Ava Portuges

48

Transcript of Ava Portuges

Page 1: Ava Portuges
Page 2: Ava Portuges

2

oficina

OficinaLíngua Portuguesa I

AutoraProfª. Márcia Arouca

Page 3: Ava Portuges

3

oficina

Oficina de Língua Portuguesa I

Sumário

Classe de Palavras

Processo de Formação de Palavras

Concordância

Sintaxe de Pronomes

Estrutura Sintática do Período Simples

Pontuação

Crase

Regência Verbal

Tipos de Discurso

Variações Linguísticas

Funções da Linguagem

Figuras de Linguagem

Intertextualidade

Dicas de Leitura

Saiba Mais

Referência

Page 4: Ava Portuges

4

oficina

IntroduçãoCaro Estudante,

Seja bem-vindo!

Estaoficinatemoobjetivodeproporcionaroentendimentoarespeitodaorigemdoportu-

guêseasrazõespelasquaiséconsideradaumalínguatãocomplexa.Quandonosreferimosà

LínguaPortuguesa,émuitocomumouvirmosaspessoasdizeremquetrata-sedeumalínguamuito

difícil.Entretanto,convidamosvocêaconhecerumpoucodahistóriadaLínguaPortuguesa,acom-

preenderosmotivosqueatornamtãocomplexaeaomesmotempoencantadora.

Diante disso, considerando as variáveis existentes, aOficina de LínguaPortuguesa tem

comointuitoaproximá-lodeumnovomundolinguístico,omundo

acadêmico.Resgataremostudooquevocêestudouatéhojepara

adentrarmos,progressivamente,aoléxicoacadêmico.Iniciaremos

nossos estudos, analisando um vídeo produzido pela equipe da

Anhanguera, a respeito das diferentes formas de utilização da

linguagem.Percebacomoapartirdomesmotema,matériasobre

enchente, podemos desenvolver diferentes textos, utilizando

Um pouco de História

NoiníciodacolonizaçãoportuguesanoBrasil,otupi(conhecidotambémcomotupinambá,

umalínguadolitoralbrasileirodafamíliatupi-guarani) foiutilizadocomolínguaoficialna

colônia,aoladodoportuguês.Noentanto,em1757otupifoiproibidodevidoaumaProvisão

Realeoportuguêsfixou-secomooidiomadoBrasil,herdandováriasinfluênciasindígenas

eafricanas,devidoàescravidão.Comaindependência,em1822,oportuguêsfaladono

Brasilsofreunovasinfluênciasvindasdosimigranteseuropeus,queseinstalaramnocentro

suldopaís.Talfatoexplicaasvariaçõesdepronúnciaealgumasmudançassuperficiaisde

léxicoqueexistementreasdiferentesregiõesdoBrasil,quevariamdeacordocomofluxo

migratórioquecadaumarecebeu.Pormeiodaanálisedahistóriaépossívelcompreender

umpoucomelhoraorigemdacomplexidadedaLínguaPortuguesa.

Page 5: Ava Portuges

5

oficina

diversaslinguagensparaatrairpúblicosdistintos.Estaéumahabilidadeimprescindívelparaasua

nova jornada no universo acadêmico.

CLASSE DE PALAVRAS

Asclassesdepalavrassãocaracterizadaspelaspalavrasqueusamosdiariamente,sendo

divididasemdezclassesgramaticais,asaber:artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.Estaclassificaçãodepende,fundamental-mente,dasfunçõesqueelasexercememumaoração.

Vejamos:

“Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, questões de alta transcedência...”

Aoraçãoacimaéformadapordiferentespalavras,quesedividememclassesdistintas,entreelas:

• Numeral: quatro,cinco.• Substantivo:cavalheiros,noite,questões,transcendência.• Artigo: uma.• Conjunção: ou.• Verbo: debatiam.• Preposição: de.• Adjetivo: alta.

Observequealgumasclassespodemsofrermodificaçõesemsuaformaparaindicarflexõesdegênero,númeroegrau.Osubstantivocavalheiros,porexemplo,apareceflexionadonogêneromasculino e número plural. As classes que sofrem estas flexões são chamadas de variáveis:substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome e verbo. Asdemais:advérbio, preposição, conjunção e interjeiçãosãoinvariáveis,poisnãosofremmodificações.

Definições

Substantivoéapalavraqueusamosparanomearseres,coisaseideias.

Page 6: Ava Portuges

6

oficina

Estaclassificaçãonãosignificaquecadasubstantivotenhaapenasumaparticularidade.

Exemplo: •cachorro(comum,concreto,simpleseprimitivo).

Definições

Artigoéapalavraqueantecedeosubstantivoparadesigná-lodeformadeterminada(a,as,o,os)ouindeterminada(um,uns,uma,umas).

Os substantivos classificam-se em:

• Próprio: Maria,João,Brasil,Deus.

• Comum:menino,gato,colégio,rua.

• Concreto:Marcos,pedra,Terra,terra.

• Abstrato: amizade,ciúme,pensamento,fé.

• Simples:computador,caneta,carro,espelho.

• Composto: guarda-sol,fidalgo,passatempo,pedra-sabão.

• Primitivo:dente,café,pedra,flor.

• Derivado: dentadura,cafezal,pedreira,floricultura.

• Coletivo: cardume,exército,enxame,manada.

Classificam-se em:

• Definidos: a, as, o, os.

• Indefinidos: um, uns, uma, umas.

Page 7: Ava Portuges

7

oficina

Estaclassificaçãonãosignificaquecadasubstantivotenhaapenasumaparticularidade.

Exemplo:médico(comum,concreto,simpleseprimitivo). 1. Por favor, chamem um médico! 2. Por favor, chamem o médico!

Observe que, no primeiro exemplo, o substantivo médico não estava determinado,impossibilitando o reconhecimento domédico, tratando-se apenas de umprofissional qualquer.Entretanto,osegundoexemplodeixaclaraaespecificaçãodeumprofissionaldeterminado.

Adjetivoéapalavraquemodificaosubstantivo,expressandoumaqualidade,estadooucaracterística.

Numeraléapalavraqueexprimeumaquantidadeexatadeseres,ouumseremdeterminadaordem,ouaindafração,oumúltiplos.

Dividem-se em:

1. Explicativo:quandoindicaqualidadeessencialouinerenteaoser.

•Pedradura, água molhada, fogo quente.

2. Restritivo: quandoexpressaqualidadeacidentalaoser.

•Lindodia,colégioorganizado, bebida forte.

Classificam-se em:

1. Cardinais:indicamumaquantidadedeterminada.

•Umaluno,dois reais, cemdólares,duzentos gramas.

2. Ordinais: indicamordemouposição.

•Primeiroavião,milésimogol,décimo terceirocolocado.

Page 8: Ava Portuges

8

oficina

Definições

OsPronomessãopalavrasquerepresentamoserouaelesereferem,indicando-osapenascomopessoasdodiscurso(1ªpessoa-emissor,2ªpessoa-receptorou3ªpessoa-referente).

3. Multiplicativos: indicammultiplicação.

•Otriplodopreço,oquíntuplodasala,odobro de vezes.

4. Fracionários: indicamumafração.

•Dois quintosdasala,meio copod’agua,um quarto da turma.

Classificam-se em:

1. Pessoais: indicamaspessoasgramaticais.

•Retos - eu,tu,ele,nós,vós,eles.

•Oblíquos - me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, nos, conosco,

vos,convosco,o,os,a,as,lhe,lhes.

