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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE WETLAND CONSTRUÍDO NO POLIMENTO DO EFLUENTE DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA DE AVES Ana Mara Stiegemeier Lajeado, novembro de 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE WETLAND CONSTRUÍDO NO

POLIMENTO DO EFLUENTE DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA DE

AVES

Ana Mara Stiegemeier

Lajeado, novembro de 2014

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Ana Mara Stiegemeier

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE WETLAND CONSTRUÍDO NO

POLIMENTO DO EFLUENTE DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA DE

AVES

Monografia apresentada ao Centro

Universitário UNIVATES, como requisito

para aprovação na disciplina de Trabalho de

Conclusão de Curso II parte da exigência para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Odorico Konrad

Lajeado, novembro de 2014

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Ana Mara Stiegemeier

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE WETLAND CONSTRUÍDO NO

POLIMENTO DO EFLUENTE DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA DE

AVES

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de

Conclusão de Curso, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para

obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Prof. Dr. Odorico Konrad

Centro Universitário UNIVATES

Prof a. Maria Cristina de Almeida

Centro Universitário UNIVATES

Prof. Felipe Zerwes

Centro Universitário UNIVATES

Lajeado, novembro de 2014

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Dedico este trabalho à minha família, cujo apoio é fundamental

para enfrentar as batalhas da vida e alcançar o sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores do curso de Engenharia Ambiental da UNIVATES, por todo

conhecimento transmitido, pelas agradáveis aulas resultando em momentos únicos de

aprendizado.

Ao laboratório de biorreatores e efluentes líquidos do Curso de Engenharia Ambiental

da UNIVATES, pela disponibilidade de equipamentos para a realização das análises e ao

apoio integral, em especial à Jaqueline Fernandes Tonetto pelo apoio e ajuda prestada.

Ao professor orientador Odorico Konrad, pelos ensinamentos, apoio e pelas

oportunidades que me foram oferecidas durante o Curso de Engenharia Ambiental, ao qual

serei eternamente grato.

Á minha família, que sempre foi a favor do estudo, me incentivando para continuar a

lutar e alcançar os objetivos. Em especial ao meu noivo Aurélio Kreimeier que foi

fundamental para o cumprimento de mais esta importante etapa na minha vida.

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RESUMO

As exigências ambientais em relação aos parâmetros de lançamento de efluentes industriais

tornam-se cada vez mais rígidas, o que de fato é uma necessidade, tendo em vista que o

lançamento desordenado e fora dos padrões pré-estabelecidos pode causar sérias

consequências ao meio ambiente e também a saúde humana. Falando-se de sistemas de

tratamento de efluentes, os geradores devem avaliar o efluente gerado para poder implantar o

mais adequado a sua situação. Muitas empresas, no entanto, possuem estações de tratamento,

mas mesmo assim não conseguem atingir totalmente os padrões de lançamento exigidos pela

legislação vigente. Como solução para estas situações, o presente estudo avalia um sistema de

polimento final para correção de determinados padrões de lançamento, que consiste em

filtragem do efluente com o auxílio de plantas denominado Wetland Construído. As indústrias

frigoríficas são grandes geradoras de efluentes e vêm buscando novos métodos de tratamento,

levando em consideração principalmente que sejam de fácil implantação, operação e

manutenção, e também tratamentos mais eficientes, com custos menores.

Palavras-chave: Efluente de Abatedouro de Aves, Legislação, Polimento Final, Wetland

Construído.

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ABSTRACT

Environmental requirements related to the parameters of discharge of industrial effluents

become increasingly stringent, which is in fact a necessity, since the launch was cluttered and

pre-established patterns can cause serious consequences to the environment and also human

health. If speaking of wastewater treatment systems, generators must evaluate the effluent to

be able to implement the right system for your situation. Many companies however, have

treatment plants, but still can not fully achieve the discharge standards required by law. As a

solution to these situations, this study evaluate a final polishing system as a solution for the

correction of certain discharge patterns, which is to filter the effluent with the aid of maps

called constructed wetlands. Slaughterhouses are large generators of waste and are seeking

new methods of treatment, especially considering they are easy to deploy, operate and

maintain, and always seeking more effective treatments at lower costs.

Keywords : Poultry Slaughterhouse, Legislation , Final Polishing, Constructed Wetland.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características do efluente gerado em frigorífico de aves......................................25

Tabela 2 – Parâmetros de lançamento com as concentrações conforme Consema nº

128/2006....................................................................................................................................25

Tabela 3 – Partes constituintes do sistema Wetland Construído...............................................33

Tabela 4 – Descrição do sistema de tratamento........................................................................37

Tabela 5 – Demanda bioquímica de oxigênio no Wetland Construído – DBO5 (mg/L)...........64

Tabela 6 – Teores de oxigênio dissolvido no Wetland Construído (mg/L)..............................66

Tabela 7 – Potencial hidrogeniônico no Wetland Construído – pH..........................................68

Tabela 8 – Turbidez no Wetland Construído (UNT)................................................................70

Tabela 9 – Eletrocondutividade no Wetland Construído (µS)..................................................72

Tabela 10 – Carbono presente no Wetland Construído (mg/L)................................................74

Tabela 11 – Concentração de nitrogênio total no Wetland Construído (mg/L)........................76

Tabela 12 – Sólidos totais no Wetland Construído (%)............................................................78

Tabela 13 – Sólidos voláteis no Wetland Construído (%)........................................................80

Tabela 14 - Sólidos fixos no Wetland Construído (%).............................................................82

Tabela 15 - Temperaturas medidas no Wetland Construído e ambiente (ºC)...........................83

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Maiores países exportadores de carne de frango em 2013 (mil toneladas).............21

Figura 2 – Maiores países produtores de carne de frango em 2013 (mil toneladas).................22

Figura 3 – Percentual de abate de frango nos estados brasileiros.............................................22

Figura 4 - Sistema com macrófitas emergentes de fluxo superficial (WFS)............................28

Figura 5 – Sistema com macrófitas emergentes de fluxo subsuperficial (WFSS)....................29

Figura 6 - Perfil do Wetland Construído para fluxo horizontal................................................30

Figura 7 – Perfil do Wetland Construído para fluxo vertical (WFV).......................................30

Figura 8 – Inflorescência da taboa...........................................................................................32

Figura 9 – Ciclo do nitrogênio..................................................................................................35

Figura 10 – Fluxograma da estação de tratamento de efluentes da empresa em estudo...........38

Figura 11 - Impermeabilização do protótipo.............................................................................44

Figura 12 – Preenchimento do protótipo com brita..................................................................44

Figura 13 – Espaçamento entre as plantas................................................................................45

Figura 14 – Saída do efluente...................................................................................................46

Figura 15 – Vista lateral do sistema Wetland Construído adotado...........................................46

Figura 16 – Armazenamento do efluente..................................................................................47

Figura 17 – Sistema de controle de vazão de entrada do efluente no Wetland Construído......48

Figura 18 – Aferição de vazão..................................................................................................49

Figura 19 – Frascos utilizados na determinação de DBO5.......................................................50

Figura 20 – Aparelho utilizado para medição de OD...............................................................51

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Figura 21 – Aparelho para determinação do pH.......................................................................52

Figura 22 – Aparelho para leitura da turbidez..........................................................................53

Figura 23 – Aparelho para medição da eletrocondutividade....................................................54

Figura 24 – Equipamento para determinação de carbono.........................................................55

Figura 25 – Destilador de nitrogênio........................................................................................56

Figura 26 – Termômetro...........................................................................................................59

Figura 27 – Desenvolvimento do Wetland Construído.............................................................62

Figura 28 – Amostras coletadas nos dias 04/07/08 e 09 de abril de 2014................................71

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Variação da DBO5 entrada e saída do Wetland Construído (em mg/l), Percentual

de Remoção...............................................................................................................................64

Gráfico 02 – Variação do Oxigênio Dissolvido na entrada e saída no Wetland Construído (em

mg/L) , Percentual de Aumento................................................................................................66

Gráfico 03 – Variação do Potencial Hidrogeniônico na entrada e saída do Wetland

Construído, Percentual de Variação..........................................................................................68

Gráfico 04 – Variação da Turbidez na entrada e saída do Wetland Construído (em UNT),

Percentual de Remoção.............................................................................................................70

Gráfico 05 – Variação da Eletrocondutividade na entrada e saída do Wetland Construído (em

µs), Percentual de Remoção......................................................................................................73

Gráfico 06 – Variação do Carbono na entrada e saída do Wetland Construído (em mg/L),

Percentual de Remoção.............................................................................................................75

Gráfico 07 – Variação do Nitrogênio (NTK) na entrada e saída do Wetland Construído (em

mg/L), Percentual de Remoção.................................................................................................77

Gráfico 08 – Variação de Sólidos Fixos entrada e saída do Wetland Construído (em %),

Percentual de Remoção.............................................................................................................79

Gráfico 09 – Variação de Sólidos Voláteis entrada e saída do Wetland Construído (em %),

Percentual de Remoção.............................................................................................................80

Gráfico 10 – Variação de Sólidos Fixos entrada e saída do Wetland Construído (em %),

Percentual de Remoção.............................................................................................................82

Gráfico 11 – Variação da temperatura entrada e saída do Wetland Construído e ambiente (em

ºC).............................................................................................................................................84

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AOAC - Association of Official Analytical Chemistry

C - Carbono

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente

CRHEA – Columbia Region Healthcare Engineers Association

DBO5 – Demanda Bioquímica de Oxigênio em cinco dias

DQO – Demanda Química de Oxigênio

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPA – Environmental Protection Agency

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

FAMASUL – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul

FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

kg - Kilogramas

L – Litros

m – Metro

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MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

MDIC – Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

mg – Miligrama

mL – Mililitro

mm - Milímetro

N - Nitrogênio

NTK – Nitrogênio Total Kjeldahl

O – Oxigênio

OD – Oxigênio Dissolvido

ONU – Organização das Nações Unidas

pH – Potencial Hidrogeniônico

SECEX – Secretaria do Comércio Exterior

SIF – Serviço de Inspeção Federal

UASB - Upflow Anaerobic Sludge Blanket

UBABEF – União Brasileira de Avicultura

UNEP – United Nations Environment Programme

USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

WFHS – Wetland Fluxo Horizontal Subsuperficial

WFS – Wetland Fluxo Superficial

WFSS – Wetland Fluxo Subsuperficial

WFV – Wetland Fluxo Vertical

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………………...…………………………17

1.1 Objetivos…………………………………………………….........………...……….…19

1.1.1 Objetivo geral…………………………………………...........……...………….…...19

1.1.2 Objetivo específico…………………………………..................…………………….19

2. REFERENCIAL TEÓRICO…………………….......………...………………..…..20

2.1 Produção Avícola ........................................................................................................20

2.1.1 Importância econômica da atividade........................................................................20

2.1.2 Definição da atividade................................................................................................23

2.1.3 Preservação da água..................................................................................................23

2.2 Efluentes Industriais...................................................................................................24

2.2.1 Estação de tratamento de efluentes industriais (ETE)............................................24

2.3 Padrões de atendimento para lançamentos.................................................................25

2.4 Wetland Construído.......................................................................................................25

2.4.1 Tipos de Wetlands Construídos..................................................................................27

2.4.1.1 Wetlands de fluxo superficial (WFS)......................................................................27

2.4.1.2 Wetlands de fluxo subsuperficial (WFSS)..............................................................28

2.4.1.3 Wetlands de fluxo horizontal subsuperficial (WFHS)..........................................29

2.4.1.4 Wetlands de fluxo vertical (WFV)...........................................................................30

2.4.2 Macrófitas....................................................................................................................31

2.4.3 Componentes de Wetland Construído.......................................................................33

2.4.4 Remoção dos poluentes em Wetland Construído.....................................................33

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3. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

ADOTADO PELO ABATEDOURO DE AVES EM QUESTÃO...........................37

3.1 Etapas do tratamento de efluentes industriais............................................................37

3.1.1Caixas separadoras......................................................................................................38

3.1.2 Calha Parshall.............................................................................................................39

3.1.3 Peneiras........................................................................................................................39

3.1.4 Caixas de gordura.......................................................................................................40

3.1.5 Decantadores primários.............................................................................................40

3.1.6 Lodos ativados.............................................................................................................40

3.1.7 Decantadores secundários..........................................................................................41

3.1.8 Lagoas facultativas......................................................................................................41

4. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................42

4.1 Construção da Wetland ................................................................................................42

4.1.1 Plantio de macrófitas.................................................................................................44

4.1.2 Fluxo de percolação....................................................................................................44

4.1.3 Armazenamento do efluente......................................................................................45

4.1.4 Vazão de entrada e saída do sistema Wetland Construído .....................................46

4.2 Análise do efluente pré e pós Wetland Construído......................................................48

4.2.1 Determinação de DBO5..............................................................................................49

4.2.2 Determinação de oxigênio dissolvido........................................................................50

4.2.3 Determinação de pH...................................................................................................51

4.2.4 Determinação de turbidez..........................................................................................52

4.2.5 Determinação de eletrocondutividade......................................................................53

4.2.6 Determinação de carbono..........................................................................................54

4.2.7 Determinação de nitrogênio.......................................................................................55

4.2.8 Determinação de sólidos totais...................................................................................56

4.2.9 Determinação de sólidos voláteis e fixos...................................................................57

4.2.10 Temperatura..............................................................................................................57

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................59

5.1 Demanda bioquímica de oxigênio - DBO5...................................................................61

5.2 Oxigênio dissolvido - OD...............................................................................................63

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5.3 Potencial hidrogeniônico – pH......................................................................................65

5.4 Turbidez..........................................................................................................................67

5.5 Eletrocondutividade.......................................................................................................70

5.6 Carbono..........................................................................................................................72

5.7 Nitrogênio.......................................................................................................................74

5.8 Sólidos totais, fixos e voláteis........................................................................................76

5.9 Temperaturas.................................................................................................................82

5.10Discussões finais............................................................................................................84

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................87

6.1 Sugestões para próximos trabalhos..............................................................................89

REFERÊNCIAS...................................................................................................................90

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1. INTRODUÇÃO

Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), citados na Ubabef, 2013 a

população mundial já passa de sete bilhões de pessoas e deverá chegar a nove bilhões em

meados de 2050. Esse crescimento ocorrerá principalmente nos países em desenvolvimento

dos continentes Asiático e Africano como, por exemplo, China, Índia e Nigéria.

