Avaliacao Da Qualidade de Cachacas Artesanais Produzidas Na Regiao de Cascavel Oeste Do Parana
-
Upload
thaisa-volpe -
Category
Documents
-
view
60 -
download
8
Transcript of Avaliacao Da Qualidade de Cachacas Artesanais Produzidas Na Regiao de Cascavel Oeste Do Parana
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
MARCIO RODRIGUES BONAFEDE
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CACHAÇAS ARTESANAIS PRODUZIDAS NA REGIÃO DE CASCAVEL OESTE DO PARANÁ
CASCAVEL2007
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
MARCIO RODRIGUES BONAFEDE
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CACHAÇAS ARTESANAIS PRODUZIDAS NA REGIÃO DE CASCAVEL OESTE DO PARANÁ
CASCAVEL 2007
Trabalho apresentado no Curso de Agronomia, da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Bacharel em Agronomia.
Professor Orientador Esp: Josnei da Silva.
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
EDUARTE APAREFCIDO BONAFEDE
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CACHAÇAS ARTESANAIS PRODUZIDAS NA REGIÃO DE CASCAVEL OESTE DO PARANÁ
Trabalho apresentado no Curso de Agronomia, da FAG, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Bacharel em Agronomia, sob a orientação do professorEspecialista Josnei da Silva.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________Josnei da Silva
Faculdade Assis Gurgacz Especialista
____________________________________João Eloir Xavier
Faculdade Assis Gurgacz Especialista
__________________________________Reginaldo Ferreira dos Santos
Faculdade Assis Gurgacz Doutor
Cascavel, ______ De _______________2007.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CACHAÇAS ARTESANAIS PRODUZIDAS NA REGIÃO DE CASCAVEL OESTE DO PARANÁ
Marcio Rodrigues Bonafede1
Professor Esp. Josnei da Silva 2
RESUMO: A cultura da cana-de-açúcar foi uma das primeiras atividades econômicas do Brasil, dela se produz aguardente conhecida como cachaça, um produto destilado do melaço. A cachaça vem se tornando um importante produto no cenário Brasileiro como recurso para geração de renda, tanto para pequenos como para grandes produtores. O presente trabalho teve como objetivo analisar a qualidade de cachaças artesanais quanto ao teor de cobre, teor alcoólico e acidez total, produzida na região da cidade de Cascavel no estado do Paraná. Foram selecionados 8 alambiques aleatoriamente, e coletado 8 amostras, em que se determinaram análises do teor de cobre, teor alcoólico e acidez total. Os testes foram realizados no laboratório de Bioquímica da Faculdade Assis Gurgacz. De acordo com as analises observou-se que os teores médios de cobre encontrado nas oito amostras da região foi de 0,347, variando de 0,330 á 0,353 ficando dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria 371 de 19/09/1974. Comportamentos similares foram encontrados para o teor alcoólico com valor médio de 45,79% variando de 40,20% a 49,07% obedecendo também os padrões exigidos pelo Decreto 2.314 de 04/09/97. Já o teor médio de acidez total foi de 28,56 variando entre 16,12 a 57,60 dentro dos padrões dá Lei 8.918 de 14/07/97.
Palavras – Chave: Cachaça, Teor alcoólico, Acidez, Teor de cobre.
ABSTRACT: The sugarcane culture was one of first economical activities of Brazil, the sugarcane liquor known as white rum has is a distilled product of the molasses. The white rum become an important product in Brazilian economy as resource of economic growth for generations, bringing wealth for small and big producers. The current work aimed to analyze the quality of 8 types of “cachaça”, were determined analyses of the copper tenor, alcoholic content and total acidity white rum produced in the area of Cascavel city in Paraná State. 8 stills randomy were selected, 8 samples were collected, an originating from one each still, analyses of the copper tenor, alcoholic content and total acidity were accomplished at the laboratory of the Biochemistry of Assis Gurgcaz’s college. According to analyze, it was observed that the medium tenors of copper found in the eight samples of the area were of 0,347, varying from 0,330 to 0,353 being inside the established patterns for the Entrance 371 of September 19 th, 1974. The medium alcoholic content in the 8 samples was of 45,79%, varying from 40,20% to 49,07% being like this inside of the patterns demanded by the Ordinance 2.314 of 04/09/97. The medium tenor of total acidity was of 28,56, varying from 16,12 to 57,60 being like this inside the patterns demanded by the Law 8.918 of July 14 th, 1997.
