12 Nas suas próprias mãos hão de levar-te para que em pedra alguma tu

tropeces. 13 Sobre a serpente e a víbora andarás, o leão e o dragão hás de esmagar. 14 “Porque em mim se abrigou, hei de atendê-lo: nas suas provações o

assistirei a fim de libertá-lo e dar-lhe glória. 15 Eu o cumularei de longos dias, a minha salvação lhe mostrarei.”

Amém!

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VALARINI, Natalia. Avaliação fotoelástica da tensão gerada durante a retração

de caninos ancorados por mini-implantes em distintas posições. 76f. [Dissertação

de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do

Paraná, Londrina, 2017.

RESUMO

Desde que foram propostos, os mini-implantes de titânio vêm sendo

amplamente utilizados para obtenção de máxima ancoragem ortodôntica. Vários

fatores podem afetar a estabilidade destes dispositivos, entre eles a angulação

de inserção. O objetivo deste estudo foi comparar a distribuição das tensões no

mini-implante entre diferentes posições de inserção. Vinte mini-implantes

foram inseridos em modelos de resina fotoelástica PL-3, os quais foram

distribuídos em 4 grupos de acordo com sua inserção em relação à crista alveolar

e inclinação: (G1)12mm e 450, (G2) 12mm e 900, (G3) 5mm e 450 e (G4) 5mm

e 900. Foi aplicada uma força padronizada em 150g por meio de um tensiômetro.

Para a leitura das tensões foi utilizado um polariscópio e os valores obtidos em

MPa através do software do próprio aparelho. Os dados em Mpa foram

submetidos a análise de variância com nível de significância de 5% e as

diferenças analisadas pelo teste de Tukey. Com relação à tensão quando se

comparou os grupos com diferentes alturas e angulações dos mini-implantes, os

grupos G1 e G2 apresentaram maiores médias de tensão quando comparados

aos grupos G3 e G4. Em relação à localização dos pontos de tensão, observou-

se que o ponto com maior tensão foi o terço médio do canino, seguido pelo

apical e depois pelo cervical. Conclui-se que não houve diferença

estatisticamente significante entre as angulações de inserção dos mini-implantes

de 450 e 900, permitindo que o profissional posicione o mini-implante da forma

que achar mais conveniente. Além disso, considerar a relação à altura de

inserção do mini-implante, uma vez que quanto maior a altura, maior a tensão

gerada nas regiões cervical e média do dente, implicando em uma maior

tendência à rotação do dente.

Palavras-chave: Fotoelasticidade, Movimentação Dentária, Procedimentos de

Ancoragem Ortodôntica, Biomecânica

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VALARINI, Natalia. Photoelastic evaluation of the tension generated during canine

retraction anchored with miniscrews in different positions. 76f [Dissertação de

Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná,

Londrina, 2017.

ABSTRACT

Since they were first introduced, titanium mini-implants have been widely used

to achieve maximum orthodontic anchorage. Several factors can affect the

stability of these devices, including the angle of insertion. The aim of this study

was to compare stress distribution in mini-implants between different insertion

positions. Twenty mini-implants were inserted into photoelastic resin PL-3

models, which were thereafter divided into 4 groups according to their insertion

relative to the alveolar crest: (G1) 12mm and 45º, (G2) 12mm and 90º, (G3)

5mm and 45º, and (G4) 5mm and 90º. A standardized 150g force was applied

using a tension gauge. To read the stresses a reflection polaroscope and the

values obtained in MPa through the device software itself were employed. The

readings were taken before and after force delivery. The data in Mpa were

subjected to analysis of variance at a 5% significance level, and the differences

were analyzed by Tukey’s test. As regards stress - in comparing groups of mini-

implants with different heights and angles - groups G1 and G2 showed higher

mean stresses compared to G3 and G4. With respect to the location of stress

points, it was observed that the spot with the highest stress was the middle third

of the canine followed by the apical, and then cervical region. Thus, it can be

concluded that no statistically significant difference could be found between the

angles of insertion of mini-implants at 45º and 90º, thereby allowing

professionals to position mini-implants as they deem convenient. Furthermore,

one should be aware of the mini-implant insertion height since the greater the

height, the greater the stress generated at the cervical and middle third regions

of the tooth, which tend to induce an increased tooth rotation.

Keywords: Photoelasticity, Tooth Movement, Orthodontic Anchorage

Procedures, Biomechanics

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Partes constituintes de um mini-implante. A. Cabeça. B. Perfil Transmucoso.

C. Ponta Ativa..................................................................................................................27

Figura 2- Mini-implantes com diferentes tamanhos de ponta ativa e perfil

transmucoso.....................................................................................................................28

Figura 3 - Modelos diferentes de mini-implantes, sendo A, B) autorrosqueante e C, D)

autoperfurantes................................................................................................................29

Figura 4 - Tipos de design da cabeça de mini-implantes da marca Dentos®................30

Figura 5 - Manequim odontológico (A) que foi duplicado com silicone de adição

(B)....................................................................................................................................47

Figura 6 - Delimitação do modelo de gesso para recorte do arco dentário....................48

Figura 7 -Vazamento de resina acrílica quimicamente ativada em um segundo molde

de silicone de adição........................................................................................................48

Figura 8 - Remoção da parte coronária do dente 14......................................................49

Figura 9 -Acabamento e polimento do modelo de resina acrílica.................................49

Figura 10 – Mini-implante utilizado no estudo. Autoperfurante com 1,6mm de diâmetro

e 9mm de comprimento...................................................................................................50

Figura 11 - (A) Demarcação do ponto de inserção do mini-implante, segundo a altura,

com o auxílio de uma régua milimetrada; (B) Chave apropriada utilizada para a inserção

dos mini-implantes..........................................................................................................51

Figura 12 - Moldes de silicone de adição, separados de acordo com os grupos. Os

dentes de manequim e os mini-implantes já estavam posicionados................................52

Figura 13 - Mini-implante posicionado no molde de silicone de

adição...............................................................................................................................52

Figura 14 – Resina fotoelástica PL-3.............................................................................53

Figura 15 - Resina fotoelástica sendo vertida nos moldes.............................................53

Figura 16 - (A) Modelos de resina fotoelástica após a colagem dos acessórios. (B) Arco

de aço .019x.025”............................................................................................................54

Figura 17 – (A) Mola fechada de nitinol. (B) Tensiômetro...........................................55

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Figura 18 - Polariscópio de Reflexão (Vishay LF/Z-2, Malern, USA) e Software

específico (PSCalc 2.0)....................................................................................................55

Figura 19 – Software específico (PSCalc 2.0)................................................................56

Figura 20 - Esquema dos pontos pré-determinados ao longo da porção radicular do

canino, distribuídos ao longo da face distal.....................................................................56

Figura 21 – Presença de franjas coloridas no Grupo 1 (A); Grupo 2 (B); Grupo 3 (C);

Grupo 4 (D).....................................................................................................................60

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Protocolo de seleção dos mini-implantes..................................................................32

Tabela 2- Fatores contribuintes para o insucesso dos mini-implantes ortodônticos...................35

Tabela 3 – Exemplos de materiais utilizados na confecção de modelos em fotoelasticidade….42

Tabela 4 – Cores em fotoelasticidade..........................................................................................42

Tabela 5- Média e desvio-padrão das tensões geradas nos diferentes grupos com diferentes

alturas e angulação dos mini-implantes........................................................................................59

Tabela 6 – Média e desvio-padrão das tensões geradas nos diferentes pontos de tensão

analisados.................................................................................................................................…59

Tabela 7 – Média e desvio-padrão das tensões geradas nas diferentes localizações de cada

grupo.............................................................................................................................................61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MIOs Mini-implantes ortodônticos

AAO American Association of Orthodontics

DAT Dispositivos de ancoragem temporária

µ Unidade de medida que equivale a 10-6

MPa Megapascal

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 22

2.2 Mini-Implantes ................................................................................................... 244

2.2.1 Evolução dos mini-implantes ortodônticos ................................................. 247

2.2.2 Nomenclatura, tipos e características dos mini-implantes............................. 31

2.2.3 Locais de inserção, indicações e seleção dos mini-implantes ..................... 311

2.2.4 Técnica de inserção dos mini-implantes ortodônticos ................................. 344

2.2.5 Fatores associados à estabilidade dos mini-implantes ortodônticos ............ 355

2.2.5.1 Características do mini-implante ortodôntico...........................................36

2.2.5.2 Características do tecido ósseo..................................................................37

2.2.5.3 Características do tecido mole e inflamação peri-implantar.....................38

2.2.5.4 Estabilidade primária................................................................................39

2.2.5.5 Aplicação de carga....................................................................................40

2.3 Fotoelasticidade .................................................................................................... 40

2.3.1 Polariscópio ................................................................................................. 411

2.3.2 Modelo ......................................................................................................... 422

2.3.3 Fonte de luz ................................................................................................. 433

3 PROPOSIÇÃO ........................................................................................................... 46

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 48

4.1 Obtenção do modelo de gesso ............................................................................ 488

4.2 Obtenção do modelo de resina acrílica ............................................................... 499

4.3 Obtenção do modelo fotoelástico padrão ........................................................... 511

4.4 Confecção dos modelos fotoelásticos utilizados no estudo ................................ 522

4.5 Instalação dos dispositivos ortodônticos ............................................................ 544

4.6 Análise das tensões frente a um Polariscópio de Reflexão ................................ 555

4.7 Tratamento estatístico ......................................................................................... 588

5 RESULTADOS ........................................................................................................... 60

6 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 64

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 68

8. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 70

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1.Introdução

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20

1 INTRODUÇÃO

Ao longo de um tratamento, o ortodontista se depara com uma série de desafios,

entre eles, e talvez o mais relevante, a ancoragem ortodôntica1. A ancoragem é o meio

pela qual damos a um dente ou grupo de dentes a capacidade de resistir a movimentos

indesejáveis durante a mecânica ortodôntica2,3.

A preocupação em relação a esta questão sempre esteve presente no cotidiano

dos profissionais e muitos dispositivos têm sido usados para evitar a movimentação

indesejada e aumentar a ancoragem dos molares, tais como o botão de Nance,

aparelhos extra-bucais, arcos linguais e barras transpalatinas4,5. Entretanto, alguns

destes aparelhos podem apresentar efeitos colaterais indesejados, como protrusão,

extrusão e inclinações dentárias6 e, na ausência de dentes chave, ficam

impossibilitados de serem utilizados. Além disso, os efeitos citados vulnerabilizam o

andamento do tratamento e, consequentemente, prejudicam a finalização do mesmo7,8.

