Avaliação de Segurança Em Redes WiMAX Para Uso Em Operações Aéreas Militares

76
Instituto de Ciências Exatas Departamento de Ciência da Computação Curso de Especialização em Gestão da Segurança da Informação e Comunicações ROMULO SILVA DE OLIVEIRA Avaliação de Segurança em Redes WiMAX para uso em Operações Aéreas Militares Segurança Cibernética Brasília 2011

description

Os avanços tecnológicos têm tornado os recursos da área de telecomunicações mais acessíveis, com a possibilidade de ampla utilização ecompartilhamento da informação. Atualmente, a pesquisa de soluções decomunicação de baixo custo para redes metropolitanas é um dos tópicos maisimportantes na área de telecomunicações. Nesse trabalho, definimos “redesmetropolitanas” como sendo a infraestrutura de rede necessária para interconectardiversos pontos entre si. Igualmente, tecnologias como pares de fios telefônicos efibra-ótica estão disponíveis para construção de tais redes. Todavia, sua utilização émuitas vezes indesejável para suprir o acesso às áreas delimitadas para umaOperação Militar. Essa é a motivação para a pesquisa de tecnologias alternativas debaixo custo que tenham potencial para atender esse tipo de demanda relacionada àsOperações Aéreas Militares. O padrão IEEE 802.16 define uma rede metropolitanasem fio, que tem como proposta inicial disponibilizar o acesso a banda larga sem fio,conhecida como WiMAX (Worldwide interoperability for Microwave Access), paralocalizações cobrindo grandes distâncias, sem a necessidade de investimento emuma infraestrutura de alto custo e sem as limitações de distância de outrastecnologias. O objetivo desta pesquisa é estudar uma infraestrutura de comunicaçãoutilizando tecnologias de transmissão sem-fio WiMAX. Tal infraestrutura pode serutilizada nas diversas Operações Aéreas Militares, como um modelo de tecnologiamóvel para as organizações militares da Força Aérea Brasileira.

Transcript of Avaliação de Segurança Em Redes WiMAX Para Uso Em Operações Aéreas Militares

  • Instituto de Cincias Exatas Departamento de Cincia da Computao

    Curso de Especializao em Gesto da Segurana da Informao e Comunicaes

    ROMULO SILVA DE OLIVEIRA

    Avaliao de Segurana em Redes WiMAX para uso em Operaes Areas Militares

    Segurana Ciberntica

    Braslia 2011

  • Romulo Silva de Oliveira

    Avaliao de Segurana em Redes WiMAX para uso em Operaes Areas Militares

    Segurana Ciberntica

    Braslia 2011

  • Romulo Silva de Oliveira

    Avaliao de Segurana em Redes WiMAX para uso em Operaes Areas Militares

    Guerra Ciberntica

    Monografia apresentada ao Departamento de Cincia da Computao da Universidade de Braslia como requisito parcial para a obteno do ttulo de Especialista em Cincia da Computao: Gesto da Segurana da Informao e Comunicaes.

    Orientador: Prof. Me. Osvaldo Corra do Nascimento Jnior Universidade de Braslia

    Instituto de Cincias Exatas Departamento de Cincia da Computao

    Braslia Outubro de 2011

  • Desenvolvido em atendimento ao plano de trabalho do Programa de Formao de Especialistas para a Elaborao da Metodologia Brasileira

    de Gesto da Segurana da Informao e Comunicaes - CEGSIC 2009/2011.

    2011 Romulo Silva de Oliveira. Qualquer parte desta publicao pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

    Oliveira, Romulo Silva Avaliao de Segurana em Redes WiMAX para uso em

    Operaes Areas Militares: Guerra Ciberntica / Romulo Silva de Oliveira Braslia: O autor, 2011. p.; Ilustrado; 25 cm.

    Monografia (especializao) Universidade de Braslia. Instituto de Cincias Exatas. Departamento de Cincia da Computao, 2011.

    Inclui Bibliografia. 1. WiMAX. 2. Redes. 3. Segurana. I. Ttulo.

    CDU 004.056

  • Dedicatria

    Dedico este trabalho a minha esposa Luciana e aos meus filhos Victor e Sophia.

  • Agradecimentos

    A Deus, porque dele, e por meio dele, e para ele so todas as coisas. A ele, pois, a glria eternamente. Amm!

    A minha esposa, Luciana Silva da Cruz de Oliveira, pelas palavras encorajadoras que me inspiraram e impulsionaram a dar o primeiro passo no rduo processo de fazer uma Especializao distncia. Obrigada pela compreenso, dedicao, renncias, exemplo de esforo e disciplina e, sobretudo, pelo amor durante toda a jornada desta, nossa, conquista.

    Aos meus amados filhos, Victor Cruz de Oliveira e Sophia Cruz de Oliveira, bnos e heranas de Deus, que abrilhantam minha vida. Obrigado pelos incontveis beijos e da frase constante papai eu te amo, que me do fora para prosseguir.

    Aos meus avs, Manuel Souza de Oliveira (in memoriam) e Benedita da Silva Estefe (in memoriam), pelo exemplo de humildade e amor. Obrigado pelos sacrifcios dedicados ao meu crescimento. Vocs so os grandes responsveis por eu ter chegado onde estou.

    Aos meus pais, Zildo Souza de Oliveira e Maria do Amparo Silva de Oliveira, pelo exemplo de perseverana e carinho. Obrigado pelos sacrifcios dedicados ao meu desenvolvimento. Vocs, os meus pais, tambm so responsveis por mais esta vitria.

  • minha irm, Rosileia Silva de Oliveira, pela amizade, cumplicidade e motivao.

    A minha sogra, Maria Silva da Cruz, pela dedicao e ajuda incondicional minha esposa nas minhas ausncias junto famlia, nos momentos mais turbulentos deste trabalho.

    Ao meu ex-chefe e amigo, Cel Av Roberto Comodo, pela sugesto do meu tema de pesquisa, exemplo de competncia no exerccio da profisso militar, dedicao, sabedoria e capacidade de trabalho. Com certeza um profissional admirvel.

    Ao Comando da Aeronutica, em especial, o Comando-Geral de Operaes Areas (COMGAR), meu local de trabalho, pela autorizao para a realizao deste Curso, com vistas a contribuir para a melhora da segurana da informao e comunicaes desta importante Organizao.

    Ao meu orientador, Prof. Me. Osvaldo Corra do Nascimento Jnior, pela dedicao com a qual leu e corrigiu cada parte deste trabalho e pela oportunidade que com certeza muito tm ampliado os meus conhecimentos.

    Ao Prof. Dr. Ricardo Camelo, pelas aulas ministradas com profundo conhecimento e experincia. Jamais poderia deixar de registrar minha gratido e reconhecimento pelo seu empenho nas disciplinas ministradas no curso.

    Ao Prof. Dr. Jorge Henrique Cabral Fernandes, Coordenador do Curso de Especializao em Gesto da Segurana da Informao e Comunicaes CEGSIC 2009/2011, pela amizade e ensinamentos recebidos.

    Aos amigos que acompanharam as dificuldades destes dois longos anos da minha vida, obrigado pela amizade sincera.

  • Finalmente, gostaria de expressar minha gratido a todos que direta ou indiretamente torceram, partilharam, cooperaram, empenharam-se ou auxiliaram na concretizao desta vitria.

  • To somente esfora-te e tem mui bom nimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moiss te ordenou; dela no te desvies, nem

    para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.

    No se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele est escrito; porque ento

    fars prosperar o teu caminho, e sers bem sucedido.

    No te mandei eu? Esfora-te, e tem bom nimo; no temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus contigo, por onde quer que andares.

    Bblia Sagrada, em Josu 1:7-9.

  • Lista de Figuras

    Figura 1 Pessoal envolvido

    Figura 2 Barracas

    Figura 3 Gerador de energia

    Figura 4 Exemplo de infraestrutura de TI

    Figura 5 Topologia da montagem da infraestrutura de TI cabeada

    Figura 6 Topologia da montagem da rede WiMAX

    Figura 7 Topologia da montagem da infraestrutura rede base x usurios

    Figura 8 Topologia da montagem da infraestrutura com roteadores

    Figura 9 Topologia da montagem em configurao porttil

  • Lista de Tabelas

    Tabela 1 Estimativa de custo

    Tabela 2 Lista de material de TI sem WiMAX

    Tabela 3 Ordem de prioridade dos meios de comunicaes

    Tabela 4 Infraestrutura necessria de TI

    Tabela 5 Pontos de telefonia

    Tabela 6 Situao do Plano de Segurana Orgnica

  • Sumrio

    Ata de Defesa de Monografia......................................................................................5

    Dedicatria ..................................................................................................................6

    Agradecimentos ..........................................................................................................7

    Lista de Figuras.........................................................................................................11

    Lista de Tabelas ........................................................................................................12

    Sumrio.....................................................................................................................13

    Abreviaes e acrnimos ..........................................................................................16

    Resumo.....................................................................................................................17

    Abstract .....................................................................................................................18

    1 Delimitao do Problema .......................................................................................19

    1.1 Introduo........................................................................................................19

    1.2 Formulao da situao problema ...............................................................21

    1.3 Objetivos e escopo.......................................................................................21 1.3.1 Objetivo Geral ...........................................................................................21 1.3.2 Objetivos Especficos................................................................................22 1.3.3 Escopo ......................................................................................................22

    1.4 Justificativa...................................................................................................23

    1.4.1 Estimativa de Custo ..................................................................................23

    1.5 Hipteses .....................................................................................................25

    1.5.1 Hiptese sobre interrupes .....................................................................25

  • 1.5.2 Hipteses sobre a misso organizacional .................................................25

    2 Reviso de Literatura e Fundamentos ...................................................................26

    2.1 Estudo sobre o protocolo IEEE 802.16............................................................35

    2.1.1 Famlia de padres IEEE 802.16 ..............................................................35

    2.1.2 Funcionamento .........................................................................................36

    2.1.3 Padro IEEE 802.16..................................................................................37

    3 Metodologia............................................................................................................42

    4 Resultados .............................................................................................................44

    4.1 Sistemas, Informao e Comunicaes...........................................................44

    4.1.1 Correio Eletrnico......................................................................................44

    4.1.2 Sistema de apoio tomada de decises...................................................45

    4.1.3 Meio de Comunicao Seguro ..................................................................45

    4.2 Processos ........................................................................................................45

    4.2.1 Prioridade dos meios de comunicaes....................................................46

    4.3 Infraestrutura ...................................................................................................46

    4.3.1 Tecnologia da Informao.........................................................................47

    4.3.2 Telecomunicaes ....................................................................................48

    4.3.3 Telefonia ...................................................................................................49

    4.4 Poltica e cultura de segurana........................................................................49

    4.5 Organizao e Sistemas de Informao..........................................................50

    4.6 Controles de Segurana Fsica e Ambiental....................................................51

    4.7 Aquisio, implementao, entrega e suporte de servios de TI.....................51

    4.8 Criptografia ......................................................................................................51

