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1 Ariel:: Do jeito que for preciso autora: Roane Lilian

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Ariel:: Do jeito que for preciso autora:

Roane Lilian

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Sumario

Prólogo .................................................................................................03

Capitulo I – O começo da jornada..................................................04

Capitulo II – Acidente......................................................................05

Capitulo III – Estranho....................................................................07

Capitulo IV – Mágico Celestial........................................................08

Capitulo V – Encontro......................................................................09

Capitulo VI – Ciúmes...................................................................11

Capitulo VII – Beijo......................................................................13

Capitulo VIII – Crise....................................................................15

Capitulo IX – Transferência ........................................................16

Capitulo X – Despedida...............................................................18

Capitulo XI – A morte..................................................................20

Capitulo XII – Fim.......................................................................23

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Prólogo

E naquele dia o Céu estava em plena euforia...

O dia mais esperado por todos os anjos finalmente havia chegado, o dia em que eles subiriam de

cargo e receberiam uma das tarefas mais importante, agora eles seriam designados para

cuidarem de um humano, todos estavam muito nervosos, já não agüentavam mais esperar,

depois de anos lunares estudando e se dedicando ao Maximo para que esse dia viesse, alguns

até choravam de ansiedade e alegria. Foi então que ele o grande Deus começou a falar:

— Por favor, todos em seus lugares! Vamos começar designação, mas primeiro quero

parabenizar a todos que estão aqui, por conseguirem chegar a anjos da guarda, sinceramente

são muito poucos os que eu posso depositar a minha confiança. Hoje entregarei a vossas mãos

um dos meus bens mais importante, hoje cada um de vocês será encarregado de cuidar de um

dos meus preciosos filhos. Espero que cada um de seu melhor, e espero profundamente que

nenhum de vocês falhe. Agora vamos ao que interessa! ... Natanael tu ficaras com Alice Medis

Barbosa 1355-2, Gabriel tu ficaras com Fernando Augusto Cunha 1587-2...

E assim se sucedeu, cada anjo pegava suas coordenadas e seguiam para o Portal. Enquanto

isso Ariel esperavam ansiosa na fila, junto estava Rafael seu melhor amigo, enquanto a fila

andava vagarosamente eles cochichavam em risos :

— Espero que Deus tenha piedade de mim e não me de ninguém muito trabalhoso...

— Ah! Eu sei que quem Deus escolher pra mim será a pessoa certa! Deus nunca nos daria

alguém desproporcional, e eu estarei feliz em cumprir meu dever e proteger quem me vier! Mas

agora shiii !!!

— Ariel tu guardaras meu filho Téo Luis 2533-1 e tu Rafael ficaras com Amanda Torres 2534-1.

Ariel e Rafael somente se olharam em silencio por terem pego pessoas tão próximas, assim com

um sorriso seguiram em direção do grande portal que liga o céu e a terra, lá receberam as ultimas

instruções e partiram para sua nova jornada.

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Capitulo I O começo da Jornada

Antes de conhecerem seus protegidos tinham que se encontrar com o anjo anterior, os que os

protegeram até a adolescência:

— Oi sou Michael, devo lhe dizer que esse garoto me deu muito trabalho quanto criança, agora

até que anda se comportando melhor, mas não fique muito confiante, boa sorte e que de tudo

certo, cuide bem do meu garoto!

— Pode deixar comigo! E tenha um bom descanso.

Ariel estava muito nervosa, porém bem decidida, ―tudo sobre controle‖ disse a si mesma. Quando

finalmente chegou em frente a casa de seu protegido seus joelhos começaram a tremelicar, seus

pés pareciam presos ao chão de tal maneira que ficava quase impossível caminhar, foi quando

decidiu ficar ali um pouco para se acalmar e tomar fôlego, então ficou La parada por alguns

minutos, quando a porta fez menção de abrir de repente todo aquele peso sumiu e Ariel se

escondeu nos arbustos tão rápida quanto um raio, La de trás Ariel deu um longo suspiro e

pensou: ―como sou boba! Eles não podem me ver, não preciso me esconder...‖. Lentamente ela

se levantou, alguém tinha saído da casa e vinha caminhando em sua direção, o coração de Ariel

batia cada vez mais forte, parecia que ia enfartar a qualquer momento...

— Oi, ta ai a muito tempo? – a pessoa a sua frente perguntou?

Ariel mal pode responder:

— Eu?... é... bom, N-não! ...

Então ele sorriu e continuou a ir em sua direção, com isso Ariel sem saber bem o que fazer foi se

afastando e se afastando, quando sentiu passar por alguém, ele abraçou a menina e saiu

conversando; Ariel riu consigo mesma pensando em tamanha idiotice acabara de fazer, como um

humano a veria?? Bobagem pensou ela, uma voz familiar veio de trás dela:

— Vai deixar ele sair sozinho? Isso é meio arriscado logo no seu primeiro dia de anjo da guarda!

– Era Rafael.

Ao olhar ele só apontou para o carro virando a esquina, Surpresa ela olhou rapidamente em seus

relatórios e viu na foto, aquele era seu protegido! Sim ele mesmo, ela fechou bruscamente os

relatórios e se pois a correr, ―Depois a gente se vê Rafa!‖ disse ela virando a esquina em alta

velocidade. Cadê ele? Pra onde foi? Há tantos carros aqui... ela correu pra lá , correu pra cá,

procurou por vários lugares e já cansada e desanimada parou ofegante e se culpando ―Parabéns,

você é incrível mesmo! É seu primeiro dia e você já conseguiu perde-lo de vista?! Você de vê ser

a primeira a conseguir tamanha façanha, espera só até...‖ e antes que pudesse terminar o avistou

na presença de amigos rindo alto. Depois de um profundo alivio prometeu que isso nunca mais

iria se repetir, sempre estaria junto a ele.

Depois de muito papo furado eles voltaram pra casa, ―ele dirige bem e com atenção isso é ótimo‖

pensou ela. Em casa, ele deitado assistindo TV, ela observou um pouco os traços amorosos

daquela face, ele tinha cabelos castanhos claros, uma pele branca e suave, seus olhos verdes

parecia pedaços do oceano, toda sua estrutura parecia atenciosamente harmônica...levemente

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ele pegou no sono, então o transe se quebrou, é hora de trabalhar!. Ariel rodou a casa toda,

verificou cada detalhe e anotou tudo que poderia comprometer a integridade física de seu

protegido.

