Avaliação de Português

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Nome:_________________________________________n°____Série:______ __ ProfªAnelize Dias Soares Avaliação Bimestral E.E. Lygia de Azevedo Souza e Sá Leia: Texto 1 O seu, o meu, o nosso "rolezinho" – Andrea Matarazzo FOLHA DE SP - 18/01/2014

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Exercícios

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Nome:_________________________________________n°____Série:________ProfªAnelize Dias Soares Avaliação Bimestral E.E. Lygia de Azevedo Souza e SáLeia:Texto 1O seu, o meu, o nosso "rolezinho" – Andrea Matarazzo

FOLHA DE SP - 18/01/2014

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Os "rolezinhos" tornaram-se o assunto deste verão. Os encontros de um número expressivo de jovens em shoppings de São Paulo são considerados por muitos como uma espécie de continuação das manifestações de desencanto e indignação de junho passado.Há, de fato, aspectos em comum. Como as passeatas a céu aberto contra a péssima gestão do Estado brasileiro, os "rolezinhos" reúnem participantes que marcam o encontro previamente pelas redes sociais.Em ambos, grupos oportunistas de vários matizes ideológicos procuram pegar carona na notoriedade desses movimentos.No caso dos "rolezinhos", comerciantes e frequentadores dos shoppings e, depois, a sociedade foram pegos de surpresa. Pois, assim como as manifestações de inverno, a moda do verão surgiu inesperadamente e se tornou o tema predominante das últimas semanas.Mas há diferenças que não podem ser desprezadas. O rastilho de pólvora das manifestações foi o aumento do preço do transporte urbano e, depois, o movimento ganhou corpo com outras reclamações difusas. Não há, no caso atual, um discurso unificado de reivindicações. Não há sequer uma reivindicação expressamente declarada.Recentemente, jovens marcaram um "rolê" em Itaquera a pretexto de diversão. Houve reação dos proprietários de shoppings e das autoridades. Isso acendeu o debate com vezos políticos e ideológicos.Muitos a favor, muitos contra. A sensação que fica é que apoiar os "rolês" é de esquerda e condená-los é de direita. Isso é ridículo, pois interdita o debate, não traz solução.Aliás, é o que vem ocorrendo em diversas frentes: o debate morre, reduzido a ideologia de almanaque ou a meras disputas entre quem é o "bonzinho" e quem é o "mauzinho".Não faz sentido ideologizar ou politizar os "rolezinhos". Ser ou não ser politicamente correto não é nem deve ser a questão. O que temos de defender é a integridade física das pessoas que frequentam locais públicos ou privados de uso coletivo.Também não se pode deixar de lado evidências como o fato de que grupos de mil jovens ou mais (independentemente da classe social, credo ou bairro) em espaços inadequados podem provocar se não depredações e agressões, como já ocorreu, sustos, correrias e atropelos.A sociedade demanda códigos e padrões de comportamento para que os direitos de todos sejam assegurados. Da mesma forma que não se deve andar de skate em hospitais nem conversar durante um espetáculo, não é aceitável superlotar casas de eventos para não se repetirem tragédias como a da boate Kiss. Em recintos fechados, não é razoável dar margem a tumultos que ponham em risco a segurança das pessoas.A liberdade de marcar encontros pela internet é uma novidade que demanda cuidados. Uma chamada pode reunir 20 ou 20 mil pessoas. Como controlar uma multidão sem um mínimo de planejamento e organização? Em São Paulo, qualquer evento que reúna determinada quantidade de pessoas, por lei, exige ação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), do Corpo de Bombeiros, do Samu (Serviço Atendimento Médico de Urgência) e da Polícia Militar.Eventos sem as medidas de cautela necessárias podem provocar desastres. Como esvaziar um shopping lotado em caso de incêndio? Em caso de tumulto, como evitar acidentes com pessoas mais velhas ou com alguma deficiência? Como proteger as crianças? Como prevenção, é preciso, com bom senso, coibir aglomerações e correrias em qualquer local sem a estrutura necessária.Ou seja: seu "rolezinho" termina onde começa o do outro, pois a liberdade de cada cidadão é delimitada pela dos demais.