Com o advento da Implantodontia, um novo tipo de ancoragem surgiu: a

ancoragem esquelética com o uso de mini-implantes. Estes dispositivos

revolucionaram a Ortodontia contemporânea, pois são considerados uma inovação da

prática clínica devido à sua alta estabilidade mecânica9,10. A utilização desta

ancoragem absoluta mudou os limites de movimentação dentária e alterou

planejamentos ortodônticos, ampliando as opções de tratamento para o paciente11.

Em relação ao uso de mini-implantes, alguns pontos parecem ser consensuais:

são uma opção de ancoragem fixa de baixo custo, requerem intervenção cirúrgica

simples, são relativamente pequenos em tamanho, podem ser colocados em diversas

áreas do osso alveolar e são bem tolerados pelos pacientes12.

Nos últimos anos, a literatura demonstrou que a proporção de sucesso dos mini-

implantes varia de 70 a 96% 13-19. O sucesso de qualquer mini-implante em promover

ancoragem definitiva depende da sua estabilidade20. Dentre os fatores que podem

influenciar a estabilidade dos mini-implantes, destacam-se: o ângulo de inserção21,22,

o comprimento e diâmetro do mini-implante 13,23-,25, a presença de gengiva inserida

14,26, o protocolo cirúrgico24,26,27, a intensidade da carga25-27, o grau de inflamação dos

tecidos peri-implantares 13, 14, a higienização do paciente 13,26, a proximidade do mini-

implante à raiz dentária28 e local de inserção e estabilidade primária desses

dispositivos22,25. Os principais fatores para a estabilidade do mini-implante são: a

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espessura e a densidade do osso cortical, que variam de acordo com as regiões

anatômicas e também do vetor de crescimento, pois pacientes com tendência de

crescimento vertical possuem o osso cortical vestibular mais fino. Portanto, para

pacientes braquicefálicos ou mesocefálicos, a escolha deverá recair em mini-implantes

menos calibrosos. Em contrapartida, em pacientes dolicocefálicos que,

freqüentemente, apresentam o osso cortical mais fino, deve-se optar por mini-

implantes mais calibrosos. A estabilidade do implante imediatamente após a sua

inserção é chamada estabilidade primária e alguns fatores relevantes que podem afetar

esta estabilidade são: a qualidade do osso17, o design do implante29, o método de

inserção30, a espessura do osso cortical31 e angulação do mini-implante32.

Estudos relatam que mini-implantes inclinados em relação à superfície do osso

proporcionam maior contato com o osso cortical33,34, resultando num aumento em sua

retenção mecânica e estabilidade29,32,35. Chaimanee, Suzuki e Suzuki (2011)36

avaliaram a influência de diferentes padrões dentoesqueléticos de espaços inter-

radiculares para determinar áreas seguras de implantação dos mini-implantes. Para

tanto, foram examinadas 60 radiografias periapicais de indivíduos nas regiões inter-

radiculares e foram medidas as distâncias de 3, 5, 7, 9 e 11mm da crista alveolar. Os

autores verificaram que o maior espaço inter-radicular para a implantação dos mini-

implantes foi encontrada nos pontos de 9mm e 11mm, a partir da crista alveolar.

Poggio et al.,(2008)21 não recomendam que os mini-implantes sejam inseridos na

maxila a uma altura acima de 8mm devido aos seios nasais. Além disso, os autores

recomendam que o mini-implante seja posicionado inclinado a 30º ou 40º.

Çehreli, Ozçirpici e Yilmaz (2011)37 realizaram um trabalho que examinou a

tensão peri-implantar ao redor dos mini-implantes ortodônticos inclinados por meio de

análise fotoelástica tridimensional. Os autores inseriram os dispositivos em

inclinações de 30º , 45º ,70º e 90º e verificaram que a maior alteração de distribuição

de tensões foi nos implantes posicionados a 90º, enquanto os implantados a 70º

apresentaram tensões menores.

Assim, considerando a importância da utilização de mini-implantes na

Ortodontia, percebe-se que há a necessidade de mais estudos sobre o comportamento

mecânico de mini-implantes ortodônticos que verifiquem e comparem a distribuição

das tensões entre estas diferentes alturas e angulações de inserção, utilizando a técnica

de fotoelasticidade.

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2.Revisão da Literatura

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Os mini-implantes ortodônticos são considerados um importante avanço na

Ortodontia. A revisão da literatura deste trabalho foi desenvolvida de forma a abranger

sua evolução histórica, seus fundamentos, características e aplicações clínicas. Além

disso, será abordada a técnica da fotoelasticidade como forma de avaliação de tensões

geradas por estes dispositivos.

2.1 Ancoragem

A ancoragem ortodôntica tem sido motivo de preocupação para os

Ortodontistas desde os primórdios da especialidade. Uma terapia ortodôntica bem

sucedida depende de um criterioso planejamento da ancoragem, não sendo exagero

afirmar que este fator é um dos determinantes quanto ao sucesso ou insucesso do

tratamento12,38.

Ancoragem ortodôntica é a resistência ao movimento dentário indesejado,

podendo ser proporcionada por estruturas intrabucais (dentes ou dispositivos) ou

extrabucais e segue o princípio de ação e reação à força da Terceira Lei de Newton.

Este princípio institui que toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma

direção e em sentido contrário39,40. Edward Angle, em 1900, foi um dos primeiros a

advogar o uso da aplicação de forças iguais e opostas para o controle de ancoragem41.

A mecânica ortodôntica atual requer atenção especial à escolha do dispositivo

de ancoragem que será utilizado. Inúmeros dispositivos de ancoragem têm sido

relatados na literatura e, apesar de sua eficiência, não impedem algum grau de

movimentação da unidade de ancoragem ou dependem da colaboração e habilidade do

paciente. Isto pode ser altamente prejudicial ao andamento do tratamento ortodôntico,

pois pode exceder o tempo da terapia ortodôntica ou debilitar os resultados

almejados42,43. Como exemplos destes dispositivos, têm-se: o botão de Nance, a barra

transpalatina, o arco lingual, os elásticos intermaxilares e o aparelho extrabucal 6,44

A perda de ancoragem é um importante efeito colateral do tratamento

ortodôntico e ocorre quando há movimentação indesejada das unidades de ancoragem.

É considerada multifatorial, pois diversos fatores contribuem para sua ocorrência,

como: severidade da má-oclusão, tipo e extensão da movimentação dentária,

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comprimento e angulação das raízes dentárias, ausência de dentes, mecânica intra e

extraoral, padrão esquelético, contorno do osso alveolar, densidade óssea,

metabolismo ósseo, turnover do ligamento periodontal e patologias (ex: anquilose,

periodontite)4,42. Na atualidade, a prevenção de movimentos indesejados dos dentes de

ambos os arcos se tornou possível com a introdução de dispositivos de ancoragem

esquelética.

2.2 Mini-Implantes

2.2.1 Evolução dos mini-implantes ortodônticos

O termo ancoragem absoluta é definido como ausência de movimento da

unidade de ancoragem como consequência das forças de reação45. O conceito de

ancoragem esquelética não é recente, pois a ancoragem em osso basal foi sugerida há

mais de 60 anos, como um método alternativo de se obter uma melhor ancoragem

ortodôntica.

Gainsforth e Higley (1945)46, de forma pioneira, tiveram a ideia de fixar

parafusos em tecido ósseo para obter ancoragem absoluta. No estudo foram inseridos

parafusos de vitálio no ramo ascendente da mandíbula de seis cães e aplicaram uma

força utilizando elásticos de Classe II, que se estendiam do parafuso ao gancho no arco

maxilar para distalização de caninos, durante o período de 16 a 31 dias. A utilização

do osso basal para a movimentação dentária foi bem sucedida, contudo, os autores

observaram que uma força efetiva não poderia ser mantida por mais de 31 dias. A

perda dos parafusos foi atribuída à uma infecção advinda da comunicação entre o

parafuso e a cavidade bucal. Os autores concluíram também que “a ancoragem poderia

ser obtida para movimentos ortodônticos no futuro”46.

Em 1969, Branemark descobriu um fenômeno biológico chamado de

osseointegração e introduziu os implantes dentários para substituição dentária e

reabilitação protética47,48. Os autores constataram que implantes de titânio puro

apresentavam características bioquímicas e mecânicas adequadas que garantiam uma

coexistência estrutural e funcional com os tecidos biológicos, diminuindo os riscos de

rejeição. Com base nisso, o interesse dos pesquisadores foi aguçado para que novos

mecanismos de ancoragem para forças ortodônticas fossem desenvolvidos com base

nos implantes dentais49-52.

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Ao longo da década de 80, o grande sucesso dos implantes dentais despertou o

interesse dos Ortodontistas e estes passaram a ancorar as forças ortodônticas em

implantes dentais que, posteriormente, seriam utilizados na reabilitação protética do

paciente53. Em 1983, Creekmore e Eklund54 realizaram o primeiro estudo reportado

na literatura utilizando parafusos cirúrgicos como dispositivo de ancoragem. Um

parafuso cirúrgico de fixação maxilar foi inserido na espinha nasal anterior em uma

paciente do sexo feminino de 25 anos com sobremordida. Após 10 dias, uma liga

elástica leve foi presa à plataforma do parafuso até o arco dental, resultando em cerca

de 6mm de intrusão dos incisivos centrais superiores. Os autores constataram que o

implante apresentou ausência de mobilidade durante o tratamento e observaram que

este dispositivo poderia ser utilizado como alternativa viável para estes casos52.

Contudo, após este estudo a utilização destes parafusos não foi adotada como um novo

dispositivo para ancoragem e os pesquisadores concentraram-se em estudos com

implantes dentários49,50, onplants55e implantes palatinos56.

Em 1988, Smalley e colaboradores realizaram um estudo em modelo animal e

demonstraram que era possível utilizar implantes de titânio osseointegrados para

controlar a protração maxilar57. Dois anos após, Roberts, Marshall e Mozsary

reportaram o uso de um implante endósseo inserido na região retromolar como

ancoragem para mesializar dois molares inferiores e, consequentemente, fechar um

espaço de extração atrófico58. A partir de então, os pacientes que tinham contra-

indicação para ancoragem dentária passaram a ser objetos de estudo dos pesquisadores,

mostrando que nestes casos os implantes dentais funcionavam como excelentes

recursos de ancoragem.

