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AUTORA: Rosalia Bilinoski Kochake ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual D. Pedro II - Ensino Fundamental e Médio. ENSINO: Ensino Fundamental DISCIPLINA: Língua Portuguesa CONTEÚDO ESTRUTURANTE: discurso enquanto prática social CONTEÚDO ESPECÍFICO: leitura- estratégias de leitura PALAVRAS-CHAVE: leitura – compreensão - estratégias- significação- gêneros 1 - RECURSO DE EXPRESSÃO: Título: Ensino e aprendizagem da leitura TEXTO: A leitura ocupa lugar de destaque na vida das pessoas. Os alunos necessitam desenvolver estratégias para melhor compreensão do que lêem. Referências: SOLÉ, Isabel. Trad. Claúdia Schilling. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998. ZILBERMAN, Regina(org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 11. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. LEIA MAIS O presente OAC pretende enfocar a discussão sobre a importância do ensino da leitura e investigação das estratégias utilizadas e muitas vezes pouco exploradas nas salas de aula o que dificulta ao aluno compreensão e desenvolvimento do gosto pela leitura. Segundo dados do SAEB, em 1995, a pontuação em Língua Portuguesa foi de 256,1 e caiu para 231,9 pontos em 2005. Esses dados nos revelam que o ensino da Língua Portuguesa nas escolas não está conseguindo dotar os alunos de habilidades de leitura e escrita. Sendo assim, faz-se necessário um estudo para, de alguma maneira, reverter a situação e fazer com que os estudantes possam se apropriar da leitura. Sabemos que terão maiores chances de serem críticos se forem letrados uma vez que vivemos em uma sociedade letrada. A área da leitura ocupa, na aprendizagem, um lugar de destaque. Resultado da alfabetização, sua prática ocupa toda a carreira escolar da pessoa, pois interfere na manifestação escrita e oral, isto é, na organização formal de seu raciocínio e expressão. Por isso o ensino da leitura deve ser estendido a todas as etapas de escolarização. Não importa que o aluno tenha aprendido a decodificar as palavras. Essa é uma etapa. A próxima, que é fazer com que a leitura se torne significativa, é muito importante. Para que isso 1

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AUTORA: Rosalia Bilinoski KochakeESTABELECIMENTO: Colégio Estadual D. Pedro II - Ensino Fundamental e Médio.ENSINO: Ensino FundamentalDISCIPLINA: Língua PortuguesaCONTEÚDO ESTRUTURANTE: discurso enquanto prática socialCONTEÚDO ESPECÍFICO: leitura- estratégias de leituraPALAVRAS-CHAVE: leitura – compreensão - estratégias- significação- gêneros

1 - RECURSO DE EXPRESSÃO:Título: Ensino e aprendizagem da leitura

TEXTO: A leitura ocupa lugar de destaque na vida das pessoas. Os alunos necessitam desenvolver estratégias para melhor compreensão do que lêem.

Referências: SOLÉ, Isabel. Trad. Claúdia Schilling. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.ZILBERMAN, Regina(org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 11. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

LEIA MAISO presente OAC pretende enfocar a discussão sobre a importância do ensino

da leitura e investigação das estratégias utilizadas e muitas vezes pouco exploradas

nas salas de aula o que dificulta ao aluno compreensão e desenvolvimento do gosto

pela leitura.

Segundo dados do SAEB, em 1995, a pontuação em Língua Portuguesa foi

de 256,1 e caiu para 231,9 pontos em 2005. Esses dados nos revelam que o ensino

da Língua Portuguesa nas escolas não está conseguindo dotar os alunos de

habilidades de leitura e escrita. Sendo assim, faz-se necessário um estudo para, de

alguma maneira, reverter a situação e fazer com que os estudantes possam se

apropriar da leitura. Sabemos que terão maiores chances de serem críticos se forem

letrados uma vez que vivemos em uma sociedade letrada. A área da leitura ocupa,

na aprendizagem, um lugar de destaque. Resultado da alfabetização, sua prática

ocupa toda a carreira escolar da pessoa, pois interfere na manifestação escrita e

oral, isto é, na organização formal de seu raciocínio e expressão. Por isso o ensino

da leitura deve ser estendido a todas as etapas de escolarização. Não importa que o

aluno tenha aprendido a decodificar as palavras. Essa é uma etapa. A próxima, que

é fazer com que a leitura se torne significativa, é muito importante. Para que isso

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aconteça, algumas práticas nas salas de aula precisam ser repensadas. Este OAC

tem por objetivo propor novas maneiras de trabalhar com a leitura nas escolas.

2 - RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO2.1 Investigação disciplinar:

Título: Ensino e aprendizagem da leitura por meio de gêneros textuais.

TEXTO:

Os estudos da lingüística apontam que há fatores externos que influenciam na

comunicação. Esses fatores levam em conta etnia e sexo, escolarização, nível de

renda, profissão, classe social, grau de formalidade e tensão discursiva. Nossos

alunos falam a língua materna desde o nascimento, mas, ao entrar na escola,

parece que o sistema não lhes permite desenvolver tanto a língua oral como escrita.

A escola recomeça o ensino da língua como se os alunos não a dominassem. As

atividades desenvolvidas são pouco atrativas e com o passar dos anos tornam-se

mecânicas e pouco atraentes. MARCUSCHI (2001, apud, BAGNO, 2002) nos diz

que “a língua se dá e se manifesta em textos orais e escritos ordenados e

estabilizados em gêneros textuais para uso em situações concretas”. Isso significa

que o velho estudo da língua que se detinha exclusivamente na análise das palavras

e, no máximo, da frase tem de ser abandonado em favor do ensino-aprendizagem

que leve em conta as realizações empíricas da língua, que são os textos – textos

estes que se concretizam na forma de gêneros textuais (falados e escritos). Assim

parte-se do princípio que a comunicação verbal só é possível por algum gênero

textual.

MARCUSCHI define gênero textual como:

uma noção propositalmente vaga para refletir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Os gêneros textuais são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, familiar, romance, bilhete, reportagem jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, outdoor, resenha, edital de concurso, piada, conferência, aulas virtuais e assim por diante. (MARCUSCHI, 2003, p.22,23)

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A leitura não pode ser ensinada de forma descontextualizada, artificial,

mecânica, por meio de memorização. E aqui devemos introduzir um novo conceito

que vem sendo desenvolvido nas áreas da lingüística aplicada e da educação:

Segundo SOARES (1999, apud BAGNO,2002,p.52)) o conceito de letramento que é

estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, mas pratica a leitura e a

escrita que circula na comunidade em que vive. Para que esse letramento possa

ocorrer torna-se necessário trabalhar com gêneros que estão presentes na vida do

aluno. Um trabalho que desenvolva a leitura deve partir da escolha dos gêneros

textuais a serem trabalhados e com os quais o aluno irá fazendo inferências e

conhecendo melhor o meio que o circula.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação do Estado

do Paraná,

o gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contato real do estudante com a multiplicidade de textos produzidos e que circulam socialmente. Esse contato com os gêneros, portanto, tem como ponto de partida a experiência e não o conceito. Nessa concepção, o texto é visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se constroem e são construídos. (DCEs, 2006,p.21)

KLEIMAN (2000) destaca a importância, na leitura das experiências, dos

conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências

sobre o texto. O leitor constrói e não apenas recebe um significado global para o

texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita

conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico e na sua

vivência sociocultural, seu conhecimento de mundo.

