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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO FLÁVIA SALES LEITE Avaliação Física e Funcional Respiratória em Mulheres Submetidas à Cirurgia Bariátrica São Paulo 2011

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

FLÁVIA SALES LEITE

Avaliação Física e Funcional Respiratória em Mulheres

Submetidas à Cirurgia Bariátrica

São Paulo

2011

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FLÁVIA SALES LEITE              

Avaliação Física e Funcional Respiratória em Mulheres

Submetidas à Cirurgia Bariátrica

Dissertação apresentada à Universidade Nove de Julho, para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.

Orientador: Prof. Dr. Dirceu Costa

São Paulo

2011

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Leite, Flávia Sales

Avaliação Física e Funcional Respiratória em Mulheres Submetidas à Cirurgia Bariátrica. / Flávia Sales Leite. 2011.

74 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE - Ciências da Reabilitação, São Paulo, 2011.

Orientador (a): Prof. Dr. Dirceu Costa

1. Obesidade. 2. Cirurgia Bariátrica. 3. Caminhada. 4. Espirometria. 5. Qualidade de Vida

I. Costa, Dirceu

CDU 615.8

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DEDICATÓRIA

À minha querida mãe Marlene,

minha companheira e responsável por

todas as minhas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

À DEUS por todas as realizações e pela minha profissão.

Em especial, ao Prof Drº Dirceu Costa, pela oportunidade concedida e por toda

dedicação.

À Drª Vera Lúcia dos Santos Alves, Drº Wilson Rodrigues Freitas Júnior, Maria

de Lourdes, por terem propiciado o início deste estudo, pela disponibilidade e

atenção.

À todos da Irmandade Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo e Complexo

Hospital do Mandaqui pela colaboração.

Ao Jean pela paciência, apoio e colaboração.

À minha amiga Andréa Tomazine Tufanin, pelo incentivo inicial.

À minha chefe Kelli Betto pelo apoio, compreensão e trocas de plantões.

À todos os meus amigos do Hospital Santa Helena pela ajuda, sempre que

precisei.

À minha amiga Kadma pelo apoio, além de Ivan e Marina pela constante ajuda.

Aos professores do Mestrado, em especial: Luciana Malosá Sampaio.

Aos alunos da Iniciação Científica: Graziela, Jéssica, Viviane e Geane, sem

vocês nada teria acontecido.

Às voluntárias deste estudo, em especial às minhas queridas: Roseli, Maria da

Paz, Maria, Andréia, Gabriela, Rosângela e Zuleide pela dedicação,

disponibilidade e empenho fundamental para a concretização desta

dissertação.

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RESUMO

Estudos têm demonstrado que a perda média de 60% do excesso de peso se

relaciona à melhora de diversas comorbidades, contudo, não há informações

suficientes sobre as atividades e desempenho físico após a perda de peso pela

cirurgia bariátrica (CB). Foram objetivos deste estudo: avaliar a influência da

perda do excesso de peso (PEP) na capacidade física e funcional respiratória

em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica; avaliar a capacidade física e

funcional respiratória e compará-las com mulheres eutróficas saudáveis e

também avaliar a qualidade de vida (QV) destas mulheres após a cirurgia.

Participaram deste estudo 35 mulheres voluntárias, sendo 25 pós-operadas de

CB há no mínimo seis meses (GB), e 10 hígidas com a mesma faixa etária

(GC). Foi constatado correlação importante entre a %PEP e o Volume de

Reserva Expiratório, além de outras correlações positivas entre os testes de

campo e variáveis espirométricas, força muscular respiratória. As mulheres do

GB apresentaram resultados dentro dos valores de normalidade, para os testes

de força muscular, espirometria e endurance muscular respiratória, mas

reduzidos em relação à capacidade física nos testes de campo. Observou-se

também que a PEP contribui com a melhora da qualidade de vida e resolução

das comorbidades. Podemos concluir que, sob o ponto de vista da saúde

respiratória, as mulheres operadas não diferenciam de mulheres eutróficas, na

mesma faixa etária. Além disso, pode-se concluir que os instrumentos

utilizados neste estudo são capazes de auxiliar na avaliação da melhora da

função pulmonar e capacidade física das pacientes pós-operadas.

Palavras chaves: Obesidade, Cirurgia Bariátrica, Caminhada, Espirometria,

Qualidade de Vida.

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ABSTRACT

Studies have shown that the average loss of 60% of excess weight is related to

the improvement of several comorbidities, however, there is insufficient

information about the activities and physical performance after weight loss by

bariatric surgery (BS). Objectives of this study were to evaluate the influence of

loss of excess weight (LEW) in physical capacity and respiratory function in

women undergoing bariatric surgery, evaluate the physical capacity and

functional respiratory and compare them with healthy and normal weight women

also assess the quality of life (QOL) of these women after surgery. The study

included 35 female volunteers, 25 post-operated BS for at least six months (BG)

and 10 healthy at the same age group (CG). Significant correlation was found

between% PEP and expiratory reserve volume, and other positive correlations

between field tests and spirometric variables, respiratory muscle strength. The

GB women showed results within normal values for muscle strength testing,

spirometry and respiratory muscle endurance, but reduced in relation to

physical capacity in the field tests. It was also observed that the LEW

contributes to the improvement of life quality and resolution of comorbid

conditions. We can conclude that, under the terms of respiratory health, women

operated not differ from normal weight women, the same age. Moreover, it can

be concluded that the instruments used in this study are able to assist in

evaluating the improvement in lung function and exercise capacity of patients

postop.

Key words: Obesity, Bariatric Surgery, Walking, Spirometry, Quality of Life.

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SUMÁRIO

Lista de tabelas.............................................................................................. 10

Lista de figuras............................................................................................... 11

Lista de abreviaturas e símbolos................................................................... 12

1.Contextualização........................................................................................ 14

2.Objetivo....................................................................................................... 18

3.Método........................................................................................................ 19

3.1 Tipo de estudo.................................................................................... 19

3.2 Cálculo amostral................................................................................. 19

3.3 Critérios de inclusão........................................................................... 19

3.4 Critérios de exclusão.......................................................................... 19

3.5 Casuística........................................................................................... 20

3.6 Procedimento experimental................................................................ 21

3.6.1 Bioimpedância............................................................................ 22

3.6.2 Manovacuometria....................................................................... 22

3.6.3 Endurance muscular respiratória............................................... 23

3.6.4 Espirometria................................................................................ 26

3.6.5 Testes de avaliação física (Testes de Campo)......................... 27

3.6.6 Questionário de qualidade de vida............................................ 29

3.7 Tratamento dos dados........................................................................ 30

4.Resultados.................................................................................................. 31

4.1 Comparações entre os dois grupos (GB e GC).................................. 31

4.1.1 Constituição física...................................................................... 31

4.1.2 Avaliação funcional respiratória............................................... 32

4.1.3 Capacidade física....................................................................... 36

4.1.4 Avaliação da qualidade de vida – BAROS.................................. 37

4.2 Correlações entre as variáveis do GB................................................ 41

4.2.1 Correlação entre % PEP e capacidade funcional

respiratória................................................................................ 41

4.2.2 Comparação entre capacidade física e capacidade funcional

respiratória................................................................................ 42

4.2.3 Correlação entre IMC e capacidade física, capacidade

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funcional respiratória e % PEP............................................................ 43

4.3 Síntese geral dos resultados.............................................................. 45

5. Discussão.................................................................................................. 46

6. Limitações do estudo................................................................................. 53

7. Conclusões................................................................................................ 54

8. Referências bibliográficas.......................................................................... 55

9. Apêndices.................................................................................................. 63

10. Anexo...................................................................................................... 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características antropométricas da amostra.......................................... 31

Tabela 2. Valores referentes à bioimpedância elétrica dos grupos GB e GC........ 32

Tabela 3. Valores obtidos nos testes de força muscular respiratória em médias,

desvios padrões e resultados estatísticos............................................. 33

Tabela 4. Valores em médias e desvios padrões das variáveis referentes ao

teste de EMR..................................................................................... 34

Tabela 5. Resultados espirométricos obtidos, porcentagem do previsto e

resultados estatísticos....................................................................... 35

Tabela 6. Capacidade física - TC6’ e SWT............................................................ 36

Tabela 7. Resultados da pontuação em números de escala, números de

ocorrência e em porcentagem, da perda do excesso de peso............ 37

Tabela 8. Resultados em porcentagem e número de ocorrência da avaliação

das condições clínicas........................................................................... 38

Tabela 9. Resultados em porcentagem da avaliação da qualidade de

vida...................................................................................................... 39

Tabela 10. Resultados percentuais da avaliação global da qualidade de vida, e

números de ocorrência...................................................................... 40

Tabela 11. Resultado final do BAROS em porcentagem ...................................... 40

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Balança de bioimpedância elétrica Tanita Iron Man®............................. 22

Figura 2. Avaliação da força muscular respiratória................................................ 23

Figura 3. POWERbreathe®.................................................................................... 24

Figura 4. Esquema do teste incremental................................................................ 24

Figura 5. Teste da EMR com o POWERbreathe®................................................. 25

Figura 6.POWERbreathe® da marca HaB International Ltda e manovacuômetro

da Ger-Ar®..............................................................................................

25

Figura 7. Avaliação da função pulmonar................................................................ 26

Figura 8. Teste de caminhada de seis minutos...................................................... 27

Figura 9. Corredor de 30 metros............................................................................ 27

Figura 10. Esquema ilustrativo do método de realização do SWT......................... 28

Figura 11. Correlação entre VRE e %PEP............................................................. 41

Figura 12. Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e CVF......... 42

Figura 13. Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e VEF1........... 42

Figura 14. Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e PEmáx.... 43

Figura 15. Correlação entre distância percorrida em metros no SWT e VEF1........... 43

Figura 16. Correlação entre distância percorrida em metros no SWT e PEmáx.... 43

Figura 17. Correlação entre IMC e distância percorrida no TC6’........................... 44

Figura 18. Correlação entre IMC e VRE................................................................. 44

Figura 19. Correlação entre IMC e % PEP............................................................. 38

Figura 20. Correlação entre IMC e % de gordura corporal..................................... 44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ATS - American Thoracic Society