2. Possessivos: indicamposse.

1ª Pessoa:meu,minha,meus,minhas,nosso,nossa,nossos.

2ª Pessoa: te, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos.

3ª Pessoa: seu, sua, seus, suas.

Observação: Popularmente,ospronomespossessivosde2ªe3ªpessoasseconfundem no uso diário.

Exemplo: Marcelo, onde está seu carro?

(2ªPessoa)(3ªPessoa)

Page 9: Ava Portuges

9

oficina

Definições

Preposição é a palavra que serve de conectivo, ou seja, une termos em uma oração,estabelecendoinúmerasrelaçõesentreoantecedente(1ºtermo)eoconsequente(2ºtermo).

3. Demostrativo:indicamposição.

1ª Pessoa: este, esta, isto.

2º Pessoa: esse, essa, isso.

3º Pessoa: aquele,aquela,aquilo.

4. Interrogativos:sãoosindefinidosemfraseinterrogativas.

•Quem?Que?Quando?Qual?

5. Indefinidos: referem-se,demodoimpreciso,à3ªpessoa.

•Algum,alguém,ninguém,muito,nada,sicrano.

6. Relativos:referem-seatermosanteriores,ochamado“antecedente”.

•Que,Quem,O(s)qual,A(s)qual,Onde,Cujo(s)/a(s).

Classificam-se em:

1. Essenciais:a,ante,após,até,com,contra,de,desde,em,entre,para,perante,por,sem,sob,sobre,trás.(sãoseguidasdepronomeoblíquo).

2. Acidentais:como,conforme,afora,consoante,segundo,senão...(essaspreposiçõessãopalavrasdeoutrasclassesgramaticaisque,acidentalmente,funcionamcomopreposições.

Exemplo: A casa de Paulo fica a duas quadras daqui. (observe como apreposiçãodeestabeleceumarelaçãodepossedotermoantecedentecomootermoconsequente).

Page 10: Ava Portuges

10

oficina

Locuções prepositivas: conjunto de duas ou mais palavras, que tem o valor de umapreposição.Geralmenteseformamporadvérbio+preposição.

Exemplo:acercade,afimde,antesde,devidoa,atravésde.

Definições

Conjunções sãopalavrasqueligamoraçõesoupalavrasequivalentes.Classificam-seem:

• Coordenativas:ligamtermosoracionaisouoraçõessintaticamenteequivalentes,ouseja,deigualvaloroufunção.

• Subordinativas:ligamumaoraçãoaoutraqueneladesempenhaumafunçãosintática,ouseja,ligamumaoraçãoprincipalaumaoraçãoquelheésubordinada.

1. Aditivas: e, nem.Exemplo: LeonardoestudaeCarlostrabalha.

2. Alternativas: ou,ora...ora,já...já,quer...quer,etc.Exemplo: Ouvocêfazatarefa,ouvaitirarnotabaixanaescola.

3. Adversativas: mas,porém,contudo,todavia,entretanto,etc.Exemplo: Acabou-se o tempo das ressurreições, mas continua o dasinsurreições. 4. Conclusivas:logo,portanto,porisso,pois(depoisdoverbo).Exemplo: Penso,logoexisto.

5. Explicativas:que,porque,porquanto,pois(antesdoverbo).Exemplo:Nãováaoclube,poispoderáchover.

Page 11: Ava Portuges

11

oficina

Definições

Interjeiçãosãopalavrasinvariáveisquetransmitemestadosemotivos.

1. Integrante:que,se,como.Exemplo:Ninguémpercebeuqueeleviera.

2. Temporais:quando,enquanto,desdeque.Exemplo:Quandovocêfoiembora,meumundocaiu.

3. Proporcionais:quantomais...mais,àproporçãoque,àmedidaque.Exemplo: Quantomaissepeca,maisseafastadeDeus.

4. Finais: afimdeque,porque(=paraque),paraque.Exemplo: Chegouemcasa,afimdequeapegassenoflagra.

5. Causais:porque,vistoque,umavezque.Exemplo: Beatrizfoiaprovada,porqueestudavamuito. 6. Condicionais:se,caso,amenosque.Exemplo:Senãochoveramanhã,iremosaoclube.

7. Concessivas:embora,mesmoque,conquanto,sebemque.Exemplo:Emborafosseprolixo,nãoultrapassouotempoprevisto. 8. Conformativas: conforme, segundo, como.Exemplo:Elaestavameesperandonaporta,conformecombinamos.

9. Comparativas:como,tal...qual,menos...doque.Exemplo:Agarotalutoucomoumleão.

Page 12: Ava Portuges

12

oficina

Exemplo: • Salve!Salve!(saudação) •Ah!Comoachuvaébonita.(admiração) • Coragem!(animação)

Locuções interjetivas:expressãoformadapormaisdeumvocábulo,comvalordeinterjeição.

Exemplos: • Horasbolas! • NossaSenhora!

Advérbioéapalavraquemodificaumverbo,umadjetivo,outroadvérbioouumaoraçãointeira.Classificam-seem:

1. Advérbios de lugar: aqui,ali,lá,acolá,abaixo,acima,cá,perto,longeetc.Exemplo: Meuspaisresidiamaqui.

2. Advérbios de tempo: logo, agora, amanhã, depois, sempre, antes,raramente etc.Exemplo: Amanhã,chegaremosapraia.

3. Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, depressa, devagar,apressadamenteetc.Exemplo:Porqueagesassim?

4. Advérbios de intensidade: menos, muito, pouco, bastante, tão,completamenteetc.Exemplo: Aqueleshomenssãomuito fortes.

5. Advérbios de dúvida:provavelmente,talvez,quiçá,acasoetc.Exemplo: Provavelmente,elessairãodemadrugada.

6. Advérbios de afirmação: realmente, sim, deveras, positivamente,incontestavelmenteetc.Exemplo: Efetivamentenãoaceitaremosdesculpas.

Page 13: Ava Portuges

13

oficina

Observação: Osadvérbiossãopalavrasinvariáveis,istoé,nãosofremflexões.Observeoexemplo:

•Vocêviucomoaprofessoraestameia nervosa?

Apalavraemquestão(meia)estámodificandoumadjetivo(nervosa),ouseja,éumadvérbio,deveriaestarsemvariaçãoparaofeminino.

•Vocêviucomoaprofessoraestámeio nervosa?

Definições

Verboéapalavraqueexprimeação,estadooufenômenometeorológico.

Flexiona-seem: •Modo –indicativo,subjuntivoeimperativo. •Pessoa –primeira,segundaeterceira. •Número –pluralesingular. •Tempo–presente,pretéritoperfeito,pretéritoimperfeito,pretéritomaisqueperfeito,futurodopresenteefuturodopretérito. •Voz –ativa,passivaereflexiva.

7. Advérbios de negação: não,jamaisetc.Exemplo: Nãofomosconvidados,porémcomparecemosnoevento.

8. Advérbios de interrogação: onde,donde,aonde,como,quando.Exemplo: Quandofoiquevocêchegou?

Page 14: Ava Portuges

14

oficina

Modo prático para reconhecimento:

1. Modos verbais

•Omodoindicativoexpressaumacerteza.

Exemplo: Amei,jogarei,falava,contribuía,ri.

•Omodosubjuntivoexpressaumapossibilidade,umadúvidaouhipótese.

Exemplo: seeleperdesse,queeuame,quandoelefizer.

