Automatização de uma máquina para costura...
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Simão Pedro Mendes Ribeiro
Automatização de uma máquina para costuradobragem e empilhamento de compressas degaze
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Universidade do MinhoEscola de Engenharia
Dezembro de 2010
Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestreem Engenharia Electrónica Industrial e Computadores
Trabalho efectuado sob a orientação doProfessor Doutor Jaime Francisco Cruz Fonseca
Simão Pedro Mendes Ribeiro
Automatização de uma máquina para costuradobragem e empilhamento de compressas degaze
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
DECLARAÇÃO
Simão Pedro Mendes Ribeiro
Endereço electrónico: [email protected] Telm: 936091888
Número do Bilhete de Identidade: 12767683
Título dissertação
Automatização de uma máquina para costura dobragem e empilhamento de compressas de gaze
Orientador:
Professor Doutor Jaime Francisco Cruz Fonseca
Ano de conclusão: 2010
Designação do Mestrado:
Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Electrónica Industrial e Computadores
Departamento de Electrónica Industrial
É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE. Universidade do Minho, ___/___/______ Assinatura: ________________________________________________
iii
Agradecimentos
Durante a realização deste trabalho, existiram pessoas e entidades que de alguma
forma contribuíram para o seu desenvolvimento, aos quais não posso deixar de
agradecer.
Ao meu orientador Dr. Jaime Fonseca, pela disponibilidade e apoio prestado
durante a elaboração desta tese.
À empresa Adatecnologias, pela oportunidade que me concedeu de desenvolver
este trabalho, entre outros, ao longo deste ano. Sem esta possibilidade, esta dissertação
não seria uma realidade.
Ao Eng. António Freitas, por todo o apoio, disponibilidade e transmissão de
conhecimentos.
Ao Sr. Paulo Andrade por toda a ajuda e conselhos prestados.
A todo o pessoal da adatecnologias pela forma como me receberam, espírito de
entreajuda e companheirismo.
Ao departamento de Electrónica Industrial da Universidade do Minho pela
minha formação.
Aos meus colegas de curso, pelo apoio, todas as conversas e opiniões, mas
sobretudo pelo companheirismo de todos os momentos.
Por fim, á minha família, pais e irmão pelo estímulo, apoio e esforço ao longo de
toda a minha formação e á minha namorada Sónia pelo amor dedicado.
A todos o meu muito obrigado.
v
Resumo
O presente trabalho situa-se na área da automação industrial, que se baseia na
automatização de operações de produção, ou seja, substituição total ou parcial do
trabalho humano por máquina. A sua utilização contribui para que uma empresa se torne
mais competitiva e atractiva em termos de mercado.
O trabalho descrito nesta dissertação, tem por base o desenvolvimento de uma
máquina industrial para costura, dobragem e empilhamento automáticos de compressas
de gaze. Esta foi projectada e desenvolvida na empresa Adatecnologias, para posterior
instalação na empresa ADA (Albino Dias de Andrade, Lda.), que tem por actividade a
produção de tecidos de gaze para fabrico de penso hospitalar.
São apresentados todos os passos do desenvolvimento da máquina, desde a fase
de estudo, a escolha dos componentes até á sua construção. Descreve-se o sistema
desenvolvido para controlo de todo o processo, que se baseia num PLC (Controlador
Lógico Programável), e a aplicação de interface para disponibilização de informação
para o operador, implementada num terminal programável.
Como exemplo de algumas das funcionalidades do sistema tem-se a visualização
de informações em tempo real que ilustram o processo realizado pela máquina,
flexibilidade de ajuste de parâmetros, ao nível dos processos de fabrico: costura,
dobragem e empilhamento, com possibilidade de edição de programas onde estes
parâmetros são guardados, históricos semanais de produção, controlo de todas as
funcionalidades da máquina, monitorização do processo de costura com detecção de
ruptura ou falta de linha nas máquinas de costura.
Palavras-Chave: Automação, Sistemas HMI, PLC´s, Comunicação RS-232 e RS-485
vii
Abstract
The present work, scope is in the area of industrial automation, which is based
on automatization of production operations, in other words, total or partial replacement
of human labor by machine. Its use contributes to a company become more competitive
and attractive in market terms.
The work described in this dissertation is based on the development of an
industrial machine, for sewing, folding and packaging automatic gauze swabs. This was
designed and developed in the company Adatecnologias for subsequent installation in
the company ADA (Albino Dias de Andrade, Ltd.), whose activity was the production
of gauze fabric for the confection of hospital dressing
Every step of the development of the machine is presented, since the study
phase, the choice of components until their construction. It is described the system
developed to control the entire process, which is based on a PLC (Programmable Logic
Controller), and the interface application in order to provide information to the operator,
that is implemented in a programmable terminal.
Some examples of the system functionality are, the capacity of display real-time
information that illustrate the process performed by machine, the flexibility of adjusting
parameters, the level of manufacturing processes: sewing, folding and packaging, with
the possibility of editing programs where these parameters are stored, historical weekly
production, control all the features of the machine, monitoring the process of sewing
with the detection of rupture or failure of the line sewing machines.
Keywords: Automation, PLC´s, MHI systems, RS-232 and RS-485 communication
ix
Índice
Agradecimentos ............................................................................................................. iii
Resumo ............................................................................................................................ v
Abstract ......................................................................................................................... vii
Índice .............................................................................................................................. ix
Índice de Figuras ......................................................................................................... xiii
Índice de Tabelas ........................................................................................................ xvii
Lista de Siglas e Acrónimos ........................................................................................ xix
Capítulo 1 Introdução .................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento e Motivações ............................................................................. 1
1.2 Objectivos ............................................................................................................ 3
1.3 Organização da Tese............................................................................................ 4
Capítulo 2 Estado da Arte ............................................................................................. 5
2.1 Automação Industrial .......................................................................................... 5
2.2 Automatização de Processo de Fabrico de Compressas de Gaze ........................ 6
2.2.1 Mabotex Modelo MCA4-BR450 .......................................................................... 7
2.2.2 Tecnologia Hnos. Espejo, S.L. Modelo SN-1V-FGC ........................................... 8
Capítulo 3 Especificações do Sistema ao Nível de Hardware ................................... 11
3.1 Arquitectura da Máquina ................................................................................... 12
3.2 Modo de Operação ............................................................................................ 14
3.3 Hardware Seleccionado ..................................................................................... 20
3.3.1 Máquinas de Costura .......................................................................................... 21
3.3.2 Puller .................................................................................................................. 24
3.3.3 Sistema Pneumático ............................................................................................ 24
3.3.4 Motor de Indução Trifásico ................................................................................ 26
3.3.5 Conversor de Frequência .................................................................................... 26
3.3.6 Sensores .............................................................................................................. 28
Introdução
x
3.3.7 Controlador Lógico Programável (PLC) ............................................................ 33
3.3.8 Terminal Programável ........................................................................................ 35
3.4 Instalação ........................................................................................................... 36
Capítulo 4 Aplicação Desenvolvida ............................................................................. 43
4.1 Funcionalidades ................................................................................................. 43
4.2 Aplicação de Interface ....................................................................................... 45
4.2.1 Configurar Parâmetros ........................................................................................ 48
4.2.2 Produção ............................................................................................................. 50
4.2.3 Gestão de Programas .......................................................................................... 51
4.2.4 Consulta de Tempos............................................................................................ 53
4.2.5 Teste de Condições Iniciais e Manutenção ......................................................... 54
4.2.6 Alarmes ............................................................................................................... 54
4.2.7 Histórico de Alarmes .......................................................................................... 58
4.3 Aplicação de Controlo ....................................................................................... 60
4.3.1 Aquisição da Velocidade de Funcionamento da Máquina Fornecedora de
Compressas .................................................................................................................. 61
4.3.2 Comunicação com os Inversores de Frequência ................................................. 63
4.3.3 Controlo do Módulo de Recepção ...................................................................... 66
4.3.4 Controlo do Processo de Costura ........................................................................ 66
4.3.5 Controlo do Módulo de Mudança de Direcção da Compressa ........................... 69
4.3.6 Controlo do Módulo de 1ª e 2ª Dobras ............................................................... 71
4.3.7 Controlo do Processo de 3ª Dobra ...................................................................... 73
4.3.8 Controlo do Sistema de Viragem de Compressa Dobrada .................................. 74
4.3.9 Controlo do Sistema de Empilhamento .............................................................. 76
4.3.10 Controlo de Alarmes ......................................................................................... 78
4.3.11 Gestão de Programas ........................................................................................ 83
Capítulo 5 Conclusões e Pospostas de Trabalho Futuro ........................................... 85
5.1 Conclusões ......................................................................................................... 85
5.2 Propostas de Trabalho Futuro ............................................................................ 88
xi
Referências .................................................................................................................... 91
Anexo A ......................................................................................................................... 93
Anexo B - Acções .......................................................................................................... 95
Anexo C – Receptividades ............................................................................................ 99
xiii
Índice de Figuras
Figura 1 – Diagrama simplificado de um sistema automático ......................................... 6
Figura 2 - Processo de fabrico da compressa de gaze [6] ................................................. 7
Figura 3 – Máquina de dobragem desenvolvida pela Mabotex, modelo MCA4-BR450
[6] ..................................................................................................................................... 8
Figura 4 - Máquina de dobragem desenvovida pela empresa Tecnología Hnos. Espejo,
S.L , modelo SN-1V-FGC [7] ........................................................................................... 9
Figura 5 – Arquitectura da máquina desenvolvida ......................................................... 12
Figura 6 – Estrutura dos módulos de costura ................................................................. 13
Figura 7 – Padrão 1 de costura ....................................................................................... 15
Figura 8 – Padrão 2 de costura ....................................................................................... 15
Figura 9 – Processo de dobragem pretendido ................................................................. 15
Figura 10 – Perspectiva das etapas constituintes do processo de costura ...................... 16
Figura 11 – Modulo de mudança de direcção da compressa .......................................... 17
Figura 12 – Modulo de 1ª e 2ª dobras ............................................................................. 18
Figura 13 – Modulo de 3ª dobra e viragem de compressa dobrada ................................ 19
Figura 14 – Sistema de empilhamento ........................................................................... 19
Figura 15 – Esquema de interligação do hardware......................................................... 20
Figura 16 - Maquina de costura de ponto-preso Mitsubishi, modelo LS2-1780 ............ 21
Figura 17 – Formação do ponto preso ............................................................................ 22
Figura 18 - Instalação das máquinas de costura na máquina desenvolvida.................... 22
Figura 19 - LIMISEVO XC-K series [8] ........................................................................ 23
Figura 20 - Perspectiva interior da máquina de costura [8] ............................................ 23
Figura 21 - Puller instalado na máquina de costura ....................................................... 24
Figura 22 – Sistema pneumático .................................................................................... 25
Figura 23 – Cilindros pneumáticos [9] ........................................................................... 25
Figura 24 - Placa característica do motor trifásico de indução - valores nominais ........ 26
Figura 25 - Conversor de frequência Toshiba VF-nC3 .................................................. 27
Figura 26 - Cilindro pneumático com sensor reed switch instalado............................... 29
Figura 27 - Sensor armazenador de compressas: esquerda) Sensor Omron E3F2-R4B4;
direita) espelho reflector E39-R1S [12].......................................................................... 29
Introdução
xiv
Figura 28 - Sensor WENGLOR ODX202P007 – Possibilidades de método de detecção
[13] ................................................................................................................................. 30
Figura 29 - Sensor detector de ruptura de linha ELTEX UPG 16720/16730: a) aspecto
exterior; b)possibilidades de direcção do fio [15] .......................................................... 32
Figura 30 - Encoder LEINE LINDE RSI503 [16] .......................................................... 33
Figura 31 - Ciclo de scan de um PLC ............................................................................ 34
Figura 32 - Unidades constituintes do sistema de controlo: a) PLC FBs-60MC; b)
módulo de expansão FBs-16EY; c) módulo de comunicação FBs-CB55; ..................... 35
Figura 33 - Terminal Programável HAKKO modelo V808c ......................................... 36
Figura 34 – Quadro eléctrico .......................................................................................... 37
Figura 35 – Configuração da rede RS-485 ..................................................................... 38
Figura 36 – Máquina instalada no cliente ....................................................................... 39
Figura 37 – Perspectiva dos módulos de costura e mudança de direcção da compressa 39
Figura 38 – Perspectiva 2 dos módulos de costura e mudança de direcção da compressa
........................................................................................................................................ 40
Figura 39 - Perspectiva dos módulos de dobragem ........................................................ 40
Figura 40 – Perspectiva da máquina com as máquinas de costura extraídas para troca de
bobina ............................................................................................................................. 41
Figura 41 – Esquema elucidativo da interligação entre as diferentes janelas da aplicação
........................................................................................................................................ 47
Figura 42 – Janela principal da aplicação de interface ................................................... 47
Figura 43 – Janela “Configurar parâmetros” .................................................................. 48
Figura 44 – Janela “Configurar parâmetros”, teclado numérico .................................... 49
Figura 45 – Janela “Separador de compressas” .............................................................. 49
Figura 46 – Janela “Produção” ....................................................................................... 50
Figura 47 – Janela “Produção semanal” ......................................................................... 50
Figura 48 – Janela “Gráfico de produção semanal” ....................................................... 51
Figura 49 – Janela “Gestão de programas” .................................................................... 51
Figura 50 – Janela “Editar programa” ............................................................................ 52
Figura 51 – Janela “Editar programa”, confirmação de edição ...................................... 52
Figura 52 – Janela “Seleccionar programa” ................................................................... 53
Figura 53 – Janela “Consulta de tempos” ....................................................................... 53
Figura 54 – Janela “Teste de condições iniciais” ........................................................... 54
Figura 55 – Janela de alarme de ruptura na linha superior ............................................. 56
xv
Figura 56 – Janela de alarme de ruptura na linha inferior .............................................. 56
Figura 57 – Janela de alarme de máquina mal posicionada ........................................... 57
Figura 58 – Janela de alarme de armazenador de compressas cheio .............................. 57
Figura 59 – Janela de alarme de compressa presa .......................................................... 58
Figura 60 – Janela de alarme de botão de emergência accionado .................................. 58
Figura 61 – Janela “Histórico de alarmes” ..................................................................... 59
Figura 62 – Janela “Histórico de alarmes”, visualização de activação de alarmes ........ 60
Figura 63 – Janela “Histórico de alarmes”, visualização de desactivação de alarmes ... 60
Figura 64 – Imagem elucidativa da dependência entre módulos ao nível das correias de
arrasto ............................................................................................................................. 61
Figura 65 – Função Speed Detection .............................................................................. 62
Figura 66 – Função ModBus Master Instruction ............................................................ 63
Figura 67 – Tabela Variadores 2 a 8............................................................................... 64
Figura 68 – Tabela Variador 1 velocidade de recepção ................................................. 65
Figura 69 – Tabela Variador 1 velocidade de funcionamento ........................................ 65
Figura 70 - GRAFCET 1, Processo de mudança de direcção ........................................ 66
Figura 71 – GRAFCET 2, Processo de costura máquina 1 ............................................ 68
Figura 72 - GRAFCET 3, processo de mudança de direcção ......................................... 70
Figura 73 - GRAFCET 4, Processo de 1ª e 2ª dobra ...................................................... 72
Figura 74 - GRAFCET 5, Processo de 3ª dobra ............................................................. 73
Figura 75 - GRAFCET 6, Processo de sistema de viragem ........................................... 75
Figura 76 - GRAFCET 7, Processo do sistema de empilhamento ................................. 76
Figura 77 - GRAFCET 8, Processo de separação de compressas .................................. 77
Figura 78 - GRAFCET 9, Controlo do Botão de Emergência........................................ 78
Figura 79 – GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 1 .............................................. 80
Figura 80 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 2 ............................................... 80
Figura 81 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 3 ............................................... 81
Figura 82 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 4 ............................................... 81
xvii
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Sensor Fotoeléctrico Omron principais características [12].......................... 30
Tabela 2 - Sensor Fotoeléctrico Wenglor principais características [14] ....................... 31
Tabela 3 - Sensor piezoeléctico Eltex principais características [15] ............................ 32
Tabela 4 - Encoder Leine Linde RSI503 principais características [16] ........................ 33
Tabela 5 – Sistemas mecânicos associados a cada variador de velocidade.................... 38
Tabela 6 – Mensagens de alarme e respectivos bits de activação .................................. 55
Tabela 7 – Grafcet 2 acções nível 2 ................................................................................ 68
Tabela 8 – Grafcet 2 receptividades nível 2 ................................................................... 69
Tabela 9 - Grafcet 3 acções nível 2 ................................................................................ 70
Tabela 10 – Grafcet 3 receptividades nível 2 ................................................................. 71
Tabela 11 – Grafcet 4 acções nível 2 .............................................................................. 72
Tabela 12 – Grafcet 4 receptividades nível 2 ................................................................. 72
Tabela 13 – Grafcet 5 acções nível 2 .............................................................................. 73
Tabela 14 – Grafcet 5 receptividades nível 2 ................................................................. 74
Tabela 15 – Grafcet 6 acções nível 2 .............................................................................. 75
Tabela 16 – Grafcet 6 receptividades nível 2 ................................................................. 75
Tabela 17 – Grafcet 7 acções nível 2 .............................................................................. 76
Tabela 18 – Grafcet 7 receptividades nível 2 ................................................................. 77
Tabela 19 - Grafcet 8 acções nível 2 .............................................................................. 77
Tabela 20 - Grafcet 8 receptividades nível 2 .................................................................. 78
Tabela 21 – Grafcet 9 acções nível 2 .............................................................................. 79
Tabela 22 - Grafcet 9 receptividades nível 2 .................................................................. 79
Tabela 23 - Grafcet 10 acções nível 2 ............................................................................ 81
Tabela 24 - Grafcet 10 receptividades nível 2 ................................................................ 82
xix
Lista de Siglas e Acrónimos
PLC Controlador Lógico Programável
ISO International Organization for Standardization
PID Proporcional Integral e Derivativo
CPU Unidade Central de Processamento
LED Diodo Emissor de Luz
SRAM Memória Estática de acesso Aleatório
DRAM Memória Dinâmica de Acesso Aleatório
ROM Memória Apenas de Leitura
TFT-LCD Thin Film Transistor Liquid Crystal Display
URL Uniform Resource Locator
HTL High-Threshold Logic
CAD Computer-Aided Design
USB Universal Serial Bus
Hz Hertz
V Volt
Cm Centímetros
W Watt
A Amperes
F Frequência
Rad Radianos
Rpm Rotações por minuto
MB Mega Bytes
bps Bits Por Segundo
ppr Pulsos por rotação
Ω Ohm
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
1
Capítulo 1
Introdução
Este capítulo introdutório pretende enquadrar o trabalho nas suas condições de
realização, nomeadamente a empresa onde foi desenvolvido e a que se destina, assim
como, as motivações e objectivos para a sua proposta. Na parte final é apresentada a
estrutura da tese.
