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1 X SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191 _______________________________________________________________________ AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM ARGAMASSAS DE VEDAÇÃO Renato Freua Sahade (1); Luciana Varella Machado(2); Gilberto de Ranieri Cavani (3) (1) ATS Engenharia e Consultoria - [email protected] (2) ATS Engenharia e Consultoria – [email protected] (3) Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) - [email protected] RESUMO Uma das principais manifestações patológicas que atingem as alvenarias de vedação e seus revestimentos argamassados, as fissuras, são responsáveis pela diminuição do desempenho destes subsistemas (conforto, salubridade e durabilidade). Para o acompanhamento do desempenho após o tratamento de fissuras em argamassas de vedação de edifícios na cidade de São Paulo, empregou-se os principais Sistemas de Recuperação de Fissuras (SRF) industrializados disponíveis hoje no mercado nacional e avaliou-se o seu comportamento ao longo do tempo por meio do monitoramento da reincidência destas fissuras. Apenas nos casos onde estavam sujeitas a grandes tensões e os SRF não possuíam qualquer tipo de reforço, houve a reincidência da abertura de fissura. O trabalho concluiu que a escolha de um sistema em relação ao outro, bem como a monitoração prévia das fissuras, aliado a experiência e a capacidade técnica do consultor e da mão de obra são fundamentais para o sucesso da recuperação. Palavras-chave: Fissuras; argamassa de vedação; sistemas de recuperação de fissuras, materiais acrílicos, telas de poliéster.

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Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191 _______________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM

ARGAMASSAS DE VEDAÇÃO

Renato Freua Sahade (1); Luciana Varella Machado(2); Gilberto de Ranieri Cavani (3)

(1) ATS Engenharia e Consultoria - [email protected] (2) ATS Engenharia e Consultoria – [email protected]

(3) Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) - [email protected]

RESUMO

Uma das principais manifestações patológicas que atingem as alvenarias de vedação e

seus revestimentos argamassados, as fissuras, são responsáveis pela diminuição do

desempenho destes subsistemas (conforto, salubridade e durabilidade). Para o

acompanhamento do desempenho após o tratamento de fissuras em argamassas de

vedação de edifícios na cidade de São Paulo, empregou-se os principais Sistemas de

Recuperação de Fissuras (SRF) industrializados disponíveis hoje no mercado nacional e

avaliou-se o seu comportamento ao longo do tempo por meio do monitoramento da

reincidência destas fissuras. Apenas nos casos onde estavam sujeitas a grandes

tensões e os SRF não possuíam qualquer tipo de reforço, houve a reincidência da

abertura de fissura. O trabalho concluiu que a escolha de um sistema em relação ao

outro, bem como a monitoração prévia das fissuras, aliado a experiência e a

capacidade técnica do consultor e da mão de obra são fundamentais para o sucesso da

recuperação.

Palavras-chave: Fissuras; argamassa de vedação; sistemas de recuperação de fissuras,

materiais acrílicos, telas de poliéster.

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EVALUATION OF REPAIRING SYSTEMS FOR CRACKS ON RENDERING

MORTAR

ABSTRACT

One of the main pathologic manifestations that affect the non-loadbearing masonry

and its rendering mortar, the cracks, are responsible for the decreased performance of

these subsystems (comfort, health and durability). For performance monitoring after

treatment of cracks in rendering mortar of buildings in the city of São Paulo, were used

the main repairing systems for cracks industrialized available today in the national

market and evaluated their behavior through time by monitoring the recurrence of

these cracks. Only in cases where they were subjected to great tensions and the

repairing system did not have any type of reinforcement, there was a recurrence of the

crack’s opening. The study concluded that the choice of a repairing system depends on

the previous monitoring of cracks, experience and technical capacity of the consultant

and the workmanship, key factors for successful repair.

Key-words: cracks, rendering mortar, repairing systems for cracks, acrylic materials,

polyester mesh

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1. INTRODUÇÃO

A qualidade das alvenarias de vedação influencia diretamente a salubridade e o

conforto dos locais onde se vive e trabalha. É também fundamental para a

durabilidade dos edifícios, uma vez que têm funções de proteção e impermeabilização

das paredes.

Há muito, o problema de fissuras em alvenarias de vedação e seus revestimentos tem

sido objeto de avaliação e estudo em diversos países. Na Tabela 1.1 resume-se a

importância do estudo da fissuração das edificações quando se observa que as

mesmas foram as responsáveis por quase 50% das anomalias presentes em cerca de

aproximadamente 10.000 edificações avaliadas ao longo de apenas duas décadas.

