Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO PROFISSIONAL EM ODONTOLOGIA LUÍS CLÁUDIO FERREIRA DE MELLO AVALIAÇÃO DE DOIS CIMENTOS UTILIZADOS PARA FIXAÇÃO PARA PINOS DE FIBRA DE VIDRO EM RAÍZES DENTAIS RIO DE JANEIRO 2012

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO PROFISSIONAL EM ODONTOLOGIA

LUÍS CLÁUDIO FERREIRA DE MELLO

AVALIAÇÃO DE DOIS CIMENTOS UTILIZADOS PARA FIXAÇÃO PARA

PINOS DE FIBRA DE VIDRO EM RAÍZES DENTAIS

RIO DE JANEIRO

2012

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LUÍS CLÁUDIO FERREIRA DE MELLO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ODONTOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: REABILITAÇÃO ORAL - IMPLANTODONTIA

AVALIAÇÃO DE DOIS CIMENTOS UTILIZADOS PARA FIXAÇÃO PARA

PINOS DE FIBRA DE VIDRO EM RAÍZES DENTAIS

Orientador: Prof. Dr. Celso Silva Queiróz

RIO DE JANEIRO

2012

Dissertação apresentada ao Programa de Pós - graduação – Strictu sensu - Mestrado Profissional em Odontologia – Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração – Reabilitação Oral.

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 20271-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA

M527a Mello, Luís Cláudio Ferreira Avaliação de dois cimentos utilizados para a fixação de pinos de fibra de vidro em raízes dentais / Luís Claudio Ferreira Mello, 2011.

51f. : il; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral, Rio de Janeiro, 2011. Orientador: Prof Dr Celso Silva Queiróz

1. Adesivos dentários. 2. Cimentos dentários. 3. Resistência ao cisalhamento. 4. Pinos dentários. 5. Raíz

dentária. I. Queiróz, Celso Silva, II, Universidade Veiga de

Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral -

Implantodontia. III. Título.

CDD – 617.675

DeCS

DeCS

CDD – 617.675

DeCS

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FOLHA DE APROVAÇÃO

LUÍS CLÁUDIO FERREIRA DE MELLO

AVALIAÇÃO DE DOIS CIMENTOS UTILIZADOS PARA FIXAÇÃO PARA

PINOS DE FIBRA DE VIDRO EM RAÍZES DENTAIS

Aprovado em 08 de Novembro de 2011

Banca Examinadora

______________________________________

Prof. Dr. Celso Silva Queiroz - UVA

______________________________________

Prof. Dr. Antonio Carlos Canabarro Andrade Júnior - UVA

______________________________________

Profa. Dra. Larissa Maria Assad Cavalcante – UFF – Banca Externa

RIO DE JANEIRO

2012

Dissertação apresentada ao Programa de Pós - graduação – Strictu sensu - Mestrado Profissional em Odontologia – Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração – Reabilitação Oral.

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Dedico este trabalho primeiramente a DEUS pela vida e oportunidade de estar

neste mundo, aprendendo e ajudando ao próximo. Tudo o que sou e o que eu

tenho são presentes dele. Não há nada que eu alcance se o Senhor não estiver

ao meu lado, me guiando, me orientando e me apoiando. Obrigado por me

acolher em seus braços nas noites em que entreguei as minhas ansiedades em

suas mãos; e porque ao acordar já sentia paz em meu coração e me sentia

com forças renovadas para começar de novo. Obrigado DEUS! Eu te amo!

Dedico a tese de mestrado a vocês meus pais IRAN e NELLY MELLO que são

minha vida, pois minha felicidade não se realizaria sem a participação de

vocês. Obrigado pelas orações, conselhos, paciência e apoio para que eu

pudesse conquistar meus objetivos.

Dedico este trabalho com muito amor a minha esposa ALINE BASTOS, por

estar sempre ao meu lado me ajudando a superar as dificuldades, por meio de

incentivo, carinho, paciência, compreensão.

Muitas forças que agem sobre as nossas vidas podem surgir sem convite,

incompreendidas e mesmo injustas. Mas isso não serve como desculpa para

nos tornar vítimas das circunstâncias. Podemos não ser mestres do destino,

mas quando agimos com energia, dedicação e visão fazem a diferença.

(SÉRGIO CHARLAB)

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AGRADECIMENTOS

Ao Reitor da Universidade Veiga de Almeida UVA, Mário Veiga de

Almeida Júnior.

Ao Vice-Reitor da Universidade Veiga de Almeida – UVA, Prof. Tarquínio

Prisco Lemos.

Ao Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Odontologia,

Prof. Dr. Antônio Carlos Canabarro Andrade Júnior, meu profundo respeito e

admiração.

Ao meu Orientador Prof. Dr. Celso Silva Queiróz, obrigado pela

dedicação, incentivo, apoio, pelos ensinamentos, horas dedicadas à

elaboração do trabalho, confiança, oferecendo todo suporte necessário por

meio do conhecimento e experiência. Obrigado pela valiosa orientação.

Ao setor de Pós-Graduação da Universidade Veiga de Almeida – UVA.

Aos meus colegas e alunos do Curso, Ricardo de Mello Villas-Bôas,

Tanissy, Renato Rocha, Rogério, por compartilhar conhecimentos e amizade.

Aos docentes do Curso de Pós-Graduação da UVA, obrigado pelo apoio,

dedicação, incentivo, ensinamentos e experiências transmitidos.

Aos meus irmãos Luciana, Marcelo e Marcos que me serviram de esteio

nas horas difíceis e de angústias e por compartilharem nas minhas alegrias,

por tudo que fizeram por mim. Principalmente a Luciana Mello por informações

em informática.

Aos meus filhos Thais e Luís Felipe, por me lembrar da simplicidade e

carinho que as crianças revelam por meio de gestos e atitudes. Sendo as

coisas mais importantes em minha vida; que me levam a superação.

Aos meus avós Iram e Luiza Fioravanti, representando todos aqueles

que demonstraram carinho e amor incondicional e incansável torcida pela

minha realização, participando desta alegria na eternidade.

Aos meus avós Abilho e Maria da Penha, pelo exemplo de vida. Por

estarem torcendo pelas minhas conquistas com muito amor, carinho e orações

na eternidade.

A todos meus familiares (tios, tias, primos e primas) que estiveram ao

meu lado.

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Aos bons amigos e especiais, Elio Coura, Renato Guimarães, Paulo

César, Ralf Lemos, Barra, Flávio, obrigado pelo apoio e compreensão nos

momentos difíceis e pelos ensinamentos oferecidos.

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é

única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida passa

sozinho, mas quando parte, nunca vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco

de nós, deixa um pouco de si mesmo.”

Kalil Gibran

A todos que participaram direta e indiretamente na realização deste

trabalho.

MUITO OBRIGADO.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar dois diferentes materiais utilizados para

cimentação de pinos de fibra vidro intrarradiculares por meio da resistência ao

cisalhamento por extrusão (push-out). Foram obtidos vinte incisivos anteriores

superiores unirradiculares hígidos, em seguida as coroas anatômicas foram

seccionadas e vinte raízes foram obtidas. As polpas foram removidas

utilizando-se limas endodônticas e os condutos radiculares foram preparados.

As raízes foram divididas em dois grupos (n=10): Grupo I - Pinos fixados com

cimento resinoso Rely X U100 (3M ESPE) e Grupo II - Pinos fixados com

cimento resinoso BisCem (Bisco). Os pinos foram fixados de maneira a

manter uma porção externa de 2 mm, as raízes foram mantidas em estufa a

37oC durante 24 h. Em seguida as raízes foram seccionadas transversalmente

na região cervical, média e apical, com aproximadamente 2 mm de espessura.

O ensaio de push-out foi realizado em máquina de ensaio universal (Kratos).

