Autor: Nilse Dockhorn Hitz NRE: Título: Línguas em ... · 2 usuários. Problema que pode ser...

20
1 Autor: Nilse Dockhorn Hitz NRE: Toledo Escola: Colégio Estadual Marechal Gaspar Dutra Disciplina: Língua Portuguesa ( x) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio Disciplina da relação interdisciplinar 1: História Disciplina da relação interdisciplinar 2: Física Conteúdo estruturante: O discurso como prática social Conteúdo específico: Ortografia Título: Línguas em Contato: interferências, diagnose de erro e ensino. Texto/ Chamada Diagnose de erro: proposta pedagógica de ensino contrastivo, gerativo da língua escrita com base na sociolingüística. 1- Recurso de Expressão; Buscamos uma prática alternativa do ensino da língua escrita. Através do mapeamento dos erros ortográficos da escrita dos alunos, organiza-se estratégias didáticas de ensino da língua escrita na variedade mais prestigiada da Língua Portuguesa. Para isso, é necessário fazer um levantamento dos traços mais comuns, erros, permitindo ao professor promover um diagnóstico das possíveis interferências dialetais, bem como elaborar métodos e material didático que atendam ao problema da variação lingüística no espaço geográfico e social do aluno. O ensino da língua escrita mais prestigiada também denominada de culta ou padrão, já enfrentou várias controvérsias de ensino. Entretanto, através da diagnose de erro se pode investigar os erros e interferências na língua escrita. A nossa prática de diagnose de erro/ interferências configura-se através de exemplos extraídos de textos dos alunos da quinta série do Col. Est. Marechal Gaspar Dutra de Nova Santa Rosa, colonizado por descendentes de alemães da região Sul do Brasil, falantes da LP (Língua Portuguesa) e LA (Língua Alemã), denominada de Brasildeutsch (Heye, 1986; Damke, 1997) por apresentar uma sobreposição de dialetos alemães e as variedades da LP. A tentativa de localizar e descrever os usos da língua nesse contexto étnico e social mostra o multiculturalismo brasileiro, revelando uma diversidade intercultural e sociolingüística, que muitas vezes, é motivo de descriminação e desvalorização de seus

Transcript of Autor: Nilse Dockhorn Hitz NRE: Título: Línguas em ... · 2 usuários. Problema que pode ser...

1

Autor: Nilse Dockhorn Hitz NRE: Toledo Escola: Colégio Estadual Marechal Gaspar Dutra Disciplina: Língua Portuguesa

( x) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio

Disciplina da relação interdisciplinar 1: História Disciplina da relação interdisciplinar 2: Física Conteúdo estruturante: O discurso como prática social Conteúdo específico: Ortografia Título: Línguas em Contato: interferências, diagnose de erro e ensino.

Texto/ Chamada Diagnose de erro: proposta pedagógica de ensino contrastivo, gerativo da língua

escrita com base na sociolingüística.

1- Recurso de Expressão;

Buscamos uma prática alternativa do ensino da língua escrita. Através do mapeamento

dos erros ortográficos da escrita dos alunos, organiza-se estratégias didáticas de ensino da

língua escrita na variedade mais prestigiada da Língua Portuguesa. Para isso, é necessário

fazer um levantamento dos traços mais comuns, erros, permitindo ao professor promover

um diagnóstico das possíveis interferências dialetais, bem como elaborar métodos e

material didático que atendam ao problema da variação lingüística no espaço geográfico e

social do aluno.

O ensino da língua escrita mais prestigiada também denominada de culta ou padrão, já

enfrentou várias controvérsias de ensino. Entretanto, através da diagnose de erro se pode

investigar os erros e interferências na língua escrita.

A nossa prática de diagnose de erro/ interferências configura-se através de exemplos

extraídos de textos dos alunos da quinta série do Col. Est. Marechal Gaspar Dutra de Nova

Santa Rosa, colonizado por descendentes de alemães da região Sul do Brasil, falantes da LP

(Língua Portuguesa) e LA (Língua Alemã), denominada de Brasildeutsch (Heye, 1986;

Damke, 1997) por apresentar uma sobreposição de dialetos alemães e as variedades da LP.

A tentativa de localizar e descrever os usos da língua nesse contexto étnico e social

mostra o multiculturalismo brasileiro, revelando uma diversidade intercultural e

sociolingüística, que muitas vezes, é motivo de descriminação e desvalorização de seus

2

usuários. Problema que pode ser administrado por professores, quando desenvolvem

estratégias intuitivas e têm a compreensão de erro.

Este estudo se baseia no contexto sociolingüístico de Línguas em Contato (LC), ou

seja, o uso de duas línguas e mais as variedades da língua portuguesa, do qual emergem três

situações distintas:

1 - Aluno que teve como língua materna, a LA;

A socialização inicial foi através da LM (Língua Materna) dos pais e avós. A segunda

língua é aprendida em contexto escolar.

2 - Com duas LMs, a portuguesa e a alemã, houve uma socialização simultânea nas

duas línguas. Os falantes não conseguem identificar qual foi a primeira língua aprendida,

tiveram acesso ao mesmo tempo às duas variedades, portanto ambas as línguas L1 (Alemão)

e L2 (Português), são LMs (Línguas Maternas).