Keywords: Sugar cane spirits, Alcoholic content, Acidity, copper Tenor.
1 Graduando em Agronomia, pela Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel/ Paraná –[email protected]
2 Professor de Bioquímica do Curso de Agronomia, na Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel – Paraná.
5
1 INTRODUÇÃO
A cultura da cana-de-açúcar foi
uma das primeiras atividades
econômicas do Brasil, sua contribuição
foi fundamental na construção de
nossa identidade nacional, tornando o
Brasil o maior produtor mundial de
açúcar e álcool (ALVES, 2004).
O agronegócio da cachaça
triplicou no período de 1970 á 1999,
partindo de uma produção de 418
milhões de litros para cerca de 1,5
bilhões de litros anuais. As
exportações de cachaça brasileira
passaram de US$ 7,3 milhões, em
1999, para US$ 8,7 milhões, no ano
de 2001 (SEBRAE, 2001).
Dentro destes valores (1,5
bilhões de litros/ ano), estima-se que
30% têm origem artesanal, totalizando
25 mil produtores. O estado de São
Paulo é o maior produtor de cachaça
industrial e Minas Gerais o quarto
produtor nacional, é o mais
especializado na produção de cachaça
artesanal (ALVES, 2004).
O produto artesanal tem mais
apelo comercial, permitindo assim, que
o micro, pequeno e médio produtor,
tenham uma chance na competição
com o “produto industrializado”, sendo
de extrema importância à qualidade do
produto. O aumento do consumo de
aguardente e as chances de
exportação estão exigindo cada vez
mais que o processo de fabricação de
aguardente seja baseado em práticas
criteriosamente determinadas para a
obtenção de um produto mais
padronizado e com qualidade. A
qualidade da aguardente requer
conhecimentos científicos e
tecnológicos apurados, com
competência, sensibilidade e
dedicação (CARDOSO et al., 1997).
Os aspectos gerais de
qualidade da aguardente de cana e de
seu controle, associados à sua
importância,exigem a realização de
análises físico-químicas para
designação da aguardente de boa
qualidade, sendo necessário conhecer
a composição tanto inorgânica (metais
e outros), quanto orgânica
(componentes secundários) da
mesma.
Para se obter uma aguardente
de boa qualidade Lucena (1957)
recomenda a adoção da seguinte
prática: a fração "cabeça" é separada
quando o alcoômetro marcar
80 a 85 oGL; em seguida destila o
"coração" de 80 a 85 oGL a 45 oGL,
originando um produto com uma
riqueza alcoólica média de
55 a 65 oGL, e a "cauda", sendo que
6
os produtos extremos são adicionados
na destilação posterior.
Geralmente a cachaça
artesanal é produzida em alambiques
de cobre, o qual lhe confere maior
qualidade ao produto quando
comparado aos alambiques
confeccionados com outros materiais,
como aço inox; porém, podem
contaminar o produto quando o
manejo (principalmente a higiene) da
produção é inadequado (FARIA, 1989;
NASCIMENTO et al., 1998)
Dentre os compostos
inorgânicos o teor de cobre assume
grande importância na qualidade dinal
do produto o qual em muito têm
limitado as exportações de aguardente
pelas imposições legais dos potenciais
países importadores (FARIA &
CAMPOS, 1989).
O cobre é dissolvido na parte
descendente do aparelho de
destilação principalmente, nas partes
internas da serpentina da resfriadeira
(FARIA,1989), isso ocorre pela
dissolução do carbonato básico de
cobre solúvel em ácido “azinhavre”
que se forma em seu interior
(LUCENA, 1957).
Segundo Ribeiro (1997) no
decorrer da destilação as primeiras
porções do destilado possuem acidez
elevada, diminuindo na parte
intermediária, voltando a se elevar na
parte final, os mesmo dados foram
constatados anteriormente por Boza
(1996).
