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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO
SERVIÇO DE HOSPEDAGEM: ESTUDO
DE CASO EM UMA POUSADA EM
CAMPOS, RJ
Nina Amelia Chartuni Cabral da Cruz (PUC)
Fernanda Maria Pereira Raupp (PUC)
Este trabalho apresenta um estudo do panorama dos estabelecimentos
de hospedagem no Brasil e em Campos dos Goytacazes, RJ, e ainda um
estudo de caso em que uma pousada de Campos foi avaliada através
da aplicação de um questionário, com basee no modelo de avaliação
de serviços, conhecido como SERVQUAL, proposto por Parasuraman
et al. (1985) e na técnica de Análise dos Quartis, usada por Freitas,
Manhães e Cozendey (2006). Com a aplicação de ambas as técnicas foi
possível classificar os itens tangíveis e intangíveis referentes ao serviço
de hospedagem quanto as suas prioridades de correção e melhoria.
Acredita-se que tal informação ajudará na tomada de decisão por
parte dos gestores dos meios de hospedagem no sentido de alcançarem
vantagens competitivas em um setor em que cada vez mais as redes de
hotéis vêm imprimindo um padrão de qualidade no mundo todo.
Palavras-chaves: (qualidade em serviços, estabelecimentos de
hospedagem, competitividade)
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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1. Introdução
O setor turístico brasileiro vem ocupando espaço relevante na economia mundial. Segundo
informações do Ministério do Turismo (2011), em 2010, o turismo arrecadou US$ 5,9 bilhões
em divisas, registrando o recorde histórico da série iniciada em 1947.
O fato de o Brasil sediar futuramente dois grandes eventos esportivos promete alavancar o
turismo no país em grandes proporções. Abaixo, são apresentadas as metas a serem
alcançadas em termos de quantidade de turistas e divisas no país, de acordo com o Plano
Aquarela 2020.
Fonte: Ministério do Turismo e EMBRATUR, 2011
Tabela 1 - Metas do Plano Aquarela 2020
Diante do exposto, o setor hoteleiro, um dos importantes ramos do turismo, tem como
principal desafio atender a esse fluxo crescente de turismo e negócios, proporcionando
hospedagem adequada às exigências dos viajantes, necessidades estas que estão cada vez mais
rigorosas e difíceis de serem alcançadas (CASTELLI, 2001).
Muitos meios de hospedagem brasileiros ainda apresentam carência e desconformidade com
padrões e condições mínimas de infraestrutura e qualidade nos serviços estabelecidos pela
EMBRATUR e pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) (FREITAS e
MORAIS, 2009).
Vale destacar que aqueles estabelecimentos que se enquadram nos padrões de um sistema de
classificação apresentam instalações/serviços padronizados, o que lhes conferem melhor
reputação em relação a seus serviços prestados (CRUZ, 2010).
Para atender uma demanda crescente por serviços hoteleiros, mais pelo seu desenvolvimento
econômico, e menos pelo turismo propriamente, o município de Campos dos Goytacazes, RJ,
acolheu recentemente a instalação do primeiro hotel pertencente a uma rede internacional,
devendo receber em breve mais hotéis pertencentes a cadeias hoteleiras nacionais e
internacionais.
Nesse contexto, existe a necessidade de se introduzir amplamente um procedimento de
avaliação da qualidade dos serviços oferecidos pelos estabelecimentos de hospedagem. Uma
vez instituído o procedimento, esses estabelecimentos teriam parâmetros ou metas a serem
alcançados na busca por melhoria dos seus serviços e, consequentemente, se fortaleceriam na
competição por clientes.
No que se refere à avaliação dos meios de hospedagem, destacamos os seguintes trabalhos
acadêmicos: Freitas (2007) utilizou o método Electre Tri para classificar hotéis do município
de Campos dos Goytacazes, enquanto que Freitas e Morais (2009) usaram métodos
elementares de auxílio à decisão multicritério para avaliação e ordenação de algumas
pousadas de Rio das Ostras, RJ, com dados coletados em sites na internet. Com base na
abordagem SERVQUAL, proposta por Parasuraman et al. (1985), Almeida (2010) e Cruz
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(2010) aplicaram o método da Análise dos Quartis para avaliar e classificar os meios de
hospedagem de Campos dos Goytacazes, segundo a percepção dos hóspedes.