A semanas seguiu calma e Ariel só observava e anotava toda a rotina, tudo o que ele fazia, com

quem falava e de quem não gostava, absolutamente tudo!, Téo era um menino calmo, não

costumava entrar em situações perigosas, Ariel estava bem tranqüila ao seu lado, sua rotina

parecia a mesma, pouca coisas mudavam, ele acordava cedo para ir a faculdade de arquitetura,

almoçava com os colegas de curso e voltava pra casa, dormia um pouco, depois tomava um

banho para se livrar do cansaço, fazia o que tinha que fazer sobre a faculdade, nunca deixava pra

ultima hora, ficava um pouco na internet e as vezes saia, sempre dormia cedo por causa da

faculdade. Em 2 meses ela já se divertia completando as frases que ele ia dizer, pareciam estar

em sincronia:

Téo — Mãe eu to super cansado, vou subir tomar um banho e capotar na cama...

Ariel e Téo — Se a Amanda ligar diz que não estou!

Naquela noite o tempo estava frio, Ariel estava inquieta, olhou para Téo e o viu todo encolhido na

cama, sem muito o que poder fazer, Ariel desceu as escadas e foi até a sala onde a mãe de Téo

estava dormindo com a TV ligada, suavemente a acordou, ela desligou a TV e subiu, foi até o

quarto de Téo o cobriu e em seguida foi dormir, só assim Ariel pode relaxar tranqüila curtindo as

horas de sono de Téo.

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Capitulo II Acidente

Tudo estava correndo bem até o dia em que Téo e seus amigos foram dar uma volta de moto. No

meio da bagunça todos começaram a incentivar Téo para que ele desse uma volta por conta

própria:

amigo1 — Ah!! Vai não é difícil!

amigo2 — Ei gente o senhor certinho ta com medo!!! Rsrs

amigo3 — Qual é Téo? vai deixar eles te zuar assim?

―Mas ele não tem carteira pra motos e alem do mas vocês nem tem capacete! Fala serio Téo não

faça isso!‖ dizia Ariel impaciente. Mas ele não deu ouvidos montou na moto enquanto os outros

falavam ―vai La cara!!‖ acelerou um pouco e meio sem jeito deu uma volta, os amigos com a

maior algazarra davam a ele mais confiança e assim ele ia cada vez mais rápido e mais longe,

mais e mais rápido, subiu o morro como um piscar de olhos lá de cima acenou e desceu em alta

velocidade e quando estava pra fazer a curva no fim do morro veio o maldito buraco, que o fez

perder a direção, os amigos em silencio rezavam, a moto se espatifou no chão enquanto Téo era

arremeçado pra longe, sem nem se quer pensar Ariel num salto correu na direção dele, o agarrou

como uma leoa faminta, os dois rolaram até pararem na guia, os gritos dos amigos foi a ultima

coisa que Téo ouviu antes de apagar, Ariel ainda abraçada a ele respirava ofegante por ter o

salvo.

No hospital mil coisas se passava pela cabeça de Ariel e seu coração estava tão apertado, ela

sentada ao lado dele segurava fortemente sua mão, com os olhos cheios de lagrimas ela dizia a

si mesma que tinha que ter feito algo a mais, e que ela era uma péssima anjo da guarda. Aos

poucos ele foi abrindo os olhos serenos, até parecia olhar pra ela. Os amigos junto ao medico

entrou no quarto.

amigo3 — E ai Téo? Como esta?

amigo1 — Cara você deu um baita susto na gente...

Mas ele nada dizia só olhava fixamente pra ela.

— Pois é campeão, foi por um milagre que você não sofreu nem trauma mais serio, você teve

muita sorte! – disse o medico.

— Milagre não, me chamo Ariel! –disse ela sorrindo se sentindo aliviada.

*rsrs : significa risos, risada.

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Capitulo III Estranho

No outro dia Téo teve alta, mas continuava distante, pensativo. Isso fazia Ariel se angustiar, será

que ele ainda estava sentido algo? Machucado? Mas se fosse o médico teria visto ou não? O que

será? Tantas perguntas ela se fazia. Mesmo distante as coisas começaram a voltar ao normal.

Em uma típica reuniam de amigos enquanto os outros estavam jogando, Téo estava no canto

pensativo, Amanda se aproximou e sentou-se ao lado:

— Téo, tem algo errado?

— Hã? não... ta tudo bem...

— Fala serio! Desde aquele acidente que você ta estranho...

— Bom... eu queria perguntar uma coisa já faz tempo...

— Então pergunta...

— você viu alguma pessoa diferente no meu quarto? Uma mulher pra ser mais preciso...

— Uma mulher? não só tinha nós, o medico e sua mãe...ninguém diferente...não foi nenhuma

enfermeira?

— não...ela estava com um vestido bege, era loira de pele clara e olhos azuis bem vivos, ela

disse alguma coisa sobre seu nome ser Ariel eu acho, ela parecia preocupada comigo...

— Téo não tinha nenhuma mulher La!, com a pancada você deve ter viajado ...é só!

— é, tem razão, é que...bem, é que eu não consigo tirar a imagem dela da minha cabeça...foi tão

real!

— Ai meu Deus! Não me diz que você está apaixonado por uma alucinação? Cara você é maluco!

— Ah fica quieta! Eu não to apaixonado! É que foi muito estranho! Quer parar de rir? Isso não tem

graça! Aff deixa pra La eu não devia ter te contado...

— É brincadeira não fica bravo rsrs

Enquanto a conversa rolava Ariel se retorcia com misto de felicidade e culpa, mas como? Como

ele podia a ter visto? Será que isso seria considerado uma violação de regras? era só o que ela

conseguia pensar.

As coisas começaram a mudar, ela começou a mudar, sentir coisas que nunca havia sentido

antes. Os dias passavam quentes e frios, Ariel não sabia o que estava sentindo, e sofria por estar

tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Porém tudo era como sempre, se divertia assistindo TV

junto a ele, indo a festas,completando frases como se conseguisse ler a mente dele, sentia que

era tão pouco, mas pra quem não tinha nada estar junto já era muito.