A cachaça está se tornando
cada vez mais importante no cenário
Brasileiro como recurso para geração
de renda, tanto para pequenos como
para grandes produtores. Dentro deste
contexto, o presente trabalho tem
como objetivo analisar a qualidade de
8 tipos de cachaças artesanais quanto
ao teor de cobre, teor alcoólico e
acidez total, produzidas na região de
Cascavel no estado do Paraná.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um levantamento
dos alambiques que produzem
aguardente de cana-de-açúcar na
região de Cascavel, PR, através de
uma consulta à Cooperativa
Cootricachaça localizada nesta cidade,
Tabela 2. Logo após foram
selecionados 8 alambiques
aleatoriamente para proceder a análise
de qualidade da cachaça, conforme
relação abaixo:
7
Tabela 1 Relação das cidades onde foram coletadas as amostras.
Cidades Amostras
Assis Chateaubriand 1
Cascavel 1
Mercedes 1
Nova Aurora 1
Palotina 2
Santa Terezinha do Itaipu 1
Toledo 1
Seqüencialmente realizaram-se
as análises físico/ químicas com
relação à acidez total, teor alcoólico e
teor de cobre,
no laboratório de Bioquímica da
Faculdade Assis Gurgacz na cidade de
Cascavel- PR.
2.1 Determinação do Teor Alcoólico
Determinou-se o grau alcoólico
real do destilado alcoólico da cachaça
artesanal mediante alcoômetro Gay
Lussac (escala de 0 a 100ºGL),
provido com termômetro e aferido a
20 ºC, foram colocados 50 mL de cada
uma das amostras em um proveta de
200 mL e feito a leitura individual para
cada uma das oito amostras com suas
quatro repetições, conforme
metodologia do (INSTITUTO ADOLFO
LUTZ, 1995).
2.2 Determinação da Acidez Total
A análise da acidez total foi
realizada de acordo com a Técnica do
Instituto Adolf Lutz (1995). Foi
realizada uma titulação de
neutralização dos ácidos com solução
padronizada de álcali, com o uso de
indicadores de fenolftaleína até o
ponto de equivalência. Foram
transferidos 50 ml de cada uma das
amostra, para um frasco Erlenmeyer
de 500 ml., onde foram adicionados
0,5 ml do indicador fenolftaleína e em
seguida titulado com solução de
hidróxido de sódio padrão 0,1M
contidos na bureta, até o surgimento
de coloração rósea. A acidez foi
expressa em g de ácido acético por
100 ml de amostra.
2.3 Determinação da Quantidade de Cobre
A análise do teor de cobre foi
realizada de acordo com a Técnica do
Instituto Adolf Lutz (1995), por meio de
medidas espectofotométricas, em
546nm, na região visível. As
quantidades de cobre foram
determinadas por comparação das
absorbâncias observadas na amostra
de cachaça com valores de
absorbâncias referentes a uma curva
de calibração previamente construída,
utilizando-se sulfato de cobre
8
pentaidratado como padrão. As
absorbâncias foram determinadas com
a ajuda do espectrofotômetro
analisando-se o comportamento dos
dados no gráfico 1.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se com base no
experimento realizado e de acordo
com o Gráfico 1, através das medidas
de absorbância e posterior
comparação com curva de calibração
previamente construída com o sulfato
de cobre penta-hidratado, chegou-se a
um valor médio geral de concentração
de 0,85 mg/L de cobre por litro de
cachaça, estando assim dentro dos
valores permitidos pela Portaria 371 de
19/09/197.
Observa-se pela tabela 3, pelo
Teste de Tukey que os valores
estatísticos foram significativos, onde
as amostras analisadas apresentaram
uma media geral de absorbância de -
0,347, variação entre a mínima de -
0,330 na amostra 4, para uma
máxima de -0,353 na amostra 7.
A significância da interação
mostrou que a diferença de cobre
apresentadas nas diferentes amostras
de cachaças são devido ao método de
fabricação de cada um. A presença do
cobre deve-se ao fato dos destiladores
serem desse material, diante disso, é
provável que a diferença esteja
relacionada à higienização do
destilador e do tempo de destilação.