Para responder a essa demanda, conforme a Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura (FAO, 2013), a produção de alimentos deve crescer

aproximadamente 70% no mundo e cerca de 40% no Brasil, sendo que se destacará um

crescimento em ritmo maior em carnes de aves, bovinos, suínos e ovinos em relação à

demanda por produtos agrícolas até 2023.

Atualmente o Brasil é o maior exportador de carne de aves do mundo, escoando sua

produção para 150 países, e o terceiro maior produtor neste quesito, permanecendo atrás

somente dos Estados Unidos e China. No mercado nacional vem conquistando amplo espaço,

sendo que a carne de frango é a proteína mais consumida pela população brasileira desde

2008, gerando um consumo de 42 kilogramas (kg) por pessoa ao ano (FAMASUL, 2013).

Com esse aumento da população e a necessidade na geração de alimentos, em um

cenário atual, globalizado e altamente competitivo, é natural que produtos responsáveis a

sanar as necessidades básicas do ser humano, sejam produzidos em grande escala

(CAVALCANTI, 2004).

O abate de aves é realizado em frigoríficos cada vez mais equipados, em especial com

o aumento crescente da automação nas operações. No Brasil são adotadas normas rígidas

quanto às questões de higiene e limpeza, sendo as mesmas inspecionadas diariamente pelo

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Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão esse vinculado ao Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento (MAPA) (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 1952).

A carne de frango vem sendo oferecida no mercado ao longo dos anos, e mesmo após

alguns períodos de baixas no consumo, tornou-se presença obrigatória nos hábitos alimentares

principalmente dos brasileiros. A alta no seu consumo dentro do mercado nacional também tem

interferência direta com o preço final do produto, que é menor se comparado à carne bovina, suína

e peixes, principais concorrentes diretos (UBABEF, 2013).

Com o aumento do setor de produção avícola, principalmente no âmbito industrial,

houve também um aumento expressivo em relação ao lançamento de efluentes nos corpos

hídricos. Isto demandou por controles de emissão mais restritos, quanto aos parâmetros de

qualidade dos efluentes descartados pelas indústrias, visando gerar um efluente com menor

carga impactante (CONAMA, 2005).

De acordo com Mess (2006), o setor onde se enquadram matadouros e frigoríficos tem

grande relevância na poluição dos recursos hídricos, com despejos de elevadas vazões com

carga orgânica composta principalmente por fósforo e nitrogênio.

A carga orgânica sem o devido tratamento pode acarretar a eutrofização dos corpos

hídricos e diminuição de oxigênio dissolvido (OD), geradas por compostos nitrogenados e

fosforados (PEREIRA, 2004). Algumas tecnologias já são utilizadas pela indústria para tratar

seus efluentes, como por exemplo, os reatores anaeróbios do tipo UASB (Upflow Anaerobic

Sludge Blanket), também conhecidas como reatores de manta de lodo.

Outro sistema bastante utilizado são as lagoas de estabilização, que consiste em um

processo pelo qual a entrada do efluente ocorre em uma extremidade da lagoa, o efluente é

tratado e sai na extremidade oposta. Estas lagoas podem ser divididas em três classes:

anaeróbia (matéria orgânica se sedimenta no fundo, formando lodo); facultativa (pode haver a

presença ou não de oxigênio para a degradação da matéria) e aeróbia (a fotossíntese

proporciona a produção de CO2 ). No entanto, para que esse sistema funcione de fato, são

necessários ao menos dois grupos de bactérias, as aeróbias, que sobrevivem com oxigênio e

também as anaeróbias, que sobrevivem sem a presença de oxigênio. O sistema é simples e

eficiente, mas também possui uma reduzida eficiência em remoção dos níveis de nitrogênio

(SPERLING, 2002).

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Salientando que, de acordo com Cavalcanti (2004), a noção de desenvolvimento

econômico é um fenômeno cercado por limitações físicas e suportáveis do uso dos recursos

naturais, e os ecossistemas somente operam dentro de uma amplitude capaz de conciliar

condições econômicas e ambientais.

Desenvolve-se então, uma biotecnologia promissora e com características de remoção

de nitrogênio, para desvinculação da poluição hídrica, são os sistemas conhecidos como

“Banhados Construídos” ou “Wetlands Construídos”. Com o intuito de agir sobre esse

problema, buscam-se novos métodos de tratar os efluentes e que sejam cada vez mais eficazes

para a correção de problemas ambientais gerados pelo mesmo, visto que, se trata de um

problema real a ser resolvido pelas indústrias de abate de aves. Desta forma o presente estudo

possui grande valia, utilizado como tentativa de resolução do problema apresentado.

1.1 Objetivos

Os objetivos do presente trabalho estão divididos em: objetivo geral e objetivos

específicos.

1.1.1 Objetivo geral

O presente trabalho teve como objetivo o estudo com Wetland Construído, sistema de

polimento, em efluente de frigorífico de aves, para avaliação da eficiência do sistema em

relação a remoção de poluentes.

1.1.2 Objetivos específicos

Construção de protótipo de um Wetland Construído;

Análise do efluente pré e pós Wetland Construído;

Avaliar a eficiência do sistema implantado.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

As abordagens desenvolvidas neste capítulo visam demonstrar a fundamentação

teórica contemplando as bibiografias aplicadas ao presente estudo.

2.1 Produção Avícola

A atividade avícola sempre existiu no Brasil, sendo no início de modo artesanal,

voltado apenas á família que consumia a sua carne e seus ovos, não tendo uma produção em

larga escala no início dos anos 1960. Em meados da década de 80, até onde vinha avançando

em questões de desenvolvimento da avicultura de corte, o setor teve uma diminuição nas

vendas o que gerou certa estagnação. No final de 1980 a produção avícola voltou a crescer,

após aperfeiçoar práticas desenvolvidas e também atender as exigências dos consumidores,

dentre as quais se destacaram preços e qualidade (EMBRAPA, 2014).

2.1.1 Importância econômica da atividade

Devido à necessidade de produzir alimentos em larga escala para o mundo todo, a

produção da carne de frango no Brasil vem crescendo nos últimos dez anos. Segundo a

UBABEF (2014), a produção nacional de frangos deu um salto de 4,81 milhões de toneladas,

o que representa um aumento de 60% no período entre 2002 e 2012. Por sua vez as

exportações cresceram de 1, 625 milhões de toneladas para 3,918 milhões no mesmo período.

Atualmente cerca de 30% da produção nacional de frango é exportada para um

mercado internacional que contempla um total de 150 países, sendo o Brasil maior exportador

neste ramo (USDA; UBABEF, 2014).

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Figura 1 - Maiores países exportadores de carne de frango em 2013 (mil tonelada)

Fonte: USDA/UBABEF (20013)

Conforme a UBABEF (2014), em 2013 a produção de carne de frango no Brasil foi

um pouco menor que no ano de 2012, sendo consumido 12,308 milhões de toneladas, o que

gera um consumo per capita de 42 kg por habitante ano.

No mercado interno a carne de frango vem ganhando espaço ao longo dos anos, sendo

a carne mais consumida no país desde o ano de 2008, devido a vários fatores dentre os quais

se destaca o preço de aquisição em relação às demais carnes presentes no mercado. Esse

consumo interno representa aproximadamente 70% da produção do país, a qual é destinada,

portanto, somente ao mercado nacional (FAMASUL, 2013).

O Brasil se encontra atualmente em terceiro colocado na classificação mundial quanto

à produção de carne de frango no ano de 2013, segundo a UBABEF (2013), produzindo

menos apenas que a China, segunda colocada, e que os Estados Unidos, que se encontra em

primeiro lugar.

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Figura 2 - Maiores países produtores de carne de frango em 2013 (mil toneladas)

Fonte: USDA/ UBABEF (2013)

Conforme citado pelo MAPA (2014), o estado do Rio Grande do Sul também possui

significativa importância na produção e exportação de carne de frango. Encontra-se em

terceiro colocado no quesito de maiores estados produtores e também em relação a estados

exportadores, atingindo 18,28% de um total de 3.891.721 toneladas exportadas anualmente

(MDIC/SECCEX, 2013).

Figura 3 - Percentual de abate de frango nos estados brasileiros.

Fonte: USDA/ UBABEF (2013).

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2.1.2 Definição da atividade

Devido a uma demanda cada vez maior de carne de frango no mercado nacional e

internacional, vem-se inovando muito neste ramo de indústria, aumentando a automação das

operações e incluindo maquinários específicos para as funções mais variadas. Instalações são

melhoradas, equipamentos adequados a um fluxo cada vez mais rápido de produção e os

processamentos são muito mais eficientes. Com uma demanda cada vez maior, otimização de

processos e operações mais eficientes as empresas têm necessidade de aproveitar ao máximo

os horários para produzir. Assim são adotadas normas rígidas quanto às questões de higiene e

limpeza, sendo as mesmas inspecionadas, diariamente, pelo Serviço de Inspeção Federal

(SIF), órgão esse vinculado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)

(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 1952).

2.1.3 Preservação da água

Segundo Oliveira (2005), água é um recurso que disponibiliza a realização de todas as

atividades humanas, pois possui a capacidade de manutenção da biodiversidade do planeta,

produção de alimentos e todos os ciclos naturais. Para Silva (2002), este elemento natural é

representativo como componente bioquímico dos seres vivos, é um capital de inestimável

importância como fator de desenvolvimento socioeconômico.

Com o crescimento desordenado e uma rápida expansão populacional, houve um

descaso para com os recursos hídricos, tanto pelas autoridades como também pela sociedade,

ignorando os resultados desta degradação durante muito tempo (SILVA, 2002).

De acordo com Hespanhol (2008), o descarte irregular de efluentes lançados no

ecossistema, podem acarretar impactos ambientais e também, conforme Calijuri (2013), gerar

efeitos prejudiciais à saúde, que dependendo do grau e intensidade de exposição, podem

resultar até mesmo em óbitos em situações extremas.

Para Gonçalves (2006), o uso racional da água compreende uso eficiente e sem

desperdícios. Para a preservação da mesma é necessária a utilização de métodos que visem

uma diminuição no consumo, redução do desperdício, sistema adequado e eficiente de

tratamento e reaproveitamento de água.

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2.2 Efluentes industriais

Conforme Giordano (2004), pode-se definir efluente industrial toda água oriunda dos

processos na fábrica, desde a sua incorporação nos produtos até a água utilizada para

processos de limpeza e higienização dos mais diversos materiais utilizados, bem como águas

de higiene dos colaboradores.

As características predominantes nos efluentes industriais, relacionados aos

frigoríficos são: alta carga orgânica, alta concentração de gordura, nitrogênio e fósforo,

flutuações de temperatura, devido à necessidade de utilização de água quente e fria, e

flutuações de pH, este último, devido ao uso quantitativo de agentes de limpeza como

produtos químicos ácidos e básicos (UNEP, 2000).

Constatamos, portanto, que efluentes de frigoríficos possuem valores considerados de

DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda Química de Oxigênio),

parâmetros utilizados para quantificar carga poluidora orgânica nos efluentes, sólidos em

suspensão, graxas e material flotável. Além do sangue, fragmentos de carne, de gorduras e de

vísceras são compostos que também podem ser encontrados nos efluentes oriundos de plantas

frigoríficas.

2.2.1 Estação de tratamento de efluentes (ETE)

O sistema de tratamento de efluentes tem como objetivo tratar efluentes gerados na

indústria em geral, com o intuito de preservar ao máximo o meio ambiente. Podem ser

variados e a escolha pelo método a ser utilizado depende diretamente das características de

cada efluente gerado (SPERLING et al., 2000).

No processo de abate de frangos existe uma grande utilização de água, oriunda

principalmente dos processos de sangria, depenagem, evisceração e preparação das carcaças

(HUBNER 2001, apud SUNADA 2011). A quantidade estimada por Phillip, Romero e Bruna

(2004) é de 20 litros de água por ave abatida, levando em consideração todo o processo de abate

na indústria.

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Tabela 1- Características do efluente gerado em frigorífico de aves

ANÁLISE UNIDADE EPA CRHEA

VARIAÇÃO MÉDIA MÉDIA

pH 6,3 – 7,4 6,9 6,8

O.D. mg.L -1 0,0 – 2,0 0,5 2,0

DBO mg.L -1 370,0 – 610,0 398,0 810,0

DQO mg.L -1 460

Sólidos Totais mg.L -1 650,0

Sólidos Fixos mg.L -1 486,0

Sólidos Voláteis mg.L -1 164,0

Sólidos Sedimentáveis mg.L -1 175,5

Óleos e Graxas mg.L -1 170,0 – 230,0 201,0 784,0

Fonte: Adaptado de EPA, (2002).