Os sentidos atribuídos ao texto vão depender das experiências, da história

que possuir como leitor. A leitura mais produtiva é aquela que consegue reorganizar

as experiências e gerar muitos conflitos que serão administrados e transformados. O

texto faz uma ponte de comunicação entre dois contextos: o do autor e o leitor. O

autor instiga que o leitor transforme ou recrie o seu texto por meio de atribuição de

significados.

Segundo LAJOLO

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“Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido do texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir – lhe significação, conseguir relacioná–los a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecendo nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e dono da própria vontade, entregar–se a esta leitura, ou rebelar–se contra ela, propondo outra não prevista”. (Lajolo,1993, p. 59)

Portanto, a leitura é amplamente complexa e diversificada. Ela ultrapassa a

simples extração de informações e a decodificação. Compreender um texto significa

apreender a relação dinâmica que ele mantém com um determinado contexto.

Assim, a leitura de um texto não pode ficar nos limites dela mesma, mas remeter o

leitor à percepção, conhecimento e análise da realidade.

Através da leitura estabelece-se um momento de interação entre leitor e autor

do texto. É a hora em que acontece um diálogo do leitor com o texto. O professor ou

qualquer pessoa que esteja presenciando esse diálogo é somente uma testemunha,

pois, caso resolva interceder, sua leitura será apenas uma nova leitura possível, pois

acontece em outro estágio com alguém que possui uma experiência maior.

A leitura envolve aspectos como: a construção de hipóteses, um grau de

previsibilidade sobre o encaminhamento do texto, experiência do leitor, objetivos da

leitura e complexidade do texto em questão. Por isso, quanto mais lemos, mais

somos capazes de ler. O aprendizado da leitura começa com uma palavra e um tipo

de texto de cada vez e continua com outros tipos de texto e jamais cessa. O

aprendizado de leitura não é um processo que se acumula em repertório de

habilidades específicas, que torna todos os tipos de leitura possíveis. Em vez disso,

a experiência aumenta a habilidade para ler estas espécies diferentes de textos.

Sabemos ainda que a leitura auxilia a gravar as convenções de ortografia,

pontuação, letras maiúsculas e minúsculas, parágrafos e até mesmo gramática e

estilo porque os autores utilizam-se da linguagem propriamente dita para ensinar

aos seus leitores, embora não seja essa a finalidade da leitura. Os leitores tendem a

apresentar um vocabulário maior e melhor habilidade de compreensão. A leitura

torna a pessoa mais habilidosa, vivaz, porque assim adquire experiência de leitura

que posteriormente leva a um conhecimento maior sobre a própria leitura. Quem lê

mais, quantitativamente e qualitativamente, conseqüentemente lê melhor.

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Os leitores fluentes assumem controle do texto através de quatro

características que desenvolvem através de sua experiência com a leitura. Essas

características são: objetividade, seletividade, antecipação e compreensão.

É bom lembrar que não existe um dia mágico, em que um pré-leitor subitamente

torna-se um aprendiz exatamente como não existe um indicador do dia em que o

aprendizado é completado e um leitor se forma. Ninguém é um leitor perfeito e todos

continuam a aprender a cada vez que lêem.

É o professor quem vai indicar os livros e textos aos alunos, oferecendo-lhes

um repertório de títulos em que possam se movimentar segundo suas preferências e

interesses. Por isso o professor deve conhecer e desenvolver técnicas adequadas,

além de que, ele próprio deve ter o hábito de leitura, porque somente aquele que

conhece, vivencia pode indicar com critério, qualidade.

A aprendizagem da leitura é fundamental para a integração do ser humano no

seu contexto cultural. A leitura abre novos horizontes ao leitor permitindo se

posicionar de modo crítico diante da realidade e auxiliando-o a entender e superar

seus problemas. Nesse trabalho entende-se a leitura como um processo de

produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas

que acontecem entre o texto e o leitor.

Para atingir a proposta de trabalhar a leitura do texto a partir do gênero

textual, serão selecionados temas e abordados a partir de diversos gêneros. Um

exemplo de como poderia ser trabalhada a proposta seria a escolha de um tema e a

partir deste, escolha de textos que abordem o assunto como: conto; poesia, texto

publicitário, anúncio de venda, instrucional, informativo.

O professor usando de estratégias específicas de cada gênero, analisará as

funções e em que contexto ele se apresenta, pois dependendo desse fator, ele

poderá ser até um texto igual, mas não terá a mesma importância. Exemplificando

melhor, um mesmo texto pode ser publicado em uma revista científica e receber o

nome de artigo científico, mas se for publicado num jornal não terá o mesmo valor

de científico, será somente informativo. O professor como condutor do processo

ensino-aprendizagem, deverá cuidar muito com o estudo do gênero para que não se

torne um processo desgastante em que se observem características e não se

perceba o valor do fato comunicado pelo gênero. Os gêneros podem sofrer a

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hibridização, que vem a ser uma mescla de dois gêneros diferentes em que há

apropriação do modelo de um, mas com função do outro. Exemplo: um texto em

forma de poema, mas com intenção de exprimir uma opinião ou palavras cruzadas

com função de publicidade.

A análise do professor deverá levar em conta como o próprio Bakhtin(1997) indicava

a “ construção composicional”, ao lado do “conhecimento temático” e do “estilo” do

autor como as três características essenciais dos gêneros. Mas mesmo faltando

alguma característica de um gênero, ele não deixa de ser desse gênero, como, por

exemplo, a carta sem a saudação continua sendo uma carta.

O trabalho com gêneros textuais é uma excelente oportunidade de se

trabalhar com a língua de modo autêntico, pois está inserido no cotidiano. Talvez

seja necessário acrescentar que um gênero textual é diferente de tipo textual. Os

tipos textuais abrangem categorias conhecidas como: narração, argumentação,

exposição, descrição, injunção. Já os gêneros são inúmeros e dentro de um mesmo

gênero podemos ter vários tipos textuais. Essa diferença precisa ficar bem clara

para o professor. Talvez a maior relevância do estudo a partir de gêneros esteja no

fato de que há de se trabalhar o texto na íntegra e não por fragmentos. A leitura e a

produção de sentido significativo são frutos de atividades sociocognitivas,

conhecimento da língua, das coisas do mundo que nos cercam e o gênero nos

proporciona todos esses conhecimentos.