•Omodoimperativoexprimeumavontade,umdesejo,umaordem.

Exemplo:faça,coma,diga,liguem.

2. Vozes verbais

•Navozativaosujeitopraticaaaçãoverbal.

Exemplo: Ogarotoquebrouavidraça.

•Observequeosujeito(garoto)praticaaaçãoverbal.

Observe os exemplos:

1) “UmaCâmaracorruptaeviolentaconspirava contra os interesses de Sua Majestadeedopovo”.

Conspirava: verboconspirar,1ªou3ªpessoadosingular,pretéritoimperfeitodo indicativo.

2) “Provavelmente,senãochovesse, iríamos aoparque”.

Chovesse: verbo chover, 3ª pessoa do singular, pretérito imperfeito dosubjuntivo.

Iríamos:verboir,1ªpessoadoplural,futurodopretéritodoindicativo.

Page 15: Ava Portuges

15

oficina

•Navozpassivaosujeitosofreaaçãoverbal.

Exemplo: Avidraçafoiquebradapelogaroto.

•Navozreflexivaosujeitopraticaeaomesmotemposofreaação.

Exemplo: Ogarotosecortou.

•Osujeitopraticaaaçãodecortarquerecaisobresipróprio.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Osprincipaisprocessosdeformaçãodepalavras,dentrodaLínguaPortuguesa,seformam

deduasformas:

1. Composição: criaçãodeumanovapalavrapormeiodauniãodedoisoumaisradicais.

• Composição por justaposição:osradicaissejuntam,semocorreralteraçãofonética(mu-

dançadesom).

• Composição por aglutinação:osradicaissejuntamocorrendoalteraçãofonética.

Exemplos:

aguarda+chuva=guarda-chuva

asegunda+feira=segunda-feira

agira+sol=girassol

apassa+tempo=passatempo

apombo+correio=Pombo-correio

Page 16: Ava Portuges

16

oficina

Observe: Oquediferenciajustaposição de aglutinaçãoéofatodeocorrerounãoaltera-

çãofonética.

2. Derivação: formaçãodepalavrasnovasapartirdeumapalavraprimitiva.

• Prefixal:quandoseacrescentaumprefixoapalavraprimitiva. Exemplo: infeliz,repor,coexistir,desleal.

• Sufixal:quandoseacrescentaumsufixoapalavraprimitiva. Exemplo:felizmente, dormitório,lealdade,laranjal.

• Parassintética: quandoacrescentamosumprefixoeumsufixosimultâneosàpalavrapri-mitiva.

Exemplo: esfriar, amadurecer, empobrecer, desalmado.

• Regressiva: supressãodeelementos terminaisdapalavra.Ocorre,geralmente,deumverboparaumsubstantivoouvice-versa.

Exemplo: vender – a venda, combater – o combate, comunista – comuna,chinês–China.

• Imprópria:alteraçãodeclassemorfológica. Exemplos:

Ocantardospássarosmefaziasonhar.(nestecaso,cantarnãotemfunçãodeverbo,masdesubstantivo).

Onãoéumapalavradifícildeaceitar.(nestecaso,onãotemafunçãodesubstantivo).

Exemplos:

aágua+ardente=aguardente

aem+boa+hora=embora

aoutra+hora=outrora

Page 17: Ava Portuges

17

oficina

aPodemosencontrartambémoutrosprocessosdeformaçãodepalavras,asaber:

• Abreviação:formareduzidadecertaspalavras. Exemplo: cinema(cinematógrafo),pneu(pneumático),quilo(quilograma).

• Onomatopeia:palavrasqueprocuramreproduzirsonsouruídos. Exemplo: tique-taque, reco-reco, miau, pingue-pongue.

• Sigla: apresentaumcasoespecialdeabreviatura(masnãodeveserconfundidacomabre-

viação)formadageralmente,comasiniciaisqueasrepresentem.

Exemplos: ONU–OrganizaçãodasNaçõesUnidas. OAB–OrdemdosAdvogadosdoBrasil.

• Hibridismo:palavrasconstituídasporelementosdelínguasdiferentes. Exemplos:

buro+cracia(francês+grego).

auto+móvel(grego+latim).

goiá+beira(tupi+português).

CONCORDÂNCIA

DeacordocomMattosoCâmara(1974)“dá-seemgramáticaonomedeconcordânciaàcir-

cunstânciadeumadjetivovariaremgêneroenúmerodeacordocomosubstantivoaqueserefere

(concordâncianominal)eàdeumverbovariaremnúmeroepessoadeacordocomoseusujeito

(concordânciaverbal)”,ouseja,aconcordânciasefazpormeiodaacomodaçãodaspalavrasvari-

áveisaogênero,número,casooupessoadapalavraregente.

1. Concordância nominal: adjetivoconcordacomosubstantivoemgênero(masculinoefeminino)enúmero(singulareplural).

Exemplo: Alunosresponsáveis.

Page 18: Ava Portuges

18

oficina

Observequeosubstantivoestánomasculinoplural,consequentementeoadjetivotambém.

Exemplo: Mulher simpáticachamaaatenção.

Nestecaso,osubstantivoestánofemininosingulareoadjetivotambém.Caberessaltarque,

emalgunscasos,estaconcordânciapodesemodificar.Vejamosalgunsexemplos:

• Adjetivo colocado à frente de dois ou mais substantivos:nestecaso,oadjetivovaiparaopluralouconcordacomomaispróximo.

Exemplos:

Professor e diretora responsáveis. Lápisecaneta quebrada.

Observação: Seossubstantivosforemdegênerosdiferentes,optepelomasculinoplural. Exemplo: Ajunçãodoamarelo e o azul escuros formam a cor verde.

• Adjetivo antes de dois ou mais substantivos:concordacomotermomaispróximo. Exemplo: Videstruídosmeussonhoseplanos.

• Adjetivo composto:sóoúltimotermoflexiona-se. Exemplo:

Olhoscastanho-claros.

Senadores democrata-cristãos.

Exceçãoparasurdo-mudo,poisambosvariam.

• Adjetivo para cores:seapalavraqueindicacorforumadjetivo,deveráconcordarcomotermoaqualserefere,porém,seapalavraqueindicarcorforumsubstantivo,permaneceráinvari-

ável.

Exemplo:

Tapetesverde-musgo,saiasamarelo-ouro.

Olhosverdes,calçasvermelhas.

aObservequeparaosadjetivoscompostossegueamesmaregra.

Page 19: Ava Portuges

19

oficina

2. Concordância verbal: overbodeveconcordarcomosujeitoemnúmeroepessoa.

• Sujeito simples:overboconcordacomosujeitosimplesempessoaenúmero. Exemplo: Os estudantes fizeram asavaliações.

• Sujeito coletivo:overboficanosingular.Sevierseguidodeexpressãonopluralpodeirparaoplural.

Exemplos:

O enxame atacouaquelegaroto. O enxame de abelhas atacou (ou atacaram) aquelegaroto.

• Nome próprio plural:overboconcordacomoartigo,senãohouverartigooverboficanosingular.

Exemplos:

O amazonas nasce nos Andes.

Os Lusíadas exaltamagrandezadopovoportuguês.

SantoséumadasmaiorescidadesdeSãoPaulo.

• Pronome de tratamento:overboficasemprena3ªpessoa(ele). Exemplo:VossaAltezaengrandeceesteambiente.

• Ser Exemplos:

Os estudos são oquevocêsprecisam. Duzentos reais é pouco. Amanhãé dia 29 de janeiro.

