Avaliação Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia...
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UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA BIOMEacuteDICA
KEITY PRISCILE BARONI
Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia
Com Equipamento De Fluoroscopia
DISSERTACcedilAtildeO
CURITIBA
2015
1
KEITY PRISCILE BARONI
AVALIACcedilAtildeO DA DOSE OCUPACIONAL EM EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
COM EQUIPAMENTO DE FLUOROSCOPIA
Dissertaccedilatildeo apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica Orientadora Profordf Drordf Anna Silvia Setti Penteado da Rocha
Curitiba 2015
2
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Baroni Keity Priscile
B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015
56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal
do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015
Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -
Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo
CDD Ed 22 -- 61028
Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba
3
UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute
Campus Curitiba
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica
Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041
ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo
por
Keity Priscile Baroni
AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica
LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia
Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores
________________________________
Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf
(Presidente ndash UTFPR)
________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr
(UFPR)
________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf
(UTFPR)
Visto da coordenaccedilatildeo
________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)
4
Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim
dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de
mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais
difiacuteceis com muito carinho dedico
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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1
KEITY PRISCILE BARONI
AVALIACcedilAtildeO DA DOSE OCUPACIONAL EM EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
COM EQUIPAMENTO DE FLUOROSCOPIA
Dissertaccedilatildeo apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica Orientadora Profordf Drordf Anna Silvia Setti Penteado da Rocha
Curitiba 2015
2
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Baroni Keity Priscile
B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015
56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal
do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015
Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -
Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo
CDD Ed 22 -- 61028
Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba
3
UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute
Campus Curitiba
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica
Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041
ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo
por
Keity Priscile Baroni
AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica
LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia
Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores
________________________________
Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf
(Presidente ndash UTFPR)
________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr
(UFPR)
________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf
(UTFPR)
Visto da coordenaccedilatildeo
________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)
4
Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim
dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de
mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais
difiacuteceis com muito carinho dedico
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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2
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
Baroni Keity Priscile
B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015
56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal
do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015
Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -
Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo
CDD Ed 22 -- 61028
Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba
3
UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute
Campus Curitiba
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica
Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041
ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo
por
Keity Priscile Baroni
AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica
LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia
Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores
________________________________
Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf
(Presidente ndash UTFPR)
________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr
(UFPR)
________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf
(UTFPR)
Visto da coordenaccedilatildeo
________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)
4
Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim
dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de
mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais
difiacuteceis com muito carinho dedico
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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3
UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute
Campus Curitiba
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica
Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041
ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo
por
Keity Priscile Baroni
AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica
LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia
Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores
________________________________
Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf
(Presidente ndash UTFPR)
________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr
(UFPR)
________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf
(UTFPR)
Visto da coordenaccedilatildeo
________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)
4
Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim
dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de
mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais
difiacuteceis com muito carinho dedico
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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4
Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim
dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de
mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais
difiacuteceis com muito carinho dedico
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas
obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a
satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos
Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade
Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila
compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo
Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos
emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento
Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os
dosiacutemetros utilizados
Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em
especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos
dosiacutemetros
A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela
compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia
Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes
a vida impotildee
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo
desse trabalho
6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
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Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
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e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
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Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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6
RESUMO
Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo
dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo
Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos
anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho
foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram
realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara
de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros
termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais
especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o
procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para
avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados
revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na
horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma
diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se
apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura
do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite
Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito
de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila
Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e
Uretrocistografia
7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
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preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
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alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
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protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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7
ABSTRACT
Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015
Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of
patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should
not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the
health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate
of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations
were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and
thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific
locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position
of the examination table was varied during exposure to assess whether this has
influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease
in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the
patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented
below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax
on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work
procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security
level
Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de
fluoroscopia20
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do
intensificador de imagens21
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de
fluoroscopia23
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde
foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B
e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo
espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de
um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no
experimento29
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os
posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a
bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento
dos espalhadores com a mesa na horizontal37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
horizontal38
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo
vertical38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39
9
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de
acordo com seu posicionamento tiacutepico41
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical
para o meacutedico 142
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical
para o meacutedico 243
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e
vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Horizontal40
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo
Vertical40
Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41
Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42
Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical44
Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa horizontal44
Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo
com a mesa vertical45
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a
cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47
11
SUMAacuteRIO
Paacuteg
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 OBJETIVOS 13
111 Objetivo geral 13
112 Objetivos especiacuteficos 13
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14
21 A FLUOROSCOPIA 18
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23
23 DOSIMETRIA 26
24 GRANDEZAS E UNIDADES 28
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33
31 ENSAIO 33
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35
4 RESULTADOS 39
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42
5 DISCUSSAtildeO 47
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51