Referências:

8 - REFERÊNCIAS BAGNO,Marcos; STUBBS,Michel ; GAGNÉ,Gilles. Língua materna: letramento, variação & ensino. São Paulo: Parábola, 2002.BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo : Martins Fontes, 1997.COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Trad. Fátima Murad. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: ArtMed, 2002KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7.ed. Campinas:Pontes,2000._________ Oficina de leitura: teoria e prática. 11.ed. Campinas, SP: Pontes, 2007.LAJOLO,Marisa. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, Regina(org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 11. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993, p. 59)MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Ângela P; MACHADO, Anna; R.BEZERRA, Maria A. (org) Gêneros textuais e ensino. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucema, 2003.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.

2.2 PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR:

Título: Leitura: compromisso de todas as áreas.

TEXTO:

O ensino de leitura deve ser considerado uma tarefa de todos os professores,

como um projeto em que todos são responsáveis.

Segundo SILVA,

A formação do gosto pela leitura depende do conjunto de interações, do circuito educativo em torno dos livros, senso que todas as pessoas envolvidas no processo (bibliotecários, professores, pais, pedagogos,...) precisam conhecer os referenciais pretendidos pelas obras, precisam sentir a beleza da palavra literária, precisam viver – na prática – o prazer da leitura. Isso se consegue através da interação e do diálogo entre pessoas que realmente curtem a fruição das obras. SILVA (1991, p.95)

A leitura é importante para a formação intelectual dos indivíduos na nossa

sociedade e é papel da escola, além é claro, da família, criar condições e intervir

para que os alunos tornem – se bons leitores. A leitura também permite ao ser

humano entrar em contato com vários tipos de textos de acordo com os objetivos do

leitor como: textos literários, poéticos, informativos, históricos, científicos, recreativos

e outros. Por isso é importante escolher o texto de acordo com os interesses do

leitor, tendo em vista os seus objetivos, mas também cabe ao professor proporcionar

outras leituras, estimular a ler outros tipos de textos, mais elaborados a fim de que o

leitor possa avançar progressivamente na leitura.

A escola tem basicamente trabalhado com a leitura em voz alta, acreditando

que isso é ensinar a ler e usando da interpretação do texto que remete apenas ao

conteúdo, informação. Mas o leitor não é passivo, mesmo aquele com pouca

experiência, pois sempre procura estabelecer sentidos da leitura que são veiculados

aos seus conhecimentos. A leitura é uma prática de atribuição de significados que

ultrapassa o momento em que é realizada, como já afirmou Lajolo (1996).

As disciplinas de Ciências, História, Geografia, Matemática precisam trabalhar

a leitura na sua área. Cabe a cada um dos professores responsáveis pela disciplina

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desenvolver estratégias específicas para a leitura. O professor de língua não

consegue trabalhar toda a diversidade de textos presentes na escola. Iniciar

explorando o título, subtítulos, a organização do texto, identificação da idéia central,

o raciocínio desenvolvido pelo autor do texto é de suma importância para o

entendimento do conteúdo trabalhado. É importante cada professor ter um

conhecimento profundo das características do que seja ler na sua área de atuação

para que desenvolva o diálogo com segurança e produtividade. Professores

leitores, professores capazes de fazer a sua escrita, a sua comunicação com o

mundo, são as chave de qualquer possibilidade de mudança na prática tradicional e

repetitiva de leitura e escrita.

O professor é aquele que prepara e apresenta o que será lido: o livro, a

paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento, o mundo, fatos históricos,

símbolos matemáticos. É o professor quem auxilia a interpretar e a estabelecer

significados. Cabe ao educador criar, promover experiências, situações novas que

conduzam à formação de uma geração de leitores capazes de dominar as variadas

formas de linguagem presentes na sociedade.

Mesmo nas demais disciplinas é necessário aplicar diferentes estratégias de

ensino uma vez que, em todas as áreas, a leitura é utilizada para estudar, encontrar

informações e por prazer. Então os professores precisam ficar cientes desta missão

e atribuir um espaço maior para a leitura em sala. A leitura em que se explora as

pistas que o gênero oferece, pois assim mais um passo já será dado em direção da

leitura significativa.

Ensinar a ler é responsabilidade da escola e de todos os professores porque

é através da leitura que o aluno se apropria do conhecimento acumulado em livros,

revistas, jornais, relatórios, arquivos.

Referências:

LAJOLO, Marisa; in: ZILBERMAN, Regina. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1996.NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Ler e escrever: Compromisso de todas as áreas.7.ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.PAULIUKONIS, Leonor;SANTOS, Werneck dos; Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.SILVA, Ezequiel Theodoro. Leitura na escola e na biblioteca. 3. ed. Campinas: Papirus, 1991.

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ZILBERMAN, Regina. Leitura: perspectivas interdisciplinares. 5.ed. São Paulo: Ática, 2005.

2.3 CONTEXTUALIZAÇÃO:

Título: Repensando o ensino da leitura

TEXTO:

Atualmente há uma grande preocupação com o aprendizado da leitura uma

vez que interfere direta e indiretamente no ensino e aprendizagem das demais

disciplinas. Há muitos estudos tentando desvendar como o indivíduo aprende a ler,

mas não há receitas modelos prontos e acabados. É um assunto importante visto

que nas diversas avaliações aplicadas pelo governo, os alunos apresentaram uma

grande dificuldade na leitura e compreensão do que é lido. Desde a década de 80,

alguns autores tem se dedicado muito para encontrar as causas do fracasso escolar

na questão de leitura. Destacam-se: João Wanderley Geraldi, Angela Kleimam, Mary

Kato, Regina Zilbernam, Ezequiel Theodoro da Silva, Ingedore Koch, Isabel Solé e

tantos outros.

GERALDI (1984)em seu livro “O texto em sala de aula” nos apresenta as sete

pragas que atrapalham o ensino da Língua Portuguesa e especialmente da leitura.

São elas: os textos chatos, as redações que mais parecem sessões de tortura, a

gramática confusa, conteúdos programáticos inúteis, estratégias inadequadas e

literatura baseada na biografia dos autores, sem se ter contato com o principal que é

o uso efetivo da linguagem. Dessa forma não há leitor que resista a tantas situações

que desmotivam na escola.

A leitura por sua vez deve proporcionar prazer, informação, despertar

interesse e uma experiência agradável. Além disso, pode estimular e aliviar a

curiosidade, proporcionar consolo, encorajar, fazer surgir paixões, aliviar a solidão, o

tédio e a ansiedade, servir de paliativo à tristeza e ocasionalmente como anestesia.

Referências:GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 2. ed. Cascavel: ASSOESTE Editora Educativa, 1984.KATO, Mary. O aprendizado da leitura. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2006.KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas:Pontes,2000.SOLÉ, Isabel. Trad. Claúdia Schilling. Estratégias de leitura. 6. Ed. Ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

3 - RECURSOS DIDÁTICOS:

3.1 SÍTIOS:

Título do sítio: O ensino da compreensão textual em uma seqüência didática de leituraDisponível em http://www.escrita.uem.br/escrita/pdf/ritter.pdf: acessado em 10/11/07Comentário:

O artigo apresenta uma análise de uma seqüência didática de leitura com o

objetivo de refletir sobre as concepções de linguagem, de leitura e de aspectos

relacionados ao ensino e aprendizagem da compreensão textual.

