Autores prosa modernista 2º fase

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MODERNISMO (2 a FASE): PROSA Influenciados pelo Realismo do século XIX e pelo regionalismo romântico, os romancistas de 1930 investigaram as relações sociais, denunciando a fome, a seca, a miséria, a ignorância e a opressão, sobretudo do homem nordestino. Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Verissimo, entre outros, são os autores do chamado Neorrealismo ou Regionalismo modernista.

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MODERNISMO (2a FASE): PROSA

Influenciados pelo Realismo do século XIX e pelo regionalismo romântico, os romancistas de 1930 investigaram as relações sociais, denunciando a fome, a seca, a miséria, a ignorância e a opressão, sobretudo do homem nordestino. Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Verissimo, entre outros, são os autores do chamado Neorrealismo ou Regionalismo modernista.

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Segunda geração (1930-1945)

Cornélio Pena (1896-1958) Cyro dos Anjos (1906-1994) Érico Veríssimo (1905-1975) Graciliano Ramos (1892-1953) Jorge Amado (1912-2001) José Américo de Almeida (1887-1957) José Lins do Rego (1901-1957) Lúcio Cardoso (1913-1968) Marques Rebelo (1907-1973) Octávio de Faria (1908-1980) Patrícia Galvão (1910-1962) Rachel de Queiroz (1910-2003)

Principais Autores – Prosa

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GRACILIANO RAMOS (1892-1953)

Mais importante prosador da geração de 1930

Dedicou-se à literatura, à política e ao jornalismo.

Seu estilo caracteriza-se pela síntese, economia no uso de advérbios e adjetivos, seleção precisa dos substantivos e ausência de sentimentalismo.

Publicou:

• Caetés (1933), em que relata o amor entre o narrador João Valério e Luísa, em Palmeira dos Índios.

• São Bernardo (1934), cujo protagonista e narrador, homem bruto de origem humilde, ascende socialmente e a qualquer custo.

• Angústia (1937), em que explora a vida do narrador-personagem Luís da Silva, um funcionário público frustrado.

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Seus romances caracterizam-se pelo relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens com uma linguagem precisa, enxuta e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva. Seu romance de estreia, Caetés (1933), gira em torno de um caso de adultério ocorrido numa pequena cidade do interior nordestino. São Bernardo (1934), uma de suas obras-primas, narra a ascensão de Paulo Honório, rico proprietário da fazenda São Bernardo. Com o objetivo de ter um herdeiro Paulo Honório casa-se com Madalena, uma professora de ideias progressistas. O ciúme e a incompreensão de Paulo Honório levam-na ao suicídio. Trata-se de um romance admirável, não só pela caracterização da personagem, mas também pelo tratamento dado à problemática dos indivíduos. Angústia (1936), é a história de uma só personagem, que vive a remoer a sua angústia por ter cometido um crime passional. Entre suas obras autobiográficas, destaca-se Memórias do Cárcere (1953), depoimento sobre as condições dramáticas de sua prisão durante o governo do ditador Getúlio Vargas. Em Vidas Secas (1938) narra a história de uma família de retirantes que abandona sua terra atingida por uma forte seca. A secura do ambiente e a dureza da vida vai embrutecendo os personagens .

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GRACILIANO RAMOS (1892-1953) Em 1938, publicou Vidas secas, seu único romance narrado em terceira pessoa.

Infância (1945) e Memórias do cárcere (1953) são autobiográficos que narram, respectivamente, o duro universo infantil do autor e o período em que passou na prisão.

Capa da primeira edição deVidas secas, 1938

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Graciliano Ramos, em 1948

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RACHEL DE QUEIROZ (1910-2003)

Nascida em Fortaleza, migrou para o Rio de Janeiro devido à grande seca em 1915. Esse episódio serviu de inspiração para O quinze (1930).

Militante do Partido Comunista, foi perseguida pela ditadura do Estado Novo, ficando presa por três meses.

Seu estilo é marcado pelo intenso uso do discurso direto e análise psicológica das personagens.

Destacam-se seus romances João Miguel (1932), Caminho de pedras (1937), As três Marias (1939), Dôra, Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura (1992).