REFEREcircNCIAS 52
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen
em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por
Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos
radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em
cavidades os chamados exames dinacircmicos
Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo
de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real
a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis
em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de
intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas
especialidades (SILVA et al 2008)
Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional
e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute
medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute
reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que
multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute
responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos
no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos
Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo
comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia
com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o
acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do
procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)
Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000
Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da
execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos
tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento
de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees
hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes
poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no
que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose
que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de
13
exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento
da evoluccedilatildeo da patologia
A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de
diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe
multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista
Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a
quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em
avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente
expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia
de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional
O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no
Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital
e processamento de imagens convencional
11 OBJETIVOS
111 Objetivo geral
Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame
contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia
112 Objetivos especiacuteficos
Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames
contrastados
Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames
de uretrocistografia
Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos
ocupacionalmente expostos
Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e
extremidades
Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de
modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma
praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo
justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em
detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser
utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo
Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel
de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se
diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave
radiaccedilatildeo
Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames
contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o
procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda
procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa
uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia
De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos
devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de
radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande
frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)
Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores
exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais
nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando
principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso
de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas
de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente
O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe
meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos
como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)
Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa
dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos
por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia
cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias
15
apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa
aleacutem de danos ao tecido nervoso
Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na
fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de
entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente
Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria
ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a
radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308
mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental
Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia
intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam
protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no
toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09
mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do
avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10
Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia
de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e
intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em
extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica
satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de
radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os
funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013
mSv durante os procedimentos de ortopedia
Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia
intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os
profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo
inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do
ombro acima do avental
Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe
de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os
seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793
mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas
16
todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas
normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram
em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite
estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)
De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos
expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a
quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor
comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em
mulheres que em homens
Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior
quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para
os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de
dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos
convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames
contrastados (SOUSA 2013)
O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos
demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas
entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82
a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada
na pele podem variar de 112 a 2983 mGy
O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de
registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de
investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo
individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011
DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes
eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de
investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs
A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano
na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer
ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150
mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do
tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros
17
para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo
menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade
da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos
procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)
As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros
estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos
Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para
a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao
cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees
indicadas (ICRP 2010)
Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica
oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais
ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes
Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma
dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy
cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste
estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma
eacute realizada a rotina no hospital
Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar
ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso
pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar
a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na
regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por
procedimento conforme o ICRP (2010)
Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo
recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para
a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa
carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute
de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv
bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500
mSv para extremidades (ICRP 2007b)
Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados
pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem
18
quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees
Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo
expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo
blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo
como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero
Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo
tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam
raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados
para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas
Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85
Efeito Limiar aproximado
de dose [Gy]
Tempo de apariccedilatildeo
do efeito
Minutos de
fluoroscopia para
uma taxa de alta
dose de 200
mGymin
Eritema imediato transiente
2 2-24 horas 10
Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas
15
Depilaccedilatildeo permanente
7 Aproximadamente 3 semanas
35
Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas
70
Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas
90
Ulceraccedilatildeo secundaacuteria
24 gt 6 semanas 120
Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75
21 A FLUOROSCOPIA
O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se
desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm
Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio
sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou
telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro
fluoroscoacutepio (SILVA 2008)
19
Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material
emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios
Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um
niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental
liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz
Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-
se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma
podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um
determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de
diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo
intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)
Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011
Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela
fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este
posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia
diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino
e tireoide como visto na figura 1
A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma
cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As
20
imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento
e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma
analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por
placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado
(BUSHONG 2010)
O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X
com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)
entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo
(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo
positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do
equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o
fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em
luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos
(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)
Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens
Fonte Adaptado de wwworauorg
Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo
de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida
em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir
da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo
dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de
foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A
intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho
21
pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz
novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a
imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado
instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)
Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute
convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido
ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano
A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia
e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo
trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o
tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada
Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a
dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da
imagem na fluoroscopia
Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do
monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores
possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do
modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para
evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante
na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo
humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem
eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos
fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do
paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para
minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)
Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da
mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da
mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se
telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma
mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que
ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma
sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os
movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia
22
digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois
monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da
imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um
equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado
para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3
Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia
Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg
Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de
baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo
tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior
quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser
feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo
(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a
possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010
CARROLL 2007)
As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou
seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em
sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms
antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de
extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e
23
preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)
Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de
alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e
permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui
internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo
de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da
qualidade do feixe de raios X
A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo
de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um
semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels
formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um
sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma
resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do
que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo
sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste
Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a
alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear
a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser
substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou
siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat
pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam
melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia
de imagem intervencionista
22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA
Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por
uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode
ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de
emissatildeo do feixe
Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem
defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um
indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o
trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante
24
alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo
acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame
Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o
aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo
fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria
De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de
fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do
equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da
experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do
paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose
recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente
tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste
caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados
Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos
da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando
falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada
pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que
quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame
pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do
KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do
equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima
do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento
causado pelo corpo do paciente
Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA
Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200
25
A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que
ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se
verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido
ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em
equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo
pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com
o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos
radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia
telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma
opccedilatildeo existente
Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar
O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu
trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo
painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de
exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute
fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada
tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)
Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de
radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste
caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira
26
protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que
permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de
tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)
Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons
intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade
de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional
de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada
23 DOSIMETRIA
O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele
deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o
valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira
e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose
efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do
indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco
anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia
que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das
NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com
contagem de plaquetas
Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo
utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas
fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo
adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose
ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja
acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)
A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo
(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma
resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave
radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado
normal podendo ser reutilizado
Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com
composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de
faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que
27
possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais
comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido
agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de
radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses
Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas
de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de
82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para
doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo
maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja
fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior
estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas
energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode
apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)
A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um
computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os
dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva
da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo
convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo
(PODGORSAK 2005)
Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave
direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR
28
Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo
pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata
(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume
sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam
a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo
necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de
foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa
energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento
de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)
Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento
24 GRANDEZAS E UNIDADES
Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se
necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas
O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released
per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a
foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente
das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de
kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1
onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)
Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes
formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade
29
Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um
determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas
antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005
PODGORSAK 2005)
A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido
humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico
atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo
mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode
ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado
por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo
ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)
Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de
massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa
de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale
agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg
(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)
As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos
dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em
alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a
grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de
uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo
25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO
Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e
determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada
exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes
as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito
grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de
ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)
Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse
os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele
poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes
30
acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a
ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose
limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura
apenas poucos segundos
Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um
exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado
para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal
preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico
Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior
importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos
26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA
Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na
rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados
na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos
Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via
ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do
auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos
Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a
retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute
utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste
e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e
obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo
vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra
Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode
variar
As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste
pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram
constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas
satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do
paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional
Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma
31
radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em
decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do
preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas
Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do
contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-
posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste
iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a
mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas
projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do
abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral
Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens
fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas
- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)
- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste
- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda
- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais
- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia
Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada
Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em
antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)
32
As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma
obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico
ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para
pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou
pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com
radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm
dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da
sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010
Travassos et al 2009)
Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se
trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece
atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser
controlada devido ao risco inerente agrave idade
Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)
demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior
33
3 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no
setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do
modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com
30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens
satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs
com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital
Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames
anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames
comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames
Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais
simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico
31 ENSAIO
Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros
de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo
para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos
um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas
posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o
paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre
a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador
dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor
de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de
180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das
taxas de dose
A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal
representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do
espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do
meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e
distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias
antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp
34
e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e
colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute
demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam
a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre
a mesa
Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute
127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm
distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de
96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao
paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia
com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas
de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na
figura 11
Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a
simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias
antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados
Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal
35
Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical
Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais
afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos
pois apresentavam valores mais relevantes
32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL
Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de
exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos
Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino
preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o
paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua
mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide
A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12
que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e
vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o
ponto azul de meacutedico 2
36
Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos
espalhadores com a mesa na horizontal
Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior
preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram
posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro
do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados
entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada
simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar
as figuras 13 e 14 respectivamente
Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco
para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na
figura 15
As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes
natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa
sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do
experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo
de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente
foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma
resposta mais significativa
37
Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal
Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical
38
Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo
Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme
os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas
tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e
quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa
Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros
Tensatildeo (kVp)
Corrente (mAs)
Tempo (ms)
Dose Integrada (mGy)
1 90 32 1259 2651
2 90 32 1250 5296
3 90 32 1257 7954
4 90 32 1260 1061
5 90 32 1261 1326
39
4 RESULTADOS
41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada
trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados
na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo
relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente
Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGymin)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGy min)
Meacutedico 1 29881 0133 98798
Meacutedico 2 7900 0057 10281
Enfermagem 0456 0018 0052
Operador 0035 0017 0113
Vidro 0076 0013 0061
Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical
Espalhador
Meacutedia Fluoroscopia
(microGy min)
Desvio Padratildeo
Fluoroscopia
Radiografia
(microGymin)
Meacutedico 1 34429 0137 90775
Meacutedico 2 29529 0005 55180
Enfermagem 4779 0023 6060
Operador 0099 0013 0113
Vidro 0070 0040 zero
Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade
de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados
que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a
seguir
Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano
Espalhador
Mesa Horizontal (microGy)
Mesa Vertical (microGy)
Soma (microGy)
Meacutedico 1 202499 208524 411022
Meacutedico 2 36516 154477 190992
Enfermagem 1518 21917 23435
Operador 0234 0431 0665
40
Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2
Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de
proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses
recebidas devido agraves grafias e as escopias
Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu
posicionamento tiacutepico
Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado
em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um
somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas
posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de
fundo (background) ou seja menor que 02 mSv
Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros
Dosiacutemetros Posiccedilatildeo
Momento
Leitura
mensal
(microSv)
Estimativa
anual
(microGy)
1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -
2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736
3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -
4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -
5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104
6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -
7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -
8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -
9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -
10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro
Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico
Escopia Horizontal
Grafia Horizontal
Escopia Vertical
Grafia Vertical
microGy
41
42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP
No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio
padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias
em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e
comparados no graacutefico 2 abaixo
Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano
Local
Posicionado
Dose Total
Mesa Horizontal
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Horizontal
(microGy)
Dose Total
Mesa Vertical
(mGy)
Desvio Padratildeo
Mesa Vertical
(microGy)
Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032
Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099
Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244
Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009
Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052
Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053
Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046
Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131
Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011
Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000
Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
00
05
10
15
20
25
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
Toacuterax Meacutedico1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
