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AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE MICROCENTRAIS HIDRELÉTRICAS DA MICROREGIÃO DE LAVRAS LUCIANO MENDES DOS SANTOS 2004

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Page 1: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

1

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE

REVITALIZACcedilAtildeO DE MICROCENTRAIS

HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE

LAVRAS

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

2004

Livros Graacutetis

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2

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Orientador Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

Co-Orientador Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

3

Ficha Catalograacutefica Preparada pela Divisatildeo de Processos Teacutecnicos daBiblioteca Central da UFLA

Santos Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeode Lavras Luciano Mendes dos Santos -- Lavras UFLA 2004

55 p il

Orientador Giovanni Francisco RabeloDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UFLABibliografia

1 Usina hidroeleacutetrica 2 Revitalizaccedilatildeo 3 Fonte alternativa de energia

I Universidade Federal de Lavras II Tiacutetulo

CDD-33379 -62131

4

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Aprovada em 28 de Janeiro de 2004

Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior UFLA

Prof Dr Andreacute Luiz Zambalde UFLA

Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

UFLA

(orientador)

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

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set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 2: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

Livros Graacutetis

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2

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Orientador Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

Co-Orientador Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

3

Ficha Catalograacutefica Preparada pela Divisatildeo de Processos Teacutecnicos daBiblioteca Central da UFLA

Santos Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeode Lavras Luciano Mendes dos Santos -- Lavras UFLA 2004

55 p il

Orientador Giovanni Francisco RabeloDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UFLABibliografia

1 Usina hidroeleacutetrica 2 Revitalizaccedilatildeo 3 Fonte alternativa de energia

I Universidade Federal de Lavras II Tiacutetulo

CDD-33379 -62131

4

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Aprovada em 28 de Janeiro de 2004

Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior UFLA

Prof Dr Andreacute Luiz Zambalde UFLA

Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

UFLA

(orientador)

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 3: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

2

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Orientador Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

Co-Orientador Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

3

Ficha Catalograacutefica Preparada pela Divisatildeo de Processos Teacutecnicos daBiblioteca Central da UFLA

Santos Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeode Lavras Luciano Mendes dos Santos -- Lavras UFLA 2004

55 p il

Orientador Giovanni Francisco RabeloDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UFLABibliografia

1 Usina hidroeleacutetrica 2 Revitalizaccedilatildeo 3 Fonte alternativa de energia

I Universidade Federal de Lavras II Tiacutetulo

CDD-33379 -62131

4

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Aprovada em 28 de Janeiro de 2004

Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior UFLA

Prof Dr Andreacute Luiz Zambalde UFLA

Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

UFLA

(orientador)

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

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carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 4: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

3

Ficha Catalograacutefica Preparada pela Divisatildeo de Processos Teacutecnicos daBiblioteca Central da UFLA

Santos Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeode Lavras Luciano Mendes dos Santos -- Lavras UFLA 2004

55 p il

Orientador Giovanni Francisco RabeloDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UFLABibliografia

1 Usina hidroeleacutetrica 2 Revitalizaccedilatildeo 3 Fonte alternativa de energia

I Universidade Federal de Lavras II Tiacutetulo

CDD-33379 -62131

4

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Aprovada em 28 de Janeiro de 2004

Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior UFLA

Prof Dr Andreacute Luiz Zambalde UFLA

Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

UFLA

(orientador)

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 5: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

4

LUCIANO MENDES DOS SANTOS

AVALIACcedilAtildeO DA VIABILIDADE DE REVITALIZACcedilAtildeO DE

MICROCENTRAIS HIDRELEacuteTRICAS DA MICROREGIAtildeO DE LAVRAS

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federal

de Lavras como parte das exigecircncias do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Agriacutecola aacuterea de

concentraccedilatildeo em Construccedilotildees Rurais e Ambiecircncia para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre

Aprovada em 28 de Janeiro de 2004

Prof Dr Roberto Alves Braga Juacutenior UFLA

Prof Dr Andreacute Luiz Zambalde UFLA

Prof Dr Giovanni Francisco Rabelo

UFLA

(orientador)

LAVRAS

MINAS GERAIS ndash BRASIL

2004

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 6: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Universidade Federal de Lavras Departamento de Engenharia pelarealizaccedilatildeo do mestradoAos orientadores Professores Drs Giovanni Francisco Rabelo e RobertoAlves Braga Juacutenior pela amizade orientaccedilatildeo apoio e incentivo a estetrabalhoAos professores Tomaacutes de Aquiacuteno Ferreira e Ana Cristina Rouiller pelaamizade e incentivoAos Srs Jairo Arriel e Henrique Arriel proprietaacuterios da FazendaCarinhosaAos colegas Silvestre Rodrigues e Luciano dos SantosAgraves secretaacuterias Daniela Juliana Cintia e ReginaAo Servidor Teacutecnico-Administrativo Sr Joatildeo Lucas Furtado (inmemorian)A minha famiacutelia e a todos os amigos que me ajudaram na conclusatildeodeste trabalho

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 7: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

6

SUMAacuteRIO

SUMAacuteRIO Paacutegina

LISTA DE TABELAS

LISTAS DE FIGURAS

LISTAS DE EQUACcedilOtildeES

RESUMO i

ABSTRACT ii

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 OBJETIVOS 5

3 REFERENCIAL TEacuteORICO 6

31 Estado da Arte da Matriz Energeacutetica Brasileira 6

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo 8

33 Definiccedilotildees 10

331 Suprimento de energia 10

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica 10

333 Geraccedilatildeo de Energia 12

334 Concessionaacuterio de energia 13

335 Permissionaacuterios 14

336 Autoprodutor 15

337 Produtor independente 16

338 Cooperativas 17

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo 18

3310 Comercializaccedilatildeo 19

3311 Co-geraccedilatildeo de energia 20

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas de Energia Eleacutetrica na Matriz

Energeacutetica Brasileira 21

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 8: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

7

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais 23

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas 23

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das aacuteguas 24

353 Outorga 25

3531 Modalidades de outorga 25

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga 27

36 Documentos da ANEEL 28

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas 28

38 Turbinas 30

39 Geradores 31

310 Reguladores 32

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 33

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 35

51 Primeiro caso analisado 35

511 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 35

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 42

52 Segundo caso analisado 44

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central 44

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central 45

6 CONCLUSOtildeES 48

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 49

8 ANEXO 52

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

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ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

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1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

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Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

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biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

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2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

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3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

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FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

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Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

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Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

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33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

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Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

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igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

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permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

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Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 9: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

8

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Braga Jr amp Salecker1999 8

TABELA 2 ndash Quadro de fontes geradoras de energia eleacutetrica em funcionamento

no Brasil ANEEL 2003 21

TABELA 3 ndash Quadro de usinas geradoras de energia eleacutetrica previstas para

construccedilatildeo no Brasil ANNEL 2003 22

TABELA 4 ndash Quadro de Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado ANNEL

2003 23

TABELA 5 ndash Dados de ciclo das fornadas sem preacute-aquecimento 40

TABELA 6 ndash Dados de ciclo das fornadas com preacute-aquecimento 41

TABELA 7 ndash Quadro de custo de revitalizaccedilatildeo da micro central Fazenda

Carinhosa Perdotildees - MG 43

TABELA 8 ndash Quadro de levantamento de custo de revitalizaccedilatildeo da microcentral

Esmeril Coqueiral - MG 48

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

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- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Acesso em 07 jun 2003

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Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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2000 Brasiacutelia 2000

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 10: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash Mapa do potencial energeacutetico produzido noBrasil Eletrobras 2003 7

FIGURA 2 ndash Fotografia do canal de aduccedilatildeo instaladospara o projeto 37

FIGURA 3 ndash Fotografia da roda pelton instalada noprojeto Perdotildees - MG 35

FIGURA 3a ndash Canal de Aduccedilatildeo com 220 metros de comprimentolocalizado na Fazenda Esmeril 41

FIGURA 3b ndash Barragem de concreto e pedra Fazenda Esmeril 41

FIGURA 4 ndash Sistema de Aduccedilatildeo tipo caixa aberta 42

LISTA DE EQUACcedilOtildeES

(1) Q = 08 x L x At 36

(2) P = 98 Q H η 36

(3) P = V2R 41

(4) E= P x ∆t 42

(5) Q = mc ∆θ 42

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

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Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 11: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

10

RESUMO

SANTOS Luciano Mendes dos Avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeode microcentrais hidreleacutetricas da microregiatildeo de Lavras 2004 56 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Agriacutecola) ndash Universidade Federal deLavras

Devido agraves condiccedilotildees de relevo a regiatildeo do Sul de Minas na deacutecada de 60dispunha de micro mini e pequenas centrais hidreleacutetricas localizadas empropriedades rurais que lhes as forneciam energia eleacutetrica individualmente bemcomo a algumas induacutestrias Com o desenvolvimento das concessionaacuterias acomodidade oferecida por elas provocou a desativaccedilatildeo dessas centrais A crisedo setor eleacutetrico brasileiro experimentada em 2001 e a reforma da Lei deConcessatildeo de Serviccedilos Puacuteblicos despertaram o interesse de muitos produtoresem reativar tais empreendimentos para garantir sua autonomia sobre osnegoacutecios o registro desses empreendimentos pode ser conseguido por pessoafiacutesica ou juriacutedica que natildeo seja o proprietaacuterio Este trabalho tem por objetivofazer uma avaliaccedilatildeo da viabilidade de revitalizaccedilatildeo de microcentraishidreleacutetricas da micro-regiatildeo de Lavras Satildeo analisadas 14 usinas de geraccedilatildeo deenergia eleacutetrica desativadas e selecionadas 2 para o estudo completo devido agravesmelhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo Em um deles eacute implementada amicrocentral hidreleacutetrica onde satildeo avaliadas a capacidade de geraccedilatildeo o custo deinvestimento para a revitalizaccedilatildeo Neste caso a energia gerada eacute utilizada paraaquecimento de aacutegua do processo de produccedilatildeo de aguardente de cana-de-accediluacutecarO sistema de geraccedilatildeo revitalizado mostrou-se viaacutevel refletindo-se no incrementode um ciclo na produccedilatildeo o que representa um aumento percentual de 33Nooutro caso satildeo avaliadas as condiccedilotildees para implantaccedilatildeo e registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Orientador Giovanni Francisco Rabelo

i

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 12: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

11

ABSTRACT

SANTOS Luciano Mendes dos Analysis of the viability technical of thereactivetion of hidroeletric microcentral in the agricultural properties2004 64 p Dissertation (Master in Engineer Agricultural) ndash UniversidadeFederal de Lavras

Due to topography and hydrologic conditions the region of the South ofMinas Gerais was market by the presence of small hydropower plants in the1960s that were use to feed farm properties and some industries Thedevelopment of the distributors companies and the comfort offered to farmershave promoted the deactivating of those hydropower The energy crisis ofbrazilian electricity sector in the year of 2001 and reform legislation ofconcession of public services increase the interest of many producers inreactivating such business to guarantee its autonomy Therefore the register ofthese small hydropower can be obtained by natural person or legal person who isnot the owner This work aims to analyze the technical viability in the light ofreactivating small hydropowerrsquos installed in the agricultural properties Thiswork presents a study of 14 energy generation plants where 2 of then wereselected to develop a complete study due to their better conservation conditionsIn one of them the capability of generation and the cost of investment for thereactivation are calculated and its operations is implemented The producedenergy in that case was used to heat the water used in the process of sugar canebrandy production The reactivating system showed promoting the increment ofone cycle in the production what represents a percentile increase of 33 In thesecond case the conditions for operation and revitalization are analyzed and thecost was calculated The registration of the generation central in the ANEEL(regulate organization) is filled

Adviser Giovanni Francisco Rabelo

ii

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

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como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 13: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Consideraccedilotildees Iniciais

A eletricidade hoje eacute tratada como uma ldquocommodityrdquo traduzindo-se

para a liacutengua portuguesa significa mercadoria Patterson (2000) afirma que esse

tratamento eacute equivocado pois 13 da populaccedilatildeo mundial (cerca de dois bilhotildees

de pessoas) natildeo tem acesso agrave eletricidade A realidade brasileira natildeo eacute muito

diferente da mundial Atualmente no Brasil existem 557 milhotildees de

propriedades Em se tratando de propriedades rurais apenas 153 milhotildees satildeo

atendidas por uma concessionaacuteria de energia eleacutetrica De acordo com Brasil

