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AVALIAO DE PROJETOS
PS-GRADUAO NCLEO ESPECFICOMBA EM GESTO DE PROJETOS
MARING-PR2010
Professor Me. Diego Figueiredo Dias
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Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos SilvaCoordenao de Ensino: Viviane Marques GoiCoordenao de Curso: Diego Figueiredo DiasCoordenao de Tecnologia: Fabrcio Ricardo LazilhaCoordenao Comercial: Juliano Mario da SilvaCapa e Editorao: Luiz Fernando Rokubuiti, Fernando Henrique Mendes e Ronei Guilherme Neves ChiarandiSuperviso de Material: Nalva Aparecida da Rosa Moura Reviso Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Elaine Bandeira Campos e Janana Bicudo Kikuchi
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimao - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maring - Paran - www.cesumar.brNEAD - Ncleo de Educao a Distncia - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - [email protected] - www.ead.cesumar.br
Reitor: Wilson de Matos SilvaVice-Reitor: Wilson de Matos Silva FilhoPr-Reitor de Administrao: Wilson de Matos Silva FilhoPr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao e Extenso: Flvio Bortolozzi
As imagens utilizadas nessa apostila foram obtidas a partir do site PHOTOS.COM.
NEAD - Ncleo de Educao a Distncia
CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a distncia: C397 Avaliao de projetos/ Diego Figeiredo Dias. Maring - PR, 2010. 37 p.
CursodePs-GraduaoNcleoEspecficoMBAem Gesto de Projetos- EaD. 1.Gestodeprojetos.2.Adminstrao.3.EaD.I.Ttulo.
CDD - 22 ed.658.404 CIP-NBR12899-AACR/2
FichacatalogrficaelaboradapelaBibliotecaCentral-CESUMAR
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AVALIAO DE PROJETOSProfessor Me. Diego Figueiredo Dias
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SUMRIO
UNIDADE I
O ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
MTODOS DETERMINSTICOS DE ANLISE DE INVESTIMENTOS ................................................................ 10
MTODO DO VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) ....................................................................11
A TAXA MNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) .........................................................................................................12
MTODO DO VALOR PRESENTE LQUIDO (VPL) ..............................................................................................12
MTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ............................................................................................13
MTODOS NO EXATOS .....................................................................................................................................13
UNIDADE II
ANLISE E COMPORTAMENTO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTOS
RVORES DE DECISO ...................................................................................................................................... 19
A ANLISE DE SENSIBILIDADE .......................................................................................................................... 23
A ANLISE DE CENRIOS .................................................................................................................................. 24
UNIDADE III
A TOMADA DE DECISO NA ANLISE DE INVESTIMENTOS
PROCESSO DE TOMADA DE DECISO ............................................................................................................. 29
QUAIS ANLISES UTILIZAR PARA CADA SITUAO ....................................................................................... 35
REFERNCIAS ..................................................................................................................................................... 37
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UNIDADE I
O ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PROJETOS DE INVESTIMENTOSProfessor Me. Diego Figueiredo Dias
Objetivo de Aprendizagem
Oobjetivonestaunidadetrazeraops-graduando,adiscussoqualitativaacercadosdiversosm-todoscomparativosdeavaliaodeprojetos,vistoqueavisoquantitativatrabalhadanadisciplinadeanliseeviabilidadedeprojetos.
Plano de Estudo
Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnessaunidade:
Mtodosexatosdeanlisedeinvestimentos
Mtododovaloranualuniformeequivalente(VAUE)
Ataxamnimadeatratividade(TMA)
Mtododovalorpresentelquido(VPL)
Mtododataxainternaderetorno(TIR)
Mtodosnoexatos
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9AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
INTRODUO
Diversaspessoasquelidamcomprojetosdeinvestimentos,sempresedeparamcomaescolhadealternativasque
envolvemestudoseconmicos.Eopior,muitocomumvermosestaspessoasfazeremsuasescolhassemqueo
custodocapitalempregadosejaconsideradodemaneiracorreta.Somenteumestudoeconmicopodeconfirmar
aviabilidadedeprojetostecnicamentecorretos.
Neste material, ns veremos parte do que os
estudiosos chamam de Engenharia Econmica. Tal engenharia objetiva a anlise econmica
de decises sobre investimentos e tem muitas aplicaes, pois os investimentos podero ser de empresas privadas, pblicas ou mesmo investimentos pessoais.
Alguns exemplos de problemas que estudaremos so:
Temosodinheiro,melhorcompraroveculovistaouaprazo?
Construirumaindstriacomesteiraparatransportarmateriaisoufazerotransportemanualmente?
Utilizartubodemaioroumenordimetroparaaconstruodeumarededeabastecimentodeguas?
Umacoisaquedeveriasercomum,masnemsempre:Uma empresa sempre deveria fazer uma anlise de viabilidade ao comprar uma nova mquina, ao instalar uma nova fbrica, ouatmesmoaoalugarumnovoequipamento,ouseja,semprequefizeruminvestimento!
Sempre que formos fazer uma anlise sobre investimentos, devemos considerar os aspectos econmicos do mesmo,ouseja,devemosnospreocuparcomarentabilidade.
Aplicandocorretamenteoscritrioseconmicos,poderemossaberquaisinvestimentossorentveisouno.Ou
ainda, como poderemos aplicar dinheiro de maneira a obter maior retorno.
Mas de nada adianta analisarmos a rentabilidade dos rendimentos se no possuirmos o dinheiro para aplicar, nem termos a possibilidade de conseguir financiamentos. Os investimentos mais rentveis devero ser analisados de acordocomcritriosfinanceiros,osquaismostraroosefeitosdoinvestimentonasituaofinanceiradaempresa,
ouseja,comooinvestimentopoderafetarocapitaldegirodaempresa.
Almdosupracitado,existemfatoresaseremanalisadosquenosoconversveisemdinheiro.Vejamosaseguir.
Adecisodeseimplantarumprojetodeveconsiderartrscritriosrelevantes:
Econmico: rentabilidade do investimento.
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10 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Fonte:
PHO
TOS.
COM
Financeiro:disponibilidade de recursos.
Imponderveis: fatores no conversveis em dinheiro.