O tempo passou rápido, um ano e meio, ele era o mesmo garoto de sempre, com os mesmos

amigos de sempre, mas esse dia chegaria Ariel sabia, mas rezava para que demorasse mais uns

vinte anos, ele estava namorando, uma tal de Cintia, eles estavam sempre juntos, mais junto do

que Ariel jamais chegaria, isso fazia mau só de pensar. Ele andavam de mãos dadas, saiam pra

janta, brincavam, riam juntos, enquanto isso um sentimento estranho crescia em Ariel, ―Oh não,

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inveja?!‖ então era isso inveja, ela queria estar lá no lugar da Cintia. Um dia enquanto chorava

suas magoas viu Téo olhando fixamente para uma folha, ―espero que a curiosidade não mate um

anjo‖ ria tristemente, se aproximou e espiou, ficou em choque com o que viu, a alegria voltou a

tomá-la por inteira, ela queria abraçá-lo bem forte, naquela folha havia um desenho, não só um

desenho, era um retrato, o rosto estampado no retrato era de Ariel, ele não tinha se esquecido

dela, Cinta chegou pois eles iam passar a tarde no parque, ele se arrumou, estava mais lindo a

cada dia, antes de sair se perfumou olhou mais uma vez para o retrato, o guardou com carinho e

se foi, Ariel se sentiu tão bem como a meses não sentia.

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Capitulo IV

Mágico celestial

Hoje era dia de folga para Téo, geralmente ele passava a maior parte do dia deitado assistindo. A

fuga perfeita para Ariel, ela foi até o mundo místico, ela queria respostas, ela precisava.

— Ola Ariel, quanto tempo heim?! O que veio fazer aqui? E seu amigo Rafael?

— é ... já faz bastante tempo, o Rafa esta bem nós estamos trabalhando bem próximos... mas eu

vim aqui porque eu queria que você me dissesse uma coisa, é possível um humano nos ver?

— Bom... sim, mas isso raramente acontece, afinal é contra as regras surgir diante um humano,

eles não são bons em lidar com o mundo espiritual, isso acontece as vezes em sonhos o que é

mais comum, ou em momentos delicados da vida humana, mas na grande maioria eles não são

capazes de assimilar que estão diante de seu anjo da guarda... – os olhos de Ariel chegavam a

brilhar – O que foi? Isso aconteceu com você?

— Sim, eu acho que sim. E tem algum jeito para sei La, falar com seu protegido, ou quem sabe

parecer humana como eles?

O mágico ficou chocado diante de tal pergunta:

— O que? Humana?! Mas que tipo de pergunta é essa Ariel? O que pretende com isso? Você

sabe que se abandonar seu posto seu protegido estará entregue a própria sorte...

— Sim eu sei, mas não tem problemas eu conheço a rotina dele ele não vai aprontar nada, é só

um tempo! E eu só quero porque parece ser tão maravilhoso, poder tocar e sentir tudo ao seu

redor... bom é isso. Existe ou não?

— Bom, existir, existe! temos uma poção, mas não temos permissão de entregá-la em mãos de

anjos cujo o propósito seja tão banal, essa poção só pode usá-la três vezes, mais que isso você

corre o risco de permanecer humana, o que acarretará um monte de problemas, tenha

consciência disso! A porção dura em media 8 horas.

— Sim entendi tudinho... agora, eu posso ficar com ela?

— Não sei se é uma boa idéia...

— O que? Olha, meus motivos não são banais, eu quero poder sentir o que eles sentem, nem

que seja só por alguns minutos, por favor me ajude, eu não direi nada a ninguém, nem direi que

foi você que me forneceu o melhor momento de minha vida...

— Eu gosto muito de você Ariel, mas isso seria muito arriscado!

— Eu tomarei cuidado, eu sempre fui uma das melhores da sala e você sabe, eu não sou uma

irresponsável... – Ariel sempre foi muito próxima do mágico, e ele não teve como negar.

— Mas escute Ariel, não me faça se arrepender disso!

— Claro, confie em mim!

Ariel saiu quase que saltitante estava muito feliz, finalmente ela poderia chegar perto realmente e

tocá-lo, ela ruborizava só de pensar.

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Capitulo V Encontro

No dia seguinte ela saiu e se escondeu atrás da arvore, muito ansiosa tratou logo de tomar um

gole da poção, ela se sentia igual, nada parecia ter mudado, mas quando se apoiou na arvore

conseguiu a sentir, só podia ser um sonho um lindo sonho, saiu e começou a tocar tudo em sua

volta a senti o cheiro, pura magia!. Foi então que ele saiu como de costume era sábado, ela foi

atrás dele ―Téo?!‖ e ele parou como se estivesse congelado, aquela voz... ele já tinha a escutado

antes, mas onde? Ele se virou devagar e mal pode acreditar no que estava vendo, outra

alucinação? Não dessa vez não, não pode ser, ela é real!

— Lembra de mim? Eu estive com você no hospital...

— Sim claro, como eu podia me esquecer? Mas ninguém te viu la, pensei até que fosse só coisa

da minha cabeça...

— Ah!, era porque eu tava com um pouco de pressa...

— Oi Téo ,quem é essa? – Amanda apareceu e a olhou dos pés a cabeça.

— ah sim, lembra da garota que eu te contei do hospital? Era ela... Ariel.

— ah ... oi, porque a gente não sai pra tomar um sorvete? Eu tenho muitas perguntas a fazer...

E assim foi feito! Ela fez milhões de perguntas e cada vez ficava mais difícil responder, pra sua

sorte Téo amenizava a amiga, mas ela parecia um detetive e junto a ela Rafael também fazia um

monte de perguntas, mas agora humana Ariel não podia o ver, nem ouvir. Ariel rezava por dentro

pra que ela fosse logo embora, mas isso só aconteceu quando já estava escurecendo.

—Você gosta muito desse vestido não é, pelo o que Téo havia me dito estava vestida como

agora...

— É... essa é minha roupa preferida...

— E porque mesmo você entrou no quarto do Téo? Afinal a gente não se conhece...

— Ah, eu estava visitando um conhecido, e acabei entrando no quarto errado, foi isso...

— Ah sim, um conhecido... - cinco horas havia se passado desde que tomara a porção só lhe

restavam três horas, tão pouco pensava ela. Depois que Amanda tinha ido embora a conversa

ficou bem mais descontraída e gostosa.

— Posso pedir uma coisa? Pode parecer estranho, mas eu tenho que pedir...

— Diga!

— Bom... é que... eu queria, queria segurar a sua mão...