CB – Cirurgia Bariátrica

CI - Capacidade Inspiratória

cmH2O - Centímetros de água

CPT - Capacidade Pulmonar Total

CRF - Capacidade Residual Funcional

CVF - Capacidade Vital Forçada

CVL - Capacidade Vital Lenta

EMR – Endurance Muscular Respiratória

FC - Frequência Cardíaca

FR – Frequência Respiratória

GB – Grupo Bariátrica

GC – Grupo Controle

IMC - Índice de Massa Corpórea

Kg - Quilograma

Kg/m2 - Quilograma por metro quadrado

L - Litros

m - metros

m2 - metro quadrado

MCM – Massa Corporal Magra

OMS - Organização Mundial de Saúde

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PA - Pressão Arterial

PEmáx - Pressão Expiratória Máxima

PImáx - Pressão Inspiratória Máxima

QQV – Questionário de Qualidade de Vida

SpO2 - Saturação Periférica de Oxigênio

SWT - Shuttle Walk Test

TC6’ - Teste de Caminhada de Seis Minutos

VEF1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro segundo

VEF1/CVF – Relação entre o Volume Expiratório Forçado no Primeiro segundo

e a Capacidade Vital Forçada

VO2 – Consumo Máximo de Oxigênio

VRE - Volume de Reserva Expiratório

VRI - Volume de Reserva Inspiratório

VVM - Ventilação Voluntária Máxima

% - porcentagem

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1. Contextualização

A obesidade é um importante fator de risco para o desenvolvimento de

disfunções orgânicas responsáveis pelo aumento do índice de morbidade e

mortalidade (Gibson, 2000). O tratamento da obesidade tem sido realizado de

diversas maneiras, sendo que as não cirúrgicas, como a dieta de baixa energia

e modificações de comportamento, não são bem sucedidas a longo prazo no

que diz respeito à manutenção da perda de peso e diminuição das

comorbidades relacionadas à obesidade (Schouten et al, 2010). Por isso, a

cada ano tem aumentado o número de sujeitos que se submetem à Cirurgia

Bariátrica (CB).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) projetou que em 2005 o mundo

teria 1,6 bilhões de pessoas acima de 15 anos de idade com excesso de peso

(IMC ≥ 25kg/m2) e 400 milhões de obesos (IMC ≥ 30 kg/m2). A projeção para

2015 é ainda mais pessimista: 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e

700 milhões de obesos. Indicando um aumento de 75% nos casos de

obesidade em 10 anos. O Brasil ocupa no ranking da OMS a 77, os Estados

Unidos, apesar da notoriedade, ocupam a quinta posição e a Argentina é o país

mais obeso na América do Sul, ficando em oitavo (Melo, 2011).

Estudos têm demonstrado que a perda média de 60% do excesso de

peso se relaciona à melhora de diversas comorbidades, tais como a

Hipertensão Arterial Sistêmica, a Síndrome de Apnéia Obstrutiva do Sono, a

Dislipidemia, dentre outras. A perda de 20 a 30 kg, mantida após dez anos da

cirurgia, associou-se à redução das comorbidades e da taxa de mortalidade

para menos de 1% em pacientes com IMC superior a 40 kg/m2 (Maggard et al,

2005; Buchwald et al, 2004). Tais dados são relevantes, pois o excesso de

peso corporal e as comorbidades resultam na queda da qualidade de vida e na

redução da expectativa de duração da vida desses sujeitos (Peters et al, 2003).

Apesar destes dados, há carência de informações sobre o condicionamento ou

desempenho físico desses sujeitos, após a perda de peso corporal.

Além das limitações físicas que a obesidade traz, é sabido que o

excesso de tecido adiposo promove uma compressão mecânica sobre o

músculo diafragma, pulmões e caixa torácica, levando a uma insuficiência

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pulmonar restritiva. A obesidade promove também diminuição da complacência

total do sistema respiratório e aumento da resistência pulmonar. Outros vários

fatores interferem na mecânica respiratória do obeso, resultando em reduções

dos volumes e capacidades pulmonares (Paisani et al, 2005).

Essas e outras alterações causadas pela obesidade sugerem a

necessidade de avaliação da função pulmonar antes e depois da CB. A

espirometria é um método de avaliação de fluxos e volumes pulmonares.

Na obesidade grave ou moderada encontra-se uma Capacidade

Residual Funcional (CRF) mais baixa, causada pelo processo mecânico

simples de “compressão” da cavidade torácica, e uma redução nas dimensões

anatômicas pela massa de tecido adiposo de revestimento. O diafragma

encontra-se elevado pelo abdômen distendido. A redução da CRF ocorre tanto

pela redução do Volume de Reserva Expiratória (VRE) como pela redução do

Volume Residual (VR) (Costa et al, 2003).

Alguns estudos relatam que um aumento no IMC diminui o Volume

expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), a Capacidade Vital Forçada

(CVF), a Capacidade Residual Funcional (CRF), e o VRE. Na obesidade

mórbida (IMC > 40kg/m2), há também uma redução modesta no Volume

Residual (VR) e na Capacidade Pulmonar Total (CPT) (Mcclean et al, 2008;

Mcclean, et al 2007).

Dentre as alterações mais importantes da mecânica respiratória, situa-se

a ineficácia dos músculos respiratórios, da força muscular e da endurance

desses músculos, que podem estar reduzidas quando comparadas às de não

obesos. Todos esses fatores levam a uma sobrecarga inspiratória, aumentando

o trabalho respiratório, o consumo de oxigênio e o custo energético da

respiração (Koenig, 2001).

As alterações moderadas no peso corporal podem resultar em

significantes oscilações na prevalência de distúrbios respiratórios. Com base

em estudo um longitudinal de Peppard et al (2000), ficou demonstrado que o

aumento de 10% no peso correlacionou-se com aumento de 32% no índice de

apnéia e hipopnéia, enquanto que a redução de 10% do peso correlacionou-se

à diminuição de 26% no referido índice. Neste estudo não foram avaliadas

quaisquer variáveis relacionadas ao desempenho físico desses sujeitos e raros

são os estudos que relacionam um aumento na atividade física após a cirurgia

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bariátrica em obesos mórbidos, exceto as informações de que aqueles sujeitos

que são fisicamente ativos, perdem mais peso após a cirurgia que aqueles não

ativos, e sua qualidade de vida é melhor em comparação aos inativos (Wouters

et al, 2010).

A maioria dos estudos populacionais que analisaram a relação entre

obesidade e função pulmonar utilizando o IMC como medida de adiposidade

global mostrou associações fracas ou não significativas entre a função

pulmonar diminuída com ambos extremos de IMC (indivíduo magro ou obeso).

Outros poucos estudos, onde foi investigada a associação entre a composição

corporal (massa magra e massa gorda) e a função pulmonar, foi mostrado que

a massa gorda estava inversamente relacionada com a função pulmonar, e

esta positivamente relacionada com a massa magra (Wannamethee et al,

2005)

A bioimpedância elétrica é um método rápido e não-invasivo para

estimar os compartimentos corporais, inclusive a distribuição dos fluidos

corporais nos espaços intra e extracelulares (Kushner, 1996). Este método

baseia-se no princípio de que os componentes corporais oferecem uma

resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica. Os tecidos magros

são altamente condutores de corrente elétrica devido a grande quantidade de

água e eletrólitos, ou seja, apresentam baixa resistência à passagem da

corrente elétrica. Por outro lado, a gordura, o osso e a pele constituem um meio

de baixa condutividade apresentando, portanto, elevada resistência.

A PImáx e a PEmáx têm sido consideradas, desde as décadas de 60 e

70, como um método simples, prático e preciso na avaliação da força dos

músculos respiratórios, tanto em indivíduos sadios como em pacientes com

disfunção respiratória ou neurológicas (Cook et al, 1964; Black & Hyatt, 1969),

essa técnica de medida respiratória, dentre outras, tem se constituído um

parâmetro eficiente de avaliação e acompanhamento do exercício físico e de

muitos procedimentos técnicos. A avaliação da resistência muscular por teste

de carga contínua ou incremental tem importância significativa na avaliação de

disfunções respiratórias encontradas em algumas doenças respiratórias ou

não. Os métodos de avaliação são de forma geral não invasivos e de fácil

aplicação.

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17 

 

 

A obesidade é resultado de um estilo de vida sedentário e está

associada a efeitos adversos sobre a capacidade de exercício, este, um

componente importante da própria qualidade de vida. Dificuldades de

locomoção podem-se tornar uma limitação funcional. O Teste de Caminhada

dos Seis Minutos (TC6’), por exemplo, tem sido utilizado para avaliar a

capacidade funcional de obesos, Pode ser realizado por pacientes

severamente limitados e que não toleram outros testes de capacidade funcional

(Hulens et al, 2003). A correlação do TC6’ com o consumo máximo de oxigênio

(VO2) é moderada, em contrapartida, o Shuttle Walk Test (SWT), que também

é um teste de caminhada padronizado, devido ao aumento progressivo da

intensidade do exercício, pode apresentar uma maior correlação com o pico de

VO2 em comparação com o TC6’ (Green et al, 2001).

Para avaliar a eficiência e impacto da CB na qualidade de vida destes

pacientes é importante utilizar métodos padronizados e respeitados. Entre

muitos conhecidos, pode-se destacar o BAROS (Bariatric Analysis and

Reporting Outcome System) de Oria e Moorehead (1998), método avaliado e

reconhecido internacionalmente, prático e eficiente para a estimativa dos

resultados do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, pois se baseia na

análise de importantes aspectos que devem se modificar na saúde e na vida

dos pacientes após a CB: a perda do excesso de peso, melhora das

comorbidades e da qualidade de vida e também de eventuais complicações da

cirurgia (Prevedello et al, 2009).

Contudo, não há informações suficientes sobre as atividades e

desempenho físico após a perda de peso pela cirurgia bariátrica, o que justifica

a necessidade de novas investigações para se conhecer melhor tais

características desse grupo de sujeitos e, com isso, poder auxiliá-los na

orientação de atividades preventivas da sua saúde e sua capacidade física.

A existência de lacuna nas informações sobre as condições físicas,

sobretudo da capacidade física e funcional respiratória de sujeitos que foram

submetidos à cirurgia bariátrica, justificaram a busca dessas informações, bem

como da relação dessas variáveis com a perda de peso e com a qualidade de

vida que estes sujeitos apresentam.

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18 

 

 

2. Objetivos

2.1 Objetivo Primário

- Avaliar a influência da perda do excesso de peso na capacidade física e

funcional respiratória em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica.

2.2 Objetivos Secundários

- Avaliar a capacidade física e a capacidade funcional respiratória em

mulheres submetidas à cirurgia bariátrica e comparar com mulheres

eutróficas saudáveis;

- Avaliar a qualidade de vida de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica.

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19 

 

 

3. Método

3.1 Tipo de Estudo

Este estudo, caracterizado como do tipo transversal controlado, realizado,

no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória (LAFRESP) da UNINOVE,

foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CoEP) da

Universidade Nove de Julho (UNINOVE), sobre o protocolo N° 410518/ 2011

(anexo 1).

3.2 Cálculo Amostral

A amostra foi calculada baseada em estudos prévios, que avaliaram a

força muscular respiratória e a capacidade funcional de obesos e não obesos

(Costa et al, 2008; Souza et al, 2009), nos quais, foi avaliado o impacto da

cirurgia bariátrica na força muscular, na função pulmonar e na capacidade

funcional.

Foi aplicado o cálculo amostral considerando um power de 80% com

erro alfa de 0,05 (20%) e a amostra sugerida foi de 21 voluntárias para cada

grupo.

3.3 Critérios de Inclusão - Terem realizado CB há mais de 6 meses;

- Aptas a realizarem os testes físicos e funcionais respiratórios;

- Assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);

- Maiores de 18 anos.