    4.9 Segurana .......................................................................................................52

    4.9.1 Segurana fsica........................................................................................53

    4.9.2 Segurana lgica.......................................................................................53

    5 Discusso...............................................................................................................55

  • 6 Concluses e Trabalhos Futuros............................................................................61

    6.1 Concluses ......................................................................................................61

    6.2 Trabalhos Futuros............................................................................................64

    Referncias e Fontes Consultadas ...........................................................................65

  • Abreviaes e acrnimos

    ADSL Assymmetric Digital Subscriber Line ATM Asynchronous Transfer Mode BE Best Effort BS Base Station CCA Centro de Computao da Aeronutica CID Connection Identifier CL Closed-Loop COMAER Comando da Aeronutica COMGAR Comando-Geral de Operaes Areas CPqD Centro de Pesquisa e Desenvolvimento CRU Contiguous Resource Unit C2 Comando e Controle DID Deregistration Identifier DSIC Departamento de Segurana da Informao e Comunicaes DSL Digital Subscriber Line EH Extended Header ERB Estao Rdio Base ErtPS Extended Real-Time Polling Service ETSI European Telecommunications Standards Institute FAB Fora Area Brasileira FDD Frequency Division Duplexing FTP File Transfer Protocol GCC Grupo de Comunicaes e Controle GRA Group Resource Allocation

  • GSI Gabinete de Segurana Institucional HE Horizontal Encoding HIPERMAN High Performance Metropolitan Area Network ICP Infraestruturas de Chaves Pblicas IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers IN Instruo Normativa IP Internet Protocol LMDS Local Multipoint Distribution System LOS Line-of-Sight MAC Medium Access Control Layer MIMO Multiple Input Multiple Output MPEG Moving Picture Experts Group MS Mobile Station MU Multi User N/A Not Applicable NC Norma Complementar NLOS Non-Line-of-Sight NrtPS Non-real-time Polling Service OL Open-Loop OSG Open Subscriber Group PA Persistent Allocation PC Personal Computer PCP Plataforma Criptogrfica Porttil PGID Paging-Group Identifier PMP Point to Multi Point POSIC Poltica de Segurana da Informao e Comunicaes PPRU Permuted Physical Resource Unit PR Presidncia da Repblica PRU Physical Resource Unit PSI Pilot Stream Index PSO Plano de Segurana Orgnica QoS Quality of Service RD Relative Delay RP Ranging Preamble

  • RTPS Real Time Polling Service RU Resource Unit SAC Subband Allocation Count SA Secondary Advanced preamble SON Self Organizing Networks SS Subscriber Station SU Single-User TCU Tribunal de Contas da Unio TDD Time Division Duplexing TI Tecnologia da Informao UGS Unsolicited Grant Service UNB Universidade de Braslia VE Vertical Encoding VoIP Voice Over Internet Protocol WiFi Wireless Fidelity WiMAX Worldwide interoperability for Microwave Access WLAN Wireless Local Area Network WPAN Wireless Personal Area Networks

  • Resumo

    Os avanos tecnolgicos tm tornado os recursos da rea de telecomunicaes mais acessveis, com a possibilidade de ampla utilizao e compartilhamento da informao. Atualmente, a pesquisa de solues de comunicao de baixo custo para redes metropolitanas um dos tpicos mais importantes na rea de telecomunicaes. Nesse trabalho, definimos redes metropolitanas como sendo a infraestrutura de rede necessria para interconectar diversos pontos entre si. Igualmente, tecnologias como pares de fios telefnicos e fibra-tica esto disponveis para construo de tais redes. Todavia, sua utilizao muitas vezes indesejvel para suprir o acesso s reas delimitadas para uma Operao Militar. Essa a motivao para a pesquisa de tecnologias alternativas de baixo custo que tenham potencial para atender esse tipo de demanda relacionada s Operaes Areas Militares. O padro IEEE 802.16 define uma rede metropolitana sem fio, que tem como proposta inicial disponibilizar o acesso a banda larga sem fio, conhecida como WiMAX (Worldwide interoperability for Microwave Access), para localizaes cobrindo grandes distncias, sem a necessidade de investimento em uma infraestrutura de alto custo e sem as limitaes de distncia de outras tecnologias. O objetivo desta pesquisa estudar uma infraestrutura de comunicao utilizando tecnologias de transmisso sem-fio WiMAX. Tal infraestrutura pode ser utilizada nas diversas Operaes Areas Militares, como um modelo de tecnologia mvel para as organizaes militares da Fora Area Brasileira.

    Palavras-chave: Redes Metropolitanas. Infraestrutura de comunicao. WiMAX. Operaes Areas Militares. Fora Area Brasileira.

  • Abstract

    Technological advances have made the resources of the telecommunications field more accessible, with the possibility of widespread use and sharing of information. Nowadays, research of communication solutions at low cost for metropolitan networks is one of the most important topics in telecommunications. In this study, we defined "metropolitan area networks" as the network infrastructure needed to interconnect various points among themselves. Also, technologies such as pairs of telephone wires and fiber-optics are available for building such networks. However, its use is often undesirable to supply access to limited areas for a military operation. This is the motivation for the research of alternative low cost technologies that have the potential to meet such demand related to the Military Air Operations. The IEEE 802.16 standard defines a wireless metropolitan area network, which has as its initial proposal to provide access to wireless broadband, known as WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access), to locations covering large distances without the need for expensive infrastructure investment and without the distance limitations of other technologies. The objective of this research is to study the infrastructure of communication technologies using wireless transmission WiMAX. Such infrastructure can be used in several military air operations, as a model of mobile technology for military organizations of the Brazilian Air Force.

    Keywords: Metropolitan area networks. Communication infrastructure. WiMAX. Military Air Operations. Brazilian Air Force.

  • 19

    1 Delimitao do Problema

    1.1 Introduo A massificao das tecnologias digitais mveis um dos fenmenos mais

    importantes da histria. Ericsson (2006) demonstrou que no ano de 2006 j havia 2,7 bilhes de assinantes de telefonia mvel em todo o mundo, e esse nmero no pra de crescer.

    Alm dos nmeros expressivos, a adoo das tecnologias mveis vem acompanhada, tambm, de impactos sociais em diversas partes do globo (CASTELLS et al., 2004). Conforme as pessoas se apropriam de seus atributos e funcionalidades, essas tecnologias passam a fazer parte, cada vez mais, de seus cotidianos (MACHADO, 2006). A mobilidade vem mudando at mesmo a forma como as pessoas interagem (LING, 2004), incorporando-se identidade dos grupos sociais (ITO, 2004), principalmente aos mais jovens (GRINTER e ELDRIDGE, 2003; CASTELLS et al., 2004; REID e REID, 2004).

    medida que os dispositivos mveis foram amplamente adotados pelos indivduos, as organizaes tambm comearam a adotar esse tipo de tecnologia de diferentes formas (FIGUEIREDO, 2008).

    Atualmente, diversas empresas usam as tecnologias mveis para interagir com seus diferentes pblicos-alvos, como clientes, colaboradores, fornecedores ou acionistas, obtendo assim maior agilidade e produtividade (MACHADO, 2008).

    um campo recente de estudos, onde a maior representatividade foi observada no incio da dcada atual. O ponto de vista organizacional alvo de uma pequena parte das pesquisas sobre adoo de tecnologias mveis. A maior parte dos estudos est focada na adoo sob o ponto de vista individual (SCORNAVACCA; BARNES; HUFF, 2006), deixando um vasto espao para estudos sobre as iniciativas organizacionais de adoo de tecnologias mveis.

    Da mesma forma, percebe-se no mercado a falta de referncias sobre os aspectos envolvidos nesse tipo de iniciativa, em especial as questes tecnolgicas,

  • 20

    financeiras, ticas e legais, bem como a anlise dos impactos sobre o indivduo e a organizao que essas novas tecnologias geram. Nesse cenrio, os gestores e suas equipes ficam muitas vezes merc de suas percepes empricas ou de referncias esparsas de mercado, deixando de extrair os melhores resultados dessas tecnologias, assim como se expondo aos riscos de insucesso da iniciativa e a outros riscos organizacionais (NUAYMI, 2007).

    Atualmente, existem tecnologias que atuam em diversos ambientes de redes, sendo as mais conhecidas aquelas que operam em redes pessoais (Wireless Personal Area Networks - WPAN) e locais (Wireless Local Area Network - WLAN), como Bluetooth e Wi-Fi, respectivamente.

    Porm, ambas as tecnologias no apresentam uma ampla rea de cobertura, o Bluetooth opera em uma rea de cerca de 10 metros e o Wi-Fi abrange cerca de 100 metros. Alm disso, as WPANs e as WLANs no apresentam um bom desempenho em aplicaes robustas como voz e vdeo sob demanda, devido a pouca largura de banda fornecida (WIETZYCOSKI & GALANTE, 2009).

    Diante deste problema relacionado conectividade das redes WPANs e WLANs, as redes metropolitanas sem fio (Wireless Metropolitan Area Network - WMAN) surgem como uma alternativa as atuais tecnologias, oferecendo acesso de banda larga sem fio, sem os elevados custos das infraestruturas a cabo e permitindo acesso amplo (EKLUND, 2002).

    Um exemplo de padro de WMAN o padro 802.16 da IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers) (IEEE, 2001), que define a tecnologia WiMAX. O WiMAX pode prover acesso em reas geogrficas extensas com raio de ao em torno de 50 Km, com altas taxas de transmisso de dados e suporte a qualidade de servio, permitindo que a conexo sempre esteja disponvel em qualquer local e em todo momento (CAMPIOLO, 2005).

    Um Exerccio ou Operao Area Militar exige uma montagem de uma grande infraestrutura de rede de comunicaes com servidores, impressoras e centenas estaes de trabalho. Os servios instalados (webmail, estrutura de acesso a pastas e documentos, conforme login, pgina de web, helpdesk, entre outros) necessitam funcionar com um desempenho que atenda a todas as demandas dos usurios, com o fito de propiciar o efetivo comando e controle da atividade area.

    Desta forma, h um excesso de cabeamentos na montagem da rede fsica, convergindo para um expressivo gastos com pessoal (dirias e ajudas de custo),

  • 21

    dificultando a mobilidade, uma das principais caractersticas da Fora Area Brasileira (FAB).

    Sob este escopo, este estudo tem por objetivo apresentar os aspectos da mobilidade fornecidos pelo uso de redes sem fio do padro 802.16 (WiMAX) da IEEE, como proposta de infraestrutura de rede em apoio s Operaes Areas Militares.