Téo achou um tanto quanto estranho, mas também queria se aproximar, tocar nela pra ter certeza

que não era só um sonho. Ele deslizou as mãos pela mesa e deixou ao alcance de Ariel, ela

baixou o olhar para as mãos dele e como se estivesse com medo de machucar, pois suas mãos

sobre a dele, isso fez com que um frio na espinha percorresse todo seu corpo, nunca ela estivera

tão feliz, com uma das mãos ela a entrelaçou na dele e com a outra tocou o cabelo e depois a

face dele, os dois sorriram parecia um encontro cósmico, ele se aproximou um pouco e também a

acariciou, trocavam juras pelo olhar, ele se aproximou mais um pouco, as mãos ainda

entrelaçadas, e com os corações em chamas, ele pousou a mão sobre a nuca dela a puxando

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para si, eles não paravam de se olhar nem por um segundo é como se o mundo fosse esquecido

e que só os dois existissem, os lábios estavam prestes a se chocarem e... ―Téo?!!!‖ um quase

grito veio com o nome dele, e todo o encanto foi quebrado, rapidamente se viraram e La estava

Cintia com uma feição de puro ódio, ―eu posso explicar!‖ disse ele, mas ele não podia pois nem

mesmo ele sabia o que exatamente estava acontecendo, ele nunca foi do tipo cretino ou

desrespeitoso e agora estava prestes a se entregar a outra garota cuja a qual surgiu sem a menor

explicação... ele estava muito confuso. ―não precisa explicar nada, eu vi o bastante, agora volta

pra sua vadia!‖ Cintia disse e saiu esbravejando. Téo não sabia se ia atrás de Cintia ou se ficava.

— M-me desculpe, eu devia ter te falado sobre minha namorada, é que eu não sabia que

chegaríamos tão longe... me desculpe, isso normalmente não acontece, é serio!

— N-não, a culpa foi toda minha, eu sabia que você tinha namorada, mas não me importei,

perdão eu não queria causar problemas...

— Já sabia? É, bom... esta tudo bem eu vou falar com ela, mas agora eu tenho que ir, e me

desculpe mais uma vez!

Enquanto ele saia ―me desculpe...‖ ela foi tão imprudente, como pode deixar os sentimentos

falarem mais alto? Isso foi tão precipitado... mas ao mesmo tempo ela pensava ―porque? Porque

ela tinha que chegar naquela hora? Ela mais uma vez chegou tão perto e continuou longe...mas

que droga!‖. Téo havia saído, ela não sabia pra onde ele iria, tinha que correr não podia o deixar

só, se algo acontecesse ela nunca se perdoaria.

Quando eles estavam em casa, mais uma vez ela estava invisível pra ele, isso a fazia sofrer

ainda mais.

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Capitulo VI Ciúmes

Já fazia uma semana desde o incidente, Téo estava tristonho havia terminado com a namorada

de quem gostava, e sua garota misteriosa desaparecera outra vez, vê-lo assim era mais

torturante ainda, pois ela foi a culpada de tudo, Belo anjo és tu.

— Poxa Téo não fica assim, você vacilou o que esperava? – dizia Amanda.

— Eu sei ta! não precisa me lembrar... na verdade eu já me conformei com o termino, mas o que

ainda me deixa intrigado é a Ariel...

— Sério, se eu fosse você me afastava ao Maximo dessa garota, já deu pra perceber que ela é

encrenca, sem contar que eu tenho certeza que ela mentiu em todas as respostas das minhas

perguntas... tipo ela é muito estranha!

— é eu percebi também, mas por que ela mentiria? O hospital e o encontro, isso tudo ta me

deixando maluco, e como ela sabe onde eu moro?

— Meu, ela deve ser doente e ta te perseguindo, Téo você tem que ficar esperto, e se ela for uma

psicopata que esta obcecada por você?!

— Que psicopata o que?! Não viaja! Você viu os olhos dela? Ela não tem cara de doida, ou

psicopata ou sei La mais o que você possa inventar!

— ta bom, não ta mais aqui quem falou...

Toda aquela conversa deixava Ariel nervosa, essa menina estava tentando fazer a cabeça de

Téo, dava vontade e voar no pescoço dela.Enquanto Amanda abraçava Téo, Ariel andava de um

lado pra outro e o seu sangue fervia nas veias.

— Quer parar de andar de um lado pro outro? Está me deixando nervoso... – disse Rafael

— Essa garota, ela que esta me deixando nervosa!

— O que? Ariel, você tem noção do você fez? Você interferiu na vida de um humano, isso é uma

das nossas primeiras regras, e em menos de dois anos você já quebrou! Isso é ruim, muito ruim!

Ariel nem deu ouvidos, então teve uma idéia mirabolante, foi até a escada e com muito esforço

conseguiu derrubar um dos vasos que se estraçalhou espalhando água pela escada.

— Que barulho foi esse?

— relaxa deve ser o gato da vizinha de novo...

Amanda continuava se fazendo de melhor amiga, agora ela só tinha que trazer Amanda para a

escada...

— Mas o que você ta fazendo? Ariel isso é perigoso! – disse Rafael a puxando pelo braço.

— Quem sua protegida pensa que é pra falar de mim daquele jeito? E essa papo todo de

―consolo‖, ela não me engana, ta tentando fazer a cabeça de Téo pra me tirar da jogada, mas eu

não vou permitir.

— Olha só pra você! Ta parecendo uma... uma humana! Escuta, você nunca esteve na jogada...

não arrisque tudo por ciúmes, deixa o garoto viver, se te pegarem com essas atitudes você ta

perdida, entende? Meu Deus Ariel, eu não te reconheço mais.

— Me desculpe, mas nem eu mesmo me reconheço – disse com os olhos cheios de lagrimas

— Você tem que agir com racionalidade, se não falhar será eminente!

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— Eu já falhei, desde o dia em que me apaixonei por ele, eu sinto coisa e não sei o que fazer.

— Eu sei o que você tem que fazer, você sabe o quanto eu te estimo não? Mas nessa situação

tudo o que tem que fazer é renunciar a guarda dele.

Aquelas palavras vieram como um soco. Ariel passou a manhã inteira pensando nisso, mas como

renunciar? Isso seria admitir o fracasso e sua incompetência, e alem do mais, ela não poderia

mais ficar longe de Téo, não podia o entregar a outro anjo, ela estava ficando louca, pensou eu

beber a poção mais de três vezes, pensou em ser humana assim como ele, mas o que

aconteceria?

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Capitulo VII Beijo

Enquanto Téo teclava no computador, Ariel estava jogada na cama nadando fundo em seus

pensamentos, quando saiu desse mar olhou para Téo, ela queria senti-lo mais uma vez, queria

tocar sua pele, desejava continuar de onde parou, foi até ele e o entrelaçou com um abraço,

como esperado nada sentiu,só uma pontada no peito de decepção, então decididamente pois a

mão no vestido e apanhou o pequeno frasco, ainda tinha mais da metade, apertou entre os dedos

tentando resistir, mas bastava olhar para ele que toda a resistência ia embora, mas ela não podia

aparecer ali do nada, então desceu até o jardim olhou em direção da janela e tomou um bom

gole, esperou alguns segundos e pode sentir seus pés sobre a grama, deu uma risada calorosa

de felicidade, foi até a guia pegou uma pedrinha e jogou levemente na janela do segundo andar,

dentro de poucos segundos ele apareceu abrindo a janela, quando a viu abriu um sorriso enorme

e encantador, diante disso tudo que Ariel consegui dizer foi ―Oi‖ levantando um pouco a mão.