Este ltimo critrio trata das repercusses de um investimento que
no so diretamente conversveis em dinheiro, por isso chamada de imponderveis.Umexemplo:investirparamanteronveldeemprego.
Manter a satisfao do cliente, entre outros. Geralmente quem faz a anlisedesteltimocritrionosomosns,gestoresdoprojeto,mas
sim a alta administrao da organizao.
Deacordo comFilho eKopittke (2008), conveniente ter emmente
que para se fazer um estudo econmico adequado, alguns princpios bsicosdevemserconsiderados,como:
Observaralternativasdeinvestimento.Denadaadiantacalcularsevantajosocompraralgovistasenohcondiodeconseguirdi-
nheiro para isso.
Expressarasalternativassempreemdinheiro.Nohcomocomparar200horas/mensaisdemodeobracom200 Kwh de energia. Convertendo os dados em dinheiro teremos um denominador comum muito prtico.
Considerarapenasasalternativas.Porexemplo,numaanliseparadecidirsobreotipodemotoracomprarnorelevantesaberoconsumodeenergiadosmesmosseforigualparaosdois.
Mensurarsempreosjurossobreocapitalempregado.Sempreexistealgumamaneiradeempregarodinheirodemodoqueelerendaalgumacoisa.Quandoaplicamosodinheiroemumprojetodevemostercertezadeseresta a coisa mais rentvel a se fazer.
Noconsideraropassado,poisoqueinteressaopresenteeofuturo.Nopossodizer:estecarronopodeservendidopormenosque30.000,00,poiseugasteimuitocomeleemoficina.Istonoexiste.Oquereal-menteimportaovalordemercadodocarro.
MTODOS DETERMINSTICOS DE ANLISE DE INVESTIMENTOS
Paraqueomtododeanlisedeumprojetosejadefinido,temosantesquedefinirqualoobjetivodaempresa
queestelaborandoeanalisandooprojeto.
Nofazmuitotempo,asempresasapenaspensavamnolucroaofinaldoanoaofazeremumprojeto.Pormos
objetivosdasempresasmudaram,assimcomomudaramtambmosmodelosdegestocomopassardostempos.
Hojecomumvermosempresriosabrindomodolucropresenteparagarantirumaumentonomarket share e quem sabe chegarataumasonhadalideranadentrode3anos.
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11AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Para uma anlise sob este enfoque necessrio
utilizarmos o conceito de custo de recuperao do capital.
De acordo com Filho e Kopittke (2008), antigamente as empresas normalmente utilizavam a contabilidade de custos conjugada contabilidade financeira.
Com isso, todo investimento feito era amortizado em determinada quantidade de anos, sob a forma de depreciao. A recuperao do capital era lanada a
umataxazero.Peloconceitodeequivalncia,devehaverumataxatalquetorneequivalenteoinvestimentofeitoe
suarecuperao.Eestataxaquedeterminaocustodocapitalinvestidoaserlanadocomodespesa.
Porissointeressantequeaempresasepareascontabilidades!
Utilizamos3mtodos1deanlisesdeinvestimentosqueseajustamataisconceitos:
1. MtododoValorAnualUniformeEquivalente(VAUE):consisteemacharumasrieuniformeequivalenteatodososcustosereceitasparacadaalternativa.Aalternativaquetiveromaiorsaldopositivoamelhor.
2. MtododoValorPresenteLquido(VPL):calculaovalorpresenteequivalentedassadasdefluxodecaixade cada alternativa, somando-o ao investimento inicial. A opo que apresentar o Valor Presente Lquido Total maispositivoamelhor.AtaxautilizadaparadescontarofluxodecaixaaTMA2.
3. MtododaTaxaInternadeRetorno(TIR):taxaparaqualasadadofluxodecaixaprovenientedeuminves-timentoequivalenteaovalorinicialinvestido,ouseja,ataxaquezeraosganhosdoinvestidor.EstemtodocalculaaTIRdetodasasalternativasparacompar-lascomaTMAdefinida.OsinvestimentoscomTIRmaiorque a TMA so considerveis rentveis.
Estesmtodossoequivalentese,sebemaplicadosconduzemaomesmoresultado.Porm,cadaumseadapta
melhor a determinado tipo de problema. Veremos cada um deles brevemente.
MTODO DO VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE)
ComojmencionadooVAUEconsisteemacharumasrieuniformeequivalenteatodososcustosereceitaspara
cadaalternativa.Aalternativaquetiveromaiorsaldopositivoamelhor.Porm,osmaisutilizadossoaTIReo
VPL.Comocustodeoportunidade,temosoconceitodeTMAqueveremosdiante.
1Onossoobjetivonoaprofundarnosmtodos,poisparaistovocstmadisciplinadeanliseeviabilidadedeprojetos.Oobjetivoaquifazerumaanlisequalitativadosmtodos.2TaxaMnimadeAtratividadeataxaapartirdaqualoinvestidorconsideraqueestobtendoganhosfinanceiros.umataxaassociadaaumbaixorisco,ouseja,qualquersobradecaixapodeseraplicada,napiordashipteses,naTMA.GeralmenteutilizadaaSELIC(taxabsicadejurosdaeconomia),aTJLP(TaxadeJurosdeLongoPrazo)e/ouaTR(TaxaReferencial).
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12 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
A TAXA MNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
Comojmencionado,aoconsiderarmosumapropostadeinvestimentos,devemoslevaremcontadequeestamos
perdendo a oportunidade de aplicarmos estes recursos em outras coisas. Por exemplo, se eu investir $100 mil na compradeumequipamento,eupossoterquedeixardeinvestirestedinheiroemaes,ounaprpriapoupanae
aindaquemsabenumoutroprojeto.Porm,comoasoportunidadessovrias,nsdevemoslevaremconsiderao
algumas opes de fcil acesso e um tanto quanto segura.
NoBrasil,parapessoasfsicas,comumaTMAserigualrentabilidadedapoupana.Parapessoasjurdicas,
adeterminaodaTMAmaiscomplexaedependedoprazodoinvestimentooudaimportnciaestratgicadas
alternativas.
Agora,quandovamosfazercomparaesdecurtoprazo,comocomprarumcomponentedaproduohojecom
desconto ou daqui a 10 dias sem desconto, utilizamos a remunerao dos ttulos bancrios de curto prazo como os CDBs.