Texto 2Depois dos rolezinhos- | CRISTOVAM BUARQUE

Os rolezinhos têm sido tratados como um tema cultural: o porquê de os jovens preferirem agitar shoppings, tirando a tranquilidade dos frequentadores e trabalhadores, em vez de praticar outras atividades juvenis, tais como namoro, estudo, esporte, arte ou mesmo consumo. E as soluções propostas têm sido baseadas na esfera legal e policial. Não se viu um debate sobre as causas estruturais que permitiram que estas mobilizações aflorassem: os shoppings e a internet.Os shoppings ofereciam a natural busca de conforto nos trópicos e a necessária proteção em uma sociedade violenta nas ruas, mas também a disfarçada segregação social que caracteriza o Brasil. Independentemente das causas que levam os jovens aos rolezinhos, eles não ocorreriam sem estes dois fatos irreversíveis da realidade: a existência de

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shoppings e a disponibilidade da rede social. Sem os shoppings, não haveria como ocupá-los; sem as redes, não haveria como fazê-lo.A sociedade tem três alternativas: conviver com os rolezinhos como uma prática cultural, um carnaval fora de época e lugar; oferecer outras diversões aos jovens; ou buscar solução na explicitação da apartação, com leis que escolham os frequentadores. Esta medida será indecente moralmente e ineficiente socialmente. Ainda se consegue fazer isso nos clubes, condomínios, escolas de qualidade e hospitais caros, mas em shoppings será impossível justificar moralmente tal medida. Além disso, as soluções policiais pela força, cercando shoppings, ou pela espionagem, bisbilhotando as redes sociais, serão impossíveis.Até recentemente, a segregação se fazia com a convivência dócil dos excluídos, como se dizia então: os negros e os pobres sabem seus lugares. Não era necessário, como na África do Sul, explicitar em leis as calçadas e os banheiros só para brancos. No Brasil, a separação era automática, cada um sabia seu lugar. Com o aumento da população urbana, foi preciso separar fisicamente as classes, nos shoppings e condomínios, com cercas e crachás, mas ainda sem necessidade da explicitação em leis. Apesar de ter havido propostas para proibir legalmente a entrada de imigrantes indesejados, bastava a apartação descrita no livro: O que é apartação, o apartheid social brasileiro, de 1994.Graças à internet, os rolezinhos desnudam o sistema de apartação implícita, sem leis. Quem não quiser conviver com os shoppings ou com as redes sociais deverá mudar de planeta ou viajar para o passado. Daqui para a frente, os shoppings existirão e terão um papel positivo no conforto social, mas a “guerrilha cibernética” é uma realidade com a qual vamos conviver. Ou assume-se a segregação explícita, ou promove-se a miscigenação social.E, para isso, o caminho é a escola. A segregação racial se fez nas alcovas, a segregação social se faz nas escolas. O único caminho decente e sustentável para o bom funcionamento dos espaços urbanos é a promoção da escola de qualidade em horário integral, com ofertas culturais para os jovens.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1443780&tit=Depois-dos-rolezinhos

1. De acordo com a leitura dos dois textos, é possível afirmar que:a. A autora do texto 1 é a favor dos “rolezinhos”, pois “ (...)A sociedade demanda códigos e

padrões de comportamento para que os direitos de todos sejam assegurados.”b. O autor do texto 2 é contra os “rolezinhos”, pois “(...) Quem não quiser conviver com os

shoppings ou com as redes sociais deverá mudar de planeta ou viajar para o passado.”c. A autora do texto 1 é contra os “rolezinhos”, pois “(...)Em recintos fechados, não é razoável dar

margem a tumultos que ponham em risco a segurança das pessoas.”d. O autor do texto 2 é contra os “rolezinhos”, pois “(...) Daqui para a frente, os shoppings

existirão e terão um papel positivo no conforto social, mas a “guerrilha cibernética” é uma realidade com a qual vamos conviver.”

2. A autora do texto 1 é a favor ou contra os “rolezinhos”? Quais são os argumentos que ela utiliza?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O autor do texto 2 é a favor ou contra os “rolezinhos”? Quais são os argumentos que ele utiliza?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Em: “Ou assume-se a segregação explícita, ou promove-se a miscigenação social”:a. “Ou” é uma conjunção adversativa, pois liga duas orações ou palavras, expressando ideia de

contraste ou compensação. 

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b. “Ou” é uma conjunção explicativa, pois liga a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida.

c. “Ou” é uma conjunção conclusiva, pois liga a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência,

d. “Ou” é uma conjunção aditiva, pois liga orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição.

e. “Ou” é uma conjunção alternativa, pois liga orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha.

5. “Os shoppings ofereciam a natural busca de conforto nos trópicos e a necessária proteção em uma sociedade violenta nas ruas, mas também a disfarçada segregação social que caracteriza o Brasil”; o termo “mas também” dá a ideia de:

a. Explicaçãob. Adição

c. Alternânciad. Conclusão