3.4 Critérios de Exclusão - Apresentarem alterações cognitivas e físicas que impediam a realização dos

testes;

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20 

 

 

- Portadoras de comorbidades do sistema respiratório (DPOC, Asma, etc.);

- Usuárias de drogas e álcool.

3.5 Casuística

A partir de uma listagem com 137 nomes de pacientes submetidos à

cirurgia bariátrica há mais de 6 meses, pertencentes à base de dados do

Complexo Hospitalar do Mandaqui e da Santa Casa de Misericórdia de São

Paulo, foi realizado contato telefônico com 113 mulheres que atenderam aos

critérios de inclusão.

Destas, 113 pacientes, 45 aceitaram participar voluntariamente do estudo,

e a partir de então passaram a ser denominadas de “voluntárias”. Essas

voluntárias foram devidamente agendadas, sendo que 19 delas não

compareceram e 1 (uma) não conseguiu realizar todos os testes por

impossibilidade física, sendo excluída.

Assim sendo, 25 voluntárias, com idade entre 27 e 59 (42,7 ± 8,5) anos de

idade e tempo médio de cirurgia de 13,6 ± 7,0 meses, conseguiram realizar

todos os testes propostos no estudo e compuseram a amostra do Grupo

Bariátrica (GB).

Para a composição do Grupo Controle (GC) foram divulgados convites

para a realização de testes físicos e funcionais respiratórios, a serem

realizados no LARESP da unidade Memorial da UNINOVE, sendo que apenas

10 mulheres sedentárias e saudáveis, na mesma faixa etária conseguiram

participar. Estas 10 mulheres saudáveis, com idade entre 29 e 57 (39,1±9,8)

anos de idade e IMC de 18,5kg/m2 a 24,9 kg/m2, concordaram em participar

voluntariamente do estudo e, como tal, também foram denominadas como

voluntárias, compondo assim o Grupo Controle (GC). Conforme os dados da

Tabela 1, apesar deste “N” ser inferior ao calculado para este estudo, e não

havendo mais tempo hábil para ampliá-lo, optou-se por aceitá-los, tendo em

vista sua homogeneidade em relação ao GB, exceto para o peso e o IMC,

como era esperado.

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21 

 

 

3.6 Procedimento Experimental

Todos os procedimentos foram previamente esclarecidos às voluntárias,

tanto do GB, quanto do GC, e ocorreram em um mesmo dia, no LAFRESP, de

acordo com a sequência a seguir.

Inicialmente foi realizada uma entrevista, com coleta de dados que

incluíram identificação, história clínica, doenças associadas e antecedentes

pessoais.

Na sequência as voluntárias foram submetidas à pesagem em balança de

Bioimpedância Elétrica, à Manovacuometria, à Espirometria, ao Teste de

Endurance Muscular Respiratória e, à entrevista com uso do questionário

BAROS, apenas para as voluntárias do GB.

Finalizando, realizaram os testes de campo, a saber, o Teste de

Caminhada de Seis Minutos (TC6’) e o Shuttle Walk Test (SWT), em ordem

randomizada, e de acordo com a ATS.

Todos estes testes foram realizados de acordo com os detalhamentos e

descrições a seguir:

Inclusão: 

CB > 6 meses 

Aptas à realizarem os testes físicos  

TCLE 

Elegíveis n= 113 Excluídos 

65 não aceitaram participar 

19 faltaram 

1 não conseguiu realizar os testes até o final 

GB = 25

GC = 10 

Bioimpedância Elétrica 

Manovacuometria

Espirometria 

EMR – Power breathe® (1° teste) 

Aleatório: 

TC6’ 

SWT 

QQV:  BAROS 

(somente GB) 

EMR – Power breathe®(2° teste) 

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22 

 

 

3.6.1 Bioimpedância

As voluntárias foram pesadas, sem sapatos, na balança de bioimpedância

elétrica (BC 554 – Tanita Iron Man®), de acordo com a Figura 1, sendo que

seus pés foram previamente higienizados com solução alcoólica a 70%. Nesta

mesma oportunidade foi mensurada a altura, utilizando-se para tal um

estadiômetro de parede. O IMC foi calculado por meio da seguinte equação

IMC = peso/ altura2 , onde o peso corporal foi dividido pela altura ao quadrado.

Foram coletados e registrados todos os dados relativos à: % de gordura

corporal; % de água total; peso de massa muscular e, peso de massa óssea.

Figura 1 - balança de bioimpedância elétrica Tanita Iron Man®

3.6.2 Manovacuometria

A Força Muscular Respiratória (FMR) foi avaliada por meio das medidas

das pressões máximas com a utilização de um manovacuômetro analógico da

marca Ger-Ar®, escalonado em cmH2O, com limite operacional de 0 a ± 300

cmH2O, e de acordo com Black & Hyatt, 1969. As voluntárias permaneceram

sentadas, em posição confortável, e com um clipe nasal, sendo que o bocal foi

posicionado firmemente entre os lábios e o examinador, que coletou todos os

dados de todas as voluntárias, segurou o manovacuômetro e as orientou

quanto à realização das manobras respiratórias, conforme mostra a Figura 2.

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23 

 

 

Para a obtenção da Pressão Inspiratória máxima (PImáx) foi solicitado

que realizassem uma expiração máxima, até o nível do Volume Residual (VR),

seguida de uma inspiração máxima e sustentada, por no mínimo 2 segundos.

Para a obtenção da Pressão Expiratória máxima (PEmáx) foi solicitado que,

após uma inspiração máxima, até o nível da Capacidade Pulmonar Total

(CPT), realizassem uma expiração máxima, também sustentada por no mínimo

2 segundos. (Ambas as manobras foram realizadas no mínimo três vezes, e no

máximo cinco vezes), sendo que o maior valor foi registrado, desde que não

diferente em mais que 10% em relação ao valor imediatamente inferior. Além

dos valores obtidos, também foram calculados os respectivos valores previstos

para cada voluntária, de acordo com equações de referência para indivíduos

saudáveis descritas por Harik-Khan et al (1998) e Neder et al (1999),

respectivamente equações para PImáx e PEmáx.

Figura 2 – Avaliação da força muscular respiratória

3.6.3 Endurance Muscular Respiratória (EMR)

Para a obtenção da EMR foi utilizado um dispositivo denominado

POWERbreathe® (PB) da marca HaB International Ltda, com diferentes níveis

de carga, de acordo com as diferentes cores (verde = fraco; azul = regular e

vermelho = forte), conforme ilustra a Figura 3.

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24 

 

 

Para tal avaliação, foram realizados dois testes, sendo um incremental e

outro constante. O teste incremental teve início com carga de 10cmH2O, esta

carga foi sustentada por dois minutos, e após mais um minuto de repouso

ocorria o aumento da carga (de 10 em 10cmH2O), conforme esquema ilustrado

na Figura 4. A maior carga sustentada por dois minutos foi então o valor

máximo e, como tal, foi considerado a PImáx sustentada (PImáxsust).

Figura 3 - POWERbreathe® verde = fraco, azul Figura 4 – Esquema do Teste Incremental: = regular e vermelho = forte. 2min de carga/ 1 min de repouso

O teste foi realizado com as voluntárias sentadas, utilizando um clipe

nasal, com um dos membros superiores apoiados e o outro também apoiado e

segurando o equipamento, como mostra a Figura 5. Um manovacuômetro

escalonado de 10 em 10 cmH2O, e com um limite operacional de ± 300cmH2O,

foi acoplado ao equipamento, servindo como feedback visual para a voluntária,

no momento da execução do teste, além de monitorar e checar a real carga

fornecida pelo dispositivo PB, conforme ilustra a Figura 6. O teste podia ser

interrompido caso a voluntaria referisse o desejo de interrompê-lo por algum

desconforto ou caso o avaliador notasse sinais de desconforto respiratório,

esforço excessivo durante a execução do teste ou incapacidade de atingir a

carga previamente ajustada.

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25 

 

 

Figura 5 – Teste da Endurance Muscular Respiratória com o POWERbreathe®

Figura 6 – POWERbreathe® da marca HaB International Ltda e manovacuômetro escalonado de 10 em 10 cmH2O, da Ger-Ar®

Após trinta minutos de descanso, era realizado o teste constante, com

carga de 80% da PImáxsust, obtida no teste anterior (incremental), esta carga

obtida era ajustada à escala do equipamento (10 em 10 cmH20), utilizando o

valor mais próximo da mesma. Para este teste foi determinado um tempo

máximo de execução de 30 minutos (Fiz et al, 2008; Ramirez-Sarmiento et al,

2002). Durante os testes o equipamento foi ajustado pelo avaliador, evitando-

se qualquer tipo de vazamento de ar e otimizando o ajuste do bocal nos lábios

das voluntárias, quando necessário. Para que o efeito da repetição mantivesse

a confiabilidade dos dados, o teste foi previamente ensinado e orientado às

voluntárias. A pressão arterial (PA) era mensurada antes e depois de cada

teste, e a frequência cardíaca (FC), a saturação periférica de oxigênio (SpO2),

a freqüência respiratória (FR) e a escala de Borg para dispnéia eram

mensuradas durante os testes.

Considerando que a carga do teste constante, foi percentualmente a

mesma para todas as voluntárias, o tempo em minutos foi registrado e

considerado para efeito de cálculo da EMR, optou-se pelo emprego da seguinte

fórmula, elaborada para o presente estudo:

EMR =

PImáxsust _________

PImáx

X tempo (min)

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26 

 

 

3.6.4 Espirometria

Foi utilizado um espirômetro Easy on-PC da marca ndd Medizintechnik

AG®, e para os testes, as voluntárias permaneceram sentadas utilizando um

clipe nasal para evitar vazamento de ar pelo nariz, sendo que os testes foram

realizados por um mesmo avaliador, conforme ilustra a Figura 7.

Foram coletadas no mínimo três curvas aceitáveis e reprodutíveis, e no

máximo oito medidas, sendo que os maiores valores foram computados. Todos

os procedimentos foram realizados de acordo com as orientações da American

Thoracic Society (ATS, 2005) e as Diretrizes para Testes de Função Pulmonar

da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) (Pereira, 2002),

em ambiente devidamente aclimatado e com controle de temperatura e

pressão barométrica.

Foram realizadas as manobras de Capacidade Vital Lenta (CVL);

Capacidade Vital Forçada (CVF) e Ventilação Voluntária Máxima (VVM). Todos

os valores, obtidos, previstos e percentuais do previsto foram devidamente

registrados para análises posteriores.

Figura 7 – Avaliação da função pulmonar – Espirometria

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27 

 

 

3.6.5 Testes de Avaliação Física (Testes de Campo) Teste de Caminhada dos Seis Minutos (TC6’)

Este teste, que objetivou a avaliação da capacidade funcional, foi

realizado por um avaliador treinado, em um corredor de trinta metros de

comprimento, conforme ilustrado na Figura 8 e 9, no qual a voluntária foi

instruída a caminhar por seis minutos enquanto foram verificadas as variáveis

de FC, SpO2, PA, FR, escala de Borg para dispnéia e cansaço de membros

inferiores (MMII) no início e no final do teste. Durante todo o teste, a voluntária

foi monitorada por meio de um oxímetro de pulso, com a FC e a SpO2.