1.1 Enquadramento e Motivações
O trabalho descrito nesta tese, tem por base o desenvolvimento de uma máquina
industrial para costura, dobragem e empilhamento automáticos de compressas de gaze.
Esta foi projectada e desenvolvida na empresa adatecnologias, sediada em Paços
de Ferreira e que se dedica ao desenvolvimento de soluções de automação e manutenção
industrial. Trata-se de uma empresa vocacionada para o projecto e desenvolvimento de
soluções á medida do cliente.
A máquina em questão foi requisitada pela empresa ADA (Albino Dias de
Andrade, Lda.), que tem por actividade, a produção de tecidos de gaze para fabrico de
penso hospitalar, sendo as compressas de gaze cosidas um produto solicitado por
diversas unidades hospitalares. Trata-se de uma empresa de integração vertical, ou seja,
comporta desde operações básicas de transformação de matéria-prima (no caso algodão)
em produto intermédio, até ao fabrico do produto final. Os processos a automatizar,
inserem-se na fase final da cadeia de produção onde o produto é finalizado.
O tipo de produção da empresa é essencialmente produção em massa, ou seja,
fabrico continuado de produtos idênticos, com uma cadência de produção muito
elevada, onde são requeridos equipamentos dedicados, como no caso da aplicação
descrita nesta tese.
Os processos que se pretendiam automatizar, eram, até então, realizados de uma
forma manual, através de operadores dedicados para as suas diferentes fases, e que de
uma forma repetitiva executavam as tarefas necessárias.
Numa primeira fase existiam operadores exclusivos para efectuar as costuras
nas compressas de gaze, recorrendo a máquinas de costura convencionais.
Posteriormente, outros, eram responsáveis por inspeccionar as compressas, a fim de
Introdução
2
verificar se as costuras estavam correctamente realizadas, e nesse caso, dobrá-las num
formato pretendido e de seguida agrupá-las por lotes de um determinado número. As
compressas com costura defeituosa eram separadas para depois serem corrigidas.
A realização destas operações de produção de uma forma manual apresenta
diversas desvantagens: o tempo de fabrico do produto é elevado e requer diversos
operadores, logo o seu preço de produção aumenta; é susceptível a falhas, uma vez que
a inspecção do produto é realizada por um humano, assim como, a contagem do número
de compressas produzidas a serem agrupadas por lotes; o controlo e gestão da produção
não são rigorosos, porque não é possível saber com exactidão o número de produtos
produzidos em determinado tempo. Além disto, como se trata de um produto para
utilização em meio hospitalar, o seu nível de contaminação obedece a padrões rigorosos,
sendo que o manuseamento do mesmo contribui para o aumento desse nível, implicando
outro tipo de preocupação/gastos na sua produção, nomeadamente o controlo do nível
de bactérias de todos os operadores em contacto com o produto.
A automatização destes processos de produção das compressas de gaze (costura,
dobragem e empilhamento) oferece diversas vantagens em detrimento ao processo
manual até então utilizado, sendo as mais evidentes:
- Maior controlo e gestão de toda a produção, através da disponibilização de
dados referentes ao processo;
- Redução dos custos de fabrico;
- Aumento da produção;
- Aumento da qualidade do produto;
- Redução da área de trabalho (este produto é produzido numa sala de ambiente
controlado logo com custos elevados. A limpeza do ar, ou seja o seu nível de
concentração (partículas/ de ar), obedece a um limite máximo classificado pela
norma ISO 14644-1 em nove classes. Neste caso a sala onde a máquina será instalada é
classificada com a classe ISO 7);
- Diminuição de manuseamento do produto, contribuindo para uma menor
contaminação do mesmo.
Com as diferenças evidentes entre o processo manual e o automático, achou-se
que o desenvolvimento deste trabalho, seria de todo pertinente, visto reunir vantagens
suficientes para ser considerado válido.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
3
1.2 Objectivos
Nesta tese, são apresentados todos os passos do desenvolvimento de uma
máquina para costura, dobragem e empilhamento automáticos de compressas de gaze,
sendo o seu controlo baseado num PLC e a informação disponibilizada para o operador
num terminal programável.
Para que a automatização desta máquina seja bem sucedida, e de encontro às
necessidades do cliente, este forneceu uma série de requisitos/objectivos a cumprir no
desenvolvimento da mesma, sendo estes:
Interligação da máquina a uma outra já presente na empresa, responsável por
produzir e fornecer as compressas de gaze. As duas devem estar em sincronismo
durante o processo de fabrico, para que a passagem das compressas entre ambas,
seja efectuada de uma forma totalmente automática.
A dimensão da máquina deve ser a mais reduzida possível devido aos custos
elevados da sala onde será instalada.
O tipo de compressas produzidas pode variar em dimensão e tipo de tecido,
devendo a máquina ser configurável, para que se possa ajustar aos diferentes
tipos.
Capacidade de realização de dois tipos de produto diferentes, possuindo o
sistema flexibilidade para ser ajustado de uma forma rápida para o tipo
pretendido.
A cadência de recepção de compressas na máquina não deve ser superior a 4
segundos.
Deve possuir um sistema de monitorização e controlo para o utilizador.
Deve ser totalmente configurável, ao nível dos processos de fabrico: costura,
dobragem e empilhamento.
Garantia de qualidade de costura, com detecção de situações de ruptura ou falta
de linha nas máquinas de costura.
Possibilidade de editar programas com as configurações pretendidas para os
diferentes tipos de compressas, para que a máquina possa ser reconfigurada de
forma rápida na troca de produto.
Guardar históricos semanais de produção por turnos de trabalho.
Guardar registos de todos os alarmes ocorridos no processo – tipo, data e hora a
que ocorreu e foi desactivado.
Introdução
4
Registo de tempo em funcionamento total da máquina e por turno.
Respeitar todas as normas de segurança.
Fiabilidade para funcionar 24 horas/dia
1.3 Organização da Tese
A tese encontra-se dividida em cinco capítulos, organizados da seguinte forma:
No capítulo introdutório é feito um enquadramento ao trabalho nas suas
condições de realização assim como as motivações e objectivos para a sua proposta.
No segundo capítulo é abordado o tema da automação industrial assim como as
empresas que se apresentam como as mais importantes no sector da automatização de
processos de fabrico de compressas de gaze e exemplos dos respectivos produtos
desenvolvidos.
O terceiro capítulo descreve o sistema ao nível de hardware. Numa fase inicial,
apresenta-se a arquitectura da máquina e o seu modo de operação, descrevendo-se as
diversas etapas pelas quais o produto passa até ficar finalizado. Posteriormente
apresentam-se todos os componentes de hardware seleccionados, assim como a
justificação das opções tomadas. Na parte final do capítulo apresenta-se a instalação do
hardware.
No quarto capítulo descrevem-se as aplicações de controlo e interface para
operador. São abordadas todas as etapas e métodos utilizados no seu desenvolvimento.
O quinto e último capítulo, diz respeito às conclusões relativamente ao trabalho
realizado e algumas propostas de trabalho futuro.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
5
Capítulo 2
Estado da Arte
Este capítulo introduz o tema da automação industrial, centrando a sua
importância na actualidade. Apresenta-se uma análise ao estado da arte, no que diz
respeito a sistemas de automatização de processos de fabrico de compressas de gaze,
concretamente os processos de costura, dobragem e empilhamento.
2.1 Automação Industrial
A automação industrial é uma área da engenharia que se baseia na
automatização de operações de produção, ou seja, substituir total ou parcialmente o
trabalho humano por máquina. Trata-se de uma tecnologia que comporta sistemas
mecânicos, eléctricos e electrónicos, apoiados por meios computacionais.
Com os mercados cada vez mais globalizados, o grande desafio das empresas,
passa por produzir produtos com qualidade ao menor preço, só desta forma é possível
manterem-se na forte concorrência do mercado. Para tal, é necessário reduzir custos do
processo de fabrico e aumentar a produtividade e qualidade. Impulsionada por estes
factores, a automação industrial tem-se revelado como uma ferramenta essencial na
sustentação e desenvolvimento empresarial.
Em qualquer processo de automatização, seja este de dimensão reduzida ou
elevada, está sempre presente o estudo dos quatro elementos, representados na figura 1.
O controlador, recebe informações acerca do processo através de sensores (podem ser
de presença, temperatura, força, posição, etc), processa essa informação de acordo com
a programação que lhe é introduzida, e mediante esta actua no processo através de
actuadores, que podem ser motores eléctricos, componentes pneumáticos, etc.
Estado da Arte
6
Figura 1 – Diagrama simplificado de um sistema automático
Com o aumento da utilização e complexidade de processos automáticos, tornou-
se necessário o acesso ao estado dos mesmos. Isto desencadeou a utilização de sistemas
de interface homem-máquina, de supervisão e controlo e mais recentemente a
implementação de redes industriais que permitem que a informação flua de uma forma
automática, entre os diversos departamentos desde os gabinetes de projecto, passando
pela gestão e controlo de stocks de matérias-primas, até aos equipamentos de controlo
da linha de produção.
Actualmente, com o avanço das tecnologias de informação, usando um browser
é possível controlar uma máquina á distancia e em tempo real, presente em qualquer
parte do mundo, desde saber informação sobre o seu estado, configurar a máquina ou
dar-lhe ordens de operação.
2.2 Automatização de Processo de Fabrico de Compressas de
Gaze
No que diz respeito ao desenvolvimento de soluções de automação específicas
para a indústria de fabrico de compressas de gaze, não se encontram muitas empresas
dedicadas a fazê-lo. Como na grande parte dos processos de automação, as soluções são
construídas á medida das necessidades do cliente, desenvolvendo-se muitas vezes
produtos protótipos não anunciados no mercado.
Respeitante aos processos de dobragem e empilhamento automáticos de tecido
de gaze, existem produtos comerciais destinados ao efeito, sendo a sua função, cortar o
tecido de gaze que é fornecido em rolos e dobrá-lo formando a compressa, da forma que
é ilustrado na figura 2.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
7
Figura 2 - Processo de fabrico da compressa de gaze [6]
Neste trabalho, o que é pretendido, é uma continuação do processo descrito, ou
seja, partir da compressa produzida por estas máquinas já existentes no mercado, cosê-la
nas bordas e no meio, posteriormente dobrá-la num formato desejado e por fim
empilhá-la. Após pesquisa, não foi encontrado nenhum produto capaz de realizar estas
tarefas conjuntas de uma forma automática, sendo que respeitante ao processo de
costura automática em tecido de gaze não se encontrou nenhuma referencia a produtos
comerciais ou projectos em desenvolvimento, para o efeito.
De seguida abordam-se duas empresas, que se apresentam como as mais
importantes nos sectores de dobragem e empilhamento de tecido de gaze, apresentando
produtos capazes de fabricar compressas de vários tipos e tamanhos de uma forma
automática.
2.2.1 Mabotex Modelo MCA4-BR450
A Mabotex é uma empresa sediada em França que desenvolve e comercializa
máquinas de dobragem e condicionamento de têxteis médicos.
Estado da Arte
8
Figura 3 – Máquina de dobragem desenvolvida pela Mabotex, modelo MCA4-BR450 [6]
Na figura 3 pode ver-se um exemplo de uma máquina desenvolvida por esta
empresa, que realiza as funções de corte da gaze e dobragem, e em seguida empilha as
compressas em canais de saída.
Esta máquina tem como principais características: uma largura útil de 45cm;
dimensão mínima das compressas 5cm x 5cm e dimensão máxima de 10cm x 20cm.
A produção teórica desta máquina, segundo o fabricante é de 13200 compressas
por hora, para os tamanhos de 5cm x 5cm e 7,5cm x 7,5cm e de 12000 compressas por
hora para o tamanho de 10cm x 10cm [6].
2.2.2 Tecnologia Hnos. Espejo, S.L. Modelo SN-1V-FGC
Tecnología Hnos. Espejo, S.L é uma empresa sediada em Espanha que se
dedica, também, ao desenvolvimento de automatismos para a indústria de produção de
gases hospitalares.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
9
Figura 4 - Máquina de dobragem desenvovida pela empresa Tecnología Hnos. Espejo, S.L , modelo SN-
1V-FGC [7]
Na figura 4, apresenta-se um exemplo de uma máquina desenvolvida por esta
empresa que á semelhança da máquina apresentada anteriormente, realiza também, os
processos de corte, dobragem e empilhamento.
As suas principais características são: realização de compressas de tamanho
grande, 30cmx15cm (mínimo) e 60cmx70cm (máximo); é compatível com qualquer
tipo de tecido de gaze (malha, circular, etc.); produção de compressas de 4 a 8 capas;
selecção do formato e ajuste de parâmetros de dobragem mediante interface táctil;
separação de compressas produzidas por lotes em número desejado [7].
Este modelo, encontra-se na empresa ADA (cliente da máquina descrita nesta
tese). Como referido acima no capitulo1.3, um dos objectivos é a interligação da
máquina desenvolvida, a esta apresentada na figura 4, para que as compressas
produzidas pela mesma, passem automaticamente para a máquina a ser desenvolvida de
forma a serem cosidas, posteriormente dobradas e no final empilhadas num canal de
saída.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
11
Capítulo 3
Especificações do Sistema ao Nível de
Hardware
O objectivo deste capítulo é fazer uma apresentação e justificação das opções
tomadas ao nível do hardware constituinte do sistema desenvolvido para a
automatização dos processos de costura, dobragem e empilhamento automáticos de
compressas de gaze.
O capítulo começa por apresentar a arquitectura da máquina desenvolvida e o
seu modo de operação.
Na secção seguinte apresenta-se o hardware seleccionado, começando pelas
máquinas de costura MITSUBISHI LS2-1780 utilizadas neste trabalho, sua constituição
e características, assim como o puller instalado nas mesmas.
De seguida apresenta-se o sistema pneumático, responsável por actuar sistemas
mecânicos de abertura das máquinas de costura, de dobragem e mudança de direcção
das compressas.
Na secção seguinte apresentam-se os motores de indução trifásicos, escolhidos
para traccionar as correias responsáveis pelo arrastamento das compressas de gaze ao
longo de toda a máquina, assim como os rolos utilizados para efectuar as dobras.
Apresentam-se, também, os conversores de frequência utilizados para variação da
velocidade dos motores de indução, assim como a justificação da utilização dos
mesmos.
Segue-se uma apresentação e classificação dos sensores utilizados,
nomeadamente sensores magnéticos, sensores fotoeléctricos, sensores piezoelécticos e
encoder.
Por fim, são descritos os equipamentos utilizados no controlo do processo e
interface com o utilizador, respectivamente o controlador lógico programável, módulos
de expansão e comunicação, e a consola táctil. Descrevem-se as razões da escolha dos
mesmos e suas características.
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
12
3.1 Arquitectura da Máquina
A máquina desenvolvida, em termos da sua arquitectura, é composta por diversos
módulos interligados entre si. Cada módulo é constituído por uma parte estrutural
construída em ferro que suporta os respectivos constituintes mecânicos. No seu
desenvolvimento recorreu-se ao software de CAD em 3D, solidworks, do qual se
apresenta o desenho final da máquina, exposto na figura 5.
Figura 5 – Arquitectura da máquina desenvolvida
Legenda
1- Módulo de recepção das compressas.
2- Módulo de 1ª costura.
3- Módulo de 2ª costura.
4- Módulo de 3ª costura.
5- Módulo de mudança de direcção das compressas.
6- Módulo de 4ª costura.
7- Módulo de 1ª e 2ª dobra.
8- Módulo de 3ª dobra e viragem de compressa dobrada.
9- Módulo de empilhamento com separador.
10- Canal de saída.
11- Quadro eléctrico.
12- Painel do operador.
13- Máquinas de costura.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
13
O primeiro módulo, é responsável por efectuar a recepção das compressas
produzidas na máquina já presente no cliente. Os módulos legendados como dois, três,
quatro e seis efectuam operações de costura nas compressas através de máquinas de
costura convencionais, adaptadas para o efeito. O módulo cinco é responsável por
efectuar a mudança de direcção das compressas para que a última costura seja realizada
no sítio pretendido. Os módulos sete, oito e nove realizam as operações de dobragem e
empilhamento através de sistemas mecânicos.
O canal de saída, é onde as compressas são empilhadas e separadas por lotes de
número variável. O painel de comando para o operador, é constituído por uma consola
táctil como sistema de interface, um botão de emergência, um botão start e um stop.
Os módulos legendados como dois, três, quatro e seis, ou seja os módulos
responsáveis por efectuar as costuras na compressa, possuem a particularidade de serem
devididos em duas estruturas mecânicas, legendadas na figura 6 como superior e
inferior. A estrutura superior do módulo desliza com o auxílio de guias sobre duas
calhas fixas, instaladas na estrutura inferior, permitindo assim ajustar a posição da parte
superior do módulo, através da rotação de um manípulo.
Figura 6 – Estrutura dos módulos de costura
Esta solução mecânica, é necessária devido ao tamanho das compressas a serem
produzidas poder variar entre um limite mínimo de 40x40cm e máximo de 50x50cm,
sendo que as costuras devem ser sempre realizadas no mesmo local na compressa.