(2000) segundo o Censo 2000 do IBGE haacute aproximadamente 15 milhotildees de

pessoas economicamente ativas no meio rural do paiacutes mas cerca de 13 delas

trabalham em ocupaccedilotildees natildeo-agriacutecolas como eacute o caso de pedreiros motoristas

caseiros empregadas domeacutesticas e outras

As dificuldades de implantaccedilatildeo de um sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica rural se devem agrave baixa densidade de consumo em funccedilatildeo das

distacircncias que separam as propriedades e agrave pequena demanda por energia da

maioria das propriedades o que resulta em baixa rentabilidade do investimento

para a concessionaacuteria Estes fatores tornam esse mercado pouco atraente para as

concessionaacuterias de energia eleacutetrica

A eletricidade eacute uma utilidade imprescindiacutevel na melhoria da

produtividade rural bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas e

pode ser um grande catalisador de transformaccedilotildees no que se refere agrave fixaccedilatildeo do

homem no campo Atraveacutes da eletricidade o homem do campo passa a ter

acesso agrave informaccedilatildeo atraveacutes da miacutedia e multimiacutedia o que de forma direta

disponibiliza a educaccedilatildeo e permite o desenvolvimento tecnoloacutegico dos sistemas

deproduccedilatildeo

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 14: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

2

Estima-se que 86 da energia brasileira eacute gerada atraveacutes da utilizaccedilatildeo

de duas caracteriacutesticas naturais aacutegua que se manteacutem devido ao regime de chuvas

e forccedila da gravidade devido ao relevo Atraveacutes da construccedilatildeo de barragens

consegue-se uma regulaccedilatildeo da vazatildeo como se fosse uma reserva de energia

eleacutetrica compensando os anos de pouca chuva

Em 1957 o Brasil construiu a Usina de Furnas visando o

desenvolvimento industrial marcando o nascimento do moderno sistema eleacutetrico

brasileiro Na operaccedilatildeo desse sistema planejava-se a expansatildeo de modo que a

demanda prevista para os cinco anos subsequumlentes permanecesse sempre igual agrave

energia firme (energia que pode ser gerada durante o periacuteodo de seca) gerando

uma taxa de risco relativamente baixa ou seja em torno de 5 A partir de sua

entrada em operaccedilatildeo o Sistema Furnas foi-se aperfeiccediloando atraveacutes de sua

interligaccedilatildeo por meio de linhas de transmissatildeo com outros sistemas de geraccedilatildeo

o que permitia um operador central do sistema racionalizar o uso da aacutegua em

todo o paiacutes

A reforma do sistema eleacutetrico realizada no governo do Presidente

Fernando Henrique Cardoso criou uma empresa privada chamada ONS

(Operador Nacional do Sistema) encarregada de controlar toda geraccedilatildeo seja ela

feita em usinas privadas ou estatais substituindo o grupo de concessionaacuterias de

operaccedilatildeo interligada Isso acarretou outros problemas regionais pois ao se

diminuir muito o niacutevel dos reservatoacuterios pode-se afetar a navegabilidade de rios

Natildeo se pode esquecer tambeacutem do uso muacuteltiplo dos lagos onde se destaca o

lazer Muitas empresas investiram em turismo e esportes naacuteuticos de forma que

as accedilotildees da ONS sempre interferem tambeacutem na rentabilidade desses

empreendimentos

Onde fica o meio rural A energia para o meio rural depende de

iniciativas dos governos Em 2000 foi anunciado um plano para levar energia a

um milhatildeo de propriedades rurais e domiciacutelios ateacute 2004 denominado Programa

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

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Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

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2000 Brasiacutelia 2000

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carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 15: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

3

Luz no Campo (Eletrobras 2000) O Brasil eacute um paiacutes com enorme potencial

hidraacuteulico mas soacute uma pequena parte desse potencial eacute utilizada para gerar

eletricidade Existe aacutegua a tecnologia eacute amplamente conhecida e haacute

equipamentos adequados disponiacuteveis no mercado Em um futuro imediato com

a privatizaccedilatildeo das concessionaacuterias de energia eleacutetrica prevecirc-se a implantaccedilatildeo de

uma poliacutetica de realismo tarifaacuterio com o consequumlente teacutermino dos subsiacutedios para

populaccedilatildeo de baixa renda bem como para produtores rurais O Programa Luz

no Campo depende do governo estadual apoiado pelas prefeituras municipais e

diversas entidades empenhadas em levar energia eleacutetrica para o interior

A eletricidade eacute um dos mais importantes insumos para o

desenvolvimento econocircmico do setor agropecuaacuterio e indispensaacutevel para a

promoccedilatildeo do bem-estar do homem do campo Desta forma programas como o

da Luz no Campo exercem forte impacto social e econocircmico com geraccedilatildeo de

trabalho e renda que refletiraacute no faturamento da induacutestria do comeacutercio e dos

serviccedilos O aumento da produccedilatildeo e da produtividade seraacute possiacutevel

principalmente pela mecanizaccedilatildeo e modernizaccedilatildeo dos equipamentos agriacutecolas

gerando acreacutescimo de arrecadaccedilatildeo tributaacuteria e fazendo com que o Estado e os

municiacutepios possam investir em outros projetos de desenvolvimento Esse tipo

de programa representa melhoria na qualidade de vida da populaccedilatildeo rural

facilita o acesso agrave educaccedilatildeo sauacutede informaccedilatildeo e lazer aleacutem de evitar o ecircxodo

rural Entretanto sabe-se que os governos subsequumlentes nem sempre datildeo

continuidade aos programas de governos anteriores Assim as propriedades

rurais natildeo eletrificadas ficam agrave mercecirc da vontade de uma poliacutetica dos

governantes para sanar esta situaccedilatildeo Desta forma diferentemente de

eletrificaccedilatildeo o que se deve buscar eacute uma independecircncia completa ou parcial das

propriedades no que se refere agrave energia eleacutetrica buscando utilizar as fontes

energeacuteticas renovaacuteveis existentes no campo a fim de atender agraves necessidades da

propriedade Das fontes existentes destacam-se a energia solar eoacutelica

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 16: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

4

biomassa as micro e usinas hidreleacutetricas podendo ser esta uacuteltima de pequeno

impacto ambiental baixo custo operacional pouca manutenccedilatildeo facilidade e

rapidez de construccedilatildeo

Segundos dados da Cemig (1995) na deacutecada de 60 a regiatildeo de Lavras

possuiacutea 44 microcentrais hidreleacutetricas com a implantaccedilatildeo das concessionaacuterias

oferecendo energia de qualidade a um custo baixo todas as microcentrais foram

desativadas

Este trabalho buscou avaliar a situaccedilatildeo das microcentrais hidreleacutetricas na

regiatildeo de Lavras e conseguiu identificar ainda 14 unidades desativadas

A avaliaccedilatildeo das microcentrais baseou-se em criteacuterios teacutecnico-

econocircmicos para a revitalizaccedilatildeo Neste caso foram escolhidas duas unidades

para o trabalho As unidades selecionadas tratam de dois casos distintos e

envolvem usinas hidreleacutetricas de tamanhos diferentes Em uma propriedade a

microcentral foi revitalizada e toda a energia utilizada no aquecimento de aacutegua

Em outra foi feito um levantamento para futuramente ser revitalizada e obter o

registro de microcentral hidreleacutetrica junto agrave ANEEL

Em ambos os casos foram considerados os aspectos legais e ambientais

para registro do aproveitamento junto aos oacutergatildeos governamentais competentes

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 17: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

5

2 OBJETIVO

Avaliar a viabilidade teacutecnico-econocircmica de revitalizaccedilatildeo de

microcentrais hidreleacutetricas na regiatildeo de Lavras Minas Gerais

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 18: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

6

3 REFERENCIAL TEOacuteRICO

31 A Matriz Energeacutetica Brasileira

O sistema eleacutetrico brasileiro apresenta como particularidade grandes

extensotildees de linhas de transmissatildeo e um parque produtor de geraccedilatildeo

predominantemente de hidreleacutetrica O mercado consumidor cerca de 472

milhotildees de unidades concentra-se nas regiotildees sul e sudeste mais

industrializadas A regiatildeo norte eacute atendida de forma intensiva por pequenas

centrais geradoras a maioria termo-eleacutetricas a oacuteleo diesel

Um aspecto crucial na gerecircncia da aacutegua doce eacute sua desigual distribuiccedilatildeo

O Brasil por exemplo eacute agraciado com cerca de 12 da aacutegua doce do mundo e

70 dessa aacutegua corresponde agrave Bacia Amazocircnica no norte do Paiacutes os 30

restantes correspondem agraves demais regiotildees sendo que o Nordeste dispotildee de

poucos mananciais Essa maacute distribuiccedilatildeo requer uma poliacutetica seacuteria dos governos

mas depende tambeacutem da participaccedilatildeo dos empresaacuterios e da comunidade em

geral

Um dado positivo neste particular eacute que o Brasil jaacute dispotildee de legislaccedilatildeo

consubstanciada na Lei Federal nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece

a poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos O mais importante eacute aplicaacute-la com a

ampla participaccedilatildeo de toda a populaccedilatildeo que deveraacute passar por um processo de

educaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo Finalmente deve-se estar atento ao fato de que em

futuro proacuteximo a aacutegua seraacute mateacuteria de exportaccedilatildeo como acontece hoje com o

petroacuteleo

A maior parcela da geraccedilatildeo de energia eleacutetrica do Brasil vem dos seus

recursos hiacutedricos A Figura 1 apresenta o mapa do Brasil com o potencial de

geraccedilatildeo atual A capacidade de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica estaacute no seu limite

independente da fonte de geraccedilatildeo

7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

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Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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7

FIGURA 1 ndash Potencial brasileiro de geraccedilatildeo de energia

De acordo com Eletrobras (2002) o mercado de energia eleacutetrica

experimenta um crescimento da ordem de 45 ao ano devendo ultrapassar a

casa dos 100 mil MW em 2008 O planejamento governamental de meacutedio prazo

prevecirc a necessidade de investimentos da ordem de R$ 6 a 7 bilhotildeesano para

expansatildeo da matriz energeacutetica brasileira em atendimento agrave demanda do

mercado consumidor

Para o futuro algumas alteraccedilotildees devem ocorrer na estrutura dos

investimentos em energia incluindo a instalaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas a gaacutes

natural que exigem prazos de implementaccedilatildeo e investimentos menores que as

hidreleacutetricas Por outro lado deveratildeo ser ampliadas as importaccedilotildees de energia

da Argentina Venezuela e Boliacutevia e tambeacutem a interligaccedilatildeo eleacutetrica entre o Sul e

o Norte do Brasil o que significa maiores investimentos em rede de transmissatildeo

Brasil ndash Potencial Hidreleacutetrico

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 20: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

8

Ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas as classes de consumidores

residencial comercial e rural colaboraram expressivamente com o aumento na

demanda de energia eleacutetrica em virtude do crescimento populacional

concentrado principalmente nas zonas urbanas O segmento industrial

apresentou uma participaccedilatildeo mais tiacutemida neste crescimento sobretudo pelas

poliacuteticas de racionalizaccedilatildeo de energia e busca de processos mais eficientes

32 Classificaccedilatildeo das centrais de geraccedilatildeo

De acordo com Eletrobras(1985a) as centrais hidreleacutetricas podem ser

classificadas em funccedilatildeo da potecircncia gerada As pequenas centrais hidreleacutetricas

natildeo podem ultrapassar os 10 MW de potecircncia Atualmente segundo a portaria

394 de 41298 da ANEEL criada pela Lei 9648 satildeo consideradas pequenas

centrais hidreleacutetricas todas as centrais cuja potecircncia eleacutetrica instalada eacute igual ou

inferior a 30 MW desde que venham a ter ldquocaracteriacutesticas de PCHsrdquo Apoacutes esta

portaria a classificaccedilatildeo estaacute de acordo com a tabela 1

TABELA 1 ndash Classificaccedilatildeo das centrais hidreleacutetricas de pequeno porte