Ainda sorridente ele disse ―Oi...só um minuto, já to descendo‖ e saiu na disparada, aos poucos o

sorriso de Ariel foi sendo substituída por uma expressão de medo, Ariel se pois a correr, entrou

na casa e foi em direção a escada, e antes que pudesse chegar escutou um estrondo, seu

coração diminuiu junto com sua pupila, simplesmente paralisou depois foi caminhando devagar, o

que temia aconteceu, sua armadilha deixada para Amanda acabara de derrubar Téo.

— Téo!!! – correu ajudando-o a levantar,e tentando examiná-lo

— Eu to bem, ta tudo bem...

— Me desculpa! Me desculpa Téo.

— Calma eu to bem é serio! E você não tem culpa de nada eu que sou meio desastrado...

— Ai meu Deus... eu vou chamar um medico, não ta sentindo alguma dor? Não quebrou nada?

Senta ai que eu vou pegar uma água com açúcar, não um chá, ai não o medico eu tenho que

chamar...olha não se mexe que eu já volto... - ela não parava de falar e de andar de um lado ao

outro como se estivesse perdida, e estava! Enquanto isso Téo só a observava e se divertia ao

vela tão preocupada, e riu da situação, até que ela parou.

— O que? Por que ta rindo? Isso é serio, com um tombo desse você pode ter se machucado

seriamente, talvez não esteja sentindo agora porque o sangue ainda ta quente... – dizia ela muito

seria com os olhos marejados.

— Ariel, eu to bem ! isso vai me custar alguns hematomas mas é só! Se acalma.

Apressadamente ela se sentou ao lado dele agarrou as mãos dele e levou-as de encontro ao

peito, e entre sorrisos ofegantes ela se pronunciou.

— Nossa, você me deu um susto e tanto, se tivesse acontecido alguma coisa com você eu nunca

me perdoaria...

Porém ele não respondeu, só ficou a olhando, como se pedisse algo com o olhar, depois de um

silencio constrangedor:

— Eu achei que você não a veria mais depois daquele incidente...

— E eu tentei não vir, mas a vontade de te ver, de te sentir foi mais forte do que meu bom senso,

pra falar a verdade desde que te conheci que eu não o escuto mais.

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— É, comigo também é assim...

— Desculpa, eu não queria causar problemas...

— Não precisa ficar se desculpando.

— Ai, eu sou uma péssima An... – engoliu a palavra como num soluço e tentou disfarçar –

A- Amiga.

— Eu não acho, você parece sempre estar nas horas criticas rsrs

Assim a conversa seguiu descontraída, eles se falavam como se já fosse amigos de anos...

A toda hora trocavam olhares e sempre que terminavam alguma historia vinha um silencio que

ambos tentava contornar. Mas chegou uma hora em que nenhum dos dois sabia o que dizer,

parecia que as palavras haviam desaparecido, foi então que a cena da sorveteria começou a se

repetir, um foi de encontro ao outro delicadamente, os olhos se fechando e os lábios se tocaram

levemente, se afastaram um pouco como se pedissem permissão e se entregaram outra vez, só

que agora com bem mais vontade. Ariel queria que o tempo congelasse por completo, afinal não

se importaria de passar a eternidade em um longo beijo. Mas de repente as mãos quentes de Téo

começou a perder o calor e o beijo se apagando, em um ato repentino ela se agarrou em Téo, e

ele a viu desaparecer diante de seus olhos, mal podia acreditar no acabara de ver, como ela

sumiu? Outra vez uma de suas alucinações? Estava ele ficando louco? Não podia ser, era

impossível ainda sentia o gosto do beijo em sua boca.

— Ariel?... Ariel!

— Eu estou aqui, bem aqui! – respondia quase em soluços, pois sabia que ele não as escutava

mais, Ariel estava com o coração quente e frio ao mesmo tempo.

Téo ficou ali parado por muito tempo tentando entender o que aconteceu, mas nada coerente lhe

vinha à mente, nada explicava; mas ele tinha certeza que tudo foi real.

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Capitulo VIII Crise

Um tempo se passou. Enquanto caminhava pelas ruas viam casais alegres e os dois se perguntavam se não podia ser com eles também, por que não? Nada parecia igual, o mundo já não tinha a mesma cor, e as reuniões com os amigos agora eram tão sem graças. — Ei Téo, ta pensando na namorada fantasma de novo? Rsrsrs — Já disse que não gosto da suas piadinhas! — ta foi mal, vê si se diverte um pouco cara... – todos concordavam. — Deixem ele em paz! – Amanda o protegia. — Já que esta aqui vejo que não renunciou, mas por que heim? Porque tortura tanto esse garoto? – dizia Rafael indignado. — Eu to deixando ele em paz, só to aqui fazendo meu trabalho! — A é?! – ele tentou pegar o frasco que ela guardava no vestido, mas ela segurou entre as mãos como um tesouro, os dois se encararam em desafio, e ele usou da força e arrancou o frasco da mão de Ariel; olhou o liquido brilhante, Rafael sorriu incrédulo. — Eu não... acredito que você fez de novo! Isso é um insulto! Como pode? — Eu precisava Rafael... — Precisava? Precisava do que? Destruir mais um pouco a paz desse garoto? Será que você não consegue enxergar o mal que esta causando? Ou será que nem se importa?! — Eu me importo é lógico! — Mas não parece! Por Deus Ariel – Falava quase em gritos – Pare com isso! Pare de interferir na vida dele! Mais que droga! Bota uma coisa na sua cabeça, ele é um humano e você um anjo, já viu alguma historia de humano e anjos juntos? Não! E sabe por quê? Porque anjos não se apaixonam e muito menos por humanos!!! — Mas eu me apaixonei, e se isso aconteceu é porque é possível, e se é possível eu não devo ter sido a primeira! Ele só balançava a cabeça negativamente e agora em um tom suplicante disse: — Eu simplesmente não consigo ver minha amiga se destruir assim... isso é tão deprimente! Eu tentei abrir seus olhos, já não posso fazer mais nada, se quiser continuar com isso vá em frente, não se esqueça que as conseqüências viram, mas se esqueça de mim, porque nossa amizade não existe mais! A reunião havia acabado, estavam todos seguindo seus caminhos, Amanda e Téo iam juntos já que eram vizinhos, porem Rafael andava na frente sem nem se quer olhar para Ariel. Toda aquelas palavras que ele havia dito a fazia sangrar por dentro, Rafael sempre foi seu amigo querido nunca se separavam, e agora estava prestes a perdê-lo.