MTODO DO VALOR PRESENTE LQUIDO (VPL)
DeacordocomGroppellieNikbakht(2006),existemvantagensedesvantagensnestemtodo,vejaaseguir.
VANTAGENS E DESVANTAGENSOmtododovalorpresentelquidotemtrsvantagensimportantes.Primeira,eleusaosfluxosdecaixaemlugardoslucroslquidos. Fluxos de caixa (lucros lquidos + depreciao) incluem a depreciao como uma fonte de fundos. Isso funciona porqueadepreciaonoumdesembolsodecaixanoanoemqueoativodepreciado.Aocontrriodacontabilidade,nocampodasfinanasconsidera-seofluxodecaixaemlugardoslucroslquidos.Portanto,aabordagemdoVPL,aocontrriodomtododataxamdiaderetorno,consistentecomamodernateoriafinanceira.Segunda,omtododoVPL,aocontrriodosmtodosdataxamdiaderetornoedoperododeamortizao(payback), reconheceovalordodinheironotempo.Quantomaiorotempo,maiorodesconto.Ou,simplificando,seosfluxosdecaixadeumprojeto,comriscomdio,sodescontadosa10%,outroprojetocomummaiorgrauderiscodeveserdescontadoaumataxasuperiorde10%.Portanto,ovalordodinheironotempoparaumprojetoestrefletidonataxadedesconto,quedeveserselecionadacomcuidadopeloanalistafinanceiro.Geralmente,ataxadedescontotendeaseelevarcasoaofertamonetriaestejaescassaehajaexpectativadeelevaodataxadejuros.Terceira,aceitandosomenteprojetoscomVPLpositivos,acompanhiatambmaumentaroseuvalor.Umaumentonovalordacompanhia,narealidade,umaumentonopreodasaesounariquezadosacionistas.OmtododoVPLdooramentodecapitaldeve,portanto,nofinaldascontas,acarretarmaiorriquezaaosacionistas.Jqueoobjetivodamodernaadministraofinanceiraaumentar,continuamente,ariquezadosacionistas,omtododoVPLdeveservistocomoatcnicamaismodernadeoramentodecapital.Existem,entretanto,algumaslimitaesabordagemdoVPL.Omtodosupequeaadministraosejacapazdefazerprevisesdetalhadasdosfluxosdecaixadosanosfuturos.Narealidade,entretanto,quantomaioroperodo,maisdifcilaestimativadosfluxosdecaixafuturos.Osfluxosdecaixafuturossoinfluenciadosporvendasfuturas,peloscustosdamodeobra,dosmateriaisedoscustos indiretosde fabricao,pelas taxasde juro,pelosgostosdosconsumidores,pelaspolticasgovernamentais,pelasmudanasdemogrficasetc.Asuperestimaoousubestimaodosfluxosdecaixafuturospodemlevaraceitaodeumprojetoquedeveriaserrejeitado,ourejeiodeumprojetoquedeveriaseraceito.Almdomais,omtododoVPLsupequeataxadedescontosejaamesmadurantetodaaduraodoprojeto.Noexemploprecedente,
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13AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
vocdescontouosfluxosdecaixaa10%durantequatroanos,pormumataxadedescontode10%podenoserrealista.Ataxadedescontodeumprojeto,talcomoataxadejuro,narealidade,mudadeumanoparaooutro.Ataxadedescontopodeserafetadaporoportunidadesdereinvestimentodefluxosdecaixafuturos,pelastaxasdejurofuturasepeloscustosdelevantamentodenovoscapitais.Oproblemapodeserresolvidopelaprevisodastaxasdejurosfuturase,ento,pelodescontodofluxodecaixadecadaanofuturopelataxadedescontoprevista.Emboraessasejaumasugestointeligente,vochdeconcordarqueaprediodeumataxade juroparaosprximoscincooudezanosto incertaquantoosresultadosdeselanarumamoedacincooudezvezes!Contudo,noobstantetaislimitaes,omtododoVPLaindaomelhormtododeoramentodecapital.
MTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
DeacordocomGroppellieNikbakht(2006),existemvantagensedesvantagensnestemtodo,vejaaseguir.
VANTAGENS E DESVANTAGENSNumerosaspesquisastmmostradoque,naprtica,omtododaTIRmaisutilizadoqueaabordagemdoVPL.ArazodissopodeseratribudafacilidadedeclculodaTIR,parecidacomaTMR;porm,aousarosfluxosdecaixaeaorecon-hecerovalordodinheironotempo,parece-secomoVPL.Emoutraspalavras,emboraaTIRsejafcilecompreensvel,ela no possui as restries da TMR e do perodo de amortizao (payback),poisambososmtodosignoramovalordodinheiro no tempo.OprincipalproblemacomomtododaTIRqueele,muitasvezes,fornecetaxasderetornonorealistas.Suponhaumataxamnimaderetornode11%eumaTIRcalculadade40%.IssosignificaqueaadministraodeveaceitarimediatamenteoprojetoporcausadasuaTIRde40%?Arespostano!UmaTIRde40%implicaemqueacompanhiatemumaoportuni-dadedereinvestirseusfluxosdecaixafuturostaxade40%.Seaexperinciapassadaeaeconomiaindicaremqueos40%representamumataxanorealistaparafuturosinvestimentos,entoumaTIRde40%suspeita.Falandofrancamente,umaTIRde40%muitoboaparaserverdade!AmenosqueaTIRcalculadasejaumataxarazovelparareinvestimentodosfluxosdecaixafuturos,elanodeveservircomoparmetrodeaceitaoourejeiodeumprojeto.OutroproblemacomomtododaTIRqueelepodefornecerdiferentestaxasderetorno.Suponhaquehajaduastaxasdedesconto (duas TIRs) que tornem o valor presente igual ao investimento inicial. Nessecaso,qualtaxadeveserusadanacomparaocomataxamnima?AfinalidadedessaperguntanoresolveroscasosemquehajadiferentesTIRs,masquevocsaibaqueomtododaTIR,noobstantesuapopularidadenomundodosnegcios,apresentamaisproblemasdoqueimaginaumprofissional.