É meio dia e meia.

São 12horasetrintaminutos.

SINTAXE DOS PRONOMES

Asintaxedecolocaçãosepreocupacomaadequadadistribuiçãodaspalavrasemumafra-

Page 20: Ava Portuges

20

oficina

se,afimdeseconseguirumaestruturasemambiguidades,ouseja,duplosentido.

Quandomontamosumaoração,aordemdos termospodevariardeacordocomoestilo

literário.

Chamamosdeordemdiretaacomposição:

Sujeito+verbo+complementosverbais+adjuntosadverbiais

• Observe o exemplo: Osalunosestudamdisciplinascomplexastodosossábados.

Nesteexemplo,temos:

•Osalunos–sujeito

•estudam–verbo

•disciplinascomplexas–complementoverbal

•todosossábados–adjuntoadverbial

1. Colocação dos pronomes

Paraentendermosacolocaçãodospronomes,primeiramente,devemosconhecerosprono-

mesquepodemsertrabalhadosemrelaçãoaosverbos.Sãoospronomesoblíquosátonos(me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes).

aOspronomesátonospodemocupartrêsposições:

1.1 Próclise: antes do verbo.

Exemplo: Nãosesabiaomotivodetantaamargura.

aSituações em que ocorre Próclise:

a) Com palavras ou expressões negativas: não,nunca,jamais,nada,ninguém,nem,demodoalgum.

Exemplo: Não se mexa,senãoelapodetepicar.

Page 21: Ava Portuges

21

oficina

b) Advérbios Exemplo: Aqui se vivecomsacrifício,masempaz.

Observesehouvervírguladepoisdoadvérbio,este(oadvérbio)deixadeatrairopronome.

Exemplo: Aqui, vive-secomsacrifício,masempaz.

c) Em frases interrogativas. Exemplo: Quando aviupelaultimavez?

d) Em frases exclamativas ou que exprimem desejo. Exemplo: Deus o abençoe!

e) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição em. Exemplo: Em setratandodela,tudoépossível.

f) Com verbos proparoxítonos (que não estejam no futuro do indicativo). Exemplo:Nóso censurávamos.

1.2 Mesóclise: no meio do verbo.

Exemplo: Dir-te-iapalavrasdóceis.

aSituação em que ocorre Mesóclise:

a)Comverbosnofuturodopresenteefuturodopretérito,semquehajafatordepróclise.

Exemplos:

Chegar-se-iacedoparaafesta. Chegar-se-ãocedoparaafesta.

1.3 Ênclise:depoisdoverbo. Exemplo:Oatacanteesqueceu-sedecomobalançararede.

aCasos em que ocorre ênclise

Page 22: Ava Portuges

22

oficina

a) Com o verbo no início da frase. Exemplo: Colocou-seadisposiçãodajustiça.

b) Com verbos no gerúndio não precedido de preposição em. Exemplo: Saiu deixando-nosporinstantes.

c) Com o verbo no infinitivo impessoal. Exemplo: Seria de bom tom contar-lhe tudo.

ESTRUTURA SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES

Paraentenderaestruturadeumafrasedevemos,primeiramente,distinguirasdiferenças

entreexpressõesque,coloquialmente,sãoutilizadasdeformainadequada.

1. Frase:qualquerenunciadocomsentidocompleto. Exemplos:

a)Socorro!

b)Bomdia.

c)Rua!

d)Fogo!

2. Oração:fraseoupartedeumafrasequeseestruturaemtornodeumverbooudeumalocuçãoverbal.Geralmente,écompostadedoiselementosbásicos:osujeitoeopredicado.

Exemplos:

a)Oaparecimentode“GrandeSertão:Veredas”causouenormeimpacto.

b)“Minhaterratempalmeiras”.

c)“AspalavrasdeAtanagildovibraramnocoração”.

Observequeemtodososexemplostemosumtermoverbal,oquepermitedefiní-lascomo

oração.

3. Período:éafrasequeseestruturaemtornodeumaoumaisorações.Podeser:

Page 23: Ava Portuges

23

oficina

3.1 Simples:contendoapenasumnúcleoverbal(chamadaoraçãoabsoluta) Exemplo:Aequipebrasileiradefuteboldesembarcou em Londres.

3.2 Composto:contendodoisoumaisnúcleosverbais.Dividem-seem:

a) Por coordenação:contémoraçõesindependentes,quepodemserseparadasemperío-

dossimples,semquehajaperdadesentido.Esteperíodosedivideem:

aSindético: comconjunçõesinterligandoasorações. Exemplo: Aquelegarotodança e cantacomoninguém.

Deacordocomoexemplo,temos:

•1ªoração:Aquelegarotodança.

•2ªoração:cantacomoninguém.

Observecomoutilizamosumaconjunção(e)entreasorações.

aAssindético:semconjunçõesinterligandoasorações. Exemplo: Vim, vi, venci.

Deacordocomoexemplo:

•1ªoração:Vim

•2ªoração:vi

•3ªoração:venci

Observequeentreasoraçõesnãoháconjunçõesapenasvírgulas.

b) Por subordinação:contêmoraçõesqueexercemumafunçãosintáticaemrelaçãoaou-

trasorações,estasoraçõessãochamadasprincipais.

Classificam-seem:

aSubstantivas:Subjetiva,Objetivadireta,Objetivaindireta,Predicativa,CompletivaNomi-

Page 24: Ava Portuges

24

oficina

naleApositiva.

Todasasoraçõessubordinadassubstantivaspodemsertrocadasporisso, disso ou nisso.

aAdjetivas,epodemser:ExplicativaseRestritivas.

aAdverbiais, epodemser:Causais,Finais,Temporais,Condicionais,Concessivas,Com-

parativas,Conformativas,ConsecutivaseProporcionais.

PONTUAÇÃO

SegundopontuaçõesdeBechara,“entendemospontuaçãoum‘sistemadereforçodaescri-

ta’,constituídodesinaissintáticos,destinadosaorganizarasrelaçõeseaproporçãodaspartes

dodiscursoedaspausasoraiseescritas.Estessinaistambémparticipamdetodasasfunçõesda

sintaxe,gramaticais,entonacionaisesemânticas”(EvanildoBechara,ModernaGramáticaPortu-

guesa,p.604).

Asdefiniçõesacimapermitementenderqueapontuação tempor finalidadeassinalaras

pausaseasentonaçõesnaleitura,separarpalavras,expressõeseoraçõesqueprecisamserdes-

tacadas-efazeresclarecimentosarespeitodealgoqueseescreveu.

1. Vírgula: basicamente,podemosidentificarousodavírgulanosseguintescasos:

Observe esse exemplo:

É importante que faças os exercícios - É importante isso (subjetiva)

1ª oração: É importante

2ª oração: que faças os exercícios. (oração subordinada substantiva subjetiva).

Page 25: Ava Portuges

25

oficina

• Separar o aposto Exemplo:CarlosDrummonddeAndrade,poeta brasileiro,éumdosmaisconsagradoses-

critoresdapoesiamundial.

• Separar o vocativo Exemplo: Senhor professor,porquemepersegues?

• Nas datas Exemplo:RibeirãoPreto,06 de setembro de 1973.

• Separar expressões explicativas Exemplo: Ousodasvírgulasnãoéalgocomplicado,isto é,necessita-sedecompreensão.

• Advérbio deslocado Exemplo: Naquela manhã de primavera,conheciaverdadeirarazãodeviver.