À vista dos fatos e considerações expostos acima, este trabalho tem como objetivo:
Expor a importância do setor turístico/ hospedagem no Brasil e no mundo;
Apresentar o atual cenário das redes ou cadeias hoteleiras no Brasil e no município de
Campos dos Goytacazes, juntamente com o contexto social e econômico do
município, que vem recebendo muitos investimentos nos últimos tempos;
Avaliar in loco um estabelecimento de hospedagem do município de Campos dos
Goytacazes, baseado no método SERVQUAL, proposta por Parasuraman et al. (1985),
para avaliar a qualidade dos serviços prestados segundo a percepção dos hóspedes;
Através de Análise dos Quartis e com base nos julgamentos dos hóspedes, fornecer
informações de modo a auxiliar na tomada de decisão dos gestores dos
estabelecimentos de hospedagem, buscando contribuir para a melhoria da qualidade
dos serviços prestados.
Comparar os resultados da avaliação com os resultados obtidos em Cruz (2010).
1.1 Metodologia da pesquisa
A fim de alcançar os objetivos acima expostos, uma pesquisa exploratória foi conduzida,
visando atender diretamente aos dois primeiros objetivos. Particularmente, pretende-se ainda
investigar sobre a qualidade dos serviços prestados por estabelecimentos de hospedagem e
sobre uma abordagem ou modelo de avaliação da qualidade dos serviços na ótica dos
hóspedes.
As pesquisas exploratórias têm como objetivo a familiarização com o problema/tema, com
intuito de torná-lo mais explícito, aprimorando ideias e construindo hipóteses. Estas pesquisas
envolvem em sua maioria levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos, de modo a estimular
a compreensão. Na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo
de caso (SELLTIZ et al., 1967 apud GIL, 2002).
Neste trabalho foi realizado um estudo de caso em um estabelecimento de hospedagem
localizado em Campos dos Goytacazes, RJ. Para isso, a partir do conhecimento de uma
abordagem de avaliação da qualidade dos serviços prestados pelos estabelecimentos de
hospedagem, foi elaborado e aplicado um questionário com a finalidade de captar a percepção
dos hóspedes quanto à importância e satisfação dos serviços.
Segundo Miguel (2007), um estudo de caso é um estudo de natureza empírica, que estuda um
determinado fenômeno em contexto real, permitindo um conhecimento detalhado e amplo do
mesmo, visando estimular a compreensão, sugerir hipóteses e desenvolver teorias.
Em termos gerais, este trabalho está estruturado da seguinte forma: na seção 2 descrevem-se
aspectos relacionados às cadeias hoteleiras instaladas no Brasil e no mundo; já as
características gerais dos estabelecimentos de hospedagem do município de Campos dos
Goytacazes são apresentadas na seção 3; na seção 4 introduzem-se aspectos teóricos a respeito
de serviços e qualidade em serviços; o modelo de avaliação da qualidade dos serviços, usado
aqui, é descrito na seção 5; na seção 6 são apresentados os resultados da avaliação do
estabelecimento de hospedagem; e na seção seguinte são apresentadas as considerações finais.
2. Redes hoteleiras no Brasil e no mundo
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As primeiras cadeias hoteleiras surgiram na segunda metade do século XIX. Companhias
ferroviárias dos Estados Unidos e na Europa adquiriram vários hotéis próximos às estações de
trem, formando algumas dessas redes. Com a democratização do turismo no século XX, surge
a hotelaria média em contraposição a hotelaria de luxo, que predominou no século anterior.
Polizel (2006) destaca que as cadeias hoteleiras procuraram ser identificadas pelos clientes,
através da criação de diretrizes e instituição de bandeiras, evidenciando a categoria dos meios
de hospedagem. Por possuírem imagens e marcas consolidadas, mercados conquistados, além
de experiência no setor, obtendo custos operacionais menores e maior vantagem para
enfrentar a concorrência (Cruz, 2010).