MTODOS NO EXATOS
Os trs mtodos exatos, VPL, VAUE e TIR so equivalentes e ajustam-se perfeitamente ao conceito de
equivalnciadamatemticafinanceira.Algunsanalistas,noentantoaindautilizammtodosnoexatos.No
nosso interesse nos aprofundar, mas sim passar brevemente por eles apenas para conhecimento.
Oprincipalmtodonoexatoodotempoderecuperaodocapitalinvestido,ofamosoPAYBACK. Ele mede o temponecessrioparaqueosomatriodasparcelasanuaissejaigualaoinvestimentoinicial.
Estemtodono levaemconsideraoavidado investimento,epodeserdificultadasuaaplicaoquandoo
investimentoinicialsederpormaisdeumanoouquandoosprojetoscomparadostivereminvestimentosiniciais
diferentes.
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14 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
DeacordocomGroppellieNikbakht(2006),vejaoexemplo:
ACompanhiaABCplanejainvestirnumprojetoquetemumdesembolso
inicial de $3.700. Ela previu que o projeto proporcionar entradas de
caixa regulares de $1.000 no ano 1, de $2.000 no ano 2, de $1.500 no ano 3 e de $1.000 no ano 4. Se a empresa tivesse como meta um perodo de amortizao (payback)detrsanos,vocrecomendariaqueesseprojetofosseaceito?
Soluo:
Asinformaesanterioresdevemserreescritasnoseguinteformato:
Vocpodeverporessa informaoqueapsdoisanosaempresa ter recuperado$3.000dos seus$3.700
investidos. Ento, calculemos a proporo do terceiro ano que a empresa precisar para recuperar os $700 restantes do seu investimento inicial ($3.700 $3.000 = $700). Para fazer isso, simplesmente dividimos os $700 pelaentradadecaixadoterceiroano:
700/1.500 = 0,47
Em termos redondos, 0,47deumano, aproximadamente, 24 semanas (0,47 x52 semanas=24 semanas),
perfazendoumtotalde2anose24semanasantesqueoinvestimentosejarecuperado.
A seguir, compare esse perodo de recuperao com o perodo-meta para ver se a empresa deve prosseguir com oinvestimento.Nessecaso,operododerecuperaoefetivo(2anose24semanas)menorqueoperodo-meta
de3anos.Portanto,oprojetoaceitvel.
Aindadeacordocomosautoresexistemvantagensedesvantagensnautilizaodomtodo.Vejanosaibamais.
VANTAGENS E DESVANTAGENS Omtododoperododerecuperaodoinvestimentotemvriasvantagensedesvantagens.Aprincipalvantagemqueessemtodofcildeusar.Nonecessriofazerclculoscomplicadosparaencontrarquantosanosumprojetodemorapararecuperaroseu investimento inicial.Operododerecuperaodo investimentotambmfcilentender.Portanto,quandoosanalistasprecisamdeumamedidarpidadorisco,elespodemusaromtododoperododerecuperaoparaverseocapital investidoserrecuperadoemumperodorazovelde tempo.Omtododoperododerecuperaodoinvestimento, no obstante sua simplicidade, pode ser de valia mesmo para as maiores corporaes multinacionais. Para tais empresas, eventos polticos tais como a nacionalizao de setores num pas estrangeiro so as principais fontes de risco. Em termos de possveis eventos polticos, ento, quanto menor o perodo de recuperao do investimento, menor
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15AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
oriscodoprojeto.Omtododoperododerecuperaode investimento,portanto,podeajudarasempresasamediroriscodeperderocapitalempasesestrangeiros.Aprincipaldesvantagemdessemtodoignorarcompletamenteovalordodinheironotempo.Nomtododoperododerecuperaodeinvestimento,noexistediferenaentreovalordeumaentradadecaixade$100noprimeiroanoeomesmomontantedeentradadecaixaumanodepois.Almdomais,omtododoperododerecuperaonolevaemconsideraoasentradasdecaixaproduzidasapsoperodoemqueoinvesti-mentoinicialfoirecuperado.Porcausadessesgravesobstculos,omtododoperododerecuperaodeinvestimentonodeve ser visto como uma abordagem muito boa ao oramento de capital.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Expliquequalaimplicaodeumasuperestimaodefluxodecaixaparaumprojeto,quandoseutilizaom-todo do Valor Presente Lquido.
2. PorqueummesmoprojetoanalisadopelosmtodosTIReVPLpodeseraceitoporum,pormrejeitadopelooutromtodo?
3. PorqueomtodoPAYBACKdeveserutilizadocomcuidado?Citequaisasprincipaisvantagensedesvanta-gensdestemtodo.
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UNIDADE II
ANLISE E COMPORTAMENTO DOS PROJETOS DEINVESTIMENTOSProfessor Me. Diego Figueiredo Dias
Objetivo de Aprendizagem
Oobjetivonestaunidade trazeraops-graduando,alguns tiposdeanlisesnoconvencionais,como as rvores de deciso, anlise de sensibilidade, e anlise de cenrios.
Plano de Estudo
Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnessaunidade:
Asrvoresdedeciso
Aanlisedesensibilidade
Aanlisedecenrios
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19AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
INTRODUO
No captulo anterior, ns vimos os mtodos
convencionais mais utilizados para a anlise de um projeto. De acordo com estes mtodos, o
trabalho do gestor seria basicamente avaliar o risco, escolher uma taxa de desconto apropriada e calcular o valor presente dos fluxos de caixa.
De acordo com Samanez (2009), na prtica esta tarefanotosimplesevaimuitoalmdisto.Umavezconhecidosaspossveisfalhasdoprojeto,ogestorpode
decidir se investe mais em informao, como uma melhor pesquisa de mercado, por exemplo. Pode-se decidir investirmaisemumnovoprocessotecnolgicocomoobjetivodeconfirmaraqualidade,durabilidade,resistncia
etc.Ouseja,oprojetonoalgoesttico!
Neste captulo, ento, abordaremos algumas tcnicas usadas no planejamento e controle de um projeto de
investimento,demodoqueogestorpossaterumavisomelhordasensibilidadedoempreendimentosmudanas
nas principais variveis.