• Separar elementos de mesma função sintática: Exemplo:Aquelaluzeraparamimmeurefúgio, fortaleza, socorro e esperança.

Observação: Constituierrogravecolocarvírgulas entre sujeito e verbo, e verbos e seus complementos.

Exemplos:

O professor, mandouchamarseusalunos. Naquelaprovíncia,todosamavam, o crepúsculo.

2. Ponto e vírgula

Utilizamosparadiferenciarousodeumavírgulaeparasalientarumapausamaior.

Exemplo:“D.Evaristafaziaesforçosparaaderiraestaopiniãodomarido;mas,aindades-

contandotrêsquartaspartes...”.

Page 26: Ava Portuges

26

oficina

3. Dois pontos

Anunciamumacitação,ouumaenumeração,ouumesclarecimento,ouumasíntesedoque

se acabou de dizer.

Exemplos:

a)“Vilelanãorespondeu:tinhaasfeiçõesdecompostas...”.

b)Oalunofoiparaaexcursãolevando:dinheiro,umasacola,cartãodecrédito,emuitavon-

tade.

4. Reticências

Usamosparainterromperumpensamento.

Exemplo: “Oalienistamalpodiadissimularoassombro;confessouqueesperavaoutracou-

sa,oarrasamentodohospício,aprisãodele,odesterro,tudo,menos...”.

5. Aspas

Utilizamosparadestacartermosestrangeiros,gírias;identificartermosdeoutroautor;real-

çarnomesdeobraseautores.

Exemplos:

a)Meulivrofavoritoé:“DomCasmurro”.

b)“Acasacaiu”paraaquelaquadrilha.

6. Travessão

Utilizamosparasubstituirasvírgulas,parainiciardiscursodiretoesubstituirosparênteses.

Exemplos:

a)-Ondevocêmora?

b)Umdomingo–nuncaesqueceuessedomingo–passeavapelocampoeencontrou-a.

Page 27: Ava Portuges

27

oficina

CRASE

Craseéafusãooucontraçãodeduasvogaisidênticas.Representa-segraficamenteacrase

peloacentograve.(`).

Paraasuautilizaçãodeve-se,primeiramente,entenderoquesignificaestafusão:

Énecessáriohaver:

a)umtermoqueexijaapreposiçãoa.

b)outrotermoqueaceiteoartigoa.

Exemplo: Fizeram referências àfilhadogovernador.

Observequeotermo“referência”exigeumapreposição(a)eotermo“filha”exigeoartigo

(a).Destaformafundimosasduasvogais.(a+a=à)

Paratermoscertezadequeo“a”aparecerepetido,bastautilizarmosalgunsartifícios:

•Substituaapalavrafemininaporumamasculinacorrespondente.Seaparecerao ou aos diantedepalavrasmasculinas,éporqueocorreacrase.

•Substituaoa porpara ou para a.Seaparecerparaa,ocorreacrase:

Exemplos:

Dirigiram-se àescola.

Dirigiram-se aocolégio.

Respondiàsquestões.

Respondiaosquestionários.

Page 28: Ava Portuges

28

oficina

•Substituaoverbo ir peloverbovoltar.Seapareceraexpressãovoltar da,éporqueocorrea crase.

• Não ocorre a Crase

a)Antesdepalavrasmasculinas.

Exemplo: Aquelehomemnãogostavadeandar a cavalo.

b)Antesdepronomes.

Exemplo: Odinheiropertenciaa ela.

c)Antesdeverbosnoinfinitivo.

Exemplo: Ocomércioabriráa partir de sábado.

d)Comexpressõesrepetidas.

Exemplo: Dia a diaomundoiadesabandosobreminhacabeça.

Exemplos:

Enviarei uma carta a você.

Enviarei uma carta para você.

Fui à França.

Fui para aFrança.

Exemplos:

Iríamos a SãoPaulo.

VoltaríamosdeSãoPaulo.

Page 29: Ava Portuges

29

oficina

e)Quandoo“a”vemantesdeumapalavranoplural:

Exemplo:QuedadaBovespacausatemora empresárias.

f)Antesdepronomesdetratamento,exceçãofeitaasenhora,senhorita,donaemadame.

Exemplo: Dirigiu-se aVossaExcelênciacommuitacordialidade. Acorrespondênciaéendereçadaà madame.

• Crase facultativa

a)Antesdenomesprópriosdepessoasfemininos.

Exemplo: Refiro-meà(a)Marina.

b)Antesdepronomespossessivosfemininos.

Exemplo:Dirija-seà(a)suacomarca.

c)Depoisdapreposiçãoaté:

Exemplo: Fuiatéà(a)lanchonetedaescola.

• Casos particulares

a)Quandoapalavracasaéempregadanosentidodelarenãovemdeterminadaporne-

nhumadjuntoadnominal(especificador),nãoocorreacrase.

Exemplos:

Chegueiacasaparaaveriguarosdanos.

Volteiàcasademeuspais.

b)Quandoapalavraterraforutilizadaparadesignarchãofirme,nãoocorrecrase.

Exemplos:

Ospirataschegaramaterraparabuscarasriquezas.

Fuiàterrademeusantepassados.

Page 30: Ava Portuges

30

oficina

Observaçõescomplementares:

a)Nasindicaçõesdonúmerodehoras.Seahoravierdeterminada,ocorrecrase.

Exemplo: ChegaremosaSãoJoãoàsnovehoras.

b)Seahoranãoestiverdeterminadanãoocorreacrase.

Exemplo:ChegaremosaSãoJoãodaquiaumahora.

c)Naexpressãoàmodade,mesmoqueapalavramodavenhaoculta:

Exemplo: Jantamosumbifeà(moda)parmegiana.

d)Apalavradistânciasóadmiteartigoquandoestiverespecificada.

Exemplos:

Fiqueadistância.

Minhacasaficaàdistânciade2kmdaqui.

REGÊNCIA VERBAL

Trata-sedasrelaçõesdedependênciasentretermosdaoração(termosregentesetermos

regidos).Chamamosregentesaostermosqueprecisamdecomplementosederegidosaostermos

quecompletamosentidodoprimeiro(Objetos).

Éimportanteconhecerostermos:

aRegentes – Verbos aRegidos – Complementos=Objetos aVTD – verbo transitivo direto

aVTI – verbo transitivo indireto

aVI – verbo intransitivo

aVTDI – verbo transitivo direto e indireto

aOD – objeto direto

aOI – objeto indireto

Page 31: Ava Portuges

31

oficina

Atenteparaadiferençaentrecomplementonominaleobjetoindireto.

Lembre-se de que: •Objetoindiretocompletaosentidodeumverbo.

•Complementonominalcompletaosentidodeumnome(substantivoeadjetivo).

Veja o exemplo:

Enviei uma cartaparaminhaamada.

Nesteexemplo,temos:

• Regente:enviei(verbo)

• Regido: umacarta(objeto)

Observequeoverboenviarnecessitadeumcompleto(regente),quenestecasoéumacarta

(regido).

Observe o próximo exemplo:

Tenhomedodeescuro.

Nestecaso,“deescuro”completaosentidodosubstantivo“medo”.Temosentão:

• Regente:medo(substantivo)

• Regido: deescuro(complementonominal)

Noportuguês,asrelaçõesentreverboseseuscomplementosvariamdeacordocomcada

verbo,poisalgunscomplementosvirãopreposicionados,sendofundamentalconheceratransitivi-

dadeverbal.Observeostiposdeverbos:

a) Verbos transitivos diretos:sãoverbosquenecessitamdecomplementos,eestesseligamdiretamenteaeles,ouseja,nãohápreposição.