Destes estudos ainda se destaca o fato de que as fissuras são a segunda manifestação

patológica em importância e até contribuem para acelerar o processo da primeira

(umidade em edificações).

Tabela 1 - Percentual de edificações fissuradas relatadas ao longo de duas décadas

Autor, Ano Amostra

(n.º de edificações) Edificações Fissuradas

%

CSTC, 1979(1) 1.800 216 12

LOGEAIS, 1989(2) 5.832 3.324 57

IOSHIMOTO, 1986(3) 462 116 25

DAL MOLIN, 1988(4) 1.615 780 48

GOMES et al, 1997(5) 66 22 34

GRILO et al., 2000(6) 100 70 70

9.875 4.528 46

Fatores como o refinamento dos cálculos que vêm criando estruturas cada vez mais

esbeltas e mais flexíveis, paredes mais delgadas com menor rigidez, a má qualidade e o

desconhecimento tecnológico dos materiais, a falta de cuidado na produção das

argamassas (preparo do substrato, dosagem dos materiais e aplicação) w a falta de

cura dos revestimentos têm proporcionado o aumento do número de edificações com

problemas de fissuras.

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DUARTE (1988)(7) comenta que “as fissuras estão incorporadas em nossos prédios”.

A correção das fissuras nas edificações passa obrigatoriamente pela compreensão e

determinação das causas que levaram ao seu aparecimento. Uma vez detectada a

causa, deve-se escolher o melhor método de recuperação ou o sistema de

recuperação de fissuras (SRF) mais adequado entre os existentes no mercado.

1.1. Objetivo

O objetivo principal deste trabalho é apresentar os procedimentos especificados por

fabricantes nacionais na recuperação de fissuras por meio de materiais acrílicos com

ou sem telas de reforço de poliéster, verificar a praticidade das aplicações em obra,

bem como, o desempenho desses produtos através de monitoramento ao longo do

tempo: visualmente e por meio de equipamento de medição de variação de abertura

de fissuras.

1.2. Metodologia

Primeiramente, procurou-se classificar as fissuras quanto à forma e à atividade, de

acordo com a NBR 13749 (ABNT, 1996)(8). Em seguida foram separadas as fissuras que

já haviam sido recuperadas em situações anteriores e que vieram a reincidir com o

decorrer do tempo, e que não fossem decorrentes de deformações estruturais ou

recalques de fundação. No programa experimental, foram selecionados 05 sistemas de

recuperação industrializados a base de materiais acrílicos, com e sem telas para

reforço em poliéster, suas metodologias de aplicação e as formas de avaliação das

fissuras recuperadas, que foram acompanhadas por meio de inspeção visual e

monitoração. Por fim são apresentados os resultados dos monitoramentos e as

conclusões sobre o desempenho dos SRF.

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2. MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE FISSURAS

2.1. Classificação das Fissuras

De acordo com a NBR 13749 (ABNT, 1996), as fissuras são classificas em:

• quanto à forma: geométricas ou mapeadas;

• quanto à atividade: ativas ou passivas.

2.2. Origem das Fissuras nas Argamassas de Vedação

As fissuras em argamassas de revestimento irão depender, sobretudo, do seu módulo

de deformação e da sua capacidade para absorver as deformações impostas pelo

substrato. A resistência à fissuração é garantida por argamassas com menor retração e

maior resistência à tração, i.e., a capacidade do revestimento suportar deformações

sem romper.

As tensões são tanto maiores, quanto maior for à ocorrência de esforços cíclicos, que

vão provocando danos progressivos ao revestimento. A ocorrência destes esforços

como molhagem/secagem, gradientes térmicos e deformações na estrutura, geram

microfissuras na argamassa, na base e, no pior caso, na interface entre estas duas

camadas (JOHN, 2003)(9).

As argamassas também estão sujeitas a ações internas a elas, tais como a retração de

secagem e alterações químicas dos materiais utilizados para sua elaboração. Os efeitos

físicos nocivos destas ações são relatados como o aumento na porosidade e

permeabilidade, diminuição na resistência, fissuração e destacamento do

revestimento.

3. SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE FISSURAS

O termo sistema de recuperação de fissuras (SRF) será empregado para designar o

“conjunto de camadas que uma vez aplicadas restituem a vedação vertical às funções

para a qual ela foi construída” (LORDSLEEM JR, 1997). (10).

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A figura 1 ilustra um sistema genérico de recuperação que é dividido em camadas:

camada de regularização, camada de dessolidarização, camada de recuperação e

camada de proteção ou de acabamento.