Os valores médios da resistência de união por extrusão não apresentaram

diferenças estatisticamente significantes nos terços cervicais e médios das

raízes entre os cimentos avaliados. Na região apical o valor médio da

resistência de união para o cimento resinoso Rely X U100 (3M ESPE) foi

superior estatisticamente quando comparado com o cimento resinoso BisCem

(Bisco) (p<0,05). Os resultados sugerem que ambos os cimentos testados

apresentam o mesmo comportamento em relação à resistência de união nos

terços apical e médio em 66% do conduto radicular, porém o Rely X foi mais

efetivo no terço apical.

Palavras-chave: resistência de união, pino de fibra de vidro, cimento resinoso

autoadesivo.

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate two different materials used for luting fiber

posts in root dentin through push out test. Twenty healthy single-rooted upper

anterior incisors were obtained, then the anatomical crowns were sectioned.

The pulps were removed using endodontic reamers and the root canal was

prepared. The roots were divided into two groups (n = 10): Group I - Fiber posts

set with resin cement Rely X U100 (3M ESPE) and Group II - Fiber posts

cemented with resin cement BisCem (Bisco). The fiber posts were set so as to

maintain an outer portion of 2 mm, the roots were stored at 37°C for 24 h. Then

the roots were sectioned transversally in the cervical, middle and apical regions,

with approximately 2 mm in thickness. The push out test that evaluated bond

strenght between luting material in root dentin was carried out in a universal

testing machine (Kratos). The average values of bond strength by extrusion

showed no statistically significant differences in cervical and middle thirds of the

roots between the cements tested. In the apical region the average of bond

strength for resin cement Rely X was statistically higher when comparing wich

resin cement BisCem (p <0.05). The results suggest that both cements tested

show the same behavior with respect to bond strength in the cervical and

middle thirds in 66% of the root canal, but the Rely X was more effective in the

apical third.

Keywords: bond strength, fiber post, self-adhesive resin cement.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Cortadeira Elétrica Buehler-isomet. 34

Figura 2 Pino de fibra de vidro. 36

Figura 3 Cimento (Rely X U100). 36

Figura 4 Cimento (BisCem). 37

Figura 5 Fotopolimerização dos cimentos. 37

Figura 6 Amostras antes do seccionamento para análise de push-out.

38

Gráfico 1 Médias obtidas por push-out nos diferentes grupos experimentais e nas diferentes regiões avaliadas. 35

Quadro 1 Composição dos dois cimentos utilizados.

41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Médias e desvios-padrão obtidas por push-out nos diferentes grupos experimentais.

40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Abreviaturas e Siglas:

A – Área

% - Porcentagem

® - Marca Registrada

µm – Micrometros

µm2 – micrometro quadrado

DP - Desvio Padrão

et al. - e colaboradores

g/ml - gramas por mililitros

g - gramas

ml - mililitros

mm - milímetros

Nm - nanômetros

ºC - Graus Celsius

t - tempo

UVA- Universidade Veiga de Almeida

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 15

2.1 O USO DE PINOS INTRA-RADICULARES E SUA RESISTÊNCIA NO

CONDUTO RADICULAR ............................................................................... 15

2.2 A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS RESINOSOS E SUA RELAÇÃO COM A

DENTINA ....................................................................................................... 24

3 OBJETIVO ................................................................................................ 32

4 METODOLOGIA ....................................................................................... 33

4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ...................................................... 33

4.2 PREPARO DOS CONDUTOS RADICULARES ..................................... 33

4.3 GRUPOS EXPERIMENTAIS .................................................................. 34

4.4 CIMENTAÇÃO DOS PINOS DE FIBRA DE VIDRO ............................... 35

4.5 SECCIONAMENTO DAS RAÍZES E TESTE DE PUSH-OUT ................ 38

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................ 39

5 RESULTADOS .......................................................................................... 40

6 DISCUSSÃO ............................................................................................. 42

7 CONCLUSÃO ........................................................................................... 47

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 48

ANEXO A ....................................................................................................... 54

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1 INTRODUÇÃO

A cimentação de um pino intrarradicular é realizada com o objetivo de

promover retenção à restauração final do dente, muitas vezes há um equívoco

em pensar que esse procedimento serve para reforçar a estrutura do elemento

dental ( Guzy e Nicholls, 1979). Em diversas situações clínicas o pino metálico

fundido pode produzir o enfraquecimento do remanescente radicular, podendo

ocasionar fraturas catastróficas (Sirimai et al., 1999; Gusy e Nicholls, 1979;

Martinez-Insua et al., 1989; Dietschi et al., 1997; Ferrari et al., 2000). Esse

fator se deve ao alto módulo de elasticidade dos pinos metálicos resultando em

acúmulo de tensões na região apical das raízes.

Os pinos de fibras de carbono foram introduzidos para diminuir a

possibilidade de fraturas radiculares, esses pinos são arranjados

longitudinalmente em uma matriz de resina epóxica (Duret et al., 1990),

apresentam alta resistência a fadiga e módulo de elasticidade semelhante ao

da dentina (Asmussem et al., 1999) e natureza química compatível com o

monômero Bis-GMA (Ferrari, 2000). Porém, os pinos de fibra de carbono

possuem coloração acinzentada comprometendo o fator estético.

Dessa forma, os pinos de fibra de vidro começaram a ser utilizados

clinicamente para suprir as deficiências dos anteriores. Esses pinos são

compostos por fibras longitudinais de dióxido de silício e alumina inseridas em

uma matriz de Bis-GMA com partículas inorgânicas. O módulo de elasticidade

é semelhante ao da dentina (Asmussem et al., 1999) e são compatíveis a união

com compósitos odontológicos (Dietschi et al., 1997), essas características

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diminuem a transmissão de esforços mecânicos a estrutura dental (Drummond,

2000).

Por outro lado, somente o tipo de pino utilizado não determina o sucesso

clínico, o sistema de união pode interferir diretamente no resultado do

procedimento, assim, novos sistemas adesivos têm sido lançados no mercado

com diferentes propostas em termos de composição química e métodos de

aplicação. As ações desses materiais dependem da formação da camada

híbrida (Nakabayashi et al., 1982; Nakabayashi et al., 1991). A camada híbrida

pode ser obtida através da técnica de condicionamento ácido total, ou seja,

remoção completa da smear layer e desmineralização da dentina, ou ainda

através da utilização de primes autocondicionantes (monômeros ácidos) que

desmineralizam parcialmente a smear layer e a dentina subjacente (Hayakawa

et al., 1998; Nakabayashi e Pashley, 2000).

Esses sistemas de união têm sido amplamente utilizados para fixar pinos

intrarradiculares pré-fabricados às paredes do canal radicular quando

associados a cimentos resinosos. Tradicionalmente, os pinos pré-fabricados

são cimentados utilizando sistemas adesivos químicos em conjunto com

cimentos resinosos duais ou químicos. Apesar da eficácia na utilização de

adesivos químicos na cimentação de pinos, o curto tempo de trabalho dificulta

esse procedimento. Há alguns anos tem sido indicada a cimentação de pinos

com adesivos fotoativados e cimentos resinosos duais, facilitando o processo

de cimentação (Sanares et al., 2001; Bouillaguet et al., 2003; Mallmann et al.,

2005). No entanto, a resistência de união de pinos de vidro em diferentes

regiões do conduto radicular ainda merece mais esclarecimentos. Dessa forma,

a proposta do presente estudo foi avaliar dois tipos de cimentos autoadesivos

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disponíveis no mercado para fixar pinos de vidro intrarradiculares por meio do

teste de push-out.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Para facilitar a leitura e a compreensão deste capitulo, o mesmo será

apresentado em 2 tópicos:

a) o uso de pinos intrarradiculares e sua resistência no conduto radicular;

b) A utilização de materiais resinosos e sua relação com a dentina.