A LA, geralmente, é utilizada em contexto familiar, com parentes, vizinhos e

conhecidos, ela é um elo de identidade entre os membros desse grupo étnico majoritário, em

espaços públicos usa-se a LP.

3 - Língua Materna, a Língua Portuguesa: os falantes têm contato com a LA através do

falar esporádico dos colegas na sala de aula.

A diversidade lingüística tem lugar na escola e em outros domínios da sociedade, o

processo de interação verbal é estruturado, mas também é estruturante, pois o falante está

embebido em questões de: gênero; sócio-econômica; faixa etária; rede de relações sociais;

nível de instrução e o uso da fala urbana ou rural. Esses fatores cristalizam a comunicação

entre os indivíduos.

A linguagem identifica o falante e sua produção escrita, as interferências se

manifestam, fazendo surgir um dialeto local: Foi o vô que derubô o mato.

Portanto, devem-se considerar os fatores sócio-ecológicos (Bortoni-Ricardo, 2005):

rede social, grupo de referência são pressupostos para comportamento lingüístico do falante,

as situações de uso da língua estão em duas extremidades, o contínuo de urbanização, que

abrange comunidades urbanas de influência padronizada em língua, a mídia, instituições

públicas em oposição aos falares rurais, considerando que não há fronteiras rígidas, pois a

língua é fluida, contínua, em forma de mixagem.

3

• Sítio;

Título; Hino de Nova Santa Rosa.

Disponível em: www.youtube.com

Acessado em: 17/02/2008.

Comentários: Um grupo de adolescentes da cidade vizinha tomou a iniciativa de

produzir um vídeo, no qual se ironiza o dialeto da região Oeste do PR, principalmente, se

referindo ao município de Nova Santa Rosa. O vídeo ao mesmo tempo em que reproduz o

estigma em relação aos falantes deste dialeto regional, reproduz na escrita a fala local, se faz

na mídia uma parodia da peculiaridade do falar desta comunidade. Veja em;

www.youtube.com , procure por Hino de Nova Santa Rosa. Acessado em: 17/01/08

Título;. É hora de escrever certo

Disponível: http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/159_fev03/html/portugues

Acessado em: 17/02/2008.

Comentários: A revista Nova Escola On-line apresenta o artigo É hora de escrever

certo, destacando que há vários motivos para você ensinar seus alunos a escrever de forma

correta.

Além de estimular o aprendizado da língua oficial do país — que todos

temos a obrigação de conhecer bem —, o conhecimento das normas

ortográficas ajuda a garotada a superar o medo de se expressar por

escrito e, diferentemente do que muitos acreditam, não afeta em nada a

criatividade. Ao contrário. No momento em que dominam as palavras

com segurança, as crianças não precisam parar a toda hora para

verificar a grafia e podem voltar toda a atenção para o desenvolvimento

da história.

O artigo se fundamenta em vários especialistas, principalmente, de Artur Gomes

de Moraes, destacando a reflexão sobre o ensino da ortografia, além disso, traz uma

sugestão de prática de ensino reflexivo sobre a escrita.

• Proposta de atividade;

4

1-Esta atividade deve ser realizada pelo professor, pois tem como objetivo fazer uma

análise comparativa. Observar os erros nos textos dos alunos é o passo inicial para mensurar

e analisar a ocorrência de interferências do contexto bilíngüe situacional, de LC e demais

interferências orais na escrita do contínuo rural, ou rurbano no processo de letramento,

devido a dinâmica geográfica e social que fazem surgir no micro contexto da sala de aula

muitas variedades da LP.

Geralmente, a prática de ensino da MT se alterna entre o contínuo rural/oral e o

letramento/urban /monitorado, mas percebe-se na prática que essa dicotomia não dá conta

das variedades lingüísticas. Por isso, é interessante, o professor fazer o mapeamento do

perfil sociolingüístico da escrita do aluno. Esta análise colabora no entendimento do

processo de aquisição do letramento do aluno, avaliando suas tentativas de acerto, as

relações de pertinência e contraste entre os fonemas.

Define-se como erro, ainda, quando se tem para o ensino LP uma concepção limitada

de ensino da escrita, sendo que é necessário um conhecimento maior sobre o letramento do

aluno, para fazer um encaminhamento didático planejado baseado na condição sócio-

histórica e lingüística do falante/redator de texto, considerando o estilo dos diversos gêneros

discursivos, destinatário e objetivo da comunicação.

A proposta é demonstrar num texto como esses fenômenos lingüísticos ocorrem, assim

demonstra-se a identificação das dificuldades mais correntes na escrita deste aluno, é

interessante destacar que ao mensurar o erro, o professor se sensibiliza para a compreensão,

mas não a omissão, da necessidade de mudar sua estratégia de letramento para o domínio da

variedade mais prestigiada, monitorada.

Apresentamos a seguir alguns exemplos de erros em textos de alunos 5ª e 6ª séries.