Manípulo
de ajuste
da estrutura
superior
Inferior
Superior
S
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
14
3.2 Modo de Operação
A abordagem utilizada no desenvolvimento da máquina, comporta um tipo de
operação sequencial, ou seja, cada módulo é responsável por efectuar uma ou mais
operações, e passar o produto para o módulo seguinte onde é efectuada nova tarefa.
Quando a compressa chega ao último módulo da máquina, todas as operações
pretendidas estão realizadas e portanto o produto finalizado.
O primeiro módulo recepciona as compressas provenientes da outra máquina já
presente na empresa e apresentada no capítulo anterior. Esta funciona a uma
determinada velocidade que pode ser configurável pelo utilizador, sendo assim
necessário que a máquina a ser desenvolvida deva ser capaz de acompanhar essas
possíveis alterações de velocidade.
Para que as compressas fluam de forma correcta na máquina a ser desenvolvida, a
velocidade de cada módulo subsequente não deve ser inferior á velocidade do módulo
antecedente para que a compressa não forme dobras. Assim, no caso do aumento da
velocidade da máquina fornecedora, seria necessário ajustar a velocidade de todos os
módulos da máquina a ser desenvolvida. Como se verá á frente, esta opção não é de
todo viável. A alteração de velocidade na máquina desenvolvida implica a sua
reconfiguração e consequentemente gasto de tempo, assim como a afinação das
máquinas de costura para essa nova velocidade, que se revela um processo bastante
demorado.
A solução é fazer as alterações de velocidade no primeiro módulo, ou seja,
recepcionar as compressas á velocidade da máquina fornecedora, e quando estas já se
encontram totalmente no primeiro módulo, ajustar a sua velocidade para a requerida na
máquina desenvolvida. Isto permite que as máquinas funcionem a velocidades distintas,
mas com a passagem do produto entre as mesmas, controlada. Desta forma a alteração
da velocidade da máquina fornecedora de compressas, implica apenas a alteração da
velocidade de recepção do primeiro módulo da máquina desenvolvida. Este apresenta-se
como o motivo para o facto da necessidade do primeiro módulo.
Como referido no capítulo 1.3, um dos objectivos é a possibilidade da realização
de dois processos distintos de produção do produto. Estes estão relacionados com o
padrão de costura.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
15
A figura 7, apresentada a seguir, ilustra um dos padrões pretendidos, em que a
compressa deverá ser cosida em três extremidades e no meio. A este deu-se o nome de
padrão 1.
Figura 7 – Padrão 1 de costura
No outro padrão pretendido, a costura do meio é suprimida, como se pode ver na
figura 8, sendo as costuras laterais iguais às apresentadas no padrão 1 de costura.
Figura 8 – Padrão 2 de costura
Após efectuadas as costura, as compressas devem ser dobradas da forma que é
ilustrada na figura 9, e no final empilhadas num armazenador em lotes de número
variável.
Figura 9 – Processo de dobragem pretendido
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
16
Os processos de dobragem e empilhamento são os mesmos para os dois tipos de
produto.
Na figura 10 são ilustradas as perspectivas das etapas constituintes do padrão 1
de costura, de forma a elucidar o modo como este se realiza na máquina desenvolvida.
Figura 10 – Perspectiva das etapas constituintes do processo de costura
Analisando a figura 10, pode perceber-se o processo de costura de uma
compressa, onde a cor vermelha está representada a costura realizada em cada módulo
onde esta se encontra e a cor azul as costuras já realizadas anteriormente. Como se pode
constatar, quando a compressa chega ao módulo de 1ª e 2ª dobras, o padrão de costura
está completo.
Quanto ao padrão 2 de costura, o método é o mesmo, com a diferença que no
módulo de 2ª costura, não é efectuada a costura na compressa. A máquina de costura
presente nesse módulo é deixada de fora, através de um sistema mecânico, explicado á
frente.
Como se pode verificar pela perspectiva ilustrada na figura 10, após as três
primeiras costuras existe um módulo responsável pela mudança de direcção da
compressa, apresentado na figura 11. Esta é recepcionada no módulo através das
correias. Quando a compressa se encontra na posição desejada, é elevada uma estrutura
mecânica de numa posição inferior em relação às correias, para uma posição superior,
levando consigo a compressa. Esta estrutura é constituída por diversos rolos de
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
17
superfície rugosa e tracionados por um motor eléctrico, que direccionaram a compressa
no sentido indicado na figura 11.
Figura 11 – Modulo de mudança de direcção da compressa
Após efectuadas as costuras, segue-se o processo de dobragem. No módulo de 1ª
e 2ª dobras, legendado na figura 5 com o número sete, são efectuadas as primeiras duas
dobras ilustradas anteriormente na figura 9.
Na figura 12, apresentada a seguir, pode ver-se um plano deste módulo, e assim
perceber o seu funcionamento. São accionadas duas partes mecânicas em espécie de
cunha, através de actuadores pneumáticos de movimento linear, que introduzem a
compressa entre dois rolos, efectuando-se assim a dobra.
D
Direcção de
entrada
Direcção
de saída
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
18
Figura 12 – Modulo de 1ª e 2ª dobras
Segue-se o módulo de 3ª Dobra e viragem de compressa dobrada. Quanto á
dobra, o processo é o mesmo, ou seja, existe uma cunha de dobragem que quando
accionada introduz a compressa entre dois rolos. A parte de viragem de compressa, é
efectuada com recurso a um actuador pneumático de movimento linear e um rotativo.
Este sistema existe apenas para que as mesmas sejam empilhadas no armazenador de
forma horizontal e não vertical (situação requerida por apresentar uma maior percepção
para o operador da divisão das compressas por lotes). O actuador de movimento linear,
aquando da chegada da compressa, levanta a estrutura mecânica, trazendo consigo a
compressa. De seguida o actuador de movimento rotativo efectua um deslocamento de
90º. O actuador linear desce novamente, introduzindo a estrutura mecânica entre os
rolos que arrastam a compressa para a frente, já rodada de 90º.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
19
Figura 13 – Modulo de 3ª dobra e viragem de compressa dobrada
Por fim o sistema de empilhamento por lotes de número variável, representado
na figura 14. É constituído por três partes mecânicas, accionadas também por actuadores
pneumáticos lineares. Uma responsável por recolher as compressas, outra por fixa-las
no canal de saída e uma terceira encarregue de fazer a separação por lotes. Aquando da
chegada da compressa o recolhedor é accionado fazendo o movimento na direcção do
canal de saída onde são empilhadas as compressas. Quando este está a chegar á frente, o
fixador desce fazendo com que a compressa seja colocada no canal de saída. Após isso,
o fixador sobe antes de este voltar atrás, para não deixar que as compressas presentes no
armazenador possam cair.
Figura 14 – Sistema de empilhamento
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
20
O separador, é uma estrutura mecânica, accionada também, por um cilindro
pneumático, que sobe ligeiramente fazendo com que a compressa seja colocada no
armazenador numa posição superior em relação às outras, permitindo assim que o
operador de uma forma rápida identifique no canal de saída os lotes em número
desejado.
3.3 Hardware Seleccionado
Na figura 15, ilustram-se os diversos componentes constituintes da máquina e a
sua interligação.
Como unidade central, responsável por controlar o processo, afigura-se o PLC,
ao qual foi adicionado um módulo de comunicação de duas portas RS-485. Este recebe
como entradas os diversos sensores e botões para comando do utilizador (start, stop e
emergência). Ao nível da actuação, controla oito variadores de velocidade (e
consequentemente os motores) através de saídas digitais para a sua habilitação e envio
de valor de velocidade por RS-485, controla as máquinas de costura e os actuadores
pneumáticos (cilindros). O interface com o utilizador é efectuado através de uma
consola táctil, ligada ao PLC por RS-485.
Figura 15 – Esquema de interligação do hardware
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
21
3.3.1 Máquinas de Costura
Para a realização das costuras nas compressas, escolheram-se máquinas de
costura comerciais da marca Mitsubishi, modelo LS2-1780, apresentada na figura 16.
Trata-se de uma máquina do tipo ponto preso (característica do ponto de costura
requerida pelo cliente). Dos seus principais constituintes mecânicos é possível
identificarem-se componentes relacionados com a afinação da máquina (tensor de linha
de agulha, ajuste de comprimento do ponto e painel de controlo) e dispositivos
fundamentais na formação do ponto de costura (freio, calcador, arrastador, agulha,
espelho e bobina que se encontra na parte inferior da máquina, por baixo do calcador –
não visível na figura).
Figura 16 - Maquina de costura de ponto-preso Mitsubishi, modelo LS2-1780
Uma característica a ter em conta é o facto deste tipo de máquina de costura
utilizar linha na agulha e na bobina para formação da costura, da forma que é ilustrada
na figura 17. Como referido nos objectivos do trabalho, é requerido que a automatização
do processo de costura seja capaz de detectar rupturas ou falta de linha, sendo que neste
caso terão de ser levadas em conta as duas linhas que a máquina utiliza - linha de agulha
e linha da bobina.
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
22
Figura 17 – Formação do ponto preso
Outro facto, tem a ver com o acesso á bobina, que é necessário para proceder á
sua troca, quando a linha acaba. Para tal, na instalação das máquinas de costura na
máquina desenvolvida, estas foram colocadas numa base em ferro que desliza sobre
duas calhas, com o auxílio de guias, para a parte exterior do módulo que a suporta, de
modo a que o operador possa ter acesso á bobina (figura 18). Este movimento de
extracção das máquinas de costura é feito através de cilindros pneumáticos.
Figura 18 - Instalação das máquinas de costura na máquina desenvolvida
Esta máquina de costura, integra uma unidade de accionamento LIMISERVO
XC-K series (figura 19), constituída por um servo motor de indução trifásico de
potência nominal de 550W, velocidade nominal de 4000 rpm e velocidade máxima de
5000 rpm. Possui um controlador, que através do painel de controlo, que é possível
visualizar-se na figura 16, possibilita ajustar uma série de parâmetros da máquina de
costura, como por exemplo, velocidade de funcionamento, aceleração/desaceleração,
etc.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
23
Figura 19 - LIMISEVO XC-K series [8]
Na escolha da máquina foram tidas em conta algumas características
indispensáveis da mesma, tal como característica de ponto de costura desejado,
fiabilidade de operação, flexibilidade de ajuste de parâmetros e possibilidade de
comandar externamente o inicio e fim de costura, o levantamento do calcador e o corte
de linha, através de sinais distintos, uma vez que é pretendido por a mesma a funcionar
de uma forma automática comandada por um PLC.
Após pesquisa concluiu-se ser a máquina apresentada o produto comercial que
melhor reúne as características desejadas, para além de possuir uma assistência técnica
eficiente e eficaz, necessária para afinações mecânicas na mesma. Das suas
características destacam-se as seguintes [8]:
- Accionamento directo, ou seja, o motor é integrado na estrutura da máquina
(figura 20), o que possibilita a eliminação de correias (o recurso a correias, apresenta-se
como o accionamento mais convencional em máquinas de costura), e consequentemente
uma resposta de arranque mais rápida, redução de consumo de energia e vibração, e
eliminação do desgaste das correias.
- Realização de costura limpa devido ao método de lubrificação Fine Amount,
sendo esta uma característica importante, uma vez que se trata da costura de material
hospitalar.
- A instalação de puller foi facilitada de modo a economizar espaço.
Figura 20 - Perspectiva interior da máquina de costura [8]
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
24
3.3.2 Puller
Por se tratar de um tecido de textura irregular (a textura do tecido de gaze
assemelha-se a uma teia, constituída por aproximadamente quinze fios por centímetro
quadrado – numero que pode variar, consoante o tipo de gaze), e depois de alguns testes
práticos concluiu-se ser necessária a instalação de um puller nas máquinas de costura de
forma a obter-se um arrasto das compressas mais uniforme e consequentemente mais
controlado.
Trata-se de um equipamento que é acoplado às máquinas de costura, e que
funciona como um sistema de arrasto complementar ao arrasto existente nas mesmas.
Ao contrário deste, a superfície do puller em contacto com o tecido, não é constituída
por dentes pontiagudos, mas sim por um material liso (figura 21).
O puller utilizado é da marca Racing modelo PS e pode ser visualizado na figura
21, já instalado na máquina de costura.
Figura 21 - Puller instalado na máquina de costura
3.3.3 Sistema Pneumático
O sistema pneumático utilizado é responsável por fazer mover algumas peças
mecânicas, através de cilindros pneumáticos de movimento linear e rotativo,
nomeadamente a elevação dos rolos de alteração da direcção da compressa, a actuação
das cunhas de dobragem, o sistema de viragem de compressa dobrada (elevação e
rotação), o sistema de empilhamento e a extracção das máquinas de costura para troca
de linha da bobina.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
25
O sistema utilizado é da marca CKD e é constituído por uma unidade de
condicionamento que comporta um filtro, responsável por filtrar impurezas do ar que
possam danificar os cilindros, um regulador de pressão para manter pressão constante
no sistema pneumático e uma válvula de corte geral de alimentação de ar para o módulo
onde são colocadas as electroválvulas (figura 22). Por fim os actuadores pneumáticos
(cilindros), realizam movimentos tendo como fonte de energia o ar comprimido.
Figura 22 – Sistema pneumático
As electroválvulas são válvulas de controlo do fluxo de ar, actuadas
electronicamente. Quando solicitadas, são responsáveis por encaminhar o fluxo de ar
para os cilindros pneumáticos correspondentes. Os cilindros usam o ar comprimido para
criar um deslocamento/força, que pode ser linear ou rotativo, através de duas entradas
de ar que possibilitam que o cilindro se mova no seu interior em duas direcções
conforme a direcção do ar. Nas entradas de todos os cilindros utilizados na construção
da máquina, colocaram-se reguladores de caudal, para que se possa ajustar a velocidade
dos mesmos.
Os cilindros pneumáticos utilizados na máquina são apresentados na figura 23.
Figura 23 – Cilindros pneumáticos [9]
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
26
3.3.4 Motor de Indução Trifásico
Para traccionamento das correias de arrasto das compressas, e dos rolos das
dobras, utilizaram-se motores trifásicos de indução, aos quais estão acopladas redutoras.
A escolha recaiu neste tipo de motor, sobretudo devido ao seu baixo preço, elevada
robustez e reduzida necessidade de manutenção.
Figura 24 - Placa característica do motor trifásico de indução - valores nominais
Pela sua placa característica, apresentada na figura 24, pode saber-se que a sua
tensão nominal é de 400V, corrente nominal de 0.71A e velocidade nominal de 1320
rpm.
3.3.5 Conversor de Frequência
Para que o sistema seja flexível de modo a que seja possível ser ajustado, tornou-
se necessário variar a velocidade dos motores de indução, possibilitando desta forma,
variar a velocidade das correias de arrasto das compressas dos diferentes módulos,
assim como a velocidade dos rolos responsáveis por efectuar as dobras nas mesmas.
Para tal, utilizaram-se oito conversores de frequência, um para cada motor.
O conversor seleccionado para variação de velocidade é da marca Toshiba,
modelo VF-nC3 e (figura 25) opera com o método V/F constante. A sua função é
colocar na saída uma tensão e frequência de amplitudes variável, tendo na entrada uma
tensão e frequência de amplitude fixas. Este método permite um ajuste de velocidade
numa larga gama, sem sacrifício do binário disponível, apresentando-se como a solução
para o problema de ajuste de velocidade pretendido.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
27
No entanto, o uso do conversor de frequência proporciona também outras
vantagens, tais como:
- Possibilidade de arranques suaves do motor, reduzindo assim o desgaste de
componentes mecânicos associados aos mesmos, no caso rodas dentadas e correntes.
- Poupança de energia: a quantidade de energia que flui da fonte para o motor é
directamente proporcional á velocidade.
Como desvantagem ou inconveniente salienta-se a introdução de harmónicos na
rede eléctrica uma vez que se trata de uma carga não linear, ou seja, com um consumo
de corrente não sinusoidal.
Figura 25 - Conversor de frequência Toshiba VF-nC3
Como características principais deste conversor salientam-se:
- Opção de controlo vectorial ou escalar (na aplicação foi utilizado controlo
escalar);
- Frequência de saída varia entre 0.1 e 400Hz;
- Tensão de saída entre 30 e 330V;
- Controlo PID incorporado para correcção do erro em malha fechada;
- Filtros de ruído incorporados, para atenuar ruído electromagnético;
- Modo economia de energia;
- Comunicação RS-485 a uma taxa máxima de 38.4 Kbps, compatível com os
protocolos Modbus RTU e Toshiba protocols;
- É compacto, quando comparado com equipamentos de outras marcas;
- Boa relação preço-qualidade;
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
28
3.3.6 Sensores
Para obter sucesso na automatização de um processo, é necessário obter
informação acerca do seu estado. Essa informação é obtida a partir de sensores
eléctricos. Estes, são dispositivos que recebem e respondem a um estímulo fisico com
um sinal eléctrico. Esse estímulo pode ser uma grandeza, uma propriedade ou condição
e o sinal eléctrico gerado (tensão, corrente ou carga) pode ser amplificado ou
modificado por dispositivos ou circuitos electrónicos.
Sensores Magnéticos do tipo Reed Switches
Os sensores magnéticos do tipo Reed Switches, detectam a proximidade de um
campo magnético, fornecido por um íman permanente, de uma forma muito simples:
quando o íman está distante o interruptor de contacto está aberto, quando o íman está
próximo o interruptor é atraído, fechando-se. Possibilitam detectar proximidade sem
contacto, mas requerem a utilização de um íman separado na parte móvel a detectar [2].
Este tipo de sensor utilizou-se no trabalho para monitorizar a posição dos
pistões dos cilindros pneumáticos. Permite detectar a posição exacta dos mesmos ou
mudar comportamentos repetitivos.
Na sua construção, os cilindros pneumáticos contem ímanes no seu interior, que
estão acoplados á “cabeça” dos pistões. Os sensores são colocados na parte exterior dos
cilindros, no local onde é requerido detectar esse mesmo íman, e consequentemente a
posição do pistão do cilindro (figura 26).
Os sensores utilizados são da marca CKD, a mesma marca dos cilindros
pneumáticos. São sensores desenvolvidos especificamente para o efeito, com um design
próprio para serem colocados nos cilindros [11].