Segundo dados da ABIH (2012), em janeiro de 2011, o parque hoteleiro nacional possuía
aproximadamente 5.925 meios de hospedagem legalmente registrados no país,
proporcionando 275.682 unidades habitacionais (UHs) ou apartamentos e 662.368
leitos/camas.
Dados da Jones Lang LaSalle Hotels mostram que o Brasil apresenta hotéis independentes,
cadeias hoteleiras nacionais e internacionais, sendo o percentual de hotéis independentes igual
a 92,3% e hotéis de redes igual a apenas 7,7%, porém, as redes oferecem um percentual
representativo em números de apartamentos, chegando a 26,8% do total de apartamentos
disponíveis no país, e tem apresentado uma participação crescente desde a década de 1990
(FOHB, 2011).
Dados da Hotelaria em Números do FOHB (2011) mostram que a rede Accor Hotels continua
sendo líder em número de acomodações, apresentando 21.028 apartamentos instalados no
país, seguida por Atlantica Hotels International, com 12.876, e por BHG – Brazil Hospitality
Group, com 5.807 apartamentos.
Recentemente, os hotéis econômicos têm apresentado uma grande expansão no Brasil,
atendendo a clientes que viajam principalmente a negócios. Em janeiro de 2012, esta
categoria teve a maior variação da diária média (17,2%), e aumento de 13,7% no RevPAR
(Revenue per Available Room / Receita por Apartamento Disponível) (FOHB, 2012).
A entrada dessas cadeias tem levado as empresas hoteleiras a procurarem estratégias
competitivas de forma a se manterem no mercado. Essa expansão dos hotéis supereconômicos
já atinge o interior do estado do Rio de Janeiro, principalmente os municípios de Macaé, Cabo
Frio e Campos dos Goytacazes, que sofrem influência da indústria de petróleo fluminense.
Por exemplo, até 2011, Campos dos Goytacazes possuía um mercado de hospedagem
composto somente por pousadas, hotéis e flats, agora, verifica-se a presença de uma rede de
hotéis.
3. Estabelecimentos de hospedagem em Campos
Município localizado no norte do Estado do Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, ou
simplesmente Campos, conta com uma população de 463.545 habitantes além de ser a maior
cidade do interior fluminense e, a décima maior cidade do interior do Brasil (IBGE, 2010).
No período de 2005 a 2009, Campos esteve entre os maiores municípios em relação ao valor
adicionado bruto industrial, assumindo a quarta colocação no ranking industrial do país, com
participação relativa de 1,9%, segundo dados do IBGE (2011). Além disso, ele apresenta o
terceiro maior PIB do Brasil e a terceira maior reserva de petróleo do mundo, equivalente a
Arábia Saudita (CIDAC - Centro de Informações e Dados de Campos, 2011). Campos é o
município do estado do Rio de Janeiro que mais recebe royalties do petróleo, com R$ 559
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milhões por ano, seguido por Macaé (R$ 406 milhões), Rio das Ostras (R$ 162 milhões),
Cabo Frio (R$ 144 milhões) e Quissamã (R$ 101 milhões) (IPEA, 2009).
Campos também foi destaque na geração de empregos formais. No período de 1999 a 2009,
houve um crescimento do emprego com carteira assinada de 61%, destacando que o
percentual nacional e estadual foi de 44% e 19%, respectivamente (CIDAC, 2010).
Demandados pelo crescimento da indústria do petróleo, estão sendo erguidos grandes
empreendimentos próximos ao município de Campos como parte da melhoria em
infraestrutura na região, tais como o Porto do Açu em São João da Barra, o aeroporto em
Farol de São Tomé e o Complexo Logístico e Industrial Farol/Barra do Furado instalado entre
Quissamã e Campos, que trarão muitos benefícios e desenvolvimento a essas regiões
(CIDAC, 2011).