Título de sítio: ResenhasDisponível em: http://rle.ucpel.tche.br/php/edicoes/v8n1/resenhas.pdf : Acessado em 10/11/07Comentário:

As resenhas abordam o ensino de leitura, gêneros. São apresentadas

reflexões que instigam o professor a pesquisar e adotar novas metodologias em

relação ao trabalho com a leitura.

3.2 SOM E VÍDEOS

VÍDEO:

Título: Leitura dinâmicaDireção: José Mauro Souza Lima (57 min,) http://www.cpt.com.br/produtos/070_359.php?utm_source=YAHOO&utm_medium=cpc&utm_campaign=leitura%2Bdin%C3%A2micaSinopse:

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Aborda a leitura, vícios, leitura espacial, alto do olho, pausa ocular e fixação, visão periférica, prática de exercícios, velocidade, compreensão leitora.

Comentário: O vídeo apresenta uma nova perspectiva do trabalho com a leitura. Ao

professor de língua é muito importante ter vários olhares sobre o mesmo fato.

AUDIO- CD/MP3

Título: LínguaExecutor/Intérprete: Caetano VelosoTítulo do CD: VELÔNúmero da faixa: 11Nome da gravadora: PolyGramAno: 1989

Disponível: http://www.caetanoveloso.com.br/sec_discogra_letra.php?

language=pt_BR&id=238

TEXTO:Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de CamõesGosto de ser e de estarE quero me dedicar a criar confusões de prosódiaE uma profusão de paródiasQue encurtem doresE furtem cores como camaleõesGosto do Pessoa na pessoaDa rosa no RosaE sei que a poesia está para a prosaAssim como o amor está para a amizadeE quem há de negar que esta lhe é superior?E deixe os Portugais morrerem à míngua"Minha pátria é minha língua"Fala Mangueira! Fala!(...)Comentário:

O texto nos leva a reflexão sobre os conhecimentos de mundo que

necessitamos adquirir ou ativar para compreender a letra de uma música e isto

acontece pela leitura.

3.3 PROPOSTA DE ATIVIDADES

Título: Estratégias de leitura

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TEXTO:

O trabalho com a leitura deve instigar o professor a desenvolver nos alunos estratégias para que auxiliem na compreensão do que é lido. Para que a proposta alcance seus objetivos, o professor deve planejar suas aulas de modo que a leitura tenha uma finalidade real e não mera atividade escolar. A leitura deve ser realizada por prazer, para informar e para estudar e sempre com objetivos.

1 – Leitura por prazer: Não há melhor estratégia do que deixar os alunos numa sala com variados livros e que possam escolher o título que desejarem. O professor solicita a leitura em silêncio uma vez que cada um escolhe o que lhe dá prazer. Nesse momento o professor não deve interferir e nem fazer cobranças e avaliações.

2- Ler para se informar: Algumas sugestões:

- Encontrar um número na lista telefônica.

- Consultar um jornal para descobrir em que cinema e horário será projetado o filme (último lançamento)

- Consulta de um dicionário para pesquisa de um significado de alguma palavra desconhecida, mas muito cuidado porque nem todos os sinônimos são adequados, depende muito do contexto.

- Ler as notícias do jornal local para se informar sobre um determinado tema em pauta nos últimos dias.

3 – Ler para seguir instruções.

- Ler as instruções de jogo, manual de instruções.

- Ler uma bula sobre as precauções e indicação e posologia do remédio.

- Instruções para participar do campeonato da escola.

- Ler o regimento da escola.

- Ler a última resolução sobre avaliação ou outra. ( envida pela SEED)

- Ler uma receita de bolo.

Ler e executar porque assim o leitor ativa os seus conhecimentos vai monitorando, lendo e relendo as partes que não compreendeu.

4 – Ler com objetivos:

- Ler uma biografia do prefeito da cidade, autor de livros, novelas, cantor com objetivo de conhecer a vida da pessoa e preparar perguntas para uma entrevista.

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- Ler um conto com o objetivo de transformá-lo numa peça teatral.

- Ler notícias de jornal a respeito de um determinado assunto para sugerir soluções para o caso. Ex.: Artigo publicado na Gazeta do Povo sobre Trânsito “Nascem mais carros do que gente, em Curitiba”. Neste caso, sugerir que apontem os problemas de excesso de carros e quais soluções para os problemas do trânsito.

Além dessas atividades algumas estratégias precisam ser aplicadas para cada tipo de texto e gênero específicos

a) Texto narrativo:

- Leitura de um conto em que são exploradas as previsões em relação ao desenvolvimento do conto. O professor pode providenciar um texto, ocultar um trecho (clímax, desfecho)e deixar espaço para que o aluno possa fazer previsões do que poderá ocorrer naquele trecho (inclusive escrever). Posteriormente, o professor apresenta o trecho oculto e faz comentários com os alunos.

- Explorar o cenário: Onde ocorre esta história? Em que época sucede esta história?

- Personagens: De que trata a história? Quais são as personagens da história? Qual é o personagem principal?

- Problema:- As personagens da história (pessoas/animais) tinham algum problema? Ao escutar esta história, o que vocês acham que as personagens pretendiam?

- Ação: - Quais foram os fatos importantes dentro da história?

- Resolução: Como é que as personagens desta história resolveram seus problemas?

- Tema:- O que é que esta história tentou nos comunicar? Que lições podem ser extraídas desta história?

- Aspectos gramaticais: Observe os tempos verbais utilizados. Se estivessem em outro tempo, teriam o mesmo valor?

- Explorar a intertextualidade, interdiscursividade, interdisciplinaridade, recursos lingüísticos, estilísticos, estéticos, estratégias diversificadas (antecipação/predição, checagem de hipóteses, elaboração de inferências, comparação e generalização de informações.

- Elaborar um conjunto de perguntas que exijam a reunião de várias informações para serem respondidas(...), textuais explícitas e implícitas, bem como informações postas pelo leitor, nem sempre diretamente inscritas no texto

b) Textos jornalísticos:

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- Ler notícias e pedir sugestões de títulos.

- Ler títulos e pedir sugestões de noticias. Confrontar com os textos reais e as hipóteses sugeridas.

- Selecionar várias notícias, recortar as partes em que constem ( o quê, quando, quem, onde, por quê) e misturar. O aluno deve recompô-las adequadamente.

- Selecionar notícias que foram publicadas em três dias sucessivos para que os alunos descubram a ordem cronológica dos fatos apresentados.

- Ler notícias e prever hipóteses sobre o desenrolar dos fatos. Confrontar posteriormente a notícia publicada num jornal com as hipóteses levantadas pelos alunos.

- Identificar quais os elementos gráficos que permitem identificar o tipo de texto e se este foi extraído de um jornal impresso, de uma revista impressa ou da Internet

- Identificar a data e o local onde o texto foi produzido.

- Formular hipóteses a respeito do público leitor previsto para este tipo de texto.