2.1 O uso de pinos intrarradiculares e sua resistência no conduto

radicular

Trabert et al. em 1978, realizaram estudo para avaliar a resistência a um

trauma simulado em incisivos centrais superiores humanos. Dentes hígidos

tratados endodonticamente que receberam pinos paralelos de aço, foram

submetidos a forças idênticas de impacto. Compararam os valores obtidos

pelos três grupos com o tamanho do preparo do canal radicular e ao diâmetro

dos pinos. Os resultados deste estudo mostraram que a preservação da

estrutura dental interna e o uso de pinos mais estreitos em dentes que

possuem tratamento endodôntico acarretaram melhores valores de resistência

a fratura. Não houve diferenças estatísticas significantes nos valores de

resistência a fratura entre dentes tratados endodonticamente ou não.

Guzy e Nicholls em 1979 realizaram um estudo comparando in vitro a

resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente, restaurados ou não

com pinos intrarradiculares. Os autores selecionaram cinquenta e nove

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incisivos centrais superiores e caninos superiores e inferiores livres de trincas,

cáries e fraturas. Todos os dentes foram tratados endodonticamente, sendo

que metade deles recebeu pinos intrarradiculares metálicos cônicos

serrilhados. Os pinos foram fixados com cimento de fosfato de zinco e

restaurados com cimento de silicato. Os dentes foram incluídos em resina

acrílica e mantidos em soro fisiológico. Uma força axial de compressão foi

aplicada a face palatina dos dentes em um ângulo de 130o, por uma máquina

de ensaio universal Instron. Os resultados mostraram que cinquenta e oito

dentes fraturaram abaixo da junção cemento-esmalte. Um dente apresentou

uma fratura oblíqua ao longo do canal radicular envolvendo a coroa e a raiz.

Dentes que não possuíam pinos intrarradiculares fraturaram na porção média

ou coronária da raiz. Dentes restaurados com pinos fraturaram ao longo do

corpo o pino. Não houve comprovação estatística de reforço radicular ao se

utilizar pinos intrarradiculares.

Assif et al., em 1989, realizaram um modelo fotoelástico para examinar a

distribuição de tensões provocadas por diferentes tipos de restaurações

realizadas após o tratamento endodôntico. Fotografaram as tensões obtidas

através de um campo de luz polarizada. Os autores observaram que a

distribuição e o padrão de tensões variaram dependendo da direção das forças

e natureza dos procedimentos restauradores envolvidos. Dentes hígidos

induzem uma força tipo cunha nas estruturas de suporte sob forcas verticais;

sob forcas oblíquas apresentam-se igualmente distribuídas. A colocação de

coroas totais muda o padrão de distribuição de forcas externas aplicadas ao

dente, havendo concentração ao longo da margem da coroa. Forcas verticais

aplicadas diretamente ao pino cilíndrico e núcleo metálico fundido causaram

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alta concentração de tensões na porção apical do dente. Para os pinos cônicos

houve concentração tanto na junção cemento-esmalte quanto no ápice. Para

forças oblíquas, houve alta concentração de tensões para os dois formatos de

pinos. No entanto, quando o pino e o núcleo foram recobertos por uma coroa

total metálica com terminação de 2 mm de estrutura dental sadia, não houve

diferenças estatísticas entre os dois formatos de pinos. Os autores concluíram

que o recobrimento dental com coroa total seja de grande valia, pois tende a

mudar a distribuição das tensões do conjunto raiz, pino e núcleo e que as

características do pino teriam pouco ou nenhum significado clínico.

Cailleteau et al., em 1992, utilizaram o método de elemento finito para

comparar tensões geradas nas paredes internas do canal em 4 modelos

tridimensionais de um incisivo central superior, sendo eles um dente íntegro,

um tratado endodonticamente, um tratado endodonticamente restaurado com

uma coroa total metálica e um tratado endodonticamente restaurado com pino

intracanal metálico cilíndrico e coroa total metálica. Os autores analisaram as

forças de resistência a tração, compressão e cisalhamento utilizando um

programa de análise de elemento finito PAFEC 75. Os autores concluíram que

o padrão de tensão interno às raízes é alterado pela colocação de pinos

intrarradiculares, sendo que não há uma distribuição uniforme de tensões ao

longo do canal radicular.

Dietschi et al., em 1997, investigaram as interfaces de união existentes em

reconstruções de dentes com pinos pré-fabricados pela técnica adesiva após

um teste de resistência à fadiga. Quarenta incisivos superiores e caninos foram

selecionados e divididos em cinco grupos experimentais. O tratamento

endodôntico foi realizado e seccionaram as coroas na altura da junção amelo-

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cementária. Cinco tipos de pinos foram avaliados: cerâmico de zircônia

(Zircon), de titânio (Komet ER), de fibra de carbono (Composipost) e um de

fibra de vidro (Exp). Exceto os dentes que receberam pinos Composipost,

trataram os canais dentários com primer / sistema autocondicionante

previamente a fixação do pino com cimento resinoso Panavia 21. A construção

da porção coronária foi realizada com uma resina híbrida autopolimerizável (Ti-

Core) inserida em uma matriz transparente pré-fabricada. Os pinos de carbono

forma cimentados com cimento resinoso (Sealbond cement). A porção

coronária foi reconstruída com uma resina autopolimerizável reforçada por

fibras (Resilient). As amostras foram submetidas a 250.000 ciclos de

carregamento mecânico. e 5.000 ciclos térmicos de 1 min cada. A análise em

MEV mostrou uma camada híbrida uniforme entre a restauração e a dentina, a

mesma não foi encontrada nas amostras de Compo com cimento Sealbond.

Quando houve desunião com o sistema SBMP, a falha ocorreu principalmente

entre a camada híbrida e a restauração coronária. A camada híbrida foi menos

observada na porção radicular nas amostras com ED primer e Panavia 21. No

grupo Komet, praticamente todas se mostraram fraturadas radicularmente. Nos

pinos de zircônia também forma observadas fraturas.

Martinez-Insua et al., (1998), compararam a resistência à fratura de pré-

molares restaurados com pinos de fibra de carbono, núcleo em resina

composta e coroa de níquel-cromo; e pinos e núcleo em ouro e coroa de níquel

cromo. Foram utilizados quarenta e quatro pré-molares. Os pinos foram

abrasionados com um jato de óxido de alumínio de 50 m e tratados com

ultrassom em detergente neutro por 10 min. Os pinos foram fixados às raízes

com cimento resinoso (Panavia 21, ED primer A e B). As coroas foram

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cimentadas com cimento de ionômero de vidro (Ketac-Cem). O teste de

resistência à fratura foi realizado aplicando-se uma força com ângulo de 45o.

Os resultados indicaram que as restaurações que continham ouro

apresentaram um valor de resistência à fratura significativamente maior que os

restaurados com pinos de fibra de carbono. Por outro lado, os dentes com

pinos de fibra de carbono apresentaram fratura do pino previamente à fratura

do dente. Já os dentes que receberam pinos em ouro apresentaram fratura do

remanescente dental em muitos casos, apesar da magnitude da força aplicada

raramente ser observada in vivo.

Miller et al., em 1989, avaliaram a interface cimento/metal em teste de push

out com cinco tipos de cimentos resinosos recomendados para cimentação de

pinos intrarradiculares. Utilizaram 3 tipos de pinos metálicos. Analisaram as

amostras com lupa e MEV. Foram observadas diferenças significativas de

resistência de união entre os cimentos. Houve falhas adesivas, coesivas e

mistas que variaram de cimento para cimento e de pino para pino e todos os

cimentos apresentaram tendências para formação de bolhas.