Amigo para toda hora

Eum amigo para toda hora é aquele que se a gente conta o segredo ele não falam para

ninquem, e também é aquele que na ora do aporo ele cempre esta lá para nós concolar e

os amigos para estuda e não para colar e também aquele que vai na nossa casa e nós

ajudam a fazer os temas.

5

É aquele amigo que quando nós ajudam ele paca para nós e quando nós cainos ele

nos lefanta e diz uso não foi naca.

È aquele amigo que, quando nós convercamos ele não fala besteira e ele sate o como

confersar com os amigos.

E o amigo para viajem é aqueles que não tem, vercoia de sentar do lado e que com

verca com nosco.

O amigo para brincar é aquele que quanto nós estamos brincando ele brinca de bola

de esconde-esconde e não aquele que brinca de luta e de um bate no outro.

O amigo para nós, consolar e aquele que quando nós estamos triste ele conversa e

sentre deija nos mais feliz e senpre nos alegra e deijas nós com um sorizo de um amigo do

peido e para toda hora. Fim

O autor do texto é um adolescente, retido na quinta série, apresenta distúrbios de

comportamento, já foi encaminhado para medidas reeducativas, várias vezes, os referencias

de escola, estudo, amigos que apresenta em seu discurso estão longe dos seus padrões de

comportamento, no entanto, sabe reproduzi-los de forma enfática.

Ele usa o discurso do professor, da instituição, repete o ideário de aluno perfeito

e assume o papel de menino bem comportado, ético, pois se ele reproduzir o discurso da

escola terá grandes possibilidades de ser aprovado, então se põe a redigir de acordo com o

ideário de aluno que o professor deseja, já descobriu as redes de poder dentro da instituição.

O texto é de tipologia argumentativa, muito comum no ambiente escolar. Através do

registro escrito do texto é analisado, inicialmente, o domínio da convenção da escrita e

interferência do contínuo oral/rural, em seguida as interferências orais referentes ao

contexto de LC. Destaca-se que estas análise estão embasadas em estudos de Ricardo-

Bortoni (2005) e Damke (2005), já sugeridas como leituras.

Observe que os erros são analisados sob a perspectiva fonética, é essencial ter

esse domínio como professor de português.

6

1-Eum conhecimento, demonstra-se domínio insuficiente da convenção

ortográfica; duas formas fonológicas escritas como um único vocábulo, sua identificação é

mais cultural, pois está sob a influência da oralidade;

2- ele não falam/ nós estamos triste, erro decorrente do contínuo rural oral;

supressão do s no plural; assim como em bate, supressão da desinência verbal r; aqueles

que não tem; é necessário fixar o contexto de uso, entre, tem, singular e têm, plural;

viajem som arbitrário de /j/ e /g/ , se escreve a viagem (substantivo) e viajar ( forma

verbal) , há necessidade, também, do conhecimento do contexto de uso de uma ou de outra

forma;

3- ninquem; falta de domínio ortográfico, não distingue o som de /K/ (que) de

/gue/ ;

4- ora; falta de domínio ortográfico, principalmente, neste caso é necessário

usar o recurso da memorização, pois é uma forma arbitrária, assim como: honra horta,

hospital;

5-aporo; neutralização do /o/ e /u/ , transposição da fala para a escrita;

6-senpre; forma arbitrária do sistema de convenção, ele fez uma tentativa de

acerto;

8- concolar falta de distinção entre as oclusivas ca, co, cu e fricativas ce, ci, além

disso esta palavra tem uma situação arbitrária, pois têm som fricativo os fonemas /s/; /c/ e /ç;

/, no entanto é grafada consolar, uma alternativa para aprendizagem com sentido é associá-

la com outras palavras da mesma etimologia, consolo, consolada, consolamos.

O mesmo erro ocorre em convercamos; com verca usou a oclusiva /K/ no lugar da

fricativa surda /s/, há a tentativa de acerto entre / s /e /ç/, ambas fricativas surdas, ou seja,

isso nos leva a concluir que , ainda, não faz a distinção entre ce e ci (fricativas surdas) ; ca,

co, cu.(oclusivas velares); vercoia, também repete a troca da oclusiva e acrescenta a

informação de que não há a distinção entre a palatal /λ/ e /i/.

9-paca; (passa), forma arbitrária, pois temos Paço Municipal, no entanto, passa

vem de passar, passeio, passamos; mas assim mesmo, falta um monitoramento da escrita,

ele não usou nem o cedilha para fazer o fonema /ç/, fricativo (ce-ci) , na verdade, reproduz o

fonema /k/; oclusiva (ca-co-cu), acentua-se o diagnóstico da falta domínio das oclusivas e

fricativas;

7

10-nós ajudam (duas vezes); Uso incorreto do pronome, é necessário fixar o

contexto de uso, também pode ser enfatizado a pronúncia para fazer a distinção.

2- Também se evidencia a interferência lingüística do contexto de LC, o aluno

apresenta na linguagem escrita a troca de fonemas, devido à alternância de código, vale

destacar que o uso de duas línguas nesta região não prejudica a alfabetização dos alunos,

várias pesquisas já comprovaram isso, derrubando o preconceito em relação as minorias

étnicas. Neste caso, se houver uma comparação, percebe-se que há muito mais interferências

devido a falta de domínio da LP que influência do uso de outra língua, de uso estritamente

oral.