Queda de Projeto (m)Potecircncia (KW) Classificaccedilatildeo

Baixa Meacutedia Alta

Ateacute 100 Microcentral lt 15 15 a 50 gt 50

100 a 1000 Minicentral lt 20 25 a 30 gt 100

1000 a 30000 Pequena central lt 25 25 a 130 gt 130

Braga Juacutenior amp Salecker 1999

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 21: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

9

Recentemente foi incluiacuteda mais uma classificaccedilatildeo abrangendo as

menores usinas denominadas de picocentrais hidreleacutetricas para potecircncia abaixo

de 10KW

Para microcentrais hidreleacutetricas as condiccedilotildees satildeo bastante favoraacuteveis o

interessado retira junto ao Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas (IGAM) uma

outorga custos e a vazatildeo de aacutegua tambeacutem natildeo satildeo altos e a potecircncia conseguida

eacute bastante satisfatoacuteria para pequenas propriedades rurais

Seja usina de grande meacutedio ou pequeno porte para sua instalaccedilatildeo eacute

necessaacuterio basicamente um levantamento inicial para estimaccedilatildeo do potencial de

geraccedilatildeo De acordo com Braga Juacutenior amp Salecker (1998) devem ser seguidos os

seguintes passos para a implantaccedilatildeo

- O produtor deveraacute inicialmente fazer um levantamento da demanda de

consumo (curva de carga) da propriedade

- Escolher o melhor local para instalaccedilatildeo da casa de maacutequinas de preferecircncia

o mais perto dos locais de consumo

- Calcular a vazatildeo e a diferenccedila de niacutevel

- Calcular a potecircncia fornecida

- Consultar o oacutergatildeo ambiental mais proacuteximo e informar-se sobre a

necessidade de uma autorizaccedilatildeo

- Consultar os fabricantes de geradores quanto ao tipo de excitaccedilatildeo e nuacutemero

de fases do gerador

- Instruir os proprietaacuterios quanto ao funcionamento de uma unidade geradora

de pequeno porte como exemplo a potecircncia maacutexima aplicada sobre o

gerador

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 22: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

10

33 Definiccedilotildees

331 Suprimento de energia

Entende-se que o suprimento de energia estaacute diretamente relacionado

com o desenvolvimento sustentaacutevel e deve primar pela eficiecircncia na produccedilatildeo

transmissatildeo distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo e uso da energia pelo uso de fontes

renovaacuteveis pelo uso oacutetimo destas fontes pela garantia da disponibilidade e

acesso a todos e indistintamente pela prestaccedilatildeo de um serviccedilo de qualidade pela

preservaccedilatildeo ambiental e pelo uso da energia natildeo como um fim mas como um

meio para esse desenvolvimento (Brasil 2002) Entende-se por qualidade de

energia os aspectos referentes agrave forma de onda pureza da tensatildeo niacuteveis

constantes de tensatildeo e frequumlecircncia bem como ausecircncia de modulaccedilatildeo Ainda a

esses atributos se encontra a qualidade da prestaccedilatildeo dos serviccedilos como por

exemplo o pronto atendimento o religamento dentre outros

332 A Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

A Lei nordm 9427 de 26 de dezembro de 1996 instituiu a Agecircncia que tem

por finalidade regular e fiscalizar a produccedilatildeo transmissatildeo e comercializaccedilatildeo de

energia eleacutetrica em conformidade com as poliacuteticas e diretrizes do governo

federal O papel da ANEEL na aacuterea de eficiecircncia energeacutetica (EE) e fontes

alternativas de geraccedilatildeo de energia eleacutetrica (FA) estaacute previsto na legislaccedilatildeo

vigente do setor eleacutetrico brasileiro incluindo aquela que institui e regulamenta a

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 23: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

11

Agecircncia Compete ainda agrave ANEEL dirimir no acircmbito administrativo as

divergecircncias entre concessionaacuterias permissionaacuterias autorizadas produtores

independentes e autoprodutores bem como entre esses agentes e seus

consumidores A ANEEL deve atuar em conformidade com a poliacutetica energeacutetica

nacional a qual estaacute descrita na Lei nordm 9478 de agosto de 1997 em que se

destaca de seu artigo primeiro que as poliacuteticas nacionais para o aproveitamento

racional das fontes de energia devem promover o desenvolvimento ampliar o

mercado de trabalho e valorizar os recursos energeacuteticos proteger os interesses

do consumidor quanto a preccedilo qualidade e ofertas dos produtos proteger o meio

ambiente e promover a conservaccedilatildeo de energia identificar as soluccedilotildees mais

adequadas para o suprimento de energia eleacutetrica nas diversas regiotildees do paiacutes

utilizar fontes alternativas de energia mediante o aproveitamento econocircmico dos

insumos disponiacuteveis e da tecnologia aplicaacutevel

O Decreto nordm 2335 de outubro de 1997 (Anexo I paraacutegrafo IV) que

constitui a ANEEL estabelece como diretriz para a ANEEL a adoccedilatildeo de

medidas efetivas que assegurem a oferta de energia eleacutetrica a aacutereas de renda e

densidade de carga baixas urbanas e rurais de forma a promover o

desenvolvimento econocircmico e social e a reduccedilatildeo das desigualdades regionais

Eacute funccedilatildeo da Agecircncia estimular e participar das atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnoloacutegico necessaacuterios ao setor de energia eleacutetrico

ldquoestimular e participar de accedilotildees ambientais voltadas para o benefiacutecio da

sociedade bem como interagir com o Sistema Nacional de Meio Ambiente em

conformidade com a legislaccedilatildeo vigente e atuando de forma harmocircnica com a

Poliacutetica Nacional de Meio Ambienterdquo

Desta forma a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica (Brasil 2002) deve

disciplinar o regime das concessotildees de serviccedilos puacuteblicos de energia eleacutetrica e

definir os valores dos encargos de uso dos sistemas de transmissatildeo e

distribuiccedilatildeo a livre comercializaccedilatildeo de energia com consumidores de carga

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 24: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

12

igual ou superior a 500 kW e a isenccedilatildeo de pagamento de compensaccedilatildeo

financeira pela utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos para empreendimentos

hidreleacutetricos de pequeno porte (PCHacutes)

A ANEEL (Brasil 2002) com base na legislaccedilatildeo vigente tem

estabelecido diversos mecanismos de regulaccedilatildeo para aumentar a participaccedilatildeo das

fontes alternativas na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como abaixo descrito A

Resoluccedilatildeo nordm 112 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessaacuterios agrave

obtenccedilatildeo de registro ou autorizaccedilatildeo para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

repotenciaccedilatildeo de centrais termeleacutetricas eoacutelicas e demais empreendimentos

operados como fontes alternativas de energia Entre outras disposiccedilotildees esta

resoluccedilatildeo estabelece a obrigatoriedade de registro para centrais com capacidade

de geraccedilatildeo de ateacute 5 MW e de autorizaccedilatildeo (outorga) para centrais com

capacidade superior a esse valor

333 Geraccedilatildeo de energia eleacutetrica

O governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu uma

reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico brasileiro que contribuiu para o surgimento de

novos agentes no mercado de geraccedilatildeo de energia Esses agentes estatildeo recebendo

funccedilotildees especiacuteficas diferentemente da estrutura anterior garantindo um

ambiente concorrencial na geraccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo de energia

Com o objetivo de incentivar a concorrecircncia a Lei 907495 e o Decreto

200396 definem normas relativas agraves concessotildees e permissotildees de geraccedilatildeo

eleacutetrica e incluem a participaccedilatildeo dos produtores independentes de energia (PIE)

e dos autoprodutores (APE) no mercado jaacute exercido pelas concessionaacuterias

privadas e puacuteblicas Dependendo da potecircncia das usinas as novas concessotildees

13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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13

poderatildeo envolver licitaccedilatildeo autorizaccedilatildeo ou simples comunicaccedilatildeo ao poder

concedente

334 Concessionaacuterio de energia

A energia eleacutetrica eacute um bem puacuteblico e compete ao governo federal

estabelecer as regras para exploraccedilatildeo dela O governo federal ou Poder

Concedente atraveacutes de seus oacutergatildeos suplementares outorga a outras instituiccedilotildees

juriacutedicas o direito de exploraccedilatildeo deste bem atraveacutes de contratos de concessatildeo

Os contratos de concessatildeo satildeo assinados entre a Agecircncia Nacional de Energia

Eleacutetrica a ANEEL e as empresas de distribuiccedilatildeo de energia Nestes contratos

satildeo estabelecidas as regras com respeito agrave tarifa regularidade continuidade

seguranccedila atualidade e qualidade dos serviccedilos e do atendimento prestado aos

consumidores Da mesma forma definem penalidades para os casos em que for

constatada alguma irregularidade

O Projeto de Qualidade eacute parte integrante do contrato de concessatildeo e

nele eacute estabelecido o controle da qualidade do fornecimento de energia

A ANEEL preocupada em atualizar os instrumentos normativos da

regulaccedilatildeo tem editado resoluccedilotildees e estabelecido procedimentos para permitir

um processo de controle mais rigoroso da qualidade no fornecimento de energia

Dentre as resoluccedilotildees cita-se a Resoluccedilatildeo nordm 024 de 27 de janeiro de 2000 que

estabelece os niacuteveis de continuidade dos fornecimentos de energia eleacutetrica a

Resoluccedilatildeo nordm 520 de 17 de setembro de 2002 que estabelece os procedimentos

de registro e apuraccedilatildeo dos indicadores relativos agraves ocorrecircncias emergecircnciais

Essas resoluccedilotildees tambeacutem satildeo referecircncias quanto aos niacuteveis de qualidade a serem

praticados pelas concessionaacuterias

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

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2003

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como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 26: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

14

335 Permissionaacuterios

As permissionaacuterias e cooperativas de eletrificaccedilatildeo constituem

importantes instrumentos para a universalizaccedilatildeo

Em muitos casos o atendimento a localidades remotas pode ser

viabilizado atraveacutes de geraccedilatildeo distribuiacuteda inclusive com fontes locais de energia

capazes de atender agrave demanda atual e futura de forma sustentaacutevel Nestes casos

questiona-se que a melhor forma de universalizaccedilatildeo do atendimento eacute via

concessionaacuterias visto que as regiotildees com maiores iacutendices de universalizaccedilatildeo do

paiacutes os atingiram atraveacutes de cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural

Atualmente segundo regras estabelecidas pela Resoluccedilatildeo nordm 12 de 11

de janeiro de 2002 as cooperativas de eletrificaccedilatildeo existentes estatildeo sendo

regularizadas podendo tornar-se permissionaacuterias ou cooperativas autorizadas

Vale ressaltar que as cooperativas autorizadas satildeo vistas pelas concessionaacuterias

como consumidores

O art 15 da Lei 10438 induz agrave criaccedilatildeo de permissionaacuterias Aleacutem disso

agrave Eletrobraacutes incentiva financeiramente as concessionaacuterias permissionaacuterias e

cooperativas de eletrificaccedilatildeo rural para expansatildeo dos serviccedilos de distribuiccedilatildeo de

energia eleacutetrica especialmente em aacutereas urbanas e rurais de baixa renda e para o

programa de combate ao desperdiacutecio de energia eleacutetrica Tambeacutem existe o

incentivo para a implantaccedilatildeo de centrais geradoras de potecircncia ateacute 5000 kW

destinadas exclusivamente ao serviccedilo puacuteblico em comunidades populacionais

atendidas por sistema eleacutetrico isolado

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 27: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

15

336 Autoprodutor

O Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 define e regulamenta a

produccedilatildeo independente e a autoproduccedilatildeo de energia eleacutetrica modalidades

importantes na geraccedilatildeo de energia eleacutetrica como fontes alternativas e renovaacuteveis

O Autoprodutor de energia Eleacutetrica (APE) eacute caracterizado como uma

pessoa juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica destinada ao seu uso exclusivo