Como destacado, o município apresenta relevância para o desenvolvimento econômico
nacional. No entanto, Campos não é caracterizado como um grande centro industrial e
tampouco é considerado como uma região turística propriamente. Indiscutivelmente, esses são
alguns dos aspectos que limitam a oferta de estabelecimentos de hospedagem e também
reduzem o nível de qualidade dos estabelecimentos existentes (FREITAS, 2007).
No município predominam estabelecimentos hoteleiros particulares, muitos deles são
pequenos e micro hotéis de origem familiar, que apresentam a gestão de seus
estabelecimentos e disponibilizam unidades habitacionais precárias em comparação a de um
hotel de marca ou bandeira (ALMEIDA, 2010).
Até 2011 o município não apresentava nenhum meio de hospedagem pertencente a alguma
rede. Hoje, encontra-se instalado o primeiro hotel, Comfort Inn, da rede Atlantica Hotels
International, que planeja ainda a construção de mais duas bandeiras no município, a Quality
Hotel e Sleep Inn, gerando 250 empregos diretos e 750 indiretos (CIDAC, 2011). Num futuro
próximo, existe a expectativa de o município receber mais hotéis de redes internacionais e
nacionais.
Com grande potencial de crescimento no setor hoteleiro, destaca-se que a entrada de grandes
cadeias hoteleiras determinará um novo nível de competitividade para o setor no município de
Campos, forçando os meios de hospedagem existentes a assumirem uma nova postura de
forma a garantirem seus mercados neste ambiente competitivo.
4. Serviços de hospedagem
No setor de serviços, o cliente é o principal agente na percepção da qualidade, sendo, por isso,
determinante no processo de resolução de falhas e implantação de melhorias.
De acordo com Slack (2002), os serviços apresentam cinco dimensões: qualidade (produtos
e/ou serviços sob especificação), flexibilidade (variedade e volume de entrega), confiabilidade
(entrega de acordo com o prometido), rapidez (tempo de entrega) e custo.
Segundo Feigenbaum (1994), qualidade é a combinação das características de produtos e
serviços ligadas a marketing, engenharia, produção e manutenção, que atenderão as
expectativas do cliente. O autor afirma ainda que a qualidade só será obtida a partir do
envolvimento de todos os setores de uma empresa, que devem focar seus esforços para
atender as necessidades de seus clientes, ao invés de atender aos setores da organização.
O “momento da verdade” é o encontro entre fornecedor e cliente durante a prestação de um
serviço. O conjunto de “momentos da verdade” é denominado de ciclo do serviço. A
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qualidade do serviço será definida de acordo com a experiência, motivação e com as
ferramentas empregadas pelo representante da empresa, juntamente com as expectativas e
comportamento do cliente (GRONROOS, 1998). A Figura 1 ilustra um exemplo de ciclo de
serviços em meios de hospedagem.
Fonte: Adaptado de Almeida (2010)
Figura 1 - Ciclo de Serviços dos Meios de Hospedagem
Indo de encontro a essas noções básicas sobre qualidade, um modelo de avaliação de serviços,
conhecido como SERVQUAL, foi proposta por Parasuraman et al. (1985). O modelo é
composto por cinco dimensões da qualidade, totalizando 22 itens ou critérios a serem
avaliados: confiabilidade, receptividade, segurança (competência, cortesia, credibilidade e
segurança), aspectos tangíveis e empatia (acesso, comunicação e entendimento do cliente)
(PARASUNAMAN et al., 1985).
Neste modelo de avaliação, são mensuradas as expectativas dos clientes em relação ao serviço
e o desempenho do mesmo, geralmente utilizando a escala Likert de 7 pontos, variando de
Discordo Totalmente a Concordo Totalmente (PARASUNAMAN et al., 1985).
A diferença entre a percepção do serviço prestado e a expectativa do serviço desejado é que
define a qualidade do serviço pelo cliente e as áreas que necessitam de correção e melhorias,
segundo Parasuraman et al. (1985). Quando a percepção excede as expectativas, o serviço é
percebido como de qualidade excepcional, caso contrário, a qualidade passa a ser inaceitável.