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Capitulo IX Transferência

Era de manhã e Ariel estava rodeada de pensamentos, de angustia. Um dos entregadores divino,

apareceu.

— Anjo Ariel?

— Sim sou eu...

— Aqui está uma carta que veio diretamente da central do destino, e que foi peço para ser

entregue em mãos. – Ela pegou o envelope e ele se foi, ela o rasgou e pegou a carta, lendo

atentamente .

Querida Ariel, Veio por meio desta carta lhe informar sobre sua transferência permanente,

Ariel sentiu o coração saltar, transferência? Como assim? Continuou lendo temerosa.

Nossos preciosos informantes relataram de sua conduta duvidosa, entramos em conselho e decidimos transferi-la para outro protegido, cujo qual necessita muito mais atenção que o atual. Designaremos no prazo de uma semana um novo anjo da guarda, que ficara em seu lugar, e juntamente mandaremos todos os dados de seu novo protegido, esperamos assim eliminar os problemas atuais, e juntamente com nossa total compaixão lhe daremos uma segunda chance.

Não nos decepcione Ariel.

Atenciosamente Junta de Destino.

O que? Mas como? Ariel estava chocada, e custou a se concentrar, ela tinha falhado, e seria

transferida por compaixão! Ela sentiu seu coração quebrado em mil pedaços. Estava perdida, e

sozinha, ela se culpo por ter deixado as coisas desencaminharem.

Ariel decidiu ir outra vez ao mundo místico.

— Mestre, eu preciso saber de mais... as coisas não saíram como o planejado, na verdade, eu

nem planejei nada, só aconteceram, e foi errado, agora eu vejo isso... Eu queria saber se tem

algum modo no qual eu possa ficar com ele...

— Mas do que você está falando minha filha?

Ariel explicou resumidamente sua historia para o velho mágico.

— Querida isso é loucura, você realmente está disposta a ficar com esse humano?

— Pra viver esse amor eu faria qualquer coisa!

— Se é assim... existe dois jeitos razoavelmente eficazes para que isso aconteça!

— C-como assim? – perguntou com medo da resposta.

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— Na primeira você teria que se tornar uma humana, e você já sabe como, tomando um gole a

mais do permitido da poção que te dei, porem seu amado ficaria sem protetor o que o deixaria

vulnerável, o que poderia tornar a vida amorosa de vocês bem curta.

— Ele receberá um novo protetor em uma semana.

— E quem cuidara do seu novo protegido? E tem mais uma coisa, você seria considerada um

anjo caído o que acarretaria em uma penitencia cuja qual logicamente seria sua expulsão do céu,

ou seja, não poderá retornar nunca mais!

— T-ta... e a segunda qual é?

— A segunda coisa que pode fazer seria a mais coerente de sua parte, ele teria que se igualar a

ti, vir para o seu mundo, ele teria que primeiramente beber isso – pegou outro vidrinho e entregou

– com isso ele renuncia a vida humana e ai é só se livrar do corpo...

— Como assim se livrar?

— Exatamente como esta pensando, ele terá que morrer fisicamente para que vocês fiquem

juntos e serem ―felizes‖, porem, ele seria considerado um suicida, e como já sabe, eles não tem o

perdão de Deus. E ele não será digno de entrar nos portões do céu, ou se quer ganhar uma nova

chance, sua alma estaria perdida na terra.

— Isso é terrível...

— Sim, mas nada vem de graça Ariel, todos os atos tem um preço a ser pago...

Ela voltou pra terra e ficou pensando. Ela disse que faria qualquer coisa pra ficar com ele, mas

mentira afinal matá-lo mesmo que só fisicamente, isso ela não podia fazer. Tudo tem um preço, e

o do seu amor era alto demais para ser pago. Seu amor era impossível,concluiu.

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Capitulo X Despedida

―Esqueça de mim porque nossa amizade não existe mais...‖ ―você seria considerada um anjo

caído‖ ―sua alma estaria perdida na terra‖ todas essas palavras distorcidas rodavam sob a cabeça

de Ariel, com o coração em pedaços e já muito cansada, cansada de sofrer, de se decepcionar,

cansada de lutar por um amor que nunca daria certo, e cada vez que tentava ela só o

prejudicava, Rafael estava totalmente correto em tudo que disse, ela estava cansada de insistir

no mesmo erro.

Enquanto isso Téo parecia cada dia mais apaixonado e inquieto, andava pelas ruas como um

louco sempre a procura de alguém, estava a sua procura, saia sempre esperançoso e voltava

derrotado, vencido pela espera de alguém que não vinha. ―Ariel, cadê você?‖ diante de tanto

sofrimento Ariel tomou a decisão mais difícil que já tomara, decidiu que se livraria desse amor,

contaria a Téo toda a verdade sobre si e terminaria de vez com tudo, assim ele estaria livre de

todo esse sofrimento, ela o deixaria, e aceitaria de bom grado sua segunda chance.

Téo estava sentado na varanda contando estrelas, aos poucos sentiu a presença de alguém,

incrédulo e feliz viu Ariel surgir no ar como uma projeção, foi como um feixe de luz que iluminou a

face tristonha de Téo transformando em um largo e puro sorriso, antes que ela pudesse dizer

qualquer coisa Téo a abraçou com firmeza e calor, um abraço com tanta ternura que quase a fez

esquecer-se do que estava a fazer ali.

— Eu senti tanto sua falta, por favor, nunca mais faça isso, não me deixe mais!

— Téo... a gente precisa conversar. – Nesse momento a expressão de Téo se tornara apreensiva

e preocupada. – Eu estou aqui pra responder todas as perguntas que você não sabe responder,

pra esclarecer tudo... e pra por um final em tudo isso. – As palavras de Ariel foram tão duras e

frias que Téo sentiu uma pontada no peito, como se seu coração estivesse tentando se proteger.

E assim ela continuou... – Eu sei que pode parecer mentira, mas tudo que vou te dizer é a mais

pura verdade!. Téo, eu sou um anjo, o seu anjo da guarda, sei que não estou fazendo meu

trabalho direito, mas as coisas vão mudar...