Rachel de Queiroz toma posse na Academia Brasileira de Letras, em 1977.

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JORGE AMADO (1912-2001) Nascido em Itabuna, Bahia, estreou na literatura com o romance Cacau (1933) e tornou-se um dos autores mais populares do Brasil.

Entre 1936 e 1937, ficou preso, acusado de se opor ao Estado Novo e de participar da ANL.

Em 1945 foi eleito deputado federal por São Paulo.

Jorge Amado e sua mulher, a escritora Zélia Gattai, em sua casa

em Salvador (BA), em 1984

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JORGE AMADO (1912-2001)Alfredo Bosi divide a obra do autor em:

“Romance proletário”: Cacau (1933) e Suor (1934)

“Depoimentos líricos e sentimentais”: Jubiabá (1935), Mar Morto (1936) e Capitães da areia (1937)

Engajamento político e “pregação partidária”: O cavaleiro da esperança (1942) e O mundo da paz (1951)

Romances focados nas lutas entre coronéis e exportadores: Terras do sem fim (1943) e São Jorge dos Ilhéus (1944)

Crônicas de costumes: Gabriela, cravo e canela (1958), Dona Flor e seus dois maridos (1967), entre outros

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ÉRICO VERÍSSIMO (1905-1975)

Seus romances iniciais Clarissa (1933), Olhai os lírios do campo (1938) e Saga (1940) retratam a vida urbana de Porto Alegre e centram-se no cotidiano da cidade e em valores morais.

A trilogia O tempo e o vento (publicada entre 1949 e 1961) retrata a formação do Rio Grande do Sul.

Em suas últimas obras, O prisioneiro (1967), O senhor embaixador (1965) e Incidente em Antares (1971), abordou temas políticos.

Erico Verissimo em sua biblioteca, em 1974

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JOSÉ LINS DO REGO (1901-1957)Criança, vivia no engenho de açúcar do avô materno, o que inspirou a produção de várias de suas obras classificadas pelo próprio autor em três ciclos:

Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934), Usina (1936) e Fogo morto (1943)

Ciclo do cangaço, misticismo e seca: Pedra bonita (1938) e Cangaceiros (1953)

Ciclo das obras independentes: O moleque Ricardo (1934), Pureza (1937), Riacho doce (1939)José Lins do Rego, em 1953

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Segunda geração (1930-1945)

Augusto Frederico Schmidt (1906-1965) Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) Cecília Meireles (1901-1964) Jorge de Lima (1895-1953) Murilo Mendes (1901-1975) Vinícius de Moraes (1913-1980)

Principais Autores – Poesia

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

Proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais.

Segue a libertação proposta por Mário de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo.

Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte desta segunda.

A obra de Drummond desdobra-se em 4 fases:

1.a poesia irônica 2.a poesia social 3.a poesia metafísica4.a poesia retrospectiva

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Temas típicos da poesia de Drummond

O Indivíduo: "um eu todo retorcido". O eu lírico na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o próprio autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro (Alguma Poesia) como alguém desajeitado, deslocado, tímido, posição que marca presença em toda sua obra. A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar. A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio. Os Amigos: homenagem a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin. O Choque Social: o espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros. O Amor: nada romântico ou sentimental, o amor é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio A Poesia: o fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia. Os Poemas-piada: Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência. A Existência: a questão de estar-no-mundo.

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

CARLOS DRUMMOND DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADEANDRADE

Poesia

•Alguma Poesia (1930) •Brejo das Almas (1934) •Sentimento do Mundo (1940) •José (1942) •A Rosa do Povo (1945) •Claro Enigma (1951) •Fazendeiro do ar (1954) •Lição de Coisas (1964) •A falta que ama (1968) •Nudez (1968) •As Impurezas do Branco (1973) •A Visita (1977) •Discurso de Primavera (1977) •A Paixão Medida (1980) •Caso do Vestido (1983) •Corpo (1984) •Amar se aprende amando (1985) •Poesia Errante (1988) •O Amor Natural (1992)