Assmussem et al., em 1999, avaliaram a dureza, o limite elástico e a

resistência de 4 tipos de pinos: 2 de zircônia (Biopost e o Cerapost); 1 de titânio

(PCR); 1 de fibra de carbono (Composipost). Dez pinos de cada grupo foram

cimentados em canais radiculares artificiais e submetidos a um carregamento

tangencial de compressão em um ângulo de 45o. A análise estatística

demonstrou não haver diferenças nas propriedades mecânicas entre o Biopost

e o Cerapost. Os pinos Composiposts apresentaram todos os 3 valores mais

baixos que os outros pinos. O valor relativo ao limite elástico não apresentou

diferenças estatísticas entre o Biopopst e o Cerapost, sendo que, para os

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autores, estes valores indicaram friabilidade destes pinos. Por outro lado, os

PCR e os Composiposts apresentaram limites elásticos mais baixos que o valor

de resistência, indicando um grau de comportamento plástico.

Sirimai et al., em 1999, compararam a resistência à fratura radicular de

dentes que receberam retentores intrarradiculares de fibra de polietileno

(Ribbond) com os sistemas convencionais de pino e núcleo metálicos. Os

canais foram instrumentados e a porção coronária foi seccionada. Foram

selecionados 6 tipos de pinos e divididos em 6 grupos: Grupo 1-Pino metálico

fundido (liga de prata e paládio) cimentado com fosfato de zinco, Grupo 2-Pino

de titânio paralelo serrilhado (Vario Passive Post) cimentado com fosfato de

zinco, Grupo 3-Pino com fibras de polietileno Ribbbond (fita de 2 mm) fixado

com adesivo e cimento resinoso (Variolink), Grupo 4-Idem ao grupo 3 com

pinos de titânio 1,2mm (Vario Passive Post), Grupo 5-Idem ao grupo 3 com

pinos de titânio 1,25mm (Para-post Plus), Grupo 6-Idem mas sem as fibras de

polietileno. Após o ensaio: grupo 1- 90% apresentaram fraturas radiculares

verticais; grupo 2- 60% fraturaram verticalmente e obliquamente; grupo 3- 1%

de fratura vertical e horizontal no terço cervical, as amostras restantes (80%)

falharam no núcleo de preenchimento em resina, este grupo apresentou os

menores valores de resistência; grupo 4 - 40% fraturaram verticalmente e

obliquamente; grupo 5- semelhante ao grupo 4. Os autores concluíram que a

adição de fibras de polietileno dentro do canal, resultou em um número

significativamente menor de fraturas verticais. E que o uso de pinos pré-

fabricados com menor diâmetro com fibras resultou em um efeito mais

favorável em relação ao número de fraturas verticais quando comparados aos

pinos fundidos, sendo que estes pinos também apresentaram melhores

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resultados de resistência do que canais preenchidos somente com fibras de

polietileno.

Mannoci et al. (1999), compararam os pinos de fibra e de titânio fixados

com 2 diferentes tipos de sistemas adesivos. Quarenta e dois pré-molares

foram divididos em 7 grupos (n=6). Em 5 grupos, 3 diferentes tipos de pinos:

carbonos, fibra de vidro e titânio, foram cimentados com All Bond 2. Nos outros

2 grupos 2 tipos de pinos de carbono foram fixados com Panavia 21. Após 3

semanas de armazenamento em solução salina, observou em microscopia

confocal as interfaces dos dentes restaurados com All Bond 2 e foi

demonstrada uma maior porcentagem da zona de interdifusão comparada ao

Panavia 21. Os autores observaram fendas no interior da camada híbrida em

todas as amostras. A camada de cimento mostrou-se semelhante para ambos

os grupos.

Mannoci et al. em 1999, avaliaram pinos de fibra de vidro (quartzo), fibra de

carbono e de cerâmica (zircônica), cobertos com coroas totais cerâmicas.

Quarenta pré-molares foram divididos em 4 grupos, sendo um controle.

Realizou-se o teste de fadiga e houve uma falha em um dos grupos de pinos

de fibra de vidros, no de porcelana houve 6 falhas. A análise estatística

demonstrou que a durabilidade dos pinos de porcelana é significativamente

inferior aos outros testados. Os autores concluíram que pinos de fibra

minimizaram o risco de fraturas radiculares de dentes restaurados com núcleo

de resina e coroas de porcelana sob cargas cíclicas em um ambiente úmido.

Rosentritt et al. (2000), compararam a resistência à fratura de pinos

cerâmicos, pinos de fibra de vidro, pinos de titânio e pinos de ouro e também

Page 24: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

22

compararam a resistência a fratura de dentes com pinos de ouro e de fibra de

vidro restaurados com coroas em porcelana. Cinquenta e seis incisivos centrais

foram utilizados. Os pinos foram cimentados com cimento resinoso dual

(Variolink), somente os pinos de ouro foram cimentados com cimento de

Harvad (Espe). Os núcleos foram confeccionados em resina composta. Os

resultados mostraram que os pinos e os núcleos feitos com cerâmicas

suportaram menor carga de compressão. Os pinos com núcleo em resina

suportaram maior carga. Os dentes com pinos e coroas cerâmicas 4 de 7

restaurações falharam, o mesmo ocorreu com pino de vidro e coroa de

porcelana.

Drummond, em 2000, avaliou a retentividade por teste de push-out de pinos

metálicos e de fibra. O sistema adesivo utilizado foi o All Bond 2 e os pinos de

fibra foram fixados com cimento resinoso C & B Cement. Os pinos metálicos

não receberam aplicação do sistema adesivo e foram fixados com o mesmo

cimento. Utilizaram uma amostra de 20 dentes por grupo, com pinos de fibra de

vidro (Fibrekor Post e Light post), pinos de fibra de carbono (Carbon Post),

pinos de fibra de carbono cobertos com partículas de quartzo (Aesthetic Post) e

pinos de aço inoxidável. Após o teste de tração, a análise estatística indicou

não haver diferenças significantes entre os grupos.

Ferrari et al. em 2000 a, avaliaram o desempenho clínico após 4 anos de

pinos metálicos fundidos e pinos de fibra de carbono (Composiposts). Duzentos

dentes foram divididos em 2 grupos: Grupo 1- Pinos de carbono, Grupo 2-

Pinos metálicos fundidos. Os pacientes foram avaliados após 6, 12, 24, 36, 48

meses e radiografias foram realizadas. Grupo 1- 95% de sucesso clínico,

Page 25: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

23

Grupo 2- 84% de sucesso, 9% fratura radicular, 2% deslocamento da coroa.

Houve diferenças estatísticas.

Ferrari et al. em 2000 b, avaliaram após um período de 1 a 6 anos o

desempenho de mil e trezentos e quatro pinos. Foram avaliados 840 pinos de

fibra de carbono (Composit Post), e de dois tipos de pinos de fibra de vidro,

sendo 215 Aesthetic Post e 249 Aesthetic Plus Post. Utilizaram 4 combinações

diferentes de sistemas de cimentação. Houve insucesso clínico em 3,2% dos

casos envolvidos devido a duas razões distintas: 25 pinos de fibra de vidro

soltaram durante a remoção da restauração provisória e 16 dentes

apresentaram lesões periapicais. Não houve diferenças estatísticas entre os

grupos. Os resultados indicam que os pinos de fibra fixados com sistemas

resinosos podem ser utilizados como procedimentos de rotina no consultório

odontológico devido ao bom desempenho clínico apresentado.