Figura 1 – Corte esquemático de uma vedação vertical ilustrando as partes de um sistema de recuperação de fissuras (SAHADE, 2005)(11)

CAMADA DE ACABAMENTO

CAMADA DE RECUPERAÇÃO

DESSOLIDARIZAÇÃO

CAMADA DE REGULARIZAÇÃO

BASE

FACE DA VEDAÇÃOREVESTIMENTO DA OUTRA

vedação vertical

sistema derecuperação

4. PROGRAMA EXPERIMENTAL

4.1. Sistemas de recuperação aplicados

Foram selecionados 05 (cinco) sistemas de recuperação industrializados fornecidos ao

mercado nacional. Estes são indicados para recuperação de fissuras em alvenarias de

vedação tanto interna quanto externamente (Tabela 3).

Os sistemas serão identificados como sistemas A, B, C, D e E, e objetivam apenas a

dissimulação ou o ocultamento das fissuras, operando de forma que as fissuras

possam continuar a se movimentar livremente por trás do sistema aplicado.

4.2. Seleção das edificações

As edificações selecionadas foram aquelas que apresentaram as seguintes

manifestações patológicas: fissuras geométricas, ativas, sazonais, e reincidentes. As

edificações selecionadas encontram-se localizadas nas regiões do Centro e Zona Oeste

da cidade de São Paulo.

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Tabela 2 – Sistemas de Recuperação de Fissuras aplicados

SRF Materiais Empregados Representação Esquemática

A

� Tinta 100% Acrílica (5 a 6 demãos)

� Selante Acrílico (2 demãos)

� Fundo Preparador de Paredes

� Abertura em “V” (1x1 cm)

B

� Impermeabilizante Acrílico

� Tela de Poliéster

� Impermeabilizante Acrílico

� Selante Acrílico (2 demãos)

� Fundo Preparador de Paredes

� Abertura em “V” (1x1 cm)

C

� Impermeabilizante Acrílico

(4 demãos)

� Tela de Poliéster com bandagem central

� Primer acrílico

� Massa acrílica (2 demãos)

� Abertura em “V” (1x1 cm)

D

� Massa acrílica

� Tela de Poliéster com bandagem central

� Massa Acrílica

E

� Pasta Acrílica

� Selante Acrílico com fibras de vidro

� Primer

12

cm

1

2 c

m

20

cm

5

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_______________________________________________________________________

4.3. Acompanhamento dos SRF

A avaliação dos sistemas de recuperação implantados baseou

do surgimento de eventuais danos na região do reparo (reaparecimento das fissuras)

e por correlacionar medidas

fissuras reparadas por meio de um sistema de monitoramento.

de aumento com escala de sensibilidade de 0,05 mm e amplitude de 10,00 mm e

instaladas ao longo das fissuras recuperadas

epoxídica, distanciadas entre si de 100,00 mm denominadas

2. As leituras realizadas mensalmente foram realizadas por meio de relógio de precisão

de milésimo de milímetro (figura 3)

Figura 2 – Instalação de base Tensostat de referência ao longo da fissura tratada

Figura

A cada leitura de dados, registrou

fissura, sendo positivo para a abertura da fissura e negativo para o fechamento.

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_______________________________________________________________________Acompanhamento dos SRF

A avaliação dos sistemas de recuperação implantados baseou-se na observação visual

do surgimento de eventuais danos na região do reparo (reaparecimento das fissuras)

e por correlacionar medidas realizadas de variação de abertura e fechamento das

fissuras reparadas por meio de um sistema de monitoramento. Foram utilizadas lentes

de aumento com escala de sensibilidade de 0,05 mm e amplitude de 10,00 mm e

instaladas ao longo das fissuras recuperadas, pastilhas metálicas fixadas com resina

, distanciadas entre si de 100,00 mm denominadas Base Tensostat

. As leituras realizadas mensalmente foram realizadas por meio de relógio de precisão

(figura 3).

Instalação de base Tensostat de referência ao longo da fissura tratada

Figura 3 – Relógio comparador Tensostat

A cada leitura de dados, registrou-se como resultado, a variação de abertura da

sendo positivo para a abertura da fissura e negativo para o fechamento.

8 ARGAMASSAS

_______________________________________________________________________

se na observação visual

do surgimento de eventuais danos na região do reparo (reaparecimento das fissuras),

de abertura e fechamento das

Foram utilizadas lentes

de aumento com escala de sensibilidade de 0,05 mm e amplitude de 10,00 mm e

, pastilhas metálicas fixadas com resina

Base Tensostat (T) – figura

. As leituras realizadas mensalmente foram realizadas por meio de relógio de precisão

Instalação de base Tensostat de referência ao longo da fissura tratada

variação de abertura da

sendo positivo para a abertura da fissura e negativo para o fechamento.