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
29
Figura 26 - Cilindro pneumático com sensor reed switch instalado
Sensores Fotoeléctricos
Para detecção da compressa de gaze e falta de linha inferior nas máquinas de
costura foram usados sensores fotoeléctricos. O seu princípio de funcionamento baseia-
se na utilização de luz para detecção da presença ou ausência do objecto, através de uma
fonte emissora de luz e um receptor, que podem ser separados ou encapsulados juntos, o
que permite diferentes métodos de detecção com este tipo de sensor: detecção através
do feixe, de reflexo ou proximidade.
Na automatização da máquina utilizou-se um sensor de detecção de reflexo no
armazenador de compressas, para detectar se o mesmo está cheio. Trata-se de um sensor
da marca OMRON, modelo E3F2-R4B4, exposto na figura 27.
Figura 27 - Sensor armazenador de compressas: esquerda) Sensor Omron E3F2-R4B4; direita) espelho
reflector E39-R1S [12]
O emissor e detector estão encapsulados juntos, ficando portanto os dois do
mesmo lado do objecto a ser detectado. O feixe de luz é enviado ao detector por meio de
um espelho reflector (E39-R1S). Quando um objecto intersecta a faixa de reflexão, é
detectado.
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
30
Tabela 1 - Sensor Fotoeléctrico Omron principais características [12]
Omron E3F2-R4B4
Luz emitida Vermelha
Tensão de alimentação 10…30V DC
Distância de detecção 0,1…4m (com espelho E39-R1S)
Tempo de resposta 1 ms máximo
Faixa de temperatura -25…+55°C
Para detecção de falta ou ruptura da linha da bobina presente nas máquinas de
costura, e para detecção da presença das compressas de gaze ao longo dos diversos
módulos da máquina, utilizaram-se sensores fotoeléctricos de fibra óptica da marca
WENGLOR, modelo ODX202P0007. Estes são constituídos por duas partes, o
amplificador e a cabeça de sensorização.
Foram utilizados com o método de detecção de proximidade, por uma questão de
facilidade de aplicação na máquina, ou seja o emissor e detector estão do mesmo lado
do objecto a ser detectado, as compressas, com a diferença, em relação ao método
anterior, do feixe de luz ser reflectido pelo próprio objecto. Este sensor possibilita
detecção através do feixe (o emissor e o detector estão separados), ou através de
proximidade, como ilustrado na figura 28 [14].
Figura 28 - Sensor WENGLOR ODX202P007 – Possibilidades de método de detecção [13]
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
31
Tabela 2 - Sensor Fotoeléctrico Wenglor principais características [14]
WENGLOR ODX202P007
Luz emitida Vermelha
Tensão de alimentação 10…30V DC
Frequência de comutação 2 KHz
Tempo de resposta 250 µs
Faixa de temperatura -25…+60°C
Este tipo de sensor, nomeadamente a introdução da fibra óptica, oferece algumas
vantagens relevantes e que foram levadas em conta na sua escolha. O tempo de reacção
deste sensor é mais reduzido quando comparado com um sensor sem cabo de fibra
óptica, possibilitam detecção em espaços limitados (situação requerida para detecção de
falta de linha da bobina nas maquinas de costura) e tem total imunidade a ruído eléctrico
e interferências.
Como principais inconvenientes destacam-se o preço mais elevado e a distância
de detecção limitada, tipicamente 8cm em modo de proximidade e 38cm para o modo
de feixe de detecção.
Sensor Piezoeléctico
O princípio de funcionamento deste tipo de sensor baseia-se na utilização de
materiais piezoelécticos, que possuem a característica de gerar uma carga eléctrica ao
lhes ser aplicada uma força que o deforma, ou vice-versa.
A necessidade de utilização de um sensor deste tipo surge devido ao facto de ser
requerido detectar faltas ou rupturas na linha superior das máquinas de costura. Para tal
utilizou-se um sensor detector de ruptura de linha ELTEX UPG 16720/16730, que
baseia o seu funcionamento exactamente no princípio piezoeléctico.
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
32
Figura 29 - Sensor detector de ruptura de linha ELTEX UPG 16720/16730: a) aspecto exterior;
b)possibilidades de direcção do fio [15]
Na figura 29 apresentam-se a imagem exterior do sensor (a) onde é possível
visualizar a cavidade onde passa o fio, bem como as possibilidades para fazer essa
passagem (b). De notar que é necessário manter um ângulo de direcção do fio na
cavidade para que este esteja em constante pressão com o material piezoeléctico.
O sensor possui um acoplador óptico normalmente fechado como saída, que
reflecte o movimento do fio. Quando o fio está em movimento o acoplador óptico está
inactivo, quando o fio não está em movimento o acoplador óptico está activo.
Tabela 3 - Sensor piezoeléctico Eltex principais características [15]
ELTEX UPG 16720/16730
Tensão de alimentação 15…30V DC
Tempo de resposta 150 ms
Faixa de temperatura -25…+ 60°C
Consumo de corrente 20mA
Encoder
Para sincronizar a velocidade da máquina a ser desenvolvida com a máquina
existente na empresa utilizou-se um encoder rotativo, acoplado ao veio de movimento
da saída das compressas na máquina fornecedora. Trata-se de um equipamento que
converte o movimento rotativo do veio num trem de pulsos eléctricos, de número exacto
por volta, dependendo da resolução do mesmo.
No trabalho utilizou-se um encoder da marca Leine Linde, modelo RSI503, do
tipo incremental (figura 30), em que a sua saída é sempre referente á ultima posição
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
33
inicial considerada, ao contrário do encoder do tipo absoluto onde a cada posição do
veio corresponde uma única saída. Sabendo o deslocamento, neste caso angular, num
determinado tempo, é possível saber a velocidade a que o veio roda.
Figura 30 - Encoder LEINE LINDE RSI503 [16]
Tabela 4 - Encoder Leine Linde RSI503 principais características [16]
Encoder Leine Linde RSI503
Tensão de alimentação 9…30V DC
Saída 2500ppr HTL
Faixa de temperatura -40…+70°C
3.3.7 Controlador Lógico Programável (PLC)
No trabalho utilizou-se, como sistema de controlo, um PLC, por se tratar de um
equipamento com robustez mecânica e eléctrica para trabalhar em ambientes industriais,
o que não é o caso por exemplo de um computador vulgar. Trata-se de um equipamento
amplamente utilizado em sistemas de automação industrial, e que tem vindo a evoluir
muito desde o seu aparecimento em meados da década de 1970, desencadeando o
aparecimento de vários tipos de PLCs dimensionados para diferentes aplicações. A sua
vasta utilização, aliada ao baixo preço de muita da tecnologia envolvida permite que
apareçam no mercado PLCs com uma relação preço/capacidade cada vez mais baixa.
São equipamentos, tipicamente, constituídos por uma unidade de processamento
que contem o microprocessador, uma fonte de alimentação responsável por fornecer
tensão estável e a níveis desejados á unidade de processamento e outros circuitos
internos e externos, memória reservada ao sistema operativo e memória do utilizador
onde são guardados os programas, módulos de entradas e saídas, módulo de interface de
comunicação que possibilita a troca de dados, quer entre PLCs ou outros dispositivos
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
34
como computadores de uso geral, conversor de frequência, etc., e dispositivo de
programação.
Na figura 31, apresentada a seguir, é ilustrado o princípio de funcionamento de
um PLC, nomeadamente a realização de um ciclo de scan. O tempo dispendido para a
realização do mesmo, depende da velocidade do processador do PLC e da complexidade
do programa.
Como se pode verificar através da ilustração, em cada ciclo de scan são lidos os
valores/estados das entradas, interpretado o programa contido na memória, e mediante o
mesmo actualizados os valores das saídas.
Figura 31 - Ciclo de scan de um PLC
O PLC utilizado no trabalho é da marca FATEK, modelo FBs-60MC com uma
unidade de expansão FBs-16EY e uma carta de comunicação FBs-CB55, apresentados
na figura 32
O PLC é do tipo modular com 60 pontos: 36 entradas digitais de 24VDC e 24
saídas digitais a relé. Das suas principais características destacam-se [17]:
- Relógio de tempo real;
- Duas entradas com contadores por hardware de alta velocidade até 120KHz,
ideais para ligar encoders: como é implementado em hardware não ocupa tempo de
processamento na unidade de processamento;
- Permite vários tipos de comunicações, até cinco portas no mesmo PLC,
incluindo RS232, RS485, USB e Ethernet;
- Possui um conjunto de instruções bastante poderoso e intuitivo, nomeadamente
para configuração de ligações de rede, controlo PID, controlo de posicionamento, etc.;
- Dispõe de dezasseis pontos de entrada para interrupções externas;
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
35
Figura 32 - Unidades constituintes do sistema de controlo: a) PLC FBs-60MC; b) módulo de expansão
FBs-16EY; c) módulo de comunicação FBs-CB55;
A unidade de expansão FBs-16EY é constituída por dezasseis saídas a relé, e foi
utilizada devido á insuficiência de saídas no PLC. Esta é acoplada ao PLC através de
uma ficha de ligação.
A unidade de comunicação contem duas portas RS-485 que foram utilizadas
para comunicação com a consola táctil e os conversores de frequência.
3.3.8 Terminal Programável
Como sistema de interface com o operador, utilizou-se um terminal
programável. Através deste o utilizador pode configurar parâmetros da máquina,
visualizar dados de produção e receber informação de possíveis alarmes ocorridos no
processo.
O terminal utilizado é da marca HAKKO, modelo V808c exposto na figura 33.
Trata-se de uma unidade programável com um monitor táctil TFT-LCD de 8,4
polegadas e 65,536 cores.
Quanto á memória, possui uma unidade Flash ROM de 4,5 MB expansível
através de cartão e uma SRAM de 128 KB [18].
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
36
Figura 33 - Terminal Programável HAKKO modelo V808c
Os seus principais recursos podem ser divididos de uma forma genérica em
quatro partes essenciais:
- Funções relacionadas com visualização de dados, onde se destacam a
possibilidade de criar caracteres de diversos tamanhos, gráficos ou dados guardados em
tabelas de memória (strings de caracteres ou valores numéricos). Possibilita, também, a
visualização de mensagens de alarme, controladas através do PLC.
- Funções relacionadas com entrada de dados, através de touch switches,
possibilitam enviar dados para o PLC ou alternar entre telas, assim como definir strings
de caracteres ou valores numéricos que serão guardados em tabelas de memória.
Possibilita também, através das entradas serie que possui, ligar leitores de código de
barras, controladores de temperatura e inversores.
- Funções relacionadas com a saída de dados, possibilitando a impressão através
de uma impressora conectada á consola, ou ligação a computador pessoal por conexão
serie.
- Funções relacionadas com a comunicação: possibilita comunicação série por
RS232, RS422/485, a uma taxa de transmissão máxima de 115200 bps ou comunicação
por USB.
3.4 Instalação
Na instalação dos componentes de hardware, foi necessário projectar um quadro
eléctrico, apresentado na figura 34, onde se colocaram os conversores de frequência e o
PLC de uma forma organizada. Além destes utilizou-se uma fonte de 24V contínuos e
4A, para alimentação de todos os sensores, actuação das electroválvulas e habilitação
dos conversores de frequência. Os circuitos de alimentação das máquinas de costura,
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
37
conversores e PLC, foram protegidos contra sobrecargas e curto-circuitos, através de
disjuntores magneto-térmicos.
Figura 34 – Quadro eléctrico
Por questões de segurança, foram instalados diversos botões de emergência, além
do botão presente no painel do operador, ao longo de toda a máquina, para que o seu
acesso seja sempre possível em qualquer parte próxima da mesma.
A configuração da rede RS-485 construída para envio de valores de velocidade
aos conversores de frequência através do PLC, está representada na figura 35. Utilizou-
se cabo de par entrançado para que a atenuação do sinal seja a menor possível, revestido
com malha para aumentar a imunidade ao ruído eléctrico. Devido á impedância
característica do cabo de comunicação, colocaram-se duas resistências de terminação de
120Ω para eliminar possíveis distorções do sinal, que podem acontecer, se a impedância
de terminação da rede for diferente da impedância característica do cabo.
A escolha recaiu neste tipo de rede de comunicação devido ao facto de possibilitar
usar protocolos abertos bem testados a nível industrial, como o caso do Modbus usado
na implementação deste trabalho e de se apresentar como a solução mais barata quando
comparada a outras tipos de redes locais como FieldBus, Ethernet, etc.
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
38
Figura 35 – Configuração da rede RS-485
Cada variador de velocidade e respectivo motor, está associado aos componentes
mecânicos representados na tabela 5.
Tabela 5 – Sistemas mecânicos associados a cada variador de velocidade
Variador Sistema/s mecânico/s associado/s
Variador 1 Correias de arrasto do módulo de recepção
Variador 2 Correias de arrasto do módulo de 1ª Costura
Variador 3 Correias de arrasto do módulo de 2ª Costura
Variador 4 Correias de arrasto do módulo de 3ª Costura
Variador 5 Correias de arrasto do módulo de mudança de direcção da compressa
Variador 6 Cilindros do módulo de mudança de direcção da compressa
Variador 7 Correias de arrasto do módulo de 4ª costura, e 1ª e 2ª dobra
Variador 8 Rolos de dobragem e correias de arrasto do modulo de 3ª dobra e
viragem de compressa dobrada
Para finalizar o projecto de hardware, apresentam-se algumas imagens da
máquina desenvolvida, onde se pode verificar os diversos componentes de hardware
instalados na mesma (figura 36).
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
39
Figura 36 – Máquina instalada no cliente
Na figura 36 pode visualizar-se um aspecto de toda a máquina, assim como a
interligação com a máquina responsável pelo fornecimento das compressas. Nas figuras
37 e 38, apresentam-se imagens da mesma de um ângulo diferente. Como é possível
verificar através das imagens, esta encontra-se a realizar o padrão 1 de costura, onde a
segunda máquina de costura é inutilizada, ficando na parte exterior da sua estrutura de
suporte.
Figura 37 – Perspectiva dos módulos de costura e mudança de direcção da compressa
Máquina
fornecedora
de compressas
Especificações do Sistema ao Nível de Hardware
40
Figura 38 – Perspectiva 2 dos módulos de costura e mudança de direcção da compressa
Na figura 39, é possível visualizar-se a parte dos módulos de dobragem, no instante
onde a primeira cunha de dobragem está a ser actuada e a efectuar a introdução da
compressa nos rolos de dobragem que ficam tapados pelas blindagens da máquina.
Figura 39 - Perspectiva dos módulos de dobragem
Na figura 40, pode ver-se as máquinas de costura numa posição exterior de cada
um dos seus módulos correspondentes, para que o operador possa ter tenha acesso á
bobina.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
41
Figura 40 – Perspectiva da máquina com as máquinas de costura extraídas para troca de bobina
Aplicação Desenvolvida
42
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
43
Capítulo 4
Aplicação Desenvolvida
A aplicação desenvolvida na automatização da máquina, divide-se em duas
partes fundamentais: a aplicação de interface para o utilizador, implementada no
terminal programável e a aplicação de controlo implementada no PLC.
O capítulo começa por descrever as funcionalidades pretendidas em cada uma.
De seguida apresenta-se a aplicação de interface desenvolvida assim como as funções e
métodos utilizados na sua implementação. Na parte final são mostrados os algoritmos
de controlo implementados no PLC para os vários processos a realizar, a implementação
do protocolo Modbus-RTU para comunicação com os conversores de frequência, e a
aquisição do sinal do encoder acoplado á maquina fornecedora de compressas através da
utilização das entradas rápidas por hardware disponíveis no PLC.
4.1 Funcionalidades
Embora as duas partes constituintes da aplicação estejam interligadas, para que o
seu desenvolvimento fosse bem sucedido, foram definidas com rigor as funcionalidades
pretendidas para cada uma:
Aplicação de controlo
Aquisição da velocidade de funcionamento da máquina fornecedora de
compressas e mudança de velocidade das correias do módulo de recepção da
máquina desenvolvida:
Adquirir o valor do encoder e através deste calcular a velocidade a que a
máquina fornecedora está a trabalhar. Controlar a mudança de velocidade
do módulo de recepção, aquando da chegada de compressas, entre
velocidade da máquina fornecedora e velocidade pretendida na máquina
desenvolvida;
Controlo da velocidade dos motores de indução, através dos conversores de
frequência:
Aplicação Desenvolvida
44
Envio do valor de velocidade pretendido para cada conversor através de
uma rede de comunicação RS-485, constituída por oito conversores de
frequência e controlo do sinal de habilitação dos mesmos;
Controlo do processo de costura em cada máquina de costura:
Programação do processo para realizar a costura de forma automática
através de sinais enviados pelo PLC: sinal para levantamento do
calcador, sinal para iniciar costura e sinal para efectuar o remate de
costura e o corte de linha;
Gerir eventuais falhas no processo, nomeadamente falta de linha superior
ou na canela, ou costura defeituosa devido á linha da canela não estar a
ser apanhada pela linha superior, originando que o ponto de costura não
se forme (esta situação pode acontecer porque a linha da canela não foi
enrolada com a tensão correcta, ou devido a desafinações na máquina de
costura). Neste caso deve ser lançada uma mensagem de alarme para o
utilizador no terminal programável e o processo interrompido;
Programação do inicio e fim de costura nas compressas ajustáveis através
do terminal de interface;
Controlo dos processos de dobragem e viragem de compressa:
Controlo do accionamento dos cilindros pneumáticos, ajustável através
do terminal de interface, e das correias correspondentes aos módulos da
máquina responsáveis pelas dobras;
Controlo do sistema de empilhamento:
Controlo dos cilindros responsáveis por mover as partes mecânicas deste
constituinte (recolhedor, fixador e separador) e programação do
separador de compressas para valores recebidos pelo terminal de
interface;
Controlar possíveis alarmes de compressas presas ao longo de toda a máquina,
desencadeando a paragem da mesma e o lançamento de mensagem no terminal.
Contagem do numero de produtos produzidos, por dia e turno de trabalho, com
histórico semanal.
Gerir os programas da máquina editar/guardar/seleccionar.