Observa-se que uma assepsia
criteriosa dos alambiques após o
término diário do procedimento de
alambicagem, quando bem feito, tende
a reduzir consideravelmente os
problemas de presença de cobre nas
aguardentes (SARGENTELLI et al.,
1996).
Baseado em Gomes & Garcia
(2002), o coeficiente de variação
apresentou baixa dispersão, inferior a
5%, indicando uma homogeneidade
nos dados o que indica que os dados
de cobre mostram-se precisos e que
todas as amostras analisadas
enquadraram-se no padrão
estabelecido pela legislação em vigor,
levando-se em consideração que o
teor máximo permitido de cobre é
5mg/L de acordo com a legislação
nacional (BRASIL, 1974), por outro
lado, as legislações de outros países
não toleram mais que 2 mg/L de cobre
nos destilados alcoólicos (CARDOSO
et al., 2003).
Lucena (1959) relacionou a
presença de cobre na cachaça com a
ação dos vapores alcoólicos ácidos
nas chapas metálicas de cobre que
9
são recobertas por carbonato básico
de cobre. Entretanto as cachaças
obtidas em destiladores de cobre
apresentam características sensoriais
melhores do que as elaboradas em
destiladores fabricados com outros
metais, isso ocorre porque o cobre
reduz a acidez, os aldeídos e o teor de
enxofre da bebida (FARIA, 1989).
Conforme Food and Nutritional
Board (1989), o cobre é essencial ao
metabolismo, sendo recomenda a
ingestão diária de 1,5 a 3,0 mg/dia
para adultos. Estudos revelam que há
uma associação do cobre com óxido-
redutores dos tecidos e também com a
absorção de ferro da dieta para
bíossintese de hemoglobina.
Entretanto, o excesso desse metal
pode vir a causar lesões nos vasos
captores, no fígado e nos rins, além de
provocar a Doença de Wilson
(degeneração hepatolenticular)
caracterizado pelo acúmulo de cobre
em várias partes do corpo
(RICHARDSON, 1993).
O teor de cobre na cachaça
pode ser controlado através de
diversos procedimentos, dentro as
quais podem ser destacados a limpeza
periódica dos destiladores e a
separação das frações na destilação
( cabeça, coração e calda).
Analisando os resultados
apresentados na tabela 4, verifica-se
que para medias de teor alcoólico,
houve variações, onde as amostras 1,
2,4 e 5 estatisticamente não se
diferem, pois suas medias foram
semelhantes variando da amostra 1
com media de 48,75 % para a amostra
2 com media de 49,07 % de teor
alcoólico. Os tratamentos T8 e T3 se
apresentaram semelhantes em suas
medias, mas com teor alcoólico inferior
aos tratamentos T1, T2, T4, T5. Estas
diferenças apresentaram maiores nos
tratamentos de número 6 e 7 que
ficaram cor teor alcoólico inferior que
as demais. Já o tratamento 7 teve o
menor nível de teor alcoólico 40,20 %
se diferenciando do tratamento 2 com
49,07 % de seu teor alcoólico, devem-
se a variabilidade encontrada no
processo de produção em cada
alambique.
Feito as analises do teor alcoólico
pela media das amostras, encontrou-
se um valor médio de 45,79% (Gráfico
2), indicando que os 8 tratamentos de
cachaças estão dentro dos padrões
exigidos por lei que variam de 38% a
54% em volume de 20ºC conforme o
Decreto n. º 2.314/97.
Em um estudo realizado Dalla
Costa (2002), investigando o perfil de
cachaças da região Central do Rio
10
Grande do Sul, encontrou valores de
teor alcoólico entre 38,00 a 55,98% em
volume a 20 graus. Enquanto isso
Miranda et al (2000), investigando o
grau alcoólico e níveis de metanol em
cachaças no Estado da Bahia,
provenientes de duas cidades,
encontraram nas amostras artesanais,
teores alcoólicos variando entre 37,66
e 38,60% em volume a 20 ºC. Ao
passo que Azevedo et al (2003),
determinando compostos secundários
em cachaças produzidas no Estado de
Minas Gerais, encontrou valores de
teor alcoólico entre 34 a 50% em
volume a 20 ºC. Embora tenham sido
encontrados diferentes valores de teor
alcoólico para as amostras
investigadas, na presente pesquisa,
não foram observadas diferenças
estatísticas significativas para este
parâmetro.