    1.2 Formulao da situao problema Considerando as necessidades de infraestrutura fsica para atendimento das

    demandas da FAB, a serem caracterizadas em cenrios operacionais que incluam servios de VoIP e navegao WEB, por exemplo, com adaptabilidade aos perfis de transmisso do WiMAX, caracterstica necessria para permitir a mobilidade do usurio. Espera-se responder a seguinte questo: As redes WiMAX podem ser utilizadas em Exerccios e Operaes Areas Militares? Desta forma, ser possvel avaliar as reais necessidades de redes de comunicao de dados em Exerccios e Operaes Areas Militares.

    1.3 Objetivos e escopo O objetivo desse trabalho estudar o WiMAX como um modelo de tecnologia

    mvel para as organizaes militares da Aeronutica, a ser utilizada em Exerccios e Operaes Areas Militares, na interao com seus pblicos-alvos, que contemple o contexto externo, o contexto organizacional, os impactos previstos na organizao, no indivduo e na interao entre eles, e as definies que a organizao deve efetuar.

    1.3.1 Objetivo Geral Em um Exerccio ou Operao Area Militar, a rea de comunicaes e

    sistemas de Informao prov o apoio de deteco e de telecomunicaes necessrio execuo da misso, servindo organizao de uma capacidade de Comando e Controle (C2), abrangendo as reas de Direo do Exerccio, Operaes Correntes, Comunicao Social, Logstica, Segurana de Voo, Segurana e Defesa, entre outras.

    Considerando a necessidade de se obter uma mobilidade para o cumprimento da tarefa atribuda Fora Area, de uma forma robusta e segura, este trabalho tem

  • 22

    o objetivo de verificar se as redes WiMAX podem ser utilizadas em Exerccios e Operaes Areas Militares.

    1.3.2 Objetivos Especficos As atividades desempenhadas pela rea de Comunicaes, Informaes e

    Sistemas so muito abrangentes em um Exerccio ou Operao Area Militar, tais como: instalao de hardwares e softwares que do suporte s necessidades de Comando e Controle, disponibilizando um cenrio que permita a insero dos componentes do Teatro de Operaes, bem como o adestramento de pessoal nas atividades de Estado-Maior, Centro de Operaes Areas, Unidades Areas, Centros de Controle no solo e Aeroembarcados.

    Desta forma, este trabalho verificar a possibilidade do WiMAX prover acesso em lugares onde uma infraestrutura de rede fsica torna-se invivel ou indesejvel, o que seria interessante a verificao da possibilidade de utilizao desta tecnologia em Exerccios ou Operaes Areas Militares, seguindo os seguintes objetivos especficos abaixo:

    1. Confirmar a proteo das redes WiMAX de interferncias por meio de aspectos fsicos e lgicos;

    2. Averiguar o uso de criptografia em redes WiMAX; 3. Verificar a taxa de transferncia em redes WiMAX; 4. Propor solues de segurana na utilizao de redes WiMAX; e 5. Verificar a soluo do WiMAX como estrutura de apoio a capacidade

    de Comando e Controle (C2).

    1.3.3 Escopo O escopo deste trabalho est na verificao da utilizao das redes WiMAX

    em Exerccios e Operaes Areas Militares do Comando-Geral de Operaes Areas (COMGAR), da Fora Area Brasileira (FAB), analisando o funcionamento desta tecnologia e a sua adequao no meio militar, mais precisamente nos atributos de um Exerccio ou Operao Area, que envolvem questes de logstica, tempo de implementao, segurana e integridade das informaes enviadas ou recebidas por meio da utilizao de redes WiMAX.

  • 23

    1.4 Justificativa Este assunto de relevncia para a Fora Area Brasileira (FAB), pois o

    WiMAX um tipo de rede muito adequado para o Comando da Aeronutica (COMAER), haja vista que proporciona grande mobilidade, uma das caractersticas mais marcantes da Fora Area, possibilitando maior agilidade na montagem da infraestrutura de C2.

    Atualmente, durante a preparao de toda a infraestrutura necessria para suportar um Exerccio ou Operao Area Militar, h a necessidade de deslocar uma equipe tcnica para as localidades envolvidas, com bastante antecedncia, para providenciar a montagem da rede local, com pontos em todas as salas, switch, fibra tica, impressora, videoconferncia, bem como servios de intranet, internet e helpdesk. Por vezes, h a necessidade de contratao de uma firma especializada para o lanamento do cabo ptico, derivao ou instalao de terminadores pticos, bem como fuso dos cordes pticos com conectores e fornecimento de conversores de mdia pticos, para a interligao do link ptico com outras localidades do Exerccio ou Operao.

    No processo de contratao de uma Empresa, podem-se estabelecer parmetros e mtodos de segurana em um projeto bsico para a aquisio de rede WiMAX, inclusive no que tange a aes de segurana da infraestrutura, de acordo com a norma ABNT NBR8681/1984. Os requisitos seriam estabelecidos a fim de no degradar o desempenho, no comprometer a segurana da informao, nem causar restrio s funcionalidades da rede, adotando as medidas de segurana adequadas, para a manuteno do sigilo no trmite das informaes.

    1.4.1 Estimativa de Custo A contratao de uma Empresa para implementar o uso da rede

    metropolitana sem fio, dimensionado para 03 (trs) pares de antenas, possui o seguinte custo estimado:

    Tabela 1 Estimativa de custo do WiMAX

    Descrio Custo (R$) Rede WiMAX 600.000,00 Servios 200.000,00

    TOTAL 800.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

  • 24

    Com base em uma lista de material de TI proposto para suportar um Exerccio ou Operao sem a utilizao da rede WiMAX, a estimada de custo a seguinte:

    Tabela 2 Lista de material de TI sem WiMAX

    Descrio Custo (R$) Materiais diversos 750.000,00 Locao de computador 700.000,00 Locao de impressoras 15.000,00 Servios 35.000,00

    TOTAL 1.500.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

    Desta forma, verifica-se que com a utilizao da tecnologia WiMAX, a reduo de custos com infraestrutura com o usurio final consideravelmente menor, somando-se a possibilidade de transmisso de dados em altas taxas, que permite o acesso do usurio at em movimento, de uma forma robusta, segura e com capacidade wireless, a qual possibilita o uso das mquinas j existentes na organizao.

    A criao de uma rede de cobertura com esta conexo e longo alcance, viabilizar a reduo de custos, pois dispensa o cabeamento utilizado nos dias atuais com uma demanda expressiva de envolvimento de pessoal.

    Figura 1 Pessoal envolvido Fonte: GCC

  • 25

    1.5 Hiptese Os resultados esperados com este trabalho esto balizados de acordo com a

    seguinte hiptese abaixo: As redes WiMAX podem ser utilizadas em Exerccios e Operaes Areas Militares.

    1.5.1 Hiptese sobre interrupes Caso a rede WiMAX seja interrompida, h a necessidade de se estabelecer

    um plano de continuidade de negcio, para que no haja a perda do Comando e Controle em um Exerccio ou Operao Area Militar.

    1.5.2 Hipteses sobre a misso organizacional A proposta de solues de segurana ratificar a utilizao de redes WiMAX

    em Exerccios e Operaes Areas Militares, haja vista que uma possvel interrupo no servio estar associado diretamente ao cumprimento da misso.

  • 26

    2 Reviso de Literatura e Fundamentos

    Este projeto de pesquisa originou-se na busca de solues de comunicao de baixo custo para redes metropolitanas sem fio, como sendo a infraestrutura de rede necessria para interconectar diversos pontos durante a realizao de um Exerccio ou Operao Area Militar.

    Atualmente, tecnologias como pares de fios telefnicos e fibra-tica esto disponveis para construo de tais redes. Todavia, sua utilizao muitas vezes indesejvel para suprir o acesso s reas delimitadas para um Exerccio ou Operao Area Militar. Essa a motivao para a pesquisa de tecnologias alternativas de baixo custo que tenham potencial para atender esse tipo de demanda relacionada aos Exerccios ou Operaes Areas Militares. Tal capacidade pode ser utilizada como um modelo de tecnologia mvel para as organizaes militares da Aeronutica.

    Uma grande preocupao na utilizao desta capacidade est relacionada com a segurana das informaes e comunicaes.

    A segurana um dos assuntos mais importantes dentre as preocupaes de qualquer instituio (FREITAS, 2001). Confidencialidade, integridade e disponibilidade da informao esto diretamente ligadas segurana. Convm que o Comando da organizao estabelea uma poltica clara e demonstre apoio e comprometimento com a segurana da informao atravs da emisso e manuteno de uma poltica de segurana da informao para toda a instituio.

    Garantir a segurana em um ambiente digital constitui, cada vez mais, uma preocupao escala mundial, seja por parte de organizaes pblicas ou privadas, de forma individual ou coletiva (PEREIRA, 2005).

  • 27

    Na verdade, os riscos e ameaas no conhecem fronteiras de natureza geogrfica, lingustica, poltica ou qualquer outro tipo de barreiras. O que se verifica que da mesma forma que aumenta a quantidade de informao em formato digital disponvel, tambm se verifica um aumento contnuo das ameaas e dos ataques a segurana da informao digital, levando tambm a um crescimento de estratgias de promoo da segurana e reduo do risco.

    Segundo o Guia de Boas Prticas em Segurana da Informao do Tribunal de Contas da Unio - TCU (2008, p.7), com as mudanas tecnolgicas e com o uso de computadores de grande porte, a estrutura de segurana ficou um pouco mais sofisticada, englobando controles lgicos, porm ainda centralizados. Com a chegada dos computadores pessoais e das redes de computadores que conectam o mundo inteiro, os aspectos de segurana atingiram tamanha complexidade que h a necessidade de desenvolvimento de equipes e de mtodos de segurana cada vez mais sofisticados. Paralelamente, os sistemas de informao tambm adquiriram vital importncia para a sobrevivncia da maioria das organizaes modernas, j que, sem computadores e redes de comunicao, a prestao de servios de informao pode se tornar invivel.

    Segundo a NC n 03/IN01/DSIC/GSIPR (2009, p.2), a Poltica de Segurana da Informao e Comunicaes declara o comprometimento da alta direo organizacional com vistas a prover diretrizes estratgicas, responsabilidades, competncias e o apoio para implementar a gesto de segurana da informao e comunicaes nos rgos ou entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta.

    Um sistema de informao pode ser definido como um conjunto ou componentes inter-relacionados que coleta, processa, armazena e distribui informao com a finalidade de facilitar o planejamento, o comando, o controle, a coordenao, a anlise e o processo decisrio em empresas e outras organizaes, alm de dar suporte tomada de decises, a coordenao e ao controle, esses sistemas tambm auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos. Os sistemas de informao contm informaes sobre pessoas, locais e coisas significativas para organizao ou para o ambiente que a cerca. Neste caso, informao quer dizer dados apresentados de uma forma significativa e til para os seres humanos. Da a

  • 28

    importncia de existir um repositrio relacionado ao controle de acesso (LAUDON, 2004).