- Ler o título e o subtítulo e formular hipóteses sobre o assunto do texto.

c) Texto dissertativo-argumentativo:

- Uma sugestão de leitura seria a de dividir o texto por parágrafos, recortando-os. O professor mistura-os e pede que o aluno reordene o texto, observando qual o parágrafo que inicie o texto(introdução), quais os parágrafos que fazem parte do desenvolvimento e por último deve aparecer o parágrafo da conclusão. Assim fica mais fácil para o aluno perceber que deve haver uma seqüência para que possa haver uma compreensão.

- Ler e identificar a tese defendida pelo autor. Apontar os argumentos e exemplos que comprovam a tese.

- Observar os operadores argumentativos: mas, até, ainda, por outro lado, portanto, embora, inclusive, nem mesmo, ainda, além de, ao menos, pelo menos, conseqüentemente, em decorrência, pois, já que, apesar de, entretanto, agora,...

- Produzir um esquema mostrando a tese, argumentos, conclusão.

d)Textos publicitários:

- Analisar o texto respondendo a questões como: O anúncio trata do quê? Para quem se destina esse anúncio? Como se faz a relação entre o produto e o consumidor?

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- Que figuras de linguagem foram utilizadas no texto?

- As cores têm uma função. Qual a função da cor neste exemplo?

- Que linguagem foi empregada no slogan? Quais as palavras que reforçam as qualidades do produto?

e) Que estratégias devemos ensinar? Estas estratégias podem ser aplicadas a diferentes gêneros, segundo SOLÉ(1998):

“1- Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura: Que tenho para ler? Por que/para que tenho que lê-lo?2 – Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão: Que sei sobre o conteúdo do texto? Que sei sobre os conteúdos afins que possam ser úteis para mim? Que outras coisas sei que possam me ajudar: sobre o autor, o gênero, o tipo de texto...?3 – Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial: Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir o meu objetivo de leitura? Que informações posso considerar pouco relevantes, por sua redundância, seu detalhe, por serem pouco pertinentes para o propósito que persigo?4 – Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e com o “sentido comum”: Esse texto tem sentido? As idéias têm coerência? É discrepante com o que eu penso, embora siga uma estrutura de argumentação lógica? Que dificuldades apresenta?5 – Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e a recapitulação periódica e a auto-interrogação: Que se pretendia explicar neste parágrafo, título, subtítulo, capítulo? Qual a idéia fundamental que extraio daqui? Posso reconstruir o fio dos argumentos expostos? Tenho uma compreensão adequada dos mesmos?6 – Elaborar e provar inferências de diverso tipo, como interpretações, hipóteses, previsões e conclusões: Qual poderia ser o final deste romance? Que sugeriria para resolver o problema exposto aqui? Qual poderia ser – por hipótese – o significado desta palavra? Que pode acontecer com este personagem?”

Além das atividades sugeridas, para formar bons leitores nada melhor que um professor leitor que dispõe de tempo para ler aos seus alunos. Assim poderá levá-los a viagens maravilhosas e explorando estratégias diversas poderá conferir-lhes autonomia para que possam continuar lendo mesmo fora da escola.

Referências: COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Trad. Fátima Murad. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: ArtMed, 2002KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7.ed. Campinas:Pontes,2000._________ Oficina de leitura: teoria e prática. 11. ed. Campinas, SP: Pontes, 2007.PAULIUKONIS, Maria Aparecida; SANTOS, Leonor Werneck. Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006

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SOLÉ, Isabel. Trad. Claúdia Schilling. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

3.4 IMAGENS

Imagem: Livro gigante

Comentário: O livro gigante utilizado como motivação para o desenvolvimento da prática da leitura.Referência: Portal Educacional do Estado do Paraná – Banco de imagens do Portal

4 RECURSO DE INFORMAÇÃO:

4.1 SUGESTÕES DE LEITURA

Livro:Título: Ensinar a ler, ensinar a compreenderReferência: COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender Porto Alegre: ArtMed, 2002.Comentário:

O livro aborda as concepções de leitura, uma visão teórica e prática

atualizada e reflexiva do ensino da leitura na escola, avaliação, estratégias de

compreensão leitora e sugestões de atividades.

Título: Oficina de leitura: teoria e práticaReferência: KLEIMAM, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática 11.ed. Campinas,SP: Pontes, 2007.Comentário:

Livro interessante porque de uma maneira prática e direta aponta como os

professores podem explorar os textos utilizando diversas estratégias.

Título: Estratégias de leitura.Referências: SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1988. (tradução Cláudia Schilling)Comentário:

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O livro aborda diferentes formas de trabalhar a leitura enfocando a

perspectiva construtivista. Busca incentivar o uso de estratégias que auxiliam os

alunos a compreender de forma autônoma os textos lidos.

Título: Estratégias de leitura: texto e ensinoReferência: PAULIUKONIS, Leonor; SANTOS, Werneck dos; Estratégias de leitura: texto e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.Comentário:

O objetivo do livro é subsidiar o professor com propostas práticas de abordar

a leitura em diferentes gêneros e tipos textuais. São abordadas algumas seqüências

didáticas de como desenvolver o trabalho com alguns gêneros.

4.2 Notícias:

Jornal: O Estado do Paraná

Título da notícia: Leitura: é pelo exemplo que se ensinaReferência: BOZZA, Sandra. Leitura: é pelo exemplo que se aprende. O Estado do Paraná: Suplemento especial: Coleção educação, quarta, 31 de outubro de 2007.

TEXTO: “As crianças de hoje só querem saber de jogos eletrônicos.”

“A TV é a responsável pela falta de vontade do jovem de ler”.

“Meus filhos só lêem se obrigados”.

“Queixas como essas são recorrentes e de antemão é bom que se registre:

são salutares, pois denotam a óbvia consciência de que LER É PRECISO. Grave é a

situação de pais e educadores que nem ao menos se preocupam com tal aspecto

ou, o que é pior, não julgam grave o fato de crianças e adolescentes não se

interessarem pela leitura, porque eles próprios não lêem. Ou ainda, nem se darem

conta de que há uma grande parcela da população brasileira que não reconhece na

leitura fonte básica e imprescindível para a formação do ser humano.

Formar leitores é uma estratégia concreta de luta contra a barbárie! Ler é

sinônimo de informação e formação. Não ler é codinome para alienação. Não ler é

estar à mercê da voz do outrem. É tomar para si os valores que outros construíram.

É reproduzir uma lógica social que poderia ser diferente se houvesse poder de

análise mais profunda da realidade”.

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Comentários: São apresentados dados sobre e também dicas de como incentivar a leitura.

A família detém uma parte muito importante no desenvolvimento do gosto da leitura.