Vejamos:

1-nós cainos; troca do fonema bilabial sonoro, final de sílaba, para a consoante

nasal sonora [m] em [n] e vice-versa [n] em [m], isso ocorre devido a pronúncia muito

próxima nasalizada desses fonemas na LA;

2-confersar;; lefanta Troca das labiodentais: da sonora /v/ pela surda /f/,

comum neste contexto de línguas em contato, mesmo não sendo falante da língua alemã,

convive com falantes do dialeto local, há a interferência da língua oral na escrita;

3-sorizo; troca do fonema vibrante linguodental sonoro simples em múltiplo ou

fricativo velar, [r] →[rr] e vice-versa [rr] → [r]; troca do fonema consonantal fricativo

alveolar surdo em sonoro [s] → [z] e vice-versa [z] → [s], na LA não há distinção fonética,

na LP necessita de uma prática de fixação contextualizada.

4-deija; deijas troca do fonema fricativo palato-alveolar surdo em sonoro [∫] →

[] e vice-versa [],

5-peido (peito)/ quanto(quando), troca do fonema oclusivo linguodental (

línguo-alveolar, alveolar) surdo em sonoro [t] → [d] e vice-versa [d]→[t].

Sugestões de atividades:

• O ensino da ortografia deve ser sistematizado, planejado, para conseguir promover

no aluno a competência ortográfica, portanto é necessário estabelecer metas,

planificar a ação, a primeira parte é mensurar os erros mais freqüentes, lembrando

que estamos trabalhando com alunos que já compreendem o sistema de escrita

alfabética, selecionar as dificuldades mais comuns, ou seja, fazendo a diagnose de

erro, com o auxílio da psicolingüística, propõe-se a seqüenciação dos conteúdos

8

ortográficos a serem trabalhados com os alunos, utilizado a regularidade. Por

exemplo, o tipo contextual (G ou GU, R ou RR, M ou N), ou irregularidades das

correspondências fonográficas e a freqüência de uso na língua escrita.

• Para Morais (2001) a grafia de p, b, t, d, f e v são consideradas regulares, segundo o

autor há um princípio gerativo, ou seja, uma correspondência regular, no entanto,

isso não se confirma pela descrição acima, devido ao contexto sociolingüístico

peculiar de alguns alunos bilíngües, além disso, a articulação desses fonemas é muito

próxima, se não houver um exercício articulatório dos fonemas, facilmente se troca

/p /por /b/,/ t/ por /d/ e /f/ por /v/. Na primeira parte da análise, fica evidente a falta

de domínio da variedade padrão, as interferências da fala oral são mínimas, portanto,

neste caso recomenda-se um atendimento individual, usando técnicas de

alfabetização, a pronúncia na frente do espelho dos fonemas que o aluno tem

dificuldade em distinguir para o posterior registro escrito.

• Uma proposta para a distinção da escrita de sons regulares, como os citados na

questão anterior, é estabelecer um paralelo fonológico entre as palavras. Distribuir

cartelas com a palavra enfocando a letra e som, por exemplo, fixar a letra-som de F,

”F” e V, “V”. Enfocado no início da palavra, (“foto”, “feira”, “voto”, “viagem”),

mas também em posição medial ( “javali”, “cavalo”, “fiado”, “tarefa), ou final (

“cova”, “avó”, “farofa”, ‘tarefa’). Misture as cartelas e o aluno deve separá-las em

dois conjuntos, após a separação, solicita-se que leia para identificar se há alguma

palavra fora do lugar. Sugere-se o acréscimo mais palavras, aumentando o grau de

dificuldade.

• Um bom ensino precisa levar o aluno a elaborar, num nível de consciência, seus

conhecimentos ortográficos. Uma estratégia de ensino reflexivo é propor como a

palavra X pode ser redigida de forma errada, ao plantar alternativas, dúvida nos

alunos, se está criando a consciência sobre as regularidades/gerativas e

irregularidades da nossa língua. Ao criar o contraste explícito entre as formas

corretas e errôneas, inicia-se uma aprendizagem reflexiva sobre os porquês de uma

forma ser a correta e outra ser a incorreta..A proposta de Morais (ibid) é em sempre

se estabelecer sentido para o ensino da ortografia, segundo ele é necessário tratar a

9

ortografia como objeto de conhecimento, como algo que se aprende, que se

internaliza por meio da reflexão

� Imagem ;

a- Uma estratégia de correção utilizada pelos alfabetizadores é a articulação dos

fonemas na frente do espelho, o aluno consegue mais facilmente distinguir o local de

articulação do fonema, da acústica e audição.

b- Uma estratégia, muito interessante também, para identificar interferências do uso

da linguagem oral na escrita é gravar a leitura de um texto, ou fragmento de texto, para

verificar junto com o aluno a sua leitura, entonação, ritmo e pronúncia. Fazê-lo ouvir várias

vezes. Com essa atividade se desenvolve no aluno a audição e a articulação dos fonemas das

letras.