Figura 8 – Teste de Caminhada de Seis Minutos Figura 9 – Corredor de 30 metros

Shuttle Walk Test (SWT)

O SWT é um teste clínico de esforço físico incremental, que foi utilizado

para avaliar o nível da atividade e da tolerância ao exercício físico das

participantes do estudo, assim como para identificar possíveis limitações

funcionais ou alterações da normalidade da saúde física, relacionadas às

atividades da vida diária e a subseqüente qualidade de vida (Coelho et al,

2007).

Neste teste as voluntárias caminharam em terreno plano, de maneira

repetida, uma distância conhecida de 10 metros, ao redor de uma marcação de

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28 

 

 

dois cones, separados a uma distância de 9,5 metros, e cadenciado por

sonorização acústica de frequência crescente. Esta sonorização iniciava-se

com um único toque, o qual indicava o tempo em que ela deveria percorrer a

distância predeterminada, alcançar o cone e mudar de direção. Em seguida,

uma sinalização acústica tripla indicava a necessidade de aumentar a

velocidade para percorrer a distância entre os cones. A cada minuto, o tempo

entre os sinais acústicos era diminuído de tal maneira que a voluntária

aumentava a velocidade da caminhada para alcançar o cone no momento

indicado. Este teste chegava ao fim quando a voluntária não tivesse alcançado

o cone por duas vezes consecutivas, devido ao desejo de interrompê-lo por

sintomas desencadeados com o aumento da velocidade da caminhada, ou

quando o avaliador notasse a FC acima de 85% do valor máximo calculado de

acordo com a fórmula (210 – 0,65 x idade) (Singh et al, 1994). No repouso e no

final do teste, foram mensuradas a PA no braço esquerdo e a FC. No início e

ao final do teste as voluntárias foram questionadas quanto à dispnéia e

cansaço nos membros inferiores, sendo que as respostas subjetivas foram

classificadas por meio da escala de percepção de esforço de Borg. Durante

todo o teste elas foram monitoradas com um oxímetro de pulso, para controle

da SpO2.

Figura 10 – Esquema ilustrativo do método de realização do Shuttle Walk Test

Em síntese, os testes de campo (TC6’ e SWT) foram realizados de

acordo com a ATS (2002), porém, como os resultados do estudo de Soares

(2010), demonstraram não ter ocorrido diferença significativa entre um primeiro

e um segundo teste, optou-se por uma adaptação às recomendações da ATS,

e realizou-se apenas um teste de cada. Essa adaptação visou, sobretudo,

poupar um desgaste desnecessário às voluntárias do GB, especialmente pelo

impacto do teste sobre os membros inferiores.

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29 

 

 

3.6.6 Questionário de Qualidade de Vida

A avaliação da qualidade de vida é realizada basicamente pela

administração de instrumentos subjetivos, como os Questionários de Qualidade

de Vida (QQV).

Neste estudo foi utilizado o Bariatric Analysis and Reporting Outcome

System (BAROS) de Oria & Moorehead (1998), exclusivamente para as

voluntárias do GB.

Este questionário foi administrado por meio de entrevista individual, onde

foram coletados os dados referentes ao peso inicial, complicações imediatas e

tardias. Com informações sobre o peso inicial e atual, foi possível avaliar a

porcentagem na perda do excesso de peso (%PEP), para isso foi necessário

utilizar a tabela “padronizada de peso ideal”, proposta pela Metropolitan Height

and Weight Tables, 1983.

Para avaliar a %PEP foi utilizado o seguinte cálculo: do peso inicial

(peso da voluntária antes da cirurgia) subtraiu-se o peso atual, assim obteve-se

a perda de peso. Novamente do peso inicial, subtraiu-se o peso ideal, de

acordo com a tabela padronizada, e assim obteve-se o excesso de peso.

Ao excesso de peso atribuiu-se o valor de 100%, sendo que o valor da

perda de peso é a porcentagem que se buscou. Assim, %PEP pode ser

visualizada pela seguinte fórmula:

% PEP = Valor da Perda X 100 Excesso de peso

Também foram avaliadas as condições clínicas, classificadas pelo

BAROS como comorbidades “maiores”, aquelas com maiores riscos à saúde

(hipertensão, doença cardiovascular, dislipidemia, diabetes tipo II, apnéia do

sono, osteoartrite e infertilidade). E outras comorbidades classificadas como

“menores” (hipertensão intracraniana idiopática, estase venosa de

extremidades inferiores, refluxo gastroesofágico e incontinência urinária por

estresse). Após esta avaliação, foram atribuídos pontos (de -1 a 3) se:

“agravaram” (-1); “não mudaram” (0); “melhoraram” (1); “uma maior resolvida e

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30 

 

 

as outras melhoraram” (2) e “todas as maiores resolvidas e outras melhoraram”

(3).

A avaliação do domínio qualidade de vida possui cinco componentes, a

saber: auto-estima; atividade física, bem estar social; capacidade de trabalho e,

interesse sexual, todas com uma pontuação própria, a saber: muito diminuída;

diminuída; mínima ou nenhuma alteração; melhorada ou muito melhorada.

As complicações também foram avaliadas, como clínicas e cirúrgicas,

imediatas e tardias, maiores e menores. Segundo o BAROS, as complicações

menores perdem 0,1 ponto e as maiores perdem 1 ponto do total do

questionário. Cada reoperação, também subtraía 1 ponto da soma total.

O resultado final do questionário é resultante da combinação de todos

esses domínios: porcentagem na perda de peso, qualidade de vida, condições

clinicas, complicações e reoperações, conforme o quadro 1, a seguir:

Quadro 1- Pontuação final - efeito da cirurgia bariátrica 3.7 Tratamento e Análise dos Dados

Depois de armazenados, os dados foram submetidos às análises

estatísticas, realizadas com a utilização do software GraphPad Instat. O teste

utilizado para verificar a normalidade da distribuição dos dados foi o

Kolmogorov-Smirnov. Para as comparações entre as variáveis paramétricas e

não pareadas foi utilizado o teste t não pareado e para as variáveis não-

paramétricas e não pareadas foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Para as

correlações foi utilizado Pearson e foi considerado como significância

estatística p<0,05. Para a análise dos dados referentes ao BAROS foram

utilizados dados descritivos e percentis.

Resultado final Pontos Falência 1ou <

Satisfatório >1 a 3 Bom >3 a 5

Muito bom >5 a7 Excelente >7 a 9

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31 

 

 

4. Resultados

Os resultados foram organizados e estão apresentados de acordo com

os objetivos ou etapas do estudo, a saber: 1- Comparações dos dados entre os dois grupos (GB e GC) e, 2 - Correlações entre as variáveis do GB.

4.1 Comparações entre os dois grupos (GB e GC)

Os resultados obtidos nesta primeira etapa (Comparações entre os

grupos) estão apresentados em quatro conjuntos de variáveis, a saber:

Constituição Física; Avaliação Funcional Respiratória; Avaliação da

Capacidade Física e Avaliação da Qualidade de Vida, como se segue:

Tabela 1 – Características antropométricas da amostra.

IMC= Índice de Massa Corporal

Conforme observado, os grupos GB e GC não apresentaram diferença

significativa entre as variáveis idade e altura, porém entre as variáveis, peso e

IMC houve diferença estatística.

4.1.1 Constituição Física

Bioimpedância

Na Tabela 2, estão apresentadas os valores referentes à constituição

física, representada pelas variáveis: % de gordura corporal; % de água total;

peso de massa muscular e, peso de massa óssea.

GB (n = 25) GC (n = 10) P

Idade 42,7 ± 8,5 39,1 ± 9,9 ns

Peso (kg) 83,6 ± 13,1  61,5 ± 5,8  *

Altura (m) 1,60 ± 0,1  1,60 ± 0,1  ns

IMC (kg/ m2) 32,8 ± 5,4  23,8 ± 1,2  *

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32 

 

 

Tabela 2 - Valores referentes à Bioimpedância Elétrica dos grupos GB e GC. GB GC p

% de gordura corporal 37,6 ± 7,1 30,1 ± 4,3 *

% de água total 44,5 ± 4,8 48,2 ± 3,0 *

Peso de massa muscular (kg) 49,0 ± 4,6 40,2 ± 3,1 *

Peso de massa óssea (kg) 2,6 ± 0,2 2,2 ± 0,1 *

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, pode-se

observar que houve diferença significativa entre todas as variáveis que

compunham a composição corporal das voluntárias do GB e GC, sendo que o

% de gordura corporal, o peso de massa muscular e o peso de massa óssea,

foram maiores no GB que no GC e o % de água total foi maior no GC que no

GB.

4.1.2 Avaliação Funcional Respiratória

A avaliação funcional respiratória, que foi composta pelas variáveis:

Manovacuometria (PImáx e PEmáx), EMR e Espirometria, estão apresentados

como se seguem:

Manovacuometria (PImáx e PEmáx)

Os resultados das medidas das Pressões Respiratórias máximas (PImáx

e PEmáx), em cmH2O, no GB foram comparados com valores preditos (Harik-

Khan et al, 1998; Neder et al, 1999) e obtidos pelo GC, como consta na Tabela

3, à seguir:

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33 

 

 

Tabela 3 - Valores obtidos e preditos nos testes de força muscular respiratória em médias, desvios padrões e resultados estatísticos.

Obtida Predita (Harik-Khan) p

PImáx GB 92,4 ± 19,0 98,9 ± 25,0 ns

GC 101,0 ± 37,8 76,9 ± 6,1 ns

Obtida Predita (Neder)

PEmáx GB 83,4 ± 27,6 89,5 ± 5,2 ns

GC 92,5 ± 36,8 91,7 ± 6,0 ns

PImáx = Pressão Inspiratória Máxima e PEmáx = Pressão Expiratória Máxima.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3, não houve

diferença significativa entre os valores obtidos de PImáx e PEmáx nos grupos

GB e GC, quando comparados aos valores preditos, e também quando

comparados entre os dois grupos (GB e GC).

Endurance Muscular Respiratória (EMR)

A EMR obtida no teste com carga de 80% da PImáxsust, foi avaliada

pelo tempo, em minutos que as voluntárias conseguiram sustentar tal carga,

como mostra a Tabela 4, na qual consta a média da PImáx, PEmáx, PImáx

sustentada, Carga (teste constante), Tempo limite do teste incremental e

constante, Relação tempo limite do teste constante e EMR.

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34 

 

 

Tabela 4 – Valores em média e desvios padrões das variáveis referentes ao teste de EMR.