Revista de circulação:

Título da notícia: Os segredos da leitura e da redaçãoFonte: Revista Língua PortuguesaReferência: KOCK, Ingedore G. Villaça. Os segredos da leitura e da redação. Revista Língua Portuguesa. Ano II, Nº 23, setembro, 2007. P.52.TEXTO:

“ Para discutir a leitura e a produção textual, partimos do pressuposto de que

o texto é lugar de interação entre sujeitos sociais, os quais, dialogicamente, nele se

constituem e são constituídos; e que, por meio de ações lingüísticas e

sociocognitivas, constroem objetos-de-discurso e propostas de sentido, ao operarem

escolhas significativas entre as múltiplas formas de organização textual e as

diversas possibilidades de seleção lexical que a língua lhes oferece. A esta

concepção subjaz a idéia de que há, em todo texto, uma grande gama de implícitos,

os mais variados, só detectáveis pela mobilização do contexto sociocognitivo no

interior do qual se movem os atores sociais.

A leitura de um texto exige mais que o simples conhecimento lingüístico

compartilhado pelos interlocutores: o leitor é, necessariamente, levado a mobilizar

estratégias tanto de ordem lingüística, como cognitivo-discursiva, com o fim de

levantar hipóteses, validar ou não as hipóteses formuladas, preencher as lacunas

que o texto apresenta, enfim, participar, de forma ativa, da construção do sentido.

Desta forma, autor e leitor devem ser vistos como ‘estrategistas’ na interação pela

linguagem.” (...)

Comentário: A autora apresenta concepções de leitura que variam de acordo com a

concepção de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se adote e que exigem

diferentes estratégias de ensino.

Título da notícia: Ensinar a ler em história, ciências, matemática e geografia.Fonte: Revista Nova EscolaReferência: - Revista Nova Escola,junho/julho 2007. Editora Abril nº 203, Ano XXII, p.42 Ensinar a ler em história, ciências, matemática e geografia. Paola Gentile.

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TEXTO: “A forma como se lê um texto varia mais de acordo com o objetivo proposto

do que com o gênero, mas você pode ajudar o aluno a entender o conteúdo

esclarecendo termos específicos de sua área e fazendo questões

problematizadoras.

Nada de colocar a responsabilidade toda nos colegas que dão aulas de

Língua Portuguesa quando os alunos não compreendem a mensagem dos livros

didáticos e do material escrito que você leva para a classe. Você também é um

formador de leitor. Afinal, grande parte do conhecimento – qualquer que seja ele – é

adquirida por meio das habilidades de leitura e compreensão dos textos.

‘Qualquer professor é professor de linguagem, especialmente da usada em

sua área’, afirma Heloísa Cerri Ramos, consultora em Língua Portuguesa e

selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Nas aulas de História,

Geografia, Matemática e Ciências, a turma pode ter contato com vários gêneros

textuais e lê-los com diferentes propósitos. Mas a ênfase está nos específicos de

cada disciplina, com os termos e características próprios.” (...)

Comentário:O autor explora as estratégias de como trabalhar as leituras nas diferentes disciplinas. O professor deve explorar ao máximo o gênero, os tipos de texto presentes em cada texto e as pistas: conjunções, advérbios, e outros.

Título da notícia: Todas as leiturasFonte: Revista Nova EscolaReferência: Revista Nova Escola, agosto, 2006. Editora Abril nº 194, Ano XXI, p31. Todas as leituras. Roberta Bencini

“Ler não é fácil. Mas estudos mostram que é possível explorar na escola

diferentes tipos de texto que usamos no dia-a-dia. Conheça as melhores estratégias

para ensinar as turmas de 1ª a 8ª série a ler por prazer, para estudar e para se

informar.

Todos os dias, Lucila Braga Ribeiro prepara uma grande mala. Pensando em

seus companheiros de “viagem”, escolhe os melhores “passaportes”: livros de ação,

de terror, romances, contos de fadas, revistas, jornais, fascículos, dicionários... Mal

chega à biblioteca da EE Professor Batista Santiago, em Belo Horizonte, ela é logo

cercada pelas crianças, eufóricas para conhecer os novos “destinos”. Todos se

oferecem para ajudar a carregar a preciosa carga, já desgastada após tantas

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aventuras. “Quando olhamos o material, é aquele alvoroço”, festeja a bibliotecária.

Muitas vezes, o percurso começa com uma leitura em voz alta. Em seguida, quem

quiser pode pegar outros livros de literatura e dar seqüência ao “passeio” em grupo

ou sozinho. Mas há outras paradas previstas. Lucila também estuda com os

“viajantes” e, nessa situação, todos navegam em silêncio e fazem anotações e

esquemas para compreender trechos de enciclopédias e fascículos.

Com sua mala, Lucila proporciona à turma exatamente o que os especialistas

recomendam: trabalhar não apenas “leitura”, mas todas as leituras que se

apresentam no nosso dia-a-dia. Que leituras? Textos para buscar informações

práticas, satisfazer curiosidades, informar-se sobre o que acontece no mundo,

divertir-se, aprender, relacionar-se com as pessoas, fazer amigos. Com um detalhe

muito importante: ela utiliza estratégias e comportamentos diferentes para cada uma

dessas atividades. Afinal, ninguém lê uma noticia de jornal da mesma maneira que

mergulha num romance.” (...)

Comentário: Neste artigo são apresentados os objetivos de leitura: por prazer, para estudar ou para se informar e quais as seqüências didáticas que devem ser adotadas.

Revista on-line:

Título da notícia: As boas lições que aparecem nos gibis Referência: http://www.ensino.net/novaescola/111_abr98/html/repcapa.htm acessado em 14/11/07

TEXTO: Você está lá, na frente da classe, concentrada em sua aula. De repente, algo lhe

chama a atenção. Um, dois, cinco alunos estão com a cabeça baixa, em silêncio, as

mãos escondendo os olhos. Sem parar de falar, você se aproxima. Escondida dentro

do livro em que fingem estudar, a prova do crime: uma revista de histórias em

quadrinhos! E pela terceira vez naquela semana! A vontade é pegar o gibi, rasgá-lo

em pedacinhos e mandar todo mundo para a diretoria, não é mesmo? Mas calma.

Se é verdade que a turma precisa entender que há hora certa para tudo, também é

fato que o fascínio das crianças pelos gibis é tão irresistível que elas se arriscam até

a levar uma bronca pelo simples prazer de lê-los.

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Então, por que não tirar proveito disso e incorporar definitivamente os gibis às suas

aulas?

Cem por cento de leitura

"Não faz muito tempo, os quadrinhos eram considerados uma leitura pouco valiosa e

temia-se que, ao ler suas histórias, as crianças acabassem por perder o gosto pela

leitura de outras obras", lembra Paula Stella, orientadora pedagógica do Fernando

Pessoa, em São Paulo. Hoje, cada vez mais escolas pensam de outra maneira. No

Fernando Pessoa, os quadrinhos são largamente usados em todas as séries do

ensino fundamental, ao lado de obras literárias, vídeos e músicas, no ensino de

Língua Portuguesa.

Já no Balão Vermelho, em Belo Horizonte, os quadrinhos foram colocadas na caixa

de ferramentas didáticas da escola depois de concluída uma pesquisa sobre os

hábitos de leitura dos seus alunos. "Cem por cento das crianças disseram que o que

elas mais gostavam de ler eram os quadrinhos", conta a professora Fernanda Araújo

Porto de Miranda.

