AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos...

19

Transcript of AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos...

Page 1: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo
Page 2: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E LITERATURA COMO AGENTES COADJUVANTES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Marilda Delfrate Gross¹

Fábio Augusto Steyer²

Resumo. A educação de jovens e adultos-EJA é o espaço escolar em que o aluno vem em busca de conhecimentos, uma vez que a muitos não foi dada a oportunidade de estudar em idade regular por diversos fatores, tornando-os afastados da escola, e agora jovem/adulto tentam refazer o tempo perdido. Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo e do desconhecido. Além da baixa autoestima, nota-se que outras preocupações também atrapalham o processo de ensino-aprendizado, fatos que podem levar novamente ao abandono dos estudos. Essa clientela possui histórias de vida dignas de atenção e compreensão e um dos maiores desafios dos educadores é conseguir reconstituir a autoconfiança destes alunos, cabendo aos docentes ouvir essas pessoas, seus medos, inseguranças entre outros sentimentos, e ajudá-los para que seus objetivos se concretizem. Para tanto, diferentes dinâmicas e mídias foram utilizadas, especialmente filmes, jornais e revistas para que os alunos notassem que não são os únicos a terem problemas. Porém, para superá-los, precisamos aceitar os fatos e reconhecer que toda a história de vida traz algum tipo de experiência e que esta pode ser utilizada em sala de aula. Com esta abordagem, a educação de jovens e adultos propicia conhecimento a partir das histórias dos próprios sujeitos, englobando o conhecimento de mundo adquiridos com a prática. Além disso, na convivência com as desigualdades encontradas neste ambiente escolar estabelece-se uma colaboração, criando-se vínculos que nos faz uns ajudar aos outros. Palavras-chave: EJA. Dinâmicas. Filme. Autoestima. PDE.

¹ Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná, [email protected].

² Doutor em Letras pela UFRGS, Professor adjunto da UEPG do Departamento de Línguas Vernáculas.

Page 3: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Introdução

A aquisição de conhecimentos está vinculada à auto-estima do educando, a

qual é desenvolvida durante o processo de crescimento, quando os seus gostos e

opiniões são ouvidos e respeitados, quando recebem amor, incentivo e são

encorajados a confiar em si mesmos. Porém, após a infância, a verdadeira

autoestima somente será alcançada quando refletimos sobre nossa existência e

compreendermos/aceitarmos os fatos cotidianos. Contudo, isso normalmente não

acontece com alunos da Escola de Jovens e Adultos (EJA), tanto no ensino

fundamental II quanto no ensino médio.

Lopes e Sousa (2010, p. 2), afirmam que:

...é preciso que a sociedade compreenda que alunos de EJA vivenciam problemas como preconceito, vergonha, discriminação, críticas dentre tantos outros. E que tais questões são vivenciadas tanto no cotidiano familiar como na vida em comunidade.

A maior parte destes indivíduos sente vergonha por ter parado de estudar,

medo de se passar por ridículo e do desconhecido. Porém, estas pessoas possuem

histórias de vida dignas de atenção e compreensão e muitas vezes deparamos

nessa caminhada com jovens de ambos os sexos que sofrem ou sofreram algum

tipo de violência, incluindo abuso, ora dos pais ora de padrastos, irmãos, primos,

enteados, vizinhos, outros. Estes fatos, mesmo tendo sido vivenciado na infância ou

adolescência, marcam o indivíduo para o resto de sua vida, tornando-os por vezes

insensíveis, amargos, inseguros, revoltados e com baixa estima. Aliado a isto,

frequentemente estes jovens e adultos apresentam outros problemas que

atrapalham o processo de ensino-aprendizagem, por exemplo, o cansaço e outras

preocupações rotineiras como pagamento de contas ou educação dos filhos, fatores

estes que muitas vezes levam ao abandono dos estudos.