Embora convenientes à mecânica ortodôntica, a ancoragem com implantes

dentais ainda apresentava algumas limitações. A dimensão destes implantes exigia a

presença de áreas edêntulas com quantidade de tecido ósseo suficientes para acomodá-

los. Sendo assim, a região retromolar acabou se tornando um dos poucos lugares

disponíveis para que fossem implantados. Ademais, o alto custo dos implantes dentais,

sua implantação e remoção por meio de procedimentos cirúrgicos invasivos e o tempo

despendido para que ocorresse a cicatrização e a osseointegração restringiram ainda

mais a aplicação destes dispositivos no cotidiano do Ortodontista44,56,59.

Com base no exposto, em 1995, Block e Hoffmann lançaram o onplant. O

onplant consistia em um disco de titânio com 2mm de altura e 10mm de diâmetro,

tratado com hidroxiapatita. Estes discos foram inseridos em cachorros para demonstrar

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movimentação unilateral de dentes em direção ao onplant, e em macacos para

ancoragem posterior durante a retração anterior. Os autores observaram que o disco se

manteve estável durante as movimentaçõe55.

Wherbein e colaboradores, em 1996, avaliaram se era possível utilizar a área

sagital do palato como sítio de inserção para implantes dentários reduzidos: 3,3mm de

diâmetro e 4 ou 6mm de comprimento. Para o estudo, foi utilizada a mandíbula de uma

paciente falecida de 19 anos do sexo feminino. Os implantes palatinos foram unidos

aos segundos premolares para reforço de ancoragem para realização de retração

anterior. Os autores observaram que os premolares implanto-ancorados haviam se

movimentado somente 0,5mm e que os implantes instalados no palato não

apresentaram mobilidade. Desta forma, o autor e seus colaboradores introduziram o

Orthosystem (Straumann Institute, Waldemburg, Suíça)56.

Em 1997, Kanomi desenvolveu um miniparafuso específico para ser usado na

prática Ortodôntica, com 1,2mm de diâmetro. Este dispositivo era de titânio e

promovia ancoragem o suficiente para movimento de intrusão dos incisivos inferiores

(aproximadamente 6mm em um período de 4 meses). Entretanto, estes mini-implantes

não apresentavam transmucoso e a plataforma não tinha design diferenciado para

conectar molas, amarrilhos, elásticos ou fios ortodônticos60.

Costa, Raffainl e Melsen, em 1998, também demonstraram um miniparafuso

que podia ser utilizado como ancoragem ortodôntica para uma série de movimentos

dentários. Além disso, podiam ser inseridos com chave manual diretamente na mucosa,

sem retalho e permitiam que a carga fosse colocada imediatamente após sua inserção.

Em seu experimento clínico foram utilizados 16 miniparafusos e apenas dois

apresentaram mobilidade, sendo perdidos ao longo do tratamento61.

Devido ao sucesso conquistado com a ancoragem ortodôntica proporcionada

pelos miniparafusos de titânio para fixação óssea, surgiu o interesse clínico e comercial

para adequar o design destes parafusos. Dessa forma eles poderiam atender melhor as

necessidades biológicas e mecânicas do tratamento ortodôntico, ampliando, assim, sua

utilização. Com o resultado do trabalho em conjunto de empresas e pesquisadores, foi

lançado no mercado uma ampla variedade de marcas e tipos de parafusos projetados

com o objetivo de servirem como ancoragem durante o tratamento ortodôntico,

chamados então de mini-implantes ortodônticos (MIOs)40. Os mini-implantes

ortodônticos nada mais são do que miniparafusos cirúrgicos que têm sido

desenvolvidos e modificados para as situações ortodônticas15.

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2.2.2 Nomenclatura, tipos e características dos mini-implantes

Não há na literatura um consenso sobre a nomenclatura dos mini-implantes, o

que dificulta a busca bibliográfica e a comunicação entre os profissionais. Creekmore

e Eklund (1983)54 utilizaram o termo “ancoragem esquelética” para os parafusos

ósseos de vitálio. Em 1999, Umemori62 e colaboradores ampliaram o conceito de

ancoragem esquelética para parafusos e placas de titânio. Em 2004, na cidade de

Orlando, foi realizada uma sessão de discussão em relação ao tema na AAO (American

Association of Orthodontics). A melhor nomenclatura para estes dispositivos foi: “

Dispositivos de Ancoragem Temporária” (DAT) a qual se refere a “todas as variações

de implantes, parafusos, pinos e onplants que são instalados especificamente para

promover ancoragem ortodôntica e são removidos após a terapia biomecânica26. Na

mesma reunião designou-se o prefixo “mini”, uma vez que o prefixo “micro” é

definido como uma unidade de medida (µ = 10-6). Além disso, o termo “parafuso”,

mesmo sendo adequado ao considerar o desenho e a forma destes dispositivos de

ancoragem, foi colocado em desuso e prefere-se o uso de palavras como “implantes”,

“pinos” e “dispositivos”. Este trabalho optou por utilizar o termo “mini-implante” por

ser a nomenclatura mais encontrado na literatura pertinente.

Conforme citado anteriormente, os mini-implantes surgiram dos miniparafusos

cirúrgicos54, os quais não apresentavam design específico para a colocação de

acessórios ortodônticos como fios, correntes elastoméricas e elásticos. Diante disso,

os profissionais muitas vezes usavam fios de amarrilhos que formavam uma alça de

conexão na porção cervical do miniparafuso. Entretanto, o uso desta técnica levava à

problemas periodontais, como inflamações gengivais e recobrimento do fio de

amarrilho pelo tecido gengival. Outra dificuldade encontrada era a difícil colocação de

molas para retração e demais dispositivos auxiliares nos microparafusos63.

Os mini-implantes ortodônticos são fabricados em titânio com diferentes grau

de pureza e podem variar entre 4 e 12mm de comprimento por 1,2 a 2,3mm de

diâmetro. Apesar dos diferentes desenhos, formas e medidas, que variam de acordo

com a marca comercial, é possível dividir a constituição dos implantes em três partes

distintas24,38.

A) Cabeça: parte exposta clinicamente e local para acoplar dispositivos

ortodônticos. Pode sofrer variações de acordo com o fabricante, mas de maneira geral

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possui uma canaleta circunferencial e uma perfuração transversal que permite a

ativação ortodôntica.

B) Perfil Transmucoso: região entre a cabeça e a porção intraóssea, onde

ocorre a acomodação do tecido. É usualmente constituída de titânio polido, sua altura

pode variar de 0,5 a 4mm e deve ser escolhida de acordo com a espessura da mucosa

da região onde o mini-implante será instalado. Implantes instalados no palato, por

exemplo, necessitam de perfis transmucosos mais longos, entre 2 e 4mm, enquanto na

face vestibular da mandíbula essa altura é diminuída para 0,5mm. O perfil transmucoso

é importante para que a saúde dos tecidos periimplantares seja mantida.

C) Ponta Ativa: é a porção intra-óssea e corresponde à área das roscas do

mini-implante. Quanto maior a quantidade de roscas, maior será a estabilidade

primária e a resistência ao deslocamento.

A estrutura de um mini-implante pode ser observada na Figura 1.

Figura 1. Partes constituintes de um mini-implante. A.

Cabeça. B. Perfil transmucoso. C. Ponta ativa42.

A Figura 2 mostra mini-implantes com diferentes comprimentos de ponta ativa e perfil

transmucoso.

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Figura 2. Mini-implantes com diferentes tamanhos

de ponta ativa e perfil transmucoso38.

As principais características de um mini-implante usado para ancoragem

ortodôntica devem ser: biocompatibilidade, ampla disponibilidade em diferentes

comprimentos e diâmetros, design da cabeça adequado para dispositivos ortodônticos,

simples inserção, com opção de mini-implantes autorrosqueantes e auto-perfurantes,

capacidade de suportar cargas imediatas, resistir às forças ortodônticas, fácil remoção

e baixo custo tanto para o profissional quanto para o paciente64.

Os materiais utilizados para a fabricação dos mini-implantes ortodônticos são

o titânio comercialmente puro (C-P Ti) e a liga de titânio (Ti-6AI-4V ou titânio de grau

V de pureza – composto por 6% de alumínio e 4% de vanádio)38,65. A diferença entre

os dois materiais é que o titânio puro possui excelente biocompatibilidade e apresenta

menor resistência à fadiga, sendo que em regiões de grande densidade óssea é

necessário que uma fresagem prévia seja realizada antes da instalação. Em

contrapartida, os mini-implantes fabricados com a liga de titânio possuem menor

resistência à corrosão, menor risco de fratura e, na maioria das vezes, não necessitam

de fresagem prévia à instalação. Na maior parte dos casos, os mini-implantes com liga

de titânio são os escolhidos pelos profissionais, por apresentarem baixa taxa de

osseointegração, facilitando sua remoção no final do tratamento65,66.

O mini-implante pode ser autorrosqueante (drilled screw ou self-tapping) ou

autoperfurante (drill free ou self drilling). Os autorrosqueantes possuem poder de corte

e após a osteotomia inicial (perfuração da mucosa bucal e cortical óssea com uma

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broca ou fresa) criam seu caminho de entrada no osso. Já os autoperfurantes dispensam

a necessidade de fresagem óssea: ele mesmo perfura a mucosa bucal e a cortical óssea,

tornando o processo operatório mais rápido e simples. Este último apresenta maior

resistência à aplicação de cargas ortodônticas e maior estabilidade primária, devido ao

melhor contato entre o osso e o parafuso e associado ao menor trauma aos tecidos 1,9,38.

A Figura 3 demonstra diferentes modelos de mini-implantes.

Figura 3. Modelos diferentes de mini-

implantes, sendo A,B) autorrosqueantes e

C,D) autoperfurantes38.

Não há na literatura um consenso sobre a relação comprimento/estabilidade do

mini-implante ortodôntico 13,67,68. Em 2000, Celenza e Hochman estabeleceram que

quanto mais longo o mini-implante, maior a área de contato osso/implante e, assim,

melhor será sua estabilidade primária69. Contudo, outros estudos afirmaram que não

há relação entre o comprimento dos mini-implantes e a taxa de sucesso dos tratamentos

13,67,68. O comprimento do mini-implante é determinado pela localização de estruturas

anatômicas adjacentes (raízes dentárias, vasos sanguíneos e nervos) e pela

profundidade do tecido ósseo no local de sua inserção. Indica-se que seja realizada

uma avaliação prévia do local de inserção por radiografias ou tomografias

tridimensionais, independente do local ou do mini-implante escolhidos66.