    No entanto, a conexo direta com autenticao por usurio e senha possui as seguintes caractersticas: usurios de um repositrio precisam fornecer um login e uma senha para obter informaes, fazer atualizaes e etc (CORREA, 2005). Embora este controle de acesso seja relativamente comum, um tanto inseguro, pois as informaes trafegam sem criptografia pela rede, portanto, passveis de serem obtidas e analisadas por algum mal-intencionado.

    O rpido crescimento das aplicaes Web, tanto em seu escopo quanto na extenso de seu uso, tem afetado todos os aspectos de nossas vidas (GINIGE, 2001). Por representar uma evoluo do software convencional, algumas preocupaes adicionais motivaram as pesquisas relacionadas engenharia de aplicaes Web, mantendo o objetivo de aplicar princpios de engenharia para desenvolver aplicaes de qualidade (PRESSMAN, 2006). De forma similar engenharia do software convencional, seu foco est em como desenvolver uma aplicao correta e completa, de acordo com os requisitos do usurio. O diferencial est no fato de que esta deve ser desenvolvida no contexto de um projeto que deve considerar a infraestrutura Web para sua execuo e disponibilizao.

    As aplicaes Web podem ser classificadas em duas categorias: aplicaes hipermdia Web e/ou aplicaes de software Web (CHRISTODOULOU, 2005). Uma aplicao hipermdia Web uma aplicao no convencional caracterizada pela publicao de informao utilizando ns, links, ancoras, estruturas de acesso e disponibilizada por meio da Web. J uma aplicao de software Web uma aplicao de software convencional que depende da infraestrutura Web para a sua execuo. Cabe notar que essa dependncia pode ser parcial; tambm so consideradas aplicaes de software Web casos onde apenas um ou alguns mdulos da aplicao de software utilizam a infraestrutura Web na sua execuo. O termo aplicao Web representa uma aplicao que possui caractersticas de ambas aplicaes hipermdia Web e aplicaes de software Web.

    A disseminao das redes, particularmente da Internet, o fenmeno tecnolgico de maior impacto social atualmente (SANTOS, 2004). A capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo da Internet e a popularizao do microcomputador trouxeram um novo ambiente global, no qual uma infinidade de possibilidades convive, algo de forma descontrolada, porm com crescente

  • 29

    vitalidade. Todos reconhecem que a Internet nasceu e se desenvolveu com pouqussimo controle central. Isso eliminou muitas barreiras de entrada e foi, certamente, um dos principais fatores de sua rpida adoo e sucesso. Porm, medida que vem a maturidade e que a velha economia passa a lanar olhares ambiciosos nova economia, torna-se mais e mais necessrio munir a internet dos recursos que garantam a segurana, no s dos internautas, mas tambm das empresas que realizam negcios pela rede. H muitas empresas que querem abrir as corporaes rede, mas expor suas bases de informao e seus sistemas aos ataques dos malfeitores reais e virtuais que infestam a internet torna-se um grande perigo. A capacidade de responder a um incidente de segurana de computador est se tornando cada vez mais importante no mundo de hoje. A eficincia da reposta de uma empresa a um incidente que faz a diferena entre um ataque frustrado e a manchete nos jornais. Fazer diretivas e procedimentos de resposta a incidentes de segurana previamente pode evitar muitos problemas e tambm economizar tempo e dinheiro.

    A informao considerada um dos principais patrimnios das corporaes e deve ser protegida em seus aspectos de disponibilidade, integridade e confidencialidade, sendo a rea de Segurana da Informao o elemento chave dessa proteo (TADEU, 2006). Por outro aspecto, com o uso das tecnologias em sistemas de comunicaes, tais como satlite, celulares, computadores e rdios, ocorrem diariamente problemas de segurana. Os celulares e cartes de crdito so clonados, redes bancrias so invadidas pela Internet. Nas organizaes, corporaes e reparties de trabalho, a situao no diferente, a segurana nos meios de comunicaes necessria, seja no computador, no telefone ou, at mesmo, na comunicao entre as pessoas. A definio, os procedimentos e os motivos para cada funcionrio ou grupo de funcionrios possurem qualquer tipo de acesso informao devem estar especificados num documento de definio da Poltica de Segurana da Informao da Corporao, alm disso, devem ser especificados todas as regras de controle de acesso, treinamento, conscientizao e os procedimentos para a classificao das informaes.

    Com o surgimento das redes de comunicaes, em particular a internet, foram abertas novas possibilidades para o intercmbio de informaes (TRAVIESO, 2003). Ao mesmo tempo, so cada vez maiores as necessidades de segurana das informaes que se transmitem. Desta forma, foi necessrio criar diferentes

  • 30

    mecanismos com o objetivo de garantir a confidencialidade e autenticidade dos documentos eletrnicos, sendo tudo isso parte de uma nova tecnologia denominada Criptografia.

    As infraestruturas de chaves pblicas (ICP) tm sido proclamadas como a tecnologia que ir tornar o comrcio e os relacionamentos que utilizam a internet realmente seguros em todos os aspectos (MARTINS, 2004). Todos os dias, empresas e indivduos usam a internet para executar inmeras transaes on line. As empresas compartilham arquivos e informaes confidenciais por meio de e-mail ou por redes privadas virtuais, clientes de bancos atualizam suas contas, fazem pagamentos e requisitam produtos de todas as formas e funes que so pagos por meio de ordens eletrnicas de seus computadores pessoais, governos emitem certides com validade legal e empresas da rea mdica disponibilizam atestados e pareceres para acesso dos seus clientes ou outros mdicos, tudo via internet. Isso tem ocorrido por que a internet, como infraestrutura de comunicao, tem despertado grande interesse das empresas e governos por vrios fatores importantes, como reduo dos custos e expanso do mercado consumidor, o que tem motivado a passagem de empreendimentos da velha economia para este novo ambiente.

    Ao longo da histria, desde a mais remota antigidade, o ser humano vem buscando controlar as informaes que julga serem importantes (CASANAS, 2001). Na antiga China, a prpria linguagem escrita era usada como uma forma de criptografia, na medida em que somente as classes superiores podiam aprender a ler e a escrever. Outros povos como os egpcios e os romanos deixaram registrados na histria sua preocupao com o trato de certas informaes, especialmente as de valor estratgico e comercial. Com a Segunda Guerra Mundial, a questo da segurana ganhou uma nova dimenso, na medida em que sistemas automticos e eletromecnicos foram criados, tanto para criptografar, como para efetuar a criptoanlise e quebrar a codificao (SCHNEIER, 2001). Tradicionalmente, as organizaes dedicam grande ateno para com seus ativos tangveis fsicos e financeiros, mas relativamente pouca ateno aos ativos de informao que possuem. Contudo, em anos recentes, a informao assumiu importncia vital para a continuidade dos negcios, marcados pela dinamicidade da economia globalizada e permanentemente on line, de tal forma que, atualmente, no h organizao humana que no dependente da tecnologia de informaes, em maior ou menor

  • 31

    grau, de forma que o comprometimento do sistema de informaes por problemas de segurana pode causar grandes prejuzos ou mesmo levar a organizao falncia (CARUSO, 1995).

    O valor do ativo da organizao um fato inquestionvel. Neste contexto, Moraes (2003) demonstrou que o papel da tecnologia da informao nas instituies pode variar de simples suporte administrativo at uma situao estratgica, em que ocupa posio hierrquica superior em organizaes que disputam mercados em crescente competio, onde reflete o contexto de um Exerccio ou Operao Area Militar.

    O risco do negcio da organizao pode surgir de vrias formas, podendo estar ligado s decises de investimentos estratgicos, no lanamento de determinado produto, nas estratgias de marketing, competio de mercado e incertezas quanto ao comportamento das vendas entre outros fatores.

    Assim, o suporte gesto de riscos da informao nas organizaes, trata-se de uma questo extremamente importante e de relevncia no processo estratgico (FREZATTI, 1998). Desta forma, relevante fomentar as pesquisas que viabilizem a adequao da tecnologia da informao s suas necessidades para a melhoria de sua gesto de riscos.

    A deciso de quanto investir e qual tipo de infraestrutura determinada organizao necessitam de uma escolha estratgica e decisiva (OLIVEIRA, 2010).

    De acordo com Weill & Broadbent (2000, p.2), a infraestrutura de Tecnologia da Informao (TI) a base da sua capacidade, tida como servios confiveis compartilhados pela organizao e coordenados centralmente, geralmente pelo grupo de sistemas de informao, que no caso de um ambiente de Exerccio ou Operao a misso atribuda ao Grupo de Comunicaes e Controle (GCC) em conjunto com o Centro de Computao da Aeronutica (CCA).

    Igualmente, Luftman (1993, p.2) afirma que a ateno despendida na busca pela harmonia da Tecnologia de Informao com a organizao pode afetar significativamente a competitividade e eficincia do negcio. Nesta discusso, o ponto principal saber como a TI pode ajudar a alcanar vantagem competitiva e estratgica para uma organizao, bem como qual conjunto de servios de infraestrutura so apropriados para seu contexto estratgico relacionado ao C2.

  • 32

    O planejamento adequado contribui para uma boa estruturao dos processos que atingem diretamente a Organizao no planejamento de um Exerccio ou Operao Area Militar.

    Dentro deste contexto, surge a melhoria dos processos (CARMO, 2007), metodologia que contribui para o planejamento, estruturao, resoluo de problemas e melhoria contnua, de todos os processos de trabalho considerados fundamentais para se alcanar o objetivo do negcio.

    A melhoria dos processos de informao e comunicao tem como foco o ambiente interno e externo e aos processos de inteligncia, criando estratgias de ao pela sntese e anlise das informaes.

    Em concordncia com a definio de sistemas (BATISTA, 2004), existem dois elementos fundamentais para a tomada de decises: os canais de informao e as redes de comunicao. Por meio dos canais de informao as organizaes definem de onde sero adquiridos os dados, e as redes de comunicao definem para onde os dados sero direcionados.

    Qualquer sistema de informao deve-se levar em conta os fatores crticos que so determinantes para o seu sucesso. Como fatores crticos, entendemos ser as competncias voltadas para a aceitao, comprometimento e domnio do sistema por parte dos usurios.

    Manter a documentao de seus sistemas, negcios e processos so mais que uma necessidade, pois a documentao permite a disseminao do conhecimento, o treinamento de recursos, a qualidade dos produtos e servios, e atualmente com o crescimento de projetos na rea de conhecimento, um grande suporte tomada de deciso por parte das gerncias responsveis pela direo dos negcios, que algumas vezes desconhecem o funcionamento bsico dos seus processos (LARA, 2008).

    Uma das maiores aplicaes da simulao est na manufatura (TORGA, 2007). Dentre os benefcios que a simulao pode trazer podemos destacar a necessidade e quantidade de maquinrio ou funcionrios extras, avaliao de desempenho e avaliao dos procedimentos operacionais. As medidas de desempenho mais utilizadas so peas produzidas, tempo de espera das peas para serem processadas, porcentagem de utilizao dos funcionrios e das mquinas. No entanto, as maiorias dos casos na literatura abordam a simulao de sistemas de manufatura tradicionais.