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As bases de medição foram numeradas de T1 a T6, conforme os esquemas da tabela 3

para o edifício do Centro. As bases do edifício da Zona Oeste foram numeradas de T1 a

T6.

Tabela 3 – Locais de instalação das bases T1 a T7 sobre os SRF A a C (Centro)

4.4. Resultados obtidos

4.4.1. Quanto à aplicabilidade (tabela 4)

Base

e

Local

Sistema de

Recuperação

Avaliado

Foto do

Local

Forma da

Fissura

T1 e T2

1º pavto.

Fachada Face

NO

T1 – “B” 01 tela

T2 – “B” 02 telas

T3

1º pavto.

Fachada

Face NO

T3 – “A”

T4 e T5

1º pavto.

Fachada

Face NO

T4 – “C” 01 tela

T5 – “C” 02 telas

T6

2º pavto.

Fachada Face

NO

T6 – “A”

T5

T4

T1

T2

T6

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Tabela 4 – Resultados quanto à aplicabilidade dos materiais de mercado

4.4.2. Quanto à formação de fissuras (figuras 04 a 10)

Figura 4 – Variação térmica ao longo do monitoramento (Centro) – 13° a 32,5°C

Sistema Facilidades Dificuldades

APequena intervenção na fissura:

“melhor disfarce”Quantidade de demãos

Abertura em forma de “V”Controle das demãos

B

Mais conhecidoFacilidade de obtençãoMaior capacidade de deformação à

tração e cisalhamento (em laboratório) (10)

64,5 horas entre aplicações e curas (08 dias)

Execução inadequada (Intelecção do manual técnico)

Abertura em forma de “V”Controle das demãos

C e DPequena quant. de serviços (36h - 24h)Pequena quant. de materiais

Intelecção do manual técnicoRemoção do revestimento

com uso de espátula e talhadeira

EColoração = Facilita a FiscalizaçãoAbertura em forma de “U” disco de

corte

Tempo de cura 96,5h (12 dias)Informações incompletas no

ManualDificuldade de obtençãoRetração da junta formada

após aplicação do acabamento final

10

15

20

25

30

35

07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05

Data

T(ºC)

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Figura 5 – Variações medidas nas bases T1 a T3 (Centro)

Figura 6 - Variações medidas nas bases T4 a T6 (Centro)

Observações para as Bases Tensostat da região Central da cidade de São Paulo:

� Todas as bases foram solicitadas por oscilações de temperatura que atingiu máxima de 32,5 ºC e mínima de 13,0 ºC;

� todas as fissuras avaliadas são ativas e decorrentes da variação de temperatura, como se observa nos gráficos apresentados;

� o reforço utilizado com 01 tela de poliéster e 02 telas, para as bases T1/T2 e T4/T5, como era previsto, não melhoraram a capacidade de resistência do sistema duplo em relação ao sistema simples. Exceto para a data de 29/09/04, onde a base T2 apresentou uma variação de fechamento da fissura da ordem de 165% maior que a base T1, as demais leituras são equivalentes, demonstrando que as deformações resultantes são também equivalentes;

Bases T1 a T3

-400

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05

Data

T1

T2

T3

Bases T4 a T6

-400

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05

Data

T4

T5

T6

Ruptura de T3

Ruptura de T6

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� As fissuras das bases T3 e T6 (SRF “A”) tiveram reincidência de fissuração. Por se tratarem de fissuras de vértice de abertura, deveriam ter sido reforçadas durante a etapa de recuperação a exemplo das bases T4/T5;

� Todas as bases resistiram bem à ação do tempo e às variações medidas no local.

Figura 7 – Variação térmica ao longo do monitoramento (Zona Oeste) – 21° a 33°C

Figura 8 – Variações medidas nas bases T1 e T2 (Zona Oeste)

Figura 9 – Variações medidas nas bases T3 e T4 (Zona Oeste)

Temperatura Ambiente

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05

Data

T (ºC)

Bases T1 e T2

-0,400

-0,300

-0,200

-0,100

0,000

0,100

0,200

26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05

Data

T1

T2

Bases T3 e T4

-0,400

-0,300

-0,200

-0,100

0,000

0,100

0,200

26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05

Data

T3

T4

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Figura 10 – Variações medidas nas bases T5 e T6 (Zona Oeste)

Observações para as Bases Tensostat da região da Zona Oeste da cidade de São Paulo:

� Todas as bases foram solicitadas por oscilações de temperatura que atingiu máxima de 33 ºC e mínima de 21,0 ºC;