Em relação à escolha do diâmetro adequado dos mini-implantes, é preciso

observar a largura do local cirúrgico definido. A princípio, mini-implantes com

diâmetros menores são indicados para regiões inter-radiculares, com o objetivo de

evitar o contato com as raízes dos dentes adjacentes. Ainda que os dispositivos com

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menor diâmetro (1,2 a 1,3mm) levantem dúvidas com relação à sua estabilidade,

estudos têm demonstrado que quando inseridos entre as raízes dos dentes posteriores,

podem apresentar significativa taxa de sucesso 13;27;70,71.

Os diferentes design de cabeça dos mini-implantes podem ser visualizados na

Figura 4. A cabeça do mini-implante deve ser capaz de se conectar aos acessórios

ortodônticos, proporcionando controle adequado. Entretanto, alguns designs de cabeça

têm demonstrado problemas durante sua utilização. As cabeças tipo braquete têm

dificuldade para se encaixar ao fio, pois o tamanho da canaleta, muitas vezes, é

incompatível com o sistema utilizado. Além disso, se a força aplicada na canaleta for

contrária à direção de inserção do mini-implante, pode ocorrer um desrosqueamento

e, consequentemente, a remoção do mini-implante. As cabeças tipo bola, por sua vez,

perdem sua funcionalidade se o mini-implante for inserido muito angulado, pois os

dispositivos, como por exemplo a mola, podem se soltar com facilidade66.

Figura 4. Tipos de design da cabeça de mini-implantes

da marca Dentos®42.

2.2.3 Locais de inserção, indicações e seleção dos mini-implantes

Para a correta escolha do local de inserção dos mini-implantes ortodônticos,

inúmeros fatores devem ser levados em consideração, tais como: deve favorecer a

biomecânica do tratamento, não deve causar desconforto ao paciente, a sua

necessidade deve ser maior que o risco que o paciente sofrerá e devem-se evitar áreas

que causam irritação aos tecidos, como áreas de inserções musculares. Além disso, de

preferência devem ser instalados em regiões com gengiva inserida, a fim de promover

melhor cicatrização. Também deve ter boa qualidade e quantidade de tecido ósseo no

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local, sem lesar nenhuma estrutura anatômica52.

As regiões anatômicas que podem ser utilizadas como locais de inserção dos

mini-implantes descritas na literatura são: línha oblíqua externa e sínfise mandibular,

palato, rebordo alveolar em áreas edêntulas da maxila e mandíbula, osso alveolar inter-

radicular na maxila e mandíbula, processo zigomático, tuberosidade da maxila e região

abaixo da espinha nasal anterior64;72,73. A mecânica ortodôntica necessária para a

correção dos diferentes tipos de má-oclusão determina a escolha do local de inserção

dos mini-implantes74.

A utilização da ancoragem esquelética não só mudou até onde o profissional

pode mover um dente, como também ofereceu mais opções de tratamento para o

paciente, pois modificou muitos planejamentos ortodônticos11. No geral, a utilização

de mini-implantes ortodônticos se dá nos casos em que a quantidade de dentes está

bastante comprometida, como em pacientes parcialmente edêntulos ou com problemas

periodontais. Ao longo dos últimos anos, a aplicação dos mini-implantes foi expandida

para incluir uma gama enorme de casos, dentre eles: correção de sobremordida,

fechamento de espaços, correção do plano oclusal, correção de linhas médias

desviadas, extrusão de caninos impactados, extrusão e verticalização de molares

impactados, intrusão de molares, distalização de molares superiores, distalização de

dentes inferiores, retração de dentes anteriores, mesialização de molares, alinhamento

dos terceiros molares superiores, ancoragem intermaxilar para correção de

discrepâncias sagitais e correção de discrepâncias esqueléticas verticais que

possivelmente requerem cirurgia ortognática75-85.

O paciente candidato à instalação do mini-implante deverá passar por uma

anamnese para verificar possíveis contra-indicações para o uso deste método de

ancoragem. As contra-indicações podem ser classificadas em absolutas e temporárias.

Constituem contra-indicações absolutas para o uso dos mini-implantes ortodônticos:

pacientes que não podem ser submetidos a intervenções cirúrgicas; em geral, os que

apresentam determinados distúrbios metabólicos como diabete juvenil (tipo 1),

distúrbios hematológicos envolvendo eritrócitos (anemia), leucócitos (defesa

reduzida), portadores de distúrbios ósseos locais e sistêmicos e, ainda, os pacientes que

estão sob tratamento de radioterapia. As principais contra-indicações temporárias são

os casos de pacientes com higiene oral deficiente, presença de espaço insuficiente entre

as raízes, pacientes grávidas (devido ao estresse envolvido com o procedimento

cirúrgico e a possibilidade de gengivite gravídica) e pacientes fumantes68;86-89.

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A seleção dos mini-implantes deve ser criteriosa, pois estudos recentes têm

demonstrado que as características dos mesmos, além das características do local de

inserção, influenciam a sua proporção de sucesso22;90. Ao realizar a seleção dos mini-

implantes ortodônticos, deve-se ter em mente que com o aumento do diâmetro do mini-

implante ocorre um aumento diretamente proporcional do torque de inserção desses

dispositivos, promovendo maior retenção mecânica e favorecendo a estabilidade

primária22;25;91.

Em relação ao diâmetro destes dispositivos, pode-se usar diversos, desde que

o local eleito apresente espaço suficiente. Normalmente, utilizam-se os dispositivos de

1,2mm para instalação nos septos inter-radiculares, em áreas de maior densidade óssea

(mandíbula e palato) e quando se obtém boa estabilidade primária. Os mini-implantes

de 1,4 e 1,5mm são usados em área com densidade óssea média (maxila), em septos

que apresentam maior espaço médio-distal, ou, então, quando um mini-implante de

1,2mm não obteve estabilidade primária satisfatória. Os de 1,6 a 2mm são mais usados

em áreas de baixa densidade óssea (tuberosidade) e em regiões edêntulas24.

Marassi e colaboradores (2005) tentaram estabelecer um protocolo para

auxiliar o clínico durante a escolha dos mini-implantes, o qual está demonstrado na

Tabela 187.

Tabela 1- Protocolo de seleção dos mini-implantes87

Região

Diâmetro

Comprimento

intra-ósseo

Angulação

Maxila e Mandíbula –

anterior

1.6

5 a 6mm

60º a 90º

Maxila vestibular posterior 1.6 6 a 8mm 30º a 60º

Maxila palatina posterior 1.8 7 a 9mm 30º a 60º

Sutura palatina mediana 2.0 5 a 6mm 90º a 110º

Mandíbula vestibular posterior 1.6 5 a 7mm 30º a 90º

Área edêntula ou retromolar 2.0 7 a 9mm 0 º

Normalmente, o local de escolha para a inserção dos mini-implantes é o osso

alveolar. Contudo, esta região possui alto risco cirúrgico pois está próxima a diversas

estruturas anatômicas, especialmente as raízes dentárias. Quando não há envolvimento

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pulpar, os danos radiculares podem ser reversíveis ainda que o contato do mini-

implante com as raízes possa ser uma causa de insucesso no tratamento, além de ser

considerada uma iatrogenia36.

Com o intuito de evitar danos às raízes, Park et al., (2001) adotaram o conceito

de que uma inserção oblíqua (60º em relação ao longo eixo dentário) é melhor em

relação à inserção perpendicular dos mini-implantes, pois em regiões mais apicais do

processo alveolar é encontrado maior espaço de tecido ósseo disponível93. Em 2006,

Park et al. continuaram a indicar inserções oblíquas, porém com angulações severas

de 30º-40º na maxila e 10º-20º na mandíbula, devido ao maior contato entre a cortical

óssea e o mini-implante67. Entretanto, é importante ressaltar que a densidade do osso

cortical varia de paciente para paciente e, até mesmo, num mesmo indivíduo que pode

apresentar diferenças entre os lados direito e esquerdo71.

Wilme, Su e Drescher, em 2008, publicaram um estudo demonstrando que a

inserção extremamente inclinada do mini-implante pode levar ao deslize deste sobre o

tecido ósseo, necessitando de fresagem prévia, inclusive com mini-implantes

autoperfurantes92. Também poderia expor porções da rosca do mini-implante e gerar

um braço de alavanca muito grande quando forças fossem aplicadas, além de reduzir

significantemente o torque de inserção dos mini-implantes. Dessa forma, os autores

sugeriram que o ideal seria um ângulo de inserção entre 60º-70º, o que proporcionaria

um torque de inserção adequado29.

2.2.4 Técnica de inserção dos mini-implantes ortodônticos

As técnicas cirúrgicas vêm sofrendo alterações nos últimos anos, sendo que a

cada ano o procedimento cirúrgico se torna mais simplificado14;94.

A técnica de inserção dos mini-implantes pode ser resumida nos seguintes

passos 65;87:

1) Exame radiográfico inicial;

2) Profilaxia e anestesia infiltrativa;

3) Definição do posicionamento mésio-distal e vertical do mini-implante, de

preferência com o auxílio de guias cirúrgicos;

4) Medição da espessura da mucosa com uma sonda milimetrada para

definir o tamanho do perfil transmucoso do mini-implante;

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5) Instalação com ou sem perfuração prévia (mini-implante autorrosqueante

e autoperfurante, respectivamente);

6) Conferência da estabilidade primária, se possível aferindo o torque de

inserção;

7) Radiografia pós-cirúrgica.

Ao final da instalação, o paciente deve receber, por escrito, instruções pós

operatórias, incluindo indicação para ótima higiene ao redor do implante, pois o paciente

pode ficar com receio de escovar essa região. Sugere-se o uso de colutório de

digluconato de clorexidina 0,12% durante 7 dias. Deve-se orientar o paciente para evitar

pressão com a língua, dedo ou com outros objetos sobre o implante. A grande maioria

das instalações é feita em gengiva inserida. Nestes casos, pode-se utilizar como

medicação um analgésico, duas horas após a instalação, pois há mínima ou nenhuma

dor pós-operatória. Nos casos de instalação com retalho ou em casos de complicações

durante o procedimento cirúrgico, pode ser considerado o uso de anti-inflamatório e

antibiótico. O mini-implante poderá ser utilizado como ancoragem por tempo

indeterminado. Quando necessário, pode ser removido facilmente e, na grande maioria

dos casos, sem aplicação de anestesia local infiltrativa. Basta aplicar anestésico tópico,

gel ou spray (lidocaína 10%), sobre a gengiva ao redor do implante87.