2.3 Padrões de atendimento para lançamentos

Para o lançamento de efluente no meio ambiente é necessário que se cumpram uma

série de parâmetros biológicos, químicos e físicos (VON SPERLING, 2005). A Resolução

CONSEMA Nº 128/2006 estabelece os limites das concentrações dos seguintes poluentes:

DBO5, DQO, Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK), Nitrogênio Amoniacal e Fósforo.

Tabela 2 – Parâmetros de lançamento com as concentrações conforme Consema nº 128/2006

Faixa de Vazão

(m3 /dia)

DBO5

(mg O2/ L)

DQO

(mg O2/ L)

Nitrogênio

Amoniacal

(mg Nam/L)

NTK

(mg NTK/L)

Fósforo

(mg P/L)

Q<20 180 400 20 20 4

20≤Q<100 150 360 20 20 4

100≤Q<500 110 330 20 20 3

500≤Q<1000 80 300 20 20 3

1000≤Q<3000 70 260 20 15 2

3000≤Q<7000 60 200 20 15 2

7000≤Q<10000 50 180 20 15 2

10000≤ Q 40 150 20 10 1

Fonte: Adaptado CONSEMA, (2006).

2.4 Wetland Construído

Segundo Kadlec (2009), Wetlands são áreas de terra que durante maior parte do ano

ficam úmidas, pela sua posição e localização na topografia do local. Normalmente são

conhecidos como banhados, pântanos, brejos ou mangues. Podem ocorrer a partir de

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transições de planaltos e de planícies com alta retenção de águas, mas também podem ser

encontrados em depressões e em locais de baixa permeabilidade do solo.

Wetland na língua inglesa quer dizer terras alagadas, e é o termo utilizado para

denominar pântanos, banhados e brejos (SALATI, 2003). Já no Brasil emprega-se este termo

para denominar terras úmidas, leito de raízes, banhados construídos, tanque de macrófitas,

leito de macrófitas, alagados construídos, terras alagadas cultivadas, filtros plantados entre

outros. Este fato dificulta a consolidação apropriada dos experimentos como fontes reais de

tratamento, pois sua denominação é muito ampla (ZANELLA, 2008).

No Brasil, os primeiros estudos considerando Wetlands foram realizados no

Amazonas, avaliando as várzeas geradas durante o período de cheias dos Rios Amazonas e

Solimões, onde se verificou mudanças significativas na saída da água destes lagos naturais, no

seu retorno ao leito normas dos rios (SIOLI, 1984).

Na primeira tentativa de modificação da qualidade das águas, visando melhora das

mesmas, empregando-se Wetlands Construídos foram obtidos resultados iniciais satisfatórios.

A mesma foi realizada por Salati et al., (1982), que construiram um lago artificial próximo a

um córrego poluído na cidade de Piracicaba em São Paulo.

O sistema de Wetlands Construídos é uma tecnologia considerada recente para o

polimento no tratamento de efluentes. Entretanto é uma técnica natural de depuração em

ambientes aquáticos conhecida desde o surgimento do ser humano.

Os Wetlands podem ser construídos empregando vários tipos de plantas, dentre os

quais se destacam o emprego de espécies macrófitas, podendo ser flutuante fixa ou livre,

submersa fixa ou livre e emergente (ZANELLA, 2008). Segundo Armstrong et al., (1998) as

macrófitas com maior índice de utilização são a Typha latifólia, conhecida também como

Taboa, a Zantedeschia aethiopica conhecida como copo de leite e o Juncus spp, conhecido

como junco. Estas plantas possuem a características de transportar oxigênio para o sistema

radicular, criando zonas de oxidação na rizosfera decompondo a matéria orgânica presente,

possibilitando o crescimento e a fixação de nitrogênio. O principio é de que as plantas

escolhidas para atuarem no sistema devem ter propriedades físicas e químicas para suportar o

ambiente úmido por um longo período de tempo, pois há algumas espécies que não possuem

tal propriedade.

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Os sistemas ainda vêm sofrendo alterações na sua construção, em busca de resultados

que apresentem maior eficiência e adequação do sistema às mais variadas situações (BRIX,

1993). Cabe salientar que Wetlands Construídos já possui dados que comprovam de fato sua

eficiência e podem tratar os mais variados tipos de efluente gerados, englobando desde água

das chuvas, esgotos domésticos, efluentes industriais e utilizados até mesmo para tratamento

de chorume de aterros sanitários (SCHARF et al., 2006; SEZERINO, 2004).

Além da fácil implantação, manutenção e operação do sistema, o mesmo apresenta

mais uma vantagem em relação aos outros sistemas, que é a construção do mesmo, a qual

pode ser adaptada ao terreno, funcionando por gravidade, sendo desnecessária nestes casos, a

utilização de bombas para bombeamento do efluente a ser tratado. Assim é evitado, segundo

Campebell et al., (1992) um alto investimento, além de se tratar de um sistema de adaptação

facilitada e integrado à paisagem. Ressalta-se, ainda, conforme Van Kaich (2002), o Wetland

não gera lodo resultante no processo, subproduto da grande maioria dos sistemas

convencionais.

2.4.1 Tipos de Wetlands Construídos

Existem vários modelos de Wetlands Construídos, dentro dos quais os mais utilizados

estão listados abaixo. Deve-se avaliar cada sistema de tratamento de efluentes e adaptar o

sistema de Wetlands Construídos mais apropriado.

2.4.1.1 Wetlands de fluxo superficial (WFS)

Em sistemas de Wetlands de fluxo superficial, o efluente possui fluxo acima da

superfície, passando entre as folhas e caules das plantas empregadas no tratamento

(KADLEC, 1996; MANNARINO, 2003).

Neste modelo de Wetlands Construídos, a introdução de oxigênio é maior em

decorrência da exposição do efluente líquido ao meio atmosférico, também favorecendo a

exposição aos raios ultravioleta, gerando, consequentemente, maior inativação de patógenos.

O fator negativo deste sistema é a exposição do efluente ao meio ambiente, já que o mesmo

fica visível e livre, o que gera a criação e proliferação de vetores, um tanto desagradáveis

(MONTEIRO, 2009).

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Figura 4 - Sistema com macrófitas emergentes de fluxo superficial (WFS).

Fonte: Adaptado de USDA (2002)

2.4.1.2 Wetlands de fluxo subsuperficial (WFSS)

Neste tipo de sistema, o efluente possui seu fluxo passando pelo substrato, sem fluxo

acima da superfície. O efluente escoa verticalmente ou horizontalmente por gravidade, através

do meio filtrante (KALDEC, 1996). A passagem do efluente pelo meio filtrante (substrato),

contato com bactérias facultativas e com raízes das plantas, onde através de formação de

biofilme e as raízes das plantas ocorre à depuração da matéria orgânica e promove a

nitrificação/ desnitrificação (MAIER, 2007).

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Figura 5 - Sistema com macrófitas emergentes de fluxo subsuperficial (WFSS).

Fonte: Adaptado de Brix (1993).

2.4.1.3 Wetlands de fluxo horizontal subsuperficial (WFHS)

Os sistemas de fluxo horizontal possuem passagem de efluente em perfil horizontal

conforme detalhado na Figura 6. Nessa concepção, a entrada do efluente inicia-se no leito de

material construída de brita, e segue dentro do sistema, através de uma declividade

caracterizada no fundo do reator (SEZERINO et al., 2004). Para Cooper et al., (1996) e Brix

(1997), durante o fluxo, o efluente passa por zonas aeróbias e anóxicas. A zona aeróbia

constitui-se quando o efluente está em contato com o sistema radicular das macrófitas, pois

elas transportam oxigênio e fazem a convecção e difusão do oxigênio atmosférico. Nas zonas

anaeróbias e anóxicas ocorre a depuração por processos de origem físicos, químicos e a

degradação microbiológica. As macrófitas são plantadas na parte superior da última camada,

que pode ser de areia ou brita, e seu sistema radicular fica nas camadas adjacentes.

Segundo Cooper (1996), o Wetland Construído de fluxo horizontal possui de forma

geral um bom aproveitamento na remoção da matéria orgânica (DBO5 e SS) e nitrificação/

desnitrificação.

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Figura 6 - Perfil do Wetland Construído para fluxo horizontal

Fonte: Adaptado de Kadlec (2009)

2.4.1.4 Wetlands de fluxo vertical (WFV)

Já os sistemas constituídos de fluxo vertical se constituem pela entrada do efluente

pela parte superior, e consequentemente fluxo de saída pela parte inferior do Wetland

Construído, conforme visualizado na Figura 7.

Figura 7 – Perfil do Wetland Construído de fluxo vertical (WFV).

Fonte: Sezerino et al., 2004

Os Wetlands Construídos de fluxo vertical normalmente são construídos em

superfícies planas, diferentemente do sistema de fluxo horizontal, que necessita da

declividade para fluxo de efluente (SEZERINO et al., 2004). Já as macrófitas são plantadas

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como citado anteriormente, na parte superior do reator. Seu sistema radicular infiltra nas

camadas inferiores.

Para Cooper (1996), o Wetland Construído vertical promove um grande arrasto de

oxigênio atmosférico para as camadas filtrantes, tornando suficiente a oxidação da amônia e a

degradação da matéria orgânica. O sistema é alimentado de forma intermitente por bombas,

onde é drenado pelas camadas de substrato (areia e cascalho) com um fluxo vertical e

coletado pelo sistema de drenagem. Após a alimentação ocorre a absorção do nitrogênio pelas

plantas e a decomposição da matéria orgânica (KADLEC, 2009).

2.4.2 Macrófitas

Macrófitas aquáticas é o termo utilizado para denominar as plantas herbáceas que

crescem na água e em solos alagados ou inundados. Este termo é o mais utilizado para

descrição destas espécies vegetais capazes de habitar ambientes úmidos e até mesmo alagados

(ESTEVES, 1998).

As macrófitas aquáticas utilizam energia do sol para assimilação de carbono

inorgânico da atmosfera e produção de matéria orgânica, a qual servirá de energia para os

animais, bactérias e fungos. Em decorrência da diversidade de habitat de alagados estima-se

que mais de 5.000 espécies de plantas são classificadas como macrófitas de água doce (BRIX,

1997; VYMAZAL et al., 1998; MELO JÚNIOR, 2003; BRASIL et al., 2007).

As macrófitas distribuem o fluxo recebido em alagados construídos ou naturais e

reduzindo a velocidade e criando condições para sedimentação de sólidos suspensos e

aumentando o tempo de contato entre o efluente e a superfície de contato da planta (BRIX,

1997; GOPAL, 1999).

Salientando que as plantas presentes em alagados também requerem nutrientes para

seu crescimento e reprodução sendo que a absorção dos mesmos é realizada pelas raízes. Uma

grande quantidade destes é assimilada e convertida em biomassa das macrófitas que podem

posteriormente serem colhidas. Caso não colhidas, os nutrientes que foram incorporados à

planta retornam a água pelos processos de decomposição das espécies vegetais (BRIX, 1994b;

BRIX, 1997; GOPAL, 1999).

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Conforme Lorenzi (2000) e Almeida (2005), a taboa (Typha angustifólia L.) também é

conhecida por partasana, painera-do-brejo, capim-de-esteira, tabua, pau-de-lagoa, paina-de-

flexa, paineira-de-flexa, landim, erva-de-esteira, espadana e tabebuia. É uma planta herbácea

perene que cresce em brejos e regiões alagadiças. A taboa pode produzir até sete toneladas de

rizomas por hectare, sendo as mesmas comestíveis, possuindo alto teor de proteínas e

carboidratos. Sua floração é em forma de espiga e pode ser visualizada na Figura 8.

(ALZUGARAY, 1988; LORENZI, 2000). As folhas e hastes são utilizadas na fabricação de

papel em decorrência da alta concentração de celulose e também para confecção de artesanato

e móveis (VALENTIM, 2003; ALMEIDA, 2005). As taboas são, portanto plantas aptas para

crescerem em meios com altas cargas orgânicas, gerando consequentemente uma redução dos

sedimentos (BENDIX, 1994; BRIX, 1994).

Figura 8 - Inflorescência da Taboa

Fonte: Carvalho (2005)

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2.4.3 Componentes do Wetland Construído

Para Souza et al., (2000), o sistema de Wetlands possui como substratos compostos de

cascalhos, areia e outros materiais inertes, onde ocorre a proliferação de biofilme que

agregam populações de microrganismos que atuam nos processos biológicos nas águas

residuais.

O sistema Wetland Construído apresentado neste presente estudo é constituído das

seguintes partes: material filtrante, macrófitas, biofilme, geomenbrana, tubulações, registros e

efluente, conforme a Tabela 03.

Tabela 3 - Partes constituintes do sistema Wetland Construído

Partes Constituintes Composição

Material Filtrante Camada do substrato, constituído de areia e cascalho.

Macrófitas

São denominadas por macrófitas ou macrófitas aquáticas todos

os vegetais que habitam ambientes submersos por água.

Plantas utilizadas para absorção do nitrogênio constituído no

sistema.

Biofilme São populações de microrganismos que através de processos

químicos e biológicos, cooperam com a depuração do efluente.

Geomembrana São revestimentos impermeabilizantes de PEAD (polietileno de

alta densidade), utilizados em obras de proteção Ambiental, tais

como Aterros Sanitários e Industriais, Lagoas para tratamento de

Efluentes e Barragens de Rejeito.

Tubulações Utilizados para a condução do efluente no sistema.

Registros Controla a entrada e saída do efluente no sistema.