Analisando a tabela 5 os valores
do teste de Tukey foram significativos
a acidez total das amostras,
observando a maior diferença entre a
amostra numero 4 com 11,85 de ácido
acético para cada 100 mL de cachaça,
para a amostra de numero 8 com
57,60 de ácido acético para cada 100
mL de cachaça, em media geral de
todos as amostras foi obtida 28,02 de
ácido acético para cada 100 mL de
cachaça. A acidez é resultado da
oxidação dos álcoois presentes na
amostra e pode diminuir a qualidade
da cachaça.
Todos os 8 tratamentos
analisados enquadraram-se no padrão
estabelecido pela legislação em vigor
para acidez (limite de 150 mg de ácido
acético por 100 mL de álcool anidro)
(BRASIL, 1997). No entanto, merece
destaque o elevado valor encontrado
no tratamento 8, com média de 57,6
mg/100 mL de álcool anidro e para o
tratamento 4 que obteve o menor nível
de acidez total o que podemos afirmar
que apresenta um diferencial em sua
qualidade.
Estudos feitos em grandes
escalas, com cachaças brasileiras de
diversas procedências apontaram que
a acidez total da maioria das cachaças
situa-se entre 61 – 90 mg/100ml de
álcool anidro (SILVA & NOBREGA,
2001).
Nóbrega (1994), critica a
legislação Brasileira que permite a
comercialização de aguardentes
excessivamente ácidas.
Segundo Nykanen e Nykanem
(1991), a acidez total contribui para o
aroma e o sabor das bebidas
alcoólicas destiladas.
Sob o ponto de vista
tecnológico, a acidez das aguardentes
pode ser controlada em diversos
11
níveis. Sabe-se, que fermentações
alcoólicas conduzidas em condições
de higiênicas geram aguardentes com
acidez relativamente baixa. Segundo
Nobrega (1994), os processos naturais
de fermentações alcoólicas propiciam
maiores valores de acidez total quando
comparadas com processos
fermentativos induzidos por culturas
homogêneas de leveduras.
4 CONCLUSÕES
Neste estudo constatou-se que o
teor médio de cobre encontrado nas
oito amostras da região foi de 0,347,
variando de 0,330 á 0,353 ficando
dentro dos padrões estabelecidos pela
Portaria 371 de 19/09/1974. O teor
alcoólico médio nas 8 amostras foi de
45,79%, variando de 40,20% a 49,07%
ficando assim dentro dos padrões
exigidos pelo Decreto 2.314 de
04/09/97. O teor médio de acidez total
foi de 28,56, variando entre 16,12 à
57,60, ficando assim dentro dos
padrões exigidos pela Lei 8.918 de
14/07/97, sendo assim todas as oito
amostras de cachaça analisadas estão
de acordo com a legislação vigente,
encontrando-se assim dentro dos
padrões de comercialização.
12
Tabela 2 Relação das Cachaçarias Artesanais associadas a Copercachaça – Cooperativa dos produtores de cachaça artesanal do Oeste do Paraná, no período de 2006/2007.
Cidade Produtores de Cachaça
Mercedes 2
Assis Chateaubriand 2
Cascavel 3
Marechal Candido Rondon 1
Santa Helena 1
Maripá 1
Corbelia 1
Palotina 5
Nova Aurora 2
Foz do Iguaçu 1
Missal 2
Braganey 1
Guaraniaçú 1
Lindoeste 1
Tupãssi 2
Santa Terezinha do Itaipu 2
São Miguel do Iguaçu 3
Céu Azul 1
Matelândia 1
Toledo 2
Nova Santa Rosa 1
13
-0,36
-0,355
-0,35
-0,345
-0,34
-0,335
-0,33
-0,325
-0,32
1 2 3 4 5 6 7 8
Amostras de Cachaça
Ab
sorb
ânci
a n
m
Gráfico 1 Analise da quantidade de Cobre nas 8 amostras de cachaça selecionadas.