2- Recurso de Informação.

� Sugestão de leitura;

10

Categoria; Livro

Sobrenome: BORTONI-RICARDO,

Nome: Stella Maris

Título do livro: Nós cheguemu na escola, e agora?

Edição: 1ª edição

Local de Publicação: São Paulo - SP

Editora: Parábola editorial

Disponível em (endereço WEB): www.parabolaeditorial.com.br

Ano de Publicação: 2005

Comentário: A leitura do livro nós cheguemu na escola, e agora? revela que o ensino da

língua materna requer mais que a criação de uma gramática variacionista, é necessário criar

no professor uma postura de investigação dos vários falares dos seus alunos, uma postura

didática sensível as minorias, entendo a lógica de seus falares e escritos para daí organizar

uma atividade didática que dê conta da sua tarefa de ensinar a variedade mais prestigiada

sem estar estigmatizando ou achando que seus alunos têm alguma deficiência cognitiva.

Categoria: Livro

Sobrenome: MORAIS,

Nome: Artur Gomes de

Título do livro: Ortografia: ensinar e aprender

Edição: 1ª edição

Local de Publicação: São Paulo - SP

Editora: Ática

Disponível em (endereço WEB): http://www.ática.com.br

Ano de Publicação: 2001

Comentário: Ao ler Ortografia: ensinar e aprender o professor/ leitor vai identificar

quais aspectos podem colaborar na aprendizagem das normas ortográficas de seus alunos.

Correspondências ortográficas regulares e diretas que podem ser compreendidas;

correspondências regulares e contextuais e morfológico-gramaticais e correspondências

irregulares através da memorização.O livro oferece conhecimento e estratégias de ensino,

especialmente, os capítulos 7, 8 e 9.

11

Categoria: Livro

Sobrenome: BAGNO,

Nome: Marcos

Título do livro: Preconceito lingüístico

Edição: 19ª edição

Local de Publicação: São Paulo - SP

Editora: Edições Loyola

Disponível em (endereço WEB): www.loyola.com.br

Ano de Publicação: 2002

Comentário: Leia, também, Preconceito lingüístico. O autor critica a concepção de que o

aprendizado da língua portuguesa é difícil, segundo ele, esse pensamento tolhe o fluir natural da

linguagem, da língua/ rio, usada na vida prática, cotidiana por qualquer usuário brasileiro. Isso

ocorre devido a excessiva preocupação com a forma normativa/ gramatical da língua, sendo que

o processo de ensino deveria considerar muito o processo intuitivo da aquisição da língua e sua

adequação aos níveis de fala, sem uma atitude policialesca e preconceituosa da escola. Ele

recomenda:

É preciso abandonar essa ânsia de tentar atribuir a um único local ou a uma única

comunidade de falantes o “melhor”ou “pior” português e passar a respeitar igualmente

todas as variedades da língua que constituem um tesouro precioso da nossa cultura.

Vale lembrar que o autor não defende a idéia da irregularidade ortográfica, mas

analisa os princípios gerativos das variedades lingüísticas, questiona a obediência cega às

regras gramaticais, em detrimento das individualidades lingüísticas, recomenda o

entendimento e a aplicação das variedades mais prestigiadas e menos nas várias

modalidades discursivas.

� Notícias;

Categoria; Revista On-line.

Nome: Língua Portuguesa

Editora:Segmento

Endereço: http://revistalíngua.uol.com.br/textos.asp?

12

Acessado em : 17/02/08

Sobrenome: BARROS,

Nome: Isabela

Publicação: 02/04/2007.

Código; 11302

Comentário: Recomendamos a leitura do texto publicado na revista, porque confirma nossas

reflexões destacando que os erros cometidos pelos alunos são o melhor material para ensinar a

língua.

� Destaques;

A língua é fluida, mas a ortografia tem normas.

Para Bagno (2000), nós somos muito mais do que meros usuários da língua, isso nos

remete a reflexão de que não somos meros depositários de um código que está à disposição

para o uso, essa questão vai muito mais além, principalmente quando se tem no micro

espaço de sala de aula alunos com uma educação familiar bilíngüe e alunos monolíngües, do

perímetro urbano, ou rural, segmentos de baixo poder econômico da sociedade e a cultura

lingüística escolar com a função de assegurar uma educação lingüística da variedade padrão,

mais prestigiada, ou culta, sem estigmatizar nenhuma delas.

Os fatores sócio-ecológicos: rede social, grupo de referência são pressupostos para

comportamento lingüístico do falante, as situações de uso da língua estão em duas

extremidades, o contínuo de urbanização, que abrange comunidades urbanas de influência

padronizada em língua, a mídia, instituições públicas, nessa se inclue a escola, nela está uma

das redes de relações com mais possibilidades de troca monitorada.