Exemplos:

“Oalfereseliminouohomem”. Maria amavaaartecomoninguém.

Page 32: Ava Portuges

32

oficina

Observequeostermosquecompletamosverbosnãovêmregidosdepreposição.

b) Verbos transitivos indiretos:sãoverbosquenecessitamdecomplementos,eestesvêmpreposicionados.

Exemplos:

As garotas gostavamdesuasférias.

Oministrofoiaopaláciodoplanalto.

Observequeostermosquecompletamosverbosvêmregidosdepreposição(de,a).Neste

exemploháumacombinaçãodeumapreposiçãomaisumartigo(ao).

c) Verbos transitivos diretos e indiretos:sãoverbosqueadmitemduasconstruções,umatransitiva direta, outra indireta.

Exemplos: Osfuncionáriosreceberamopagamentodeseuspatrões.

Observequeesteexemplotrazdoiscomplementos:o pagamento (sempreposição)ede seus patrões (compreposição).

d) Verbos intransitivos: estesverbosnãonecessitamdecomplementos. Exemplo: Todoserhumanoama.

e)Casoestesverbosvenhamseguidosdeexpressãocomplementar,estanãoserácomple-

mentoverbal,esim,adjuntosadverbiais.

Exemplo: Chegueiaestacasanumaprimavera.

Nesteexemplo,“aestacasanumaprimavera”:adjuntoadverbialdelugaretempo.

Regência de alguns verbos

• Assistir

a) No sentido de ver (VTI). Exemplo: Assistimosaoespetáculoempé.

Page 33: Ava Portuges

33

oficina

b) No sentido de cuidar (VTD). Exemplo: Osmédicosassistemospacientes.

c) No sentido de morar (VI) Exemplo:MeussobrinhosassistememSãoJoão.

• Aspirar

a) No sentido de respirar (VTD). Exemplo: Nósaspiramosumarpuro.

b) No sentido de desejar (VTI). Exemplo: Osestudantesaspiramaumacarreiradesucesso.

• Visar

a) No sentido de apontar (VTD) Exemplo:Viseiocentrodoalvo.

b) No sentido de objetivar (VTI) Exemplo: Commeusestudos,euvisoaumcargomelhor.

Háverbosqueadmitemmaisdeumaregência.

• Casar

Exemplos:

VTD–Minhaprimanãoquersecasarantesdostrinta.

VTI–Nãoencontroumapessoaparasecasarcomminhafilha.

• Lembrar

Exemplos:

VTD–Lembreioseunome.

Page 34: Ava Portuges

34

oficina

VTI–Lembrei-medoseunome.

• Chamar

Exemplos:

VTD–Minhamãechamouapolícia.

VTI–Meusfilhoschamavampormim.

TIPOS DE DISCURSO

Discursossãoasnormastextuaisqueutilizamosparanosreferir,noenunciado,àspalavras

oupensamentosdonossointerlocutor.Napráticasetratadafalaemumtexto.

Osdiscursossedividememtrêstipos:

1. Discursos direto: éareproduçãofieletextualdosdiálogosdapersonagem.Geralmente,osdiscursosdiretosaparecemantecedidosportravessãoouaspas.

Exemplos:

Queéquevocêtem?

Nãotenhonada.

Nada?Parecequeestádormindo!

2. Discurso indireto:nestediscurso,onarradorexprimeindiretamenteafaladaspersona-

gens.Onarradorsecolocacomoumouvinteeretrataasfalasdemaneiraindireta.Comotrata-se

deumareprodução,hánecessidadedemostrarodiálogo,sendoindispensávelapresençadever-

bosdeelocução(verbosqueusamosparaintroduzirdiálogos–falar,responder,dizeretc).

Exemplo:

Leonardodissequenãosairiadecasa.

Observeque,nestediscurso,onarradorreproduza faladapersonagempormeiodeum

Page 35: Ava Portuges

35

oficina

verbodeelocução(dizer).Setransportamosparaodiscursodireto,teremos:

-NãosaireidessaCasa!DisseLeonardo.

Nestediscurso,ousodoverbodeelocuçãoéfacultativo.

3. Discurso indireto livre: esteéumamescladosoutrosdoisdiscursos.Éconsideradoomaiscomplicado,poisonarradorreproduzasfalascomoseelepróprioestivessefalando.

Exemplo:

Carolinajánãosabiaoquefazer.Estavadesesperada,comafomeencarrapitada.

Que fome! Que faço? Maspareciaqueumaluzexistia…

Observequeodiscurso indireto livre(trechoemnegrito) reproduza faladapersonagem,

porémnãoseencontrapontuação,ouseja,travessãoouaspas,tampoucoverbosdeclarativos.

uTransposição de discurso

Parasetransporodiscursodiretoparaoindireto,deve-seobservarasseguintesmodifica-

çõesjuntoaosverbos:

Presente Pretérito Imperfeito Oprofessordisse: Oprofessordissequeiria. - Eu vou.

Pretérito Perfeito Pretérito mais que perfeito -Porquevocênãojantouontem? Perguntou-lheporquenãojantaraontem.

Futuro do presente Futuro do pretérito -Nãoirieiàcasadepapai! Joanaargumentouquenãoiriaàcasade ArgumentouJoana. seupai.

Page 36: Ava Portuges

36

oficina

Imperativo Pretérito do subjuntivo Marina,áspera,gritou: Marina,áspera,gritouparaquesaíssede -Saiadaminhafrente! suafrente.

Observecomonatransposiçãodediscursoosverbosdeelocuçãonãomudamdetempo,somenteosverbosdosdiscursoséquesemodificam.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Nãopodemosconfundirafalacomaescrita.Apesardehavercorrelações,oatodeescrever

émuitodiferentedoatodefalar.Eagrandediferençareside,essencialmente,nofatodointerlo-

cutorestarpresentenahoradafalaeausentenomomentoemqueescrevemos.Quandofalamos,

qualquerproblemanainterpretaçãooucompreensãopodeserimediatamenteretomadoesolucio-

nadopormeiodeumainterrupçãodequemnosouça;alémdoque,quandoconversamosousomos

ouvidos,outroscomponentesda“fala”formamumambientepropício:gestos,expressõesfaciais,

tonsdevozquecompletam,modificam,reforçamoquedizemos.

Na fala tambémpodemacontecer variaçõesdepronúncia, vocabulárioegramática, pois

cadaregiãodeterminaasualíngua.Cabesalientarqueasvariaçõeslinguísticasnãoocorremso-

menteemregiõesdiferentes,poisnumadeterminadaregiãoexistetambémasvariaçõesdialetais

etárias,sociais,referentesaosexomasculinoefemininoeestilístico.

Veja outro exemplo:

RIODEJANEIRO—Em1973,fuitrabalharnumarevistabrasileiraeditadaemLisboa.Logo

noprimeirodia,tiveumaamostradasdeliciosasdiferençasquenosseparavam,anóseaos

portugueses,emmatériadelíngua.Houveumproblemanobanheirodaredaçãoeeudisseà

secretária:“Isabel,porfavor,chameobombeiroparaconsertaradescargadaprivada.”Isabel

franziuatestaesóentendeuasquatroprimeiraspalavras.Pelovisto,euestavalhepedindo

quechamasseaBandadoCorpodeBombeirosparadarumconcertoparticularquemar-

chassedobradonaredação.Porsorte,umcolegabrasileiro,emLisboahaviaalgumtempo

Page 37: Ava Portuges

37

oficina

ejáescoladonosmeandrosdalíngua,traduziuorecado:“Isabel,chameocanalizadorpara

repararoautoclismodaretrete.”EsóentãoobelorostodeIsabelseiluminou.(RuyCastro,

FolhadeS.Paulo).