De acordo com Samanez (2009), para conseguir uma anlise econmica robusta, deve-se examinar o impacto das diversasfontesderiscosobreoVPLdoprojeto.Issopodeserfeitopormeiodealgumastcnicas,asabordaremos
nestecaptulo:
rvoresdedeciso
Anlisedesensibilidade
Anlisedecenrios
RVORES DE DECISO
Arvorededecisoumametodologiagrficadeverificarasconsequnciasdedecisesatuaisefuturasbem
comooseventosaleatriosrelacionados.Estemtodonospossibilitaoentendimentoeocontroledeumnmero
expressivodeproblemasdeinvestimentossujeitosariscos.
De acordo com Samanez (2009), esta metodologia consiste num meio de mostrar a anatomia de uma deciso de investimento, assim como a interao entre deciso presente, eventos possveis, atitudes de competidores e possveisdecisesfuturasesuasconsequncias.
Estemtodoabordadoiselementosessenciaisparaaanliserealdeinvestimentos,sendoelesaincertezaeo
investimento sequencial.
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20 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Vejamosaestruturadarvorededeciso:
Fonte: Adaptado de FILHO e KOPITTKE (2008).
Osnsquadradosrepresentamasdeciseseosnsredondosrepresentamnsdeincerteza,ouseja,eventos
aleatrios.
DeacordocomFilhoeKopittke(2008),nosramosdeumarvorededecisodevemserlevadosemconta:
Asprobabilidadesapsosnsdeincerteza.
Osvaloresdeinvestimentosnosnsdedeciso.
Osretornosnofinaldosramos.
VejaoexemploadaptadodeFilhoeKopittke(2008):
Um vendedor ambulante est considerando a possibilidade de vender camisas esportivas. As camisas seriam compradaspor$10.00evendidaspor$35.00.Comoaqualidadedomaterialbaixa,estima-sequehaja30%de
perda para o vendedor ambulante. Independente da quantidade adquirida, seus custos de transporte e manuteno sero de $ 1000.00 por dia.
As camisas no vendidas tero um valor residual de $ 2.00.
Ademandadiriapelascamisasdependedascondiesdevigilncianasruas:seavigilnciaforostensiva,o
vendedor somente consegue vender 50 camisas, vendendo 4 vezes mais se a vigilncia das ruas for fraca. Caso avigilnciaformdia,ovendedorconseguecolocar120camisas.
Ascamisasspodemsercompradasemlotespr-determinados:80,160,240ou320unidades.
A experincia temmostrado que h 40% de chance de que a vigilncia seja fraca contra 30% de vigilncia
ostensiva.Emconsequnciaelamdia30%dasvezes.
Calcule:
a) Qual a quantidade de camisas que o vendedor ambulante dever comprar para maximizar o seu lucro espe-rado?
b) Disponha os resultados sob forma de matriz de receitas.
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21AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Soluo:
a) Quantidade de camisas que maximiza o lucro esperado.
Alternativas:
A. compra de 80 camisas
B. compra de 160 camisas
C. compra de 240 camisas
D. compra de 320 camisas
AlternativaA:
Custodaalternativa:80x10.00+1000.00=1800.00
Camisasvendveis:80x0,7=56
Receitas:
Paravigilnciaostensiva:50x35.00+6x2.00=1762.00
Paravigilnciamdia:56x35,00=1960.00
Paravigilnciafraca:56x35.00=1960.00
Receitalquida:
Paravigilnciaostensiva(o):1762.00-1800.00=-38.00
Paravigilnciamdia(m):160.00
Paravigilnciafraca(f):160.00
Calcula-se as receitas lquidas das alternativas de forma anloga.
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22 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Arvorededecisoapresenta-seassim:
Fonte: Adaptado de FILHO e KOPITTKE (2008).
Asreceitaslquidasesperadassoasseguintes:
E(A)=0,3x(-38)+0,3x160+0,4x160=100.60
E(B)=706.20
E(C)=836.60
E(D)=571.00
Destaforma,amelhoralternativaaC,queconsistenacomprade240camisas.
Pode-se,tambm,apresentaroproblemasobaformadematrizdedeciso:
Fonte: Adaptado de FILHO e KOPITTKE (2008).
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23AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
A partir destes dados pode-se, por exemplo, calcular o valor de uma informao adicional.
Vamosfazeraquiumaexemplificao,queapesardehipottica,podeserutilizadaparaoutroscasos,claro!
Atquantoovendedorambulantepoderpagaraumhipotticopolicialcorruptoparaquelheinformequalotipo
devigilnciaqueirocorrercomcerteza?
Deve-severificar,nestecaso,qualamelhoropoquandosesabeoquevaiocorrer:
CasoavigilnciasejaostensivaamelhoralternativaaA,ouseja,oprejuzoserde$38.00.
CasoavigilnciasejamdiaamelhoralternativaaB,comlucrode1320.
CasoavigilnciasejafracaamelhoropoaalternativaD,comlucrode2848.
Assim,ovaloresperadodareceitalquida,cominformaoperfeita,de:
V(p) = -38 x 0,3 + 1320 x 0,3 + 2848 x 0,4 = 1523,80
Ora,ovaloresperadosemestainformaoerade$836,60,correspondentealternativaC.
Assim,ovendedordeveestardispostoapagaraopolicialnomximo:
1523,80 - 836,60 = 687,20
Esteexemploserviuparanosmostrarqueaempresapodegastaradicionalmentenocaminhardeumprojetoparaconseguirinformaes.Masdeve-secalcularexatamentequalomximoqueelapoderpagardemodoquecompenseoinvesti-mento.
A ANLISE DE SENSIBILIDADE
DeacordocomSamanez (2009),comonaprojeodos fluxosdecaixadeumprojetogeralmente temosque
trabalhar com grande quantidade de variveis ou fatores, torna-se importante identificar quais deles tem um peso maior na determinao de tais fluxos.
Comovimos,nopodemosconsiderarosprojetoscomosendoestticos,poisosmesmolidamcomvariveis,que
comooprprionomejdiz,variamaolongodotempoepodemcausaralteraesnosfluxosdecaixafuturos.
Mascomomensurartaisalteraes?Comosabercomoestasalteraesiroafetaroandamentodomeuprojeto?