A técnica cirúrgica imprecisa associada ao alto poder de corte das brocas

cirúrgicas aumenta demasiadamente os riscos e complicações dos mini-implantes, tais

como: trauma à raiz adjacente ou ao ligamento periodontal; deslizamento do mini-

implante, quando se utiliza direção de inserção muito angulada; injúrias aos nervos

adjacentes; enfisema subcutâneo, causado pela entrada de água e/ou ar no tecido gengival;

perfuração dos seios nasal e maxilar; fratura do mini-implante devido ao torque de

inserção excessivo. Também é possível que ocorra complicações durante o tratamento,

como mobilidade, hiperplasias e inflamação do tecido mole peri-implantar95.

2.2.5 Fatores associados à estabilidade dos mini-implantes ortodônticos

O sucesso do tratamento ortodôntico utilizando mini-implantes ortodônticos

depende basicamente de cinco fatores: 1) habilidade do cirurgião; 2) condição física

do paciente; 3) seleção do local adequado; 4) estabilidade inicial e 5) higiene bucal. A

estabilidade mecânica no momento da instalação é chamada de estabilidade primária

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e é considerada essencial para se obter segurança e sucesso no tratamento. O insucesso

de um mini-implante pode ser previsto no momento de sua instalação caso o mesmo

não apresente estabilidade mecânica adequada63;71.

O sucesso dos mini-implantes é complexo de ser estudado, uma vez que inclui

inúmeros fatores e é influenciado pela habilidade do operador e pela adequação

tecidual do paciente ao mini-implante. Sung et al., (2007) enumeraram diversos fatores

relacionados ao insucesso dos mini-implantes ortodônticos, e os dividiram em fatores

iatrogênicos, fatores intrínsecos e fatores relacionados ao implante63. Estes fatores

podem ser visualizados na Tabela 2.

Tabela 2 – Fatores contribuintes para o insucesso dos mini-implantes ortodônticos63.

Fatores Iatrogênicos

Fatores Intrínsecos

Fatores Relacionados ao

Implante

Calor excessivo (brocas) – Necrose-

óssea-tecidual

Doenças sistêmicas Qualidade do material

Dano radicular ou aproximação Qualidade e quantidade óssea Tipo de mini-implante

Estabilidade inicial inadequada Relação entre a quantidade de

gengiva inserida e mucosa

alveolar disponível

Forma do mini-implante

Contaminação do mini-implante Idade e condição física Diâmetro do mini-implante

Má higiene bucal - inflamação Microflora bucal, salivação e

respiração bucal

Comprimento do mini-implante

Inflamação causada por materiais

elásticos

Tratamento de superfície

Injúrias à estruturas anatômicas

(nervos, vasos sanguíneos)

Fratura do mini-implante

Nos tópicos que seguem serão abordados os principais fatores envolvidos no

insucesso dos mini-implantes apontados pela literatura.

2.2.5.1 Características do mini-implante ortodôntico

A característica do mini-implante instalado é um fator de extrema importância

durante a avaliação da estabilidade dos mesmos. A maior diferença encontrada entre

os mini-implante é seu tipo seu tipo de rosca. Em 2008, um estudo realizado por Chen

e colaboradores, mostrou que o íntimo contato entre o osso e o mini-implante, nos

autoperfurantes proporcionou maior estabilidade primária e proporção de sucesso em

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relação aos mini-implantes do tipo autorrosqueantes. Sendo assim, os autores

concluíram que a aplicação de carga imediata fosse realizada, de preferência, em

implantes autoperfurantes28.

Em relação ao diâmetro e ao comprimento dos mini-implantes, a literatura não

encontrou um consenso sobre sua influência. Há divergências nos estudos e

recomenda-se que o pesquisador deve prestar atenção na estabilidade primária e taxa

de sucesso do mini-implante quando for analisar suas características.

A orientação do posicionamento do mini-implante ortodôntico é um fator que

pode contribuir para o insucesso direto ou pode contribuir para que outros fatores

atuem de forma indireta no fracasso deste sistema de ancoragem. A alteração da

orientação do sentido de inserção do mini-implante pode reduzir ou aumentar tensões,

entretanto esta variável merece melhor avaliação por parte dos pesquisadores40.

2.2.5.2 Características do tecido ósseo

A estabilidade primária de qualquer implante depende da quantidade e da

qualidade do tecido ósseo, pois somente estas conferem estabilidade primária

(retenção) ao dispositivo instalado. Na Implantodontia, são a qualidade e o volume de

tecido ósseo disponíveis que determinam a escolha do tipo de implante e do tipo de

cirurgia que serão escolhidos98.

Em 1989, Misch99 classificou as diferentes regiões da maxila e mandíbula em

categorias de densidade óssea:

- D1) Osso cortical homogeneamente denso e compacto com pouco

trabeculado ósseo e reduzido sistema nutricional (região de mandíbula anterior

atrófica);

- D2) Cortical óssea compacta e porosa envolvendo osso trabecular denso com

grande suprimento sanguíneo (região anterior e posterior da mandíbula e região

anterior da maxila);

- D3) Cortical óssea porosa e osso trabecular de baixa densidade e poroso

(região anterior da maxila e posterior da maxila e mandíbula);

- D4) Tipo que praticamente inexiste cortical óssea associado ao osso

trabecular de baixa densidade ou extremamente poroso (região posterior da maxila);

- D5) Osso não mineralizado ou imaturo.

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A preocupação sobre as características do tecido ósseo para a instalação de

mini-implantes ortodônticos ocorreu, inicialmente, com avaliações do septo

interradicular por Schnelle et al.,200444. Os autores relataram que os locais adequados

para a implantação dos mini-implantes são a mesial dos primeiros molares superiores

e na mesial e distal dos primeiros molares inferiores. Em 2006, Deguchi e

colaboradores observaram que a espessura da cortical óssea se apresentava mais

espessa na mandíbula do que na maxila e que, em ambos os arcos, a espessura da

cortical era maior no lado palatino/lingual do que no lado vestibular do processo

alveolar34.

No ano de 2007, Motoyoshi encontrou diferenças significativas na proporção

de sucesso de 87 mini-implantes quanto à espessura da cortical óssea no local de

inserção. Os mini-implantes bem sucedidos apresentavam espessura da cortical de

1,42mm (± 0,59) e os que falharam apresentavam 0,97mm ((± 0,31). Também foi

observado menor espessura da cortical óssea na maxila do que na mandíbula, sendo

que esta quase não apresentava valores de espessura menor que 1mm no processo

alveolar da mandíbula17.

Turkyilmaz e McGlumphy, em 2008, verificaram correlações significantes

entre a qualidade do tecido ósseo e a estabilidade primária dos implantes antes de sua

inserção, fosse observado a pobre qualidade de tecido ósseo por meio de tomografia

computadorizadas99.

2.2.5.3 Características do tecido mole e inflamação peri-implantar

O insucesso dos mini-implantes tem sido associado à falhas na interface

implante/tecido mole, que pode acontecer pelo acúmulo excessivo de placa bacteriana

ao redor do implante ou persistência de qualquer irritação mecânica, ambos com com

consequente inflamação/infecção peri-implanta. Nos casos mais graves, a infecção

peri-implantar evolui para um abscesso e pode comprometer estruturas adjacentes,

como a raiz dentária14,65. Histologicamente observa-se hiperplasia epitelial ou

recobrimento epitelial, que são complicações comuns de quando o mini-implante é

inserido em tecidos não ceratinizados95;100.

Em 1995, Warrer e colaboradores realizaram um estudo experimental em

macacos e observaram que a ausência de mucosa ceratinizada ao redor dos implantes

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endósseos aumentava a suscetibilidade de acúmulo de placa na região peri-implantar

e subsequente destruição do tecido ósseo101. Outros esudos também constataram que a

inflamação peri-implantar está associada ao aumento de falha neste sistema de

ancoragem e que as condições dos tecidos peri-implantares deve ser acompanhada com

atenção pelos profissionais13,67.

Lee et al.,2007 ressalta que, a partir do momento que um mini-implante

apresente inflamação e/ou infecção, acompanhado de secreção purulenta, febre,

desconforto e danos às estruturas periodontais adjacentes, este deve ser removido

imediatamente65.

2.2.5.4 Estabilidade primária

A estabilidade primária é obtida por meio do suporte mecânico que envolve o

tecido ósseo, ou seja, ela está intimamente relacionada: com a espessura da cortical

óssea e qualidade óssea no local de inserção,com a quantidade de danos causados pelo

trauma cirúrgico e pela íntima relação gerada entre osso e

implante34;44;95;102.Normalmente a falha dos mini-implantes ocorre pouco tempo após

sua instalação e está diretamente relacionada à sua estabilidade primária29.65.

Há poucos trabalhos na literatura que avaliam a estabilidade primária dos mini-

implantes e, quando avaliada, pode ser por meio de diversas formas: sensibilidade

clínica do operador, quantidade do torque de inserção, teste à percussão, utilizando

aparelhos como Periotest® e Osstell® 16;29,38;103-105.

Acredita-se que a maneira mais eficiente para o profissional avaliar a

estabilidade primária dos mini-implantes ortodônticos é mensurando o torque de

inserção25. Motoyoshi et al., (2007) analisaram torques de inserção de mini-implantes

e observaram que um torque de 8 a 10 Ncm durante o procedimento de inserção seria

necessário para alcançar uma interface osso/metal satisfatória, proporcionando

estabilidade primária adequada. Além disso, os autores observaram que um torque de

inserção excessivo estava diretamente relacionado ao risco de fratura e/ou perda de

mini-implantes, pois isto pode gerar compressão excessiva do osso alveolar, levando

a injúrias teciduais18.

Em 2008, Lim, Cha e Hwang analisaram o torque de inserção dos mini-

implantes utilizando blocos de tecido ósseo artificial. Os autores constataram que o

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torque de apresentava significantemente maior conforme o diâmetro do mini-implante

aumentava. Entretanto, a avaliação do torque de inserção dos mini-implantes não é

uma prática clínica muito utilizada91. Buschang et al., (2008) constataram que 78,3%

dos ortodontistas nunca avaliaram o torque de inserção e encontraram correlações

significativas entre esta falha clínica e a baixa proporção de sucesso dos mini-

implantes ortodônticos106.