  • 33

    Uma melhor compreenso das organizaes pode proporcionar uma base para o estudo de sistemas de informao nas organizaes (FILHO, 1999). A informtica organizacional, como campo de estudo do desenvolvimento e uso dos sistemas de informao computadorizados e dos sistemas de comunicao nas organizaes, abre amplas perspectivas para se estudar, de forma crtica, os riscos dos sistemas de informao e sua influncia sobre a qualidade de vida das pessoas.

    O mundo de hoje caracterizado por uma mudana acelerada, devido globalizao da economia e evoluo tecnolgica (MENDES, 2010). Face necessidade de mudana radical do seu modo de funcionamento, as organizaes vm-se obrigadas a partilhar recursos, tecnologia e informao entre as suas enumeras filiais, departamentos, equipamentos e colaboradores. As Tecnologias de Sistemas de Informao e Comunicao vieram contribuir para a regenerao destas organizaes, potenciando a partilha de informao e o seu alargamento ao mundo exterior.

    Para manterem-se no mercado cada vez mais competitivo, as empresas vm adotando a gesto do conhecimento e a inovao como principais estratgias (SPANHOL, 2009). A gesto do conhecimento a capacidade que a empresa tem de criar conhecimento, dissemin-lo na organizao e incorpor-lo a produtos, servios e sistemas. Os processos de criao, registro e transferncia de conhecimentos, que so constituintes da gesto do conhecimento, possibilitam as empresas criar e lanar produtos e servios com ciclos de vida cada vez mais reduzidos, proporcionando assim, a inovao dentro das organizaes. Os projetos so uma excelente opo para se implementar mudanas, pois atendem a um objetivo com requisitos especficos, considerando ainda aspectos como restries de tempo e custo, recursos disponveis e a qualidade que se deseja alcanar. Uma rea do gerenciamento de projeto importante a comunicao, pois o desempenho de um projeto pode ser afetado pela falta de tratamento do fluxo de informaes de seus processos, assim, a comunicao inadequada pode gerar retrabalhos, indefinies do caminho a ser seguido, problemas na qualidade e nas especificaes do produto, entre outros. A comunicao no desenvolvimento de projetos importante, principalmente por eles serem realizados por equipes. Em geral, as equipes necessitam de informaes sobre as suas funes e o andamento das atividades para que, deste modo, possam compreender como executar as tarefas e cumprir os objetivos do projeto. O gerenciamento das comunicaes

  • 34

    imprescindvel na execuo de todas as etapas do projeto, pois este objetiva coletar, distribuir, armazenar e recuperar todas as informaes, de forma a auxiliar o fluxo destas ao longo do ciclo do projeto. E para gerenciar o fluxo informacional de um projeto, podem-se criar meios e utilizar ferramentas e sistemas para formatao, registro e disseminao do conhecimento.

    De acordo com Rezende (2008, p.1), gerenciar comunicao em projetos um processo to importante quanto qualquer outro processo nas empresas. Os gerentes gastam a maior parte do seu tempo com comunicao ou com problemas decorrentes deste nos projetos. Reconhecer a comunicao como um processo, conhecendo seus elementos, formas de comunicao e partes envolvidas, o primeiro passo para implantao de um sistema de gesto eficiente. Um projeto pode gerar conhecimento na empresa se as informaes e dados gerados forem tratadas de forma eficiente profissional e o conhecimento gerado pode vir a ser um diferencial no mercado, quando se torna um ativo que pode ser utilizado pela empresa na gesto de outros projetos.

    A tecnologia de informao um dos componentes mais importantes nas organizaes brasileiras atualmente, tanto em nvel estratgico como operacional (ALBERTIN, 2009). Essa utilizao oferece grandes oportunidades para as instituies que tm sucesso no aproveitamento dos benefcios oferecidos e tambm pelos desafios de TI. Nesse cenrio complexo, outro objetivo identificar o grau de contribuio que essa tecnologia oferece. Nesse ambiente, imprescindvel o conhecimento dessas dimenses: utilizao, benefcios oferecidos, contribuio para o desempenho empresarial, desafios de sua governana e administrao, e o papel dos executivos. Tambm importante a relao que existe entre elas, para que se possa garantir a sua coerncia, alm do tratamento individual das particularidades de cada uma dessas dimenses.

    A TI necessita de processos gerenciais bem definidos, que orientem a gesto dos seus recursos (PARREIRAS, 2005). Contudo, h de se observar as peculiaridades da gesto da TI, pois esta rea, embora muitas vezes classificada como suporte ou apoio a rea de negcios, determina a viabilidade ou inviabilidade de determinados empreendimentos em algumas organizaes. Portanto, o administrador que se habilitar a coordenar as operaes desta rea dever estar familiarizado com procedimentos gerencias especficos de TI. Hoje, estes

  • 35

    procedimentos so normalizados internacionalmente e muitos deles configuram certificaes avalizadas por organismos reconhecidos internacionalmente.

    Desta forma, reuniu-se uma fundamentao terica que balize uma infraestrutura de rede necessria para interconectar diversos pontos durante a realizao de um Exerccio ou Operao Area Militar, de forma segura e robusta, atendendo a demanda da FAB com uma capacidade tecnolgica mvel e de baixo custo.

    2.1 Estudo sobre o protocolo IEEE 802.16

    2.1.1 Famlia de padres IEEE 802.16 Em dezembro de 2001 foi ratificada a primeira verso do padro IEEE 802.16,

    operando nas freqncias de 10 - 66 GHz no modo LOS (Line-of-Sight). Em janeiro de 2003, foi aprovada a extenso 802.16a na qual no requereria transmisso com visada, ou seja, utilizando o modo NLOS (Non-Line-of-Sight), permitindo o uso de freqncias mais baixas entre 2 - 11 GHz. Desde ento, novas modificaes foram sendo realizadas gerando novos padres. A famlia de padres que compem o WiMAX brevemente apresentada:

    IEEE 802.16: Especificao original, na qual visa padronizar implementaes LMDS (Local Multipoint Distribution System). Utiliza frequncias de 10 66 GHz;

    IEEE 802.16a: Especificado para competir com as tecnologias que oferecem acesso ltima milha (last mile), como ADSL e Cable Modems. Utiliza frequncias de 2 - 11 GHz com taxas de transmisso de at 75 Mbps com um alcance mximo de 50 km;

    IEEE 802.16b: Trata dos aspectos relativos a QoS. Utiliza frequncias entre 5 6 GHz;

    IEEE 802.16c: Visa a interoperabilidade, protocolos e especificao de testes de conformidades. Utiliza frequncias entre 10 66 GHz;

    IEEE 802.16d (IEEE 802.16-2004): Este inclui todos os padres anteriores. Um destaque entre as alteraes realizadas no 802.16d a proviso de suporte para antenas MIMO (Multiple-Input Multiple-Output), aumentando a confiabilidade do alcance com multipercurso. A ETSI (European Telecommunications Standards

  • 36

    Institute) adotou este padro para servir como base para a HIPERMAN (High Performance Metropolitan Area Network);

    IEEE 802.16e (IEEE 802.16e-2005): Lanado em dezembro de 2005, na qual o objetivo prover mobilidade (Mobile WiMAX). Este padro utiliza largura de banda 5 MHz, velocidade em torno de 15 Mbps possibilitando mobilidade veicular de at 150 Km/h. compatvel com a especificao do padro 802.16. Vale destacar que nas freqncias inferiores a 3.5 GHz o 802.16e pode oferecer concorrncia tecnologia celular, tendo um poder de alcance de 2 a 5 km.

    Em Maio de 2009, o IEEE apresentou o padro IEEE 802.16-2009, em julho de 2010 o IEEE 802.16h-2010, e em maro de 2011 o mais recente IEEE 802.16m. Portanto, muitos produtos para redes WiMAX ainda esto baseado no padro IEEE 802.16-2004 ou IEEE 802.16e-2005.

    2.1.2 Funcionamento O modo de funcionamento de uma rede WiMAX semelhante a uma rede Wi-

    Fi IEEE 802.11 ou Bluetooth IEEE 802.15 sobre a ptica de transmisso e recepo de ondas de rdio.

    Um sistema WiMAX pode-se dividir em duas partes: Torre WiMAX, similar ao da telefonia celular; e Receptor WiMAX, que se constitui de uma antena, tendo topologia PMP

    (point-to-multipoint). O WiMAX pode oferecer servios NLOS e LOS. As caractersticas de cada

    servio so: Sem Linha de Visada (NLOS) Neste modo, uma pequena antena se

    conecta com a torre. A freqncia utilizada neste modo similar a do Wi-Fi que opera nas baixas freqncias no intervalo de 2 GHz at 11GHz. O uso de baixas frequncias deve-se ao fato de que estas no so facilmente perturbadas por obstrues fsicas; e

    Linha de Visada (LOS) Neste modo, a transmisso de dados realizada de uma Torre WiMAX para outra. Freqncias altas de at 66 GHz so utilizadas, resultando em interferncias menores e uma largura de banda maior. No LOS, a rota entre uma torre e o receptor deve estar livre de qualquer obstculo, pelo fato das

  • 37

    altas freqncias no terem a capacidade de contornar objetos. A taxa de transmisso pode chegar a 75 Mbps com um alcance de at 50 km.

    As redes WiMAX IEEE 802.16 funcionam de forma muito similar as redes celulares convencionais. As estaes base BS (Base Station) provem o acesso para as estaes assinantes SS (Subscriber Station) de uma determinada rea, chamada clula. O raio da clula pode chegar a alguns quilmetros e a unio destas cobre uma vasta rea. Quando comparadas, a ERB (Estao Rdio Base) da rede celular denominada BS no WiMAX, as EM (Estaes Mveis) das redes celulares so chamadas de SS no WiMAX fixo e MS (Mobile Station) no WiMAX mvel.

    O WiMAX possue trs elementos fundamentais em sua arquitetura: BS, SS e MS. A BS composta de elementos necessrios para permitir a comunicao sem fio, ou seja, antenas, transceptores e equipamentos de transmisso de ondas eletromagnticas. A BS tipicamente um n fixo, que pode tambm ser usada como parte de uma soluo mvel, por exemplo, uma BS pode ser fixada a um veculo provendo comunicao para dispositivos WiMAX nas proximidades. A SS um n fixo que normalmente se comunica apenas com uma BS. Definido no padro IEEE 802.16e-2005, uma MS um n mvel com suporte avanado de gerenciamento de energia. Os dispositivos MS so tipicamente pequenos como, por exemplo, laptops, telefones celulares e outros dispositivos eletrnicos portteis.

    Os dispositivos WiMAX se comunicam por meio de 02 (dois) tipos de mensagens: mensagens de gerenciamento e mensagens de dados. Mensagens de dados transportam as informaes/dados na rede WiMAX. As mensagens de gerenciamento so utilizadas para manter as comunicaes entre uma SS/MS e a BS como, por exemplo, o estabelecimento de parmetros da comunicao, troca de informaes relacionadas segurana e troca de chaves.