Aanlisedesensibilidadepermite identificarasvariveiscrticasnoprocessodeprojeoedeterminaodos
fluxosfuturosdemodoquepossamosavaliaroprojetoconsiderandodiversashiptesessobreocomportamento
destas variveis.
Existemduasmaneirasdefazermosaanlisedesensibilidade:modounidimensionalemultidimensional.
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24 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Anliseunidimensional:Quandomedimososefeitosdecadavarivelseparadamente.
Anlisemultidimensional:Quandoanalisamososefeitosdasvariveisaomesmotempo.
Atualmente, com o avano da tecnologia informtica, podemos fazer a anlise de sensibilidade em cenrios que representam fenmenos econmicos que provocam movimentos em mais de uma varivel de cada vez.
Acontecimentosquepodemprovocargrandeimpactodiretoouindiretonoprojetodevemserofocodogestor!Merecemestudosmaisaprofundadosouinvestimentosmaioreseminformao,oquepodedeixarmaiscarooprojeto,pormcomumnveldeseguranamaior!
A ANLISE DE CENRIOS
Umproblemadaanlisedesensibilidadeemsi,acorrelaoquepodemapresentarasvariveis.Umnmero
grandedevendaspodeseassociar facilmenteapreosmenoresoupocadepromoes.Oquesurgiupara
melhorar a anlise de sensibilidade foi uma variante desta, conhecida como anlise de cenrios.
Naanlisedecenrios,aoinvsdavariaodeumparmetroporvez,podemosfazervariarumconjuntodestes,
formando assim os cenrios.
Soatribudosvaloresacadaparmetroeapsvriasanlisesdesensibilidadepodemosidentificarasvariveis-
chaveque,emcadacenrio,determinamosucessoeoinsucessodoprojeto.
VejamosoexemploaseguirpropostoporSamanez(2009):
Efetueumaanlisedesensibilidade(comousodecenrios)paraumprojetoquerequeruminvestimentoinicial
de $ 150, deprecivel em 10 anos. Suponha que as informaes contidas no Quadro 1 so as apresentadas pelo departamento de Marketing a respeito do mercado, da participao da empresa nesse mercado, do preo unitrio devenda,docustovariveledocustofixoparatrscenriospossveis:opessimista,ootimistaeoesperado.
Quadro 1 -Informaessobreostrscenriospossveisparaoprojetotratado.
Fonte: Samanez (2009).
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25AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
A partir destas informaes, o Quadro 2 mostra o fluxo de caixa esperado para o perodo de 10 anos e o VPL de cada cenrio.
Quadro 2 - Fluxo de caixa esperado e o VPL de cada cenrio
Fonte: Samanez (2009).
OclculodoVPLconsiderouumataxadedescontode10%aoano.Nocasodocenrioesperado:
VPLesperado=-$150,00+=$34,34
ComooVPLdocenrioesperadopositivo,umadecisoapressadapoderiarecomendaroinvestimento.Porm,
algumasdvidaspodemsurgirapartirdasestimativasdocenrioesperado:
Serqueomercadoabsorve1.000unidadesporano?
Serqueaempresaconseguirabocanhar10%dessemercado?
Seosconcorrenteslanaremumprodutodemelhorqualidadeoumenorpreo,oqueocorrer?
Serqueocustovarivelficarrealmenteemtornode$3,00porunidade?
Vimos, por meio do exemplo que o projeto
poderatdarprejuzo,comonocasodocenrio
pessimista. Mas o que fazer ento? Temos que
analisar qual varivel tem mais peso, ou quais variveis. Isto quer dizer que existem algumas variveis que causam mais impacto no projeto
quando elas se alteram.
10t=1
$30(1,10)t
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26 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Quadro 3 - VPL do cenrio pessimista com a mudana de uma varivel de cada vez
Fonte: Samanez (2009).
Observando a tabela, podemos concluir que os parmetros que mais podem colocar em risco o sucesso econmico doprojetosoosaumentosinesperadosnoscustosvariveisefixos,jquenessescasos,oVPLassumemaiores
valores negativos.
Cabe aqui salientar que esta anlise no define o significado de otimista e pessimista, visto que no usa probabilidades. O trabalho tcnico em anlise econmica de projetos exige transformar possibilidades em
probabilidades.Aanlise tambmnoconsideraapossibilidadedeocorrervariveis interdependentes.Nesse
caso,talvezfossenecessriofazerumaanlisedecenriosouumaanlisedesensibilidadeconjunta.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) Faa uma simulao utilizando a anlise de cenrios. Investimento inicial de R$ 200,00 com depreciao em 10 anos.
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UNIDADE III
A TOMADA DE DECISO NA ANLISE DE INVESTIMENTOSProfessor Me. Diego Figueiredo Dias
Objetivo de Aprendizagem
Apresentartcnicasalternativasquedeemsubsdiosqualitativosparaaavaliaodeprojetos.
Plano de Estudo
Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnessaunidade:
Processodetomadadedeciso
Exemplodeaplicao
Quaisanlisesutilizarparacadasituao
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29AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
PROCESSO DE TOMADA DE DECISO
De acordo com Filho e Kopittke (2008), devemos ter em mente que a anlise das alternativas de investimento apenasumpassodeumprocessodesoluodeumproblema.Denadaadiantaboa tcnicadeanlisede
alternativas se estas no forem adequadamente geradas.
Segundo Krick (1971) apudFilhoeKopittke(2008),ospassosbsicosparaoprocessodoprojetoso:
I. Formulao do problema
II. Anlise do problema
III. Busca de alternativas
IV. Avaliao das alternativas
V. Especificaodasoluopreferida
A fase I implicadescreverdemaneirageral,porm resumida,ascaractersticasdoproblema.Porexemplo,a
empresa apresentou dificuldades no escoamento da produo, pois as instalaes no esto adequadas para a recente expanso das vendas.
A fase II requer uma especificao mais pormenorizada das caractersticas deste problema incluindo as restries. Esta fase inclui tambm a definio dos
critriosesuaponderaoparaaposterioranlisedas
alternativas.
A fase III busca identificar alternativas que atendam as especificaes e as restries.
A fase IV consiste num confronto entre os resultados qualitativosequantitativospormeiodoscritriosestipuladosnafaseII.
A fase V, finalmente, consiste na escolha da alternativa com base na anlise das fases de I a IV.