2.2.5.5 Aplicação de carga

Os mini-implantes podem receber carga imediata. Os estudos não têm

apresentado diferenças entre aplicação de força imediata ou mediata, pois a

estabilidade dos implantes se dá, principalmente, por retenção mecânica e não por

osseointegração107-109. Além disso, a aplicação de carga imediata ou precoce dos mini-

implantes favorece o tratamento ortodôntico, pois reduz o tempo de tratamento, facilita

o planejamento e diminui o período de permanência do metal no tecido ósseo42.

Ao contrário do que se acredita, avaliações histológicas demonstraram maior

área de contato ósseo com os mini-implantes que receberam carga precoce do que com

aqueles que não receberam força ou que receberam carga após maior período de

descanso110.

Preconiza-se uma aplicação de força de até, aproximadamente, 450g sobre os

implantes de 1,5 e até 300g de força sobre os implantes de 1,3mm de diâmetro. O

limite de força varia de acordo com o padrão facial (limites maiores em

braquicefálicos) e com o tipo de osso onde o mini-implante foi instalado (maior

resistência em osso tipo I). Deve-se dar preferência às forças constantes das molas de

nitinol a módulos elásticos. Caso decida-se pelo uso dos elásticos, forças iniciais

excessivas devem ser evitadas. É importante que o profissional utilize o dinamômetro

para determinar adequadamente o nível de força que será utilizado, evitando carga

excessiva sobre o mini-implante87.

2.3 Fotoelasticidade

Campos Jr et al. (1986) afirmou que o fenômeno da fotoelasticidade foi

descoberto por Sir David Brewster, em 1816, quando observou faixas coloridas em um

vidro que estava sob tensão111. Entretanto, foi Zak, em 1935, quem introduziu o

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método na Odontologia, estudando esforços aplicados para a movimentação

ortodôntica de dentes incluídos em material fotoelástico112. Com o advento das resinas

sintéticas na década de 60 o método obteve grande impulso, substituindo os materiais

como o vidro e a celulose que eram até então utlizados. A fotoelasticidade baseia-se

no surgimento de faixas coloridas em determinados materiais transparentes

submetidos a esforços e iluminados por luz polarizada. Tais faixas coloridas,

denominadas franjas, correspondem a áreas de concentração de tensões e podem ser

analisadas quantitativamente ou qualitativamente113.

O termo fotoelasticidade refere-se à natureza do método, ou seja, ao uso de

técnicas ópticas (luz) relacionadas ao estudo de tensões e deformações em corpos

elásticos. A técnica fotoelástica permite a análise qualitativa do estado de tensão

através da observação de efeitos ópticos em modelos, baseando-se na propriedade de

alguns materiais transparentes, que é o efeito de anisotropia ótica. Dessa forma, a luz

polarizada, obtida por meio de um aparelho denominado Polariscópio, deve atravessar

o modelo e permitir a determinação das direções e dos gradientes das tensões

principais através da interpretação dos parâmetros ópticos observados (franjas),

evidenciando o comprometimento mecânico do objeto em análise, baseado no

fenômeno da birrefringência dos corpos (quando estes apresentam diferentes índices

de refração)112;115-117.

Dentre os materiais fotoelásticos, podem-se incluir resina epóxi, metacrilatos,

borrachas, celulose, vidro, nitratos e formaldeídos e a escolha deve depender da

similaridade das características mecânicas do material testado e o estudado118.

A fotoelasticidade é um método experimental que permite avaliar as tensões

responsáveis pela falha de uma estrutura, determinando a qualidade e quantidade da

distribuição de tensões em um material. A determinação relativa da magnitude da

tensão e da localização de sua concentração e consequente região crítica é passível de

análise quando uma aplicação de força produz padrões fotoelásticos (franjas) em um

material fotoelástico37;118,119.

Para a aplicação da técnica da fotoelasticidade, alguns dispositivos básicos são

necessários: um polariscópio, um modelo e uma fonte de luz.

2.3.1 Polariscópio

É o equipamento responsável pela observação dos padrões fotoelásticos, que

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42

leva as ondas dentro de um plano comum causando uma interferência ótica entre elas,

medindo a diferença de fase que ocorre quando a luz polarizada passa através de um

modelo tensionado. Pode ser utilizado tanto para a medida de parâmetros fotoelásticos

de transmissão, com luz circular ou plana, como para análise de reflexão120,121.

Um polariscópio é constituído de placas polarizadoras, retardadoras e

analisadoras. A placa polarizadora é um elemento ótico que absorve os componentes

do vetor de luz que não vibram na direção do eixo polarizador. Por sua vez, a placa

retardadora decompõe o vetor de luz em duas direções ortogonais transmitindo-o com

diferentes velocidades. A placa retardadora controla tanto a amplitude como a rotação

da luz emergente120.

2.3.2 Modelo

Os modelos são confeccionados de materiais fotoelásticos, que por sua vez são

denominados materiais birrefringentes. Eles apresentam diferentes índices de refração

segundo os planos das tensões principais. Eles têm a função de retardadores de onda e

esta retardação depende do material, do tipo de luz utilizada e da diferença entre as

tensões principais. A escolha do material adequado é de extrema importância. Não

existe um material ideal, sendo que os materiais fotoelásticos apresentam vantagens e

desvantagens122.

As principais propriedades que um material foto elástico devem apresentar são:

- Transparência;

- Alta sensibilidade;

- Propriedades elásticas e lineares;

- Isotropia, homogeneidade;

- Baixa fluência;

- Alto módulo de elasticidade;

- Alta figura de mérito;

- Ausência de efeitos de bordo (tempo, umidade, usinagem);

- Baixa influência da temperatura sobre as propriedades;

- Boa usinabilidade;

- Baixo custo;

- Facilidade na aplicação de desmoldantes;

- Fundição de grandes volumes.

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Na Tabela 3 estão listados exemplos de materiais que podem ser utilizados nas

diferentes técnicas fotoelásticas120.

Tabela 3 – Exemplos de materiais utilizados na confecção de modelos em

fotoelasticidade120.

Fotoelasticidade plana

Cr-39 (carbono), H-100 (resina de poliéster),

policarbonato, Araldite (resinas epóxi),

Polipox (resinas epóxi com aminas)

Fotoelasticidade 3D

Resina PL-2, resinas epóxi curadas com

anidridos (obtidas com tratamento térmicos

específicos)

Fotoelasticidade de reflexão Policarbonatos, resinas epóxi curadas com

aminas

2.3.3 Fonte de luz

Para a análise e interpretação dos resultados, faz-se necessária a visualização

das franjas, que pode variar de acordo com a fonte de luz que incide no polariscópio.

O ideal é trabalhar com a luz branca, que possui diferentes comprimentos de onda,

permitindo o desenvolvimento de franjas coloridas e facilitando a contagem das

mesmas.

A ordem da franja em um determinado ponto do modelo está relacionada com

o estado de tensão e pode ser vista por meio de uma cor específica. Sabe-se que quanto

maior a ordem de franja, maior a concentração de tensões naquela região. A Tabela 4

mostra as cores relativas às ordens de franjas inteiras120.

Tabela 4 – Cores em fotoelasticidade122

Cor Retardação

(mm) N

Preto 0 0

Cinza 160 0,28

Branco 260 0,45

Amarelo 350 0,60

Laranja 460 0,79

Vermelho 520 0,90

Roxo 577 1,00

Azul 620 1,06

Laranja 940 1,62

Rosa 1050 1,82

Violeta 1150 2,00

Verde 1350 2,35

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A fotoelasticidade tem sido amplamente utilizada para estudar as diferenças na

distribuição de carga em implantes odontológicos com diferentes desenhos de conexão

em contato com osso intacto e comprometido123. Também tem auxiliado no

entendimento de aspectos biomecânicos referentes a osseointegração na

Implantodontia, pois os mecanismos responsáveis pela falha de implantes

osseointegrados não são completamente compreendidos.

Em 2011, Çehreli, Ozçipirci e Yilmaz examinaram o estresse peri-implantar de

micro-implantes ortodônticos posicionados em diferentes angulações e frente ao

torque dos mesmos. Os mini-implantes foram inseridos nos modelos fotoelásticos

posicionados a 30, 45, 70 e 90º e os torques de inserção foram mensurados. Os padrões

de estresse foram mensurados por meio de análise fotoelástica tridimensional, usando

um polariscópio circular. Após a inserção dos mini-implantes foi aplicada uma força

de 250g. Os autores verificaram que a maior alteração na distribuição do estresse foi

nos mini-implantes posicionados a 90º, enquanto os posicionados a 70º apresentaram

a menor alteração. Além disso, o torque aplicado criou um campo de estresse que não

foi alterado dramaticamente após a aplicação de cargas moderadas de força,

particularmente na região cervical dos mini-implantes inclinados37.

Perante a revisão de literatura apresentada pôde-se perceber que há a

necessidade de mais estudos sobre o comportamento mecânico de mini-implantes

ortodônticos que verifiquem e comparem a distribuição das tensões entre estas

diferentes angulações de inserção. Para isso será utilizada a análise fotoelástica, que

transforma os estresses internos produzidos por materiais em padrões de luz visível

que indicam a localização e magnitudes dos mesmos.

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3. Proposição

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3 PROPOSIÇÃO

Este estudo teve como objetivo comparar a distribuição das tensões ao redor

do mini-implante entre diferentes posições de inserção:

- distância dos mini-implantes em relação à crista alveolar: 5mm e 12mm

- inclinação do eixo de inserção do mini-implante: 45º e 90º

A hipótese nula a ser testada é que não há diferença entre as posições.

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4. Material e Métodos

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4 MATERIAL E MÉTODOS

A presente pesquisa foi desenvolvida em várias etapas, as quais serão descritas

a seguir.

4.1 Obtenção do modelo de gesso

Foi confeccionado um modelo padrão correspondente a um segmento de arco

superior esquerdo de um paciente adulto, com a presença dos incisivos, canino,

segundo premolar, primeiro e segundo molares. Para a obtenção deste modelo padrão,

a arcada superior completa de um manequim odontológico pré-fabricado (Roic, Três

Corações, Brasil) foi duplicada com silicona de adição (Elite Double 22-Zhermack,

USA) (Figura 5), e seu molde vazado em gesso pedra tipo IV (Durone, Dentsply,

Brasil) sobre um vibrador de gesso.