A autorizaccedilatildeo ao Autoprodutor estaraacute condicionada agrave demonstraccedilatildeo

perante a Agecircncia Nacional de energia eleacutetrica de que a energia eleacutetrica a ser

produzida seraacute destinada a consumo proacuteprio atual e projetado Eacute facultada ao

autoprodutor com a devida autorizaccedilatildeo preacutevia da ANEEL (Brasil 2002)

- A cessatildeo e permuta de energia eleacutetrica e potecircncia entre autoprodutores

consorciados em um mesmo empreendimento na barra da usina

- A compra por concessionaacuterio ou permissionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de

distribuiccedilatildeo do excedente de energia produzida

- A permuta de energia em montantes economicamente equivalentes

explicitando os custos das transaccedilotildees de transmissatildeo envolvidos com

concessionaacuterio ou permissionaacuterio do serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo para

possibilitar o consumo em instalaccedilotildees do autoprodutor em local diverso

daquele onde ocorre a geraccedilatildeo

A parcela de energia produzida pelo autoprodutor que operar em usinas

teacutermicas em sistemas isolados faraacute jus ao ressarcimento do custo de

combustiacuteveis instituiacutedo na Conta de Consumo de Combustiacutevel (CCC) mediante

a autorizaccedilatildeo da ANEEL (Brasil 2002)

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 28: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

16

337 Produtor independente

De acordo com o Decreto nordm 2003 de 10 de setembro de 1996 o

Produtor Independente de Energia (PIE) eacute caracterizado como uma pessoa

juriacutedica ou um consoacutercio de empresas que podem receber concessatildeo ou

autorizaccedilatildeo para produzir energia eleacutetrica e comercializaacute-la toda ou apenas uma

parte por sua conta e risco

O Produtor Independente de Energia estaacute sujeito a regras operacionais e

comerciais proacuteprias desde que atendidas as especificaccedilotildees previstas na

legislaccedilatildeo em vigor no contrato de concessatildeo ou no ato de autorizaccedilatildeo A venda

de energia eleacutetrica por produtor independente poderaacute ser feita para a

- Concessionaacuterio de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

- Consumidor de energia eleacutetrica conforme legislaccedilatildeo vigente

- Consumidores de energia eleacutetrica integrantes de complexo industrial ou

comercial aos quais o produtor independente tambeacutem forneccedila vapor oriundo

do processo de co-geraccedilatildeo

- Conjunto de consumidores de energia eleacutetrica independentemente da tensatildeo

e carga nas condiccedilotildees previamente ajustadas com o concessionaacuterio local de

distribuiccedilatildeo

- Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente natildeo ter o

concessionaacuterio local lhe assegurado o fornecimento no prazo de ateacute 180

dias contado da respectiva solicitaccedilatildeo

A fim de se garantir a utilizaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo da energia

produzida o produtor independente e o autoprodutor teratildeo assegurado o livre

acesso aos sistemas de transmissatildeo e de distribuiccedilatildeo de concessionaacuterios e

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 29: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

17

permissionaacuterios de serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica mediante o ressarcimento

do custo de transporte envolvido

O oacutergatildeo regulador e fiscalizador do poder concedente definiraacute em ato

especiacutefico os criteacuterios para determinaccedilatildeo do custo de transporte que deveratildeo

explicitar as parcelas relativas agrave transmissatildeo e agrave distribuiccedilatildeo assegurado o

tratamento isonocircmico para os produtores independentes e autoprodutores perante

os concessionaacuterios e permissionaacuterios do serviccedilo puacuteblico de energia eleacutetrica

338 Cooperativas

As Cooperativas de Eletrificaccedilatildeo Rural (CER) satildeo agentes presentes no

setor eleacutetrico brasileiro desde a deacutecada de 40 contribuindo de modo

significativo para a eletrificaccedilatildeo e desenvolvimento rural

Inicialmente formada por pioneiros que se reuniram para viabilizar a

eletrificaccedilatildeo de suas propriedades o crescimento do mercado causado pelo

adensamento populacional e raacutepida urbanizaccedilatildeo acabaram mudando o perfil de

atuaccedilatildeo da maioria dessas cooperativas tornando-as possuidoras de

caracteriacutesticas semelhantes agraves das concessionaacuterias Ao mesmo tempo

comeccedilaram a surgir interferecircncias muacutetuas entre redes de distribuiccedilatildeo de

cooperativas e concessionaacuterias ocasionando conflitos entre os diversos agentes

A recente reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico em seu arcabouccedilo legal

previu a necessidade de regulamentaccedilatildeo dos serviccedilos prestados pelas

cooperativas visando adequaacute-las agraves novas orientaccedilotildees regulatoacuterias e de direito

da eletricidade

Em 1999 iniciou-se um processo de acircmbito nacional de regularizaccedilatildeo

das CERacutes O ordenamento legal prevecirc a possibilidade de duas formas de

enquadramento em que sem o papel reservado pode ser continuar de certa

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 30: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

18

forma a serem consideradas como um consumidor de energia para uso privativo

de seus associados enquadradas na modalidade de Autorizadas ou para aquelas

que atendem a puacuteblico indistinto atuar regularmente como prestadoras de

serviccedilo puacuteblico de distribuiccedilatildeo de energia sob a forma de permissionaacuterios

A CESP dentro do convecircnio de cooperaccedilatildeo com a ANEEL estaacute

conduzindo o processo de regularizaccedilatildeo das 17 cooperativas atuantes no Estado

estando em fase de conclusatildeo da instruccedilatildeo dos processos e emissatildeo de pareceres

de enquadramento

339 Transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

Durante a reestruturaccedilatildeo do setor eleacutetrico foi recomendada pela Coopers

amp Lybrand e adotada pela Agecircncia Nacional de Energia a separaccedilatildeo vertical de

todos os ativos de transmissatildeo com tensatildeo igual ou superior a 230 kV

pertencentes agrave ELETROBRAacuteS ou agraves companhias estaduais de distribuiccedilatildeo

Esta separaccedilatildeo provocou a divisatildeo dos ativos de geraccedilatildeo e transmissatildeo

do Sistema ELETROBRAacuteS em quatro grandes subsidiaacuterias (ELETRONORTE

CHESF ELETROSUL e FURNAS) como tambeacutem a criaccedilatildeo de novas empresas

de transmissatildeo subsidiaacuterias da ldquoholdingrdquo

A nova definiccedilatildeo de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo foi baseada no niacutevel de

tensatildeo e natildeo em sua funccedilatildeo no sistema Todos os ativos com niacutevel de tensatildeo

igual ou superior a 230 kV satildeo definidos como ativos de transmissatildeo da Rede

Baacutesica Jaacute os ativos com tensatildeo abaixo desse patamar satildeo considerados como de

distribuiccedilatildeo

A compra e venda de energia eleacutetrica entre concessionaacuterios ou

autorizados devem ser contratadas separadamente do acesso ao sistema de

transmissatildeo e distribuiccedilatildeo cabendo agrave Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica

19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

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- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

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- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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19

controlar todo o processo Jaacute o Operador Nacional do Sistema (ONS) eacute

responsaacutevel pela manutenccedilatildeo dos ganhos sinergeacuteticos resultantes da otimizaccedilatildeo

da operaccedilatildeo dos sistemas de transmissatildeo e geraccedilatildeo de energia eleacutetrica e pela

viabilizaccedilatildeo da expansatildeo do sistema de transmissatildeo a miacutenimo custo

A regulamentaccedilatildeo da contrataccedilatildeo do acesso incluindo o uso e a

conexatildeo ao sistema de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo constitui instrumento

importante para efetiva introduccedilatildeo da competiccedilatildeo no segmento de geraccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica permite a livre opccedilatildeo dos consumidores e

induz o incremento da oferta ao mercado pelos produtores independentes e

autoprodutores de energia eleacutetrica

3310 Comercializaccedilatildeo

A atividade de comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica engloba a compra a

importaccedilatildeo a exportaccedilatildeo e a venda de energia eleacutetrica a outros

comercializadores ou a consumidores que tenham livre opccedilatildeo de escolha do

fornecedor

O comercializador de energia participa do mercado atraveacutes de uma

autorizaccedilatildeo outorgada pela Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica para vender

energia eleacutetrica a consumidores finais e para comprar e vender energia eleacutetrica

no Mercado Atacadista de Energia (MAE)

O MAE define o preccedilo de curto prazo para cada modelo de apuraccedilatildeo

baseando-se em modelos e procedimentos jaacute acordados por todos os seus

participantes e pela ANEEL Aleacutem disso o MAE estaraacute encarregado de

registrar os contratos de longo prazo (contratos bilaterais) e a compra e venda de

energia no curto prazo liquidadas no preccedilo ldquospotrdquo

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 32: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

20

Os preccedilos contratuais seratildeo desregulamentados e acordados entre as

partes nos termos de um mercado competitivo Os preccedilos do mercado de

contratos refletiratildeo as expectativas quanto ao preccedilo de curto prazo do MAE no

decorrer do periacuteodo em questatildeo Em situaccedilatildeo de equiliacutebrio de demanda e oferta

a meacutedia de preccedilos deveraacute ser suficiente para proporcionar retorno comercial ao

mais competitivo dos novos participantes do mercado

Todas as oportunidades de venda da energia gerada pelas usinas seratildeo

definidas atraveacutes da livre negociaccedilatildeo de contratos de suprimento com as

distribuidoras de energia comercializadores e tambeacutem com outros agentes

como os consumidores livres

Os comercializadores que natildeo quiserem participar do MAE deveratildeo

apresentar garantias atraveacutes da contrataccedilatildeo de seguros ou fianccedila bancaacuteria de

valor equivalente a no miacutenimo 50 do volume de vendas anuais que estaraacute

autorizado a comercializar

A comercializaccedilatildeo de energia eleacutetrica no acircmbito do mercado de livre

negociaccedilatildeo poderaacute ser exercida por

- Agente comercializador

- Detentores de autorizaccedilatildeo para importar e exportar energia eleacutetrica

- Produtores independentes

- Concessionaacuterios e permissionaacuterios de serviccedilos puacuteblicos de distribuiccedilatildeo

- Concessionaacuterios de geraccedilatildeo

3311 Co-geraccedilatildeo de energia

A Resoluccedilatildeo nordm 021 de 20 de janeiro de 2000 estabelece a regulaccedilatildeo da

co-geraccedilatildeo com base nas poliacuteticas de incentivo ao uso racional dos recursos

energeacuteticos visto que a co-geraccedilatildeo de energia contribui com a racionalidade

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

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- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 33: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

21

energeacutetica uma vez que possibilita um melhor aproveitamento dos

combustiacuteveis quando comparada agrave geraccedilatildeo individual de calor e energia

eleacutetrica

A co-geraccedilatildeo eacute definida como o processo de produccedilatildeo combinada de

calor uacutetil e energia mecacircnica geralmente convertida total ou parcialmente em

energia eleacutetrica a partir da energia quiacutemica disponibilizada por um ou mais

combustiacuteveis Para obter registro ou certificado de co-geraccedilatildeo qualificada o

empreendimento deve estar em situaccedilatildeo regular perante a ANEEL (Brasil

2003) segundo as disposiccedilotildees da Resoluccedilatildeo 11299 e atender aos requisitos

miacutenimos de racionalidade energeacutetica definidos no inciso II art 4ordm da resoluccedilatildeo

A outorga eacute um dos requisitos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo dos projetos de forma

que os dados divulgados pela ANEEL geram apenas expectativas em relaccedilatildeo ao

aumento da participaccedilatildeo das fontes alternativas na matriz energeacutetica brasileira

34 Participaccedilatildeo das Fontes Alternativas na Matriz Energeacutetica Brasileira

A participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis na capacidade de

geraccedilatildeo de energia eleacutetrica instalada no Brasil eacute de apenas 25 Entre essas

fontes destacam-se a biomassa principalmente o bagaccedilo de cana e as pequenas

centrais hidreleacutetricas (PCHacutes) Como pode ser observado na Tabela 2 as

microcentrais natildeo entram nesta estatiacutestica embora possam apresentar-se como a

uacutenica forma viaacutevel de se obter energia eleacutetrica em muitas propriedades que se

situam muito afastadas das linhas-tronco de distribuiccedilatildeo rural de energia