� não se observou o surgimento de qualquer anomalia na alvenaria recuperada;

� as variações de abertura e fechamento foram praticamente nulas no período de observação, apesar de haver variação de temperatura de até 12ºC. Esta situação indicaria a escolha de um sistema de tratamento sem necessidade de reforço com telas: sistema “A”, por exemplo;

5. CONCLUSÕES

A importância dada às fissuras como manifestação patológica deve-se ao fato de

reduzirem a durabilidade e a vida útil das edificações por permitirem a infiltração e a

fixação de microorganismos em fachadas, gerarem gastos na sua recuperação, criarem

o desconforto psicológico aos usuários da edificação e fornecerem condições

desfavoráveis no relacionamento construtora x usuário.

No programa experimental, avaliou-se cinco sistemas de recuperação existentes no

mercado nacional quanto às etapas de aplicação, as qualidades e dificuldades

encontradas de cada produto durante a aplicação e o desempenho dos mesmos com

relação à reincidência de fissuras durante um período de observação não menor que

cinco meses.

A escolha de um SRF em relação a outro deve passar obrigatoriamente:

Bases T5 e T6

-0,400

-0,300

-0,200

-0,100

0,000

0,100

0,200

26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05

Data

T5

T6

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� pela monitoração das fissuras anteriormente a etapa de recuperação. Neste caso, seriam selecionadas algumas fissuras típicas (proximidades de lajes de cobertura, cantos de janelas, juntas de amarração alvenaria x estrutura, juntas de dilatação etc.) e o monitoramento seria realizado em um curto período de tempo (diurno e noturno), suficiente para abranger uma razoável variação de temperatura;

� pela orientação de um profissional experiente que avalie corretamente as causas geradoras das fissuras quanto à forma e atividade e frente às condições de exposição; e

� pelas situações de operação, como: disponibilidade financeira, disponibilidade de mão de obra especializada ou necessidade de treinamento da mesma, disponibilidade de materiais e equipamentos etc.

6. AGRADECIMENTOS

A Suvinil, a Mactra e a Quimicryl que forneceram os materiais para elaboração deste trabalho. Aos engenheiros e professores do IPT Roberto Nakaguma, Antonio Figueiredo e Ercio Thomaz.

7. REFERÊNCIAS

1. CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DE LA CONSTRUCTION. Pathologie du batiment: Humidite, Décollement, Fissuration et Corrosion. CSTC, Revue, Bruxelles, n.º 1, 1979, p. 5 – 12.

2. LOGEAIS, L. L’etancheite a l’eau des facades lourdes. Paris, E.G., 1989. (Qualité Construction).

3. IOSHIMOTO, E. Incidência de manifestações patológicas em edificações habitacionais. In: III SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO: “PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES”, 1986, São Paulo. Anais... São Paulo: PINI, EPUSP, ABNT, IPT, EESC. 1986, p. 28 - 42.

4. DAL MOLIN, D.C.C. Fissuras em concreto armado com incidência significativa no estado do RGS: suas causas e medidas de prevenção. In: SEMINÁRIO SOBRE MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS. Anais... Porto Alegre: CPGEC/UFRGS, Set. 1988. p. 155-165.

5. GOMES, M.F.N.; SALES, T.C.K.; BRASILEIRO, C.; UCHÔA, S.B.B. Patologia em fachadas de edifícios com mais de cinco pavimentos na orla de Maceió, AL. In: IV CONGRESSO IBEROAMERICANO DE PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES – VI

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15 X SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS

Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191 _______________________________________________________________________

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6. GRILO, L.M.; CALMON, J.L. Falhas externas em edificações multifamiliares segundo a percepção dos usuários. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO - ENTAC 2000 - Salvador, 2000. Anais... (CD-ROM), UFBA/UEFS/UNEB, 2000.

7. DUARTE, R.B. Correção de fissuras em alvenaria. In: SEMINÁRIO SOBRE MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS. Anais... Porto Alegre: CPGEC/UFRGS, Set. 1988. p. 87-98.

8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Especificação – NBR 13749. Rio de Janeiro, 1996.

9. JOHN, V.M. (a) O papel da cal na longevidade dos revestimentos. Negócios da cal. São Paulo, ano XXVI, n.º 81, p.3-5, Junho 2003.

10. LORDSLEEM Jr., A.C. Sistemas de recuperação de fissuras da alvenaria de vedação: avaliação da capacidade de deformação. São Paulo, 1997. 174p. Dissertação (mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

11. SAHADE, R.F. Avaliação de sistemas de recuperação de fissuras em alvenaria de vedação. São Paulo, 2005. 186p. Dissertação (Mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.