Vichi et al. em 2001, avaliaram a união de pinos de fibra de vidro fixados

com adesivos e cimentos ativados quimicamente. Foram utilizados o sistema

autocondicionante Excite DSC (Vivadent), o cimento resinoso de presa química

Multilink (Vivadent) e os dentes foram reconstruídos com resina Tetric Ceram

(Vivadent). Após a análise em MEV, formação de bolhas e espaços vazios

forma observado no corpo do cimento em todas as amostras. Houve formação

da camada híbrida. Os autores concluíram que a combinação de uma fina

ponta aplicadora esponjosa e um sistema de fixação quimicamente ativado

pode ser um bom referencial para cimentação de pinos intrarradiculares.

Pegoretti et al (2002), avaliaram a aplicação de forças externas aplicadas

em um dente com pino de fibra de vidro por meio de análise de elemento finito

Page 26: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

24

em um modelo bidimensional. Comparou-se a valores apresentados por dentes

hígidos, um dente com pino de ouro e outro com pino de fibra de carbono. Os

resultados mostraram que o pino de ouro produziu maior concentração de

tensões na interface pino-dentina. Por outro lado, o pino de fibra de vidro

apresentou alta concentração de esforços nas margens cervicais da

restauração, estes foram capazes de induzir uma distribuição de tensões

similar a obtida pelos dentes naturais.

Pest et al. (2002), avaliaram a resistência de união entre o material de

fixação, o pino e a dentina radicular através de push out. Cinquenta dentes

foram preparados preenchidos com o material de cimentação. Os resultados

mostraram que o adesivo All Bond 2 apresentou valor numérico maior de

resistência em relação ao adesivo autocondicionante (Clearfil Liner Bond 2V),

mas não foram diferentes estatisticamente. Para realizar o push out, 60

amostras de resina foram preparadas, os pinos foram posicionados com o

material de cimentação. Os autores concluíram que as amostras apresentaram

uma resistência alta de união (26 a 30 MPa). A análise do MEV revelou que os

melhores resultados obtidos foram entre pinos translucentes e resinas

fotoativadas. Em todas as amostras examinadas não observaram bolhas ou

espaços vazios com esse material.

2.2 A utilização de materiais resinosos e sua relação com a dentina

Nakabayashi et al., (1982), testaram a eficiência de uma resina a base de 4-

META (metacriloxietil trimetilato anidrido) na união ao tecido dentinário

Page 27: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

25

previamente condicionado com uma solução de ácido cítrico a 10% e cloreto

férrico a 3%. Constataram que o 4-META, o qual é um monômero que possui

grupos hidrofóbicos e hidrofílicos, infiltram-se no tecido mineralizado,

polimerizando in situ e melhorando a união com o substrato dentinário. O

exame ao microscópio eletrônico de varredura sugeriu que estes monômeros

resinosos infiltram-se na rede de fibras colágenas e após polimerizarem

produziram retenção micromecânica da resina na superfície dentinária. Os

autores denominaram esta interdifusão de resina/dentina infiltrada de camada

híbrida e concluíram que estes monômeros representam um novo conceito de

materiais biocompatíveis para o uso na união dentinária.

Davidson et al., em 1984, avaliaram a influência da tensão de contração

gerada durante a polimerização em modelos de cavidades de duas e três

paredes em sistemas de união das resinas compostas à dentina após

fotoativação e ativação química. Nas cavidades de duas paredes, a resistência

de união do material restaurador poderia opor-se as forças de contração por

causa da adesão da resina composta desempenhada na superfície plana da

dentina. Esta configuração permitiu uma grande área de superfície livre sem

adesão ao dente, o que permitiu a deformação da resina através da superfície

livre durante a sua contração de polimerização, fazendo com que as tensões

sejam minimizadas na superfície de adesão do material restaurador. Nas

cavidades em que a resina foi unida a três paredes, a deformação foi

restringida, conduzindo ao aumento da tensão gerada nas superfícies unidas.

Feilzer et al., em 1987, utilizaram resinas compostas autopolimerizáveis

Silar e P10 (3M). Os materiais eram colocados em um aparato que permitia a

obtenção de diferentes configurações de cavidade. A tensão gerada durante a

Page 28: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

26

polimerização era mensurada por 30 min. Os resultados mostraram que quanto

maior o valor do resultado da relação superfícies aderidas sobre as não

aderidas, maior a tensão gerada. Os autores propuseram o termo fator de

configuração, ou fator C, para descrever a relação entre superfícies aderidas e

não aderidas e relacionaram com a configuração de Black para preparos

cavitários, variando de 0,2 (superfície plana); 0,5 (classe IV); 1 (classe III); 2

(classe II); 2 (classe V); 5 (classe I). Os autores concluíram que quanto maio o

valor do fator C, maior o potencial de desenvolver tensões de contração entre

as superfícies aderidas e a resina composta.

Nakabayashi et al., em 1991, verificaram em MEV a formação da camada

híbrida em dentina e esmalte, utilizando adesivos com 4-META em sua

composição. O tratamento prévio do esmalte com ácido fosfórico cria retenções

microscópicas e cria união mecânica com o esmalte. Além disso, há uma

penetração do adesivo ao redor dos cristais de hidroxiapatita. A análise

química da interface mostrou que os prolongamentos resinosos são formados

puramente de resina e que no final há presença de uma delgada camada onde

a resina impregna o material interprismático, formando uma mistura de resina e

esmalte. Esta zona de transição foi designada de camada híbrida do esmalte, a

qual se mostrou resistente a dissolução ácida. Já em dentina, o 4-META

inicialmente mostrou-se ineficaz, pois o ácido fosfórico utilizado como

condicionador de esmalte e dentina desnatura o colágeno dentinário. Os

autores utilizaram um tratamento prévio da dentina com uma solução 10-3

(ácido cétrico 10% e oxalto férrico 3%) e a resistência aumentou 200%. Os

autores concluíram que quando ocorre a hibridização, a resistência de união

Page 29: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

27

aumenta e que um selamento da dentina e esmalte pode ocorrer prevenindo a

hipersensibilidade e cárie secundária.

Hasegawa et al. (1991), avaliaram a dureza em três cimentos resinosos de

presa dual, para cimentação de inlays de resina composta. Após o ensaio

mecânico de tração, nenhum dos materiais utilizados foi capaz de tomar presa

completamente 24 horas após a cimentação das inlays. O componente químico

de ativação não foi capaz de completar a presa dos cimentos quando a

penetração da luz foi prejudicada pela presença da restauração

Sedgley e Messer (1992), compararam as propriedades biomecânicas entre

23 dentes tratados endodonticamente e seus homólogos vitais, avaliando a

resistência à tração, o módulo de elasticidade, a microdureza e a resistência à

fratura. Os resultados mostraram que os dentes vitais são numericamente

(3,5%) mais resistentes que os dentes não vitais, porém não foi comprovada

estatisticamente. As similaridades das propriedades biomecânicas entre dentes

vitais e não vitais indicam que o tratamento endodôntico não compromete o

elemento dental em termos de fragilidade. Os autores concluíram que outros

fatores podem ser mais críticos que o tratamento endodôntico como perda da

estrutura dental por cárie, acesso endodôntico, sobreinstrumentação, traumas

e preparos cavitários.

Versluis et al., em 1996, avaliaram a técnica incremental de inserção da

resina composta para confecção de restaurações MOD, utilizando o teste de

análise de elemento finito. Quatro formas de inserção do material foram

avaliadas: duas a partir da margem gengival e duas obliquamente por

vestibular ou lingual até o preenchimento total. Os autores concluíram que a

Page 30: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

28

contração de polimerização de cada incremento ocasionou deformação da

resina devido a diminuição do volume da mesma, assim o resultado final será

uma cavidade preenchida com menor volume de material que o seu volume

inicial. Clinicamente este fator pode gerar microinfiltrações devido a falha na

interface dente-restauração devido a contração do material.