Efluente Água residual do processo produtivo. Fonte : Gonçalves,2006; Armstrong et al., 1998; Mess, 2006; Braile & Cavalcanti, 1979

2.4.4 Remoção dos poluentes em Wetland Construído

Para o despejo dos efluentes industriais em recursos hídricos, uma série de padrões

deve ser atingida em conformidade com a legislação vigente. Neste contexto o emprego do

sistema de Wetland Construído tem contribuído na remoção de vários poluentes, gerando

deste modo um efluente melhor tratado e consequentemente atingindo padrões de lançamento

ao meio ambiente.

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Para Kadlec (2009), a eutrofização dos corpos hídricos tem como agente de preocupação

os compostos de nitrogênio. Os compostos nitrogenados nos corpos receptores apresentam

toxicidade para invertebrados e vertebrados aquáticos.

Para a remoção do contaminante, ocorre o ciclo do nitrogênio, que consiste em diversas

transformações básicas de amonificação (mineralização), nitrificação, desnitrificação, fixação

de nitrogênio, assimilação e volatilização, conforme visualizado na Figura 4.

Amonificação: Transformação de nitrogênio orgânico em amônia, sendo este, o

primeiro passo para mineralização do elemento (REDDY; PATRICK, 1984).

Segundo os autores ocorrem processos bioquímicos exotérmicos para conversão da

amônia em forma orgânica.

Nitrificação: É o processo de transformação da amônia em nitrato por bactérias

quimiossintetizantes (REDDY; PATRICK, 1984).

Desnitrificação: É o processo de liberação de nitrogênio gasoso para atmosfera, este

processo é o realizado pelas bactérias desnitrificantes presentes no Wetland

Construído (REDDY; PATRICK, 1984).

Fixação de nitrogênio: É o processo de assimilação do nitrogênio atmosférico para

dentro da solução e fixado pelas plantas e bactérias (KADLEC, 2009).

Assimilação do nitrogênio: É o processo biológico no qual o nitrogênio é utilizado

pelas plantas resultando em biomassa (KADLEC, 2009).

Volatilização: É o processo que volatiza nitrogênio da solução para atmosfera

(KADLEC, 2009).

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Figura 9 - Ciclo do nitrogênio

Fonte: Mitsch & Gosselink (1993)

Em resumo, o nitrogênio é mineralizado pela amônia por ação de degradação bacteriana e

hidrólise. Para a nitrificação o oxigênio requerido é suprido por difusão e convecção

atmosférica e pelas plantas para incorporação na forma de biomassa.

A relação C/N (carbono/ nitrogênio) indica o grau de decomposição da matéria orgânica,

uma vez que o C é utilizado como fonte de energia para o crescimento de microorganismos e

o N é necessário para a síntese de proteínas. Relação esta que afeta a atividade microbiana e é

fundamental para a realização dos processos de tratamento de efluentes e esgotos em

Wetlands construídos. A relação C/N decresce a medida que os microorganismos vão

consumindo o C e liberando CO2 (AQUINO et al.,2005).

A presença de fósforo na água pode ser sob a forma de fósforo solúvel reativo, fósforo

dissolvido total, fósforo orgânico dissolvido e fósforo como ortofosfato

(KALDEC&KNIGHT,1996). Já a remoção do fósforo por Wetland Construído acontece por

meio de absorção por parte das plantas, imobilização microbiana e retenção por adsorção no

solo ou substrato e precipitação (SILVA, 2007). Conforme Kadlec (1996), o fósforo é

absorvido pelos microorganismos presentes em um Wetland Construído para a realização de

sua síntese celular.

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A presença dos sólidos em águas ou efluentes tem relação direta com a entrada de luz

solar no sistema e gera uma demanda alta de oxigênio dissolvido no corpo receptor (VON

SPERLING, 1996). Quando houver a detecção de sólidos voláteis em efluentes ou esgotos em

geral a serem tratados, constata-se de maneira indireta a presença de matéria orgânica,

portanto, considerado um parâmetro importante se tratando de monitoramento de sistemas de

tratamento (PHILLIPI & SEZERINO,2004).

A DBO5 é outro parâmetro com significativa importância para a avaliação da carga

orgânica encontrada nos efluentes e posteriormente lançada em recursos hídricos. Sua

presença em elevadas concentrações pode acarretar uma série de danos, dentre o qual, a

redução da quantidade de oxigênio dissolvido no recurso hídrico em que é lançado, resultando

em problemas relacionados à vida aquática presente no corpo receptor (KACZALA, 2005).

Wetlands Construídos são sistemas conhecidos e diferenciados, pois oferecem a

possibilidade de tratar águas poluídas em alagados construídos intencionalmente, mas com

condicionantes naturais, sendo possível a adaptação destas áreas para efetivar o sistema.

Contribuindo assim, principalmente na remoção de DBO, DQO e remoção de nutrientes

(VERHOEVEN & MEULMAN, 1999).

Salati (2003) e Nogueira (2003) também afirmam que alagados construídos oferecem

muitas oportunidades para tratamento de águas poluídas em relação às áreas alagadas naturais,

pois podem ser moldadas para efetivar sua eficiência quanto a diminuição de DBO e DQO,

remoção de nutrientes e ainda evitar danos diretos e indiretos ao meio ambiente por se tratar

de um sistema controlado.

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3 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

ADOTADO PELO ABATEDOURO DE AVES EM QUESTÃO

3.1 Etapas do tratamento de efluentes industriais

Existe uma série de tratamentos aplicáveis a cada tipo de efluente gerado, cada qual

com a finalidade de tratar ou atuar sobre um efluente específico. Dentre as partes constituintes

da estação de tratamento de efluentes, onde ocorreram as coletas do efluente analisado no

presente trabalho, estão: caixas de areia, calha parshall, peneiras, caixas de gordura,

decantadores primários e secundários, lagoas facultativas e lodos ativados.

Tabela 4 - Descrição do sistema de tratamento

Nível Remoção

Preliminar Sólidos em suspensão grosseiros (material de maiores dimensões e areia)

Primário Sólidos em suspensão sedimentáveis

DBO em suspensão (matéria orgânica componente dos sólidos em suspensão

sedimentáveis)

Secundário DBO em suspensão (matéria orgânica em suspensão fina, não removida no

tratamento primário)

DBO solúvel (matéria orgânica na forma de sólidos dissolvidos)

Terciário Nutrientes

Patogênicos

Compostos não biodegradáveis

Metais pesados

Sólidos inorgânicos dissolvidos

Sólidos em suspensão remanescentes

Nota: A remoção de nutrientes por processos biológicos e patogênicos, podem ser considerada como

integrante do tratamento secundário, dependendo da concentração de tratamento local.

Fonte: ABEAS (1996)

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O fluxograma abaixo apresenta a Figura 10 exemplificando a ordem da Estação de

Tratamento de Efluentes da empresa em estudo e sua descrição respeita esta ordem.

Figura 10 - Fluxograma da estação de tratamento de efluentes da empresa em estudo.

Fonte: autora

3.1.1 Caixas de areia

As caixas separadoras são utilizadas com duas aplicações: a primeira é para a remoção

de areias, sendo então chamadas de caixas de areia e a segunda é para a remoção de gorduras

ou óleos e graxas, denominadas neste caso de caixas de gordura (CHERNICHARO, 2001).

Nas caixas para remoção de areia, a mesma é realizada por um processo chamado de

sedimentação, aonde os grãos de areia e quaisquer outros materiais de granulometrias

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semelhantes e/ou maiores vão depositando-se no fundo da caixa devido a sua maior dimensão

e densidade, em relação aos outros materiais em suspensão, os quais tem uma sedimentação

mais lenta (CHERNICHARO, 2001).

A remoção da areia do efluente é muito importante, pois evita e previne uma série de

problemas no decorrer do processo, principalmente no que se refere à abrasão de

equipamentos, obstrução de tubulações, bombas e tanques (SPERLING, 1996; METCALF,

2003).

3.1.2 Calha Parshall

Calha Parshall é um sistema de medição da vazão de entrada de fluídos. É um dos

modelos de medidores de vazão que é indicada para medir grandes volumes de vazão ou para

efluentes com grande quantidade de sólidos em suspensão. Pode ser construída em concreto,

fibra de vidro ou aço inox (SPERLING, 1996).

3.1.3 Peneiras

Peneiras são tubos circulares perfurados, que permanecem em movimentos circulares

enquanto o efluente passa no interior dos mesmos. O efluente escoa pelos orifícios das

mesmas e os sólidos são destinados a uma caixa coletora na sua extremidade de saída. O

peneiramento tem por objetivo a remoção de sólidos mais finos que não foram removidos na

parte de gradeamento e que possam vir a passar pelas caixas de areia. A retirada desses

sólidos é muito importante para o correto funcionamento das etapas seguintes, principalmente

no que se refere ao tratamento primário (SPERLING, 2002).

As peneiras podem ser construídas de vários materiais, mas verifica-se um uso comum

de chapas metálicas perfuradas para sua confecção. Seu formato circular vazado permite que

o efluente seja lançado na sua parte interna, local onde ficam retidos os materiais grosseiros,

liberando somente a parte líquida e pós finos, que estão dissolvidos no efluente para o

processo de seguimento do tratamento. As perfurações que são realizadas nas chapas ou

ranhuras são específicas e dimensionadas para cada tipo de efluente a ser tratado, permitindo

deste modo somente a passagem de líquidos pelos mesmos. Esse processo é semelhante a um

processo de filtração (METCALF, 2003).

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3.1.4 Caixa de gordura

A remoção de óleos e graxas é muito importante, pois evita problemas futuros no

funcionamento geral e previne problemas nas instalações da estação de tratamento, dentre os

quais se podem citar formações de pelotas de gordura, formação de filme de gordura o que

impede a transferência de oxigênio para o meio líquido e entupimento de peneiras

(CHERNICHARO, 2001; SPERLING, 1996).

O uso das caixas de gordura apresenta muitas vantagens, onde podem ser destacados a

facilidade de operação e o baixo custo de construção. O principal aspecto a ser controlado na

utilização das caixas é o resíduo que fica depositado no fundo da caixa, o qual possibilita

fermentação anaeróbia. O processo a ser adotado neste caso é a remoção com periodicidade

deste material e o destinando para o descarte adequado (CHERNICHARO, 2001).

O processo de flotação consiste na injeção de partículas de ar no fundo do tanque

contendo efluente, sendo este processo ser realizado de modo mecanizado, levando sempre

em consideração a quantidade e características específicas de cada efluente (SPERLING,

2002).

3.1.5 Decantadores primários

Os decantadores primários têm como função a sedimentação da matéria orgânica ou

inorgânica (partículas mais pesadas) presente no efluente. Possui raspadores superficiais que

realizam a remoção do material flutuante no líquido e destinam o mesmo por calha específica

para compartimento no fundo, que serve como depósito deste material (SABESP, 2004).

3.1.6 Lodos ativados

O sistema de lodos ativados apresenta três etapas subsequentes que contemplam

tanque de aeração ou reator, tanque de decantação ou decantador secundário e recirculação de

lodo, para alimento dos microrganismos no reator (SPERLING, 2002).

Nos tanques de aeração ou reatores ocorre a degradação da matéria orgânica por

microrganismos aeróbios, que necessitam de oxigênio para sua sobrevivência. Para tanto, há

injeção de ar através dos aeradores, os quais podem ser superficiais e/ou submersos. Nos

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tanques de aeração da empresa em estudo, diariamente, são introduzidos nutrientes, para

formação e manutenção de colônias de microrganismos aeróbios, pois os mesmos são os

responsáveis por degradar a matéria orgânica presente no efluente, e para tanto, é de

fundamental importância a sua manutenção para uma maior eficiência do sistema. Esses

microrganismos são redirecionados dos decantadores secundários (CHERNICHARO, 2001;

VON SPERLING, 2002).

3.1.7 Decantadores secundários

Nos decantadores secundários ocorre uma nova sedimentação de sólidos que ainda

possam estar presentes no efluente, os quais ficam armazenados no fundo do decantador. Essa

matéria que possui alta carga microbiana é em parte reciclada, voltando ao reator para

abastecimento do mesmo com esses microrganismos e parte é descarta (CHERNICHARO,

2001; VON SPERLING, 2002).

3.1.8 Lagoas facultativas

O tratamento por lagoas facultativas é um processo natural onde ocorre o consumo de

materiais orgânicos por bactérias heterotróficas, aeróbias e anaeróbias. Necessita de uma

grande área de implantação das mesmas (SPERLING, 1996).

O tratamento por lagoas facultativas se subdivide em zona anaeróbia, zona aeróbia e

zona facultativa.

A matéria em suspensão (DBO particulada) tende a sedimentar, vindo a

construir o lodo no fundo (zona anaeróbia). Este lodo sofre o processo

de decomposição por microrganismos anaeróbicos, sendo convertida

lentamente em gás carbônico, água, metano e outros. Após um

determinado período de tempo, apenas a fração inerte (não

biodegradável) permanece na camada do fundo. O gás sulfídrico gerado

não causa problemas de mau cheiro, pelo fato de ser oxidado, por

processos químicos e bioquímicos na camada aeróbia superior

(SPERLING, 1996 p.94).

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O tratamento por lagoas facultativas é eficiente, porém mais lento, fazendo com que o

efluente fique retido por um período maior de tempo até que ocorra seu tratamento adequado

(VON SPERLING, 1996).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo avaliou a eficiência do Wetland Construído como sistema de

polimento para efluente de frigorífico de aves. Para a concretização deste estudo foi

necessária à construção de um protótipo com certa antecedência, devido a se tratar de um

sistema com filtragem por plantas e as mesmas requererem um período para adaptação e

crescimento.