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 34: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

22

TABELA 2 ndash Usinas Brasileiras em operaccedilatildeo

Fonte Quantidade Poteumlncia kWEoacutelica 7 21200 003PCH 202 793424 103

Biomassa 173 1112187 144Outras 728 75294394 9750Total 1110 77221160 100

Fonte ANEEL ndash 2003

As microcentrais estatildeo classificadas e inseridas em ldquoPCHrdquo Um aspecto

que se deve apreciar eacute que a maioria das construccedilotildees de microcentrais natildeo satildeo

cadastradas junto a qualquer oacutergatildeo fato que natildeo permite um dado significativo

Quanto aos empreendimentos em construccedilatildeo na Tabela 3 pode ser

observada a participaccedilatildeo das fontes alternativas renovaacuteveis que sobe para 41

destacando-se as pequenas centrais hidreleacutetricas responsaacuteveis por 373 da atual

ampliaccedilatildeo da capacidade de geraccedilatildeo do Brasil

TABELA 3 ndash Usinas Brasileiras em construccedilatildeo

FONTE QUANTIDADE POTEcircNCIA (kW) (kW)Eoacutelica 0 000 0PCH 39 485795 373Biomassa 4 49000 038Outras 47 12506515 9590Total 90 13041310 10000Fonte ANEEL ndash 2003

Com respeito aos projetos outorgados (construccedilatildeo ainda natildeo iniciada)

observa-se uma participaccedilatildeo bastante expressiva dessas fontes representando

mais de 20 da capacidade de geraccedilatildeo autorizada pela ANEEL (Brasil 2003)

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

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Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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2000 Brasiacutelia 2000

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 35: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

23

Conforme se observa na Tabela 4 destaca-se o crescimento do aproveitamento

de energia eoacutelica (1555) do total outorgado

TABELA 4 ndash Potencial Brasileiro de geraccedilatildeo outorgado

Fonte Quantidade Potecircncia (kW) (kW)Eoacutelica 53 4165000 1555PCH 78 1229510 459Biomassa 25 149361 056Outras 113 21232568 7930Total 269 26776439 10000Fonte ANEEL ndash 2003

35 Aspectos Legais e Oacutergatildeos Ambientais

351 Agecircncia Nacional de Aacuteguas

A Agecircncia Nacional de Aacuteguas (Brasil 2001) eacute uma autarquia sob regime

especial com autonomia administrativa e financeira vinculada ao Ministeacuterio do

Meio Ambiente Eacute responsaacutevel pela implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de

Recursos Hiacutedrico O projeto da criaccedilatildeo da ANA foi aprovado pelo Congresso

no dia 7 de junho de 2000 transformando-se na Lei 9984 sancionada pelo

Presidente da Repuacuteblica em exerciacutecio Marco Maciel no dia 17 de julho

Aleacutem de responsaacutevel pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Recursos

Hiacutedricos a ANA deve implantar a Lei das Aacuteguas de 1997 que disciplina o uso

dos recursos hiacutedricos no Brasil Inspirado no modelo francecircs o Brasil criou em

1997 sua legislaccedilatildeo sobre recursos hiacutedricos (Lei 943397) De acordo com esta

Lei as decisotildees sobre uso dos rios em todo o Paiacutes seratildeo tomadas pelos comitecircs

de bacias

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 36: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

24

Nos proacuteximos anos o Brasil teraacute dezenas de comitecircs de bacias com suas

respectivas agecircncias de bacia Eacute missatildeo da Agecircncia Nacional de Aacuteguas dar o

suporte teacutecnico para a criaccedilatildeo dos comitecircs

Outra atribuiccedilatildeo da ANA (Brasil 2001) eacute preservar a ordem juriacutedica

garantindo aacutegua ao agricultor desde que ele tenha obtido previamente a

chamada outorga ou seja uma licenccedila para utilizaccedilatildeo da aacutegua do rio A

cobranccedila pelo uso dos rios estaacute prevista na Lei 9433

352 Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas

O Instituto Mineiro de Gestatildeo das Aacuteguas IGAM foi criado pela Lei

12584 de 17 de julho de 1997 Ele eacute responsaacutevel pelo planejamento e

administraccedilatildeo de todas as accedilotildees direcionadas agrave preservaccedilatildeo da quantidade e da

qualidade das aacuteguas do Estado Minas Gerais Numa nova visatildeo a aacutegua deve ser

percebida como parte integrante do ecossistema como um recurso natural e

como um bem econocircmico e social em que a quantidade a qualidade determinem

a natureza de sua utilizaccedilatildeo

Para isso o IGAM se apoacuteia nos princiacutepios da Poliacutetica Nacional (Lei

Federal nordm 943397) e Estadual (Lei Estadual nordm 1319999) dos Recursos

Hiacutedricos em que se estabelece um arranjo institucional baseado num tipo de

organizaccedilatildeo para a gestatildeo compartilhada do uso da aacutegua compreendendo o

Conselho Estadual de Recursos Hiacutedricos ndash CERH Comitecircs de Bacias

Hidrograacuteficas ndash CBH Agecircncias de Bacias Hidrograacuteficas

As linhas de gestatildeo do IGAM partem do pressuposto de que os usos da

aacutegua devem ser definidos assegurando-se a disponibilidade para os usos

prioritaacuterios de cada unidade de planejamento da desestimulaccedilatildeo do desperdiacutecio

e da promoccedilatildeo dos processos naturais ou artificiais de reciclagem da reserva de

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 37: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

25

uma consideraacutevel responsabilidade da sociedade pela conduccedilatildeo da poliacutetica e

gestatildeo dos recursos hiacutedricos Enfim a proposta da gestatildeo do IGAM se

caracteriza pela descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em que tudo possa ser decidido

em niacuteveis hieraacuterquicos mais baixos de governo por exemplo quando a

participaccedilatildeo local eacute levadas em consideraccedilatildeo

Os produtos do trabalho do IGAM se caracterizam entre outros pela

concessatildeo de outorgas que eacute um instrumento que possibilita o registro do uso da

aacutegua do Estado a fim de garantir o uso muacuteltiplo desse recurso e o seu acesso a

todos os usuaacuterios

353 Outorga

A outorga de direito de uso da aacutegua eacute o instrumento legal que assegura

ao usuaacuterio o direito de utilizar os recursos hiacutedricos Eacute um documento que

garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da aacutegua especificando o

local a fonte a vazatildeo e a finalidade de seu uso em determinado periacuteodo

A outorga natildeo daacute ao usuaacuterio a propriedade de aacutegua ou sua alienaccedilatildeo

mas o simples direito de seu uso Portanto poderaacute ser suspensa parcial ou

totalmente em casos extremos de escassez ou natildeo cumprimento pelo outorgado

dos termos de outorga previstos nas regulamentaccedilotildees ou por necessidade

premente de se atenderem os usos prioritaacuterios e de interesse coletivo

3531 Modalidades de outorga

a) Autorizaccedilatildeo ndash deve ser solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou

atividades desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

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carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 38: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

26

quando natildeo se destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo

de 5 anos)

b) Concessatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico quando se

destinarem agrave finalidade de utilidade puacuteblica (prazo maacuteximo de 20 anos)

c) Permissatildeo ndash solicitada para realizaccedilatildeo de obras serviccedilos ou atividades

desenvolvidas por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado sem

destinaccedilatildeo de utilidade puacuteblica e quando produzirem efeitos insignificantes

no curso de aacutegua (prazo maacuteximo de 3 anos)

A outorga de direito de uso da aacutegua deve ser solicitada por meio de

formulaacuterios proacuteprios do IGAM (anexo 1) que contecircm todas as informaccedilotildees

necessaacuterias agrave avaliaccedilatildeo teacutecnica do empreendimento e da disponibilidade hiacutedrica

As outorgas em aacuteguas de domiacutenio do Estado satildeo obtidas junto ao IGAM

amparadas pela Lei 1319999 entretanto as outorgas em aacuteguas de domiacutenio da

Uniatildeo satildeo emitidas pela Agecircncia Nacional de Aacuteguas ANA (Brasil 2001)

conforme a Lei 99842000

De acordo com o que a lei estabelece a outorga deve ser solicitada antes

da implantaccedilatildeo de qualquer empreendimento cujo uso da aacutegua venha alterar o

regime a quantidade ou a qualidade do corpo de aacutegua incluindo aleacutem das

captaccedilotildees a construccedilatildeo de barragens e derivaccedilotildees bem como o lanccedilamento de

efluentes

As intervenccedilotildees de curso sujeitas agrave solicitaccedilatildeo de outorga satildeo

- Captaccedilatildeo ou derivaccedilatildeo de aacutegua em um corpo de aacutegua

- Explotaccedilatildeo de aacutegua subterracircnea

- Construccedilatildeo de barramento ou accedilude

- Construccedilatildeo de dique ou desvio em corpo de aacutegua

- Construccedilatildeo de estruturas de lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 39: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

27

- Construccedilatildeo de estrutura de recreaccedilatildeo nas margens

- Construccedilatildeo de estrutura de transposiccedilatildeo de niacutevel

- Construccedilatildeo de travessia rodo-ferroviaacuteria

- Dragagem desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

- Lanccedilamento de efluentes em corpo de aacutegua

- Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de drenagem

- Transposiccedilatildeo de bacias outras modificaccedilotildees do curso leito ou margens dos

corpos de aacutegua

3532 Documentaccedilatildeo necessaacuteria para a obtenccedilatildeo da outorga

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia que envolva o uso de aacutegua ou qualquer utilizaccedilatildeo relacionada no item

anterior devem ser enviados aos oacutergatildeos competentes os seguintes documentos

- Requerimento assinado pelo requerente ou procurador juntamente com a

procuraccedilatildeo

- Formulaacuterios proacuteprios fornecidos pelo IGAM (anexo1)

- Relatoacuterio teacutecnico modelo fornecido pelo IGAM

- Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anaacutelise e

publicaccedilotildees

- Coacutepias do CPFCNPJ e da carteira de identidade do requerente ou

procurador

- Coacutepia do registro do imoacutevel ou de posse do local onde seraacute efetuada a

captaccedilatildeo com atualizaccedilatildeo maacutexima de 60 dias

- ART (Anotaccedilatildeo de Responsabilidade Teacutecnica) expedida pelo CREA

- Documento de concessatildeo ou autorizaccedilatildeo fornecido pela ANEEL (Brasil

2002) em caso de hidreleacutetrica ou de termeleacutetrica

28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

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- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

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Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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28

- Documento emitido pelo Comitecirc de Bacias contendo as prioridades de uso

caso existente

36 Documentos da ANEEL

Quando se quer implementar um empreendimento relacionado agrave geraccedilatildeo

de energia o projeto dele deve ser registrado na ANEEL depois de realizados os

estudos de impacto ambiental A ANEEL dispotildee de alguns documentos que

devem ser preenchidos e de outros que estatildeo disponiacuteveis para consulta Dentre

os mais importantes destacam-se

a) Relatoacuterio de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas

Hidreleacutetricas situaccedilatildeo 30042003 - documento que apresenta a situaccedilatildeo dos

processos referentes aos estudos de inventaacuterio viabilidade e projeto baacutesico

de usinas hidreleacutetricas

b) Resoluccedilatildeo nordm 393 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os

procedimentos gerais para registro e aprovaccedilatildeo dos estudos de inventaacuterio

hidreleacutetrico de bacias hidrograacuteficas

c) Resoluccedilatildeo nordm 394 de 04 de dezembro de 1998 - estabelece os criteacuterios para

o enquadramento de empreendimentos hidreleacutetricos na condiccedilatildeo de

pequenas centrais hidreleacutetricas

d) Resoluccedilatildeo nordm 398 de 21 de setembro de 2001 - estabelece os requisitos

gerais para apresentaccedilatildeo dos estudos as condiccedilotildees e os criteacuterios especiacuteficos

para anaacutelise e comparaccedilatildeo de Estudos de Inventaacuterios Hidreleacutetricos visando

agrave seleccedilatildeo no caso de estudos concorrentes

e) Despacho nordm 173 de 07 de maio de 1999 - documento de autorizaccedilatildeo para a

exploraccedilatildeo de central hidreleacutetricas

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

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- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