GB GC p

PImáx (cmH2O) 92,4 ± 19,0 101,0 ± 37,8 ns

PEmáx (cmH2O) 83,4 ± 27,6 92,2 ± 4,5 ns

PImáxsust (cmH2O) 39,2 ± 21,4 53,0 ± 18,3 ns

Carga teste constante(cmH2O) 29,6 ± 18,1 41,0 ± 17,9 ns

T.lim teste incremental (min) 7,8 ± 4,3 10,6 ± 3,7 ns

T.lim teste constante (min) 4,3 ± 2,6 3,5 ± 1,9 ns

T.lim teste constante(seg)/ carga 11,5 ± 7,0 5,7 ± 2,5 *

Endurance 206,2 ± 213,8 192,9 ± 117,8 ns min = minutos

De acordo com resultados da Tabela 4, não houve diferença significativa

entre as variáveis relacionadas à EMR nos GB e GC. Exceto na relação entre

tempo limite e carga, maior no GB.

Também não foram observadas alterações e diferenças estatísticas

entre os grupos, na avaliação das variáveis cardiovasculares (PA e FC),

respiratória (SpO2) e sensação de dispnéia e cansaço (Borg), durante a

realização deste teste.

Espirometria

A seguir, na Tabela 5, estão apresentados os resultados espirométricos

com os valores obtidos e percentuais do obtido em relação ao previsto

(Knudson et al, 1983), seguido dos resultados estatísticos.

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35 

 

 

Tabela 5 – Resultados espirométricos obtidos, porcentagem do previsto e resultados estatísticos.

Variáveis Espirométricas GB GC p

CVF (L) 3,2 ± 0,6 3,2 ± 0,3 ns

% Prev 96,8 ± 12,1 94,9 ± 9,8 ns

CVL (L) 3,35 ± 0,6 3,24 ± 0,4 ns

% Prev 99,8 ± 11,0 95,6 ± 10,8 ns

VEF1(L) 2,7 ± 0,5 2,6 ± 0,3 ns

% Prev 98,6 ± 12,6 93,6 ± 9,3 ns

VRE (L) 0,7 ± 0,4 0,8 ± 0,3 ns

% Prev - - -

VRI (L) 0,8 ± 0,5 0,7 ± 0,5 ns

% Prev - - -

CI (L) 2,5 ± 0,5 2,3 ± 0,3 ns

% Prev - - -

VVM (L) 108,1 ± 21,0 105,8 ± 11,8 ns

% Prev 83,5 ± 14,2 79,9 ± 9,6 ns CVF = Capacidade Vital Forçada; CVL = Capacidade Vital Lenta; VEF1 = Volume Expiratório Final no primeiro segundo; VRE = Volume de Reserva Expiratório, VRI = Volume de Reserva Inspiratório, CI = Capacidade Inspiratória e, VVM =Ventilação Voluntária Máxima.

Como pode ser observado nos resultados da Tabela 5, as voluntárias

avaliadas em ambos os grupos não apresentaram alterações clínicas nos

volumes e fluxos pulmonares, exceto pelo valor limítrofe da porcentagem do

previsto da VVM nos dados obtidos pelo GC. Não houve diferença estatística

entre os valores observados no GB e GC.

Os valores previstos para as variáveis VRE, VRI e CI não foram

disponibilizados pelo software do sistema operacional.

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36 

 

 

4.1.3 Capacidade Física

A capacidade física está representada pelas variáveis dos dois testes de

campo (TC6’ e SWT), com os valores da distância percorrida e valores

estimados do VO2, de ambos os grupos estudados.

Distância caminhada no TC6’ e no SWT Os resultados do TC6’ e do SWT estão apresentados na Tabela 6 a

seguir em metros(m) caminhados.

Tabela 6 - Capacidade física - TC6’ e SWT.

TC6’ = teste de caminhada dos seis minutos; VO2 estimado = consumo máximo de oxigênio estimado; SWT = shuttle walk test

Como pode ser observado, pelos valores da Tabela 6, as voluntárias do

GB caminharam significantemente menos do que as voluntárias do GC, tanto

no TC6’, quanto no SWT.

No TC6’, também houve diferença significativa entre os grupos nos

dados relacionados às variáveis cardiovasculares, são elas FC final, Pressão

Arterial Sistólica (PAS) inicial e final e Pressão Arterial Diastólica (PAD) inicial e

final. No SWT também foi constatado diferença significativa nas mesmas

variáveis, exceto PAD final. Nas demais variáveis analisadas antes e após os

testes, sendo as respiratórias e sensação de cansaço/ dispnéia, não houveram

alterações clínicas e estatisticamente significativas entre os grupos.

GB GC p

TC6’ Distância (m) 459,4 ± 78,5 565,5 ± 112,1 *

SWT Distância (m) 335,2 ± 83,5 490,7 ± 105,3 *

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37 

 

 

4.1.4 Avaliação da Qualidade de Vida- BAROS

Os resultados do questionário BAROS, que foi aplicado somente nas

voluntárias obesas, está dividido em domínios específicos, a saber: perda do

excesso de peso; condições clínicas e, qualidade de vida. Estes estão

apresentados, em pontuações, número de ocorrência e porcentagem, nas

Tabelas 7, 8 e 9 a seguir, sendo que uma síntese da pontuação dos itens que

compõem a qualidade de vida, também estão apresentados, em número de

frequência de resposta e porcentagem, na Tabela 10.

Tabela 7 – Resultados da pontuação, em número de escala, número de ocorrência e em porcentagem, da perda do excesso de peso.

PEP (%) Pontuação n %

Ganhou peso -1 0 0%

Perdeu 0-24% 0 0 0%

Perdeu 25-49% 1 5 20%

Perdeu 50-74% 2 15 60%

Perdeu 75-100% 3 5 20%

De acordo com os resultados da Tabela 7, 60% das voluntárias

perderam de 50% a 74%, 20% delas perderam de 75% a 100% e 20%

perderam de 25 a 49% do excesso de peso. Nenhuma voluntária ganhou peso

ou perdeu menos do que 25% do excesso de peso.

A média do excesso de peso das voluntárias antes da cirurgia foi de 64,0

± 14,6kg e na avaliação pós-operatória foi de 25,5 ± 12,9kg, ou seja, uma

diferença média de 38,6kg. A média da porcentagem da perda do excesso de

peso foi de 61,1 ± 14,7%.

No que se referem às condições clínicas, os resultados fornecidos pelas

voluntárias, sobre sua percepção atual, constam, na Tabela 8, a seguir:

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38 

 

 

Tabela 8 - Resultados em porcentagem e número de ocorrência da avaliação das condições clínicas.

Condições Clínicas Pontos n %

Agravaram -1 0 0

Não mudaram 0 4 16%

Melhoraram 1 5 20%

Uma maior resolvida e outras melhoraram 2 3 12%

Todas as maiores resolvidas e outras melhoraram 3 13 52%

De acordo com os resultados da Tabela 8 nota-se que: para nenhuma

(0%) das voluntárias as Condições Clínicas “agravaram”; para 16% não

“mudaram”; para 20% “melhoraram”; para 12% “uma maior resolvida e as

outras melhoraram” e, para 52% das 25 voluntárias “todas maiores resolvidas e

as outras melhoraram”.

Os valores correspondentes à percepção das voluntárias sobre as

alterações da Qualidade de Vida, nos quesitos auto-estima, atividade física,

socialização, capacidade de trabalho e interesse sexual, estão representados

na Tabela 9, a seguir:

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39 

 

 

Tabela 9 - Resultados em porcentagem da avaliação da qualidade de vida Qualidade de Vida Pontos n % Autoestima 1- Comparado ao tempo antes da cirurgia:

Muito pior - 1 0 0% Pior - 0,5 0 0% Igual 0 0 0% Melhor + 0,5 1 4% Muito melhor + 1 24 96%

Atividade Física 2- Sou capaz de realizar atividade físicas no

dia-a-dia:

Muito menos - 0,5 0 0% Menos - 0,25 0 0% Igual 0 6 24% Mais + 0,25 1 4% Muito mais + 0,5 18 72%

Socialização 3-Eu me sinto disposta a me envolver

socialmente:

Muito menos - 0,5 0 0% Menos - 0,25 0 0% Igual 0 7 28% Mais + 0,25 5 20% Muito mais + 0,5 13 52%

Capacidade de Trabalho 4- Sou capaz de trabalhar:

Muito menos - 0,5 0 0% Menos - 0,25 0 0% Igual 0 3 12% Mais + 0,25 1 4% Muito mais + 0,5 21 84%

Sexual 5- Estou interessada em sexo:

Muito menos - 0,5 0 0% Menos - 0,25 0 0% Igual 0 12 48% Mais + 0,25 7 28% Muito mais + 0,5 6 24%

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40 

 

 

De acordo com os resultados da Tabela 9, resumidamente pode se

constar que após no mínimo 6 meses de cirurgia bariátrica as voluntárias

manifestaram que a auto-estima está muito melhor para 96% delas;

aumentaram muito as atividades físicas para 72%; estão freqüentando muito

mais reuniões sociais e familiares para 52%; a capacidade de trabalho está

melhorada para 84% e 48% delas não observaram mudanças no

comportamento ou interesse sexual. Os resultados da Qualidade de Vida, fornecidos por frequência das

voluntárias, com o BAROS, encontram-se na Tabela 10, a seguir:

Tabela 10- Resultados percentuais da avaliação global da Qualidade de Vida,

e números de ocorrência. Melhor/Pior Pontos n %

Muito diminuída -2,25 a -3,0 0 0%

Diminuída -0,75 a -2,0 0 0%

Mínima ou nenhuma alteração -0,5 a +0,5 0 0%

Melhorada +0,75 a +2,0 11 44%

Muito melhorada +2,25 a +3,0 14 56%

De acordo com os resultados da Tabela 10, observa-se que 56% das

voluntárias apresentaram qualidade de vida “muito melhorada” e 44%

“melhorada”, após a cirurgia bariátrica. Enquanto que nenhuma voluntária,

apresentou qualidade de vida diminuída ou muito diminuída.

O escore final do BAROS pode ser visualizado na Tabela 11, a seguir:

Tabela 11- Resultado final do BAROS em porcentagem

Resultado final pontos n %

Falência 1 ou < 0 0%

Satisfatório > 1 - 3 1 4%

Bom > 3 - 5 5 20%

Muito bom > 5 - 7 12 48%

Excelente > 7 - 9 7 28%

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41 

 

 

Observa-se, pelos resultados da Tabela 11 que: para 4% das voluntárias

a cirurgia bariátrica apresentou um resultado “satisfatório”; para 20% o

resultado foi “bom”; para 48% o resultado foi “muito bom” e, para 28% das

voluntárias a cirurgia bariátrica apresentou um resultado “excelente”.

4.2 Correlações entre as variáveis do GB

Após as análises comparativas entre os resultados dos dois grupos

estudados (GB e GC), e numa tentativa de se buscar informações mais

aprofundadas sobre prováveis associações entre as variáveis estudadas, de

interesse fundamental nas voluntarias do GB, foram aplicadas análises de

correlação entre as diferentes variáveis obtidas nas voluntarias que haviam

sido submetidas à CB.

Assim sendo, foram comparadas especialmente as variáveis

relacionadas à %PEP com Capacidade Funcional Respiratória; Capacidade

Física com a Capacidade Funcional Respiratória; IMC com Capacidade Física,

Capacidade Funcional Respiratória e %PEP, como se segue.