Controlo do botão de emergência de forma segura. Quando este é pressionado o
processo deve ser parado imediatamente e a alimentação de ar comprimido
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
45
cortada, através da electroválvula de corte geral, para evitar que o operador
possa correr perigo.
Inicializações e condições necessárias ao correcto funcionamento do controlo da
máquina.
Aplicação de interface
Permitir a configuração e visualização independentes, dos valores da velocidade
de cada motor, inicio e fim de costura, posicionamento da compressa no módulo
de mudança de direcção, actuação das cunhas de dobragem e separador de
compressas;
Possibilidade de editar até cinco programas, com um nome pretendido, e com as
configurações descritas no item anterior;
Visualização em tempo real do numero de compressas que estão a ser
produzidas por minuto;
Permitir a selecção do turno de trabalho;
Apresentação do número de compressas produzidas por turno de trabalho e
histórico de uma semana de produção;
Visualização do tempo total de funcionamento e tempo de trabalho em cada
turno.
Informar o operador aquando da ocorrência de alarmes.
Histórico dos últimos cem alarmes, ocorridos no processo, com tipo, registo de
hora a que aconteceu e hora a que foi desactivado.
4.2 Aplicação de Interface
A aplicação de interface foi implementada no terminal programável com recurso
ao software de programação V-SFT da Hakko Electronics. Trata-se de um software
gratuito que pode ser adquirido na página de internet do fabricante, assim como diversa
documentação acerca do mesmo, que se revelou como uma importante ajuda ao longo
do trabalho. A implementação da aplicação baseia-se na criação de janelas de diálogo,
num total máximo de 1024, com diversos elementos de display e funções distintas, que
são depois transferidas e guardadas em memória no terminal programável.
O primeiro passo foi configurar os parâmetros de comunicação da porta do
terminal, utilizada para comunicação com o PLC. De referir que o sistema operativo do
Aplicação Desenvolvida
46
terminal HAKKO, possui drivers de comunicação com PLC´s da marca FATEK. As
configurações utilizadas foram: RS-485, 9600bps, 8 bits, 1 stop bit, par.
De seguida configuraram-se as áreas de comunicação entre ambos: área de
leitura e escrita.
A área de leitura é a área onde o PLC dá comandos ao terminal através da
definição de três 3 Words consecutivas. Cada uma destas três words tem associadas
funções. A primeira relacionada com diferentes formas de activação do buzzer presente
na consola e funções de configuração do calendário. A segunda Word possibilita
funções relacionadas com o comando do estado das janelas e a terceira permite
controlar a janela a ser exibida no terminal, através do seu número associado.
A área de escrita é a área que informa o PLC sobre o estado do terminal, como o
número da janela que está a ser mostrada, o estado do buzzer, o estado da visualização
de overlaps, etc.
A área de leitura foi definida na posição de memória HR00000 (posição 0 do
Data register do PLC) á HR00002. A área de escrita da posição HR00050 á HR00052.
No desenvolvimento da aplicação, além dos requisitos funcionais, foi tido em
consideração construir um software prático e de utilização intuitiva, para que possa ser
facilmente utilizado por qualquer operador fabril.
A aplicação é construída por uma série de janelas que podem ser visualizadas no
terminal através do toque em botões que realizam a troca de janela (touch switches) ou
controladas pelo PLC através da escrita do número da janela pretendida na terceira
Word da área de leitura (HR00002).
Na figura 41, apresentada a seguir, pode visualizar-se um esquema
representativo das janelas da aplicação e a navegação através das mesmas.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
47
Figura 41 – Esquema elucidativo da interligação entre as diferentes janelas da aplicação
Na figura 42, apresenta-se a janela principal da aplicação que possui os botões
de acesso a todas as outras janelas da aplicação, mostradas anteriormente, assim como a
informação do programa seleccionado na máquina, o número correspondente ao turno
de trabalho e o número instantâneo de compressas produzidas por minuto.
Figura 42 – Janela principal da aplicação de interface
Aplicação Desenvolvida
48
Legenda:
1 – Visualização do programa em utilização na máquina.
2 – Visualização do turno de trabalho seleccionado.
3 – Visualização no número de compressas produzidas por minuto.
4 – Botões de selecção das diferentes janelas.
5 – Botão de start/stop da máquina: a amarelo quando a máquina está parada e a
vermelho quando está em produção.
Através dos botões de selecção presentes na janela principal (legendados com o
número 4), o operador pode seleccionar diferentes secções da aplicação, com diversas
funções que se passam a descrever nos capítulos seguintes.
4.2.1 Configurar Parâmetros
Figura 43 – Janela “Configurar parâmetros”
Nesta janela é possível o operador configurar todos os parâmetros relacionados
com o funcionamento da máquina, de uma forma bastante intuitiva, através de um
desenho da mesma. As caixas a azul, representam as velocidades das correias e rolos
correspondentes, a verde o inicio e fim de costura, e a vermelho, o posicionamento das
compressas no módulo de mudança de direcção e o instante de actuação das três cunhas
de dobragem. A cada um destes parâmetros está associada uma posição de memória
retentiva do canal Data Register do PLC. As posições de memória associadas a cada
parâmetro, podem ser consultadas no Anexo A.
Possui também um botão que permite activar/desactivar a máquina de costura 2,
para que seja realizado o padrão 2 de costura e outro para abrir todas as máquinas de
costura, caso seja necessário aceder às bobinas, ou realizar operações de manutenção
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
49
mecânica. No canto inferior direito o botão que dá acesso á janela mostrada na figura 45
(Separador de Compressas).
Figura 44 – Janela “Configurar parâmetros”, teclado numérico
Para realizar alterações no valor pretendido, basta pressionar sobre a caixa
correspondente, e um teclado numérico é sobreposto como mostrado na figura 44
recorrendo á função overlap, que possibilita mostrar uma ou mais telas sobrepostas na
janela corrente. Consoante o parâmetro em questão, o valor permitido introduzir, é
limitado a um valor máximo e mínimo.
Todas as configurações possíveis nesta janela, excepto a activação/desactivação
da máquina de costura 2 e abertura de todas as máquinas, podem ser realizadas com a
máquina em funcionamento.
Figura 45 – Janela “Separador de compressas”
Na janela do separador de compressas, apresentada na figura 45, o operador
pode introduzir o número de compressas colocadas em posição inferior (compressas
abaixo) e superior (compressas acima) no canal de saída, associadas aos registos do
PLC, HR620 para compressas acima e HR630 para compressas abaixo. Cada vez que
Aplicação Desenvolvida
50
um dos dois parâmetros é alterado é feito o reset ao valor, correspondente, da contagem
de compressas no canal de saída, recorrendo-se para tal ao desenvolvimento de uma
macro associada a cada botão, que coloca o registo de contagem de compressas a 0.
4.2.2 Produção
Figura 46 – Janela “Produção”
Na janela de produção (figura 46) o operador selecciona qual o turno de trabalho
a laborar. Mediante esta selecção, o valor correspondente do número de compressas
produzidas, é actualizado em tempo real, consoante a produção da máquina. Apenas é
permitido que um turno de cada vez esteja seleccionado.
Os valores são retentivos durante as 24horas diárias, ou seja quando se troca de
turno o ultimo valor registado no turno anterior é guardado. No fim do dia de trabalho
os valores de produção de cada turno são enviados para a tabela apresentada a seguir.
Esta pode ser acedida pressionando o botão “TOTAL”.
Figura 47 – Janela “Produção semanal”
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
51
Na tabela de produção semanal, são apresentados os valores de produção por dia
de trabalho, contendo, também, na última coluna, um totalizador da produção de cada
dia. No canto inferior direito, um totalizador do número de compressas total produzidas
pela máquina, e do lado esquerdo um botão de acesso á janela seguinte.
Figura 48 – Janela “Gráfico de produção semanal”
Criou-se, também, um gráfico de produção semanal, que pode ser visualizado na
figura 48, para que a análise da produção seja facilitada. No eixo x, estão representados
os sete dias semanais, e no eixo y o numero de compressas produzidas. Cada turno
representa uma linha de cor diferente, consoante a legenda apresentada, do lado direito
do gráfico. Desta forma é possível uma análise comparativa entre a produção dos
diferentes turnos de uma forma rápida.
4.2.3 Gestão de Programas
Figura 49 – Janela “Gestão de programas”
Nesta secção da aplicação o utilizador pode editar programas com as
configurações da máquina introduzidas na janela da figura 43, ou seleccionar programas
Aplicação Desenvolvida
52
já editados através dos botões presentes na janela apresentada na figura 49. Se
seleccionar a opção “editar programa”, é apresentada a janela seguinte.
Figura 50 – Janela “Editar programa”
Como se pode verificar através da figura 50, é possível editar até cinco
programas distintos. Pressionando sobre a caixa vermelha, relativa a cada um dos cinco,
é lançado um teclado de caracteres sobreposto a esta janela através da função overlap
que permite escrever o nome pretendido do programa (no exemplo apresentado na
figura 50, foi escrito o nome “ABCDEFGH” no programa 1). Após isso o utilizador
deve pressionar o botão “GUARDAR” relativo a esse mesmo programa que está a
editar, caso não o faço, as configurações não serão guardadas. Neste caso, em que o
utilizador começa a operação de edição, através da escrita do nome, e não a termina
guardando o programa, se pressionar o botão “EXIT” para sair da operação, é lançada
uma mensagem de aviso, a informar que o programa não foi guardado, e o nome editado
é apagado. No caso de pressionar o botão “GUARDAR”, aparece a mensagem
apresentada na janela da figura 51, “deseja guardas as configurações actuais da máquina
no programa 1 com o nome de ABCDEFGH”.
Figura 51 – Janela “Editar programa”, confirmação de edição
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
53
Se o utilizador pressionar o botão “SIM” as configurações são guardadas, se
pressionar “NÂO”, a operação é abandonada, e retorna á janela da figura 50. Caso o
utilizador seleccione o botão “SIM”, a aplicação de controlo irá guardar as
configurações da máquina em posições de memória do PLC, especificas para cada um
dos cinco programas.
Figura 52 – Janela “Seleccionar programa”
Após a edição do programa o operador pode seleccionar o programa pretendido
através da janela mostrada na figura 52.
4.2.4 Consulta de Tempos
Figura 53 – Janela “Consulta de tempos”
Nesta janela podem ser consultados os tempos que a máquina esteve em
funcionamento em cada turno, assim como o tempo total de funcionamento. O reset aos
valores do tempo em funcionamento de cada turno é efectuado de cada vez que este é
seleccionado. Ficando-se desta forma com um registo diário do tempo de trabalho da
máquina. A contagem de tempo é efectuada no PLC, sendo que a cada parâmetro (horas
Aplicação Desenvolvida
54
e minutos) de cada turno e do tempo total, corresponde uma posição de memória
retentiva do Data Register do PLC.
4.2.5 Teste de Condições Iniciais e Manutenção
Figura 54 – Janela “Teste de condições iniciais”
Esta secção da aplicação foi realizada para ajudar na detecção de possíveis
avarias da máquina, relacionadas com defeitos nos sensores, que podem ser provocados
por avarias dos mesmos ou por deslocação da sua posição (situação que pode ocorrer
nos sensores magnéticos do tipo Reed Switches, instalados nos cilindros pneumáticos
que estão em constante movimento).
A cada sensor foi atribuído um bit. Consoante o estado em que o sensor (on/off)
deve estar, quando a máquina está parada e sem qualquer produto, o bit associado ao
mesmo encontra-se inactivo. Quando a máquina se encontra nestas condições e o sensor
não está no seu estado normal (o que provocará mau funcionamento da máquina) o bit é
activo, ficando a cruz respectiva ao sensor, com a cor vermelha (figura 54).
Além disto, é também possível através do botão presente na janela inverter o
sentido de rotação dos rolos de dobragem, para facilitar a extracção de alguma
compressa que possa ficar pressa nos mesmos.
4.2.6 Alarmes
Como referido anteriormente existem diversas situações de alarme que devem
ser previstas durante o funcionamento da máquina. Na aplicação de interface foram
criadas diversas janelas que informam o utilizador da ocorrência desses alarmes, assim
como mensagens de texto associadas.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
55
As mensagens de alarme foram implementadas com recurso á função “Bit Order
Alarming” presente no software de desenvolvimento V-SFT, que possibilita mostrar
mensagens de texto mediante a activação de bits associados. Se o bit está activo a
mensagem é mostrada, se está inactivo a mensagem é apagada do display. Se múltiplos
bits, associados á função, estão activos as mensagens são mostradas por ordem de
precedência. As mensagens de alarme criadas e respectivos bits apresentam-se na tabela
6.
Tabela 6 – Mensagens de alarme e respectivos bits de activação
Mensagens de Alarme Bit Associado
Botão de emergência accionado M800
Ruptura na linha superior da máquina 1 M801
Ruptura na linha inferior da máquina 1 M802
Ruptura na linha superior da máquina 2 M803
Ruptura na linha inferior da máquina 2 M804
Ruptura na linha superior da máquina 3 M805
Ruptura na linha inferior da máquina 3 M806
Ruptura na linha superior da máquina 4 M807
Ruptura na linha inferior da máquina 4 M808
Compressa presa M809
Máquina 1 mal posicionada M810
Máquina 2 mal posicionada M811
Máquina 3 mal posicionada M812
Máquina 4 mal posicionada M813
Armazenador de compressas cheio M814
Uma das situações de alarme acorre quando a linha superior ou a linha inferior
(bobina) das máquinas de costura romper ao acabar. Nestes dois casos o processo é
parado e o bit associado à máquina de costura e linha correspondente, é activo no PLC.
No caso da linha superior, é lançada a janela que se encontra na figura 54. Esta
operação é efectuada pelo PLC, através da escrita do número associado a esta janela na
posição de memória HR00002, que corresponde á terceira Word da área de leitura e que
permite controlar a janela a ser exibida no terminal.
Através do desenho da máquina, é indicado ao operador qual a máquina ou
máquinas de costura, no caso de alarmes simultâneos, onde o alarme ocorreu (no
Aplicação Desenvolvida
56
exemplo da figura 55 pode ver-se que ocorreu na maquina 1), e através de mensagem de
texto, qual a linha que deve ser verificada (no caso linha superior). O alarme é
desactivado quando o utilizador pressionar o botão “EXIT”.
Figura 55 – Janela de alarme de ruptura na linha superior
No caso da linha inferior é mostrada a janela apresentada na figura 56. O
controlo desta operação é, também efectuado pelo PLC, de forma semelhante á
operação anterior, com a diferença do bit da mensagem de texto activo, ser o
correspondente á mensagem desejada, assim como o número da janela a ser visualizada.
Esta janela possui um botão para fechar as máquinas de costura. Este botão é
necessário porque no caso do fim ou ruptura na linha da bobina, o software de controlo
interrompe o processo e automaticamente actua os cilindros de extracção das máquinas
de costura para que a bobina possa ser trocada. Esta extracção é efectuada de forma
lenta, para que não ponha nenhuma pessoa em perigo que esteja perto da máquina.
Figura 56 – Janela de alarme de ruptura na linha inferior
Quanto o botão de fecho das máquinas é pressionado, as máquinas recolhem
para a sua posição de trabalho, e o alarme desactivado. No caso de alguma máquina, não
ficar correctamente posicionada o operador é informado com uma mensagem de
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
57
máquina mal posicionada (figura 57). Este alarme impossibilita o funcionamento da
máquina uma vez que provocaria mau funcionamento da mesma.
Figura 57 – Janela de alarme de máquina mal posicionada
Outra janela de alarme criada, tem a ver com a possibilidade do canal de saída
de compressas ficar cheio, o que provocaria problemas no sistema de empilhamento.
Quando isto acontece, é lançada a janela de alarme apresentada na figura 58 e a
máquina parada.
Figura 58 – Janela de alarme de armazenador de compressas cheio
Outra situação a ser prevista, visa a possibilidade de alguma compressa ficar
presa ao longo da máquina, situação que pode acontecer por uma eventual falha do corte
de linha nas máquinas de costura, pela compressa ficar encravada entre os rolos de
dobragem ou no sistema de viragem de compressa dobrada, ou pela falha de um dos
diversos componentes mecânicos. Neste caso é mostrada a janela exposta na figura 59.
Aplicação Desenvolvida
58
Figura 59 – Janela de alarme de compressa presa
No caso de algum dos botões de emergência ser accionado, é lançada a janela da
figura 60.
Figura 60 – Janela de alarme de botão de emergência accionado
4.2.7 Histórico de Alarmes
O histórico de alarmes permite obter um registo dos últimos cem alarmes
ocorridos no processo, com registo do tipo de alarme, data e hora a que ocorreu e foi
desactivado. Para tal recorreu-se á função “Alarm Logging”, que permite guardar as
mensagens de alarme ocorridas, na memória da consola, apresentadas anteriormente na
tabela 6, juntamente com a hora e data da ocorrência
Estes registos (mensagem, data e hora) são guardados numa área da consola,
denominada de “Buffering Area”, que corresponde á área onde a amostragem de dados é
guardada. Esta, está dividida em doze partições denominadas de buffers. Cada buffer
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
59
pode ser alocado na memória SRAM ou DRAM, e guardar vários tipos de dados,
amostrados por diferentes métodos. No caso o buffer utilizado para fazer o histórico de
alarmes foi alocado na memória SRAM, que tem a capacidade de manter os dados
quando o terminal se encontra desligado, uma vez que é alimentada por uma pilha, o
que não acontece com a memória DRAM.
O método de amostragem dos dados corresponde á transição, positiva e negativa,
do bit associado ao alarme, ou seja, a cada transição corresponde uma amostra, o que
permite o registo da activação e desactivação de cada alarme ocorrido.
Figura 61 – Janela “Histórico de alarmes”
De forma a tornar os dois diferentes tipos de mensagens, activação e
desactivação perceptíveis para o utilizador, na apresentação das mensagens no display,
como se pode verificar através da figura 61, estas são mostradas com cor diferente:
vermelho para activação do alarme e preto para desactivação. Criaram-se também dois
botões, que se encontram na parte inferior da janela, “Opções de Visualização” e
“Reset”, que tem as funções de permitir visualizar apenas os registos de activação ou
desactivação dos alarmes de forma separada, ou fazer o reset a todos os alarmes,
respectivamente.