Figura 5 – Manequim odontológico (A) que foi duplicado com

silicone de adição (B). (Fonte: do autor, 2016)

Posteriormente à cristalização do gesso e remoção do modelo do molde, o

modelo de gesso foi recortado a fim de que fosse obtida uma hemiarcada, constituída

de base de 2cm de altura no sentido ocluso-cervical e uma parede de 1cm de largura

no sentido vestíbulo-lingual, a fim de que os dentes permanecessem equidistantes das

paredes do molde (Figura 6).

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Figura 6 – Delimitação do modelo de gesso para

recorte do arco dentário124.

4.2 Obtenção do modelo de resina acrílica

Após a finalização do modelo de gesso, foi realizado um segundo molde em

silicona de adição, seguido por vazamento com resina acrílica ativada quimicamente e

incolor (Jet-Classico, Campo Limpo Paulista, Brasil) (Figura 7). Para tanto, o ambiente

estava úmido e com pressão constante de 25 libras por um período de 20 minutos, a

fim de se evitar a inclusão de bolhas.

Figura 7 – Vazamento de resina acrílica

quimicamente ativada em um segundo molde de

silicone de adição124.

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Após sua polimerização, foi realizada a desinclusão do modelo de resina

acrílica, do qual foi realizada a remoção da porção coronária do primeiro premolar

com uma broca maxicut em baixa rotação, simulando uma situação clínica em que a

retração do canino estaria indicada (Figura 8).

Figura 8 – Remoção da parte coronária do dente 14124.

As paredes do modelo foram alisadas manualmente com lixas de granulação

decrescentes, inclusive na área correspondente à coroa do primeiro premolar, a fim de

remover qualquer imperfeição superficial. O polimento final foi realizado com pedra

pomes e branco de espanha ao longo de toda a superfície (Figura 9).

Figura 9 – Acabamento e polimento do modelo

de resina acrílica124.

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4.3 Obtenção do modelo fotoelástico padrão

Um terceiro molde em silicona de adição foi realizado a partir do modelo em

resina acrílica. Desta vez, antes do vazamento com resina fotoelástica, as réplicas dos

dentes dos incisivos, caninos, segundo premolar, primeiro e segundo molar foram

posicionados no molde apenas por sua porção coronária.

Após a polimerização da resina fotoelástica, foi possível observar, pela

transparência do modelo, a posição e a distância das raízes do segundo premolar e

primeiro molar – local de escolha para a colocação de um mini-implante ortodôntico

de 1,6mm de diâmetro e 9mm de comprimento (Neodent, Curitiba, Brasil) (Figura 10).

Utilizando uma chave apropriada para a colocação do mini-implante, estes foram

posicionados individualmente a uma distância de 12mm e 45º (G1), a 12mm e 90º

(G2), a 5mm e 45º (G3) e a 5mm e 90º (G4) da crista alveolar. Estas medidas foram

realizadas traçando-se uma linha a partir da crista alveolar e marcando os pontos

perpendicularmente à mesma, com o auxílio de uma regra milimetrada. Para a

verificação da angulação dos mini-implantes, foi utilizado um transferidor. (Figura

11).

Figura 10 – Mini-implante utilizado no estudo. Autoperfurante com 1,6mm de

diâmetro e 9mm de comprimento. Do autor (2016).

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Figura 11 – (A) Demarcação do ponto de inserção do mini-implante,

segundo a altura, com o auxílio de uma régua milimetrada; (B) Chave

apropriada utilizada para a inserção dos mini-implantes. Do autor

(2016)

4.4 Confecção dos modelos fotoelásticos utilizados no estudo

O molde de silicone de adição previamente confeccionado na etapa anterior foi

replicado 20 vezes, a fim de constituir o número necessário para cada grupo a ser

testado. Para isso, utilizou-se alginato (Dencrigel, Pirassununga, São Paulo, Brasil), o

qual foi proporcionado de acordo com as instruções do fabricante e espatulado até que

ficasse uma mistura uniforme, lisa e cremosa. Após a espatulação, o alginato foi

colocado em um recipiente plástico que atuou como moldeira e em seguida o molde

de silicone de adição foi posicionado. Após a geleificação do alginato, o molde de

silicona de adição foi removido. No local da impressão, foi adicionado o modelo de

resina fotoelástica previamente confeccionado, já com o mini implante posicionado de

acordo com a altura e angulação pré-determinada por cada grupo. Em uma balança de

precisão, o silicone de adição foi devidamente proporcionado em um becker e depois

espatulado com uma espátula nº 36. Após o tempo de manipulação indicado pelo

fabricante, o silicone foi adicionado no molde de alginato que continha o modelo

fotoelástico. Após 15 minutos, cada molde de silicone era removido do alginato e o

modelo fotoelástico, removido do silicone – todo este processo foi repetido 5 vezes

para cada grupo, gerando um total de 20 moldes de silicone de adição. As réplicas dos

dentes dos incisivos, caninos, segundo premolar, primeiro e segundo molar foram

posicionados no molde por sua porção coronária, assim como os mini-implantes.

(Figuras 12 e 13).

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Figura 12 – Moldes de silicone de adição, separados de acordo com os grupos. Os dentes

de manequim e os mini-implantes já estavam posicionados. Do autor(2016)

Figura 13 – Mini-implante posicionado no molde de silicone de

adição. Do autor (2016)

Seguindo a proporção indicada pelo fabricante, cada um dos componentes da

resina fotoelástica PL-3 (Vishay, Malvern, USA) (Figura 14) foi devidamente pesado

em uma balança de precisão. Em banho-maria, cada um dos componentes foi

manipulado até atingir uma temperatura de 56ºC. Após atingirem a temperatura ideal,

os dois componentes da resina fotoelástica foram misturados e então vertidos nos

moldes de silicone de adição (Figura 15).

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Figura 14 – Resina fotoelástica PL-3. Do autor (2016)

Figura 15 – Resina fotoelástica sendo vertida nos

moldes. Do autor (2016)

4.5 Instalação dos dispositivos ortodônticos

Em cada um dos modelos de resina fotoelástica foram fixados os braquetes

convencionais (Abzil, 3M-UNITEK, São José do Rio Preto, Brasil) de prescrição Roth

e canaletas .022”x.028” sobre a superfície vestibular dos incisivos, caninos e segundo

premolar, com um adesivo a base de cianoacrilato (Tekbond, Embu das Artes, Brasil).

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No primeiro e segundo molares foram fixados tubos duplos e simples,

respectivamente, seguindo às mesmas prescrições e fabricante dos braquetes. Foi

instalado um fio de aço .019”x.025” (Abzil, 3M-UNITEK, São José do Rio Preto,

Brasil). A colagem dos dispositivos ortodônticos foi realizada individualmente para

ficar nivelada, não induzindo tensões residuais (Figura 16).

Figura 16 – (A) Modelos de resina fotoelástica após a colagem dos

acessórios. (B) Arco de aço .019x.025. Do autor (2016).

4.6 Análise das tensões frente a um Polariscópio de Reflexão

Na cabeça do mini-implante de cada modelo foi amarrilhada e posicionada uma

mola fechada de nitinol (Sentalloy, GAC, São Paulo, Brasil), que por sua vez foi

interligada ao gancho do braquete do canino. A força da mola foi ajustada em 150g

com o auxílio de um tensiômetro (Morelli, Sorocaba, Brasil). (Figura 16). Quando a

mola foi posicionada, uma tensão foi transferida para a resina, ao longo da raiz do

canino, simulando a tensão que ocorreria na estrutura óssea de sustentação. Neste

momento, o conjunto foi posicionado a frente de um polariscópio de reflexão (Vishay

LF/Z-2, Malern, USA) e estabilizado sobre um suporte padrão com a finalidade de

todos os modelos estarem na mesma posição durante a análise (Figura 17). O

polariscópio permitiu observar as tensões provenientes da ativação dos dispositivos

utilizados, e quantificá-los por meio de um software específico (PS Calc 2.0) (Figuras

18 e 19).

A B

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Figura 17 – (A) Mola fechada de nitinol. (B) Tensiômetro. Do

autor (2016)

Figura 18 - Polariscópio de Reflexão (Vishay LF/Z-2, Malern,

USA) e Software específico (PSCalc 2.0). Do autor (2016).

A

B

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Figura 19 - Software específico (PSCalc 2.0). Do autor (2016).

A leitura das tensões foi realizada em pontos pré-determinados ao longo da

porção radicular do canino, considerando o terço cervical (R3), médio (R4) e apical

(R5) da face distal com uma distância de 2mm entre cada ponto e de 3mm a partir da

face distal da raiz. Além destes foram analisados dois pontos a 2mm do mini-implante,

localizados entre as raízes do segundo premolar e do primeiro molar, sendo um ponto

na região cervical (R1) e outro na região apical (R2). Ao todo foram somados 5 pontos,

conforme o esquema da Figura 20.

Figura 20 - Esquema dos pontos pré-determinados ao longo da

porção radicular do canino, distribuídos ao longo da face distal. Do

autor (2016).

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4.7 Tratamento estatístico

Os dados em MPa foram registrados em planilhas do programa Microsoft

Excel, apresentados pela média e desvio padrão e gráfico das colunas. A amostra foi

classificada quanto:

- a distância do mini-implante em relação à crista alveolar: 5 e 12mm

- a inclinação do eixo de inserção do mini-implante: 45º e 90º

Foram aplicados os testes ANOVA para a comparação entre os 4 grupos e teste

de Tukey, adotando-se nível de significância de 5%. Conforme o método de Anderson-

Darling, com 95% de nível de confiança, observou-se distribuição normal com p-valor

= 0,054.

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5. Resultados

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5 RESULTADOS

Com relação à tensão quando se comparou os grupos com diferentes alturas e

angulações dos mini-implantes, os grupos G1 e G2 apresentaram maiores médias de

tensão não diferindo entre si porém diferindo estatisticamente quando comparados aos

grupos G3 e G4, os quais também não diferiram entre si (Tabela 5).

Tabela 5 – Média e desvio-padrão das tensões geradas nos diferentes grupos com

diferentes alturas e angulações dos mini-implantes.