4.2.1 Correlação entre a %PEP e a Capacidade Funcional Respiratória

Em análise realizada entre a perda do excesso de peso com as variáveis

espirométricas, foi possível constatar correlação positiva apenas com o VRE

(r=0,67, p=0,005), conforme ilustra a Figura 11, a seguir:

Figura 11- Correlação entre VRE e %PEP

r = 0,67p = 0,005 

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42 

 

 

Não houve correlação entre a % PEP e as demais variáveis

respiratórias, nem com as variáveis do desempenho físico estudadas.

4.2.2 Correlação entre a Capacidade Física e a Capacidade Funcional Respiratória

Ao se comparar a distância percorrida no TC6’, com as variáveis

espirométricas, foram encontradas correlações positivas com a CVF e com o

VEF1, como ilustram as Figuras 12 e 13 a seguir:

Figura 12 - Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e CVF 

Figura 13 – Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e VEF1.

O TC6’ não apresentou correlação com as demais variáveis

espirométricas. Com a Força Muscular Respiratória, o TC6’ também

apresentou correlação positiva, porém apenas com a PEmáx, como ilustra a

Figura 14, a seguir, porém não com a PImáx.

r = 0,51p = 0,008 

r = 0,56p = 0,003 

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43 

 

 

Figura 14 - Correlação entre distância percorrida em metros no TC6’ e PEmáx

Ao se comparar a distância percorrida no SWT com as variáveis

espirométricas, constatou-se correlação positiva apenas com o VEF1 (Figura

15), e na correlação com a Força Muscular Respiratória, apenas com a PEmáx

(Figura 16).

Figura 15 - Correlação entre distância percorrida, em metros no SWT e VEF1

Figura 16 - Correlação entre distância percorrida, em metros no SWT e PEmáx

4.2.3 Correlação entre IMC e Capacidade Física, Capacidade Funcional Respiratória e %PEP

Foram realizadas correlações entre o IMC e todas as demais variáveis, e

foi constatado correlações negativas com a distância percorrida, em metros no

TC6’, com o VRE, em litros, e com a %PEP. Apresentou ainda, uma correlação

r = 0,40p = 0,04 

r = 0,38p = 0,05 

r = 0,52p = 0,007 

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44 

 

 

positiva com o percentual de gordura, este mensurado pela bioimpedância

elétrica, como ilustram as Figuras 17, 18, 19 e 20, a seguir:

Figura 17 - Correlação entre IMC e distância percorrida no TC6´

Figura 18 – Correlação entre IMC e VRE

Figura 19 - Correlação entre IMC e % PEP

Figura 20 - Correlação entre IMC e % de gordura

r = 0,54p = 0,004 

r = ‐0,49p = 0,01 

r = 0,86p = 0,001 

r =‐0,76 p = 0,001 

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45 

 

 

4.3 Síntese Geral dos Resultados GB GC P % gordura corporal 37,6 ± 7,1 > 30,1 ± 4,3 *

% água total 44,5 ± 4,8 < 48,2 ± 3,0 *

Peso de massa muscular 49,0 ± 4,6 > 40,2 ± 3,1 *

Peso massa óssea 2,6 ± 0,2 > 2,2 ± 0,1 *

PImáx (cmH2O) 92,4 ± 19,0 < 101,0 ± 37,8 Ns

PEmáx (cmH2O) 83,4 ± 27,6 < 92,5 ± 36,8 Ns

PImáx sustentada (cmH2O) 39,2 ± 21,4 < 53,0 ± 18,3 Ns

% PImáx/ Pimáx 44,2 ± 25,6 < 56,9 ± 26,2 Ns

% PImáx / PEmáx 53,3 ± 37,6 < 60,5 ± 20,5 Ns

Carga (teste) (cmH2O) 29,6 ± 18,1 < 41,0 ± 17,9 Ns

Tempo de sustentação (min) 4,3 ± 2,6 > 3,5 ± 1,9 Ns

EMR 206,2± 213,8 > 192,9 ± 117,8 Ns

CVF % Prev 96,8 ± 12,1 > 94,9 ± 9,8 Ns

CVL % Prev 99,8 ± 11,0 > 95,6 ± 10,8 Ns

VEF1 % Prev 98,6 ± 12,6 > 93,6 ± 9,3 Ns

VVM % Prev 83,5 ± 14,2 > 79,9 ± 9,6 Ns

TC6’(m) 459,4 ± 78,5 < 565,5 ± 112,1 *

VO2 estimado (ml/kg/min) 15,5 ± 1,8 < 18,0 ± 2,6 *

SWT (m) 335,2 ± 83,5 < 490,7 ± 105,3 * VO2 estimado (ml/kg/min) 12,6 ± 2,1 < 16,5 ± 2,9 *

% PEP Pontos n %

Perdeu 25-49% 1 5 20%

Perdeu 50-74% 2 15 60%

Perdeu 75-100% 3 5 20%

Condições Clínicas

Não mudaram 0 4 16%

Melhoraram 1 5 20%

> maior resolvida/ outras melhoraram 2 3 12%

Todas as > resolvidas/ outras melhoraram 3 13 52% Qualidade de Vida Melhorada +0,75 a +2,0 11 44%

Muito melhorada +2,25 a +3,0 14 56%

Resultado Final

Satisfatório >1 a 3 1 4%

Bom >3 a 5 5 20%

Muito bom >5 a 7 12 48%

Excelente >7 a 9 7 24%

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46 

 

 

5. Discussão

A Bioimpedância Elétrica foi utilizada neste estudo para avaliar a

constituição física das voluntárias. Alguns autores (Braulio et al, 2010;

Pateyjohns et al, 2006), já evidenciaram boa correlação entre a bioimpedância

elétrica e a Dual x-ray absorptiometry - absorciometria de feixe duplo (DEXA),

atualmente considerado “padrão ouro” para medidas de constituição física.

Embora não tenhamos avaliado a constituição física na fase pré-operatória, foi

possível constatar maior percentual de gordura nas mulheres pós-operadas, do

que nas voluntárias do GC.

Strain et al (2009), ao avaliarem pacientes no pré e no pós-operatório

em quatro diferentes procedimentos cirúrgicos bariátricos, puderam encontrar

redução significativa da porcentagem da gordura corporal após as cirurgias,

nossos resultados indicaram que mesmo após seis meses de cirurgia no

mínimo, ainda apresentaram porcentagem de gordura corporal maior do que as

mulheres do GC. Além disso, as mulheres do GB apresentaram um aumento

no peso de massa muscular e óssea em relação às mulheres sedentárias

saudáveis, que apresentaram maior porcentagem de água total.

Estudos que utilizaram a DEXA para avaliar a composição corporal

documentaram perda de massa corporal magra (MCM) na ordem de 9,9 e 14%

em pacientes obesos após a colocação de banda gástrica. Segundo Sergi et al

(2003), a redução de água intracelular e a manutenção dos níveis de água

extracelular durante o período de perda de peso apontam para a diminuição de

MCM, independente de modificações do estado de hidratação.

No que se refere aos valores obtidos nos testes de força muscular

respiratória, não constatamos diferença significativa tanto na PImáx quanto na

PEmáx entre os GB e GC. Embora não foi possível a recuperação dos valores

da força muscular respiratória antes da CB, cabe lembrar a existência da

relação desta variável com as dimensões corporais. Weiner et al (1998),

constataram que os valores de PImáx e da PEmáx são minimamente inferiores,

porém significativos, em relação aos valores preditos antes da CB, sugerindo,

que a endurance é significativamente menor. Com a perda de peso, ocorre um

aumento significativo da força e endurance muscular com retorno aos valores

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47 

 

 

normais. Esses autores sugerem que estas alterações estejam relacionadas à

melhora da complacência pulmonar. Krotkiewski et al (1990), mostraram que a

perda de peso está associada ao aumento da endurance da musculatura

respiratória, provavelmente também com o aumento da atividade da síntese de

glicogênio.

Ao avaliarem a EMR de sujeitos saudáveis, Fiz et al (1998), observaram

correlações entre o tempo limite e carga, idade, altura, PImáx e PEmáx. Essa

diferença entre o indivíduo saudável e o pós-operado pode ser explicada pelo

estilo de vida sedentário e o nível de motivação, que podem prejudicar a

performance no teste (Chen & Sukuo, 1989).

Weiner et al (1998) observaram aumento importante na endurance

muscular respiratória, após seis meses de CB nos pacientes avaliados. Os

autores utilizaram a relação %PImáx sust/ Pimáx, para calcular a EMR. Essa

melhora na performance muscular respiratória correlacionou-se fortemente com

a perda de peso após a cirurgia e com a melhora na força muscular respiratória

(r = 0,71). Em nossos resultados, não observamos diferença estatística entre o

GB e o GC, porém em nosso trabalho utilizamos outra forma para medir a

EMR. Em relação aos dados espirométricos, as voluntárias avaliadas no nosso

estudo não apresentaram alterações clínicas nos volumes e fluxos pulmonares

e, nem diferenças estatísticas entre os dois grupos.

Assim como no estudo de Domingos-Benício et al (2004), em nosso

trabalho não foi observado diferença significativa na CVF e VEF1 em eutróficos

e obesos.

No trabalho de Ray (1983), foram comparados 29 pacientes, antes e

depois de perderem peso, e então verificadas melhoras significativas na CV, no

VRE e na VVM, mas houve diminuição dos valores de capacidade de difusão

para o monóxido de carbono e não encontraram mudanças significativas nos

valores da CI, CPT, CFR, VR e % do VEF1/ CVF. Neste mesmo estudo, foi

discutida a manobra da VVM, onde se diz que o aumento de peso pode ser a

razão para a redução da capacidade de pacientes obesos para a performance

na manobra de VVM, pela demanda rápida e profunda da respiração, sendo

que nessa população a complacência da parede torácica é 1/3 menor do que

nos indivíduos normais, ocasionando um trabalho respiratório muito intenso.

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48 

 

 

Xavier et al (2010), avaliaram a função pulmonar de 20 pacientes após

seis meses terem sido submetidos à cirurgia bariátrica e verificaram que as

variáveis espirométricas: VRE e CRF apresentaram, diferença estatisticamente

significativa com os valores pré-operatórios, porém, não houve diferença

significativa de VR, CV, CPT, FEF25-75% e % VEF1/CVF.

A redução do VRE em obesos mórbidos ocorre devido às alterações da

mecânica respiratória provocadas pelo aumento da adiposidade abdominal

e/ou excesso de peso na parede torácica, e é esperado que este parâmetro

retorne ao valor predito após a perda de peso (Thomas et al, 1989).

Em estudo realizado por Costa et al (2008), também notaram diferença

significativa no VRE de mulheres obesas mórbidas comparadas às não obesas.

Além de uma correlação negativa entre IMC e VRE. Estes dados corroboram,

com nossos achados, onde também observamos correlação negativa

(r = -0,49) entre IMC e VRE.