Existemoutrasmetodologiasinteressantes.VejamosaquefoipropostaporKepnereTregoe(1980)apud Filho e Kopittke (2008).
De acordo com esta metodologia existem 7 fases para a anlise de deciso, focadas na melhor alternativa. As fasessoasseguintes:
1. Estabelecerosobjetivos:resultadosqueseesperaobter.
2. Classificarosobjetivos:devemosclassificarosobjetivosemOBRIGATRIOSeDESEJVEIS.
3. Desenvolver alternativas dentre as quais ser feita a escolha.
4. Avaliar as alternativas.
5. Escolher a melhor alternativa como deciso tentativa.
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30 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
6. Avaliarasconsequnciasadversasdadecisotentativa.
7. Controlarosefeitosdadecisofinal,evitandoasconsequnciasadversase fazendoumacompanhamentoadequado.
Exemplo de Aplicao3:
Suponhaquevoctenhaquedecidirsobreumamelhorlocalizaoindustrial.Vejaosdadosquevocpossui.
A empresa que lhe contratou pretende implantar uma nova unidade de produo capaz de produzir 300 mil toneladasnoano.Estaempresa,apesardejterdefinidasuaproduodeveseconfrontarcomdoisproblemas:
a escolha adequada da tecnologia e da localizao.
Existem dois grandes centros consumidores para o produto em questo, os quais chamaremos de C1 e C2. Existe tambmumcentrofornecedordematria-primaquedenominaremosMP.Amatria-primaaqualoautorserefere
aprincipal,podendoserencontradasasmatrias-primassecundriasemqualquerumadaslocalidades.
Duas tecnologias so possveis, A ou B.
Entooproblemaquevoctemqueresolver:Instalar-seemC1,C2ouMP,eutilizarAouB.Ouseja,so6
possibilidades,C1-A;C1-B;C2-A;C2-B;MP-A;MP-B.
MPficaaosuldoestado,a250KMdeC2ea400KMdeC1.
C2ficanooestedoestado,a250KMdeMPe500KMdeC1.
C1ficanolestedoestado,a500KMdeC2e400KMdeMP.
C1eC2nopossuemproblemasdemodeobra,pormocentroC2,almdepossuirtradionesteramode
indstrias, possui mo de obra mais barata.
OcentroC1nopossuitradionesteramoindustrial.Aempresaprev,baseadaemslidoestudodemercado,
quevender1/3dasuaproduoemC2e2/3emC1.
J a fonte de matrias-primas MP, possui srios
problemas de mo de obra, que exigiriam um centro de treinamento e poderiam ocasionar problemas com rotatividade de pessoal, visto que a populao no est acostumada ao trabalho na indstria.
Para ambas as tecnologias, os processos produtivos requerem investimentos semelhantes e o consumo de matria-primaomesmo,porm,comatecnologiaBo
custocommatria-primasecundriaseriamaior.OprocessoAeconomizanosmateriaissecundrios,maspossui
um custo de mo de obra superior, pois exige maior qualificao.
3 Este exemplo foi proposto por Filho e Kopittke (p. 278, 2008).
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31AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
O processo A conta com perspectivas de produzir com melhor qualidade futura, pois se trata de uma tecnologia nova.Porm,existecertaincerteza,vistoqueoprocessoBjtestadoeaprovado,apesardemaisantigo.
Opreocompetitivonas localidadesC1eC2de2.400/t.opreodamatria-primade320/t (na fonte)eo
consumode1,2t/tdeproduto.Ocustodetransportedematria-primade0,16/tkme,paraoprodutode0,56/
tkm.
Ocustodosmateriaissecundriosde240/tdeprodutoparaoprocessoBede144/tparaoprocessoA.
AincidnciadocustodemodeobranoprocessoBde404/tnocentroC2,456emC1e488nocentroMP.Para
oprocessoA,amodeobra20%maiscara.
Osdemaiscustossomam400/tindiferentementeaoprocessooulocalizao.Ocustoderecuperaodocapital
de150milhes/ano.
Considerealgunsfatoresadicionais:
1. MPumportomartimo.
2. Aempresa,nofuturo,temoobjetivodeampliaraproduoetentaromercadoexterno.
3. Aempresaterproblemasderejeitosindustriais.
4. OcentroC1possuialtaconcentraoindustrialcomsriosproblemasdepoluioambiental.
5. O governo est criando incentivos para descentralizao industrial.
6. EstprevistaaconstruodeumalinhafrreaentreMPeC2.
7. A prefeitura de MP poder oferecer infraestrutura para a indstria.
Veja que voc enquanto tomador de deciso teve que organizar todos os dados referentes s possibilidades
e agora deve escolher onde produzir. Seus superiores esto aguardando sua deciso de melhor localidade e tecnologia.Evoc,oquedecidiria?Comoutilizariatodosestesdados?
Vejamosaseguir.
1. Estabelecimento dos objetivos:
Produzircommximalucratividadepossvel.
Teramplascondiesdecrescimento.
Atingirnofuturoomercadoexterno.
Manteropadrodeinovaotecnolgica.
Evitarpoluioambiental.
Reduzirinvestimentoinicial.
Evitarproblemascommodeobra.
Evitarriscosemrelaoaoprocessoprodutivo.
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32 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
2. Classificao e ponderao dos objetivos:
Osobjetivospodemserclassificadosemobrigatriosedesejveis.Colocaremosumobjetivoobrigatrioqueser:
Produzircomlucratividade(margemdelucrosobreasreceitas)mnimade7%.
Osdemaisobjetivose restriesseroordenadoseponderadosconformeveremosnaaplicaodo item4a
seguir.
3. Desenvolvimento das alternativas:
Comojmencionadoanteriormente,seissoaspossibilidadesvistoquepossumostrslocalidadesvezesduas
tecnologiaspossveis.Porm,antesdaanlisenecessrioestabelecerumamatriz de custosbaseadosnos
dadosjmencionadosanteriormente,calculandoassimalucratividadeeaperdarelativasobreasreceitas.
Quadro 4 - Matriz de clculo dos custos de cada combinao
Fonte: Filho e Kopittke (2008).