Na janela seguinte, apresentada na figura 62, como se pode observar, apenas são
visíveis registos relacionados com a activação dos alarmes, recorrendo exactamente ao
botão de “Opções de Visualização”
Aplicação Desenvolvida
60
Figura 62 – Janela “Histórico de alarmes”, visualização de activação de alarmes
Enquanto na janela da figura 63, apenas são visíveis registos relacionados com a
desactivação dos alarmes.
Figura 63 – Janela “Histórico de alarmes”, visualização de desactivação de alarmes
4.3 Aplicação de Controlo
A aplicação de controlo foi implementada no PLC em linguagem Ladder através
do software WinProladder da Fatek. Trata-se de um software gratuito que pode ser
descarregado da página de internet do fabricante.
No desenvolvimento da aplicação utilizou-se o GRAFCET como técnica de
modulação. Trata-se de uma representação gráfica, das sequências a efectuar pela
unidade de controlo, apresentada segundo um diagrama gráfico sequencial. Este é
constituído por um conjunto de etapas ou estados, aos quais se associam acções,
transições que permitem representar a evolução entre etapas e elementos de ligação que
conferem orientação.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
61
A máquina divide-se em diversos módulos com tarefas distintas, que
funcionaram em simultâneo de uma forma paralela. Para cada um destes módulos, foi
criado um GRAFCET que posteriormente foi implementado no PLC. Todas as acções e
receptividades associadas aos mesmos podem ser consultadas nos Anexos B e C,
respectivamente.
Existem algumas considerações, relacionadas com a arquitectura da máquina,
levadas em conta no desenvolvimento do software de controlo. Estas prendem-se com a
dependência existente ao nível do transporte da compressa, entre os seis primeiros
módulos, que correspondem, ao módulo de recepção, aos quatro módulos de costura e
ao módulo de mudança de direcção. Este factor relaciona-se com o tamanho dos
módulos.
Figura 64 – Imagem elucidativa da dependência entre módulos ao nível das correias de arrasto
Como se pode verificar através da figura 64, quando a segunda máquina está a
realizar a costura na compressa, esta ainda se encontra em contacto com o módulo
anterior. A mesma situação acontece nos módulos de primeira, terceira e quarta costura.
Desta forma é necessário ter em conta, para os casos de paragem das correias de
cada módulo, que o módulo seguinte não está a realizar o processo de costura.
4.3.1 Aquisição da Velocidade de Funcionamento da Máquina
Fornecedora de Compressas
Como referido no capítulo 3.3.7, uma das características do PLC utilizado, é
possuir duas entradas com contadores por hardware até 120KHz. Uma destas entradas
foi utilizada para ligação do encoder, não ocupando desta forma tempo de
Aplicação Desenvolvida
62
processamento no CPU, uma vez que é realizado por hardware. Estes contadores
permitem diferentes modos de contagem relacionados com a contagem do pulso, a
direcção do pulso e as fases do encoder. No trabalho a contagem do sinal do encoder
fez-se na transição ascendente do pulso utilizamdo-se apenas uma fase do encoder
devido ao facto do veio onde o encoder é ligado, apenas rodar num sentido.
O método utilizado para calcular a velocidade foi contar o número de pulsos
num período de tempo fixo, recorrendo-se para tal á função “Speed Detection”,
apresentada na figura 65.
Figura 65 – Função Speed Detection
Esta usa o recurso de interrupção dos dois pontos de entrada de alta velocidade
presentes no PLC para detectar a frequência do sinal de entrada. Para tal define-se na
função, qual a entrada onde o sinal do encoder foi ligado, no caso a entrada X0 do PLC,
o tempo de amostragem TI=10ms, ou seja o tempo de duração de cada contagem, e um
registo para guardar os resultados da contagem, D100. Como se trata de um registo de
16-bits, o valor máximo de cada contagem deverá ser 32767. Se o período de contagem
for muito elevado ou os pulsos muito rápidos, fazendo com que o valor de contagem
exceda 32767, a flag de overflow é activa e a acção de contagem interrompida.
Como o período de amostragem é fixo, 10ms e cada rotação do encoder
corresponde, também, a um número de pulsos fixo, 2500 no caso do encoder utilizado,
então a velocidade de rotação pode ser calculada através da equação 4.1.
Onde,
N = Velocidade em rpm
D100 = Registo do valor da contagem de impulsos
n = Resolução do encoder (pulsos por rotação)
TI = Tempo de amostragem (período de tempo durante o qual se efectua
a contagem) em ms
(4.1)
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
63
Tratando-se de um encoder de 2500ppr, e a velocidade da máquina fornecedora
limitada a 50Hz, o numero máximo de pulsos por segundo atingidos será de:
Para um tempo de amostragem de 10ms, equivale a:
Garantindo-se desta forma que o valor de overflow do registo D100, não é
atingido.
4.3.2 Comunicação com os Inversores de Frequência
Como já referido anteriormente, a comunicação com os inversores de frequência
para envio de valores de velocidade, foi implementada através de uma rede RS-485,
utilizando o protocolo Modbus-RTU. As configurações utilizadas na comunicação
foram: 19200bps, 8bits, par.
O controlo de acesso á rede é do tipo mestre-escravo. O protocolo permite um
mestre e um total de até 247 escravos, sendo que apenas o mestre pode iniciar
transacções. A trama de comunicação é essencialmente construída pelo endereço do
destinatário (escravo), o comando a ser executado e os dados necessários para executar
esse comando.
Na implementação do protocolo de comunicação recorreu-se á função Modbus
master instruction, apresentada na figura 66, que permite de uma forma bastante
simples e rápida, comunicar com dispositivos utilizando o protocolo modbus.
Figura 66 – Função ModBus Master Instruction
Na função define-se a porta a utilizar para funcionar como modbus mestre, neste
caso a porta 2, do módulo de comunicação RS-485 presente no PLC. Define-se,
(4.2)
(4.3)
Aplicação Desenvolvida
64
também, um registo que será associado a uma tabela onde se irão introduzir os
parâmetros da comunicação (no caso R5200) e um registo que corresponde ao registo
inicial de um total de oito, que são utilizados para a operação da instrução (D200).
Quando a entrada enable “EN” da função passa de 0 para 1, a entrada abortar
“ABT” é 0, e a porta está livre, ou seja não está a ser controlada por outras instruções de
comunicação, esta instrução vai controlar a porta entrando em curso a transacção do/s
pacote/s de dados. Se a porta está ocupada a instrução entrará em estado de espera até
que a porta fique livre.
Quando a função está em transacção de dados a saída “ACT” fica activa. Se
houver um erro ocorrido no fim da transacção de um pacote de dados, as saídas “DN” e
“ERR” serão activas, se não existirem erros a saída “DN” será activa.
Na implementação, criaram-se três tabelas distintas, uma com os parâmetros dos
variadores dois a oito, apresentada na figura 67 e duas responsáveis por enviar os
valores das duas velocidades distintas a que o variador 1 deve funcionar,
respectivamente, a tabela da figura 68 para a velocidade de funcionamento da máquina
fornecedora e a tabela exposta na figura 69 para a velocidade pretendida na máquina
desenvolvida.
Figura 67 – Tabela Variadores 2 a 8
Como se pode verificar através da tabela apresentada na figura 67, definiu-se um
endereço para cada variador (em concordância com o endereço parametrizado no
mesmo), introduzido na coluna “Slave”, o comando de escrita (Single Write), através da
coluna “Command”, o valor a ser escrito, no caso a posição de memória reservada para
cada valor de velocidade introduzido através do terminal programável na janela
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
65
“Configurar parâmetros” e na coluna “Slave Data” o comando correspondente á escrita
do valor de frequência no variador [19]. Para a variação de velocidade do módulo de
recepção, foi necessária a construção das duas tabelas apresentadas nas figuras 68 e 69.
Figura 68 – Tabela Variador 1 velocidade de recepção
Assim quando o módulo está a recepcionar a compressa, é enviado para o
variador 1, através da tabela apresentada na figura 68, o valor presente na posição de
memória D110, que corresponde ao valor da velocidade de funcionamento da máquina
fornecedora.
Figura 69 – Tabela Variador 1 velocidade de funcionamento
Quando a compressa já se encontra totalmente no módulo de recepção é passada
a velocidade pretendida no mesmo, introduzida pelo utilizador através da janela
“Configurar Parâmetros”, criada no terminal de interface e apresentada anteriormente
no capítulo 4.2.1.
Aplicação Desenvolvida
66
4.3.3 Controlo do Módulo de Recepção
No módulo de recepção, em termos do seu controlo, apenas é pretendido
efectuar a alternância entre a velocidade da máquina de entrega e a velocidade de
funcionamento. Quando é dado o start à máquina é enviado para o variador, o valor de
velocidade a que a máquina fornecedora está a trabalhar. Quando a compressa é
detectada no módulo, é enviado o valor da velocidade de funcionamento pretendida,
introduzida pelo utilizador na janela “Configurar Parâmetros” da aplicação de interface.
Quando a compressa se encontra totalmente fora do módulo de recepção, este passa
novamente a funcionar à mesma velocidade da máquina fornecedora.
Devido à dependência existente entre o módulo de recepção e o módulo de 1ª
costura, causada pela sua proximidade, o instante em que a compressa se encontra
totalmente fora do módulo de recepção prende-se com o estado S504, apresentado no
GRAFCET da figura 71 e que corresponde ao processo do módulo de 1ª costura.
Figura 70 - GRAFCET 1, Processo de mudança de direcção
4.3.4 Controlo do Processo de Costura
O controlo do processo de costura através do PLC, envolve o controlo das
correias de arrasto da compressa, através do andamento do motor controlado pelo
variador correspondente, e de três sinais digitais de 24V a enviar á máquina de costura.
Um para habilitação/desabilitarão da costura, um para levantamento do calcador (a on
calcador em cima, a off calcador em baixo) e por fim um sinal de impulso para
realização do remate de costura e corte de linha.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
67
O GRAFCET apresentado na figura 71 representa a sequência implementada
para o processo de costura da máquina de costura 1. Quando o bit de start está activo, ou
o módulo de segunda costura está a realizar a costura, é habilitado o variador 2, que
corresponde ao motor de tracção das correias. Aquando da chegada da compressa ao
módulo, esta é detectada pelo sensor fotoeléctrico instalado no inicio do mesmo. Após a
sua detecção é levantado o calcador da máquina de costura durante o tempo introduzido
pelo operador no terminal, continuando o variador habilitado. Este parâmetro pode ser
acedido na janela da aplicação de interface identificada como “Configurar Parâmetros”
através do parâmetro que possibilita o ajuste de inicio de costura. Desta forma é
possível ajustar o posicionamento da compressa em relação á máquina, antes de iniciar a
costura.
Após a contagem desse tempo, o calcador é baixado, através da desactivação do
sinal, e activa a saída do PLC, correspondente ao sinal de costura, durante 80ms com as
correias paradas. Esta situação é necessária, devido a características de funcionamento
da máquina, relacionadas com a formação do ponto de costura. Após testes práticos
detectou-se que o instante de inicio de costura não é exactamente coincidente com o
instante de actuação do arrasto da máquina.
O fim de costura, com o respectivo remate e corte de linha, assim como a
paragem das correias, são efectuados após a compressa deixar de ser detectada pelo
sensor fotoeléctrico e tiver decorrido o tempo introduzido no terminal, através do
parâmetro de ajuste de fim de costura. O sinal para remate e corte de linha é um impulso
de duração 670ms.
Depois de efectuado o remate e corte de linha, a costura está realizada, sendo
apenas necessário, levantar o calcador e habilitar novamente as correias de arrasto para
que a compressa saia da máquina de costura.
Aplicação Desenvolvida
68
Figura 71 – GRAFCET 2, Processo de costura máquina 1
Tabela 7 – Grafcet 2 acções nível 2
S500 Y1
S501 Y10,T0=D501,Y1
S502 Y8, T1=8
S503 Y8,Y1
S504 Y1,Y8,T2=D517
S505 Y9,T3=67
S506 Y1,Y10,T4=40
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
69
Tabela 8 – Grafcet 2 receptividades nível 2
C1 M100+ /M100*Y11
C2 M100*X4
C3 T0
C4 T1
C5 /X4
C6 T2
C7 T3
C8 T4
C9 /M100
Os processos de costura nas restantes três máquinas de costura projectam-se da
mesma forma, com as diferenças de serem actuadas as saídas do PLC, correspondentes
aos sinais de cada máquina e variador de velocidade de cada módulo onde a mesma está
instalada. Os valores de configuração de inicio e fim de costura, associados no
GRAFCET 2 ao Timer 0 e Timer 2 corresponderão às posições de memória de cada
parâmetro para cada máquina.
4.3.5 Controlo do Módulo de Mudança de Direcção da
Compressa
No módulo de mudança de direcção, quando a compressa é detectada, é contado
um tempo introduzido na consola de interface para o utilizador, para que o
posicionamento da compressa, antes de ser mudada a sua direcção possa ser ajustado.
Este parâmetro pode ser acedido na janela da aplicação de interface, “Configurar
Parâmetros”, identificado como “Paragem”. Este ajuste é necessário devido ao facto do
tamanho das compressas a serem produzidas na máquina poder variar, sendo que a
compressa deve sempre chegar ao módulo de 1ª e 2ª dobra, numa posição central em
relação á 1ª cunha de dobragem para que a dobra seja correctamente efectuada. Para
uma melhor percepção desta situação, deve ser consultada a imagem da figura 40,
apresentada anteriormente no capítulo 3.4.
Após esse tempo decorrido as correias são paradas através da desactivação da
saída do PLC, correspondente ao sinal de habilitação do variador de velocidade 5, e
levantada a estrutura mecânica que suporta os rolos de mudança de direcção, através de
Aplicação Desenvolvida
70
actuadores pneumáticos. Quando a estrutura mecânica se encontra elevada, é activado o
variador 6 que colocará, através do motor a este acoplado, os rolos de mudança de
direcção em movimento. Quando a compressa se encontra fora do módulo, os rolos são
novamente baixados. Devido á proximidade entre o módulo de mudança de direcção e o
módulo de 4ª costura (pode ser visualizado na figura 37, mostrada anteriormente no
capitulo 4.3), a forma de saber que a compressa deixou o módulo de mudança de
direcção, prende-se com o instante, no processo de costura do módulo de 4ª costura, que
a compressa deixa o sensor fotoeléctrico presente nesse módulo, que corresponderá no
grafcet apresentado para a máquina de costura 1, ao estado S504.
Figura 72 - GRAFCET 3, processo de mudança de direcção
Tabela 9 - Grafcet 3 acções nível 2
S650 Y4
S651 T28=D505,Y4
S652 Y21
S653 Y21,Y5
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
71
Tabela 10 – Grafcet 3 receptividades nível 2
C1 M100
C2 M100*X13
C3 T28
C4 X30
C5 S704
C6 /M100
4.3.6 Controlo do Módulo de 1ª e 2ª Dobras
No módulo onde são efectuadas as duas primeiras dobras na compressa, é
pretendido controlar a actuação das cunhas de dobragem, das correias de arrasto e do
movimento dos rolos de dobragem. Quando o módulo recepciona a compressa, é
contado o tempo introduzido na consola através do parâmetro identificado como
“1ªDobra” da janela “Configurar Parâmetros” criada na aplicação de interface. Este
ajuste é necessário devido ao facto do tamanho da compressa poder variar, sendo que o
instante de actuação da 1ª cunha de dobragem sobre a compressa afecta o
posicionamento da mesma em relação á 3ª cunha de dobragem presente no modulo
seguinte.
Após esse tempo é accionada a cunha de 1ªdobra, através do accionamento da
electroválvula correspondente ao cilindro pneumático. Quando o deslocamento
efectuado pelo cilindro é o desejado, ou seja a sua haste deslocou-se a distância
necessária para introduzir a compressa entre os rolos de dobragem, é detectado através
do sensor reed switch. Mediante o sinal do sensor, é desactivado o sinal da
electroválvula, fazendo com o cilindro pneumático volte novamente á posição inicial.
Nesta fase é contado novamente um tempo introduzido na consola, também na janela
“Configurar Parâmetros”, através do parâmetro 2ªDobra, até a actuação do cilindro da
cunha de 2ª dobra, da mesma forma que o primeiro. Também este é regressado á sua
posição inicial através do sinal do sensor reed switch presente no mesmo. Desta forma
são conseguidos movimentos de vai e vem nas cunhas de dobragem.
Todo o processo de accionamento das cunhas de dobragem é efectuado com as
correias de arrasto das compressas e os rolos de dobragem em movimento.
Aplicação Desenvolvida
72
Figura 73 - GRAFCET 4, Processo de 1ª e 2ª dobra
Tabela 11 – Grafcet 4 acções nível 2
S750 Y6
S751 T41=D506,Y6,Y7
S752 Y22,Y6,Y7
S753 T42=D507,Y6,Y7
S754 Y23, Y6,Y7
Tabela 12 – Grafcet 4 receptividades nível 2
C1 M100
C2 M100*X18
C3 T41
C4 X19
C5 T42
C6 X20
C7 /M100
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
73
4.3.7 Controlo do Processo de 3ª Dobra
O controlo do processo da 3ª dobra desenrola-se de forma semelhante ao
processo anterior, sendo que neste caso apenas é accionada uma cunha de dobragem.
Após a compressa ser detectada no módulo, é contado um tempo introduzido no
parâmetro “3ª dobra” da janela da aplicação de controlo “Configurar Parâmetros”. Findo
esse tempo é accionada a electroválvula correspondente ao cilindro pneumático de 3ª
dobra, que provocará o deslocamento do mesmo. Quando a sua posição coincide com a
posição onde o sensor reed switch está instalado, a electroválvula é desactivada.