Esteexemplomostracomoalínguaportuguesanãoéumaentidadehomogênea,monolí-

tica.É,naverdade,umaabstração,poiselaabarcatodaumasériedevariantes,queconstituem

manifestaçõesourealizaçõesconcretasdesimesma.Estaabstraçãoéumbomexemplodoque

chamamosvariantes linguísticas.Empregamosvocábulosdiferentes, emdiversos lugares, para

designaramesmarealidade,nãosetratandodeumequívocolinguístico,pelocontrário,émanifes-

taçãocriativadoserhumano.

Podemosenumerardiversasvariaçõeslinguísticas,vejamosalgumasdelas:

aPopular

aSertanejo

aRural

aFormal

aInformal

aRegional

Hácertadificuldadedeentendimentooudeaceitaçãodeformasalternativas.Entretanto,a

realidadenosensinaquehávarianteslinguísticasválidase,emrazãodisso,acompreensãode

umalínguanãodeve-sepautarem“certoouerrado”,mas“adequadoouinadequado”dependendo

dasituação.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Primeiramente,paramelhorcompreensãodasfunçõesdelinguagem,torna-senecessárioo

estudodoselementosdacomunicação.Sãoeles:

1. Emissor: envia uma mensagem.

2. Receptor: recebe a mensagem.

3. Mensagem: conteúdotransmitidopeloemissor.

Page 38: Ava Portuges

38

oficina

4. Código: conjuntodesignosusadonatransmissãoerecepçãodamensagem. 5. Referente:contextorelacionadoaemissorereceptor. 6. Canal:meiopeloqualcirculaamensagem.

Funções da linguagem

1. Função emotiva (ou expressiva) Centralizadanoemissor,revelandosuaopinião,suaemoção.Quandoháênfasenoemissor

(1ªpessoadosingular).Elaapresentamarcassubjetivasdequemfala.

Exemplo:

“Sentiaummedohorríveleaomesmotempodesejavaqueumgritomeanunciassequalquer

acontecimentoextraordinário”.

2. Função referencial (ou denotativa) Centralizadanoreferente,quandooemissorprocuraoferecerinformaçõesdarealidade.Ob-

jetiva,direta,denotativa,prevalecendoa3ªpessoadosingular.Certamenteamaiscomumemais

utilizadanodiaadia.

Exemplo:

“Seleçãobrasileiraderrotajaponesa”.

3. Função apelativa (ou conativa) Centraliza-senoreceptor;oemissorprocurainfluenciarocomportamentodoreceptor,bus-

candomobilizarasuaatenção.Comooemissorsedirigeaoreceptor,écomumousodevocativo

eimperativo.Usadacomumentenaspropagandas,poissedirigemdiretamenteaoconsumidor.

Exemplos:

“Fazum21.”

“VempraCaixavocêtambém.”

4. Função fática Centralizadanocanal,tendocomoobjetivomanteraconexãoentreosfalantes.Linguagem

Page 39: Ava Portuges

39

oficina

dasfalastelefônicas,saudações.

Exemplos:

Alô!

“Um,dois,testando...”

5. Função poética Centralizadanamensagem,valorizaaparteestética,ouseja,usodepalavrasfiguradas,

combinaçõesemrimasemetáforas.Encontramosestafunçãoemtextospoéticos,namúsica,no

teatro,napinturaetc.

Exemplo:“Opoetaéumfingidor

Fingetãocompletamente

Quechegaafingirqueédor

Adorquedeverassente.”

(FernandoPessoa)

6. Função metalinguística Centralizadanocódigo,visaàtraduçãodocódigopormeiodoprópriocódigo.Encontramos

estafunçãoemproduçõesdetextosquesevalemdoprópriotextoparaseelaborar.Osdicionários

sãometalinguísticosporexcelência.

Exemplo:

Amor:substantivomasculino,sentimentoqueinduzaaproximar.

Nesteexemplo,observequeháexplicaçãodeumapalavra,pormeiodeoutraspalavras.

É importante ressaltarqueummesmo textopodemaparecervárias funções

dalinguagem.Deve-seidentificarqualafunçãoquepredominanotexto,para

entãodefini-lo.

Page 40: Ava Portuges

40

oficina

FIGURAS DE LINGUAGEM

Quandoelaboramosumtexto,utilizamosumestiloinconscientemente,ouseja,empregamos

palavrasquemaisseadaptamaotextoredigido.Aprincipalmaneiradevalorizarumtextoéutilizar

umrecursoqueenriqueçaseuestiloe,paraisso,sevalemasfigurasdepalavras.Elasrevelam

muitodasensibilidadedequemasproduz,traduzindoparticularidadesestilísticasdoautor.Apala-

vraempregadaemsentidofigurado,nãodenotativo,passaapertenceraoutrocampodesignifica-

ção,maisamploecriativo.

Poressemotivo,quandoumtextoestábemredigido,nãosignifica,necessariamente,que

estejabemescrito,masqueaescolhadaspalavrasfoiadequada.Asfigurasdelinguagemclassifi-

cam-seem:

1. Figuras de palavras

a) Comparação: éaaproximaçãoentredoiselementosqueseidentificam,ligadosporco-

nectivoscomparativos.

Exemplo:

“Meupensamentoécomoumriosubterrâneo.”

b) Metáfora: éoempregodeum termocomsignificadodiferentedohabitual, combasenumarelaçãodesemelhançaentreosentidopróprioeosentidofigurado.

Exemplo:

“Oamoréfogo...”.

c) Metonímia: éa substituiçãodeumapalavrapor outra, havendoentreambasalgumasemelhança.Éconhecidacomoapartepelotodo,ouseja,utiliza-seumapalavraquesubmetaao

todo.

Exemplo:

Porfavor,devolva-meoNeruda!

Page 41: Ava Portuges

41

oficina

d) Catacrese:éumametáforadesgastada,emqueousodestaexpressãojáfazpartedovocabulário.

Exemplos:

manga da camisa.

céudaboca.

e) Sinestesia: éafusãodesensaçõespercebidaspordiferentesórgãosdosentido.

Exemplo:

Olheessearoma.

Nesteexemplo,observequeutiliza-seolhar emlugardesentir.

f) Antonomásia: consisteemsubstituirumnomeporumaexpressãoqueoidentifiquecomfacilidade.

Exemplos:

PeléfoiomaiorartilheirodoBrasil.

Pelé–EdsonArantesdoNascimento.

g) Alegoria:éoconjuntodemetáforas.

Exemplo:

“Avidaéumaopera.Otenoreobarítonolutampelosoprano,empresençadobaixoedos

comprimários...”.(MachadodeAssis)

2. Figuras de pensamento

a) Antítese: éaaproximaçãodetermoscontrários,depalavrasqueseopõempelosentido.

Exemplo:

“Osjardinstêmvidaemorte.”

Page 42: Ava Portuges

42

oficina

b) Hipérbole: éaexagerodeumaideiacomfinalidadeenfática.