Antologia poética

•A última pedra no meu caminho (1950) •Antologia Poética (1962) •Antologia Poética (1965) •Seleta em Prosa e Verso (1971) •Amor, Amores (1975) •Boitempo I e Boitempo II (1987) •Minha morte (1987)

Principais Obras

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

CARLOS DRUMMOND DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADEANDRADE

Prosa

• Confissões de Minas (1944) • Contos de Aprendiz (1951) • Passeios na Ilha (1952) • Fala, amendoeira (1957) • A bolsa & a vida (1962) • Cadeira de balanço (1966) • Caminhos de João Brandão (1970) •Os dias lindos (1977) • 70 historinhas (1978) • Contos plausíveis (1981) • Boca de luar (1984) • O observador no escritório (1985) •Tempo vida poesia (1986) • Moça deitada na grama (1987) • O avesso das coisas (1988) • As histórias das muralhas (1989)

Infantis

•O Elefante (1983) •História de dois amores (1985) •O pintinho (1988)

Principais Obras

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Segunda geração (1930-1945) - PoesiaCECILIA MEIRELES

Foi poetisa, professora e jornalista brasileira.

Aos dezoito anos publicou seu primeiro livro de poesias (Espectro, 1919), um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada fundando, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro.

Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil, com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração e a rima.

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

CECILIA MEIRELESPrincipais Obras

Espectros, 1919 Criança, meu amor, 1923 Nunca mais..., 1923 Poema dos Poemas, 1923 Saudação à menina de Portugal, 1930 Batuque, samba e Macumba, 1933 O Menino Atrasado, 1966 Vaga Música, 1942 Problemas de Literatura Infantil, 1950 Romanceiro da Inconfidência, 1953 Poemas Escritos na Índia, 1953 Panorama Folclórico de Açores, 1955 Giroflê, Giroflá, 1956 A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957 Antologia Poética, 1963 Ou Isto ou Aquilo, 1964 Obra Poética,1958 Viagem, 1939

Obra principal de Cecília Meireles: Olhinhos de Gato. Olhinhos de Gato é um livro que foi baseado na vida de Cecília, contando sua infância depois que perdeu sua mãe e como foi criada por sua avó

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

Poeta essencialmente lírico, o poetinha notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim e Toquinho.

Nos anos 50, deixou a vida diplomática e entra de vez na vida artística e na boemia.

No inicio, seus versos são sérios e possui um rigoroso aspecto formal e filosofante. Com o passar dos anos, liberta-se e sua visão poética se abre para o mundo externo, cheio de problemas, amores e possibilidades, fazendo com que sua poesia seja mais social e sensual.

VINICIUS DE MORAISVINICIUS DE MORAIS

Foi diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

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Diversos Livros, entre eles:O caminho para a distancia (1933)Poemas, Sonetos e Baladas (1946)Cinco Elegias (1943)Livro de Sonetos (1957)

Diversas Peças de Teatro, entre elas:Orfeu da Conceição

Diversas Canções com Tom Jobim, Clara Nunes, Toquinho, Baden Powell,Carlos Lyra, Edu Lobo, Chico Buarque, Ary Barroso, entre outros.

Segunda geração (1930-1945) - Poesia

VINICIUS DE MORAISPrincipais obras

Foi poeta, tradutor e jornalista. Incorporou em sua poesia o bom-humor, o coloquialismo e a brevidade característicos das vanguardas modernas. Considerado o poeta das coisas simples e com um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição técnica, trabalhou como jornalista quase que a sua vida toda.

MARIO QUINTANA

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Segunda geração (1930-1945) - Poesia

JORGE DE LIMA

MURILO MENDES

Sua obra se caracteriza pelo humor e pela ironia usados como forma de crítica, pelo espiritualismo e pela temática social. Os versos são vivos e densos. Embora pertença à escola modernista, nunca seguiu rigidamente o movimento, tendo criado um estilo próprio, que também o aproximou do Surrealismo europeu. Poeta complexo com poemas de difícil interpretação.

Médico, poeta, romancista, pintor e tradutor. Sua obra começa com versos quase parnasianos,mas logo se consagra modernista com versos livres. Sua poesia de inspiração e influência católicas, apresenta também contatos com o imaginário Surrealista e a poesia negra.