Para prosseguimento a este estudo, realizou-se a coleta dos efluentes em estação de

tratamento de efluentes de frigorífico de aves, e acondicionou-se o mesmo em tanques de 200

litros, para transporte e posterior destinação ao sistema de Wetland Construído.

A realização das coletas ocorreu em datas distintas ao longo o ano, com a intenção de

contemplar as quatro estações, levando em consideração ao final do estudo, a eficiência do

sistema nos variados períodos.

4.1 Construção do Wetland

Para a construção da caixa de alvenaria usaram-se tijolos. As dimensões do protótipo

são de 1,50 m de largura e 2,50 m de comprimento e profundidade de 0,50 m. Para agilizar a

secagem da argamassa foi utilizado um secante e para impermeabilização foi utilizada uma

lona de 200 micras, conforme visualizado na Figura 11.

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Figura 11 - Impermeabilização do protótipo.

Fonte: autora

Para constituir as camadas de material filtrante do protótipo foram utilizadas camadas

de brita e areia. A montagem utilizou 20 cm de brita grossa número quatro (máximo 3 cm de

diâmetro) no fundo do protótipo, seguida de 10 cm de brita média número dois (máximo 1,5

cm de diâmetro) e no topo 10 cm de areia irregular (máximo 0,5 cm de diâmetro), somando

40 cm de camada (esquema para visualização das camadas apresentado na Figura 15).

Preenchimento do protótipo com brita pode ser visualizado na Figura 12.

Figura 12 – Preenchimento do protótipo com brita.

Fonte: autora

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4.1.1 Plantio das macrófitas

O plantio da macrófita utilizada ocorreu no mesmo dia da construção do protótipo.

Foram utilizadas plantas da espécie Typha latifólia, plantadas sob a camada filtrante com

espaçamento de 20 cm entre as mesmas, conforme Figura 13.

Figura 13 - Espaçamento entre as plantas.

Fonte: autora

4.1.2 Fluxo de percolação

A dinâmica da percolação do efluente é por fluxo subsuperficial horizontal,

abrangendo as camadas filtrantes e em contato como sistema radicular das macrófitas (Figura

13). A modo de efetivar processo utilizou-se tubos soldáveis, com bitolas de 25 mm de água

fria perfurados a cada 2 cm em toda a superfície de contato para que a entrada de efluente no

sistema ocorra de modo uniforme.

Para o expurgo do sistema adotou-se uma flange de 60 mm, com saída em registro de

esfera, para esvaziamento total do protótipo. Para o descarte do efluente tratado a ser coletado

para análises, adotou-se um tubo de 25 mm. Para fluxo de saída do efluente até esse cano

coletor, foi utilizado tubo de bitola de 25 mm colocado perpendicularmente ao cano de saída e

com furos a cada 2 cm, para coleta da água provinda do sistema em uniformidade. Esquema

de implantação da tubulação de saída pode ser visto na Figura 14.

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Figura 14 - Saída do efluente.

Fonte: autora

Figura 15 - Vista lateral do sistema Wetland Construído adotado.

Fonte: autora.

4.1.3 Armazenamento do efluente

O efluente bruto foi coletado e destinado a tanques de 200 L de polietileno, tampados

para evitar a proliferação de vetores característicos dos efluentes em questão, como moscas e

mosquitos. O mesmo foi armazenado em abrigo do sol para evitar desgaste ou ressecamento

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dos registros que foram utilizados para medição do controle da vazão e do próprio tanque a

fim de evitar o ressecamento do mesmo. O tanque pode ser visualizado na figura 16.

Figura 16 – Armazenamento do efluente

Fonte: autora

4.1.4 Vazão de entrada e saída do sistema Wetland Construído

Um dos tanques foi perfurado na lateral inferior onde se acoplou um flange de 25 mm,

com o sistema de medição de vazão, e entrada do efluente no sistema, conforme Figura 17.

A determinação do volume útil do protótipo foi feita através do preenchimento

controlado com água, utilizando um hidrômetro para controle de vazão de entrada. O

procedimento foi realizado em triplicata para preenchimento dos espaços vazios e absorção da

água pelos materiais. Constatou-se que o volume de efluente a ser adicionado no protótipo é

de 300 L. Após aferição do volume foi estabelecido que o tempo de detenção hidráulica total

é de 72 horas, devido a baixa vazão do sistema de 4,16 L/h.

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Considerando que o volume útil do protótipo é de 300 L, e o tempo de detenção de

cada amostra foi de 3 dias adotou-se a adição de 100 L/dia de efluente. Para medir esta vazão

corretamente adequou-se o fechamento do registro número 2, consequentemente ocorreu à

abertura do registro número 1.

Após a aferição da vazão adequada ao funcionamento do sistema, foi efetuado o

fechamento da torneira e a consequente abertura do registro número 2, direcionando o

efluente pela tubulação até a entrada do protótipo.

Figura 17 - Sistema de controle da vazão de entrada do efluente no Wetland Construído.

Fonte: autora

A iniciação do processo ocorreu com o esgotamento total da água e a inclusão de 300

L de efluente mediante a vazão pré estabelecida. Realizado o preenchimento do protótipo foi

adicionado 100L/dia de efluentes durante o período de 72 horas (total de 300 L). Portanto, o

tempo de detenção para cada amostragem respeita 3 dias, até o extravasamento para coleta.

Através da abertura da torneira e com o auxilio de um becker graduado realizou-se a

aferição da vazão, conforme visualizado na Figura 18.

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Figura 18 - Aferição da vazão.

Fonte: autora

4.2 Análises do efluente pré e pós Wetland Construído

A intenção principal deste estudo é realizar a comparação de níveis de DBO5, oxigênio

dissolvido, pH, turbidez, eletrocondutividade, sólidos, carbono e nitrogênio. A coleta de

temperatura do efluente e ambiente, também serão relatados, relacionando-se com os demais

dados obtidos.

A coleta do efluente destinado ao Wetland Construído realizou-se na saída das lagoas

facultativas, armazenado em tanques de 200 L e direcionados a área onde encontra-se

instalado o protótipo.

Realizou-se amostragens do efluente na saída das lagoas (abatedouro de aves), para

verificar e comparar a eficiência ou não do sistema em relação às amostragens coletadas por

três dias seguidos no extravasamento do Wetland Construído, lembrando que cada amostra

coletada na sua saída permaneceu ou teve três dias de retenção dentro do sistema.

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4.2.1 Determinação de DBO5

A quantidade de matéria orgânica biodegradável presente em um recurso hídrico tem

relação direta com a demanda de oxigênio necessária para a sobrevivência dos organismos

aquáticos. Quanto maior for à carga orgânica biodegradável lançada, maior será a quantidade

de oxigênio necessária para a respiração das bactérias que consomem oxigênio dissolvido,

presentes do corpo d’água. Esta demanda é resultado de uma atividade bioquímica, por isso

Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO. A DBO indica, portanto o teor de matéria

orgânica presente no efluente. Ainda conforme Mazzini (2003), DBO5 (5 dias a 20ºC) é um

teste que avalia a quantidade de matéria biodegradável presente na amostra. A determinação

da BDO5 será realizada por Oxitop, marca WTW conforme a Figura 19.

Figura 19 - Frascos para determinação de DBO5

Fonte: autora

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4.2.1.1 Metodologia

Verificar provável faixa de DBO da amostra e, a partir deste dado estipular a

quantidade de amostra a ser utilizada, conforme tabela do fabricante, colocar três gotas do

inibidor de nitrificação na amostra, colocar duas pastilhas de NaOH (hidróxido de sódio)

dentro do recipiente superior da garrafa, prender o display digital, iniciar o processo de

medição pressionando as teclas S e M, simultaneamente, destinar os frascos a bandeja

incubadora a 20ºC por 5 dias, após realizar a medição no display do equipamento.

Metodologia seguida é o Método Respirométrico 5210D, descrito em sua íntegra no

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC) (APHA,1995).

4.2.2 Determinação do oxigênio dissolvido

A presença de oxigênio dissolvido (OD) é muito importante para a sobrevivência dos

organismos aeróbios, e sua concentração na água varia diariamente, devido a esta estar

diretamente relacionada ao processo de fotossíntese, respiração e decomposição de matéria

orgânica (KUBITZA, 1998). A determinação do oxigênio dissolvido será realizada por

Oxímetro DM – 4P da marca Digimed, conforme Figura 20.

Figura 20 - Aparelho utilizado para medição de O dissolvido.

Fonte: autora

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4.2.2.1 Metodologia

Após a coleta, destinar o efluente a um becker, introduzir o sensor agitando o efluente

constantemente, esperar a estabilização do aparelho, realizar a leitura e anotar o resultado.

Esse procedimento é realizado em triplicata, gerando uma média. Metodologia seguida é o

Método Eletrométrico 4500G, descrito em sua íntegra no ASSOCIATION OF OFFICIAL

ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC) (APHA,1995).

4.2.3 Determinação de pH

O potencial hidrogeniônico refere-se à concentração de íons de hidrogênio em uma

solução, conferindo a mesma condições ácidas, neutras ou básicas. Para que ocorra um

desenvolvimento adequado das bactérias o pH precisa estar ajustado conforme necessidade

das mesmas. A grande maioria das bactérias se desenvolvem muito bem com um pH entre 6,5

e 7,5, considerando uma variação mínima e máxima de 4 e 9 ( CAMPOS et al, 2006).

A determinação do pH foi realizado por Phmetro DM – 20 da marca Digimed,

conforme Figura 21.

Figura 21 - Aparelho para determinação de pH

Fonte: autora

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4.2.3.1 Metodologia

Colocar 200 mL da amostra no becker, imergir os eletrodos na amostra e esperar

estabilizar a medição, realizar a leitura no visor do aparelho. Metodologia seguida é o Método

Potenciométrico 4500B, descrito em sua íntegra no ASSOCIATION OF OFFICIAL

ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC) (APHA,1995).

4.2.4 Determinação de turbidez

A medida de turbidez representa a intensidade com que ocorre a passagem de luz

através da água ou efluente a ser analisado, sendo ela de fácil visualização quando adquire

aparência turva. Em águas para consumo humano, a turbidez está diretamente associada ao

controle de qualidade das águas (FERREIRA et al, 2006). A determinação da turbidez

realizou-se por Turbidímetro DM –TU da marca Digimed, conforme Figura 22.

Figura 22 - Aparelho para leitura da turbidez.

Fonte: autora

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4.2.4.1 Metodologia

Inserir uma amostra no equipamento, aguardar a leitura, realizar a leitura diretamente

no visor do aparelho. Metodologia seguida é o Método Nefelométrico 2130B, descrito em sua

íntegra no ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC)

(APHA,1995).

4.2.5 Determinação de eletrocondutividade

Eletrocondutividade é medição de corrente elétrica, a qual a solução aquosa é hábil a

transportar. Quando forem encontrados valores elevados para eletrocondutividade em análises

de efluentes, ocorre a alteração do transporte de elementos químicos entre o meio e interior

das células microbianas, as quais são as responsáveis pelo tratamento dos efluentes, causando

inibições do metabolismo destas células (DAN et al, 2003).

Determinação de eletrocondutividade se realizou com auxílio de Eletrocondutivímetro

W12-D da marca BEL Engineering, visualizado conforme Figura 23.

Figura 23 - Aparelho para medição da eletrocondutividade.

Fonte: autora

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4.2.5.1 Metodologia

Colocar 200 mL da amostra em um becker, imergir os eletrodos na amostra e

aguardar a estabilização da medição, realizar a leitura diretamente no visor do aparelho.

Metodologia seguida é o Método condutivimétrico 2510B, descrito em sua íntegra no

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC) (APHA,1995).

4.2.6 Determinação do carbono

A presença de carbono em escala elevada em águas e efluentes interfere diretamente

na vida aquática, tendo sua origem principalmente de efluentes e resíduos, e também em

menor escala, ser originário de matéria viva. A presença elevada de carbono orgânico total é

utilizada como grau de poluição de corpos hídricos (CETESB, 2014).

A determinação do carbono ocorreu com auxílio de HPLC da marca SHIMADZU, por

processo de cromatografia líquida no Laboratório de Química da Univates conforme Figura

24.

Figura 24 – Equipamento para determinação de carbono.

Fonte: autora

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4.2.6.1 Metodologia

Realizar a medição do volume em recipiente específico, colocar o mesmo no

equipamento e após o mesmo informará os dados sobre o percentual de carbono presente na

amostra. Metodologia seguida é o Método de combustão em alta temperatura 510B, descrita

em sua íntegra no ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC)

(APHA,1995).

4.2.7 Determinação de nitrogênio (NTK)

O nitrogênio é um elemento importantíssimo no que se refere ao crescimento de

vegetais e organismos em geral, pois é utilizado para realização da síntese de aminoácidos.

Se, em elevadas concentrações e associado aos fosfatos em ambientes aquáticos, gera o

crescimento desordenado de alguns organismos, gerando eutrofização. Em uma poluição

recente a predominância é de nitrogênio orgânico e amoniacal, já em poluição remota se

encontra as formas de nitrito e nitrato (Baungarten, 2001). Para determinação do nitrogênio se

utilizou o destilador de nitrogênio, como visualizado na Figura 25.

Figura 25 - Destilador de nitrogênio

Fonte: autora

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4.2.7.1 Metodologia

A metodologia seguida é o Método Macro-Kjeldahl 4500B e está referenciado em sua

íntegra na ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY (AOAC)

(APHA,1995). A análise consiste em pipetar 10 mL da solução problema num balão

volumétrico de 250 mL e avolumar com água deionizada. Para a amostra do branco: pipetar

50 ml de água deionizada no tubo de proteína. Pipetar 25 mL da amostra problema no tubo de

proteína. Pipetar 50 mL do reagente de digestão em cada tubo de proteína. Por no bloco de

digestão (ou bloco digestor) à 150°C até o volume da amostra reduzir mais ou menos 30 mL,

em seguida aumentar a temperatura para 385°C até que a cor das amostras fique verde claro.