4. Avaliao das alternativas:
Asseisalternativasproduzirocomrentabilidadeacimade7%,oquesignificaquetodasterolucratividade,que
foranossonicoobjetivoobrigatrio.
A perda da pior alternativa quantitativa (MP-A) em relao s receitas de apenas 2,7%.Portanto, todas as
alternativasdeveroseranalisadascommaiscautela,vistoqueadiferenaentreelasnosignificativa.Qualquer
objetivosecundrioqueforalcanadopodesuperarestaperdafacilmente.
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33AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Paratomarmosadeciso,portanto,devemosponderarosoutrosobjetivoserestries.Temosquemontaruma
matriz de ponderao, como a que segue.
Quadro 5 - Matriz de Ponderaes
Obs.: Produto (P) = Escore (E) x PesoFonte: Filho e Kopittke (2008)
5. Escolha da melhor alternativa em primeira tentativa:
Considerando-seosresultadosobtidospormeiodoconfrontodosobjetivoserestriesestabelecidos,atendncia
quefaamosaescolhapelalocalizaoC2.Porm,comooresultadodeC2ficouparecidotantocomatecnologia
AquantocomaB,temosquefazeroutraanlisemaisaprofundada,ouseja,dasconsequnciasadversas.
6. Consequncias adversas:
As duas alternativas de tecnologia para a localizao C2 possuem algumas notas baixas que devemos analisar com mais ateno.
a)Emrelaolocalizao:
Ambasreceberamnota5,0noobjetivo8,reduzirinvestimentoinicial.
Esta nota foi atribuda devido possibilidade da localizao MP oferecer
incentivos a instalao. Como no existe certeza disto vir a ocorrer, uma posio mais conservadora manteria a posio C2.
b)Emrelaostecnologias:
C2Arecebeunotabaixanoobjetivo7aomesmotempoemqueC2Brecebeu
notabaixanoobjetivo4.Ouseja,hdvidassobreonovoprocesso,emrelao
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34 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
aoriscodeoperacionaliz-la,mastambmaocolocarmosestaramospossibilitandoinovaestecnolgicas.
AescolhadeA, trazum riscoembutidodoprocessono funcionara contento.Pode-sedizerque raro isto
acontecer(probabilidde=20%),mascomaltodendicedegravidade,ouseja,seocorrermuitograve.(90numa
escala de 0 a 100)
J a escolha de B, em troca de segurana, impossibilita grandes progressos tecnolgicos, com 60% de
probabilidade,pormcomndicemaisbaixodegravidade(20,numaescalade0a100)
Emsuma,paraestasduaspossibilidades(C2AeC2B)teramososeguinte:
Quadro 6 - Consequnciasadversasparacadatecnologia
Fonte: Filho e Kopittke (2008).
7. Concluso:
Em funo das informaes fornecidas, da metodologia adotada e das ponderaes aplicadas, observamos uma tendnciaparaaescolhadacombinaoC2B.
Estaescolhasfoipossvelapsdiversasanlises,poisquantitativamentepoderamosterescolhidoaalternativa
C1 A.
Namatrizdeponderaes,C2Apassouaseramelhoralternativa.Somenteapsaanlisedasconsequncias
adversasquefoipossvelchegaraC2B.
importanteressaltarqueoexemplomeramentedidtico.Quandoforaplicadonaprtica,deveserbemmais
pormenorizado,estudadoemconjuntocomosdiversossetoresdaempresa,paraquepossaserdefinidooque
seriapontopositivoeoqueseriapontonegativodecadadeciso.Oimportanteapsestaexposioperceber
quesvezesatomadadedeciso,aoserfeitacomaanlisedeapenasoquemaispositivo,noamelhor
soluo.Ospontosadversostambmsoimportantesesvezesdecisivosnaescolhadogestordoprojeto.
Portanto,paraconcluirmosanossadisciplinadeAvaliaodeProjetos,importanteogestorteremmenteque
para cada situao podem aparecer diferentes solues.
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35AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
-Emquesituaessonecessriasutilizartcnicasdeanlisedeinvestimentos?-Quaisastcnicasmaisindicadasparacadasituao?
QUAIS ANLISES UTILIZAR PARA CADA SITUAO
DeacordocomFilhoeKopittke(2008),podemosclassificarassituaeseasutilizaesdosmtodosdaseguinte
forma:
MTODOS DE ANLISE DE INVESTIMENTOSUtilizarquaisemquesituaes?
Tipos de Investimentos:
1. Suficientementeimportantesparajustificaroesforo.
2. Situaesnobviasorganizaroproblema.
3. Oaspectoeconmicosignificativoinfluirnadeciso.
SITUAES EM QUE O ASPECTO ECONMICO (CUSTO OU LUCRO) PREPONDERANTE
Existe boa previsibilidade:
1. VPL
2. TIR
3. PAYBACK
Situaesimprevisveis:
1. Anlise de sensibilidade
2. Anlise de cenrios
3. Outrosmtodosparasituaesderiscoeincerteza
SITUAES ONDE ALM DO ASPECTO ECONMICO EXISTEM OUTROS CRITRIOS IMPORTANTES
1. Anlisedecusto-benefcioAspectossociais(analisarosprsecontras)
2. AnliseMulticritrio
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36 AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
Umtimoexemplodaaplicaoprticadaanlisedemulticritriootextoqueseguenolink,ondeosautoresutilizaramparaadecisodelocalizaodeumausinatermoeltrica.Disponvelem:.Acessoem:23/11/2010.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. PorquenemsemprevivelautilizaopuraesimplesdosmtodosVPL,TIRe/ouPayback?
2. Quaisoscuidadosdevemostomaraoutilizarmosestesmtodos?
3. Quaissoosfatoresquenoslevamautilizarosmtodosalternativosdeanlisedeinvestimentos?
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37AVALIAO DE PROJETOS | Educao a Distncia
REFERNCIAS
FILHO,N.C.;KOPITTKE,B.H.AnlisedeInvestimentos.10.ed.SoPaulo:Atlas,2008.
GROPPELLI,A.A.;NIKBAKHT,E.Administrao financeira.2.ed.SoPaulo:Saraiva,2006.
SAMANEZ, C.P. EngenhariaEconmica.SoPaulo:PearsonPrenticeHall,2009.