Num ambiente competitivo, a fidelização dos clientes torna-se um fator crucial para a
consolidação do retorno dos mesmos a empresa prestadora de serviços. Para isso é necessário
que o gestor da organização priorize, principalmente, conhecer as reais necessidades dos
mesmos. Com o aumento na retenção de clientes e, consequentemente, no volume de
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negócios, são gerados maiores lucros, elevação do moral e entusiasmo dos funcionários e
diminuição da rotatividade dos mesmos.
4. Avaliação da Qualidade em Meios de Hospedagem
Com o objetivo de avaliar in loco a qualidade dos serviços de um estabelecimento de
hospedagem no município de Campos, usou-se como referência o trabalho de Freitas e Morais
(2009). Diferentemente do trabalho de referência, que analisou informações contidas em
homepages de pousadas, neste estudo as informações foram obtidas através de um
questionário aplicado aos clientes do estabelecimento de hospedagem, in loco, em dois
momentos distintos.
Neste trabalho, o processo de avaliação da qualidade de serviços de hospedagem seguiu as
etapas definidas por Cruz (2010):
a) Definição do estabelecimento de hospedagem a ser avaliado. Foi escolhida uma pousada
em Campos, onde uma das autoras foi estagiária na área de gerência.
b) Identificação dos critérios e subcritérios relevantes na avaliação com base no trabalho de
Freitas et al. (2009). Os critérios foram divididos em 5 categorias e os 24 subcritérios foram
distribuídos entre essas categorias de acordo com a Figura 2.
Fonte: Adaptado de Freitas et al. (2009) e de Cruz (2010)
Figura 2 - Critérios e subcritérios utilizados na avaliação
c) Definição da escala de julgamento para avaliação do estabelecimento de hospedagem. Foi
utilizada a escala de 0 a 100 pontos para caracterizar a importância e satisfação de cada item
ou subcritério, onde 0 refere-se a nada importante/muito insatisfeito e 100 a muito
importante/muito satisfeito.
d) Estruturação e aplicação do questionário. Tomando por base o método SERVQUAL, o
questionário foi estruturado em três partes. A primeira parte visa captar dados demográficos
dos hóspedes, tais como: gênero, faixa etária, profissão, escolaridade e frequência de
hospedagem no estabelecimento sendo avaliado. A segunda parte busca avaliar o grau de
importância dos itens ou subcritérios pelos hóspedes, enquanto que a terceira parte busca
avaliar o grau de satisfação com relação aos itens pelos hóspedes.
e) Análise dos resultados dos questionários será feita através da Análise dos Quartis como
Freitas et al. (2006).
Sendo uma medida de tendência central, análise dos quartis tem por objetivo a identificação
das regiões críticas do desempenho atribuído aos itens de avaliação da qualidade dos meios de
hospedagem e considerando para tal, os valores do Grau de Satisfação Médio (j(X)GS) e do
Grau de Importância Médio (j(X)GI). A análise dos quartis contribui para a avaliação da
qualidade dos serviços com a priorização dos itens que apresentam potencial de melhoria.
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f) Análise e interpretação dos resultados. Serão apontados aqueles itens que apresentam
prioridade crítica para correção e melhoria.
5. Resultados e Discussões
Nesta pesquisa, os hóspedes de uma pousada de Campos foram entrevistados a respeito da
importância e satisfação dos serviços prestados, num total de 24 itens, de 15 de outubro a 20
de janeiro de 2012.
Cada hóspede foi abordado pessoalmente, com a apresentação de uma das autoras e com a
informação sobre objetivo da entrevista. O questionário é apresentado no Apêndice deste
trabalho.
Neste trabalho, o questionário foi aplicado e validado para 78 hóspedes, enquanto que no
trabalho de Cruz (2010), realizado na mesma pousada entre 10 de maio a 15 de junho de
2010, foram validados 54 hóspedes. Vale destacar que foram realizadas algumas adaptações
no questionário, já que o estabelecimento fez algumas mudanças em seus serviços durante o
período entre os estudos.