Tirar as amostras do bloco de digestão e deixar esfriar, em seguida acrescentar 50 mL de água

deionizada. Por no destilador de nitrogênio. No destilador por 50 mL de soda 40% com

tiossulfato de sódio, embaixo acoplar um erlenmeyer com 50 mL de ácido bórico 2% e quatro

gotas de indicador misto, a sua cor ficará rosa claro. Destilar até 175 mL de amostra, quando

começar a destilar a cor fica verde, pois contém nitrogênio. O branco não pode ficar verde, se

ficar houve contaminação e terá que fazer de novamente, ele fica da cor do indicador só mais

diluído. Titular com ácido sulfúrico. Após aplicar a equação:

Cálculo: (A-B) . F ou (A-B) . 280

Amostra Va

A= volume de ácido sulfúrico gasto na amostra.( Volume da amostra)

B= volume de àcido sulfúrico gasto na amostra. (Volume do branco)

A = Volume da titulação B = Volume da padronização

A metodologia a ser seguida está referenciada em sua íntegra na AOAC.

4.2.8 Determinação de sólidos totais

A metodologia adotada é o Método Gravimétrico 2540B, para o ensaio das análises de

sólidos totais e está descria na ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL

CHEMISTRY (APHA,1995). O cálculo para adquirir o teor de ST (sólidos totais) se dá

através da seguinte equação:

ST(%) = (A-B / C-B ) x100

Onde:

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A = Peso do cadinho + amostra ao sair da estufa (g)

B = Peso do cadinho cerâmico vazio (g)

C = Peso do cadinho + amostra antes da estufa (g)

4.2.8.1 Metodologia

Identificação do cadinho e pesagem do mesmo, colocação de amostra no cadinho e

repesagem, destinar a estufa em 105ºC por um período de 24 horas, pesar novamente. O teor

de sólidos totais será medido através da evaporação de um determinado volume do efluente,

ao qual será aplicada a equação acima ao final dos procedimentos.

4.2.9 Determinação de sólidos voláteis e fixos

A metodologia adotada para o ensaio das análises de sólidos voláteis e fixos está

descria na AOAC. Para o cálculo de determinação de sólidos voláteis (SV) utilizou-se a

seguinte equação:

SV(%)= (A-D/ A-B) X100

Onde:

A = Peso da cápsula + amostra ao sair da estufa (g)

B = peso da cápsula cerâmico vazio (g)

D = peso da cápsula + amostra ao sair do forno mufla (g)

O teor de sólidos voláteis é adquirido através da volatilização na mufla e o teor de

sólidos presentes na amostra ao sair da estufa.

4.2.19.1 Metodologia

Pesar o cadinho vindo da estufa, regular a mufla a 500ºC, colocar o cadinho na mufla

por um período de 8 horas, retirar o cadinho da mufla, anotar todos os valores pertinentes

durante o processo e aplicar a equação citada anteriormente.

4.2.10 Temperatura

A temperatura interfere diretamente no metabolismo dos microrganismos, salientando

que quando a temperatura for mais elevada, maior a taxa metabólica gerando com isso um

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processo acelerado de biodegradação da matéria orgânica, consumo de oxigênio dissolvido e

assimilação de nutrientes em um determinado corpo aquático (APHA, 2005).

Figura 26 – Termômetro

Fonte: autora

4.2.10.1 Metodologia

Após a coleta do efluente, mergulhar o termômetro na amostra, esperar a estabilização

da temperatura, realizar a leitura e anotar o resultado. A medição da temperatura ambiente

consiste em deixar o termômetro captar a temperatura ambiente, esperar a estabilização,

realizar a leitura e anotar o resultado.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O efluente analisado neste presente estudo refere-se ao efluente de lançamento final

em recurso hídrico, proveniente de frigorífico de aves. Salientando que realizou-se a coleta do

mesmo na saída da lagoa facultativa, analisado e posteriormente destinado a sistema de

Wetland Construído por período de três dia de detenção hidráulica e analisado novamente,

para posterior constatação da eficiência do mesmo.

A coleta do efluente analisado, oriundo da indústria frigorífica de aves, foi

transportado até o local de instalação do protótipo, distante aproximadamente 500 metros da

área de coleta. Realizou-se a coleta do efluente sempre de modo total, para preenchimento do

sistema e para mais três dias de análises após o preenchimento do mesmo. Cada coleta

realizada, portanto, resultou num total de 300 litros para preenchimento do sistema e mais 300

litros para posterior extravasamento do mesmo e coleta para análise na saída do Wetland

Construído.

As coletas do efluente se deram sempre em um dia específico no frigorífico de aves, o

mesmo ficou armazenado em tanques de 200 litros, fechados com tampas e ao abrigo do sol

para posterior destinação do mesmo ao sistema. Cabe ressaltar que tal modo de coleta e

armazenamento do efluente pode interferir direta ou indiretamente no resultado das análises,

porém foi o único modo encontrado para a realização do experimento e posteriores análises.

Implantou-se o sistema Wetland Construído em agosto de 2013 verificando-se,

portanto o crescimento e adaptação das plantas ao longo dos meses. Inicialmente o

desenvolvimento das plantas foi mais lento podendo ser visualizado através da Figura 27 na

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data de 10 de setembro de 2013 o nascimento das primeiras folhas nas plantas. Após o seu

sistema radicular já firmado no sistema, verificou-se uma aceleração no seu crescimento

verificado no dia 23 de novembro de 2013 e também no dia 01 de janeiro de 2014. A poda das

plantas foi realizada em apenas um momento durante o andamento do estudo, no mês de

julho, quando se constatou um crescimento muito rápido das folhas após a mesma, fato este

que indica um sistema radicular firme e em pleno funcionamento dentro do sistema. O último

registro das plantas foi realizado 10 de outubro de 2014, após a última destinação de efluente

ao protótipo e análises realizadas.

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Figura 27 - Desenvolvimento do Wetland Construído.

Fonte: autora

5.1 Demanda bioquímica de oxigênio - DBO5

Para Sezerino (2004), o emprego de Wetlands Construídos, após uso de lagoas pode

gerar uma redução de até 90% nas taxas de DBO5 e DQO, que é a concentração carbonácea,

como também para a fração nitrogenada – NTK.

02 agosto 2013 10 setembro 2013

01 janeiro 2014 23 novembro2013

03 julho 2014 10 outubro 2014

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Conforme Solano, Soriano e Ciria (2004) o desempenho de um alagado construído de

fluxo subsuperficial plantado com taboa durante um período de dois anos, obteve um

resultado de remoção de 81% no primeiro ano e 92% de remoção da DBO5 para o segundo

ano. A redução em leitos de fluxo subsuperficial pesquisado por Meira et al., (2001a),

utilizando como macrófita a taboa, resultou em uma redução de 76,9% a 83,6% de remoção

da DBO5, adotando como período de detenção 5 a 10 dias.

Salientando ainda o estudo realizado por Costa et al., (2003), onde foi analisado um

sistema de fluxo subsuperficial também adotando a taboa, gerando uma redução média de

88% em relação a DBO5, com tempo de detenção de 10 dias. Já Platzer et al., (2007), Kaick

et al., (2008) e Almeida et al., (2007), descreveram eficiências na ordem de 77% a 98% na

remoção da DBO5.

A Tabela 5 e Gráfico 01 apresentam os valores encontrados para DBO5 na entrada e

saída do sistema de Wetland Construído e respectivamente o seu percentual de remoção

referente a este parâmetro.

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Tabela 5 – Demanda Bioquímica de Oxigênio no Wetland Construído – DBO5 (mg/L)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída Wetland Percentual de

Remoção (%)

04/04/14 400

07/04/14 90 - 77,5

08/04/14 170 - 57,5

09/04/14 140 - 85

06/06/14 500

09/06/14 100 - 80

10/06/14 80 - 84

11/06/14 90 - 82

22/08/14 200

25/08/14 10 - 95

26/08/14 10 - 95

27/08/14 20 - 90

03/10/14 200

06/10/14 20 - 90

07/10/14 25 - 87,50

08/10/14 40 - 80

Fonte: autora

Gráfico 01 - Variação da DBO5 entrada e saída do Wetland Construído (em mg/L),

Percentual de Remoção.

Fonte: autora

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A concentração de matéria orgânica biodegradável, DBO5 no estudo em questão,

apresentou considerável redução, possuindo uma variação desde 57,5% na amostra coletada

08/04/2014 até 95% nas amostras dos dias 25 e 26/08/2014. Este alto percentual de redução

na DBO5 destaca a retenção de matéria orgânica no sistema adotado. O percentual médio de

redução de DBO5 foi de 83,62%, resultado este que acorda com o encontrado pelos autores

dos estudos anteriormente citados.

5.2 Oxigênio dissolvido – OD

A diferença na concentração de OD encontrada em efluentes se deve a atividade de

plantas e microorganismos presentes no sistema. O oxigênio fornecido a sistemas de Wetlands

de fluxo subsuperficial deve-se principalmente ao transporte de gás pelas plantas, aos seus

sistemas de raízes, à rizosfera e vizinhanças através de seu tecido formada por arênquimas

(PRIDE et al., 1990 e STOTTMEISTER et al., 2003).

Ao contrário dos Wetlands de fluxo superficial, quando ocorre a difusão de O2 da

atmosfera na superfície da água exposta, nos subsuperficiais este fenômeno é limitado pelo

isolamento do fluxo de efluente da superfície (LAWSON, 1985 citado por REED & BROWN,

1992).

Este parâmetro é muito importante para os organismos aeróbios, os quais são

responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. Durante este processo, os

microorganismos utilizam oxigênio para respiração. Este fato pode causar redução da

disponibilidade do mesmo no meio, acarretando alguns problemas, como a morte de

organismos aquáticos que necessitam de oxigênio para sobreviver. Salientando ainda que a

falta de oxigênio cria condições anaeróbias, podendo gerar maus odores devido à liberação de

gases (KACZALA, 2005).

Conforme Brix (1997), os níveis de OD aumentam pela ação das raízes das plantas.

Ainda, segundo estudo realizado com sistema de Wetlands para tratamento de esgoto, também

verificou-se um aumento na concentração de OD após a passagem do esgoto pelo sistema

(HENCH et al., 2003; KASEVA, 2004; KALDEC et al., 1997). Resultados estes que também

foram obtidos no protótipo do estudo em questão, podendo os resultados ser visualizados na

Tabela 6 e Gráfico 02.

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Tabela 6 – Teores de oxigênio dissolvido no Wetland Construído ( mg/L).

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Aumento (%)

04/04/14 7,45

07/04/14 9,10 + 22,14

08/04/14 9,7 + 30,20

09/04/14 7,66 + 2,81

06/06/14 4,6

09/06/14 7,6 + 65,21

10/06/14 6,2 + 34,78

11/06/14 7,7 + 67,39

22/08/14 6,4

25/08/14 11,2 +75,00

26/08/14 10 + 56,25

27/08/14 7,3 + 14,06

03/10/14 9,9

06/10/14 10,9 + 10,10

07/10/14 10,6 + 17,77

08/10/14 10,3 + 4,04

Fonte: autora

Gráfico 02 - Variação do oxigênio dissolvido na entrada e saída do Wetland Construído (em

mg/L), percentual de aumento.

Fonte: autora

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Após observar os resultados das análises, demonstrados na Tabela 7, fica evidente que,

após o polimento no Wetland, os índices de OD aumentaram. Nas amostras analisadas

verificou-se um aumento no valor deste parâmetro após passar o efluente pelo Wetland. Os

valores possuem uma variação que vai desde 2,81% na amostra do dia 09/04/2014 até 75% no

dia 25/08/2014. Em média, os teores de OD na saída do Wetland encontraram-se 33,31% mais

elevados que na entrada do sistema.

5.3 Potencial hidrogeniônico – pH

Se tratando de pH, os Wetlands Construídos de fluxo subsuperficial tendem a

neutralização durante a passagem do efluente pelo fluxo pelo leito, mas, cabe salientar que

esse comportamento ainda não é totalmente claro. Outro estudo realizado pelo autor verifica,

no entanto que sistemas Wetlands Construídos quando recebem efluentes provenientes de

lagoas de estabilização em uma faixa de pH alcalina, levam-no à neutralidade (GSCHLÖBL

et al., 1998).

Em estudo realizado com zona de raízes ou alagados construídos para tratamento de

esgoto doméstico, foi observado que o pH pouco se alterou nas coletas de entradas e saídas do

sistema resultando numa variação de 6,56 a 7,54 (LOHMANN 2011). Tal resultado também

pode ser comprovado na passagem do efluente no Wetland Construído deste estudo,

observando a Tabela 7 e Gráfico 03.

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Tabela 7 - Potencial hidrogeniônico no Wetland Construído – pH

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Redução ou

Aumento (%)

04/04/14 7,12

07/04/14 7,15 + 0,42

08/04/14 7,40 + 3,93

09/04/14 6,85 - 3,79

06/06/14 7,59

09/06/14 6,88 - 9,35

10/06/14 6,81 - 10,27

11/06/14 7,42 - 2,23

22/08/14 6,93

25/08/14 7,34 + 5,91

26/08/14 7,23 + 4,32

27/08/14 6,95 + 0,28

03/10/14 6,90

06/10/14 6,77 - 1,88

07/10/14 6,40 - 7,24

08/10/14 6,64 - 3,76

Fonte: autora

Gráfico 03 - Variação do potencial hidrogeniônico na entrada e saída do Wetland Construído,

percentual de remoção.