- A língua e a cultura - Artesão do cotidiano - Os nomes dos oceanos - Quando a cultura é só

Debater e não apenas condenar deslizes de gramática e ortografia viram pontos de partida para o aprendizado padrão do idioma

Isabela Barros, Da revista Educação

A noção de certo e errado em português pode estar com dias contados, e a lingüística contemporânea tem mostrado que todo erro gramatical cometido por uma grande faixa da população não ocorre por acaso, mas deve ter uma motivação por trás dele. Mesmo no mais convencional ensino da norma padrão, brincar com o erro pode revelar-se uma ferramenta útil ao aprendizado.

Professores de português de escolas brasileiras têm explorado as possibilidades pedagógicas oferecidas pelos "erros" dos próprios alunos e de personagens de ficção.

Nas livrarias, o erro de grafia faz a delícia dos protagonistas de As Aventuras do Capitão Cueca, escrita pelo norte-americano Dav Pilkey e publicada no Brasil pela Cosac Naify. Em seu oitavo volume brasileiro (Capitão Cueca e a Sina Ridícula do Povo do Penico Roxo, 176 págs., R$ 28), a série ficou conhecida pelos diálogos cheios de falhas de gramática e ortografia dos protagonistas da trama, dois estudantes da quarta série.

Capitão Cueca pode ter o mesmo impacto - ou seja, nenhum - que, nos anos 70, tiveram os personagens de Maurício de Souza, que falavam de forma deliberadamente trôpega, como Cebolinha e o caipira Chico Bento. Na prática, não estimulam equívocos e fazem muita gente prestar atenção à grafia das palavras.

- Os textos do Capitão Cueca imitam a maneira de escrever dos alunos da quarta série, inclusive em suas hesitações e erros. Ao perceber os equívocos, as crianças reconhecem o jeito de grafar as palavras, segundo a norma culta - explica Isabel Lopes Coelho, editora de livros infanto-juvenis da Cosac.

Entre as recomendações que faz às escolas, em relação ao uso do personagem como recurso pedagógico, a editora destaca a leitura orientada. A medida tornaria mais divertida a tarefa de identificar deslizes em palavras como "assidentalmente" e "aveintura", entre muitos outros. Fenômeno vivo

Tradutor de três dos oito volumes da série com o herói em trajes íntimos, o estudante da segunda série do ensino médio Daniel Schiller, de 15 anos, garante nunca ter escrito uma palavra errada por causa dos livros.

- São erros básicos, colocados para causar efeito humorístico - conta.

A norma que finge ser erro

13

A classificação, rural ou urbana não está em fronteiras rígidas que separam os falares

rurais dos urbanos. As fronteiras são fluidas e há muita sobreposição entre esses tipos de

falares, por isso o termo contínuo, pois há uma mixagem, não se é estritamente um ou outro.

Os erros de escrita podem ser muito bem administrado por professores, quando

desenvolvem estratégias intuitivas e têm a compreensão de erro, assumindo uma postura

respeitosa no trato das diferenças socioculturais e lingüísticas.

Segundo Bortoni-Ricardo (2005), a padronização não deixa de ser necessária, ela é a

base de todo estado moderno, pois pesquisas na área de planejamento lingüístico mostram

que existe uma relação positiva entre o grau de padronização lingüística de um país e seu

estágio de modernização. O problema não está no código, mas no acesso a ele, portanto a

escola tem o dever de auxiliar o aluno ao domínio da forma padrão de escrita.

Paraná - Como se escreve? Coritiba ou Curitiba?

Curitiba, capital do estado.

"Cidade Sorriso"

14

Consulta: janeiro de 2008.

Coritiba Foot Ball Club, time paranaense.

3- Recursos de Investigação:

� Investigação Disciplinar;

Interferências e Diagnose de erro.

Hino

Aniversário

Fundação 29 de março de 1693 Gentílico curitibano

Lema

Prefeito(a) Carlos Alberto Richa

PSDB, no cargo até 2008

Localização

12 de outubro de 1909. Esta é a data da fundação registrada pelos historiadores do Coritiba Foot Ball Club.

Dia do primeiro jogo em Ponta grossa. Os doze pinhões no escudo e bandeira registram a data oficial do início dessa modalidade esportiva no Paraná.

15

As interferências mais recorrentes encontradas nos textos dos alunos, devido ao

contexto de LC, são organizadas por Damke (2005), os exemplos em negrito estão no texto

analisados anteriormente, os demais ilustram as trocas mais freqüentes:

1-troca do fonema consonantal oclusivo bilabial surdo em sonoro [p] →[b] e vice-versa

[b] → [p], bassou, peijava;

2-troca do fonema oclusivo linguodental ( línguo-alveolar, alveolar) surdo em sonoro [t] →

[d] e vice-versa [d]→[t], amigo do peido , presende, tirigindo;

3-troca do fonema consonantal oclusivo velar surdo em sonoro [k] → [g] e vice-versa

[g]→[k], vercoia, rigasso, ipiranca;

4-troca do fonema consonantal fricativo alveolar surdo em sonoro [s] → [z] e vice-versa [z]

→ [s], aselerou, dicia;

5-troca do fonema fricativo palato-alveolar surdo em sonoro [∫] → [ ] e vice-versa [ ],

deija barajoque, achuda;

6-troca do fonema vibrante linguodental sonoro simples em múltiplo ou fricativo velar, [r]

→[rr] e vice-versa [rr] → [r], sorizo, carrona, cachoron;

7-troca do fonema bilabial sonoro, final de sílaba, para a consoante nasal sonora [m] em [n]

e vice-versa [n] em [m], senpre, límgua;

8-troca do ditongo nasal decrescente [áu] para [õ?] e [á?], vichon (feijão), irman;

9-expressões ganhemo (ganhamos) , di (dar);

10- troca das labiodentais: da sonora /v/ pela surda /f/.