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Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

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2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

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Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 41: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

29

f) Ficha de resumo para estudos de viabilidade e projeto baacutesico de AHErsquos e

ficha resumo com as informaccedilotildees de projeto

g) ldquoCheck-Listrdquo de Aceite para fins de anaacutelise de Projeto Baacutesico relaccedilatildeo dos

toacutepicos miacutenimos que deveratildeo constar dos projetos baacutesicos a serem

apresentados para anaacutelise

h) Resoluccedilatildeo 39598 ndash estabelece os procedimentos gerais para registro e

aprovaccedilatildeo dos estudos de viabilidade e projeto baacutesico

37 Aspectos teacutecnicos e econocircmicos de microcentrais hidreleacutetricas

Quando se pretende instalar ou restaurar um aproveitamento hiacutedrico

visando a geraccedilatildeo de energia eleacutetrica eacute necessaacuterio que se avaliem aspectos

teacutecnicos e econocircmicos relativos agrave construccedilatildeo ou reforma considerando a

disponibilidade de material no local tais como areia pedra e outros bem como

aspectos geoloacutegicos e geograacuteficos Deve ser tambeacutem levantada a seacuterie histoacuterica

da vazatildeo de aacutegua e a qualidade dela Isto se justifica pelo aumento da populaccedilatildeo

em torno da propriedade o que pode ou natildeo ocorrer e em consequumlecircncia haver

diminuiccedilatildeo da vazatildeo ou poluiccedilatildeo devido agrave emissatildeo de efluentes

Ocaacutecia et al (2003) afirmam que tradicionalmente o custo de 1kW

instalado eacute utilizado como referecircncia dos investimentos em geraccedilatildeo hidreleacutetrica

Para o sistema interligado esse caacutelculo se refere a um fator de carga de 50 o

que provoca um erro de avaliaccedilatildeo pois a potecircncia meacutedia utilizada apresenta um

custo duas vezes maior do que o custo de instalaccedilatildeo Os autores analisam ainda

o custo de 3 empreendimentos de aproveitamento hiacutedrico para geraccedilatildeo de

energia e demonstram que para 2 KVA o custo do 1kW eacute de 650 doacutelares 470

doacutelares para 5 kVA e 700 doacutelares para 50 kVA

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 42: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

30

De acordo com Mauro Filho amp Zanin (2003) os custos de conexatildeo da

central com o sistema de suprimento representam 5 do total do

empreendimento entretanto o custo se reduz quando satildeo feitas anaacutelises

criteriosas

38 Turbinas

Haacute vaacuterios tipos de turbinas empregados na geraccedilatildeo de energia mas os

mais utilizados devido a custo inicial facilidade no mercado e manutenccedilatildeo satildeo

- Peacutelton Deste tipo de turbinas aproveita-se toda a energia da aacutegua em forma

de energia cineacutetica conteacutem um dois ou mais injetores A faixa de operaccedilatildeo

eacute bastante alta podendo operar entre 10 e 100 da potecircncia maacutexima A

turbina PEacuteLTON aplica-se em quedas de grande altura com pequenos

caudais

- Heacutelice A turbina HEacuteLICE considerada uma turbina de reaccedilatildeo eacute utilizada

com maior frequecircncia em aproveitamento com quedas abaixo de 12 metros

Tal como as do tipo FRANCIS

- Kaplan Uma forma aperfeiccediloada da turbina HEacuteLICE eacute a turbina

KAPLAN ela apresenta os rotores com paacutes de passo variaacutevel que aumentam

o rendimento

- Francis As turbinas FRANCIS satildeo utilizadas em aproveitamento com

quedas acima de 10m podendo dizer-se que eacute de todas as turbinas a mais

ecleacutetica

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

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- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 43: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

31

- Banki A turbina BANKI eacute considerada uma turbina de accedilatildeo nela o fluxo

de aacutegua atravessa o rotor ciliacutendrico transversalmente com duas passagens

pelas paacutes usados para quedas maiores geralmente em torno de 200 metros

de queda

- Roda Pelton Satildeo rodas bastante usadas O principio das paacutes eacute o mesmo da

turbina Pelton geralmente feitas de ferro fundido possuem um peso elevado

e possibilitam uma grande estabilidade na rotaccedilatildeo

- BFT (Bomba Funcionando como Turbina) atualmente existem estudos e

jaacute haacute varias em funcionamento Satildeo bombas comuns usadas para

bombeamento de aacutegua Encontram-se no mercado facilmente aplicadas no

modo de turbina Segundo Viana (1987) uma BFT tem alto rendimento de

funcionamento e consegue maior rendimento trabalhando como turbina do

que como bomba

39 Geradores

Os geradores utilizados em MCH podem ser de vaacuterios modelos dos mais

simples ao mais sofisticados de acordo com sua potecircncia e nuacutemero de fases

Com relaccedilatildeo agrave sua excitaccedilatildeo pode ser externa ou autoexcitado O gerador

com excitaccedilatildeo externa depende de uma tensatildeo de corrente continua externa para

criar o campo Jaacute o autoexcitado eacute como um diacutenamo ligado ao eixo do gerador

As diferenccedilas entre os geradores estatildeo diretamente relacionadas com o regulador

de velocidade e controle de vazatildeo Cada modelo tem sua especificaccedilatildeo

necessaacuteria

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

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Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

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Acesso em 07 jun 2003

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Acesso em 22 nov 2003

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2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

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Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

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- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

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2000 Brasiacutelia 2000

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PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

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change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 44: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

32

310 Reguladores

Um dos grandes problemas de uma MCH eacute o regulador de velocidade

Com baixo consumo a rotaccedilatildeo tende a aumentar elevando a tensatildeo gerada com

alto consumo a rotaccedilatildeo baixa consideravelmente reduzindo a tensatildeo gerada

O regulador pode ser de vaacuterios tipos controlando a excitaccedilatildeo ou a vazatildeo

de entrada mecacircnico eletrocircnico ou digital

O regulador mecacircnico eacute um controlador muito lento Consiste em uma

vaacutelvula que controla a vazatildeo de entrada e pode ser automaacutetico ou manual O

automaacutetico funciona atraveacutes de pecircndulos que entram em rotaccedilatildeo relacionados agrave

velocidade da aacutegua o manual eacute como um registro que diminui a aacutegua na entrada

da turbina

O regulador eletrocircnico utiliza chaveamento de semicondutores de

potecircncia para controlar a excitaccedilatildeo ou para retirar ou colocar resistores de

potecircncia na saiacuteda do gerador Um circuito eletrocircnico monitora as tensotildees

consumidas e geradas de acordo com os dados aciona os circuitos eletrocircnicos

de controle de corrente ou vazatildeo de entrada da aacutegua Eacute bastante utilizado devido

ao seu bom funcionamento e custo natildeo fora dos padrotildees de uma microcentral

hidreleacutetrica

O regulador digital monitora varios paracircmetros e emite vaacuterios comandos

pode ser programado para diversos niacuteveis de comando desde o chaveamento de

resistores e vaacutelvulas de fluxo na entrada da turbina O circuito que controla a

excitaccedilatildeo ou a vazatildeo de entrada da aacutegua eacute praticamente o mesmo do regulador

eletrocircnico

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

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2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 45: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

33

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

Com a necessidade de uma energia eleacutetrica alternativa devido agrave falta e

aos altos custo nos dias de hoje este trabalho foi idealizado e realizado em duas

propriedades Delas se fez uma avaliaccedilatildeo de custos em duas situaccedilotildees de

revitalizaccedilatildeo de microcentrais hidreleacutetricas de menor porte e se analisam

aspectos teacutecnicos e econocircmicos para implantaccedilatildeo e para obtenccedilatildeo de registro

junto agrave ANEEL (Brasil 2003) Satildeo identificadas 14 microcentrais hidreleacutetricas e

selecionadas 2 para estudo devido agraves melhores condiccedilotildees de conservaccedilatildeo

Primeira propriedade trata-se de uma fazenda produtora de aguardente

de cana-de-accediluacutecar denominada fazenda Carinhosa situada no municiacutepio de

Perdotildees MG latitude 21ordm05rsquo27rsquorsquo sul longitude 45ordm05rsquo29rsquorsquo oeste Nesta

propriedade existe um coacuterrego denominado Riacho da Serra Satildeo avaliadas a

capacidade de geraccedilatildeo o custo de investimento para a revitalizaccedilatildeo e reflexos na

produccedilatildeo

Segunda microcentral localiza-se na propriedade Fazenda Esmeril

municiacutepio de Coqueiral MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo oeste

cortada pelo rio Esmeril Nesta central existe um lago de 750 m2 e uma barragem

de 15 metros de largura

Na primeira propriedade a energia gerada foi totalmente destinada para o

aquecimento de aacutegua atraveacutes de resistores eleacutetricos Como se trata de uma

propriedade produtora de aguardente de cana-de-accediluacutecar utiliza-se uma caldeira

para acelerar a realizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo Esse sistema possui um

reservatoacuterio de aacutegua na temperatura ambiente para abastecimento da caldeira A

caldeira eacute alimentada com o bagaccedilo de cana entretanto o tempo gasto para

elevar a temperatura da aacutegua eacute relativamente alto

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 46: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

34

Eacute realizada a anaacutelise do ganho de tempo de realizaccedilatildeo do processo de

geraccedilatildeo de vapor da caldeira atraveacutes da utilizaccedilatildeo de preacute-aquecimento da aacutegua

com o uso da energia eleacutetrica gerada pela microcentral

Na segunda microcentral realizou-se um estudo para registro da

revitalizaccedilatildeo da microcentral hidreleacutetrica considerando aspectos legais e custo

de revitalizaccedilatildeo de uma microcentral hidreleacutetrica de maior porte para obtenccedilatildeo

de registro junto agrave ANEEL a intenccedilatildeo do produtor e produccedilatildeo de energia e

futuramente comercializaccedilatildeo dessa energia eleacutetrica

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 47: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

35

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A avaliaccedilatildeo dos dois empreendimentos considerarou o custo de energia

do mecircs de junho de 2003 A concessionaacuteria local que nesta localidade eacute servida

pela CEMIG estabelece valores diferentes para cada situaccedilatildeo A energia neste

caso eacute rural e o preccedilo do kWh rural equivale a R$039 (trinta e nove centavos de

real) Foram considerados tambeacutem as condiccedilotildees e conservaccedilatildeo de barragem

canal e equipamentos Doze das quatorze microcentrais hidreleacutetricas foram

julgadas inviaacuteveis para revitalizaccedilatildeo havendo ainda falta de interesse dos

proprietaacuterios em investir neste tipo de empreendimento Algumas delas tambeacutem

apresentaram reduccedilatildeo no volume de aacutegua tornando a revitalizaccedilatildeo inviaacutevel

Outras foram inviabilizados graccedilas ao alto grau de poluiccedilatildeo da aacutegua

51 - Primeiro caso analisado

511 - Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

Na usina da Fazenda Carinhosa o canal eacute do tipo escavado na terra e a

cacircmara de carga eacute de concreto Parte da aacutegua eacute utilizada no moinho de fubaacute A

turbina eacute do tipo roda Pelton As condiccedilotildees iniciais da microcentral

apresentavam um assoriamento do canal de terra a tubulaccedilatildeo forccedilada estava

com vazamento interno prejudicando o rendimento da geraccedilatildeo de energia

eleacutetrica a roda Pelton devido ao longo periacuteodo em contato com umidade e aacutegua

estava em situaccedilatildeo precaacuteria e o gerador apresentava defeitos visiacuteveis

Inicialmente na fazenda Carinhosa realizou-se um estudo para a

caacutelculo da potecircncia gerada os dados foram obtidos especificamente na eacutepoca

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 48: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