    2.1.3 Padro IEEE 802.16 Esse padro tem como proposta inicial disponibilizar o acesso banda larga

    sem fio para novas localizaes cobrindo grandes distncias, sem a necessidade de investimento em uma infraestrutura de alto custo (como ocorre com uma rede de acesso banda larga cabeada) e sem as limitaes de distncia das tecnologias DSL. Entre as promessas associadas soluo para o problema da ltima milha, esto a

  • 38

    reduo do custo de implantao e o tempo necessrio para se conectar residncias e escritrios aos troncos das linhas de comunicao.

    A popularidade das redes sem fio tem crescido rapidamente em funo de uma padronizao efetiva. Nesse contexto, o padro IEEE 802.16 importante, pois viabiliza uma economia de escala, baixando os custos de equipamentos, assegurando a interoperabilidade e reduzindo o risco de investimento para os operadores da tecnologia sem fio.

    Hoje, o WiMAX uma tecnologia verstil que continua a se adaptar s exigncias do mercado e garantindo a mobilidade dos usurios. Outras caractersticas como a distncia de abrangncia, velocidade e segurana so fundamentais para que as operadoras ratifiquem que o WiMAX uma tecnologia promissora.

    Empresas lderes de Mercado como Intel, AT&T, Samsung, Motorola, Cisco dentre outras, acreditam que o WiMAX realmente uma revoluo no sistema de comunicaes mveis.

    Dentre as vrias melhorias do WiMAX podemos destacar os grandes esforos para criao de polticas de protees de segurana mais robusta, incluindo autenticao mtua, protocolos mais eficazes para troca de chaves, utilizao de algoritmos de criptografia mais seguros para proteo do trfego, controle e proteo das mensagens de gerenciamento e otimizao dos protocolos no WiMAX mvel, com intuito de prover velocidade e segurana quando os usurios alternam entre as redes (handoff).

    A arquitetura de uma rede que utiliza o padro IEEE 802.16 possui 02 (dois) elementos principais: Base Station (BS) e Subscriber Station (SS). A BS realiza a comunicao entre a rede sem fio e a rede ncleo e suporta interfaces IP, ATM e Ethernet. A SS fornece ao usurio acesso rede ncleo por meio do estabelecimento de conexes com a BS em uma topologia Ponto-Multiponto (PMP).

    A camada fsica opera em um formato de frames, os quais so subdivididos em intervalos de tempo chamados slots fsicos. Em cada frame h um subframe downlink e um subframe uplink. O subframe downlink utilizado pela BS para a transmisso de dados e de informaes de controle para as SS. O subframe uplink compartilhado entre todas as SSs para transmisses que tem como destino a BS.

    O padro IEEE 802.16 permite dois modos de acesso ao meio fsico: duplexao por diviso de frequncia (Frequency Division Duplexing - FDD) e

  • 39

    duplexao por diviso de tempo (Time Division Duplexing - TDD). No modo FDD os canais downlink e uplink operam simultaneamente em frequncias diferentes. No modo TDD os subframes uplink e downlink compartilham a mesma frequncia, logo, no possvel realizar transmisses simultneas nos dois sentidos. Cada frame TDD tem um subframe downlink seguido por um subframe uplink.

    A camada de acesso ao meio (Medium Access Control layer - MAC) orientada a conexo. Cada conexo identificada por um identificador (Connection Identifier - CID) de 16 bits e cada SS tem um endereo MAC nico que a identifica e utilizado para registr-la e autentic-la na rede. Todo o trfego, incluindo o trfego no orientado a conexo, mapeado para uma conexo. Alm do gerenciamento das conexes, a camada MAC responsvel pelo controle de acesso ao meio e pela alocao de banda.

    A alocao de recursos para as SSs realizada sob demanda. Quando uma SS precisa de largura de banda para uma conexo, ela envia uma mensagem de requisio para a BS. Uma requisio de banda pode ser enviada como um pacote, cujo cabealho indica a presena de um pedido de banda, ou pode ser enviada juntamente com um pacote de dados (Piggyback). Todas as requisies devem indicar o nmero de bytes necessrios para transmitir os dados (payload) e o cabealho MAC. A requisio de largura de banda pode ser incremental ou agregada. Uma requisio incremental indica a largura de banda adicional que a SS precisa, enquanto uma requisio agregada indica a largura de banda total necessria para a SS.

    Para a SS, as requisies de banda sempre so referentes a uma determinada conexo, enquanto os grants alocados pela BS so destinados a uma SS e no a uma conexo em particular. Dessa forma, a SS pode utilizar o grant recebido para uma conexo diferente daquela para a qual a requisio foi feita.

    A alocao de grants para o envio de requisies de banda pode ser para uma SS particular ou para um grupo de SS e recebe o nome de polling. O padro define 02 (dois) mecanismos de polling:

    unicast: a SS recebe um grant cujo tamanho suficiente para o envio de uma requisio de banda;

    baseado em conteno: nesse caso, a BS aloca um grant para um grupo de SS, as quais devem competir pela oportunidade de enviar a mensagem de requisio.

  • 40

    Para reduzir a probabilidade de coliso, apenas as SS que necessitam de banda participam da conteno. Para resoluo da conteno, as estaes devem utilizar o algoritmo de backoff exponencial. O tamanho da janela mnima e da janela mxima de conteno controlado pela BS.

    A MAC tambm prov mecanismos para fornecer QoS aos trfegos uplink e downlink.

    O principal mecanismo para a proviso de QoS consiste em associar os pacotes que passam pela camada MAC a um fluxo de servio. O fluxo de servio um servio da camada MAC que fornece transporte unidirecional aos pacotes. Durante a fase de estabelecimento da conexo, esses fluxos de servio so criados e ativados pela BS e pela SS.

    Cada fluxo de servio ativo associado a uma conexo. Vrias sees das camadas superiores podem operar sobre o mesmo fluxo de servio na camada MAC, caso seus requisitos de QoS sejam os mesmos. Cada fluxo de servio deve definir seu conjunto de parmetros de QoS, dentre eles retardo mximo, largura de banda mnima e o tipo do servio. Para dar suporte s vrias aplicaes multimdia disponveis na Internet, o padro IEEE 802.16 define 05 (cinco) tipos de fluxo de servio:

    - O servio UGS (Unsolicited Grant Service) suporta fluxos de tempo real que geram pacotes de dados com tamanho fixo periodicamente, tal como voz sobre IP. Conexes UGS recebem grants peridicos de tamanho fixo.

    - O segundo tipo de servio o rtPS (Real-Time Polling Service), projetado para aplicaes com requisito de tempo real que geram pacotes com tamanho varivel periodicamente, como por exemplo aplicaes de vdeo MPEG. Fluxos rtPS requisitam banda atravs de polling unicast peridico e a QoS garantida satisfazendo-se os requisitos de latncia mxima e de banda mnima.

    - O servio ertPS (Extended Real-Time Polling Service) projetado para trfego de tempo real com taxa varivel, como por exemplo, aplicaes de voz sobre IP com supresso de silncio. Este servio usa um mecanismo de grant similar aquele utilizado pelas conexes UGS. Entretanto, os grants alocados periodicamente podem ser usados para enviar requisies de banda para informar a BS sobre a necessidade de um novo tamanho de grant. A BS no muda o tamanho dos grants at que receba uma requisio de banda da SS.

  • 41

    - O servio nrtPS (Non-real-time Polling Service) suporta trfego no sensvel ao retardo que requer grants de tamanho varivel regularmente, tal como trfego FTP. O servio similar quele oferecido pelo rtPS, porm, oferece polling unicast com menor frequncia e permite que a SS utilize os slots de conteno reservados para requisio de banda.

    - O servio BE (Best Effort) suporta trfego de melhor esforo sem quaisquer garantias de QoS. A SS pode utilizar tanto slots unicast quanto slots de conteno para requisitar largura de banda.

  • 42

    3 Metodologia

    O estudo foi realizado por meio de uma reviso bibliogrfica com consulta de artigos cientficos, documentos tcnicos, revistas especializadas, opinies de usurios, vivncia de pesquisadores, de profissionais de defesa, seguindo o mtodo de estudo de caso e baseado no modelo proposto por Fernandes (2010d).

    A pesquisa seguiu procedimentos metodolgicos apropriados, escolhidos a partir da delimitao do problema a ser pesquisado, sendo realizado uma investigao planejada e desenvolvida considerando as normas metodolgicas existentes, de forma que se chegue ao objetivo da pesquisa como resultado.

    Com base no projeto de pesquisa, foram definidas as seguintes etapas: 1. Leitura e sistematizao da bibliografia; 2. Construo dos instrumentos de investigao; 3. Validao e reviso dos instrumentos de investigao; 4. Coleta de dados; 5. Anlise dos dados; e 6. Redao da monografia. As etapas definidas no pargrafo anterior foram detalhadas de modo que

    todas as atividades de criao do projeto de pesquisa fossem contempladas com os seguintes itens:

    1. Leitura e sistematizao da bibliografia: a. Leitura de fontes bibliogrficas e registro no caderno de anotaes; b. Elaborao do tpico referncias bibliogrficas.

    2. Construo dos instrumentos de investigao: a. Levantamento de perguntas que caracterizem a consecuo dos

    objetivos especficos, bem como outras julgadas relevantes.

  • 43

    3. Validao e reviso dos instrumentos de investigao: a. Verificar se o contedo est de acordo com os propsitos

    estabelecidos no projeto de pesquisa. 4. Coleta de dados:

    a. Levantamento dos dados no Comando-Geral de Operaes Areas (COMGAR), da Fora Area Brasileira (FAB).

    5. Anlise dos dados: a. Analisar os resultados com base nos objetivos especficos do

    projeto. 6. Redao da monografia:

    a. Redao inicial; b. Verificao do relacionamento entre os objetivos especficos e

    questo de pesquisa; c. Correes de contedo de acordo com os comentrios do

    orientador; d. Redao definitiva; e. Entrega; e f. Defesa.

    7. Concluso.

  • 44

    4 Resultados

    Os resultados esto embasados na coleta de dados realizada com pesquisa e na leitura das diretrizes em vigor no Comando-Geral de Operaes Areas (COMGAR), de forma qualitativa, bem como na anlise dos processos crticos existentes na organizao, com o foco na aplicao das redes WiMAX em Exerccios e Operaes Areas Militares.

    4.1 Sistemas, Informao e Comunicaes As atividades de Comunicaes e Sistemas de Informao so necessrias

    para a execuo das Operaes ou Exerccios, no planejamento, coordenao e controle das atividades relacionadas aos Sistemas que do suporte ao Comando e Controle da organizao.