Figura 74 - GRAFCET 5, Processo de 3ª dobra
Tabela 13 – Grafcet 5 acções nível 2
S800 Y7
S801 T43=D508,Y7
S802 Y24,Y7
Aplicação Desenvolvida
74
Tabela 14 – Grafcet 5 receptividades nível 2
C1 M100
C2 M100*X21
C3 T43
C4 X22
C5 /M100
4.3.8 Controlo do Sistema de Viragem de Compressa Dobrada
No sistema de viragem de compressa dobrada, é pretendido efectuar a actuação
dos dois cilindros pneumáticos dele constituinte. O processo consiste na actuação do
cilindro de movimento linear, aquando da chegada da compressa, a fim de efectuar a
elevação da estrutura mecânica, levando consigo a compressa. De seguida e com a
compressa já numa posição superior em relação às correias de arrasto, é accionado o
cilindro de movimento rotativo, que efectua uma rotação de 90°. O cilindro de
movimento linear é baixado novamente, nesta fase com a estrutura mecânica já rodada.
A estrutura, mantêm-se nesta posição durante o tempo necessário para que a compressa
seja arrastada pelos rolos onde esta é introduzida.
Após a compressa deixar a estrutura é efectuado o processo inverso: levantar a
estrutura, rodar para a posição inicial e baixar.
O instante de actuação de cada cilindro é controlado por tempo.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
75
Figura 75 - GRAFCET 6, Processo de sistema de viragem
Tabela 15 – Grafcet 6 acções nível 2
M131 Y28,T46=40
M132 Y28,Y29,T47=50
M133 Y29,T48=D701
M134 Y29,Y28,T49=20
M135 Y28,T39=40
Tabela 16 – Grafcet 6 receptividades nível 2
C1 M100*X29
C2 T46
C3 T47
C4 T48
C5 T49
C6 T39
Aplicação Desenvolvida
76
4.3.9 Controlo do Sistema de Empilhamento
O grafcet apresentado na figura 76 representa o processo implementado para o
sistema de empilhamento. Aquando da chegada da compressa é contado um tempo, até
a mesma ser recolhida. Este tempo foi considerado para obter um correcto
posicionamento da compressa.
Após esse tempo decorrido é accionado o recolhedor e o fixador
simultaneamente, sendo que o fluxo de ar em cada cilindro pneumático é regulado para
que o fixador desça totalmente antes de o recolhedor chegar ao canal de saída onde as
compressas são armazenadas.
Quando o recolhedor chega ao canal de saída, é subido o fixador, e só depois o
recolhedor volta á sua posição inicial, para que as compressas não caiam do canal de
saída.
Figura 76 - GRAFCET 7, Processo do sistema de empilhamento
Tabela 17 – Grafcet 7 acções nível 2
M151 T53=D700
M152 Y25,Y27
M153 Y25
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
77
Tabela 18 – Grafcet 7 receptividades nível 2
C1 M100*X23
C2 T53
C3 X25
C4 X27
Em relação ao processo de separação de compressas no canal de saída,
desenvolveu-se o grafcet apresentado na figura 77. É comparado o valor introduzido na
consola pelo operador “Compressas a baixo”, com um registo que contem o valor da
contagem de compressas no canal de saída. Quando os valores dos dois registos são
iguais, é feito o reset ao valor do registo da contagem e contado um tempo de 1
segundo, para permitir que a compressa seja recolhida pelo recolhedor. Após esse tempo
decorrido é accionado a electroválvula correspondente ao cilindro pneumático,
responsável pela subida do sistema mecânico de separação das compressas, e contado
novamente o valor de compressas produzidas que depois será comparado com o valor
introduzido pelo operador “Compressas a cima”.
Figura 77 - GRAFCET 8, Processo de separação de compressas
Tabela 19 - Grafcet 8 acções nível 2
M600 CMP HR630 com D4, RST Y26
M601 T227=1, D4=0
M602 CMP HR620 com D4, SET Y26
M603 T228=1, D4=0
Aplicação Desenvolvida
78
Tabela 20 - Grafcet 8 receptividades nível 2
C1 Flag igual
C2 T227
C3 Flag igual
C4 T228
4.3.10 Controlo de Alarmes
Como referido anteriormente, existem diversas situações de alarme que podem
ocorrer durante o funcionamento da máquina. Estas podem ser divididas em alarmes de
linha superior, alarmes de linha inferior, compressa presa e botão de emergência
accionado.
Uma das preocupações no controlo da máquina prende-se com a segurança do
operador. Neste sentido considerou-se o accionamento do botão de emergência como
acção prioritária. Como se pode verificar através do grafcet apresentado na figura 78,
sempre que o botão de emergência é accionado, é feito o reset ao bit de start e todas as
saídas do PLC são prontamente desactivadas. Quando o botão de emergência é
desencravado todos ao grafcets responsáveis pelo controlo dos diversos módulos da
máquina e gestão de alarmes são inicializados. Utilizou-se o relé especial do PLC,
M1913, que desabilita todas as saídas, mas o seu estado interno no PLC não é afectado.
Desta forma recorreu-se, também, ao relé especial M1915, que faz reset a todos os relés
retentivos utilizados nos processos de cada módulo da máquina sendo apenas necessário
inicializar esses mesmos grafcets quando o botão de emergência é desencravado.
Figura 78 - GRAFCET 9, Controlo do Botão de Emergência
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
79
Tabela 21 – Grafcet 9 acções nível 2
M651 RST M100, SET M1913*SET M1915, HR0=34
M652 SET S0*SET S1*SET S2*SET S3*SET S4*SET S5*SET S6*SET S7,
SET M130*SET M150 , HR0=2
Tabela 22 - Grafcet 9 receptividades nível 2
C1 /X35
C2 X35
C3 M100
Em relação aos alarmes de linha superior, inferior e compressa presa, foram
definidas prioridades entre os três, uma vez que podem ocorrer simultaneamente.
Quanto ao alarme de linha superior, é feita uma análise ao sensor piezoeléctico
durante o processo de costura. Se a linha não se encontra em movimento, é activo o bit
de alarme de linha superior correspondente á máquina onde o mesmo ocorreu.
Em relação ao alarme de linha inferior, é contado o número de voltas que a
bobina realiza durante a costura. Esta foi dividida em duas partes de cor diferente (preto
e branco) e através de um sensor sensível á cor, detectado o número de voltas que esta
executa. Se o número contado durante a costura da compressa, é menor que o número
de voltas que a bobina deve efectuar numa costura correcta é activo o bit de alarme de
linha de canela, da máquina de costura correspondente.
Em relação ao alarme de compressa presa, este é controlado através da utilização
de temporizadores, que contam o tempo que a compressa demora a ser detectada entre
os diversos módulos da máquina. É calculado um tempo máximo, segundo o qual a
compressa deve chegar ao módulo seguinte, dependente da velocidade das correias de
arrasto de cada módulo. Durante o funcionamento da máquina, é contado o tempo a
partir do momento que a compressa é detectada no módulo, até ser detectada no módulo
seguinte. Se o tempo contado é superior ao tempo máximo, é activo o bit de alarme de
compressa presa.
Como o processo de costura está a ser realizado simultaneamente em mais que
uma máquina de costura, podem ser activos mais que um bit de alarme de linha superior
ou inferior até que a máquina pare o seu processo, uma vez que apenas acontece quando
a costura em cada módulo é terminada.
Para solucionar esta situação desenvolveu-se o grafcet apresentado da figura79.
Aplicação Desenvolvida
80
Figura 79 – GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 1
Figura 80 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 2
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
81
Figura 81 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 3
Figura 82 - GRAFCET 10, Controlo de Alarmes parte 4
Tabela 23 - Grafcet 10 acções nível 2
M601 HR0=2
M602 RST M100, HR0=18
M603 SET Y10,SET Y13,SET Y16,SET Y19, T212=1
M604 SET Y20
M605 RST Y10,RST Y13,RST Y16,RST Y19, T213=1
M606 RST M802,RST M804,RST M806,RST M808, T214=1
M607 RST Y20, T215=7
M608 M810,M811,M812,M813 HR=25
M609 RST M810
M610 RST M811
M611 RST M812
M612 RST M813
M620 RST M100, HR0=7
M621 RST M801, RST M803, RST M805, RST M807
M630 RST M100, HR=14
M631 RST M809
Aplicação Desenvolvida
82
Tabela 24 - Grafcet 10 receptividades nível 2
C1 M100
C2 (M802+M804+M806+M808)*(/M801+/M803+/M805+/M807)*/M809*/M800
C3 (M801+M803+M805+M807)*/M809*/M800
C4 M809*/M800
C6 T215*(/X31+/X32+/X33+/X34)
C7 M810
C8 M811
C9 M812
C10 M813
C11 /M810*/M811*/M812*/M813
C13 T215 *X31*X32*X33*X34
C14 /M100*S1*S2*S3*S5
C15 T212
C16 X2
C17 T213*M243
C18 T214
C20 M105
C22 /M801, /M803, /M805, /M807
C32 M102
C33 /M809
Como se pode verificar através da análise do grafcet de controlo de alarmes,
sempre que existir um alarme de linha superior, inferior ou compressa presa é feito o
reset ao bit de start.
No caso de existir mais que um alarme activo, o utilizador é primeiramente
informado do alarme de compressa presa, posteriormente de alarmes de linha superior,
decorridos em uma ou mais máquinas de costura e finalmente de alarmes de linha
inferior.
No caso do alarme de linha inferior, ou seja falta ou ruptura na linha da bobina,
o processo é interrompido através da desactivação do bit de start. Quando todas as
máquinas de costura acabaram o seu processo, são extraídas dos seus módulos de
suporte, através do accionamento dos cilindros pneumáticos, sendo para isso necessário
levantar os calcadores das mesmas, de forma a passarem por cima das correias de
arrasto. Desta forma o operador pode proceder á troca das bobinas.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
83
Depois de realizar a operação de substituição da bobina, as máquinas podem ser
colocadas novamente na sua posição de operação, pressionando o botão presente na
janela apresentada na consola. Se alguma das máquinas de costura não ficar bem
posicionada, o operador é informado através de uma janela de alarme, e o start á
máquina não é permitido, até todas as máquinas de costura estarem correctamente
posicionadas.
No caso de alarmes de linha superior, o utilizador é informado através da janela
correspondente ao alarme, quais as máquinas onde o ou os alarmes ocorreram.
Pressionando o botão exit, presente na janela, é feito o reset aos bits de alarme,
possibilitando desta forma que a máquina possa ser posta em funcionamento.
Respeitante ao alarme de compressa presa, o procedimento é o mesmo,
apresentando-se a janela correspondente ao alarme, que possui um botão que quando
pressionado faz o reset ao bit de alarme.
4.3.11 Gestão de Programas
Como referido na apresentação da aplicação de interface, é possível através da
aplicação editar, seleccionar e guardar programas.
Quanto á edição, todas as operações de alteração dos parâmetros da máquina,
assim como o nome dado a cada programa, são efectuadas exclusivamente com recurso
a funções do terminal programável.
Após a edição, caso o operador pretenda guardar os parâmetros actuais da
máquina num programa, os valores dos mesmos, são guardados em memória no PLC.
Para cada um dos cincos programas, reservaram-se 20 posições de memória distintas.
Programa 1, DM521 a DM540, programa 2 DM541 a DM560, programa 3 DM561 a
DM580, programa 4 DM581 a DM600 e programa 5 DM601 a DM620.
Consoante o botão “guardar” programa pressionado na consola, correspondente
a um dos cinco programas, os valores de configuração dos parâmetros da máquina,
acessíveis através da janela da aplicação de interface “Configurar Parâmetros”, são
transferidos para os registos apresentados anteriormente.
Quando o operador selecciona um programa já editado, é efectuada a operação
inversa, ou seja, são passados os valores guardados nas vinte posições de memória,
correspondentes ao número do programa seleccionado, para as posições de memória
associadas a cada parâmetro da máquina.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
85
Capítulo 5
Conclusões e Pospostas de Trabalho
Futuro
Neste capítulo apresentam-se as conclusões sobre o trabalho efectuado e
algumas propostas de trabalho futuro que permitem melhorar alguns aspectos da
automatização da máquina.
5.1 Conclusões
Pode concluir-se que os objectivos deste trabalho foram atingidos com sucesso,
pois a aplicação projectada e implementada correspondeu aos requisitos especificados
pelo cliente, e encontra-se em funcionamento nas instalações do mesmo.
Numa primeira fase do projecto foi necessário um contacto com o tipo de
produto e os processos pretendidos automatizar. Após esse contacto foi realizado um
estudo sobre o estado da arte no que diz respeito a sistemas automáticos para a
realização deste tipo de produto. Neste estudo, essencialmente de pesquisa, concluiu-se
existirem apenas sistemas que realizam os processos de dobragem e empilhamento,
sendo que no que se refere ao processo de costura automático em compressas de gaze,
não se encontrou nenhum produto ou referência.
Neste ponto do projecto, foi necessário perceber como é que o processo de
costura se efectua e a viabilidade para tal ser realizado de uma forma automática
utilizando uma máquina de costura convencional. Nestes pressupostos, e depois de
recolher informação sobre diversos fabricantes de diferentes marcas e através do
contacto com técnicos especializados na área, concluiu-se tal ser possível, por existirem
máquinas em que o seu controlo é realizado através de sinais eléctricos distintos para
cada fase do processo. Assim, foi possível controlar o processo de costura através de
três sinais de comando distintos. Um para o levantamento do calcador, um para realizar
a costura e um para efectuar o remate e corte de linha.
Partiu-se então para a construção da máquina apresentada nesta tese, projectada
de forma a satisfazer as necessidades especificadas pelo cliente, assim como a selecção
de todo o hardware necessário ao funcionamento da mesma.
Conclusões e Propostas de Trabalho Futuro
86
Em relação ao hardware seleccionado, de uma forma geral, revelou-se adequado.
Relativamente ao PLC utilizado, demonstrou possuir instruções poderosas que reduzem
bastante o tempo de implementação do software, como o caso das instruções utilizadas
para comunicação através do protocolo ModBus, detecção no número de impulsos do
encoder e conversões lineares. O terminal programável, revelou possuir funcionalidades
suficientes para o pretendido e que permitem retirar bastante programação ao PLC.
Após a fase, em que a arquitectura da máquina e o seu modo de operação estão
definidos, passou-se então ao desenvolvimento dos algoritmos de controlo e sua
implementação, assim como da aplicação de interface.
Uma das prioridades na implementação de controlo, para além do correcto
funcionamento do processo de cada módulo individualmente, prendeu-se com o
correcto controlo da dependência existente entre diversos módulos da máquina, no que
diz respeito ao arrasto da compressa. Quando esta se encontra a realizar uma das quatro
costuras, ainda está em contacto com o módulo anterior. Para resolver este problema foi
necessário sincronizar os grafcets de controlo de cada módulo de costura, do módulo de
recepção e do módulo de mudança de direcção da compressa.
Outra situação prioritária, requisitada pelo cliente, prendia-se com a garantia de
qualidade de costura, através da detecção de situações de ruptura ou falta de linha nas
máquinas de costura. Estes dois requisitos foram solucionados através de uma correcta
sensorização do movimento da linha superior e da rotação da bobina da linha inferior,
sendo depois analisado o sinal dos sensores pelo sistema de controlo.
Respeitante á linha superior utilizou-se um sensor piezoeléctico, com uma
cavidade onde passa a linha. Analisando o sinal deste sensor durante o processo de
costura, é possível saber se a linha superior não está rebentada ou desenfiada da agulha.
Na linha inferior, o método utilizado, prendeu-se com a realização da contagem do
número de rotações da bobina. Devido ao espaço reduzido e á existência de diversos
componentes mecânicos entre a bobina e o espelho da máquina, não se torna possível o
acesso á linha, para uma sensorização directa na mesma. Recorreu-se então á rotação
que a bobina executa quando a linha é puxada pela máquina para realizar a costura. A
bobina foi dividida em duas partes de cor diferente (preto e branco) e através de um
sensor sensível á cor, contado o número de voltas que esta executa, sabendo-se desta
forma se ainda tem linha e está a ser utilizada na costura.
Em relação aos métodos utilizados para solucionar a detecção de ruptura ou falta
de linha, obtiveram-se resultados satisfatórios, sendo contudo necessário contornar
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
87
alguns problemas. Relativamente ao sensor piezoeléctico seleccionado, devido ao seu
tempo de resposta, a análise ao seu estado foi efectuada apenas na parte final do
processo de costura, de modo a evitar leituras erradas. Quanto á solução implementada
para a bobina, foi definido um número mínimo de voltas que corresponde ao número de
voltas executas durante a costura da compressa de tamanho menor. Em cada costura é
comparado o número de voltas realizadas com o número definido. Se o número contado
é menor que o definido é activo o bit de alarme de linha da canela.
Outra situação que se teve em consideração no desenvolvimento do software de
controlo, relaciona-se com detecção de possíveis compressas presas ao longo da
máquina. Esta situação foi resolvida através da contagem do tempo que a compressa
demora a ser detectada entre módulos, possibilitando saber-se desta forma se alguma
fica presa ao longo da máquina e nesse caso desencadear a paragem do processo.
Uma das grandes prioridades da máquina seria manter a integridade física do
operador. Desta forma foi criado um grafcet que verifica em tempo real os diversos
botões de emergência presentes na máquina. Quando algum destes é accionado todas as
saídas do PLC são desabilitadas e a electroválvula geral de alimentação de ar
comprimido cortada, de modo a que nenhuma parte mecânica esteja sobre pressão.
Foi necessário, também, sincronizar a velocidade do módulo de recepção da
máquina desenvolvida, com a velocidade da máquina fornecedora, através da instalação
de um encoder na máquina fornecedora que mede constantemente a velocidade a que
esta está a trabalhar, permitindo desta forma que a passagem do produto entre ambas se
desencadeasse correctamente.
Quanto ao software de interface para o utilizador, foram implementadas funções
que possibilitam a configuração de diversos parâmetros da máquina, como: velocidade
das correias de arrasto de cada módulo, inico e fim de costura para cada máquina de
costura, instante de actuação das cunhas de dobragem, numero de compressas acima e
abaixo no canal de saída da máquina e possibilidade de selecção do turno de trabalho.