Fonte: autora

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5.4 Turbidez

Os efluentes em geral, podem conter uma vasta quantidade de materiais causadores de

turbidez, tanto inorgânicos como orgânicos. Tais materiais encontram-se suspensos em

partículas, impedindo a passagem de luz. Dependendo do tamanho das partículas, elas podem

sedimentar naturalmente após um determinado período de tempo em repouso, porém

tamanhos menores destas partículas, não sedimentam, e denominam-se coloides (KACZALA,

2005).

Wetlands são sistemas de tratamento com alta eficácia na remoção de sólidos em

suspensão, e consequentemente na turbidez, uma vez que ambos os parâmetros estão

relacionados e relatados em um série de estudos a respeito (PRIDE et al., 1990; GREEN &

UPTTON, 1994; KALDEC et al., 1997; GSCHLÖBL et al., 1998; NERALLA et al., 2000;

CAMPOS et al., 2002; AL-OMARI & FAYYAD, 2003; HENCH et al., 2003;

MANNARINO, 2003; SOLANO et al., 2004) .

Os resultados de eficiência na remoção da turbidez obtidos no estudo em questão vão

de encontro daqueles descritos pelos autores que concentram suas pesquisas em sistemas

semelhantes de tratamento de efluentes, como é o caso de Souza (2003), que encontrou taxa

de redução de 60% utilizando Taboa; Valentim (2003), que encontrou taxa de redução entre

39 e 85%; Brasil et al., (2005), que encontraram taxa de redução na ordem de 86%

pesquisando varias espécies vegetais em vários tipos de substratos.

Na Tabela 8 e Gráfico 04 podem ser observadas as variações de turbidez na entrada e

saída do Wetland Construído e consequentemente seu percentual de remoção.

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Tabela 8 – Turbidez no Wetland Construído (UNT)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção (%)

04/04/14 57,4

07/04/14 3,23 - 93,37

08/04/14 2,51 - 95,62

09/04/14 1,92 - 96,65

06/06/14 89,0

09/06/14 3,51 - 96,05

10/06/14 6,80 - 92,35

11/06/14 3,30 - 96,29

22/08/14 72,3

25/08/14 3,21 - 89,84

26/08/14 5,25 - 90,00

27/08/14 7,21 - 90,38

03/10/14 40,4

06/10/14 6,77 - 83,24

07/10/14 4,02 - 90,04

08/10/14 3,00 - 92,57

Fonte: autora

Gráfico 04 - Variação da turbidez na entrada e saída do Wetland Construído (em UNT),

percentual de remoção.

Fonte: autora

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A redução da turbidez no efluente após a passagem pelo polimento no Wetland

Construído teve uma variação de 83,24% no dia 06/10/2014 a 96,65% em 09/04/2014, com

uma média de 92,32% de redução da mesma ao longo das análises.

A eficiência do sistema deve-se principalmente a processos físicos que retêm as

partículas presentes no efluente, criando um efeito filtrante pelas raízes das macrófitas

emergentes plantadas no Wetland, resultando na clarificação do efluente. A visualização da

Figura 28 demonstra a diferença na coloração da água coletada na lagoa e posterior ao

tratamento no Wetland, comprovando de fato sua eficiência.

Figura 28- Amostras coletadas nos dias 04/07/08 e 09 de abril de 2014

Fonte:autora

5.5 Eletrocondutividade – EC

A eletrocondutividade ou condutividade elétrica é a capacidade de uma solução

conduzir corrente elétrica, é resultado da presença de íons. Este parâmetro tem relação direta

com a salinidade. Quanto maior for à condutividade elétrica, maior será presença de íons e,

portanto de sais dissolvidos (KACZALA, 2005).

Segundo Costa et al., (2003) que analisou o esgoto após a passagem por um alagado

construído com taboa, constatou um aumento de 90,1%, na eletrocondutividade. Leopoldo et

al., (2000) observaram também um aumento destes valores após a passagem pelo sistema.

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Na Tabela 09 e Gráfico 05 apresentam-se os valores encontrados para a

eletrocondutividade no protótipo de Wetland Construído em estudo.

Tabela 09 – Eletrocondutividade no Wetland Construído (µs)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção (%)

04/04/14 989

07/04/14 777 - 21,43

08/04/14 776 - 21,53

09/04/14 930 - 5,93

06/06/14 1244

09/06/14 1236 - 0,64

10/06/14 1059 - 14,87

11/06/14 805 - 35,28

22/08/14 1208

25/08/14 818 - 32,28

26/08/14 706 - 41,55

27/08/14 886 - 26,65

03/10/14 1279

06/10/14 805 - 37,06

07/10/14 745 - 41,75

08/10/14 1108 - 13,36

Fonte: autora

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Gráfico 05 - Variação da eletrocondutividade na entrada e saída do Wetland Construído (em

µs), percentual de remoção.

Fonte: autora

Nas amostras analisadas verificou-se redução neste parâmetro após o efluente passar

pelo polimento. Esta redução variou desde 0,64% na amostra coletada no dia 09/06/2014 a

41,75% no dia 07/10/2014. Em média foi registrada uma redução de 24,36% neste parâmetro.

Ao contrário das citações realizadas pelos autores, o resultado encontrado neste estudo indica

uma remoção da eletrocondutividade, fato este que indica uma redução nos sais presentes no

efluente, devido à ação das plantas através das raízes, que utilizam os minerais como

nutrientes para seu desenvolvimento.

5.6 Carbono

A determinação do carbono é um importante parâmetro para indicar a presença de

matéria orgânica no efluente a ser analisado. Quanto maior for o resultado encontrado para

carbono orgânico total (COT), maior a quantidade de matéria orgânica presente no efluente

analisado. O COT é um parâmetro utilizado principalmente em águas limpas e efluentes para

reuso (RIBEIRO et al, 2013).

Estudos vêm sendo realizados em alagados e consequentemente resultados são obtidos

gerando uma linha de resultados esperados para os próximos em projetos e estudos em

andamento. Dentro dos quais vem se destacando a remoção de COT em tratamento

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principalmente de esgoto e efluentes (SOLANO et al., 2004; KASEVA, 2004; HENCH et al.,

2003; NERALLA et al., 2000).

Os resultados obtidos, referentes a COT obtidos no protótipo podem ser visualizados

na Tabela 10 e Gráfico 06.

Tabela 10 - Carbono presente no Wetland Construído (mg/L).

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Aumento ou

Remoção (%)

04/04/14 12,49

07/04/14 9,52 - 23,78

08/04/14 11,16 - 10,64

09/04/14 9,48 - 24,09

06/06/14 54,19

09/06/14 44,93 - 17,08

10/06/14 8,98 - 83,42

11/06/14 50,28 - 7,21

22/08/14 29,05

25/08/14 2,02 - 93,05

26/08/14 4,70 - 83,82

27/08/14 0,65 - 97,76

03/10/14 42,42

06/10/14 45,90 + 8,20

07/10/14 40,20 - 5,23

08/10/14 45,20 + 6,55

Fonte: autora

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Gráfico 06 - Variação do percentual de carbono entrada e saída do Wetland Construído (em

mg/L), percentual de remoção.

Fonte: autora.

O percentual de redução de carbono variou de um incremento de 8,20% em

06/10/2014 até uma redução 97,76% no dia 27/08/2014, tendo como redução média no teor de

carbono 35,94%.

A concentração de COT diminuiu em todas as amostras realizadas, no período

indicando que ocorreu uma diminuição na carga de poluentes presentes no efluente após a

passagem pelo sistema de polimento Wetland Construído.

5.7 Nitrogênio

No estudo em específico foi analisado o teor de nitrogênio total Kjeldahl, ou seja o

nitrogênio de forma orgânica e amoniacal.

Conforme Masi et al., (2007), se obteve bons resultados na remoção de nitrogênio em

estudos realizados com efluente bruto, em sistema de Wetland vertical e Wetland horizontal,

com taxas de remoção de 77% a 99% e 85%. Já em experimentos realizados por

Farahbakhshazad et al., (2000), com a utilização de Wetland de fluxo vertical, também no

tratamento de esgotos, a remoção de nitrogênio foi de 85%. Também, verificou-se uma

remoção em torno de 80% para alagados construídos com taboa (PLATZER et al 2007;

KAICK et al., 2008; ALMEIDA et al., 2007).

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A apresentação dos resultados encontrados para NTK estão descritos na Tabela 11 e

Gráfico 07.

Tabela 11 – Concentração de nitrogênio (NTK) no Wetland Construído (mg/L)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção (%)

04/04/14 35,70

07/04/14 3,13 - 91,23

08/04/14 1,65 - 95,37

09/04/14 3,07 - 91,39

06/06/14 46,89

09/06/14 4,57 - 90,24

10/06/14 8,99 - 80,81

11/06/14 8,84 - 81,13

22/08/14 72,17

25/08/14 4,73 - 93,44

26/08/14 3,24 - 95,49

27/08/14 9,59 - 86,70

03/10/14 60,7

06/10/14 60,5 - 22,63

07/10/14 48,5 - 37,98

08/10/14 76,4 - 2,30

Fonte: autora

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Gráfico 07 - Variação do nitrogênio total entrada e saída do Wetland Construído (em mg/L),

percentual de remoção.

Fonte: autora

Neste estudo a remoção de nitrogênio no Wetland Construído mostrou-se satisfatória.

Os percentuais de remoção variaram de 2,30% na coleta da amostra de 08/10/2014 até

95,49% na amostra do dia 26/08/2014. Em média o percentual de remoção de nitrogênio foi

de 72,30%.

5.8 Sólidos Totais, Fixos e Voláteis

A remoção dos sólidos totais ocorre devido à sedimentação, filtração que ocorre pelas

raízes das plantas (macrófitas), assimilação pelas mesmas, adsorção do solo, precipitação e

co-pressipitação com compostos insolúveis e oxidação realizada pelos microorganismos

(WATSON et al., 1989; CUNHA, 2006). Os resultados obtidos no protótipo quanto à

remoção de sólidos totais estão descrito na Tabela 12 e Gráfico 08 abaixo.

Sistemas de tratamento utilizando Wetlands Construídos vêm demonstrando relativa

eficiência na remoção de sólidos totais e voláteis. A remoção de sólidos fixos vem ocorrendo

com alguma frequência, porém cabe salientar que há casos em que vem sofrendo incremento

neste quesito específico (PRIDE et al., 1990; GREEN & UPTON, 1994; KADLEC et al.,

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1997; GSCHLÖBL et al., 1998; NERALLA et al., 2000; CAMPOS et al., 2002; AL-OMARI

& FAYYAD, 2003; HENCH et al., 2003; MANNARINO, 2003; SOLANO et al., 2004).

Tabela 12 – Sólidos totais no Wetland Construído (%)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção (%)

04/04/14 0,072

07/04/14 0,061 - 15,27

08/04/14 0,055 - 23,61

09/04/14 0,062 - 13,88

06/06/14 0,069

09/06/14 0,056 - 18,84

10/06/14 0,042 - 39,13

11/06/14 0,037 - 46,37

22/08/14 0,054

25/08/14 0,030 - 44,44

26/08/14 0,028 - 48,14

27/08/14 0,039 - 27,77

03/10/14 0,051

06/10/14 0,049 - 3,92

07/10/14 0,050 - 1,96

08/10/14 0,050 - 1,96

Fonte: autora

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Gráfico 08 - Variação de sólidos fixos entrada e saída do Wetland Construído (em %),

percentual de remoção.

Fonte: autora.

Os sólidos totais apresentaram redução em todas as amostras coletadas, que variam

desde 1,96% em 07/08/2014 até 48,14% em 26/08/2014, sendo que a média de redução igual

a 23,77%.

Ao analisar um sistema de tratamento de esgoto utilizando zona de raízes com capim

angola e conta de lágrima, lírio do brejo e taboa, Almeida (2005) obteve uma redução de

32,1% de sólidos voláteis. Para sólidos voláteis, obteve-se os resultados constantes na Tabela

13 e Gráfico 09.

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Tabela 13 - Sólidos voláteis no Wetland Construído (%)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção ou

Aumento (%)

04/04/14 53,816

07/04/14 47,782 - 11,21

08/04/14 56,928 + 1,85

09/04/14 29,041 -46,04

06/06/14 59,891

09/06/14 50,287 - 16,03

10/06/14 47,549 - 20,61

11/06/14 53,871 - 8,59

22/08/14 58,933

25/08/14 73,191 + 24,19

26/08/14 57,942 - 1,68

27/08/14 48,077 - 18,42

03/10/14 25,626

06/10/14 3,113 - 87,85

07/10/14 22,710 - 11,38

08/10/14 3,129 - 87,79

Fonte: autora

Gráfico 09 – Variação de sólidos voláteis entrada e saída do Wetland Construído (em %),

percentual de remoção.

Fonte: autora

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A redução dos sólidos voláteis, que são compostos por partículas de matéria orgânica

degradável que sofre decomposição durante o tratamento, também é confirmada pelos

resultados. Durante o estudo observou-se esse comportamento exceto nas coletas realizadas

em 08/04/2014 e 25/08/2014, quando o percentual de sólidos voláteis aumentou após o

tratamento de polimento no Wetland construído.

Nas demais coletas realizadas houve redução de teor de sólidos voláteis, com variação

de um incremento de 24,19% em 25/08/2014 até 87,85% em 06/10/2014, com uma média de

redução geral de 23,30%.

O percentual de redução dos sólidos fixos apresentados na Tabela 14 e Gráfico 10,

também foi encontrado na maior parte das coletas analisadas, porém, os dados obtidos

apresentaram algumas coletas com elevação no percentual de sólidos fixos, caso este também

ocorrido em amostragens de sólidos voláteis.

Em estudo realizado por Almeida (2005) por sistema de tratamento com zona de raízes

observou-se um incremento de 14,9% de sólidos fixos utilizando a taboa.

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Tabela 14 - Sólidos fixos no Wetland Construído (%)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Percentual de

Remoção ou

Aumento (%)

04/04/14 46,187

07/04/14 52,218 + 13,05

08/04/14 43,071 - 6,75

09/04/14 70,958 + 53,63

06/06/14 42,560

09/06/14 41,025 - 3,61

10/06/14 30,589 - 28,13

11/06/14 44,609 + 4,81

22/08/14 41,066

25/08/14 26,808 - 34,71

26/08/14 16,057 - 60,89

27/08/14 51,922 + 26,43

03/10/14 74,374

06/10/14 96,887 + 30,26

07/10/14 77,289 + 3,91

08/10/14 96,870 + 30,24

Fonte: autora

Gráfico 10 - Variação de sólidos fixos entrada e saída do Wetland Construído (em %),

percentual de remoção.

Fonte: autora

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No caso do estudo realizado os valores encontrados nas amostragens variam de um

incremento de 53,63% em 09/04/2014 até uma redução de 60,89% em 26/08/2014,

apresentando uma média de redução de 2,38%, ressaltando o que outros estudos também vêm

encontrando.

5.9 Temperaturas

A temperatura é um parâmetro importante a ser analisado, já que se encontra

diretamente relacionado com o metabolismo dos microrganismos. Quanto maior a

temperatura maior também a taxa metabólica, acelerando o processo de biodegradação da

matéria orgânica, a assimilação de nutrientes e o consumo do oxigênio dissolvido do corpo

aquático. A temperatura influencia diretamente a solubilidade do oxigênio na água, a qual

aumenta com a diminuição da temperatura. Portanto, as águas frias retêm mais oxigênio que

as águas mais quentes (APHA, 2005).

Tabela 15 - Temperaturas medidas na entrada e saída do Wetland Construído e ambiente (ºC)

Data da coleta Efluente entrada

Wetland

Efluente saída

Wetland

Ambiente

04/04/14 27,5 29,0

07/04/14 23,3 24,6

08/04/14 21,9 23,1

09/04/14 20,3 22,0

06/06/14 22,1 19,6

09/06/14 20,3 19,0

10/06/14 19,2 19,7

11/06/14 18,8 19,3

22/08/14 28,8 30,2

25/08/14 23,0 15,7

26/08/14 15,7 13,8

27/08/14 13,4 14,5

03/10/14 25,1 24,5

06/10/14 20,6 19,8

07/10/14 19,6 22,0

08/10/14 20,9 21,5

Fonte: autora

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Gráfico 11 - Variação da temperatura entrada e saída do Wetland Construído e ambiente (em º

C).

Fonte: autora.

As temperaturas mantiveram-se próximas por aproximadamente todo o período do

estudo. No dia 25/08/2014 a temperatura ambiente teve uma queda brusca, fato esse que

esclarece o dado do efluente estar com temperatura maior que a temperatura ambiente. Este

fator teve interferência direta nas análises do dia seguinte também, 26/08/2014. Já no dia

27/08/2014 verifica-se que as temperaturas voltam a permanecerem mais próximas.

O comportamento da temperatura de entrada e saída do sistema de Wetland Construído

é dependente de alguns fatores. O afluente ao sistema é oriundo de lagoa facultativa e

posteriormente destinou-se para o protótipo, permanecendo no mesmo por três dias. É

esperado para o efluente do Wetland Construído, já que o sistema é aberto à atmosfera e

exposto às mudanças climáticas que ocorrem no ambiente. O resfriamento durante o período

noturno faz com que a temperatura seja mais baixa na saída.

A avaliação final comprova que o Wetland Construído realiza a equalização da

temperatura do efluente com o ambiente antes do lançamento, conforme dados demonstrados

na Tabela 16. Cabe ressaltar que todas as amostragens atingem a exigência legal de

lançamento de efluentes, que é de temperatura inferior a 40ºC.

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5.10 Discussões Finais

A DBO é o quanto os microorganismos daquele corpo dágua consomem de OD em um

período de tempo. Quanto mais oxigênio dissolvido, maior a possibilidade desses

microorganismos se desenvolverem e consequentemente maior a DBO. Existem outros fatores

que controlam a proliferação dos microorganismos, mas o OD e DBO são os principais neste

quesito.

A DBO5 apresentou valores de entradas mais elevados no sistema nos meses de abril e

agosto e obteve seu maior percentual de remoção no mês de agosto, seguido pelas

amostragens realizadas em outubro. Esse resultado pode ser correlacionado ao pico de alta

temperatura ambiente ao qual o sistema estava submetido, principalmente no mês de agosto e

consequentemente a diminuição da carga de DBO5 na entrada do sistema. Cabe ressaltar que

com o aumento da temperatura os microorganismos tem uma aceleração da taxa metabólica e

com isso ocorre uma maior degradação da carga orgânica e assimilação de nutrientes.

Quando a DBO5 aumenta, os níveis de OD tendem a diminuir com o tempo e o corpo

hídrico aumenta as condições para a proliferação de organismos anaeróbios, que pode gerar

mortandade em recursos hídricos. Ressaltando ainda que a temperatura interfere diretamente

na quantidade de OD presente nos recursos hídrico, quanto mais fria a água, maior a presença

de OD disponível. Se os resultados mostrarem uma DBO elevada, significa que será preciso

grandes taxas de OD para oxidar a matéria orgânica e não restará oxigênio suficiente para a

respiração dos peixes.

Se tratando de carbono, utilizado como energia para o crescimento dos

microorganismos, a maior redução também ocorreu em agosto, idem a amostra de DBO5.

Ambas estão ligadas entre si e referem-se à presença de matéria orgânica no efluente em

questão, verificando–se a redução de nas mesmas amostragens e consequentemente um

aumento de OD disponível neste período, demonstrando a ligação entre os diferentes

parâmetros analisados no sistema.

A redução de nitrogênio não poderia ser diferente, havendo também no período das

amostragens de agosto uma redução bem considerável neste padrão, fato este podendo ser

explicado pela relação carbono/ nitrogênio, onde o nitrogênio sintetiza as proteínas, sendo que

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a relação C/N vai decrescendo a medida que os microorganismos consomem C e liberam CO2

(AQUINO et al., 2005).

O pH, pouco se alterou durante todo o período de estudo, mantendo-se entre 6,40 a

7,59, faixa esta de acordo com o considerado ideal para a proliferação dos microorganismos

dentro do sistema implantado. A pouca variação neste padrão indica que independentemente

do período do ano e da temperatura a que foi submetido o Wetland Construído, houve pouca

alteração entre a entrada e saída do efluente nesta análise específica.

As amostragens para análise de remoção da turbidez mostraram um grande percentual

de remoção em todos os períodos analisados e também com as mais variadas temperaturas a

qual o sistema foi submetido. A maior remoção foi constatada em abril, quando as

temperaturas se mostravam mais elevadas em relação às demais datas das amostras realizadas,

porém como já dito anteriormente se obteve resultados gerais muito bons em relação a

remoção. A menor taxa de redução ocorreu no período de agosto onde a entrada do efluente

no sistema já possuía uma turbidez mais elevada, porém durante a realização destas

amostragens houve uma forte precipitação pluviométrica, o que pode influenciar no arraste de

areia para a saída do sistema, justificando este resultado.

Para as amostragens de sólidos totais que dependem tanto da carga orgânica (neste

caso específico) sobrenadante, quanto da matéria orgânica total no efluente a ser tratado se

encontrou resultados idênticos aos encontrados para a DBO5, com maior percentual de

remoção em agosto. Este fato pode ter tido interferência da forte precipitação pluviométrica

que houve em agosto gerando uma diluição do efluente.

Como citado anteriormente a turbidez teve um percentual de redução maior em abril,

porém o percentual de redução de agosto também foi muito bom. As amostragens de sólidos

apresentaram um resultado muito bom para redução de agosto, onde também, mesmo que um

pouco menor a redução de turbidez também foi considerável, existindo então a ligação entre

os dados de remoção ao longo da operação do sistema. A presença de sólidos fixos e voláteis

sofreu algumas alterações, ao longo das análises, devido aos diversos fatores envolvidos no

sistema e os resultados seguem a linha dos descritos pelos autores estudados.

Para eletrocondutividade, que coforme Kaczala (2006), se caracteriza pela presença de

sais dissolvidos no efluente se encontrou uma redução maior também no mês de agosto, isto

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significa que maior quantidade de íons (sais dissolvidos) foi absorvido pelas plantas neste

período, enfatizando que neste período houve um aumento drástico na temperatura e também

uma forte precipitação pluviométrica, que pode interferir direta ou indiretamente neste

resultado gerando uma dissolução do efluente.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento de polimento pelo sistema Wetland Construído é uma técnica de fácil

implantação, manutenção e monitoramento, gerando um baixo custo. Ideal para correção de

vários parâmetros para lançamento adequado destes em recurso hídrico.

Os resultados mais significativos, que justificam e aprovam a utilização desta

tecnologia para o polimento dos efluentes na indústria estão relacionados aos parâmetros de

redução DBO5, Nitrogênio, Carbono, Turbidez e Sólidos. Esses resultados interferem

diretamente para uma contribuição da preservação da vida aquática, melhorando o padrão de

lançamento dos efluentes em corpos hídricos e consequentemente melhorando a qualidade da

água deste recurso.

A redução da turbidez no efluente após a passagem pelo polimento no Wetland

Construído teve uma variação de 83,24% no dia 06/10/2014 a 96,65% em 09/04/2014. A

redução média da turbidez atingiu 92,32%, sendo que esta análise teve o melhor resultado no

teor de redução encontrado após a passagem pelo sistema.

A redução dos percentuais de nitrogênio também foi muito significativa, onde os

percentuais de remoção variaram de 80,81% na coleta da amostra de 10/06/2014 até 95,49%

na amostra do dia 26/08/2014. O nitrogênio quando encontrado em excesso no meio gera a

eutrofização, processo que é responsável pelo crescimento descontrolado de algas e

consequentemente gera a redução do oxigênio disponível no meio. Essa falta de oxigênio no

meio aquático gera mortandade de seres aquáticos, sendo os mais visíveis os peixes. Em

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média o percentual de remoção de nitrogênio foi de 89,30%. O percentual de redução de

carbono ocorreu em todas as amostras, variando de 7,21% em 11/06/2014 até 97,76% no dia

27/08/2014, tendo como redução média no teor de carbono 48,77%.

Já a DBO5 redução com uma variação desde 57,5% na amostra coletada 08/04/2014

até 95% nas amostras dos dias 25 e 26/08/2014. O percentual médio de redução de DBO5 foi

de 83,62%. Este alto percentual de redução na DBO5 destaca a retenção de matéria orgânica

no sistema adotado. Em média, os teores de OD na saída do Wetland encontraram-se 33,31%

mais elevados que na entrada do sistema. Variação que vai desde 2,81% na amostra do dia

09/04/2014 até 75% no dia 25/08/2014. A coleta do dia 06/06/2014, estaria inadequada ao

lançamento se não tratada na Wetland Construído em estudo.

Se tratando de eletrocondutividade a redução variou desde 0,64% na amostra coletada

no dia 09/06/2014 a 41,75% no dia 07/10/2014. Em média foi registrada uma redução de

24,36% neste parâmetro. Esse resultado significa que ocorreu a redução de sais presentes no

efluente, ficando os mesmos retidos no sistema Wetland Construído, através de captação pelo

sistema radicular das plantas.

Conforme os dados anteriormente citados constata-se que o crescimento das plantas

foi adequado e verificou-se que mesmo após a poda, as plantas desenvolveram folhas

rapidamente, consequência de sistemas radiculares bem fixados e ativos no sistema de

implantação. O sistema foi testado durante diversas épocas do ano, verificando que de modo

geral a temperatura não interferiu no funcionamento do Wetland Construído, o qual se

mostrou eficiente mesmo no mês de junho, quando as temperaturas estiveram mais baixas.

Se tratando de um sistema com comprovada eficiência, barato, simples, de fácil

instalação e manutenção espera-se que seja adotado em um número maior de indústrias para

correção e adequação de efluentes lançados. Cabe ressaltar que para sua implantação um dos

únicos inoportunos é a necessidade de uma grande área de implantação, isto claro, refere-se

diretamente ao volume de efluente gerado e o tempo de detenção a ser adotado.

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6.1 Sugestões para próximos trabalhos

Para os próximos trabalhos de estudo a serem realizados neste ramo indica-se a

construção de um protótipo na empresa, para que o efluente possa ser diretamente direcionado

para o sistema e analisado diariamente o efluente da saída da lagoa e da saída do Wetland

Construído.

Para um interpretação mais correta e segura dos dados as análises deveriam ser

realizadas diariamente no efluente de entrada e saída do Wetland Construído, podendo assim

serem gerados valores de entrada e saída com maior confiabilidade.

Outro fator de importância a ser analisado é o índice pluviométrico, já que o mesmo

gera uma dissolução do efluente o que pode gerar resultados diferentes na concentração de

poluentes na entrada e provavelmente saída do Wetland Construído.

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