    Os seguintes Sistemas descritos abaixo foram identificados como crticos: - Os sistemas que envolvem a transferncia e o compartilhamento de

    informaes, como correio eletrnico; e - Sistema de apoio tomada de decises. Foi considerado que os sistemas possuem uma boa poltica de backup, plano

    de contingncia e registro dos logs de acessos, com a criptografia nativa de cada sistema.

    4.1.1 Correio Eletrnico O correio eletrnico montado em um servidor prprio de webmail, operando

    na Intranet, com a finalidade de atender o trmite de documentos dos elos de Comando e Controle.

  • 45

    O acesso ao Correio Eletrnico pode ser realizado de duas formas: - Acesso Primrio: Utiliza um kit Smart Card, possibilitando criptografia

    por hardware; e - Acesso Secundrio: Utiliza uma criptografia por software, por meio do

    protocolo https.

    4.1.2 Sistema de apoio tomada de decises um sistema automatizado, capaz de tramitar informaes entre os nveis

    estratgico, operacional e ttico, permitindo agregar os dados de cada Elo de C2 ao longo de todo o processo decisrio, integrando todos os nveis da estrutura de C2, com o foco no emprego operacional dos meios areos e terrestres disponveis.

    Constitui-se, portanto, como ferramenta que confere organizao a capacidade de supervisionar e de controlar a execuo, de forma a tornar eficiente o emprego operacional dos seus meios.

    4.1.3 Meio de Comunicao Seguro o meio de comunicao em que, pela combinao de tecnologia e mtodos,

    preservada a integridade e a confidencialidade da informao da organizao, de forma a atender s necessidades dos Elos de C2 nas situaes em que no se tem acesso Intranet da organizao. Este mesmo recurso pode ser utilizado como soluo de segurana em Redes WiMAX para uso em Operaes Areas Militares.

    4.2 Processos Os processos dos sistemas foram identificados atrelados aos seguintes

    pilares fundamentais: 1 Software: aquisio, configurao, implementao, documentao e treinamento. 2 Hardware: aquisio, configurao, poltica de segurana e documentao. 3 Usurios: cadastro, cultura organizacional e monitoramento.

  • 46

    4.2.1 Prioridade dos meios de comunicaes A prioridade para a seleo do meio de comunicao estabelecida para o

    trmite de documentos entre os elos de Comando e Controle, com o fito de privilegiar o uso de determinados meios de acordo com os interesses da organizao.

    A escolha do meio de comunicao para o trmite de documentos no sistema de Comando e Controle obedece a uma ordem de priorizao conforme o exemplo abaixo:

    Tabela 3 Ordem de prioridade dos meios de comunicaes

    CATEGORIAS MEIOS PRIORIDADES

    Intranet 1

    Mdulo de Segurana da Organizao 2

    SEGURO (CRIPTO)

    Correio eletrnico corporativo 3

    NO SEGURO (SEM CRIPTO)

    OUTROS MEIOS (Ex.: e-mail internet, telefone e etc.)

    4

    Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

    4.3 Infraestrutura A infraestrutura utilizada nos Exerccios e Operaes atualmente divide-se da

    seguinte forma: Tecnologia da informao; Telecomunicaes; e Telefonia.

    Figura 2 Barracas Figura 3 Gerador de energia Fonte: GCC Fonte: GCC

  • 47

    4.3.1 Tecnologia da Informao Com o apoio de uma equipe tcnica da rea de TI, diversas aes so

    executadas em um Exerccio ou Operao, de acordo com os seguintes exemplos relacionados abaixo:

    Instalao de switches em diversas salas para disponibilizar os servios de Intranet e Internet;

    Instalao de impressoras de rede; Instalao de desktops e laptops; Ligao de projetor principal e reserva para videoconferncia; Instalao de pontos de rede; Implementao de servio de help desk; Lanamento de cabo de fibra tica para a montagem de uma rede local; Criao e manuteno de uma pgina web.

    Com isso, h a necessidade de montagem de uma grande estrutura em diversos locais, tais como:

    Tabela 4 Infraestrutura necessria de TI

    Sala Equip Qtd Usurios Obs 1 Laptop 04 Unidade 1 Switch 2 Desktop 04 Facilidades Internet 3 Laptop 02 Descano Wireless

    Desktop 01 4

    Impressora 01 Helpdesk Switch

    5 Laptop 02 Unidade 1 Reserva Total 13 - - Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

    Figura 4 Exemplo de infraestrutura de TI Fonte: GCC

  • 48

    4.3.1.1 Procedimentos com computadores e equipamentos relacionados

    a) Computadores pessoais no permitido o uso na rede da organizao, com o fito de evitar a contaminao por meio de vrus e spywares;

    b) Servidores verificada a existncia de computadores com uma maior capacidade de processamento, haja vista a necessidade de se manter um bom desempenho no sistema de comando e controle utilizado.

    c) Software somente os servidores do Setor de TI possuem permisso para instalar qualquer software nas mquinas da organizao (administradores).

    d) Equipamentos de redes no h redes de longa distncia, bem como no permitido roteadores wireless.

    e) Sistema de Armazenamento e recuperao h uma constante atualizao deste sistema, devido a crescente demanda por armazenamento e recuperao de dados na Organizao.

    f) Controle de acesso o acesso controlado 24/7, com a exigncia de senhas especficas para o pessoal que trabalha no setor e monitoramento com cmeras, pois os equipamentos que compe a infraestrutura de TI so considerados elementos sensveis da organizao.

    Atualmente, o armazenamento um componente crtico da infraestrutura de TI e responsvel direto pelo nvel dos servios realizados na organizao. Dessa maneira, um planejamento abrangente tambm crtico para que o negcio da organizao continue a funcionar sem interrupo.

    4.3.2 Telecomunicaes As telecomunicaes so muito importantes em um Exerccio ou Operao

    Area Militar, para que se tenha o efetivo Comando e Controle de todos os meios disponveis.

    Desta forma, diversos itens so contemplados neste assunto conforme a seguir:

    Elaborao de um plano de freqncias; Configurao de central de udio; Gravao das frequncias e telefonia para fins de segurana; Instalao Estaes Transportveis de Enlace Satelital; e Prover servio de videoconferncia.

  • 49

    4.3.3 Telefonia A infraestrutura de telefonia da Base sediada ou Base de desdobramento

    normalmente utilizada em um Exerccio ou Operao, em coordenao com o Setor de Telemtica da organizao, com o fito de disponibilizar as necessidades de ramais para as Unidades envolvidas.

    No entanto, muitos itens so necessrios para se obter uma garantia das comunicaes.

    Aquisio de novas centrais telefnicas para disponibilizar mais ramais; Necessidade de cabo telefnico; Instalao de novos pontos de telefonia para atendimento operao em

    diversas salas conforme abaixo: Tabela 5 Pontos de telefonia

    SALA EQUIPAMENTO QTD Ramal Comercial 02

    A Ramal interno 01 Ramal Comercial 02

    B Ramal interno 01 Ramal Comercial 02

    C Ramal interno 01 Ramal Comercial 02

    D Ramal interno 01

    TOTAL 12 Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

    Neste caso, o WiMAX pode acomodar vrios mtodos diferentes de transmisso de dados, um dos quais o VoIP (Voice Over Internet Protocol). O VoIP permite que os participantes dos Exerccio ou Operaes faam ligaes locais, de longa distncia e at mesmo internacionais, por meio de uma possvel conexo internet de banda larga.

    4.4 Poltica e cultura de segurana Na rea de proteo do conhecimento, verificou-se que existe uma Poltica e

    Cultura de segurana da informao e comunicaes na organizao.

  • 50

    Foi observado que a Poltica de Segurana da Informao e Comunicaes POSIC denominada de Plano de Segurana Orgnica PSO na Organizao, sendo os itens apresentados conforme a tabela a seguir, em relao ao que est estabelecido na NC 03/IN01/DSIC/GSIPR, de 30/06/09:

    Tabela 6 Situao do Plano de Segurana Orgnica

    POSIC PSO Escopo De acordo

    Conceitos e definies De acordo Referncias legais e normativas De acordo

    Princpios No est especificado Diretrizes Gerais Parcialmente especificado

    Penalidades De acordo Competncias e Responsabilidades De acordo

    Atualizao De acordo Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa

    Os dados referentes ao item Diretrizes Gerais no so totalmente contemplados no PSO, haja vista a possibilidade de serem regulados por normas mais especficas como anexo. No entanto, s h anexos referentes a controle de acesso, uso de e-mail e acesso a internet.

    Os demais itens esto conforme previsto na NC 03, norteando a formulao de medidas de proteo preventivas e obstrutivas, todas relacionadas ao cumprimento da misso da Organizao, abrangendo a poltica de segurana da informao, segurana em recursos humanos e gerenciamento das informaes e comunicaes, com total compatibilidade na aplicao das redes WiMAX em Exerccios e Operaes Areas Militares.

    4.5 Organizao e Sistemas de Informao A pesquisa constatou que o Sistema de Comando e Controle da organizao

    foi simplesmente implantado, sem seguir um projeto arquitetural com definio e anlise dos requisitos dos envolvidos. O Sistema no seguiu uma metodologia de ciclo de vida, bem como no h um planejamento quanto desativao do Sistema. Esta caracterstica ser transparente na utilizao das redes WiMAX.

  • 51

    4.6 Controles de Segurana Fsica e Ambiental O estudo constatou que os controles de segurana fsica e ambiental da sala

    de servidores da organizao esto de acordo com a Norma ISO/IEC 17799 na maioria dos itens do check list, restando algumas pendncias nos seguintes pontos: segurana de salas e instalaes; proteo contra ameaas externas; do ambiente; e do cabeamento. Tais observaes tambm so pertinentes na utilizao das redes WiMAX, haja vista o risco de interceptao ou bloqueio na transmisso das informaes. No entanto, a utilizao do WiMAX diminui significativamente a fragilidade do componente cabo.

    4.7 Aquisio, implementao, entrega e suporte de servios de TI A pesquisa constatou que h de se definir um processo de aquisio,

    implementao, entrega e suporte dos servios de TI na organizao, o que perfeitamente aplicvel na adoo da soluo da rede WiMAX, por meio da confeco de um projeto bsico confeccionado pela Organizao definindo o objeto, objetivo, justificativa, especificaes, prazos, forma de execuo e garantia do servio.

    4.8 Criptografia A criptografia utilizada na organizao, de acordo com a especificidade de

    cada sistema; tais como: correio eletrnico; comando e controle; sistema informatizado de gesto arquivstica de documentos; e Comunicaes.

    A utilizao da Plataforma Criptogrfica Porttil (PCP) no correio eletrnico uma soluo compatvel com o WiMAX, composto por um equipamento semelhante a um pen drive ou kit Smart Card (segurana por hardware), que codifica qualquer dado do usurio, de modo a no torn-los interpretveis pelo inimigo.

    Na aplicao das redes WiMAX, a criptografia pode ser utilizada nos enlaces, com o fito de proteger ao mximo o trmite de informaes dos Exerccios e Operaes Areas Militares, de forma a prevenir algum impacto na organizao, haja vista o risco de interceptao ou bloqueio na transmisso das informaes.