— A- Anjo? Bom, eu te vir desaparecer e surgir do nada, acho que não é difícil de acreditar em

você. – completou com um sorriso sem graça.

— Eu não podia ter me apaixonado por você, isso atrapalho e muito, eu fiz coisas sem pensar, eu

falhei! – apanhando o frasco – foi isso que me proporcionou vir até você assim como uma

humana, e isso foi a coisa mais incrível que já me aconteceu, mas eu não tinha esse direito, eu

não devia ter posto o meu querer na frente do meu dever, esse foi meu maior erro. –Téo só ouvia

calado – Essa é a ultima vez que interfiro na sua vida, é a ultima vez que nos veremos Téo.

— Não, não pode fazer isso, não pode simplesmente sumir! Eu quero que fique comigo. – ele se

negava a entender com os olhos se enchendo d’água.

— Mas eu sempre estarei com você Téo! Não é como você quer, mas é do jeito que é preciso! Eu

sou teu anjo e sempre vou te levar no meu coração...

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— Mas eu quero que fique assim como esta, sendo minha... isso é tudo muito louco, mas eu

realmente amo você, eu nunca senti isso antes é como se eu precisasse de você pra viver, eu

preciso te sentir, saber que é real, eu preciso te ter comigo!

— Eu não posso aceitar Téo, por favor não insista, já esta sendo difícil o suficiente pra mim!

— E pra mim não esta? Você quer que eu simplesmente te deixe ir e esqueça tudo o que

aconteceu, tudo o que eu sinto? Não da Ariel! – Por um tempo Ariel ficou em silencio somente

sentindo o amargo das lagrimas que escorriam pelo seu rosto, mas ela tinha que continuar, não

havia tempo a se perder. – Ariel me diz tem que haver uma saída pra nos dois, uma forma.

— Mas não existe! – Ela respondeu em um salto como se temesse que ele soubesse.

— Você esta mentindo, eu sei, me diga logo... você não disse que veio dizer a verdade?

— Ta bom... eu vou dizer... – ela contou o que o velho mágico disse, e após um silencio Téo

disse:

— Okay, você só precisa tomar mais um pouco dessa poção ai e tudo dará certo, você se torna

humana e fica comigo, pra sempre!

— Você ouviu o que eu disse? Se eu virar humana outra pessoa fica sem anjo!

— Tudo bem...

— Tudo bem? Não podemos ser tão egoísta Téo, é uma vida!

— Tem razão, então só resta a segunda opção... meu corpo morre e nós ficaremos juntos...

— Jamais, nunca que eu te deixaria cometer tamanha loucura! Nós temos que terminar qualquer

coisa que a gente possa ter.

— Você não pode tomar essa decisão por mim, e se essa for a minha vontade, você não poderá

interferir. – assim ele pegou o outro frasco da mão de Ariel.

— Téo pare de graça, e me devolve isso!

— É preciso Ariel, só assim nosso amor pode se tornar completo, não importa de que forma eu

obterei isso...

— Não Téo! Não existe o ―nosso amor‖, eu já decidi acabar com isso, é melhor assim, entenda!

— Isso envolve nós dois, você não pode decidir sozinha!

— Nem você Téo! – Ariel se levantou e foi para a sacada, um tempo depois Téo a acompanhou, e

a abraçou como se quisesse a segurar, os dois ficaram ali por um tempo, até que o silencio foi

quebrado. – Por favor me deixe tentar, de uma chance para nós...

— Eu não posso, você tem muito o que viver Téo, não posso interromper isso, não posso

corromper a sua alma e a deixar pagar, eu só queria que tudo fosse mais fácil...

Quietos se jogaram no sofá e ali ficaram juntos sentindo um ao outro, e os beijos suaves tinham

o sabor da despedida.

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Capitulo XI

A morte

— Anjo Ariel?

— Sim?

— Eu sou Gabriel, vim assumir o seu lugar. – seu olhos se desmancharam em lagrimas – Eu

sinto muito!

— Cuide bem dele por mim, por favor, cuide dele como eu nunca pude cuidar, é só o que lhe

peço.

— Ele estará em boas mãos Ariel, pode ter certeza. Temos essa tarde para ficar enquanto

fazemos a transição, não é algo tão simples essa troca.

— Sim, eu sei...

— Aqui esta toda a papelada do seu novo protegido.

— Obrigado... – ela caminhou até a parede e deslizou até o chão, olhou para a pasta e fraquejou,

chorou muito antes de abrir à primeira pagina. Bianca, esse era o nome de seu novo protegido,

será que serei capaz de cuidar dela? E se falhar novamente? Ela não poderia viver assim, já não

confiava mais em si própria, seu mundo havia desmoronado, e seria muito difícil começar tudo de

novo.

―Uma vida sem amor, será que vale ser vivida?‖ era o que Téo se perguntava. O tempo passava e

cada minuto parecia durar a eternidade, nada mais o fazia sorrir, os amigos tentaram o animar,

levando ele pra se distrair, mas isso o chateava ainda mais. Ele só pensava em Ariel, todos

estavam preocupados diante sua depressão, ninguém sabia o que se passava com ele.

A noite caiu e Téo Já estava exausto de sofrer, se arrumou, pegou as chaves e o frasco e saiu,

entrou no carro e se preparou.

— Téo? Pra onde vai? – gritou Amanda saindo de casa em sua direção, muito preocupada com

essa atitude repentina.

— Eu vou ser feliz! Cansei de me martirizar aqui. – disse isso com um sorriso sombrio.

— Como assim ser feliz? O que está acontecendo? – enquanto perguntava Téo abriu o frasco e o

tomou em uma golada só, acenou e se despediu.

— Adeus Amanda! – acelerou e saiu cantando pneus.

Amanda ficou apavorada e logo tratou de ligar pra todos contando sobre a atitude estranha do

amigo, todos se desesperaram ―meu Deus ele não pode estar falando serio!‖, de repente uma

caçada começou, todos saíram à procura de Téo, enquanto Amanda ia sendo hospitalizada em

estado de choque.

Ariel já ia seguir seu caminho quando presenciou esta cena terrível, ela correu para dentro do

carro, temendo sua loucura. Téo saiu da cidade pegando a estrada parecendo ter uma pedra no

acelerador.

— Agora sim tudo terá um fim, sei que esta aqui Ariel, eu posso senti-la... nós ficaremos juntos eu

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juro!

Ariel se retorcia no banco do passageiro, estava preste a ver seu amado cometer a maior loucura

que um ser humano pode fazer, e a culpa era toda sua e ela não podia pará-lo, se sentia as

ultimas das criaturas.