Assim como nossos resultados, no estudo de Xavier et al (2010), foi

observado uma correlação positiva entre VRE e perda da porcentagem do

excesso de peso, o que significa que estes pacientes obesos, em particular,

obesos mórbidos, sofrem uma importante mudança nos volumes pulmonares e

que a perda do excesso de peso resulta claramente na melhora da função

pulmonar. A perda do excesso de peso foi utilizada para determinar uma

correlação com as alterações nos testes de função pulmonar, pois é um

parâmetro importante a utilizar, em comparação com o uso da perda do peso

inicial citada em vários estudos e que não levam em consideração, um

importante fator para a definição do grau de diferença no peso corporal de cada

paciente em relação ao valor normal.

Souza et al (2009), aplicaram o TC6’ em 49 pacientes pré e 6 meses

pós-cirurgia bariátrica, e notaram que a distância caminhada no pré foi

significantemente menor do que no pós-operatório, assim como Maniscalco et

al (2011), que avaliaram 15 pacientes também antes e um ano depois da

cirurgia, e observaram aumento significativo da distância caminhada entre os

períodos. Os achados de nosso estudo mostraram que, as mulheres do GB

caminharam significativamente menos em comparação com as mulheres do

GC. A comparação entre os períodos pré e pós-cirurgia não pode ser realizada,

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49 

 

 

porém uma melhora na capacidade de locomoção foi relatada pelas mulheres

pós-operadas.

Sere’s et al (2006), avaliaram a capacidade de exercício por meio de

teste ergométrico, em 31 pacientes que foram submetidas à cirurgia bariátrica,

e observaram que um ano após a cirurgia o grupo perdeu em média 51kg e a

duração do exercício aumentou de 13,8 ± 3,8 para 21,6 ± 4,2 minutos, com

isso, constataram que após essa perda de peso, essas pacientes melhoraram

muito a capacidade de exercício.

Os achados de nosso estudo estão de acordo com os de Gontijo et al,

(2011) e Perecin et al, (2003), que também constataram correlação negativa e

moderada entre TC6’ e IMC no GB.

Ainda segundo Perecin et al (2003), onde os mesmos avaliaram 46

pessoas, divididas em 5 grupos por faixa de IMC, desde indivíduos eutróficos a

obesos mórbidos, o percentual de gordura foi a medida antropométrica que

melhor se correlacionou com distância caminhada (r = 0,85 e p < 0,05), seguido

pelo índice de massa corporal (r = -0,65); e pela relação cintura/quadril

(r = -0,56), somente para o sexo masculino. Então, concluiu-se que o aumento

do peso corporal interferiu na capacidade física, diminuindo a distância

caminhada. De certa forma, também foi observado em nossos resultados que

as mulheres do GB caminharam uma distância significativamente inferior do

que o GC.

Podemos notar, em nossos resultados, correlações entre os resultados

dos testes de avaliação da capacidade funcional e as variáveis espirométricas,

além da correlação entre SWT e VEF1. Rodrigues et al (2002), relataram

correlação entre o TC6’ e os valores espirométricos, destacando o VEF1, porém

em indivíduos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os

autores sugerem, então que desta forma, o TC6’ pode auxiliar na avaliação da

deterioração da função pulmonar, da sobrevida e do nível de funcionalidade

física dos portadores de DPOC.

Em relação aos resultados obtidos em nosso estudo, estes estão

parcialmente de acordo com Tompkins et al (2008), que utilizaram o TC6’ para

avaliar 25 pacientes obesos em três momentos: pré-cirurgia, 3 meses e 6

meses após a cirurgia. Os pacientes no pré-operatório caminharam em média

55,1% do predito para o valor de normalidade, e no 3º e 6º mês 68,3% e 75,4%

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50 

 

 

respectivamente. Em nosso estudo, as voluntárias caminharam em média,

81,3% do valor predito no TC6’, e 42,6% no SWT. Neste mesmo estudo, os

autores observaram correlação positiva entre a melhora no desempenho no

TC6’ durante o período pós-operatório da CB, e a qualidade de vida,

especificamente, na saúde física, avaliada pelo SF-36.

A melhora da qualidade de vida é observada rapidamente após a

cirurgia. Segundo alguns autores (Andersen et al, 2010), dois anos após a

realização do procedimento, os pacientes operados têm a qualidade de vida

comparada à população em geral.

Segundo Wadden & Phelan (2002), os questionários genéricos, com o

SF-36, são bons instrumentos para a avaliação da qualidade de vida, porém,

instrumentos mais específicos, podem captar com maior precisão sintomas e

experiências oportunas da patologia. Como, exemplo, o paciente obeso, pode

relatar como se comporta socialmente, em situações de desconforto em geral.

Em nosso estudo, optamos por utilizar o questionário BAROS, que analisa não

apenas a perda do excesso de peso, mas também a diminuição do número e o

abrandamento das comorbidades e melhora da qualidade de vida do paciente.

Esse sistema classifica os pacientes em cinco grupos: fracasso, ruim, bom,

muito bom e excelente (Faria et al, 2002). Da mesma forma, em nossos

achados, foi observado que a maioria (46,5%) das pacientes avaliadas

apresentaram de 50 a 75% da perda do excesso de peso.

Assim como nos resultados de Xavier et al (2010), nossos achados

mostraram que a perda do excesso de peso entre os períodos pré e pós-

operatório foi de 38,6kg e a porcentagem da PEP foi de 61,7% em média.

Segundo Maggard et al (2005), a perda média de 61% do excesso de

peso se relaciona à melhora de diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial

sistêmica, síndrome da apnéia obstrutiva do sono e dislipidemia. A perda de 20

a 30 kg, mantida após dez anos, associou-se à redução das comorbidades e

da taxa de mortalidade para menos de 1% em pacientes com IMC superior a

40 kg/m2, no estudo de Buchwald et al (2004). Assim como em outros trabalhos realizados por Faria et al, (2002) e Titi

et al, (2007), a maioria das voluntárias relataram que “todas as comorbidades

maiores foram resolvidas e as outras melhoraram”.

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51 

 

 

Schwartz et al (2004) afirmaram que, um maior controle do peso corporal

promovido pela CB promove melhora das comorbidades relacionadas à

obesidade. O paciente submetido à CB frequentemente evolui com melhora de

diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, função cardíaca, perfil

lipídico, função respiratória, doenças do sono, doença articular degenerativa,

infecções, refluxo gastroesofágico, mobilidade, estase venosa, esteatoepatite

não alcoólica, asma, síndrome dos ovários policísticos, infertilidade e

complicações gestacionais. Em nosso trabalho, 55% das voluntárias manifestaram qualidade de vida

“muito melhorada” após a cirurgia bariátrica. No estudo de Titi et al (2005), 41

das 71 pacientes avaliadas também relataram melhora importante da qualidade

de vida. Esses dados também estão de acordo com os resultados de Faria et al

(2002). Quase todos os estudos relatam melhora importante e sustentada da

qualidade de vida após a cirurgia bariátrica. No entanto, existem alguns

resultados negativos, como as dificuldades com as mudanças necessárias na

dieta (comer devagar e em pequenas quantidades, vômitos). Além disso,

existem relatos sobre o estado psicológico e a perda de peso variável.

Enquanto alguns estudos mostram uma melhora do estado de depressão,

outros mostram que os pacientes permanecem susceptíveis à depressão e

ansiedade, a menos que estejam recebendo psicoterapia (Nicolai et al, 2002).

No estudo de Lemos (2006), foi constatado que a CB melhorou muito a

vida dos pacientes avaliados, seja diminuindo as patologias associadas;

fazendo com que as mesmas não sofram mais preconceitos pela aparência

física; pela oportunidade de poder fazer atividade física por prevenção, por

saúde e principalmente por prazer. De acordo com nossos resultados, para as

voluntárias avaliadas a autoestima está muito melhor para 95% delas,

aumentaram muito as atividades físicas para 68%, estão freqüentando muito

mais reuniões sociais e familiares para 55%, a capacidade de trabalho está

melhorada para 82% e 50% delas não observaram mudanças no

comportamento sexual.

O sucesso e a efetividade da cirurgia bariátrica é definido por um IMC

<35kg/m2 ou por uma perda maior que 50% do excesso de peso pré-operatório

(Sjonstrom, 2004). Segundo BAROS, em nosso estudo, para 55% das

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52 

 

 

voluntárias o resultado da cirurgia foi “muito bom” e, para 22% o resultado foi

“excelente”. Também no trabalho de Faria et al (2002), 60,6% dos pacientes

apresentaram como resultado final “excelente”, e “muito bom” e “bom” foram

observados em 26,8% e 9,8% respectivamente.

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53 

 

 

6. Limitações do Estudo

Uma das maiores limitações encontradas para a realização deste estudo

foi a dificuldade na obtenção de voluntários para realizarem as avaliações

propostas. Destacamos também o não comparecimento das voluntárias

previamente agendadas.

Também existiram dificuldades na formação do GC, devido à faixa etária

das mulheres avaliadas no GB e disponibilidade das voluntárias eutróficas

saudáveis.

A ausência ou escassez de valores de referência das variáveis

analisadas para obesos também constituiu uma dificuldade.

Podemos citar como outra limitação, o fato de todos os testes terem sido

aplicados em uma mesma visita. Outra limitação, questionável, foi a não

avaliação das voluntárias, previamente à cirurgia, a fim de obter dados mais

precisos a respeito da evolução e progressão ou não da função pulmonar,

capacidade funcional e qualidade de vida.

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54 

 

 

7. Conclusões

Apesar das constatações de sucesso obtido na perda de peso corporal

de quem se submete a cirurgia bariátrica, persiste a necessidade de constantes

investigações científicas, sobretudo em busca de registros a médio e longo

prazo, sobre a manutenção da perda do excesso de peso e a eficácia na saúde

dessas pessoas. Embora essas mulheres tenham perdido peso, seu percentual

de gordura corporal ainda é maior que as mulheres eutróficas, possivelmente

por ainda estarem em fase de reorganização dos tecidos e conformidade

corporal.

No que diz respeito a sua capacidade física, avaliada pela distância

percorrida em testes de campo, pode-se concluir que entre 6 a 24 messes após

essas mulheres terem se submetido cirurgia bariátrica, elas ainda não

apresentam a mesma capacidade que mulheres eutróficas saudáveis, ou seja,

caminham significantemente menos. Contudo, sob o ponto de vista da saúde

respiratória, elas não diferenciam de mulheres eutróficas, na mesma faixa

etária.

De acordo com os resultados deste estudo, foi possível ainda encontrar

importantes correlações entre as variáveis estudadas, como entre a %PEP e o

VRE, ou seja, na medida em que há perda de peso ocorre um aumento do

VRE, refletindo em melhora da mecânica respiratória. Além disso, pode-se

concluir que os instrumentos utilizados neste estudo são capazes de auxiliar na

avaliação da melhora da função pulmonar e capacidade física das pacientes

pós-operadas, especialmente pela correlação positiva constatada entre a

distância percorrida no SWT, com o VEF1 e com a PEmáx, ou ainda a %PEP

com a redução do IMC. Além disso, baseado no BAROS, foi constatado

melhora na qualidade de vida, na maioria dos casos resolução das

comorbidades e efetiva perda do excesso de peso após os seis primeiros

meses de cirurgia.