Grupos Média (*) Desvio-padrão

(G1) 12mm - 450 23,52 B 16,59

(G2) 12mm - 900 29,20 B 9,61

(G3) 5mm - 450 14,52 A 10,29

(G4) 5mm - 900 14,52 A 9,79 (*)letras distintas representam diferença estatística significante pelo teste de Tukey (=0,05)

Fonte: do autor (2016)

Em relação à localização dos pontos de tensão analisados, observou-se que os

pontos com maior tensão foram: R4 (terço médio do canino) apresentou maior tensão,

difererindo dos demais grupos, a exceção de R5 (terço apical do canino), o qual não

foi estatisticamente diferente. R1 apresentou as menores tensões porém não diferindo

de R3 (terço cervical do canino). R2 (localizado 2mm acima do mini-implante, na

porção apical ) apresentou valores intermediários de tensão, não diferindo de R3 e R5

(Tabela 6) (Figura 21).

Tabela 6 – Média e desvio-padrão das tensões geradas nos diferentes pontos de tensão

analisados.

Ponto de Tensão Média (*) Desvio-padrão

R1 9,30 A 8,93

R2 20,95 BC 6,90

R3 16,60 AB 13,13

R4 29,20 D 15,96

R5 26,15 CD 10,42 (*)letras distintas representam diferença estatística significante pelo teste de Tukey (=0,05)

Fonte: do autor (2016)

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Figura 21 – Presença de franjas coloridas no Grupo 1(A); Grupo 2(B);

Grupo 3(C); Grupo 4(D)

A Tabela 7 mostra quando comparado nas diferentes regiões no mesmo grupo

que em G1, R1 apresentou as menores tensões, diferindo estatisticamente de R4 e R5,

porém sem diferir de R2 e R3. R4 apresentou as maiores tensões diferindo de todos os

grupos. R5 apresentou valores intermediários, não diferindo de R2 e R3. Quando

comparado G2, não houve diferença estatítistica entre todos os grupos. Quando

comparado G3, R1 e R3 apresentaram as menores tensões, diferindo estatisticamente

de R2, porém não diferindo de R4 e R5, os quais não diferiram entre si. Quando

comparado G4, R1 apresentou as menores tensões, diferindo estatisticamente de R4 e

R5, os quais não diferiram entre si. R2 e R3 não diferiram de nenhum grupo.

A Tabela 7 mostra quando comparado nos diferentes grupos na mesma região

que em R1, G4 apresentou as menores tensões, diferindo estatisticamente de G2,

porém não diferindo de G1 e G3, os quais não diferiram entre si. Quando comparado

R2, não houve diferença estatística entre os grupos. Quando comparado R3, G3 e G4

apresentaram as menores tensões e diferiram estatistiamente de G2, e não houve

diferença estatística entre G1 e os demais grupos. Quando comparado R4, G3 e G4

apresentaram as menores tensões não diferindo estatisticamente entre si mas diferindo

estatísticamente de G1 e G2 não diferiu estatisticamente de G1, G3 e G4. Quando

A

B

C

D

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comparado R5, não houve diferença estatística entre os grupos.

Tabela 7 – Média e desvio-padrão das tensões geradas nas diferentes localizações de cada grupo

R1 R2 R3 R4 R5

G1 12mm - 450

7,202,59

Aba

19,805,85

Aab

15,809,20

ABab

46,0019,22

Bc

28,808,11

Ab

G2 12mm - 900

22,606,43

Ba

22,209,63

Aa

34,4010,09

Ba

33,006,00

ABa

33,809,42

Aa

G3 5mm - 450

5,203,19

Aba

23,008,25

Ab

8,404,83

Aa

15,408,56

Aab

20,6010,36

Aab

G4 5mm - 900

2,203,19

Aa

18,804,09

Aab

7,805,76

Aab

22,407,99

Ab

21,4010,29

Ab

(*) letras minúsculas distintas em linha ou maiúsculas em coluna representam diferença estatística

significante pelo teste de Tukey (=0,05)

Fonte: do autor (2016)

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6. Discussão

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6 DISCUSSÃO

Um dos desafios mais comuns do cotidiano do ortodontista é a ancoragem

ortodôntica. Muitos dispositivos têm sido utilizados para evitar a movimentação

indesejada das unidades de ancoragem, mas estes podem apresentar efeitos colaterais

indesejados. Desde que foram propostos por Kanomi59 em 1997, os mini-implantes

inovaram a prática clínica devido à sua estabilidade mecânica e, ao longo dos anos,

uma variedade destes dispositivos foilançada no mercado com diâmetros,

comprimentos e formatos diferentes. Normalmente, os profissionais inserem os mini-

implantes em angulações de sua preferência, o que pode interferir em sua estabilidade.

Por isso, é necessário comparar a eficácia destes dispositivos no que diz respeito à

tensão induzida tanto no osso quanto no mini-implante de acordo com a movimentação

dentária desejada125.

A fotoelasticidade tem sido amplamente utilizada para avaliar as diferenças na

distribuição de cargas em implantes odontológicos, além de auxiliar no entendimento

dos aspectos biomecânicos da osseointegração e dos mecanismos de insucesso que

ainda não foram completamente compreendidos123. No entanto, verificou-se que na

literatura há uma escassez de trabalhos que utilizem esta análise como método de

avaliação de tensões em mini-implantes; alguns trabalhos analisaram as tensõesem

mini-implantes pelo método dos elementos finitos125-27.

Neste estudo os mini-implantes foram inseridos em duas alturas (5 e 12mm) e

com duas angulações (450 e 900). Deguchi33e colaboradores afirmaram que mini-

implantes posicionados em uma angulação de 300 tinham sua área de contato com a

cortical óssea aumentada, o que consequentemente aumentaria a estabilidade primária

destes dispositivos, mas geraria mais tensões. Choi e colaboradores126 analisaram pelo

método de elementos finitos a tensão gerada na raiz dos dentes, ligamento periodontal

e cortical óssea ao redor de mini-implantes inseridos com angulações de 300, 600 e 900.

Os autores puderam observar que os mini-implantes posicionados a 900 produzem as

menores tensões.

Çehreli, Ozçipirci e Yilmaz36 utilizaram a análise fotoelástica tridimensional

para analisar a tensão peri-implantar de mini-implantes posicionados a 300, 450, 700 e

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900. Os autores concluíram que uma inclinação de 900 pode não ser a melhor opção

para utilização de carga imediata, colocando em risco o sucesso do dispositivo. Além

disso, concluiu-se que os mini-implantes com o campo de tensão mais favorável foram

os com inclinação de 700, seguidos dos 450 e 300. Os resultados do presente trabalho,

entretanto, mostram que não há diferenças estatísticas significantes entre as angulações

de inserção dos mini-implantes de 900e 450. Deve-se ressaltar que os estudos citados

anteriormente analisaram os mini-implantes lateralmente, enquanto o presente

trabalho analisou as tensões nos mini-implantes de uma vista anterior, em pontos

acima e abaixo dos mesmos, podendo ser esta uma limitação deste estudo, uma vez

que foram avaliados pontos no sentido cérvico-apical e não mésio-distal. No sentido

cérvico-apical não foram observadas diferenças entre a distribuição das tensões,

sugerindo que é seguro para o profissional inserir os mini-implantes a 450, uma vez

que tal procedimento pode inclusive proteger estruturas anatômicas adjacentes

evitando possíveis iatrogenias.

Quando analisada a altura de inserção do mini-implante, este estudo verificou

que quanto maior a altura em que o mini-implante foi inserido, maior as tensões

geradas. Acredita-se que os mini-implantes inseridos a uma altura de 12mm possuem

um componente vertical de força maior e, consequentemente, uma maior tendência à

rotação do dente a ser movimentado; entretanto, esta tendência é impedida pelo

conjunto braquete e fio de aço. Este achado está de acordo com os de Claro et al5, que

afirmaram que geralmente os mini-implantes são instalados mais apicalmente e, assim,

deve-se considerar que a retração de dentes anteriores associada com o uso destes

dispositivos gera um vetor de força mais intrusivo do que o que é observado com as

mecânicas de retração tradicionais. Além disso, ao planejar a altura de inserção de um

mini-implante angulado, deve-se levar em consideração que a sua extremidade ficará

mais oclusal do que o ponto de marcação da perfuração. Assim, o ponto de perfuração

deverá ser mais cervical do que o ponto programado como origem do vetor de força128.

É importante salientar que o padrão facial do paciente deve ser levado em conta; por

exemplo, em pacientes dolicofaciais com sobremordida que precisam de uma

movimentação mandibular no sentido anti-horário pela depressão total do arco

maxilar, o vetor de força deve ser direcionado para que passe pelo centro de resistência

do dente e a força seja direcionada posteriormente e superiormente. Caso o paciente

seja dolicofacial com mordida aberta anterior, o vetor de força deverá passar abaixo

do centro de resistência, para que os dentes superiores posteriores intruam129.

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Considerando-se a face distal do canino, foi possível constatar neste estudo que

os pontos médio e apical apresentaram maior concentração de tensões do que o ponto

cervical, assim como no estudo de Claro et al5. Neste trabalho os autores compararam

ancoragem esquelética e dentária e realizaram análise fotoelástica das tensões geradas

por ambas. O presente estudo indica que a região cervical possui menor tensão,

provavelmente devido a resistência ao movimento rotacional pela proximidade do

sistema braquete-fio, conferindo maior resistência à movimentação.

O presente estudo sugere que é seguro ao ortodontista inserir os mini-implantes

a uma angulação de 450, uma vez que essa ação impede que as raízes dos dentes

adjacentes ou estruturas anatômicas importantes sejam prejudicadas no momento da

inserção. É importante ressaltar que o profissional deve ficar atento em relação à altura

de inserção do mini-implante, uma vez que quanto maior a altura, maior a tensão

gerada nas regiões cervical e média do dente, imnplicando em uma maior tendência à

rotação do dente.

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7. Conclusão

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7 CONCLUSÃO

Com base nos resultados deste estudo, pode-se concluir que:

Não houve diferença estatisticamente significante entre as angulações de

inserção dos mini-implantes de 450 e 900, permitindo posicionar o mini-implante

da forma mais conveniente

Os mini-implantes posicionados a 12mm geraram maior tensão do que os

posicionados a 5mm da crista alveolar.

Na face distal do canino, os pontos com maior tensão foram o médio, seguido

pelo apical e depois pelo cervical.

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8. Referências

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