Segundo Pereira (1999), é pertinente a tomada de conhecimento dessas interferências

para repensar o ensino de língua portuguesa, e assim evitar a reprodução de imagens

negativas sobre a capacidade cognitiva dos bilíngües, muitas vezes tratados como menos

dotados, o que os leva a vivenciar situações de constrangimento e sentimento de

inferioridade.

Diagnose de erro: Análise do erro de forma contrastiva entre a variedade lingüística

menos prestigiada com a variedade prestigiada, a qual a instituição escolar

representa.(Bortoni-Ricardo, 2005, p.53-59)

Interferência: Introdução de elementos estrangeiros nos campos fonéticos,

morfológicos, sintático e lexical de uma língua. (Calvet, 2002)

16

Conforme Bortoni-Ricardo (2005, p.53-59), os erros se classificam em quatro

categorias, sendo a primeira de domínio cognitivo de alfabetização as demais são de

interferência oral na escrita dos alunos.

1- Erros decorrentes da própria natureza arbitrária do sistema de convenção. A

convenção que unifica a escrita da língua portuguesa exige algum esforço para ser

compreendida, os erros resultam do conhecimento insuficiente das convenções que regem a

língua escrita.

2- Erros decorrentes da interferência de regras fonológicas categóricas do dialeto rural.

Observa-se que Bortoni-Ricardo faz uso do termo interferência, referindo-se a mistura de

variedades rurais e urbanas, enquanto que, anteriormente definiu-se o termo interferência

como uma mistura entre a LA e LP.

a- vocábulos fonológicos constituídos de duas ou mais formas livres ou dependentes:

uque, levalo, janotei, etc.

b-crase entre vogal final de uma palavra e vogal idêntica ou foneticamente próxima da

palavra seguinte: a tenção.

c- neutralização das vogais anteriores /e/ e /i/ e das posteriores /o/ e/u/ em posição pós-

tônica ou pretônica: alegria >> aligria; cabeludo >> cabiludo; assobio >> assubio; coruja

>> curuja.

d- nasalização do ditongo muito por assimilação progressiva.

3- A categoria três compreende erros decorrentes de interferência de traços

fonológicos graduais, ou seja, estão numa estratificação contínua e estão presentes no

repertório de quase todos os brasileiros.

a- despalatalização das sonoras palatais (lateral e nasal): carinhoso >> cariõsu,

olhar>>oliar;

b- monotongação de ditongos decrescente: beira >>bera, outro >> outro; caixa>

caixa >caxa; baixo >baxo; carangueijo >caranguejo

c- desnalização das vogais átonas finais: homem >> homi;

d- assimilação e degeminação do /nd/: nd >>nn >> /n/: mostrando>> mostranu;

e- queda do /r/ final das formas verbais;

f- supressão do morfena no plural.

17

4- Nesta categoria são analisados os traços descontínuos, de regiões mais isoladas,

variedades rurais e/ ou submetidas a forte avaliação negativa:

a- semivocalização do /lh/: velho >> veio;

b- epítese do /i/ após sílaba final travada: paz>> pazi, pessoal >> pesuali;

c- troca do/r/ pelo /l/: sirva>silva;

d- monotongação do ditongo nasal em muito >> muntu;

e- supressão do ditongo crescente em sílaba final. Ocorrem dois casos, em ditongo oral

e nasal: veio >> vei, padrinho>> padrim;

f- simplificação dos grupos consonantais no aclive de sílaba com a supressão da

segunda consoante: dentro >> dentu.

A análise das categorias sociolingüísticas permite a classificação dos erros, traz para o

professor o entendimento do processo de domínio que o aluno já tem adquirido na língua

escrita, também desvela sua fragilidade e tentativas de acerto.

Através da classificação de Bortoni -Ricardo (2005) e Damke (2006) se têm à leitura

dos vários falares regionais brasileiros, fica evidente que fatores sociológicos se manifestam

na linguagem do usuário. As duas pesquisas buscam elucidar o contexto brasileiro de

plurilingüístico e multicultural.

� Perspectiva interdisciplinar;

História

Todas as línguas mudam no curso do tempo esse fenômeno é denominado

pela lingüística estrutural como diacrônico, realiza uma análise histórica da evolução da

palavra.

Os registros escritos deixam claro que a língua portuguesa do século XV é

diferente, de maneira bastante notável, da língua portuguesa do século XXI, por

exemplo, o verbo cortejar, caiu em desuso, tomou o seu lugar: namorar, ficando, este

último originou-se do termo ficar, que tem o significado de uma relação efêmera, sem

compromisso.