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63 

 

 

9. APÊNDICES Ficha de Avaliação

Nome: _______________________________________________________ Idade: _________________

Endereço: ___________________________________________________________________________

Profissão: ___________________ Estado civil: __________ Sexo ( ) F ( ) M Data: __/ ____/ _____

Queixa Principal: _____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

HMA: ______________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Fumante ( ) Sim ( ) Não ( ) Ex- tabagista

Quanto tempo: ______ Quantos cigarros/ dia:____ Período: _______ Há quanto tempo parou:________

Exame Físico

Altura: ________ Peso pré-OP: ________ Peso pós-OP: ________

FC (repouso): ________ FR (repouso): ________ SpO2 (repouso): _________ PA (repouso): _________

Padrão respiratório: ( ) normal ( ) diafragmático ( ) misto ( ) apical ( ) paradoxal

Tipo de tórax: ( ) normal ( ) barril ( ) quilha ( ) escavado ( ) outro __________________

Deformidades posturais: ( ) sim _____________________________________________ ( ) não

Tosse: ( ) presente ( ) ausente Secreção: ( ) presente ( ) ausente tipo: ___________________

Dispnéia: ( ) presente ( ) ausente ( ) no repouso ( ) no esforço

Ausculta Pulmonar: ____________________________________________________________________

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64 

 

 

Avaliação das co-morbidades classificadas pelo BAROS como maiores:

Hipertensão arterial: ( ) sim ( ) não Sist > 140mmHg e Diast > 90 mmHg

Doença cardiovascular: ( ) sim ( ) não qual:

_________________________________________________

DAC, DVP, ICC

HDL < 35mg/dl – forte preditor de DAC

HDL > 100mg/dl – apresenta DAC

HDL > 130mg/dl – com 2 ou mais fatores de risco para DAC

HDl > 160mg/ dl – com menos de 2 fatores de risco para DAC

Dislipdemia: ( ) sim ( ) não colesterol > 200mg/dl perfil lipídico

Diabetes tipo II: ( ) sim ( ) não

glicemia de jejum > 140 mg/dl e ou glicemia > 200 m/dl em teste de tolerância a glicose

Apnéia do Sono: ( ) sim ( ) não Polissonografia PCO2 > 45mmHg Hb > 15g/dl

Osteoartrite: ( ) sim ( ) não Laudo pela radiografia

____________________________________________

Infertilidade: ( ) sim ( ) não Estudo hormonal:

_________________________________________________

Co- morbidades classificadas no BAROS como menores:

Hipertensão intra-craniana idiopática: ( ) sim ( ) não

Estase venosa nas extremidades inferiores: ( ) sim ( ) não

Refluxo gastro-esofágico: ( ) sim ( ) não

Incontinência urinária por estresse: ( ) sim ( ) não

Possui outros problemas de saúde: ( ) sim ( ) não

_________________________________________________

Depressão: ( ) sim ( ) não

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65 

 

 

Bioimpedância Elétrica Peso: _________________ Altura: _________________ - Percentual de gordura corporal: _____________________

- Escassez de gordura 0 Saudável + Excesso de gordura

++ Obeso - Percentual de água do organismo: ___________________

Mulher 45-60% Homem 65%

- Peso de massa muscular: ___________________________

- Índice metabólico basal: ___________________________________

- Idade metabólica: _________________________________________

- Peso de massa óssea: ______________________________________

Mulher Homem

Menor 50kg 1,95kg Menor 65kg 2,66kg

50 – 75kg 2,40kg 65 – 95kg 3,29kg

Maior 75kg 2,95kg Maior 95kg 3,69kg

- Nível de gordura visceral: ______________________________________

Resultado Escala de constituição física 1 Obesidade oculta 2 Obesidade 3 Constituição sólida 4 Falta de exercício 5 Normal 6 Musculação normal 7 Magro 8 Magro e musculado 9 Muito musculado

Escala de 1 a 12 Nível saudável

Escala de 13 a 59 Nível excessivo

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66 

 

 

Teste de Força Muscular (PImáx/ PEmax)

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

PImáx

Pemáx

Valor previsto: _____________________________________________

Pimáx (a partir da CRF)/ Pemáx ( a partir da CPT)

Fórmulas:

PImáx PEmáx

Homens y = 0,80 (idade) + 155,3 y = - 0,81 (idade) + 165,3

Mulheres y = 0,49 (idade) + 110,4 y = - 0,61 (idade) + 115,6

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67 

 

 

TESTE DE ENDURANCE DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS Nome:____________________________________________________________ Data:____________ Idade:_________ Sexo:_____________Diagnóstico:_______________________________________ Hora: _________________________ Temperatura ambiente:_____________ Teste incremental (FR: 20 rpm/ 1:3) 

  Carga (cmH2O)  SpO2 (%)  FC o/FCp  Borg Repouso         

2’  10       1’ R  ‐       2’  20       1’R  ‐       2’  30       1’R  ‐       2’  40       1’R  ‐       2’  50       1’R  ‐       2’  60       1’R         2’  70       1’R         2’  80       1’R         2’  90       

Recuperação           PA(mmHg):Pré(repouso):___________________  Pós(repouso): _______________________  

Pressão inspiratória máxima sustentada (PImáx sust): ________________________ 

 

 

 

 

 

 

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Teste constante (FR: 20 rpm/ 1:3)  Carga (80% PImáx sust): _______________ 

  SpO2 (%)  FC o/FCp  Borg 

Repouso       

2’       

4’       

6’       

8’       

10’       

12’       

14’       

16’       

18’       

20’       

22’       

24’       

26’       

28’       

30’       

Recuperação       

 

PA (mmHg): Pré (repouso): ____________ Pós ( repouso): _______________________ 

Tempo limite (Tlim): _____________________________________

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69 

 

 

Teste Shuttle Nome: ________________________________________________________________ Idade: _________ sexo ( ) F ( ) M Data de Nascimento: _______________________ Data:________________________ Projeto:_______________________________________________________________ FC máx prevista:___________________ 85%FC máx: _____________________ PA inicial: ________________________ PA final: ________________________ Níveis Velocidade

M/S Velocidade

MPH FC SpO2 O2 Borg

Dispnéia Borg MMII

Distância

1 0,50 1,12

2 0,67 1,50

3 0,84 1,80

4 1,01 2,26

5 1,18 2,64

6 1,35 3,02

7 1,52 3,40

8 1,69 1,69

9 1,86 4,16

10 2,03 4,54

11 2,20 4,92

12 2,37 5,30

Obs: _________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VO2 máx estimado:______________________ (ml.Min-1 .Kg-1) Fórmula: 4,19 + (0,025 x d)

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70 

 

 

Teste de Caminhada dos 6 minutos Nome: ________________________________________________________________ Idade: _________ sexo ( ) F ( ) M Data de Nascimento: _______________________ Data:________________________ Projeto:________________________________________ Primeiro Teste

FC (bpm)

F resp (rpm)

PA mmHg

SpO2 % Borg dispnéia

Borg MMII

Voltas

repouso 3 min 6 min

Distância Percorrida: _____________metros Oxigênio: cateter: _______ L/min Venturi: __________ Observações: ________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Data: _______/_______/_______ Segundo Teste

FC (bpm)

F resp (rpm)

PA mmHg

SpO2 % Borg dispnéia

Borg MMII

Voltas

repouso 3 min 6 min

Distância Percorrida: _____________metros Oxigênio: cateter: _______ L/min Venturi: __________ Observações: __________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Data: _______/_______/_______

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Questionário BAROS

Escore

>1 ponto: Falência

1 – 3 pontos: satisfatório

3-5: bom

5 – 7: muito bom

7 -9: excelente

Complicações:

Maior: reduz 1,0

Menor: reduz 0.2

Re-operação: reduz 1,0

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome do Voluntário:____________________________________________________

Endereço:_____________________________________________________________

Telefone para contato:__________________Cidade:________________CEP:_______

E-mail: _______________________________________________________________

As Informações contidas neste prontuário foram fornecidas pela mestranda Flávia Sales Leite e seu orientador Prof. Dr. Dirceu Costa, objetivando firmar acordo escrito mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

1. Título do Trabalho: “Avaliação da capacidade física e funcional respiratória em sujeitos pós-operados de cirurgia bariátrica”. 2. Objetivo: Avaliar a capacidade física e funcional respiratória de sujeitos obesos que foram submetidos à cirurgia bariátrica. 3. Justificativa: A existência de lacuna nas informações sobre as condições físicas, sobretudo do desempenho físico e funcional respiratório, de sujeitos que foram submetidos à cirurgia bariátrica, justificam a busca dessas informações, bem como da relação dessas variáveis com a perda de peso e com a qualidade de vida que estes sujeitos apresentam. 4. Procedimentos da Fase Experimental: O estudo será realizado com sujeitos voluntários submetidos à cirurgia bariátrica. Estes voluntários serão submetidos a avaliações da função física (Shuttle Walk Teste = caminhar em local plano em um corredor de 10 metros), Teste de Caminhada dos seis minutos, Bioimpedância (pesagem para estimativa dos compartimentos corporais); avaliação Funcional (responder a dois questionários de capacidade funcional) e avaliações funcionais respiratórias (Espirometria – teste do sopro; teste da força e endurance muscular respiratória). 5. Desconforto ou Riscos Esperados: Os voluntários não serão submetidos a riscos ou desconfortos durante os procedimentos. 6. Informações: O voluntário tem garantia que receberá respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto às avaliações, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa. Também os pesquisadores aqui citados assumem o compromisso de garantir informações atualizadas obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar (interferir) a vontade do indivíduo em continuar participando. 7. Métodos Alternativos Existentes: A metodologia proposta dispensa qualquer outro método alternativo. 8. Retirada do Consentimento: o voluntário tem a liberdade de sair da pesquisa a qualquer momento e deixar de participar do estudo. 9. Aspecto Legal: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução n.º 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde – Brasília – DF.

10. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade (sigilo) dos voluntários quanto aos dados envolvidos na pesquisa.

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11. Locais da Pesquisa: A pesquisa será desenvolvida predominantemente no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória da Universidade Nove de Julho – Uninove, situada na Avenida Adolpho Pinto 109, Barra Funda, São Paulo-SP.

12. Nome Completo e telefones dos Pesquisadores para Contato: Prof. Dr. Dirceu Costa (11) 8551-6817 e Flávia Sales Leite (11) 8288-4409.

Consentimento Pós-Informação: Eu, _________________________________________________________, após leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo que a participação do menor, pelo qual sou responsável, é voluntária, e que posso sair do estudo a qualquer momento do estudo, sem prejuízo algum. Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo no meio científico, São Paulo,______ de ________________________ de 2011. Nome (por extenso): _____________________________________________________ Assinatura: ____________________________________________________________

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10. ANEXO Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa