AVALIAÇÃO DO PROCESSO DA ESTIVA NAVEGAÇÃO...

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DA ESTIVA NAVEGAÇÃO ALIANÇA RIO GRANDE Julho de 2014

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DA ESTIVA

NAVEGAÇÃO ALIANÇA

RIO GRANDE

Julho de 2014

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

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1. OBJETIVO

Apresentar avaliação das condições de saúde e segurança do Processo de Estiva

da Unidade Operacional da Navegação Aliança localizada no distrito industrial da

cidade de Rio Grande/RS, Teminal da Tergrasa.

2. DADOS DA AVALIAÇÃO

Consultores da SAFE: Luis Paulo Sarate

Leandro Gomes

Acompanhante: Rodrigo Umpierre - Técnico de Segurança

Data da Avaliação: 10/07/2014

Local da Avaliação: Terminal da Tergrasa em Rio Grande/RS.

2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE ESTIVA

O processo de estiva compreende as atividades relacionadas ao carregamento e

descarregamento de granéis sólidos nas embarcações da Navegação Aliança,

sendo a operação do guindaste executada exclusivamente pelo

cliente/proprietário do terminal.

Basicamente, o processo de estiva compreende as seguintes atividades:

Abrir e fechar tampas dos porões

Carregar e descarregar as embarcações

Operar a mini-carregadeira

Limpar as embarcações (porões e conveses)

As atividades são executas nas embarcações da empresa atracadas no terminal

da Tergrasa.

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2.1. ABERTURA E FECHAMENTO DE TAMPAS

Acompanhamos in loco o processo de abertura e fechamento de tampas dos

porões pelos estivadores na embarcação Trevo Oeste.

As condições climáticas eram favoráveis: tempo seco, temperatura amena em

torno de 14°C, iluminação natural (atividade durante o dia), vento fraco.

A atividade de fechamento e abertura foi realizada por quatro estivadores, sendo

dois na parte superior puxando as tampas por cordas, e dois estivadores em sob

a tampa empurrando e cuidando para não desalinhar os rodízios das tampas com

os trilhos.

Na primeira tentativa de fechamento da tampa, houve o desalinhamento,

trancando a tampa. Foi necessário imprimir mais força para destravá-la e

conseguir deslizá-la sobre os trilhos. Uma vez iniciado o processo, a tampa desliza

por inércia. Havendo necessidade de deslocamentos por distâncias maiores, os

estivadores puxam até o ponto desejado.

Um fator agravante é a falta de dispositivo de frenagem ou bloqueio das tampas.

Como a embarcação pode ficar inclinada durante o processo de carregamento e

descarregamento, as tampas podem deslizar podendo atingir os trabalhadores

causando acidentes. Devido a essa falta de dispositivo de frenagem, o método

utilizado pelos estivadores é a amarração com cordas das tampas à borda do

porão.

Como o processo exige força e ocorre de forma rápida com o deslizamento das

tampas, não há contato visual entre os trabalhadores (dois estivadores ficam sob

a tampa), o ruído ambiental dificulta a comunicação e a atividade ocorre várias

vezes por turno de trabalho (frequência elevada), podendo ser inclusive à noite,

consideramos que o risco de acidentes com essa atividade deve ser devidamente

mapeado e controlado por ser elevado. Quanto à severidade dos danos, para os

estivadores que trabalham puxando as tampas, o risco é baixo, pois puxam as

tampas pelas cordas. Quanto aos estivadores que ficam sob as tampas o risco é

maior, porque podem ser atingidos na cabeça pelo movimento brusco da tampa.

Há ainda o risco de esmagamento de membros superiores no movimento dos

rodízios sobre os trilhos para trabalhadores do entorno.

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Verificamos se houver somente os quatro trabalhadores envolvidos na abertura

e fechamento das tampas, sem colocar mãos sobre rodízios e trilhos durante o

processo, o risco cai sensivelmente. Fica apenas a atenção para a abertura das

tampas quanto aos trabalhadores que estarão sob as mesmas, devido o risco de

lesão na cabeça.

Identificamos a Ordem de Serviço para a função do estivador, onde aponta

diversos riscos presentes na atividade:

Queda na água

Monóxido de carbono

Exposição aos raios solares

Queda de altura

Atropelamento no porão

Ruído

Poeira respirável

Entretanto, a Ordem de Serviço da função de estivador não faz referência ao risco

de esmagamento de membros superiores, nem lesão na cabeça pelo movimento

das tampas e rodízios de aço. De acordo com o histórico de acidentes da

Navegação Aliança, há ocorrências de acidentes envolvendo as tampas dos

porões.

Outro risco presente durante a atividade de estiva são os agentes biológicos por

conta dos animais presentes no terminal: pombos, ratos e seus dejetos, além de

animais mortos.

Não ficou evidenciada a padronização do método adequado para a execução da

atividade de abertura e fechamento de tampas. A falta de padronização aumenta

o risco de acidentes, pois os trabalhadores podem executar a atividade de

diferentes maneiras, podendo ser definida a seu critério, deixando inclusive de

respeitar as medidas de controle definidas pelo empregador.

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2.2. IÇAMENTO DA MINI-CARREGADEIRA

Dentre as atividades da estiva, incluem-se o esvaziamento do porão com a

utilização da mini-carregadeira. Para tanto, é necessário colocar a máquina

dentro do porão, içando-a com o guindaste e cintas.

Há um procedimento simplificado de como trabalhar e movimentar a mini-

carregadeira para dentro do porão na integração, entretanto, não identificamos

procedimento formal, nem na Ordem de Serviço da função do estivador os

pontos necessários a serem verificados antes e durante a execução da atividade.

Do ponto de vista da segurança, há alguns controles necessários para que a

atividade seja realizada com segurança:

Inspecionar antes de cada utilização as cintas e manilhas. Sempre antes da

movimentação as cintas e manilhas devem ser avaliadas quanto a sua

capacidade de carga e integridade desses equipamentos de elevação de

carga. Não pode haver rasgos, rachaduras, queimaduras, descosturado,

desfiados, emendas, nós, etc.;

Registrar periodicamente a inspeção realizada nos equipamentos de

içamento para evidenciar e garantir o histórico da correta utilização do

equipamento;

Orientar formalmente, através de Ordem de Serviço, procedimento

escrito, além da integração, a proibição dos trabalhadores permanecerem

ou passarem sob carga suspensa, sob risco de acidentes fatais ou

incapacitantes permanentemente;

Realizar a fiscalização dos trabalhadores através de inspeções periódicas,

devidamente registradas, das atividades operacionais da estiva;

A falta de padronização das atividades podem gerar dúvidas na maneira

correta de executar a atividade pelos estivadores, aumentando a

possibilidade de ocorrência de acidentes. Se não houver um padrão da

atividade, a empresa estará vulnerável, visto que caberá ao trabalhador

decidir qual a maneira de executar determinada atividade.

Ao final do descarregamento, o equipamento é retirado pelo guindaste do porão.

Todos os cuidados com a segurança do processo na colocação devem ser

repetidos na retirada.

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2.3. OPERAR A MINI-CARREGADEIRA

Dentro do porão da embarcação, para cada carga, há um estivador que opera a

mini-carregadeira, de forma a acomodar a carga em um dos cantos (rechego) do

porão para que o guindaste consiga coletar o granel sólido em questão.

Todos os estivadores foram treinados pela empresa e estão capacitados a operar

a mini-carregadeira.

Não identificamos um procedimento operacional que defina as diretrizes de

segurança para a atividade de operação da mini-carregadeira. As informações são

passadas aos trabalhadores na integração, e recentemente no treinamento dos

envolvidos.

Os riscos envolvidos nessa operação são importantes uma vez que há pessoas no

entorno e que podem ser atropeladas caso se aproximem da máquina e fiquem

no ponto cego do operador.

2.4. LIMPAR A EMBARCAÇÃO COM VASSOURA E PÁ

À medida que vai acabando o descarregamento, os estivadores realizam a

limpeza e a acomodação da carga em um dos cantos do porão em conjunto com

a mini-carregadeira, de forma a facilitar a retirada pelo guindaste.

Além de varrerem o piso, os estivadores têm de limpar as travessas do porão, as

bordas superiores, os trilhos das tampas e o convés.

A orientação em integração é de não acessar o porão até que apareçam as

travessas, bem como nunca posicionar-se muito próximo à mini-carregadeira

devido ao risco de atropelamento.

Dependendo do tipo de granel sólido envolvido na atividade, há risco de

formação de poeiras, bem como queda de mesmo nível (escorregar). Devido a

mini-carregadeira ser à diesel há a exposição a gases de monóxido de carbono

(CO) e dióxido de carbono (CO2).

Para acessar os porões os estivadores utilizam a escada tipo marinheiro do

agulheiro, o qual expõe os trabalhadores a risco de queda de altura.

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Não foi identificado procedimento formal para as atividades de limpar porão da

embarcação, nem a definição clara de quando utilizar cada EPI. Na Ordem de

Serviço menciona que alguns EPIs são eventuais, mas há margem para

interpretação distinta da adequada pelo trabalhador.

A empresa não possui avaliação dos agentes químicos poeiras respiráveis para

todos os granéis sólidos, nem para agente químico CO e CO2, necessários para

definir o uso obrigatório da proteção respiratória para cada situação.

3. INSPEÇÃO NA ESTIVA

Verificou-se durante a avaliação in loco das atividades da estiva alguns desvios

que devem ser destacados:

Piso extremamente escorregadio devido a sobra de granéis sólidos (soja)

que caem durante o processo de descarregamento com o guindaste;

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Dejetos de animais na plataforma em grande quantidade, tampas dos

porões, convés da embarcação;

Animais mortos no terminal – ratos e pombos;

Poeiras suspensas no terminal em função da operação de carregamento;

Odor desagradável em função dos dejetos de animais;

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Acesso à embarcação – a diferença de altura da embarcação

carregada/descarregada dificulta a instalação da plataforma;

Falta de uso de alguns EPIs: óculos de segurança, protetor auricular tipo

concha, cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte duplo,

respirador semi-facial;

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A falta de padronização e definição de métodos para as atividades da

estiva;

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A falta de dispositivo que trave ou bloqueie as tampas dos porões evitando

a movimentação indesejada. O bloqueio se dá por amarração da tampa à

borda/trilho do porão;

Verificamos improvisação nos extensores das vassouras

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Balaustrada frouxa

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4. RISCOS IDENTIFICADOS

O processo de estiva apresenta uma série de riscos importantes e que devem ser

controlados pela empresa:

Esmagamento – a atividade de abertura e fechamento de tampas dos

porões expõe os trabalhadores a risco de esmagamento pelos rodízios das

tampas e pelas próprias tampas dos membros superiores, em especial

dedos e mãos. Em 2013 ocorreram 04 acidentes com tampas envolvendo

tampas com lesão por esmagamento. Em 2014 até julho, ocorreram 03

acidentes com tampa de porão.

Queda de mesmo nível – devido a diversos desníveis no convés, bem como

a sobra de granéis sólidos acumulados devido ao vazamento durante o

processo de descarregamento, que tornam o piso escorregadio. Em 2013

ocorreu 01 acidente de queda de mesmo nível em escada da embarcação.

Em 2014 até maio, ocorreram 02 acidentes de queda de mesmo nível

envolvendo queda em convés das embarcações.

Queda por diferença de nível – os estivadores têm de andar no convés

para poder puxar as tampas dos porões. Quando aberto, há o risco de

queda apesar da balaustrada (em alguns casos apresenta folga nos cabos).

O acesso aos porões através do agulheiro e escada tipo marinheiro, expõe

os trabalhadores ao risco de queda. Durante a atividade de limpeza das

travessas do porão há o risco de queda dos trabalhadores. Em 2014 até

maio, ocorreu um acidente envolvendo diferença de nível, onde um

colaborador luxou o ombro.

Ruído – durante a operação de estiva, os trabalhadores são expostos a

ruído do guindaste bem como da mini-carregadeira. Como o processo é

realizado em grande parte de seu tempo dentro do porão, o ruído é

aumentado.

Afogamento – durante o acesso à embarcação, se não for realizado de

maneira correta, pode haver queda de trabalhadores na água com risco de

afogamento. Durante o deslocamento dos trabalhadores no convés,

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devido aos desníveis e acúmulo de granéis sólidos há o risco de queda na

água. Em 2013 ocorreu 01 acidente fatal por afogamento (embarcado).

Engolfamento – caminhar sobre granéis sólidos há o risco da carga ceder

encobrindo o trabalhador, podendo levar ao óbito por sufocamento.

Poeiras Respiráveis – dependendo do tipo de granel sólido pode haver

formação de poeira prejudicial à saúde dos trabalhadores.

Biológico – devido ao acúmulo de grãos no terminal, convés e no próprio

porão, acabam atraindo vetores de doenças transmissíveis: ratos, pombos,

etc. Além disso, há o acúmulo de dejetos sobre o convés e tampas dos

porões e animais mortos pelo terminal, expondo os trabalhadores a

agentes biológicos. Como exemplo, citamos: psitacose, criptococose,

salmonelose, toxoplasmose.

Gases – durante a atividade de descarregamento, há exposição dos

trabalhadores aos agentes químicos provenientes da combustão da mini-

carregadeira, os gases CO e CO2.

Atropelamento (atingido por) – Durante a atividade de descarregamento

dos porões com a mini-carregadeira há o risco de atingir os estivadores

que estejam próximos da máquina. Os movimentos e manobras da mini-

carregadeira são rápidos e bruscos, a visibilidade é dificultada, o ruído

elevado, iluminação reduzida durante atividades noturnas e o piso

escorregadio pelos granéis sólidos aumentam a probabilidade de

ocorrência de atropelamentos. Em 2013 ocorreu 01 acidente durante a

utilização da mini-carregadeira.

Esmagamento (atingido por) – O processo de descarregamento é

realizado simultaneamente pelos estivadores e pelo guindaste. Caso haja

falta de atenção de qualquer das partes, o guindaste pode atingir os

trabalhadores dentro do porão. Em 2013 ocorreu 01 acidente durante a

movimentação do guindaste, prensando a cabeça do trabalhador.

Incêndio/Explosão – devido à poeira gerada durante o processo de

carregamento e descarregamento dos granéis sólidos e dependendo da

concentração da poeira há o risco de incêndio ou explosão, caso haja

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fagulha, chama, ou alguma fonte de calor. Com base nisso, deve ser

controlado e proibido todo o trabalho a quente sob condição de atmosfera

com poeira em suspensão sem as devidas precauções e emissão de

permissão de trabalho específica.

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5. HISTÓRICO DE ACIDENTES NA ESTIVA

Analisando as informações de acidentes do trabalho e quase acidentes

exclusivamente na atividade de Estiva na Navegação Aliança, constatamos o

seguinte:

Em 2013 foram 08 acidentes do trabalho e 03 quase acidentes – estiva, sendo:

01 mini-carregadeira

04 tampa de porão

01 mesmo nível

01 guindaste

01 empilhamento de materiais

01 mini-carregadeira (quase acidente)

01 tampa de porão (quase acidente)

01 mesmo nível (quase acidente)

Em 2014 foram 06 acidentes do trabalho e 01 quase acidente – estiva, sendo:

01 luxação

03 tampa de porão

02 mesmo nível

01 mesmo nível (quase acidente)

Os acidentes do trabalho e quase acidentes registrados comprovam a

necessidade de um controle mais efetivo, considerando que são

aproximadamente 36 trabalhadores operacionais na estiva, temos:

Em 2013 mais de 30% da força de trabalho operacional da Estiva se

envolveu em acidentes ou quase acidentes.

Em 2014 esse número já é maior que 19% da força de trabalho operacional

da Estiva envolvida com acidentes ou quase acidentes.

Analisando os acidentes e quase acidentes ocorridos, verificamos que as causas

dos acidentes estão diretamente relacionadas aos riscos identificados neste

trabalho, mas sem o controle adequado e necessário.

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6. GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA – ESTIVA

Com base nas informações levantadas, nas observações do local de trabalho e

atividades, entrevistas com colaboradores, documentação apresentada e no

histórico de acidentes ocorridos na estiva no período de 2013 e 2014, apontamos

algumas necessidades de melhorias no processo e gestão de saúde e segurança

do trabalho da estiva:

O documento Ordem de Serviço apresentado não aponta todos os riscos

identificados no local de trabalho;

A integração realizada com os trabalhadores apresenta atividades que

necessitam de maiores detalhamento para controlar os riscos de

acidentes envolvidos na operação. Integração é o primeiro contato do

trabalhador com as diretrizes de saúde e segurança, além das

operacionais, ou seja, é parte integrante da gestão de saúde e segurança,

onde deve informar aos trabalhadores que estão sendo admitidos na

empresa dos riscos e os meios para controlá-los. Devem ser

disponibilizados outros treinamentos específicos para os trabalhadores,

como os realizados para operadores de mini-carregadeira e segurança no

trabalho em altura.

Não há padronização dos métodos adequados para realizar as atividades

da estiva. Como exemplo, citamos a atividade de abertura e fechamento

de tampas dos porões. Deve ser padronizado o método considerado

seguro, para que não haja improvisações e nem sejam burladas etapas

consideradas fundamentais paro o processo.

Não está estabelecido um processo de inspeção de segurança do trabalho

documentado, onde poderiam ser identificados desvios dos padrões

antes da ocorrência dos acidentes, inclusive com a definição de

indicadores para acompanhamento mensal.

Alguns riscos já identificados e conhecidos não estão sendo controlados

devidamente. Como exemplo, citamos a queda de altura, ruído, poeiras e

atropelamento. Alguns acidentes ocorreram nessas situações.

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Devem ser definidos treinamentos periódicos com base na padronização

dos métodos a todos os envolvidos, incluindo a atualização (reciclagens)

com prazos definidos.

Os acidentes ocorridos devem servir de base para melhorias no processo,

buscando evitar sua repetição.

Porto Alegre, 16 de julho de 2014.

____________________________________

Luis Paulo Sarate

Diretor Técnico

Segurança do Trabalho

Cel. +55 51 9586.7833

[email protected]

____________________________________

Leandro Gomes

Diretor Operacional

Segurança do Trabalho

Cel. +55 51 8424.4337

[email protected]