Exemplo:

“Choreiriosdelágrimas.”

c) Paradoxo:éaaproximaçãodeideiascontrárias.

Exemplo:

“Oamoréfogoqueardesemsever.”

d) Ironia:éafiguraqueapresentaumtermoemsentidoopostoaousual,obtendo-se,comisso,efeitocríticoouhumorístico.

Exemplo:

“AexcelenteDonaInáciaeramestranaartedejudiardecrianças.”

e) Prosopopeia:consisteematribuircaracterísticashumanasaseresecoisasinanimados.Tambémchamadadepersonificação.

Exemplo:

Cuidado,asparedestemouvidos.

f) Gradação: ocorregradaçãoquandoháumasequênciadepalavrasqueintensificamumamesma ideia.

Exemplo:

“Umcoraçãochagadodedesejos,latejando,batendo,restrugindo”.

g) Apostrofe:éumchamamento,correspondeaovocativonaanálisesintática.

Exemplo:

“SenhorDeusdosdesgraçados!

Dizei-mevós,SenhorDeus!”

Page 43: Ava Portuges

43

oficina

3. Figura de sintaxe

a) Elipse:consistenaomissãodeumtermofacilmenteidentificávelpelocontexto.

Exemplo:

“Morremosdiaadia.”

-Elipsedopronome(nós)

b) Hipérbato:éainversãodetermossintáticosdentrodeumaoração.

Exemplo:

“Naquelamanhã,brincavamascriançasnoparque”.

c) Zeugma: consistenaomissãodeumtermojáaparente.

Exemplo:

“Rubiãofezumgesto,Palhaoutro;masquãodiferentes.”(fez)

d) Silepse:consistenaconcordânciaideológica,ouseja,aconcordâncianãosedácomapalavra,massim,comaideia.Asilepsepodeser:

aDe gênero Exemplo:

VossaExcelênciaestápreocupado.

a De número Exemplo:

“Corriagentedetodoslados,egritavam”.

aDe pessoa Exemplo:

“Agentesomosinútil”.

Page 44: Ava Portuges

44

oficina

e) Pleonasmo:éarepetiçãodamesmaideiacujafinalidadeéreforçaramensagem.

Exemplo:

“Ómarsalgado...”.

f) Polissíndeto:éarepetiçãodeconjunções.

Exemplo:

Eria,edançava,epulava,enãosecansava.

4. Figuras de harmonia

a) Aliteração: éarepetiçãodamesmaconsoante.

Exemplo:

“Danoiteatardeeataciturnatrovasoluça...”

b) Assonância:éarepetiçãoordenadadesonsvocálicosidênticos.

Exemplo:

“SouAna,dacama

dacana,fulana

souAnadeAmsterdam”

(ChicoBuarque)

c) Onomatopeia:ocorrequandoumapalavraimitaumruídoousom.

Exemplos:

Tic-tac!–relógio.

Atchim!–espirro.

Miau! – miado.

Page 45: Ava Portuges

45

oficina

INTERTEXTUALIDADE

Aintertextualidadepodeserdefinidacomoum“diálogo”entretextos.Essediálogopresupõe

umamploecomplexouniversocultural,queimplicaaidentificaçãoeoreconhecimentoderemis-

sõesaobrasouatrechosmaisoumenosconhecidos.Aintertextualidadepodeterfunçõesdiferen-

tes,quedependemdostextos,contextosemqueestáinserida.

Napráticaacontecequandoháumareferênciaexplícitaouimplícitadeumtextoemoutro.

Exemplo:

TextoOriginal

“Minhaterratempalmeiras

Ondecantaosabiá,

Asavesqueaquigorjeiam

Nãogorjeiamcomolá”.

(GonçalvesDias,“Cançãodoexílio”)

aAgoraobserveotextodeCarlosDrummonddeAndrade:

“Meusolhosbrasileirossefechamsaudosos

Minhabocaprocuraa‘CançãodoExílio’,

Comoeramesmoa‘CançãodoExílio’?

Eutãoesquecidodeminhaterra...

Aiterraquetempalmeiras

Ondecataosabiá!”.

(CarlosDrummonddeAndrade,“Europa,FrançaeBahia”).

OpoetaCarlosDrummonddeAndraderetomaotextoprimitivo,conservandosuasideias.

Nãohámudançadosentidoprincipaldotexto,queéasaudadedaterranatal.

Alémdetextos,aintertextualidadepodeocorreremoutrasformasliterárias,comonamúsi-

ca,pintura,filme,novelaetc.Bastaqueumaobrafaçaalusãoàoutra.

Page 46: Ava Portuges

46

oficina

Entretanto,paracompreenderapresençadestemecanismoemumtexto,énecessárioque

apessoadetenhaumaexperiênciademundoeumnívelculturalsignificativo.(www.infoescola.com)

Dicas de Leitura

O Guardador de RebanhosOGuardadordeRebanhoséumpoemaconstituídopor49 textosescritospelo

heterônimoFernandoPessoa,AlbertoCaeiro,em1914.FernandoPessoaatribuiu

suagênesesaumaúnicanoitedeinsôniadeCaeiro.

A MetamorfoseAMetamorfose(Die Verwandlung,emalemão),éumcontoescritoporFranzKafka,

publicadopelaprimeiravezem1915.Nolivro,opersonagemGregorSamsa,um

caixeiro viajante, possui preocupaçõesquepassampor: pensamentospráticos,

relacionadosasuametamorfose,bemcomoconflitospsicológicosesentimentais.

IracemaIracema(ouIracema, lenda do Ceará)éumromancedaliteraturaromânticabra-

sileira,publicadoem1865,escritoporJosédealencar.Oromanceconta,deforma

poética,oamorquaseimpossívelentreumbranco,MartimSoaresMoreno,pela

índiaIracema,avirgemdoslábiosdemeledecabelosmaisnegrosqueaasada

graúna.Explica,poeticamente,asorigensdaterranataldoautor,oCeará.

O AlienistaMachadodeAssisretratapormeiodaobsessãocientíficadoDr.SimãoBaca-

marteedesuasconsequênciasparaavidadeItaguaí,acríticaaimportação

insdiscriminadadeteoriasdeterministasepositivistasemnossopaís.

Page 47: Ava Portuges

47

oficina

O Crime do Padre AmaroO Crime do Padre AmaroéumadasobrasdoescritorportuguêsEçadeQuei-rósmaisdifundidaspor todoomundo.Trata-sedeumaobrapolêmica, que

causouprotestosdaIgrejaCatólicaaoserpublicada,em1875,emPortugal.

TratadoromanceentreAmaroeajovemAmélia,quesurgenumambienteem

queoprópriopapeldareligiãoéalvodegrandesdiscussõeseamoralidadede

cadaumépostaàprova.Enquantoatrágicahistóriadeamorsedesenvolve,

personagenssecundáriostravaminstigantesdebatessobreopapeldafé.

Saiba Mais

Assistaaosvídeosaseguireamplieseuconhecimento.

Cliquenaimagem,acesseo linkedescubra,sempreciosismos,asdificuldadeslinguísticasque

enfrentamosaofalaronossoidioma.(ProfessorPasquale).

Tire dúvidas como:•QuandousarPorque,Porque,PorquêouPorquê.

•Oloboémauoumal?

Referência

CÂMARA JR., J. Mattoso. Dicionário de filologia e gramática referente à língua portuguesa. 5.ed. refundida e aumentada. Rio de Janeiro: J.Ozon,1974.

Page 48: Ava Portuges