Yoshiyama et al., em 1996, avaliaram a resistência de união resina dentina

em MEV. Foi realizado um preparo uma cavidade na superfície vestibular da

coroa e da raiz. Um sistema adesivo convencional (All Bond 2) e um

autocondicionante (Imperva Bond) foram aplicados a dentina e cobertos com

resina composta (Protector Liner). Cada dente foi seccionado em 16 partes

para o ensaio de microtração e dividido em 4 partes: coronária, cervical, média

e apical. Os resultados mostraram que o sistema autocondicionante não

apresentou diferenças estatísticas significantes em relação à resistência de

união da resina em nenhuma parte da raiz avaliada. Porém, o sistema

convencional apresentou valores inferiores e estatisticamente diferentes nas

áreas cervicais e médias das raízes. A camada híbrida obtida com o sistema

convencional mostrou-se maior que a formada pelo sistema autocondicionante.

Os resultados sugerem que mesmo com uma camada híbrida delgada é

possível obter valores satisfatórios de união em todas as regiões.

Hayakawa et al. (1998), avaliaram a eficácia de um primer

autocondicionante na adesão de resina composta ao esmalte e dentina. Dois

tipos de primers autocondicionantes contendo diferentes ésteres de ácido

fosfórico, fenil-P e 10-metacriloiloxidecil di-hidrog6enio fosfato (NDP), HEMA

(hidroxiatil metacrilato) e água foram preparados. A influência da concentração

e variação no tempo de aplicação foram avaliadas através da resistência à

Page 31: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

29

tração entre resina composta e substrato dental e MEV. O esmalte e dentina de

incisivos inferiores bovinos foram tratados com os primers por 15, 30 e 60

segundos. Foi aplicado o sistema adesivo Clearfil Photobond e

fotopolimerizado por 10 segundos, em seguida aplicou-se a resina Clearfil AP-

X e fotopolimerizada por 40 segundos. Após armazenamento em água a 37o C

durante 24 horas, o ensaio de tração foi realizado. O tratamento da dentina

com a solução de MDP a 30% por 15 segundos aumentou significativamente a

resistência de união comparada as soluções de fenil-P a 5, 10 e 20% por 15

segundos os autores concluíram que o primer contendo fenil-P ou MDP

apresentaram boa adesão a dentina e indica ser um material promissor para o

uso em Odontologia.

Wakefiel et al (1998), compararam a resistência ao cisalhamento (push out)

de seis adesivos dentinários a dentina superficial e profunda após o

armazenamento das amostras em água durante 24 horas e 6 meses. Os

dentes foram incluídos em resina acrílica e seccionados logo abaixo da junção

cemento-esmalte, outro corte foi realizado logo abaixo, obtendo-se duas

lâminas de 3 mm de espessura, uma em dentina superficial e outra em dentina

profunda. Quatro perfurações cilíndricas foram realizadas em cada uma das

amostras. As restaurações foram realizadas com uma resina composta

(Prodigy), utilizando seis diferentes sistemas adesivos: Tenure Quik, Probond,

One Step, Prime e Bond, Scothbond MP Plus e Optibond FL. Após o ensaio de

união, as dentinas superficiais e profundas, tanto após 24h e 6 meses para

todos os sistemas adesivos com exceção do tenure Quik apresentaram

diferenças estatísticas. O adesivo Optibond FL apresentou aumento

significante de resistência, sendo mais resistente em 6 meses do que em 24

Page 32: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

30

horas, tanto em dentina superficial e profunda, sendo a resistência de união

também superior a todos os outros adesivos testados. Entre os adesivos de

frasco único, o Prime e Bond apresentou os maiores valores, seguido do One

Step e por último o tenure Quik, que por sua vez apresentou valores não

satisfatórios de união.

Ferrari et al. em 2000 c, investigaram a morfologia radicular previamente e

após o uso das técnicas adesivas. Dividiram 30 dentes anteriores em 3 grupos:

Grupo 1- amostras levadas ao MEV para estudo da morfologia; Grupo 2-

condicionamento com ácido fosfórico 32%; Grupo 3- Idem ao grupo2 mais

sistema adesivo e pinos de fibra de vidro. No terço cervical a densidade dos

túbulos foi significativamente maior que a observada nos terços médio e apical

das raízes. O diâmetro dos túbulos foi decrescendo aos se aproximar da região

apical, no terço apical o diâmetro aumentou de 2 para 3 µm após o

condicionamento. Notaram anastomoses de resina nos túbulos somente nos

terços cervical e médio das raízes. Os autores acreditam que isto se deve ao

fato de haver uma maior pressão durante o procedimento adesivo na região

cervical, sendo que na região apical esta pressão é bastante diminuída

prevenindo a formação de anastomose de resina.

Ferrari et al (2001), avaliaram 4 sistemas adesivos quanto a formação de

prolongamentos resinosos e à formação da camada híbrida quando utilizados

conjuntamente com pinos de fibra. Quarenta dentes anteriores foram divididos

em 4 grupos: Grupo 1- Adesivo One-Step (Bisco) fotopolimerizável com

microponta e inserção do cimento Dual Link; Grupo 2- Idem ao 1, porém com

ponta maior; Grupo 3- Adesivo One-Step (Bisco) sem fotopolimerização e

inserção do cimento Dual Link; Grupo 4- Adesivo All Bond 2 + cimento resinoso

Page 33: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

31

C & B como controle. Foram utilizados 40 pinos transparentes. Os resultados

mostraram que houve maior formação da camada híbrida no grupo 1, nos

demais grupos ficou visível e uniforme nos dois primeiros terços da raiz. Não

houve diferenças estatísticas no terço cervical, porém o terço médio e apical do

grupo 1 houve maior formação de tags. Os autores concluíram que a técnica de

aplicação do sistema adesivo pode influenciar na resistência de união.

Aplicadores pequenos e finos podem ser mais eficazes na medida em que

penetram em toda a área radicular distribuindo o sistema adesivo mais

uniforme.

Page 34: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

32

3 OBJETIVO

O objetivo do presente estudo foi Investigar dois tipos de cimentos

resinosos autoadesivos disponíveis no mercado para fixar pinos de fibra de

vidro intrarradiculares por meio da resistência ao cisalhamento por extrusão

(push-out).

Page 35: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

33

4 METODOLOGIA

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Veiga de Almeida sob o número 420/11 (Anexo A).

4.1 DELINIAMENTO EXPERIMENTAL

Para a realização do presente estudo, foram utilizados 20 incisivos

centrais superiores humanos. As amostras foram divididas em dois grupos:

Grupo I - Pinos fixados com cimento resinoso Rely X U100 (3M ESPE) e Grupo

II - Pinos fixados com cimento resinoso BisCem (Bisco). Os resultados foram

obtidos através da análise da resistência ao cisalhamento por extrusão e os

grupos foram estatisticamente comparados entre si.

4.2 PREPARO DOS CONDUTOS RADICULARES

Foram selecionados vinte incisivos centrais superiores uni-radiculares

extraídos por indicação protética, periodontal, cirúrgicas diversas. Os dentes foram

obtidos em clinicas odontológicas particulares, visando a autorização do

estabelecimento e quando possível do próprio paciente em relação a responsabilidade

e doação do material biológico.

Os dentes foram limpos com curetas periodontais e jato de bicarbonato e

armazenados em solução de formol 2% previamente ao experimento. Os dentes foram

seccionados na junção cemento-esmalte separando a raiz da coroa, utilizando-se uma

cortadeira elétrica (Buehler-isomet) equipada com disco diamantado dupla face (Figura

1). Os cortes foram realizados sob refrigeração para evitar trincas na raiz.