Implementaram-se, também, funções relacionadas com a produção da máquina,
nomeadamente a contagem do número de compressas produzidas por turno que são
guardados, para posterior consulta, numa tabela semanal, dividida por dias de trabalho e
respectivos turnos, e que pode ser acedida na aplicação de interface. Ainda através da
aplicação podem ser editados até cinco programas com as configurações pretendidas
que serão guardadas em memória no PLC, para posterior selecção, permitindo desta
forma que a máquina possa ser reconfigurada rapidamente na troca de produto.
Conclusões e Propostas de Trabalho Futuro
88
Outro requisito especificado pelo cliente seria a possibilidade de produção de
dois produtos distintos, sendo que a sua alteração apenas se prende com o padrão de
costura a realizar. Desta forma criou-se uma opção no software de interface que
possibilita habilitar/desabilitar a segunda máquina de costura, deixando-a de fora do seu
módulo de suporte caso não seja requerido o seu funcionamento.
Recorrendo-se a funcionalidades do terminal programável, implementou-se um
histórico dos últimos cem alarmes ocorridos na máquina, guardados na memória
retentiva do terminal, identificados com o tipo de alarme, data e hora de ocorrência e
desactivação.
Relativamente ao desempenho da máquina, esta tem uma capacidade de
produção máxima de 20 compressas por minuto, no padrão 2 de costura e 17
compressas por minuto no padrão 1, atingindo-se desta forma o requisito proposto que
definia uma cadência de recepção da máquina não superior a 4 segundos.
Uma das grandes dificuldades encontradas ao longo do projecto prendeu-se com
afinações mecânicas das máquinas de costura de forma a encontrar um compromisso
para que funcionassem sem problemas em modo automático. Esta tarefa desempenhada
em parceria com mecânicos/afinadores, revelou-se bastante morosa. Desta forma, as
mesmas, foram afinadas para uma velocidade máxima de funcionamento, segundo a
qual o fabricante garante um correcto funcionamento da máquina, sem problemas de
rebentamento de linhas ou pontos falsos de costura, potenciando desta forma a máquina
desenvolvida em termos da sua produtividade.
Devido ao ponto de costura requerido, as máquinas existentes para este efeito,
possuem linha superior, enrolada em cones de tamanho considerável e linha inferior
numa pequena bobina. A linha presente nesta bobina, em média, apenas cose cerca de
160 compressas. Com uma produção de 20 compressas por minuto, significa que de 8
em 8 minutos aproximadamente, é necessário proceder á troca das bobinas, o que se
revela como uma limitação da máquina, com prejuízo da produtividade.
5.2 Propostas de Trabalho Futuro
Como trabalho futuro sugere-se:
Criação de uma base de dados para guardar os dados de produção e
alarmes ocorridos no processo.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
89
Criação de uma página Web, com consulta á base de dados,
possibilitando consultas restritivas da informação em qualquer ponto da
empresa, bastando um computador ligado em rede.
Desenvolvimento de um sistema automático para troca de bobina nas
máquinas de costura.
Melhoramento da monitorização do processo de costura, com detecção
de falhas no cruzamento das linhas, análise do arrasto durante a fase de
alimentação garantindo desta forma um compromisso de ponto constante
e controlo do consumo das linhas.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
91
Referências
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4ª Edição, McGRAW- HILL
[2] Jack, H. (2008). Automating Manufacturing Systems With PLCs. Version 5.1
[3] Kusiak, A. e Wiley, J (2000). Computational Intelligence in Design and
Manufacturing, Acedido em: 20, Maio , 2010
[4] Pinto, J.R. (2004). Técnicas de Automação. Edições Técnicas e Profissionais.
Lisboa
[5] Pires, J. (2004). Automação Industrial. 2ª edição , Edições Técnicas e
Profissionais. Lisboa
[6] Mabotex Engineering. “Folding and packaging machines for cotton gauze
compresses”. Consultado em Abril de 2010. Disponível online em:
http://www.mabotex.fr/site_gb/mca4_br450_gb.htm
[7] Tecnologia Hnos Espejo, S.L. “Automatic cutting and folding machine in non-
stop process”. Consultado em Abril de 2010. Disponível online em:
http://www.hermanosespejo.com/index_in.htm
[8] Mitsubishi, Industrial Sewing Machines. “Lock-stitch Machine with Automatic
Undertrimmer LS2-1780-M1TW/H1TW”. Consultado em Maio de 2010. Disponível
online em: http://www.mtco-web.co.jp/misin/english/products/index.htm
[9] CKD. Pneumatic cylinders. Consultado em Maio de 2010. Disponível online
em: http://www.ckd.co.jp/english/kiki/info/cylinder/index.htm
[10] Toshiba. “Industrial Inverter VF-nC3, Instruction Manual”.
[11] CKD. Pneumatic, vacuum and auxiliary components. Consultado em Maio de
2010. Disponivel online em: http://www.ckd.co.jp/english/kiki/info/auxiliary/index.htm
[12] OMRON Automação Industrial. “Sensor fotoeléctrico com estrutura M18 em
plástico ou latão”. Consultado em Maio de 2010. Disponível online em:
http://industrial.omron.pt/pt/products/catalogue/sensing/photoelectric_sensors/cylindric
al/e3f2/default.html
[13] WENGLOR. “Fiber Optic Cable Sensors”. Consultado em Junho de 2010.
Disponível online em:
http://www.wenglor.com/wenglor.php?Sprache=US&Land=USA&Start=News.php&P=
Conclusões e Propostas de Trabalho Futuro
92
[14] WENGLOR. “Operating Instructions Fiber Optic Cable Sensor ODX202”.
[15] ELTEX. “UPG yarn break detector 16720/16730” Consultado em Junho de
2010. Disponível online em: http://www.eltex.se/Winding/upg-yarn-break-detector
[16] Leine & Linde. “Datasheet RSI503” de Novembro de 2007
[17] FATEK Automation Corp. “Manuais técnicos do PLS série FBs”. Consultado
em Junho de 2010. Disponível online em: http://www.fatek.com/
[18] HMI Monitouch Hakko Electronics Co, Ltd. “Manuais técnicos”. Consultados
em Junho de 2010. Disponiveís online em: http://www.hakko-
elec.co.jp/en/download/01manu/index.php
[19] Toshiba. RS485 “Tosvert VF-nC3 Communication Function Instruction
Manual” de 2009.
.
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
93
Anexo A
Posições de memória associadas a cada parâmetro
Velocidade módulo de recepção DR509
Velocidade módulo de 1ª costura DR510
Velocidade módulo de 2ª costura DR511
Velocidade módulo de 3ª costura DR512
Velocidade das correias do módulo de mudança de
direcção da compressa
DR513
Velocidade dos rolos de mudança de direcção DR514
Velocidade do módulo de 4ª costura e correias do 1º
módulo de dobragem
DR515
Velocidade dos rolos dos dois módulos de
dobragem e correias do 2º módulo de dobragem
DR516
Inicio de costura máquina 1 DR501
Fim de costura máquina 1 DR517
Inicio de costura máquina 2 DR502
Fim de costura máquina 2 DR518
Inicio de costura máquina 3 DR503
Fim de costura máquina 3 DR519
Inicio de costura máquina 4 DR504
Fim de costura máquina 4 DR520
Posicionamento das compressas no módulo de
mudança de direcção
DR505
Instante de actuação da cunha 1 de dobragem DR506
Instante de actuação da cunha 2 de dobragem DR507
Instante de actuação da cunha 3 de dobragem DR508
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
95
Anexo B - Acções
Operações Acções
Variador 1 - Correias de arrasto do módulo de recepção Y0
Variador 2 - Correias de arrasto do módulo de 1ª Costura Y1
Variador 3 - Correias de arrasto do módulo de 2ª Costura Y2
Variador 4 - Correias de arrasto do módulo de 3ª Costura Y3
Variador 5 - Correias de arrasto do módulo de mudança de direcção da
compressa
Y4
Variador 6 - Cilindros do módulo de mudança de direcção da compressa Y5
Variador 7 - Correias de arrasto do módulo de 4ª costura, e 1ª e 2ª dobra Y6
Variador 8 - Rolos de dobragem e correias de arrasto do modulo de 3ª dobra e
viragem de compressa dobrada
Y7
Coser máquina 1 Y8
Remate e corte de linha máquina 1 Y9
Calcador máquina 1 Y10
Coser máquina 2 Y11
Remate e corte de linha máquina 2 Y12
Calcador máquina 2 Y13
Coser máquina 3 Y14
Remate e corte de linha máquina 3 Y15
Calcador máquina 3 Y16
Coser máquina 4 Y17
Remate e corte de linha máquina 4 Y18
Calcador máquina 4 Y19
Electroválvula dos cilindros de extracção das máquinas 1, 3 e 4 Y20
Electroválvula dos cilindros de levantamento de rolos de mudança de direcção
da compressa
Y21
Electroválvula do cilindro da 1ª dobra Y22
Electroválvula do cilindro da 2ª dobra Y23
Electroválvula do cilindro da 3ª dobra Y24
Electroválvula do cilindro associado ao recolhedor do sistema de
empilhamento
Y25
Electroválvula do cilindro associado ao separador do sistema de empilhamento Y26
Electroválvula do cilindro associado ao fixador do sistema de empilhamento Y27
Anexos
96
Electroválvula do cilindro de elevação do sistema de viragem de compressa
dobrada
Y28
Electroválvula do cilindro de rotação do sistema de viragem de compressa
dobrada
Y29
Electroválvula geral Y30
Inverter sentido de rotação dos rolos, através do variador 8 Y31
Electroválvula do cilindro de extracção da máquina 2 Y32
ON máquina fornecedora de compressa Y33
OFF máquina fornecedora de compressas Y34
Botão de emergência accionado M800
Ruptura na linha superior da máquina 1 M801
Ruptura na linha inferior da máquina 1 M802
Ruptura na linha superior da máquina 2 M803
Ruptura na linha inferior da máquina 2 M804
Ruptura na linha superior da máquina 3 M805
Ruptura na linha inferior da máquina 3 M806
Ruptura na linha superior da máquina 4 M807
Ruptura na linha inferior da máquina 4 M808
Compressa presa M809
Máquina 1 mal posicionada M810
Máquina 2 mal posicionada M811
Máquina 3 mal posicionada M812
Máquina 4 mal posicionada M813
Armazenador de compressas cheio M814
Temporizador de inicio de costura máquina 1 T0
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 1 T1
Temporizador fim de costura máquina 1 T2
Temporizador remate e corte de linha máquina 1 T3
Temporizador levantamento do calcador máquina 1 T4
Temporizador de inicio de costura máquina 2 T5
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 2 T6
Temporizador fim de costura máquina 2 T7
Temporizador remate e corte de linha máquina 2 T8
Temporizador levantamento do calcador máquina 2 T9
Temporizador de inicio de costura máquina 3 T10
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
97
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 3 T11
Temporizador fim de costura máquina 3 T12
Temporizador remate e corte de linha máquina 3 T13
Temporizador levantamento do calcador máquina 3 T14
Temporizador de inicio de costura máquina 4 T15
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 4 T16
Temporizador fim de costura máquina 4 T17
Temporizador remate e corte de linha máquina 4 T18
Temporizador levantamento do calcador máquina 4 T19
Temporizador posicionamento da compressa no módulo de mudança de
direcção
T28
Temporizador para accionamento da cunha de 1ª dobra T41
Temporizador para accionamento da cunha de 2ª dobra T42
Temporizador para accionamento da cunha de 3ª dobra T43
Temporizador cilindro vertical modulo de viragem de compressa dobrada T46
Temporizador cilindro horizontal modulo de viragem de compressa dobrada T47
Temporizador cilindro vertical modulo de viragem de compressa dobrada T48
Temporizador cilindro horizontal modulo de viragem de compressa dobrada T49
Temporizador fecho das máquinas de costura T215
Temporizador levantar calcadores para abertura das máquinas T212
Temporizador baixar calcadores para abertura das máquinas T213
Temporizador levantar calcadores para fecho das máquinas T214
Temporizador entre contagem do número de compressas em baixo atingido e
subida do separador.
T227
Temporizador entre contagem do número de compressas em baixo atingido e
descida do separador.
T228
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 1ª e 2ª costura T230
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 2ª e 3ª costura T231
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 3ª costura e módulo
de mudança de direcção da compressa
T232
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de mudança de direcção
e 4ª costura
T233
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 4ª costura e 1ª e 2ª
dobras
T234
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de 1ª e 2ª dobras e
módulo de 3ªdobra
T235
Anexos
98
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de 3ªdobra e módulo de
viragem de compressa dobrada
T236
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de viragem de compressa
dobrada e empilhamento
T237
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
99
Anexo C – Receptividades
Encoder X0
Botão Stop X1
Sensor máquinas de costura extraídas X2
Sensor recepção de compressa no módulo de recepção X3
Sensor recepção de compressa no módulo de 1ª Costura X4
Sensor canela máquina 1 X5
Sensor linha superior máquina 1 X6
Sensor recepção de compressa no módulo de 2ª Costura X7
Sensor canela máquina 2 X8
Sensor linha superior máquina 2 X9
Sensor recepção de compressa no módulo de 3ª Costura X10
Sensor canela máquina 3 X11
Sensor linha superior máquina 3 X12
Sensor recepção de compressa no módulo de mudança de direcção X13
Sensor cilindro elevação dos rolos em cima X14
Sensor recepção de compressa no módulo de 4ª Costura X15
Sensor canela máquina 4 X16
Sensor linha superior máquina 4 X17
Sensor recepção de compressa no módulo de 1ª e 2ª dobras X18
Sensor cilindro dobra 1 á frente X19
Sensor cilindro dobra 2 á frente X20
Sensor recepção de compressa no módulo de 3ª dobra X21
Sensor cilindro dobra 3 á frente X22
Sensor recepção de compressa no módulo de empilhamento X23
Sensor recolhedor atrás X24
Sensor recolhedor á frente X25
Botão start X26
Cilindro fixador em cima X27
Sensor canal de saída cheio X28
Sensor recepção de compressa no módulo de viragem X29
Sensor rolos de mudança de direcção da compressa em cima X30
Sensor máquina 1 correctamente posicionada X31
Sensor máquina 2 correctamente posicionada X32
Anexos
100
Sensor máquina 3 correctamente posicionada X33
Sensor máquina 4 correctamente posicionada X34
Botão “Exit” da janela de alarme de linha superior M105
Botão “Exit” da janela de compressa presa M102
Botão “Abrir todas as máquinas” da janela configurar parâmetros M242
Botão “Fechar máquinas” da janela de alarme de linha da canela M243
Botão “Inutilizar/utilizar” máquina 2 da janela configurar parâmetros M244
Botão da consola de alteração de número de compressas acima M245
Botão da consola de alteração de número de compressas a baixo M246
Botão selecção turno 1 na janela produção M200
Botão selecção turno 2 na janela produção M201
Botão selecção turno 3 na janela produção M202
Botão selecção turno 4 na janela produção M203
Botão seleccionar programa 1 da janela “Seleccionar Programas” M10
Botão seleccionar programa 2 da janela “Seleccionar Programas” M11
Botão seleccionar programa 3 da janela “Seleccionar Programas” M12
Botão seleccionar programa 4 da janela “Seleccionar Programas” M13
Botão seleccionar programa 5 da janela “Seleccionar Programas” M14
Botão guardar programa 1 da janela “Editar Programas” M2
Botão guardar programa 2 da janela “Editar Programas M3
Botão guardar programa 3 da janela “Editar Programas M4
Botão guardar programa 4 da janela “Editar Programas M5
Botão guardar programa 5 da janela “Editar Programas M6
Temporizador de inicio de costura máquina 1 T0
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 1 T1
Temporizador fim de costura máquina 1 T2
Temporizador remate e corte de linha máquina 1 T3
Temporizador levantamento do calcador máquina 1 T4
Temporizador de inicio de costura máquina 2 T5
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 2 T6
Temporizador fim de costura máquina 2 T7
Temporizador remate e corte de linha máquina 2 T8
Temporizador levantamento do calcador máquina 2 T9
Temporizador de inicio de costura máquina 3 T10
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 3 T11
Automatização de um Máquina para Costura, Dobragem e Empilhamento de Compressas de Gaze
101
Temporizador fim de costura máquina 3 T12
Temporizador remate e corte de linha máquina 3 T13
Temporizador levantamento do calcador máquina 3 T14
Temporizador de inicio de costura máquina 4 T15
Temporizador entre inicio de costura e habilitação do variador máquina 4 T16
Temporizador fim de costura máquina 4 T17
Temporizador remate e corte de linha máquina 4 T18
Temporizador levantamento do calcador máquina 4 T19
Temporizador posicionamento da compressa no módulo de mudança de
direcção
T28
Temporizador para accionamento da cunha de 1ª dobra T41
Temporizador para accionamento da cunha de 2ª dobra T42
Temporizador para accionamento da cunha de 3ª dobra T43
Temporizador cilindro vertical modulo de viragem de compressa dobrada T46
Temporizador cilindro horizontal modulo de viragem de compressa dobrada T47
Temporizador cilindro vertical modulo de viragem de compressa dobrada T48
Temporizador cilindro horizontal modulo de viragem de compressa dobrada T49
Temporizador fecho das máquinas de costura T215
Temporizador levantar calcadores para abertura das máquinas T212
Temporizador baixar calcadores para abertura das máquinas T213
Temporizador levantar calcadores para fecho das máquinas T214
Temporizador levantar calcadores para abertura das máquinas T227
Temporizador baixar calcadores para abertura das máquinas T228
Temporizador levantar calcadores para fecho da máquinas T230
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 2ª e 3ª costura T231
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 3ª costura e módulo
de mudança de direcção da compressa
T232
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de mudança de direcção
e 4ª costura
T233
Temporizador alarme compressa presa entre módulos de 4ª costura e 1ª e 2ª
dobras
T234
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de 1ª e 2ª dobras e
módulo de 3ªdobra
T235
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de 3ªdobra e módulo de
viragem de compressa dobrada
T236
Temporizador alarme compressa presa entre módulo de viragem de compressa T237
Anexos
102
dobrada e empilhamento