Matildeo EsquerdaMeacutedico 1
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
microGy
42
Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO
A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias
como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9
10 e 11 e relacionados no graacutefico 4
Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo
00
02
04
06
08
10
12
14
16
CristalinoMeacutedico 2
Tireoacuteide Meacutedico2
Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2
Matildeo EsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2
Dose TotalMesa Horizontal (mGy)
Dose TotalMesa Vertical(mGy)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal
Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo
43
Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Escopia horizontal KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 86 21 0 a 05 4458
44580 0743000
2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778
3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889
4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167
5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278
6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611
0786344
Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a
mesa vertical
Escopia Vertical KV mA Tempo
medida 1
medida 2
medida 3
meacutedia (microGymin)
meacutedia (microGys)
1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111
2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056
3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333
4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944
5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056
12965
Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal
Grafia horizontal KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose 1 - microGyminuto
Dose 1 - microGysegundo
1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032
2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032
3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030
4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039
5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103
6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145
7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072
8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056
9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098
10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048
soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654
media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065
desv pad 000 000 024 012 18486 308 039
44
Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical
Grafia vertical KV mAs mA
Tempo (ms)
Dose (microGyminuto) Dose (microGys)
1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148
2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107
3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143
4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152
5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098
6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166
7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087
8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084
9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122
10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074
soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182
media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118
desv pad 000 000 016 008 15606 260 033
Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal
Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na
altura do toacuterax
Dosiacutemetro na altura do cristalino
Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide
Cacircmara de Ionizaccedilatildeo
Vertical 2327 1801 1599 11787
Horizontal 1399 1144 0800 07143
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
0
1
1
2
2
3
Dosiacutemetro naaltura do toacuterax
Dosiacutemetro naaltura do cristalino
Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide
Cacircmara deIonizaccedilatildeo
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Vertical
Horizontal
45
Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara
de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes
posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de
Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas
intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo
estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e
relacionados na tabela 13
Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado
Informaccedilatildeo Valor
V 54
P-valor 000390625
Hipoacutetese Nula 0
Meacutetodo Wilcoxon signed rank test
(Pseudo) Mediana 080641439
Intervalo de Confianccedila 95
Limite Inferior 0507793012
Limite Superior 1024099974
32 22 39
19 15 6 9 8 0
2 50
45
65
54 25 26 33 38 31
0
150
50
50
500 500
150
50 50
500 500
CristalinoMeacutedico 1
TireoacuteideMeacutedico 1
ToacuteraxMeacutedico 1
Matildeo DireitaMeacutedico 1
MatildeoEsquerdaMeacutedico 1
CristalinoMeacutedico 2
TireoacuteideMeacutedico 2
ToacuteraxMeacutedico 2
Matildeo DireitaMeacutedico 2
MatildeoEsquerdaMeacutedico 2
Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1
Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)
Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)
Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)
46
Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra
-05 00 05 10 15
Dotplot das diferenccedilas das amostras
Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula
47
5 DISCUSSAtildeO
Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara
de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma
diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo
chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro
colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor
praticamente nulo
Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos
dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela
meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de
056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro
valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4
mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata
2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo
representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da
CNEN
Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv
que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O
trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados
chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame
representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado
poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da
presenccedila de pessoas na sala de exames
A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose
uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo
da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como
em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia
praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da
fluoroscopia
O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave
baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de
cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que
48
o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo
secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa
et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de
cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria
Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros
com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira
O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu
verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da
escopia
Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo
vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2
podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do
toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro
espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o
paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da
posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide
no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax
quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a
dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o
trabalhador recebe
Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo
Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57
com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose
significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames
A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na
mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o
limite preconizado
As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a
mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo
abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um
intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv
por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor
A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de
49
radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para
os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o
avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando
projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368
exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv
para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem
acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384
mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584
mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero
Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo
dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos
profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em
um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv
considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500
exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv
Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado
para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para
a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto
et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv
Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo
que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses
meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes
posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv
Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa
na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente
usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior
exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em
alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a
movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser
facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os
trabalhadores
O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a
realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares
50
2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento
do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido
ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia
Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado
mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo
espalhador
Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente
para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento
adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve
ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de
referecircncia superficiais no paciente por exemplo
Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se
enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados
diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes
concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela
utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo
requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses
efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas
51
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem
ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do
tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da
distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos
equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos
e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente
recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose
nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica
Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do
profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de
contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida
Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe
com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e
reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores
A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa
relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido
pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se
mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e
mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela
fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente
No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas
sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado
em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos
na proacutepria rotina de trabalho
52
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