Page 36: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

34

As polpas dentais foram removidas do conduto radicular utilizando limas

endodônticas e sob irrigação com hipoclorito de sódio 0,1%. O preparo biomecânico

do conduto radicular de cada raiz foi instrumentado de acordo com a técnica

escalonada regressiva com lima 35 (International Standardization Organization – ISO)

na constrição apical, com comprimento de trabalho de 1mm aquém do ápice. Limas de

aço K-files de 25 a 55 (Dentisply Maillefer, Petropolis, RJ, Brasil), foram empregadas

para instrumentação do canal radicular mediante irrigação com Solução de Milton

(Hipoclorito de sódio 1%) e EDTA (Acido etilenodiamino tetracético 17%)

alternadamente. Por ultimo, foram utilizadas as brocas do quite (FGM, Joinvile,SC,

Brasil) brocas de baixa rotação Dc2 e 3 indicadas para retificar o canal. Ao termino da

instrumentação, os canais foram lavado com soro fisiológico (NaCl 0,9%) e secos com

ponta de papel absorvente (Tanari, Tamariman Industrial LTDA, Macaçaruru, AM,

Brasil).

Figura 1 – Cortadeira Elétrica Buehler-isomet

4.3 GRUPOS EXPERIMENTAIS

Vinte raízes foram divididas aleatoriamente em 2 grupos de acordo os

diferentes tipos de cimentos testados:

Page 37: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

35

Grupo I - Pinos fixados com cimento resinoso auto adesivo universal

Rely X U100 (3M ESPE).

Grupo II - Pinos fixados com cimento resinoso autoadesivo BisCem

(Bisco).

As características e composição de cada material estão apresentadas

abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 – Composição dos dois cimentos utilizados:

Rely X U100 (3M ESPE) BisCem(Bisco)

Composição Características Composição Características

Ésteres ácido

fosfórico

metacrilato

Lote: 424360 Bis (Hidroxietil

metacrilato) fosfato

(base)

Lote: 1000007677

Silica Fabricante: 3M/ESPE Tetraetileno glicol

dimetacrilato

Fabricante: Bisco Inc.

Schaumburg, IL, USA

Dimetacrilatos Partículas de vidro

Sulfonato de

sódio

Aloe vera Carbômero

Cálcio Amina

Conservante

Flavonizante

4.4 CIMENTAÇÃO DOS PINOS DE FIBRA DE VIDRO

Previamente a cimentação, os pinos de fibra de vidro White-Post DC®

#3 (FGM, Av.Edgar Nelson Meiser, 474 Joinville SC Brasil.) foram provados

nos condutos preparados e suas respectivas porções coronárias foram

cortadas com broca diamantada no 3203 (KG Sorensen) em alta rotação sob

refrigeração spray agua/ar (Grandini, Balleri, Ferrari, 2002) ate o limite de 2mm

Page 38: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

36

para fora da raiz. Em seguida os pinos foram limpos com solução de etanol

95% e secos com jato de ar (Figura 2). Os condutos foram secos com pontas

de papel absorvente.

Figura 2. Pino de fibra de vidro

Para o Grupo I (Rely X U100) aplicou-se o Rely XTM Ceramic Primer

(Figura 3), aguardou-se 5 segundos e secou-se suavemente com jato de ar

isento de umidade e óleo. Uma porção de cimento (base e catalizador) foi

misturada por 20 segundos no bloco misturador com espátula (plástica), em

seguida o canal radicular foi preenchido, o pino inserido e o excesso de

cimento foi removido com uma um microbrush. Apos 60 segundos procedeu-se

com a ativação de luz por 40 segundos.

Figura 3. Cimento (Rely X U100)

Page 39: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

37

Para o Grupo II (BisCem) em um bloco de papel a pasta A foi misturada

com a pasta B (Figura 4), em seguida foi preenchido o canal radicular e o pino

foi inserido e o excesso de cimento foi removido com uma um microbrush.

Apos 60 segundos procedeu-se com a ativação de luz por 40 segundos (Figura

5).

Figura 4. Cimento (BisCem)

Figura 5. Fotopolimerização dos cimentos

Page 40: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

38

4.5 SECCIONAMENTO DAS RAIZES E TESTE DE PUSH-OUT

Após fixação dos pinos de fibra de vidro as raízes foram mantidas em

ambiente umidificado a 37oC durante 24 horas (Figura 6). As raízes foram

seccionadas transversalmente em 3 secções de 2,0mm: terço cervical, médio e

apical do pino. Em seguida, as faces das secções foram desgastadas com lixas

de granulações (400-600-1200) ate a obtenção de superfícies planas, regulares

e lisas.

Figura 6. Amostras antes do secionamento para a análise de push out

Para realização do teste foi utilizada uma ponta cilíndrica de 0,7mm de

diâmetro conectada a maquina de ensaio universal Kratos KE2000 MP e

posicionada na porção apical da raiz, de tal forma que ao ser aplicada uma

carga compressiva na área do pino, a força ocorra sempre no sentido apico-

coronal, permitindo o deslocamento do pino. A carga de 50kN foi aplicada a

uma velocidade de 0,5mm/min ate que houvesse o desprendimento do pino. O

valor máximo atingido durante o ensaio foi registrado em Newtons (N).

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39

Após o desprendimento do pino, foi considerada a forma geométrica de

tronco de cone, dessa forma, a área calculada foi da superfície lateral de um

tronco de cone (SL) em mm2, calculada através da formula:

SL = π (R+r) [(h2+(R-r)2]0,5, onde:

π= 3,14; R= raio coronal do pino; r= raio apical do pino; h= espessura do

espécime.

As mensurações foram realizadas com um paquímetro digital (Mitotoyo

Sulamericana Ltda, Suzano, SP, Brasil) com resolução de 10-3 e exatidão de

0,03. A força de retenção foi expressa em Mega Pascal (MPa) pela divisão do

valor assinalado pela maquina de ensaio universal (N) pela área de tronco de

cone calculada em cada espécime (mm2).

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística dos dados foi feita pela técnica paramétrica de

Análise de Variância (ANOVA) para os valores médios (MPa) obtidos em cada

grupo, com delineamento completamente casualizado, considerando o fator

cimento. O teste de Tukey foi empregado nas comparações do fator (α=0,05).

O programa estatístico utilizado foi Bioestat 5.0.

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40

5 RESULTADOS

Os valores médios da resistência ao cisalhamento por extrusão

expressos em Mega Pascal (MPa) referente as 3 regiões analisadas de acordo

com os dois grupos avaliados estão expressos na Tabela 1.Comparando

ambos os cimentos nas diferentes regiões, o Rely X U100 apresentou maior

resistência que o BisCem somente no terço médio (p<0,05), nos terços cervical

e apical não houve diferenças estatisticamente significantes (p>0,05) (Tabela

1).

Tabela 1 - Médias e desvios-padrão obtidas por push out nos diferentes grupos

experimentais.

Rely X U100 BisCem

Cervical 17,54 ± 3,18Aa 13,06 ± 1,92Aa

Médio 15,76 ± 2,74ABa 10,28 ± 2,67Ab

Apical 11,41 ± 1,89BCa 9,56 ± 1,23Aa

Vertical: Valores médios com letras maiúsculas distintas diferem estatisticamente entre si

(p<0,05).

Horizontal: Valores médios com letras minúsculas distintas diferem estatisticamente entre si

(p<0,05).

Comparando as diferentes regiões para cada cimento utilizado, o Rely X

U100 apresentou menor resistência somente no terço apical em relação ao

terço cervical (p<0,05) (Tabela 1).

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41

Comparando os terços cervical, médio e apical quando utilizado o

BisCem, os valores de resistência não apresentaram diferenças

estatisticamente significantes (p>0,05) (Tabela 1).

Os valores médios apresentados na Tabela 1 estão representados

graficamente (Gráfico 1) com o intuito de ilustrar os dois tipos de cimento e as

regiões radiculares analisadas no presente estudo.

Gráfico 1 - Médias obtidas por push out nos diferentes grupos experimentais e nas diferentes

regiões avaliadas.