Na Figura 3 é apresentado o perfil dos hóspedes dos dois estudos.
Figura 3 – Perfil dos hóspedes respondentes
Com a aplicação do questionário neste estudo, foram identificados os itens críticos. Como em
Freitas et al. (2006), a cor vermelha identifica o primeiro quartil, correspondendo aos itens
críticos com relação a prioridades de correção e melhoria. A cor laranja é usada para os itens
cujas médias são menores que as do quartil anterior, de prioridade alta. O quartil representado
pela cor amarela forte, representa os itens com prioridade moderada, e cor amarela fraca
usada para os itens de prioridade baixa. Os resultados da análise dos quartis são apresentados
na Figura 4.
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Figura 4 – Resultado da Análise dos Quatis para as médias dos graus de importância e de satisfação na percepção
dos hóspedes
Analisando a Figura 4, nota-se que os itens referentes a TV (I2), telefone (I3), competência do
funcionário (I18), almoço/jantar (I21) e serviço de lavanderia (I22) são considerados de
prioridade alta para serem melhorados, pois foram os itens considerados críticos tanto no grau
de satisfação quanto no grau de importância.
Na Figura 5 foram destacados os itens com prioridade crítica e alta em ambos os estudos.
Fonte: Adaptação de Cruz (2010)
Tabela 4 – Itens de Prioridade Crítica e Alta da pousada nos dois estudos realizados
Como observado na Figura 5, os itens críticos e de alta prioridade em relação ao grau de
satisfação foram semelhantes em ambos os estudos. Vale destacar que os itens considerados
críticos no atual estudo, I13 (massagem) e I21 (almoço/jantar) são serviços que não eram
oferecidos no primeiro estudo realizado por Cruz.
Com relação aos itens I22 (serviços de lavanderia), I12 (escada), I3 (telefone), I1 (Preço)
(valor cobrado em relação ao que se oferece) e I10 (fachada visivelmente agradável), a
gerência da pousada apresentou uma postura reativa, em ambos os estudos, afirmando que não
há nada a ser feito para melhorá-los.
Além disso, durante o intervalo de tempo entre as pesquisas, também pode ser notada uma
postura pró-ativa da gerência, notada com as melhoras introduzidas e percebidas dos itens I4
(Internet), I19 (cama confortável) e I5 (frigobar).
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Novos serviços, como o serviço de almoço/jantar (I21), apesar de não apresentar um
desempenho excepcional, foi considerado de grande importância pelos seus hóspedes. Ainda,
os serviços adicionais oferecidos pela pousada, como massagem (I13), hidro (I14) e sauna
(I15), não foram considerados importantes pelos hóspedes. Nesse caso, é interessante que a
gerência busque fortalecer itens prioritários para correção e melhoria.
Vale notar que o item referente à adaptação para deficientes físicos foi considerado
importante segundo os hóspedes em ambos os estudos, sendo, portanto, necessário que a
pousada analisada invista mais neste item de modo a satisfazer as necessidades e a qualidade
do estabelecimento percebida pelos seus hóspedes.
6. Conclusões
Nos últimos anos, no Brasil, tem-se registrado um expressivo crescimento de novos
estabelecimentos de hospedagem pertencentes a redes ou cadeias hoteleiras. Diante deste
cenário competitivo, e também das dificuldades encontradas pelos estabelecimentos de menor
porte ao se submeterem ao processo oficial de avaliação e classificação dos meios de
hospedagem, foi realizado um estudo com a intenção de auxiliar na tomada de decisão por
parte dos gestores, com base na avaliação da qualidade dos serviços sendo prestados pelos
hóspedes.
Seguindo um modelo existente de avaliação da qualidade de serviços, foi elaborado um
questionário para avaliar a qualidade dos serviços de hospedagem quanto à importância e à
satisfação, utilizando critérios tangíveis e intangíveis.