Duas formas de expressão

Os gibis têm a particularidade de unir duas riquíssimas formas de expressão

cultural: a literatura e as artes plásticas. Isso os torna uma fonte preciosa de

inspiração para as iniciativas didáticas. Há histórias em quadrinhos excelentes que,

pelo enredo, pela linguagem e pela qualidade das ilustrações, podem dar

contribuições valiosas às suas aulas. Outras são ruins, em nada ajudarão seu

trabalho em classe.

Nas próximas páginas, você vai encontrar sugestões para usar os quadrinhos em

classe, montar uma gibiteca e até uma receita de como fazer um gibi. Todas as

propostas foram testadas com bons resultados. A decisão de como, quando e quais

histórias em quadrinhos devem ser usadas vai depender da proposta pedagógica da

sua escola, do seu estilo de trabalho, do ritmo da sua turma. Mas pense nisso: seus

alunos podem se entusiasmar mais pelas aulas se você usar os gibis. Afinal, eles já

os levaram para a classe escondidos nos cadernos, dentro dos livros, no fundo das

mochilas...

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MEC RECOMENDA O USO EM CLASSE

"Por associarem imagens e textos, os gibis ajudam as crianças a aprender a ler e a

avançar rapidamente na leitura", afirma a pedagoga Maria Cristina Ribeiro Pereira,

coordenadora geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A

recomendação de usar histórias em quadrinhos nas escolas consta do volume dos

PCN dedicado ao ensino da Língua Portuguesa. Os PCN são uma série de

sugestões para a mudança dos conteúdos disciplinares da 1ª à 4ª série do ensino

fundamental, que foi apresentado em 1997 pelo MEC.

Nos gibis, as crianças conseguem deduzir o significado da história, que não são

capazes ainda de ler diretamente, observando a imagem. "Isso dá a elas a

sensação de serem leitoras, o que é importante no processo de alfabetização",

explica Maria Cristina. Para crianças que nunca tiveram contato com a leitura, o

professor deve, antes de tudo, ensiná-las como se lê o gibi da esquerda para a

direita e de cima para baixo. "Parece uma seqüência óbvia, mas não é", afirma.”

Comentários: A utilização de alguns gêneros em sala de aula muitas vezes traz insegurança ao professor, mas esta notícia demonstra que devem ser utilizados e explorados os diversos gêneros pois auxiliam no processo de formação do leitor.

Título: Toda força à leituraDisponível: http://revistaescola.abril.uol.com.br/edicoes/0199/aberto/mt_209959.shtml acessado em 14/11/07TEXTO: O professor como mediador

“Segundo a ensaísta americana Susan Sontag, a vontade de escrever nasce com a

leitura: você se encanta com o que lê e tem o desejo de também produzir um texto.

A leitura amplia nossas referências de mundo, nos coloca em contato com a

linguagem escrita - que é diferente da falada - e amplia o vocabulário. E tudo isso

ajuda na hora de escrever. Por isso, é fundamental que a escola proporcione às

crianças experiências diversificadas nessa área. Ao ler notícias, verbetes de

enciclopédia e poemas, ela compreende o jogo do texto e como ele funciona (só se

aprende a ler notícias lendo jornal). Não adianta, no entanto, apenas garantir o

acesso aos livros. Para ler bem, o aluno precisa ser capaz de estabelecer relações

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entre elementos do próprio texto e entre este e a realidade social a que a obra faz

referência, deduzir coisas que não estão escritas e ler nas entrelinhas - capacidades

em que nossas crianças demonstraram muita fragilidade na Prova Brasil. Para

conseguir desenvolvê-las, além de ter contato com uma diversidade de gêneros e

autores, elas precisam contar com a mediação de um adulto: você, professor.

Quando lê sozinho, o estudante ganha fluência, confiança e autonomia. Mas precisa

também enfrentar os livros mais difíceis para ampliar essas habilidades. Nesse

momento, o papel do professor é fundamental. Para intervir corretamente, é preciso

apresentar textos que tenham novas dificuldades em cada estágio de

desenvolvimento. Tradicionalmente, acredita-se que a tarefa de ensinar a ler e

escrever é um feudo exclusivo da disciplina de Língua Portuguesa, o que não

combina com a idéia contemporânea de que a leitura e a escrita são ferramentas

essenciais para o aprendizado em qualquer área. Assim, a pessoa mais indicada a

ajudar o aluno a ler um texto de Matemática, Geografia ou História é o professor

dessas matérias porque cada área de conhecimento tem uma lógica e um jeito

próprios de lidar com a escrita.”

MARIA JOSÉ NÓBREGA é assessora do programa Ler e Escrever, da prefeitura de São Paulo, e uma das elaboradoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa

Comentário: O texto aborda o tema leitura e a importância do professor como mediador no processo de aprendizagem da leitura além de fazer referência aos professores das demais disciplinas.

Jornal on-line:

Título da notícia: Livro inédito de Paulo Freire será lançado nesta sexta em SP Referência: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17342.shtml acessado em 14/11/07

TEXTO:A Editora Unesp, em parceria com a Livraria da Vila e o Centro Cultural Banco do

Brasil, lança nesta sexta-feira o livro "Pedagogia da Tolerância", de Paulo Freire. A

obra, organizada por Ana Maria Araújo Freire, viúva do educador pernambucano

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morto em maio de 1997, traz 31 textos de Paulo Freire, alguns inéditos, em forma de

depoimentos, entrevistas, seminários e cartas.

"Pedagogia da Tolerância" faz parte da Série Paulo Freire e está dividido em oito

partes: Sobre os nacionais, Sobre africanidade, Sobre ação cultural e cidadania,

Sobre ensino e aprendizagem, Diálogos e discursos, Cartas, Testemunhos e

Depoimentos de vida.

Como estudioso, ativista social e trabalhador cultural, Paulo Freire desenvolveu,

mais do que uma prática de alfabetização, uma pedagogia crítico-libertadora.

Em sua proposta, o ato de conhecimento tem como pressuposto fundamental a

cultura do educando, não para cristalizá-la, mas como ponto de partida para que ele

avance na leitura do mundo, compreendendo-se como sujeito da história. Ele

acreditava que é por meio do diálogo que se consolida a educação como prática da

liberdade.

O lançamento será realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, na rua Álvares

Penteado, 112, centro da cidade de São Paulo - é aberto ao público. Mais

informações pelo telefone 0/xx/11/3113-3600 ou no site da Editora Unesp.

Comentários: Paulo Freire é um dos autores que procura ressignificar o processo de ensino da leitura e escrita. Importante ler a sua obra.

Título: Ministro quer fazer das novelas uma arma para educar o BrasilReferência: http://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u31120.shtml, acessado em 14/11/07

TEXTO: Ansioso por concretizar suas promessas de avanços sociais, o governo

brasileiro sonha em fazer da telenovela, a mais poderosa indústria audiovisual do

país, uma arma para educar a população mais carente, que tem na televisão

praticamente sua única fonte de entretenimento.