36

mais seca do ano a fim de natildeo ocorrerem problemas na eacutepoca seca com a falta

drsquoaacutegua

O primeiro dado obtido foi a vazatildeo do coacuterrego com o emprego de dois

meacutetodos para se ter um real valor da vazatildeo O primeiro meacutetodo baseou-se em

dois pontos distantes 4 metros com um objeto flutuante no ponto a montante e

um cronometro mediu o tempo gasto para percorrer os dois pontos A esse

tempo obtido aplicou-se a equaccedilatildeo 1

Q = 08 x L x At (1)

Q = vazatildeo em msup3s

L = comprimento do trecho entre os dois pontos = 4 metros

A = meacutedias das aacutereas das seccedilotildees transversais = 0048m2 3

t = tempo gasto no percurso (s) = 3 segundos

08 = correccedilatildeo da velocidade superficial

Assim

Q = 08 x 4m x 0048m2 3 = 00512 m3s ou Q = 51 litross

Para o outro meacutetodo foi utilizado um molinete Este aparelho permite

determinar a velocidade daacute aacutegua Comparado ao primeiro meacutetodo as medidas

do molinete foram satisfatoacuterias com uma meacutedia de 50 litross Para a

determinaccedilatildeo do potencial de geraccedilatildeo considerando-se a altura de 4 metros

aplicou-se a equaccedilatildeo 2 resultando na potecircncia de

P = 98 x Q x H x η (2)

Em que

P = Potecircncia em Quilowatts hora (kW)

Q = Vazatildeo em metros cuacutebicos por segundo (msup3)

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 49: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

37

H = Desniacutevel da queda daacutegua

η = Rendimento total adotado 75

Assim

P = 98 x 0051 x 45 x 075 kW = 17 kW correspondendo agrave potecircncia

gerada na seca

Com base nesse caacutelculo foi realizada uma avaliaccedilatildeo no local para

constatar a necessidade de se adquirir novos equipamentos ou se decidir pelo

aproveitamento daqueles jaacute existentes Constatou-se que deveriam ser

substituiacutedos o gerador e a turbina neste caso a roda Pelton porque se

encontravam em um estado de conservaccedilatildeo precaacuterio o que inviabilizaria a

reforma Foi entatildeo instalado um gerador siacutencrono de 2 kW (figura 2) de

excitaccedilatildeo externa cedido temporariamente via convecircnio pelo Departamento de

Engenharia da Universidade Federal de Lavras A roda Pelton (figura 3) foi

substituiacuteda por uma de dimensotildees equivalentes adquirida em um antiquaacuterio e

em perfeito estado de conservaccedilatildeo Tambeacutem foram adquiridas correias para o

acoplamento

A cacircmara de carga ou caixa de retenccedilatildeo (figura 4) se encontrava em bom

estado mas com a tubulaccedilatildeo forccedilada jaacute obstruiacuteda e rompida em alguns pontos

FIGURA 2 FIGURA 3

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

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13 nov2002

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set 2003

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- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 50: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

38

Decidiu-se por utilizar uma tubulaccedilatildeo de PVC de 200 mm de diacircmetro

colocada dentro da tubulaccedilatildeo antiga de ceracircmica A siacutetia (figura 5) foi

substituiacuteda por uma nova confeccionada em zinco

O regulador de excitaccedilatildeo (figuras 6 e 7) faz parte do convecircnio Para

regulaccedilatildeo da tensatildeo e frequumlecircncia optou-se por manter a carga constante atraveacutes

da utilizaccedilatildeo de chaves de reversatildeo que ao serem acionadas determinada carga

retiram do gerador outra carga de mesma potecircncia automaticamente Quando a

carga eacute desligada ao gerador eacute conectado automaticamente um banco de

resistecircncia utilizado para o aquecimento de aacutegua utilizado continuamente no

processo produtivo A figura 8 ilustra o diagrama de chaveamento de cargas

FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6 FIGURA 7

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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Page 51: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

39

FIGURA 8 ndash Diagrama esquemaacutetico do sistema de regulaccedilatildeo de carga

O esquema de montagem da microcentral segue conforme o croqui da

figura 9 a montagem eacute vertical aproveitando a montagem antiga

linha detransmissatildeo

setia

Roda Pelton

gerador

correia

Tensatildeodogerador

Chave seletora(interruptor tree-way)

Resistor deaquecimentode aacutegua

Lacircmpada oucarga igual aoresistor

FIGURA 9 ndash Croqui da montagem da microcentral hidreleacutetrica

FFF

moduloexcitador

40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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40

A produccedilatildeo da fazenda se limita ao nuacutemero de fornadas em meacutedia 3 por

dia No inicio do dia coloca-se na caldeira o bagaccedilo da cana O tempo gasto para

que a temperatura da aacutegua se eleve da temperatura ambiente (cerca de 25 oC) ateacute

a temperatura de 100 oC eacute de 4 horas A seguir vecircem-se os dados (tabela 5)

obtidos usando-se a caldeira sem o preacute-aquecimento da aacutegua

TABELA 5 ndash Sem preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de Fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr 10 25

14 100 2

rarr14 25

18 100 3

Como o abastecimento da caldeira eacute promovido por um reservatoacuterio de

150 litros de aacutegua conseguiu-se com a energia gerada pela picocentral aquecer a

aacutegua que estava no reservatoacuterio em meacutedia 11degC por hora com isso esta aacutegua

vai preacute-aquecida para a caldeira

Dando inicio ao ciclo a primeira fornada manteve-se com a situaccedilatildeo

sem preacute-aquecimento a segunda fornada elevou a temperatura para 65 oC

reduzindo o tempo para a aacutegua do processo atingir a vaporizaccedilatildeo

Consequentemente conseguiu-se elevar o rendimento da produccedilatildeo de

aguardente com uma fornada a mais diariamente (tabela 6)

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Page 53: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

41

TABELA 6 ndash Com preacute-aquecimento

Hora Temperatura (degC) Ndeg de fornadas

rarr 6 25

10 100 1

rarr10 65

12 100 2

rarr12 45

15 100 3

rarr15 55

1730 100 4

Fisicamente o que ocorre eacute a transferecircncia da energia dissipada na

resistecircncia para os 150 litros de aacutegua Considerando que cada resistecircncia eacute de

100 Ω a potecircncia seraacute de

P = V2R (3)

Em que

P = Potecircncia em watts

V = Tensatildeo aplicada

R = Resistecircncia dos resistores de aquecimento

P= 2202100 = 484 Watts x 4 (resistores) = 1936 W

A energia cedida para a aacutegua por minuto seraacute

E= P x ∆t (4)

E = 1936 x 60s = 116160 cal

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 54: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

42

Como 1 cal = 418 J tem-se Q = 116160 cal 418 J = 27789 J

Considerando o calor especifico da aacutegua como 1 calgordmC e a massa de 150 litros

de aacutegua como 150 kg a elevaccedilatildeo da temperatura da aacutegua seraacute

Q = mc ∆θ (5)

27789 = 150000 x 1 x ∆θ

∆θ = 019 ordmC por minuto

Para cada hora a aacutegua teraacute sua temperatura elevada em 114 ordmC

Naturalmente o tempo gasto para a aacutegua atingir a temperatura final seraacute

elevado porque a potecircncia da usina eacute relativamente pequena Entretanto

considerando que a resistecircncia de aquecimento ficaraacute permanentemente ligada o

tempo deixa de ser relevante pois seraacute considerado o regime permanente

512 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 6 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da

reforma Conforme se observa o retorno do investimento considerando-se o

custo do kWh oferecido pela concessionaacuteria de energia eacute de 20 meses Embora

cedidos pela Universidade nesta avaliaccedilatildeo os custos foram feitos com

equipamentos novos

43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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43

TABELA 7 ndash Custo de revitalizaccedilatildeo da central Carinhosa valores reais

ITEM QUANTIDADE PRECcedilOUNITARIO R$

TOTALR$

Cano PVC 200 mm 2 un 10500 21000Cimento 2 sc 2500 5000Roda pelton 1 un 15000 15000Rolamento 2 un 7000 14000Acoplamentomancal

2 un 4500 9000

Fio 6 mm2 100 m 080 8000Polia 2 canais 50 cm 2 un 19000 19000Correia 2 un 8500 19000Pedreiro 2 dias 2500 5000Servente 2 dias 1500 3000Gerador 2 kW 1 un 137000 137000

TOTAL 255000

Para um gasto mensal meacutedio de energia eleacutetrica na ordem de R$ 17000

(cento e setenta reais) o investimento seria liquidado em 15 meses Esse valor

ficou mais acessiacutevel devido ao uso da Roda Pelton Uma MCH completa com

turbina gerador e conjunto de resistores para aquecimento com capacidade de

geraccedilatildeo de 20 KW tem o custo estimado em R$350000 Somados R$ 42000

pelo serviccedilo de alvenaria e tubulaccedilatildeo o custo para instalaccedilatildeo do conjunto

atingiria R$ 392000 (trecircs mil novecentos e vinte reais)

Com isso o prazo do retorno do investimento seria da ordem de 24 meses

neste custo natildeo estatildeo incluiacutedos taxas juros depreciaccedilatildeo e manutenccedilatildeo uma vez

que vai ser operada pelo proprietaacuterio da fazenda

44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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44

52 Segundo caso Analisado

521 Avaliaccedilatildeo do estado de conservaccedilatildeo da central

A propriedade Fazenda Esmeril se encontra no municiacutepio de Coqueiral

MG latitude 21ordm11rsquo22rsquorsquo Sul longitude 45ordm26rsquo26rsquorsquo Oeste ortada pelo rio

Esmeril Nesta microcentral existe um lago de 750 msup2 e uma barragem de 15

metros de largura A altura manomeacutetrica eacute de 8 metros e o canal mede 220

metros de extensatildeo confeccionado com tijolo de barro e revestido com

argamassa de concreto

A turbina eacute do tipo francis em caixa aberta onde o fluxo entra radialmente

e sai axialmente por um canal de fuga retornando ao leito natural do rio As

Figuras 10 e 11 apresentam uma coacutepia digitalizada da fotografia do canal nela

se destaca o estado de erosatildeo de suas paredes e as obstruccedilotildees do canal por

assoriamento

A Figura 12 apresenta a fotografia digitalizada da barragem onde se

observa-se que o estado de conservaccedilatildeo eacute perfeito sem qualquer ponto de

vazamento A Figura 13 apresenta a fotografia do sistema de turbinamento

FIGURA 10 - Canal de aduccedilatildeo FIGURA 11 ndash Canal de aduccedilatildeo

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 57: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

45

Em uma avaliaccedilatildeo visual da turbina observou-se seu estado de

conservaccedilatildeo precaacuterio com um desgaste excessivo mas sua reforma poderia ser

viabilizada O gerador natildeo existia mais pois fora vendido em eacutepocas passadas

quando da aquisiccedilatildeo da propriedade pelos atuais proprietaacuterios

Tambeacutem natildeo havia mais a rede eleacutetrica porque postes de madeira natildeo

suportaram a accedilatildeo das intempeacuteries dos longos anos de existecircncia Neste caso

considerou-se o aproveitamento da rede atual da concessionaacuteria na avaliaccedilatildeo dos

custos atraveacutes da adoccedilatildeo de chaves seccionadoras seletoras da fonte de

alimentaccedilatildeo Desta forma o que se pretende eacute oferecer uma opccedilatildeo de escolha do

fornecedor ou seja a concessionaacuteria ou a usina de autoproduccedilatildeo

522 Avaliaccedilatildeo de custo de revitalizaccedilatildeo da central

Os custos de obras e serviccedilos foram realizados com base no IPC de julho

de 2003 A Tabela 8 apresenta os custos itemizados para a realizaccedilatildeo da parte

civil da usina avaliados pelo Eng Civil Tarley Ferreira de Souza

FIGURA 13 ndash Sistema deturbinamento

FIGURA 12 - Barragem

46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

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46

Tabela 8 ndash Custos da parte civil da microcentral

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Preccedilo Unit Preccedilo total