Para isso, foi feito um estudo de caso com um meio de hospedagem de Campos, RJ, cujos
resultados demonstram que o estabelecimento sofreu algumas mudanças no intervalo de
tempo entre as pesquisas realizadas, tentando melhorar a qualidade de seus serviços. No
entanto, a tarefa do gestor é árdua, devendo focar seus esforços naqueles serviços que são
cruciais na ótica dos hóspedes, e com isso, alcançar a fidelidade dos mesmos e,
consequentemente, a vantagem competitiva perante o mercado. Nos dias atuais, a qualidade
em serviços deixou de ser um diferencial e passou a ser um pré-requisito a sobrevivência
mercadológica.
7. Referências
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http://www.abih.com.br/abih-site/index.php/page/roll?id=1. Acesso em 27/12/2012.
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percepção dos clientes. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Universidade Estadual do Norte
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XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R., Administração da Produção, Segunda Edição, Editora Atlas
2002.
APÊNDICE
Questionário aplicado aos hóspedes de uma pousada de Campos, RJ.
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100TV
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Telefone
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Internet
Muito Bom 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Frigobar
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Banheiro visivelmente
agradável
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Cama confortável
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Ar condicionado
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ambiente/quarto visivelmente
agradável
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
Importante
Preço (valor cobrado em relação
ao que é oferecido)
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
Importante
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
ImportanteEscada
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
ImportanteMassagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
ImportanteHidro
Gênero:Nome: Idade: M F
Escolaridade: Ensino fundamental Ensino superiorEnsino médio
Você frequenta este estabelecimento
Pós - graduação
1 vez por semana (ou mais) 1 vez por mês 1 vez em seis meses 1 vez por ano
Profissão:
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS POR UM ESTABELECIMENTO DE HOSPEDAGEM
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
ImportanteSauna
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
Importante
Academia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Importante
Nada
Importante
Avalie a IMPORTÂNCIA de cada item para a qualidade deste estabelecimento. Itens mais importantes recebem mais pontos.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nada
Importante
Nada
Importante
Nada
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Almoço/ Jantar
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Serviço de lavanderia
Nada Importante
Nada
Importante
Muito
Importante
Muito
Importante
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Serviço de quarto (limpeza e
arrumação)Nada
Importante
Muito
Importante
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Café-da-manhã (cardápio
variado)Nada
Importante
Muito
Importante
Fachada visivelmente
agradável
Inst. internas
visivelmente agradável
Adaptação para
deficientes físicos
Competência do funcionário
Velocidade de atendimento
Atendimento/Recepção
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Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Preço (valor cobrado em relação ao que é
oferecido)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
TV
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Telefone
Muito Bom
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Internet
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ambiente/ quarto visivelmente agradável
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Banheiro visivelmente agradável
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Frigobar
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ar condicionado
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
SatisfeitoEscada
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
SatisfeitoMassagem
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
Muito Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
SatisfeitoHidro Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
SatisfeitoSauna Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Satisfeito
Adaptação para
deficientes físicosMuito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Satisfeito
Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
Satisfeito
Velocidade de
atendimentoMuito
Insatisfeito
N. A.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
SatisfeitoAtendimento/Recepção
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
SatisfeitoAlmoço/ Jantar
Muito
Insatisfeito
Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
SatisfeitoServiço de lavanderia Muito
Insatisfeito
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
Satisfeito
Serviço de quarto (limpeza e arrumação)
Muito
Insatisfeito
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
Satisfeito
Muito
InsatisfeitoN. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Muito
SatisfeitoAcademia Muito
InsatisfeitoN. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
N. A.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
Satisfeito
Café-da-manhã (cardápio
variado)Muito
InsatisfeitoN. A.
Indique o seu GRAU DE SATISFAÇÃO com o serviço prestado por um estabelecimento de hospedagem em relação a cada
item. Caso não deseje ou não seja capaz de avaliar um item, marque N.A. (Não Avaliado).
Cama confortável
Fachada visivelmente
agradável
Inst. Internas
visivelmente agradável
Competência do
funcionário
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Muito
Satisfeito
GRAU DE SATISFAÇÃO
GERALMuito
Insatisfeito
SUGESTÕES: _________________________________________