  • 52

    4.9 Segurana Garantir a segurana da informao em ambiente digital constitui, cada vez

    mais, uma preocupao, seja por parte das organizaes ou pelos usurios. Na realidade, os riscos e ameaas no conhecem fronteiras de natureza

    geogrfica. O que se verifica que da mesma forma que aumenta a quantidade de informao em formato digital disponvel, tambm se verifica um aumento contnuo das ameaas e dos ataques segurana da informao digital.

    Fundamental tambm conhecer as vulnerabilidades e fraquezas que possam existir, se so internas ou externas, quais as possveis conseqncias e as melhores ferramentas e prticas a adotar para reduzir ou pelo menos prevenir e, caso se concretizem, ter um plano de contingncia que permita uma rpida atuao para minimizar as suas consequncias.

    Dado o elevado nmero e diversidade de possveis ataques e ameaas, torna-se necessria uma resposta que assente muito na preveno e no apenas no combate. Alm disso, nessa estratgia de preveno, os recursos humanos so um elemento chave em qualquer plano de segurana.

    Para minimizar os riscos na utilizao do e-mail funcional, por exemplo, devem-se ter regras claras para todos os seus usurios, podendo estas ser mais ou menos restritivas de acordo com os perfis definidos, pois esta ferramenta pode ser o elo mais fraco na cadeia de segurana, sendo necessrio utilizar hardware e software (firewalls, sistemas anti-spam...) adequados, sob pena dos riscos se tornarem superiores aos benefcios.

    Os antivrus so ferramentas essenciais e a sua utilizao constitui-se em uma boa prtica, pois o risco est sempre presente no surgimento de novos vrus, tais como: os worns, os trojan horses, entre outros.

    Quanto s senhas, tambm so um elemento chave da segurana. A senha uma forma de autenticao e validao e como tal deve ser nica e intransfervel. A escolha e utilizao das senhas so um elemento chave da segurana da informao, alem de garantirem que cada indivduo nico e no se confunde com os demais.

    A realizao de backups outro fator imprescindvel, pois por qualquer razo tais como: vrus, erro humano, falha tcnica, catstofre natural ou outro motivo, permite salvaguardar a informao em dispositivos (CD-ROM, DVD-ROM, HD, Pen

  • 53

    Drive, Fitas, etc), armazenando as informaes valiosas da organizao, com segurana e integridade, para recuperar os dados originais posteriormente, caso haja necessidade.

    4.9.1 Segurana fsica Na segurana fsica esto as situaes em que o componente humano

    constitui a principal fonte de ateno e de risco em situaes como o erro, a fraude ou o roubo.

    Para reforo da segurana fsica, na perspectiva do pessoal, h que se destacar particularmente, questes de fundo como a seleo e recrutamento dos recursos humanos, a documentao que serve de apoio sua atuao (manuais, normas internas), a formao desses recursos humanos, a sua sensibilizao e motivao, dar-lhes a conhecer a poltica de segurana e o respectivo plano de segurana.

    Na segurana fsica referente aos equipamentos, o hardware computacional (servidores, infraestrutura de rede) e outros equipamentos, como para o fornecimento de energia, sistemas de controle de acessos fsicos, sistemas de deteco e combate de incndios, controles de temperatura e umidade, de ventilao e de picos eletromagnticos.

    Na segurana fsica referente s instalaes, trata-se da perspectiva da engenharia. Para a reduo do risco e reforo da segurana so fundamentais as questes relacionadas com a sua localizao, o estado de conservao do edifcio, os riscos de inundao, de infiltraes e de acessos indevidos, a proximidade a locais muito poludos, zonas de tumultos ou manifestaes.

    4.9.2 Segurana lgica semelhana da segurana fsica, a lgica essencial para a garantia da

    integridade das informaes. Ainda que aparentemente, a segurana lgica deve estar em permanente

    atualizao, de forma a acompanhar a evoluo dos riscos e das possveis ameaas tambm.

  • 54

    Por exemplo, um antivrus que hoje est atualizado, daqui a 02 (dois) meses j no estar e daqui a 01 (um) ano estar completamente ultrapassado, perdendo grande parte da sua eficincia e eficcia.

    Ao nvel de segurana digital, as possibilidades de ataque e os riscos so vrios em um fluxo de informao entre a fonte e o destino, existindo vrios tipos de ameaas e ataques: por interrupo do fluxo de informao (ataque disponibilidade da informao), por interceptao (ataque confidencialidade), por modificao (ataque integridade) e por produo (ataque autenticidade da informao).

    Com base nos resultados obtidos, a aplicao das redes WiMAX em Exerccios e Operaes Areas Militares pode ser discutida como uma opo de investimento do Comando-Geral de Operaes Areas (COMGAR), de forma a otimizar a infraestrutura necessria para a utilizao dos seus sistemas, trfego de informaes e comunicaes operacionais, balizados por uma poltica, cultura e controle de segurana, como suporte tomada de decises, coordenao e ao controle, auxiliando os comandantes e comandados a analisar problemas, bem como visualizar solues para cenrios simples e complexos.

  • 55

    5 Discusso

    De uma maneira geral, o WiMAX uma tecnologia desenvolvida para levar a banda larga para os dispositivos mveis com alcance de aproximadamente 50 Km e grande capacidade de transmisso de dados.

    Alm de operar em uma ampla faixa de freqncia, as principais vantagens se concentram em 03 (trs) aspectos: banda larga; longo alcance; e dispensa de visada.

    Na prtica, o WiMAX funciona como o WiFi, mas com alta velocidade em distncias maiores e para um nmero bem maior de usurios.

    Na Coria, onde o sistema est amplamente disseminado, qualquer cidado de Seoul pode tranquilamente, por meio de seu notebook, navegar e fazer downloads em alta velocidade aonde quer que esteja na metrpole coreana. O mais interessante desta tecnologia que mesmo em movimento possvel utilizar tranquilamente o seu PC conectado internet sem perder o sinal.

    O foco do trabalho foi na aplicao das redes WiMAX em Exerccios e Operaes Areas Militares, identificando os sistemas crticos existentes da instituio.

    Foi observado que pelo menos 02 (dois) sistemas so considerados como crticos na Organizao, merecendo uma especial ateno nas manutenes, atualizaes e principalmente nas implementaes de polticas ou melhoria nas solues de segurana.

    Durante o perodo do estudo, foi possvel aprender um pouco mais sobre os sistemas da instituio, contribuindo para uma melhora no fluxo de informaes na rea de tecnologia da informao e organizao dos processos.

  • 56

    A busca na melhoria da infraestrutura de TI na organizao deve ser constante. Neste contexto, procurou-se estabelecer o objeto de estudo dos aspectos relacionados a dados obtidos sobre a segurana da informao. No caso de aplicao das redes WiMAX, a segurana pode ser focada no ativo de redes tambm.

    Quanto a existncia de uma poltica de segurana das informaes e comunicaes, verificou-se que h um Grupo de Trabalho constitudo por representantes dos diferentes setores da organizao, tais como: segurana patrimonial, tecnologia da informao, recursos humanos, jurdico, financeiro e planejamento.

    Em que pese que o Plano de Segurana Orgnica (PSO) no possui o nome de Poltica de Segurana da Informao e Comunicaes (POSIC), aquele documento registra o comprometimento da alta direo da organizao com a responsabilidade, competncia e o apoio para implementar a gesto de segurana da informao e comunicaes na sede da instituio, bem como nas unidades subordinadas, visando viabilizar e assegurar a disponibilidade, integridade, confidencialidade e autenticidade da informao, sendo necessria a realizao de apenas alguns ajustes durante o evento previsto para a atualizao. Esta poltica pode ser aplicada com sucesso na utilizao das redes WiMAX, seja na implementao de uma soluo de Criptografia, como a Plataforma Criptogrfica Porttil (PCP), na segurana fsica, com a utilizao de equipamentos robustos ou na segurana lgica, com a constante atualizao de um antivrus, por exemplo.

    A segurana da informao no Sistema de Comando e Controle da organizao est sendo levada em considerao em um projeto de modernizao do Sistema, com o levantamento e anlises de novos requisitos.

    Quanto aos controles de segurana fsica, a anlise dos fatos foi explorada de acordo com a descrio dos controles de segurana fsica e ambiental da sala de servidores da organizao, onde observou-se que h dispositivos de segurana da informao contra ameaas internas e externas, tais como: antivrus, sistema interno de monitorao, gravao de vdeo focado nos acessos da sala dos servidores e a utilizao de mdulo de acesso seguro.

    Na anlise da exposio das no conformidades dos controles de segurana fsica e ambiental da sala de servidores da organizao, as instalaes fsicas da organizao no possuem procedimentos adequados quanto segurana; os

  • 57

    materiais perigosos (inflamveis) no so guardados a uma distncia segura da rea de segurana; o processamento de informao no protegido contra desastres naturais; e h ausncia de isolamento das reas de expedio e carga.

    Durante a verificao das vulnerabilidades dos controles de segurana fsica e ambiental da sala de servidores da organizao, constatou-se que no existe controle de segurana adicional para informaes sensveis ou crticas.

    Os fatos positivos podem ser incorporados na implantao da rede WiMAX, da mesma forma em que os negativos devem ser evitados na utilizao desta tecnologia.

    Na anlise dos protocolos de comunicao homem-mquina existentes na organizao, observou-se que a descrio dos incidentes de segurana ocorrida recentemente est ligada ao uso de pen drives e computadores pessoais infectados na rede local da organizao.

    O comportamento inseguro dos servidores da organizao acontece quando h a tentativa de acesso a sites indevidos na internet.

    Na verificao das vulnerabilidades dos procedimentos dos servidores com as informaes da Organizao, observou-se que h uma poltica de segurana na instituio. No entanto, ela carece de ser revisada, pois a quantidade de informao manipulada dentro da organizao consiste em um grande recurso a ser gerido com eficincia, pois um bem valioso que necessita ser protegido.

    O processo de aquisio, implementao, entrega e suporte dos servios de TI da organizao explorado de acordo com a infraestrutura, operao, gerenciamento, desempenho, continuidade e segurana.

    Adquirir e manter infraestrutura de TI so pontos importantes no processo de aquisio, implementao, entrega e suporte dos servios de TI da organizao.

    Desta forma, o conhecimento produzido durante o estudo, melhorar os processos da organizao para a aplicao das redes WiMAX.

    As interaes entre as principais variveis do modelo interferem na eficcia do sistema de atendimento ao usurio de TI da organizao, com base na modelagem, simulao e dinmica, sendo explorada de acordo com os atendimentos aos usurios de TI, diagramas de ciclos de causalidade, modelagem, simulao e dinmica de sistemas.

    Os pontos acerca do processo de como as interaes entre as principais variveis do modelo interferem na