Téo acelerava para a morte, naquela estrada era o fim. Quando um dos amigos de Téo apareceu,

atrás do carro de Téo buzinando e dando sinal para que ele parassem, eles aumentaram a

velocidade e aparelharam os carros.

— Téo, o que está fazendo? Para o carro agora! – mais com todo o barulho Téo não escutou ou

fingiu não escutar, não tendo resposta e acabando de entrar no túnel, o amigo começou a

encostar no carro de Téo, tentando o empurrar contra a parede, para quem sabe assim fazê-lo

parar na marra; de repente surgiu um farol alto e ele freou com tudo, enquanto ele batia Téo

continuou, nada grave havia acontecido pois a batida foi leve, recuperado o fôlego depois do

susto ele disse meias palavras com o homem do outro carro e saiu atrás de Téo mais uma vez.

Se aproximando do fim Téo não fraquejou, sentia um misto de felicidade e medo, quando viu a

saída do túnel soltou o sinto que era de costume colocar.

— Me espere Ariel estou chegando !

O carro continuou seguindo rápido voando a cada curva, a curva mais acentuada veio e tudo se

sucedeu tão rápido que ele mal pode notar, entrou direto na curva arrancando facilmente a grade

de proteção e o carro virou se despedaçando a cada giro.

Os amigos chegou pouco depois e diminuiu a velocidade vendo as marcas na estrada, ele não

sabia o que fazer, gritar, chorar, rezar e fazia tudo ao mesmo tempo, eles ligaram para o resgate

que chegou dentro de alguns minutos, ambulância, bombeiros, policiais todos ao mesmo tempo,

com suas sirenes escandalosas, o transito desviava lento uns passavam fazendo sinal da cruz e

outros curiosos paravam pra ver. Os bombeiros foram ágeis e retirou o corpo de Téo com

tamanha rapidez cuja qual necessitava, levou imediatamente pra o acostamento, os paramédicos

logo começaram a fazer os primeiros procedimentos.

— Téo eu disse que não queria isso ... por que não me ouviu? – Ariel dizia em desespero.

Os paramédicos tentaram, tudo o que podiam sem resultados, então com um pano branco

cobriram o corpo, todos abaixaram a cabeça emocionados com a cena forte. Os amigos de Téo

começaram a rezar pedindo que tudo fosse só um pesadelo.

— Téo, por te amar de mais que eu tenho que te deixar ir... seu lugar não é aqui, não agora. E se

você me ama viva por mim, e quando for a hora eu estarei aqui te esperando. Quando for a

hora... nosso amor será completo! eu não posso fazer mal a eles também... – olhou para os

amigos que aos prantos tentando discar uns números no celular – Você precisa voltar. – E com o

sorriso mais doído Ariel o beijou. – Eu te amo. – Téo voltou de volta a vida...

— S-sim... os paramédicos fizeram tudo que podiam... e agora o Téo... ele, ele... – quase não

conseguiu completar a frase quando olhou pro corpo do amigo o viu tirar o pano do rosto, todos

correram pra La. – Vivo, Ele, ele esta vivo!!! –Todos começaram agradecer a Deus pelo milagre.

Ariel se alegrou pelos rostos felizes, juntou todos os seus pedaços, toda a sua dor e partiu.

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Capitulo XII Fim

No hospital Téo recebia flores e paparicos, principalmente de Amanda, eles o abraçavam,

seguravam e beijavam, como se Téo fosse uma criança dodói, chegavam visitas aos montes

todos vinha vê-lo. Os médicos e psicólogos que o acompanhava, não conseguiam explicar o

motivo do garoto ter tentado o suicídio, nem ele sabia o porque, deduziram então que por estar

em alta velocidade ele só perdeu a direção, tudo foi um acidente.

— Você fez o que era certo! Meio que demorou...mas conseguiu – dizia Rafael risonho.

— Eu sei, me faz bem vê-lo feliz assim, acho que isso é o suficiente pra mim.

— Ele não se lembra de nada, você apagou a memória dele, não foi?

— Não, Isso foi uma obra de maior influencia, mas isso é o melhor pra ele. – Rafael sorriu e

abraçou fortemente a amiga.

— Agora tudo vai ficar bem...

E Téo em meio à conversa agradável com os amigos, viu um casal feliz se abraçando, se sentiu

estranho. Por sobre o ombro do menino ela olhou pra Téo e sorriu, foi lindo, mas quando o amigo

terminou de passar na frente eles já não estavam mais La, mesmo achando estranho Téo voltou

à conversa.

Os dias passaram, e Téo recebeu alta, quando chegou em seu quarto deitou para descansar, ele

viu um papel jogado embaixo da escrivaninha, se levantou com dificuldade e foi até La, pegou o

papel e o olhou por minutos, leu a legenda, que dizia Ariel e a data, aquele nome lhe suou tão

familiar, Amanda bateu na porta e entrou.

— Bem vindo de volta! – ele continuou fixo, ela se aproximou e o viu olhando o desenho.

— Eu acho que a vi no hospital... essa garota, você a viu?

— C-claro, era a enfermeira...

— Porque eu a desenhei?

— Por que você a achou muito bonita, da ultima vez que você esteve no hospital...

— Ela é realmente bonita...

— Porque não a coloca na sua pasta de desenhos?

— É, eu vou fazer isso...

Amanda trocou de assunto, quando ele foi ao banheiro ela pegou a pasta, retirou o desenho de

Ariel e o escondeu no bolso, depois de passar a tarde com ele ela foi pra casa, e queimou o

desenho, colocando uma pedra em cima dessa historia.

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E depois...

Téo sarou rápido de seu acidente, voltou a sua vida normal, sentiu falta do desenho, mas pensou tê-lo perdido então decidiu deixar por isso mesmo, um ano depois começou a namorar Amanda, melhor amiga e que secretamente sempre foi afim dele, terminou a faculdade e começou a exercer sua profissão, se juntou a seu tio com o escritório de construções que cresceu bastante, e cinco anos depois de namoro Téo e Amanda se casaram, e vieram a ter dois filhos, um menino chamado Miguel e uma menina... Ariel.

Ariel nunca se esqueceu de Téo nem por um segundo, cuidou de Bianca até ela completar 55 anos, depois retornou ao céu, passou por um julgamento, e foi obrigada a retornar a escola de anjos. Infelizmente quando Téo veio a falecer aos 73 anos, ele foi encaminhado para onde as almas descansam, e por sua tentativa de suicídio foi obrigado a reencarnar em um novo ser, para acertar seus erros, e poder retornar aos céus completo.