Tabela 3 Teste Tukey paras medias de teor de cobre
N.º Ordem Original
N.º Amostras
Nome N.º Repetições
Medias Medias Originais
1%
1 7 T7 4 -0,352550 0,352550 A2 5 T5 4 -0,352450 0,352450 A3 6 T6 4 -0,350025 0,350025 A4 1 T1 4 -0,349250 0,349250 A5 8 T8 4 -0,347600 0,347600 A6 2 T2 4 -0,347050 0,347050 A7 3 T3 4 -0,346525 0,346525 A8 4 T4 4 -0,330400 0,330400 BMedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância indicado D.M.S. 1% = 0.01511
MEDIA GERAL DE ABSORBÂNCIA = - 0.346981MEDIA GERAL DE CONCENTRAÇÃO DE COBRE = 0,85COEFICIENTE DE VARIACÃO = 1.533 %
14
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8
Amostras Cachaça
Teo
r A
lco
oli
co/
em G
.L
Gráfico2 Teor Alcoólico nas 8 amostras de cachaça , analisadas com o auxilio de um alcoômetro.
Tabela 4 Teste Tukey paras medias de teor de alcoólico
N.º Ordem Original
N.º Amostras
Nome N.º Repetições
Medias MediasOriginais
1%
1 2 T2 4 49.075001 49.075001 A2 5 T5 4 48.825001 48.825001 A3 4 T4 4 48.775002 48.775002 A4 1 T1 4 48.750000 48.750000 A5 3 T3 4 44.950001 44.950001 B6 8 T8 4 43.775002 43.775002 B7 6 T6 4 42.000000 42.000000 C8 7 T7 4 40.200001 40.200001 D
Medias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância indicado D.M.S. 1% = 1.51473
MEDIA GERAL = 45.793751COEFICIENTE DE VARIACAO = 1.165 %
15
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8
Amostras de Cachaça
Aci
dez
Tota
l em
mg/
100
mL
Gráfico3 Acidez Total avaliada de acordo com Técnica do Instituto Adolfo Lutz.
Tabela 5 Teste Tukey paras medias de acidez total
N.º Ordem Original
N.º Amostras
Nome N.º Rep. Medias Medias Originais
1%
1 8 T8 4 57,60 57,60 A2 7 T7 4 33,42 33,42 B3 2 T2 4 31,65 31,65 B4 1 T1 4 24,95 24,95 C5 6 T6 4 23,70 23,70 C6 3 T3 4 23,07 23,07 C7 5 T5 4 17,95 17,95 D8 4 T4 4 16,12 16,12 D*medias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nivel de significancia indicadod.m.s. 1% = 0.52109
MEDIA GERAL = 28,56COEFICIENTE DE VARIACAO = 7.563 %
16
5 REFERÊNCIAS
ALVES, J.G.L.F. Produção De Cachaça Artesanal. III jornada acadêmica de Engenharia de Alimentos Departamento de ciências exatas e tecnologia Centro universitário de Belo Horizonte. 2004.
AZEVEDO. S. M.; CARDOSO, M. G.; PEREIRA, N. E.; RIBEIRO, C. F. S.; SILVA, V. F.; AGUIAR, F. C. Levantamento da contaminação por Cobre nas cachaças de cana-de-açúcar produzidas em Minas Gerais.Ciênc. Agrotec. Lavras. V. 27. n. 3. p. 618-624. 2003.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Decreto nº 2.314 de 4 de setembro de B.CEPPA, Curitiba, v. 22, n. 1, jan./jun. 2004 951997. Regulamenta a Lei nº 8.918 de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 5 de setembro de 1997.
BRASIL. Portaria nº 371, MARA. Diário Oficial da União, s. 1, p. I, Supl.Brasília, 19/09/1974.
BOZA, Y.E.A.G. Influência dacondução da destilação sobre a composição e a qualidade sensorial da aguardente de cana. Piracicaba, 1996. 140p. Dissertação (Mestrado) -Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo.