1 Capine e limpeza msup2 480 095 45600

2 Demoliccedilatildeo e revestimento msup2 1272 088 111936

3 Paredes tijolos maciccedilos msup2 150 4512 676800

4 Recuperaccedilatildeo estrutural vb 01 400000 400000

5 Aplicaccedilatildeo de chapisco msup2

6 Revest c impermeabilizante msup2

7 Serviccedilos na caixa de pressatildeo vb 01 220000 220000

8 Demoliccedilatildeo de casa vb 01 70000 70000

9 Construccedilatildeo de casa nova msup2 4590 20000 918000

10 Coletas de aacuteguas pluviais vb 01 150000 150000

11 Engenharia (projetos RT) 200000

Total geral dos serviccedilos 4370888

Eng Civil ndash CREA 1002D RJ

A parte da turbina geraccedilatildeo e rede de distribuiccedilatildeo foram levantados

calculados seus dados revelaram os seguintes valores de mercado

Item Especificaccedilatildeo Unid Quant Valor unit Preccedilo total

1 Turbina HISA 61 kW un 01 9000000 9000000

2 Valor de montagem 1800000 1800000

3 Gerador 80 KVA un 01 565400 565400

4 Rede de distribuiccedilatildeo 3760000 3760000

Total geral 15125400

47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

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47

Anaacutelise econocircmica

item Especificaccedilatildeo Preccedilo R$

1 Obra civil 4370888

2 Turbina (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 11907000

3 Gerador (5 IPI 20 montagem 5 transporte) 685746

4 Painel 1000000

5 Eletrificaccedilatildeo 3760000

6 Serviccedilo de Engenharia 2000000

Total Geral da Obra 23723634

A concessionaacuteria local (CEMIG) oferece o kWh a R$019 (dezenove

centavos) toda a energia produzida deve ser entregue a ela e ter os padrotildees de

qualidade da concessionaacuteria mantendo o seu padratildeo de qualidade Com o poder

de geraccedilatildeo da ordem de 90 kWhh rendimento seria de R$ 1710 (dezessete

reais e dez centavos a hora) em um dia R$ 41000 (quatrocentos e dez reais) e

no mecircs R$ 1272240 (doze mil setecentos e vinte e dois reais e quarenta

centavos

Para manter a energia gerada constante nos padrotildees exigidos seraacute

necessaacuterio contratar profissionais da aacuterea como teacutecnicos em eletricidade e a

supervisatildeo de um engenheiro responsaacutevel com um custo mensal de R$350000

(trecircs mil e quinhentos reais) totalizando um gasto que seraacute abatido no total

gerado do mecircs R$1272240 ndash 350000 = R$922240 (nove mil duzentos e

vinte e dois reais e quarenta centavos)

Com um custo final da ordem de R$ 23723634 seriam necessaacuterios

aproximadamente 26 meses (23723634 9222)

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 60: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

48

6 CONCLUSOtildeES

A revitalizaccedilatildeo de microcentrais eacute viaacutevel teacutecnica e economicamente

Em alguns casos a viabilidade econocircmica fica comprometida e dependente de

um uso intensivo da energia eleacutetrica produzida eou do tipo de contrato a ser

realizado com a concessionaacuteria local para comercializaccedilatildeo da energia eleacutetrica

Os dois casos estudados mostraram as diferenccedilas e evidenciaram a

necessidade de um programa governamental que envolva a concessionaacuteria para

mapear e fomentar iniciativas viaacuteveis

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 61: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

49

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

- BRAGA JUacuteNIOR R A SALECKER J C Mini e Micro Centrais

Hidroeleacutetricas Londrina UEL 1999 68 p

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 11 nov 2003

- BRASIL Ministeacuterio do Meio Ambiente Agecircncia Nacional de Aacuteguas

Brasiacutelia DF 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwanagovbrgt acesso em

13 nov2002

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 07 jun 2003

- BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Agencia Nacional de Energia

Eleacutetrica Brasiacutelia DF 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwaneelgovbrgt

Acesso em 22 nov 2003

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS Luz no Campo Rio de Janeiro

2000 Disponiacutevel em lthttpwwweletrobrasgovbrgt Acesso em 10 de

set 2003

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

Page 62: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE REVITALIZAÇÃO DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp034401.pdf · MINAS GERAIS – BRASIL 2004. 5 AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Lavras,

50

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Microcentrais

Hidreleacutetricas Rio de Janeiro 1985 344 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS BRASILEIRAS (Eletrobras) Departamento

Nacional de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Manual de Minicentrais Hidreleacutetricas

Rio de Janeiro 1985 530 p

- CENTRAIS ELEacuteTRICAS DE MINAS GERAIS Energia Alternativa

microcentrais hidreleacutetricas ndash MCH Belo Horizonte 1995 16 p

- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Censo

2000 Brasiacutelia 2000

- MAURO FILHO I ZANIN WR Viabilizaccedilatildeo de PCHrsquos conexatildeo eleacutetrica

PCH Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p17-192003

- OCAacuteCIA GC JORGE RR BRISTOTIA BALBINOT A Fator de

carga no custo do kWh em Microcentrais Hidreleacutetricas isoladas PCH

Noticias amp SPH News Itajubaacute v 5 p13-162003

- PATTERSON W Transforming Eletricity the coming generation of

change London Royal Institute of International AffairsEarthscan 1999

2003

- VIANA A N C Comportamento de Bombas Centrifugas funcionando

como turbinas hidraacuteulicas 1987 104 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

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51

Mecacircnica-Maacutequinas de Fluxo) ndash Escola Federal de Itajubaacute (UNIFEI)

Itajubaacute

52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

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52

ANEXOFORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 01

Para uso do IGAM Data Processo nordm

1 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa fiacutesicaNome

CPF Identidade

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

2 Identificaccedilatildeo do requerente ndash Pessoa juriacutedicaNome Razatildeo social

Nome fantasia CNPJ

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

Inscriccedilatildeo estadual Inscriccedilatildeo municipal

Endereccedilo p correspondecircncia

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

3 Responsaacutevel teacutecnico pelo processo de outorga

Nome Empresa CREA ART

Endereccedilo

Caixa Postal Municiacutepio UF CEP

DDD Fone Fax E-mail

4 Localizaccedilatildeo do uso dos recursos hiacutedricos

Local (fazenda siacutetio etc) Municiacutepio

Aacuterea da propriedade (ha) Latitude Longitude

Meacutetodo de medida das coordenadas (GPS escala mapa)

5 Modalidade de outorga

(Tabela 1)

6 Modalidade do uso dos recursos hiacutedricos

(Tabela 2)

Obra implantada (sim natildeo) Data de implantaccedilatildeo

53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

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53

7 Finalidade do uso

(Tabela 3)

71 Irrigaccedilatildeo

Aacuterea da propriedade apta para irrigaccedilatildeo (ha) Aacuterea a ser irrigada (ha)

Culturas irrigadas Meacutetodo de irrigaccedilatildeo (Tabela 4)

Periacuteodo de irrigaccedilatildeo Horasdia Diasmecircs Mecircsano

72 Consumo humano

Populaccedilatildeo Tratamento de aacutegua (sim natildeo)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 02

73 Abastecimento puacuteblico

Localidade abastecida (sede distrito)

Populaccedilatildeo atual Populaccedilatildeo de final de plano (20 anos)

Tratamento de aacutegua (sim natildeo) Tipo de tratamento (Tabela 5)

74 Dessedentaccedilatildeo de animais

Tipo de criaccedilatildeo (Tabela 6) Nordm de cabeccedilas

75 Consumo industrial

Tipologia industrial (Tabela 7) Produccedilatildeo meacutedia anual

76 Piscicultura

Tipo de estrutura (Tabela 8) Nordm de tanques Espelho drsquoaacutegua (msup2)

Vazatildeo captada para o sistema (msup3s) Vazatildeo retornada ao curso de aacutegua (msup3s)

Localizaccedilatildeo da estrutura No leito do curso de aacutegua Fora do leito do curso de

aacutegua

77 Lavagem de veiacuteculos

Tratamento do efluente (sim natildeo) Nordm de veiacuteculos lavadosdia

Vazatildeo utilizada (msup3s) Volume diaacuterio (msup3)

78 Extraccedilatildeo mineral de curso de aacuteguaMineral extraiacutedo

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km) Volume dragado (msup3mecircs)

79 Veiculaccedilatildeo e depuraccedilatildeo de esgotos ou efluentes

Origem do efluente (Tabela 9) Vazatildeo de lanccedilamento (msup3s)

54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

Livros Graacutetis( httpwwwlivrosgratiscombr )

Milhares de Livros para Download Baixar livros de AdministraccedilatildeoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciecircncia da ComputaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia da InformaccedilatildeoBaixar livros de Ciecircncia PoliacuteticaBaixar livros de Ciecircncias da SauacutedeBaixar livros de ComunicaccedilatildeoBaixar livros do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomeacutesticaBaixar livros de EducaccedilatildeoBaixar livros de Educaccedilatildeo - TracircnsitoBaixar livros de Educaccedilatildeo FiacutesicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmaacuteciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FiacutesicaBaixar livros de GeociecircnciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistoacuteriaBaixar livros de Liacutenguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemaacuteticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterinaacuteriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MuacutesicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuiacutemicaBaixar livros de Sauacutede ColetivaBaixar livros de Serviccedilo SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo

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54

Enquadramento do corpo receptor (Tabela 10) Sistema de tratamento (Tabela 11)Caracteriacutesticas do efluente

Concentraccedilatildeo de DBO(mgL) Concentraccedilatildeo de Coliformes Fecais (NMP100 mL)

Temperatura (ordmC) Concentraccedilatildeo de Soacutelidos Totais (mgL)

Seccedilatildeo do curso de aacutegua no ponto de lanccedilamento (msup2)

8 Caracteriacutesticas geograacuteficas e hidroloacutegicas do ponto de captaccedilatildeoCurso de aacutegua

Bacia estadual Bacia federal

Aacuterea de drenagem a montante do ponto de captaccedilatildeo (kmsup2)

Vazatildeo Q710 (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo medida (msup3s) Data Periacuteodo

9 Caracteriacutesticas da captaccedilatildeo

Gra Canal de derivaccedilatildeo Tubulaccedilatildeo Re Nordm de bombas

Dimensotildees Vazatildeo por bomba (msup3s)

FORMULAacuteRIO TEacuteCNICO - AacuteGUA SUPERFICIAL Folha 03

Vazatildeo solicitadaMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Vazatildeo(msup3s)HorasdiaDiasmecircsVolume(msup3)

10 Barramento ou accedilude em curso de aacutegua

Aacuterea inundada (msup2) Volume de acumulaccedilatildeo (msup3)

Volume morto (msup3) Projeto e planta incluiacutedos (sim natildeo)

Volume miacutenimo p garantir a vazatildeo residual a jusante (msup3)

Descarga de Sim Natildeo Estrutura de descarga

11 Dique ou desvio em corpo de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

12 Estruturas de recreaccedilatildeo nas margens

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

55

13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

14 Travessia rodo-ferroviaacuteria sobre curso de aacutegua

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

15 Garantia de tirantes miacutenimos para navegaccedilatildeo hidroviaacuteria

Trecho do curso de aacutegua utilizado (km)

16 Retificaccedilatildeo canalizaccedilatildeo ou obras de macro-drenagem

Trecho do rio canalizado ou a ser canalizado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Vazatildeo de projeto (msup3s) Tempo de retorno (anos)

17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

Curso de aacutegua fornecedor Curso de aacutegua receptor

Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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13 Estruturas de transposiccedilatildeo de niacutevel

Trecho do curso de aacutegua alterado ou utilizado (km)

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Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

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17 Desassoreamento e limpeza de corpo de aacutegua

Trecho do rio alterado (km)

Iniacutecio da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

Fim da intervenccedilatildeo Latitude Longitude

18 Transposiccedilatildeo de bacias

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Nome Nome

Bacia estadual Bacia estadual

Bacia federal Bacia federal

Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s) Vazatildeo meacutedia de longo termo (msup3s)

Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s) Vazatildeo meacutedia maacutexima (msup3s)

Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s) Vazatildeo meacutedia miacutenima (msup3s)

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