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42

6 DISCUSSÃO

Os pinos intrarradiculares são amplamente utilizados para restaurar

dentes com tratamento endodôntico e falta de remanescente dental pra reter

uma restauração direta ou indireta (Schwartz e Robbins, 2004). O uso de pinos

pré-fabricados representa uma opção de tratamento que oferece ótima estética

e função, o qual pode ser fixado por meio de adesão a dentina radicular

(Schwartz e Robbins, 2004). Existe uma grande variedade de pinos

intrarradiculares disponíveis no mercado, eles podem ser classificados quanto

a sua composição, forma, tamanhos e também quanto as suas propriedades

mecânicas.

No presente estudo foi utilizado pinos de fibra de vidro, no entanto para

alcançar boa eficácia é necessário que a cimentação desses pinos esteja

associada a técnicas comprovadamente eficazes e a agentes de cimentação

com propriedades físicas e químicas favoráveis e duradouras. A principal

vantagem dos pinos de fibra em geral está nas suas propriedades mecânicas.

O modulo de elasticidade semelhante à dentina faz com que haja melhor

distribuição de tensões dentro da raiz sem haver concentrações regionais

(Pegoretti et al., 2002), ao contrário do que ocorre com os pinos metálicos

fundidos convencionais e pré-fabricados metálicos (Assif et al., 1989; Cailleteau

et al., 1992. Sendo assim, os pinos de fibra contribuem para uma redução na

incidência de fraturas radiculares (Dietschi et al., 1997; Mannocci et al., 1999;

Sirimai et al., 1999; Ferrari et al. 2000 e 2001; Salameh et al., 2006; Martelli et

al., 2008, Santos-Filho et al., 2008). No entanto, não podemos deixar de

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ressaltar que falhas relacionadas, principalmente com a descimentação dos

pinos são amplamente relatadas na literatura (Bitter e Kielbassa, 2007, Ferrari

et al., 2007; Cagidiaco et al., 2008; Naumann et al., 2008).

Os cimentos resinosos foram indicados inicialmente para cimentação de

próteses fixas adesivas e em seguida passaram a ser utilizados para

cimentação de coroas, inlays/onlays e pinos intrarradiculares de cerâmica ou

fibra de vidro, pois apresentam boas características como baixa solubilidade e

adesão ao esmalte, ligas e cerâmicas (Ferrari et al., 2001). No presente estudo

foram utilizados cimentos resinosos autoadesivos. Estes cimentos foram

introduzidos no mercado no ano de 2002, sendo que esses materiais foram

desenvolvidos para aliar as características favoráveis dos cimentos não

resinosos a dos resinosos. Isso permite sua aplicação em diversas situações

clinicas, além de simplificar a cimentação adesiva, pois não ha necessidade de

um tratamento prévio da estrutura dentaria. Além disso, todos os cimentos

resinosos autoadesivos apresentam liberação de íons flúor e são de dupla

polimerização (Radovic et al., 2008).

Analisando os dois tipos de cimento quanto a fixação dos pinos, os

resultados mostraram que o Rely X U100 mostrou-se mais resistente em

relação ao BisCem somente no terço médio. No entanto, mesmo que isso

tenha ocorrido em apenas um dos terços devemos considerar que o tipo de

cimento pode influenciar na resistência adesiva.

Apesar dos cimentos testados pertencerem ao grupo de cimentos

resinosos autoadesivos, essa diferença pode ter sido atribuída as técnicas de

manipulação e aplicação testadas, além das diferentes composições químicas

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apresentadas por cada fabricante. Devemos levar em consideração que o

presente estudo foi realizado in vitro, permitindo o controle de diversas

variáveis, porem o ambiente bucal e as funções mastigatórias nao foram

simulados.

O cimento autoadesivo Rely X U100 e uma modificação da

apresentação comercial do Rely X Unicem (3M ESPE) que contem ésteres

fosfóricos ácidos responsáveis pelo condicionamento do substrato (Goracci et

al., 2004). O Rely X U100 apresenta uma tolerância limitada a umidade devido

a formação de agua durante a reação de neutralização do metacrilato acido,

presença de partículas de cargas básicas e hidroxiapatita (dados fornecidos

pelo fabricante). Este cimento, apesar de ser apresentado como resinoso,

possui uma combinação química de cimentos de ionômero de vidro

convencional e modificados por resinas, que foram acrescidos de cargas

silanizadas, metacrilatros e iniciadores. Desta forma, esse cimento apresenta

além da polimerização iniciada pela luz, a reação ácido-base dos cimentos

ionoméricos. Esse fator pode ter contribuído para um melhor resultado quando

comparado a utilização do BisCem.

Quando analisamos o grupo I (Rely X U100) em relação às regiões

testadas (terço cervical, médio e apical), verificamos que o valor médio da

resistência de união foi superior na região do terço cervical em relação ao terço

apical. Esse fato pode ser justificado pela facilidade de carrear o cimento para

essas regiões e a maior possibilidade de penetração da luz visível, otimizando

a reação de cura dos sistemas de cimentação. No entanto, Ferrari et al (2000),

observaram que isso ocorra devido a grande variação na direção dos túbulos

dentinários nas regiões de terço cervical, médio e apical e a maior quantidade

Page 47: Avaliação de Dois Cimentos Utilizados para Fixação para Pinos de ...

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de dentina intertubular, o que aumenta a retenção mecânica dos sistemas

adesivos e dificulta a ruptura da união. Os mesmos autores também mostraram

que a camada hibrida e mais uniforme nos dois primeiros terços da raiz. No

caso da região apical, existe grande irregularidade da morfologia da dentina,

como a presença de canais acessórios, áreas de reabsorção e áreas que

sofreram nova deposição de tecido, calcificações pulpares e quantidades

variadas de dentina secundaria, o que dificulta a permeação dos sistemas

adesivos e a formação efetiva de uma camada hibrida (Mjor et al., 2001). Outro

fator importante que pode prejudicar a união dos pinos no terço apical seria a

dificuldade de inserção do cimento resinoso nesta área constrita da raiz. As

técnicas de cimentação que utilizam limas lentulo ou cimento levado somente

no pino podem também incorporar bolhas de ar, ou o cimento pode não

alcançar a região produzindo falhas de preenchimento.

Quando analisamos o mesmo cimento e a resistência dos pinos

intrarradiculares, observamos que o grupo II (cimento BisCem) não apresentou

diferenças estatísticas em relação as regiões testadas (cervical, médio e

apical), ou seja, houve uma homogeneidade em termos de fixação dos pinos.

Esse fato pode estar relacionado com a técnica de manipulação do material, a

qual não variou. Nos estudos de Chidiak et al. (2008) e Onay et al. (2009), os

autores respectivamente encontraram diferenças na resistência adesiva

quando o cimento foi aplicado diretamente sobre os pinos e introduzindo-os

nos condutos radiculares e quando utilizaram pontas de papel para a inserção

do cimento nos canais intrarradiculares.

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Diante desses resultados, novos trabalhos são necessários variando o

tipo de pino intrarradicular e o tipo de cimento para fixação desses pinos, pois

as variáveis podem ser representativas na interpretação dos resultados.

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7 CONCLUSÃO

De acordo com os fatores avaliados e com os resultados obtidos no

presente estudo, pode-se concluir que:

a) Comparando ambos os cimentos nas diferentes regiões, o Rely X

U100 apresentou maior resistência que o BisCem somente no terço

médio (p<0,05), nos terços cervical e apical não houve diferenças

estatisticamente significantes (p>0,05) (Tabela 1).

b) Comparando o terço cervical, médio e apical quando utilizado o

BisCem, os valores de resistência não apresentaram diferenças

estatisticamente significantes (p>0,05) (Tabela 1).

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ANEXO A