CARDOSO, D. R.; LIMA-NETO, B. S.; FRANCO, D. W.; NASCIMENTO, R. F.; Química Nova 2003, 26, pg.165.
CARDOSO, M.G.; CAMPOS,G.A.; SILVA, R.A.; SANTOS, C.D.; PINTO, A.P.S.; SILVA, C.F. CACHAÇA: Qualidade e Produção. Editora UFLA, 2004.
DALLA COSTA. E. R. Perfil analítico das cachaças produzidas na região central do Rio Grande do Sul. Santa Maria. 2002. 73 f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciencia e tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2002.
DECRETO N.º 2.314 de 04 de Setembro de 1997, disponível em: < http://www.lei.adv.br/2314-97.htm>, acessado em: 23/10/2007.
FARIA, J. B. A influência do cobre na qualidade das cachaças ( Scccharum officiarum L.). São Paulo, 1989. 90 p. tese ( Doutorado) –Faculdade de ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.FRANCO, D. W.; BOSCOLO, M. O Envelhecimento de Aguardente de Cana-de-Açúcar em Tonéis de Madeira. Engarrafador Moderno, v. 4, n. 33, p. 30-33, 1994
FARIA, J.B.; CAMPOS, M.A.P. Eliminação do cobre contaminante das aguardentes de cana-de-açúcar brasileiras. Alimentação e Nutrição, v.1, p.117-28, 1989.
FARIA, J.B. A influência do cobre na qualidade da aguardente de cana ( Saccharum officinarum, L.). São Paulo, 1989. 88p. Tese (Doutorado) -Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo.
FOOD AND NUTRITIONAL BOARDE. Recommended dietary allowances. 10 th ed. Washington: National Academic, 1989. Cap – 10.
17
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos Físico-Quimicos para analise de alimentos. IV. ed. 1995.
LUCENA, V. G. O problema do cobre nas aguardentes. Brasil açucareiro, v. 1, p. 33-38, 1959.
______________. Componentes secundários das aguardentes. Brasil Açucareiro, v.49, p.2-4, 1957.
MAIA, A.B.R.A.; CAMPELO, P.A.C. SEBRAE. Tecnologia da cachaça de alambique. Belo Horizonte, MG: SEBRAE, 2006.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Complementação de Padrões de Identidade e Qualidade para Destilados Álcoólicos, Brasília, Portaria no 371, Doc. de 18/09/74.
MIRANDA, M. P.; DANTAS, V. P.; DELCORRAL, R. S. D. Grau alcoólico e níveis de metanol em aguardentes do comércio (no estado da Bahia). Bol. Soc. Brás. Cienc. Tec. Alim. Comp. V. 26, n.º 2, p. 104-107. 1992.
NASCIMENTO, R.F.; CARDOSO, R. D.; LIMA, B. S.L. N.; FRANCO, W.D. Influência Do Material Do Alambique Na Composição Química Das Aguardentes De Cana-De-Açúcar.
Química Nova, 21 (6), 1998.
NYKANEM, L.; NYKANEN, I. Distilled beverages. In: MAARSE, H. Volatile compounds in foods and beverages. New York; Marcel Dekker, 1991.
RIBEIRO, C.A.F. Potencialidades de diferentes linhagens de levedura da espécie Saccharomyces cerevisiaena tecnologia de aguardente de cana. Piracicaba, 1997. 107p.
Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo.
RICHARDSON, M.L. The dictionary of substances and their effects. Cambridge: Royal Society of chemistry, 1993. p. 407 – 414.
SARGENTELLI, V.; MAURO, A. E.; MASSABNI, A. C.Aspectos do metabolismo do cobre no homem. Química Nova, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 290- 293, 1996.
SEBRAE. Diagnóstico da cachaça de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2001. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/programaseprojetos/agronegocios/Cachaca/Cacha%c3%a7a%20MG.pdf> Acesso em: 08/10/2007.
SILVA, P.H.A.; NOBREGÁ, I.C.C. Physical – chemical characterization of commercial brands of brazilian sugar cane spirit. MBAA technical Quarterly, v. 38, n. º3, p 163-166,2001.