Daí vem a interrogação de como as leis lingüísticas surgem e se mantêm na

consciência coletiva dos falantes?

18

Muitas palavras são fruto de comportamentos lingüísticos que guardam

palavras e sentidos através de gerações nos grupos sociais e geográficos. No entanto, a

nivelação é necessária para manter a unicidade lingüística que num fluxo e refluxo vai

disciplinando, e também produzindo mudanças de acordo com os contextos sociais e

ideológicos de cada tempo, por isso a língua é um fenômeno sócio-histórico.

• Estimular os alunos a produzir um pequeno dicionário de gírias comuns nos

grupos de adolescentes. Observar o contexto de uso e a origem das palavras para

fixar a grafia.

Física

A Gazeta do Povo é um jornal de circulação estadual diária, sediado em Curitiba. Foi

fundado em 3 de fevereiro de 1919 e é considerado o maior jornal do Paraná. Em 3 de

fevereiro de 1923 foi publicada a seguinte notícia:

Não à Teoria da Relatividade

“Não há profetas sobre a Terra”, era o mote de um manifesto assinado por 50

“phisicos”, “mathematicos”, e “philosophos” reunidos em Berlim, que contestava a

teoria da Relatividade de Einstein. Para os sábios, tratava-se de uma ficção que não

podia ser logicamente sustentada, ou seja, era “uma teoria duvidosa no mais alto grau”.

O certo é que até o hoje ela é de muito difícil compreensão.

• O texto inicia com uma afirmativa “Não há profetas sobre a Terra”. A quem se

refere esse enunciado? Você sabe quem é ele? Pesquise de redija uma pequena

biografia desse físico.

• Explique a grafia de phisicos, mathematicos e philosophos, não deixe de

relacionar a grafia com a data da publicação. Como são grafadas essas palavras

hoje?

� Contextualização;

19

Ortografia, sob a influência da fala e da lei.

O topônimo Curitiba, nome da capital paranaense, tem origem em três étimos guaranis,

curiy, designativo de pinheiro, curé e coré, que significam porco.

O resultado destes radicais associados ao sufixo tupi tiba, que designa quantidade ou

abundância, concorreu para a formação de dois substantivos parecidíssimos: Curitiba e

Coritiba.

Diferentes apenas por uma letra. Mas até chegar a estas formas passaram, ao longo dos

três últimos séculos, por incontáveis variações:

• Curitiba - Curetiba, Curiyatiba, Curiyatuba, Curiytiba, Curituba, Curutiba,

Curityba e Curitiba

• Coritiba - Coré-etuba, Curityba, Coreitiba, Coritiba, Corituba e Coritiba

Os radicais guaranis curiy e curé ou coré, o primeiro designando pinheiro e os

demais porco, portanto, Curitiba, variante sincopada de Curiytiba, quer dizer abundância

de pinheiros e Coritiba, curé + tiba ou coré + tiba, abundância de porcos.

A ortografia atual e oficial – Curityba/ Curitiba - foi estabelecida por decreto do

então presidente do estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, em 1919, significando

abundância de pinheiros.

A grafia de Curityba, com ípsilon foi alterada em 1943, quando a reforma

ortográfica permutou os ípsilons pelos is, transformando o sufixo tyba em tiba, portanto:

Curitiba.

Como se pode observar as palavras sofrem transformações através da fala dos

usuários e ações políticas que determinam a grafia oficial de um vocábulo.

Já, Coritiba é o nome da sociedade Coritiba Football Club, que, por razões de

conservadorismo com base na tradição, fundada que foi, em 1909, prefere manter ainda

hoje, a forma original, inclusive os componentes da língua inglesa.

O ensino da ortografia requer o domínio cognitivo dos fonemas, mas para fixá-lo o

aluno usa as mais variadas tentativas de acerto para redigir o fonema de cada palavra de

20

forma adequada. A Análise dos erros dos alunos através da diagnose de erro sugerida neste

OAC com um ensino reflexivo da ortografia, através do contexto sociolingüístico realizar

uma análise do perfil lingüístico do aluno elaborar estratégias de ensino que contemplem as

principais dificuldades de escrita.

• Questão para o fórum:

A proposta de diagnose de erro sugere a análise do perfil lingüístico do aluno, a

mensuração dos erros, por conseguinte o planejamento da intervenção, isso é

possível?

• Referências bibliográficas;

BAGNO, Marcos. A Norma Oculta. São Paulo: Parábola, 2003.

______________. Preconceito lingüístico. 19ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? São Paulo:

Parábola, 2005.

____________, Stella Maris. Educação em Língua Materna. 4ª ed. São Paulo: Parábola ,

2006.

CALVET, Louis-Jean. Sociolingüística.. São Paulo: Parábola, 2002.

DAMKE, Ciro. Línguas em contato: o caso do alemão x português. EDUNIOESTE,

Cascavel, 2006.

HITZ, Nilse Dockhorn. Línguas em contato no contexto sociolingüístico de Nova Santa

Rosa. Cascavel: UNIOESTE, 2003. (Dissertação de Mestrado).

MORAIS Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 2001.