Depois de as novelas já terem abordado temas como os sem-terra, a corrupção

política, a Aids e o consumo de drogas, agora o novo governo de centro-esquerda

de Luiz Inácio Lula da Silva está se propondo a usá-las para estimular o estudo, a

leitura e a aprendizagem.

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"Venho defendendo a idéia de que a escola faça parte das novelas brasileiras, de

que nas novelas as crianças e os jovens que dão certo na escola sejam vistos com

respeito e carinho pelos outros", disse o ministro da Educação, Christovam Buarque,

em entrevista recente.

Buarque afirmou que é preciso aproveitar o poder da televisão, presente em 88 por

cento dos lares brasileiros, para levar à população mais pobre a consciência de que

a educação pode melhorar sua vida.

"A novela 'O Clone' ajudou em muito a ensinar como enfrentar o problema da droga",

disse Buarque, usando a produção global como exemplo de como é possível usar a

TV para estimular as pessoas. O Brasil tem 20 milhões de analfabetos adultos e 34

milhões de crianças em idade escolar.

Recentemente, reunido com João Roberto Marinho, vice-presidente Rede Globo,

Christovam Buarque pediu uma campanha semelhante contra a evasão escolar,

problema grave no país, onde apenas 30 por cento das crianças que entram na

escola chegam a concluir o ensino médio.

"Da mesma maneira que se mostrou uma garota se degradando por causa da droga,

seria possível mostrar um jovem decaindo na vida por não estudar. A resposta (de

Marinho) foi que existe grande interesse nisso", afirmou Buarque, esclarecendo que

o governo não pretende regular ou interferir no conteúdo das novelas.

Christovam Buarque também revelou que conversou longamente sobre o assunto

com Glória Perez, autora de "O Clone".

Galãs cultosEm conversa com a Reuters, Glória Perez disse que "o ministro sempre me pergunta

por que os galãs mais admirados nas novelas são os musculosos, em lugar de

homens cultos e estudiosos."

"Prometi a ele que na minha próxima novela vou incluir um galã que goste de ler.

Talvez, em homenagem ao ministro, o personagem se chame Christovam", contou a

autora.

Mas ela afirmou que é preciso ter cuidado para continuar atraindo o interesse do

público. "A novela não pode virar sala de aula, nem se tornar chata. Sempre

introduzi em todas as minhas novelas campanhas de esclarecimento sobre questões

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muito presentes na vida do povo. Mas é preciso fazer isso de uma maneira que

emocione, sem atrapalhar a história'", explicou Perez.

Potencial educativo

O potencial educativo das novelas já foi fartamente demonstrado na história da

telenovela brasileira.

"Vale Tudo", novela de enorme sucesso produzida no final dos anos 1980 e que foi

vendida a vários países latino-americanos, mostrou uma mulher humilde que

conseguiu avançar na vida graças a sua capacidade como cozinheira.

A novela exerceu impacto forte em muitas mulheres brasileiras pobres, tanto assim

que a demanda por cursos de culinária se multiplicou.

Nos anos 1970, a novela "O Espigão" abordou o tema do meio ambiente e

despertou uma preocupação nacional com a proteção da natureza. "Explode

Coração", de 1995, também de Glória Perez, pôs em moda a Internet, com uma

trama em que um empresário conhece uma jovem cigana por meio da Web.

Comentário: Há necessidade de união de todas as partes para vencer o problema da falta de hábito para a leitura no país. Esta é uma atitude incomum, veicular por meio de telenovelas, o incentivo à leitura e estudo.

4.3 DESTAQUES:

Título: Prática da leitura

Referências: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.TEXTO: “Nestas Diretrizes, entende-se a leitura como um processo de produção de

sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que

acontecem entre o texto e o leitor.

KLEIMAN (2000) destaca a importância, na leitura, das experiências, dos

conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências

sobre o texto. O leitor constrói e não apenas recebe um significado global para o

texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita

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conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico e na sua

vivencia sociocultural, seu conhecimento de mundo.

Se, na atribuição de sentido ao texto, há que se levar em conta o diálogo, as

relações estabelecidas entre os textos, ou seja, a intertextualidade, é de se lembrar

também que o diálogo intertextual não esgota as possibilidades dialógicas de um

texto, multiplica-as. Assim, um texto leva a outro texto, mas leva também ao desejo,

a uma política de singularização do leitor que, convocado pelo texto, participa da

elaboração dos significados, confrontando-o com o próprio saber, com a sua

experiência de vida.

É nessa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, aberta a toda sorte de

contágio que a leitura deve ser experienciada, desde a alfabetização. As categorias

como quem fala e o lugar de onde se fala, tomadas nas teorizações de Bakhtin,

podem ajudar no desvelamento dos sentidos desses textos e das relações de poder

a eles inerentes.

Também a intersecção dos textos midiáticos com os literários, por meio das

transposições que a linguagem cinematográfica, por exemplo, exige, pode sugerir

bons motivos para aprimorar a reflexão e fazer proliferar o pensamento. Ressalte-se,

ainda, a oportunidade que os textos literários dão ao leitor de escapar do realismo

midiático movimentando-o pelo tempo do imaginário.

O professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno a

leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como a de

textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a

devida mediação do professor.

Para Lajolo (1982), a relação que se estabelece no ato de leitura é mais

complexa quanto mais amadurecido estiver o eleitor e maior qualidade estética tiver

o texto. Desde que não se preste exclusivamente a uma prática utilitarista de leitura

didatizada, o texto literário é um excelente meio de contato com a pluralidade de

significações que a língua assume em seu máximo grau de efeito estético.”

Comentário: As diretrizes discutidas e elaboradas com os professores da Rede Estadual vêm concretizar a importância da leitura e o papel do professor como medidor nesse processo observando o desenvolvimento do leitor e quais intervenções serão necessárias.

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4.4 PARANÁ

Título: Projetos sociais de leitura

Projetos Sociais 2007 | Ler e Pensar | Boletim de Leitura Orientada

O Boletim de Leitura Orientada, mais conhecido entre os

professores como BOLO, é um material didático-

pedagógico, em formato de jornal tablóide, que aborda todas as

áreas do conhecimento e pode ser utilizado por professores das mais diversas

disciplinas e séries.

Seu objetivo principal é oferecer possibilidades de trabalho com jornal na sala de

aula. Para isso, em cada edição do BOLO são publicadas até oito de suas 12

páginas com planos de aula e sugestões que aproximam os conteúdos previstos no

currículo escolar das notícias do jornal Gazeta do Povo.

Além do subsídio que o BOLO oferece aos professores participantes do Projeto Ler

e Pensar por meio dos planos de aula, todas as edições trazem também dicas de

educação, calendário das atividades culturais ofertadas pelo projeto durante o ano e

matérias jornalísticas de experiências de sucesso dos professores que utilizam o

jornal na sala de aula. Mais do que um material didático, o BOLO é uma forma de

contato direto com professores das redes pública e privada dos 39 municípios

paranaenses onde o projeto está presente.

Referências:http://portal.rpc.com.br/instituto/projetos/index.phtml?

menu_id=76&filho=true&id, acessado em 19/11/07

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