Diante deste contexto e sabendo que cabe ao educador conquistar seus

alunos para conseguir um cenário efetivo de ensino-aprendizagem, o objetivo desta

pesquisa foi estimular através da linguagem do cinema e da linguagem literária

momentos de reflexão entre os alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA, do

Colégio Estadual Coronel David Carneiro, Palmeira, PR, visando restabelecer a

autoestima destas pessoas e reconhecer os preconceitos existentes nos

filmes/textos e estabelecer um paralelo com realidade de cada aluno, bem como

Page 4: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

verificar que tipos de preconceitos são predominantes na cidade e se existe algum

motivo padrão que fez com que estas pessoas não pudessem estudar durante o

período regular.

Com esta prática, o tempo escolar pode ser repensado em função do tempo

mental, social, cultural dos alunos. O professor sabe que, dependendo das séries ou

turmas, terá que privilegiar determinados conteúdos no momento de preparar suas

aulas, e dependendo da diversidade dos alunos e das turmas terá que programar

tempos diversificados de ensino, assim como dependendo de cada matéria terá que

estender ou diminuir o tempo de ensino, cabendo aos docentes observar e

disponibilizar o tempo mais adequado.

Este cenário é particularmente importante na Educação de Jovens e Adultos

(EJA). De acordo com o Art. 37º da LDB: ‘A educação de jovens e adultos será

destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino

fundamental e médio na idade própria’.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos

(Parecer CEB nº 11/2000), em concordância com a nova Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional – LDB apontam três funções como responsabilidade da EJA:

reparadora (restaurar o direito a uma escola de qualidade); equalizadora

(restabelecer a trajetória escolar); qualificadora (propiciar a atualização de

conhecimentos por toda a vida). Porém, a educação de jovens e adultos envolve

muito mais do que isso e, segundo Balsanelli (2012, p. 7):

Mesmo que à escola caibam, principalmente, os processos de ensino e aprendizagem, necessita-se perceber que o aluno leva para a escola características de suas condições materiais, sociais e psicológicas, e que possuem muitos pré-conceitos e opiniões já formadas. Fica a encargo dos professores fazê-los reconstruir e/ou compartilhar tais conhecimentos, sem esquecer que isso deve ocorrer simultaneamente à aquisição de conteúdos do currículo escolar.

O tempo escolar é uma construção cultural, com alguns aspectos que são

permanentes e outros que precisam ser abordados de acordo com as mudanças que

acontecem na própria concepção das idades, sendo este o ponto fundamental desde

o início da história da pedagogia. Assim, cada conteúdo, conhecimento e

competência têm seu tempo para ser ensinado, existindo o tempo de ensinar e o

tempo de aprender. De acordo com Freire (1996, p.16):

Respeitando os sonhos, as frustrações, as dúvidas, os adultos, os

Page 5: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

educadores e medos, os desejos dos educandos, crianças, jovens ou educadoras populares têm neles um ponto de partida para sua ação. Insista-se, um ponto de partida e não de chegada. (FREIRE, 1996, p.16).

Diante deste contexto, um dos grandes desafios do educador é aliar o espaço

e o tempo escolar com práticas modernas de educar, sendo indispensável ouvir a

história do estudante para estabelecer um processo pedagógico de ensinar e

aprender de maneira continuada. Segundo Freire (1996, p.16):

... não é possível entender as pessoas apenas como classe, ou como raça ou como sexo, mas, por outro lado, a posição de classe, a cor da pele e o sexo não podem ser esquecidos no contexto geral. Assim como não pode ser esquecida a experiência social, a formação, as crenças, cultura, opção política e a esperança.

Diferentes dinâmicas e mídias utilizadas na EJA para o restabelecimento da

autoestima

Atualmente a escola não é mais o único local de ensino aprendizagem e toda

a população tem acesso a diferentes tipos de mídia, sendo fundamental aplicá-las

em sala de aula como agentes facilitadores no processo de ensino-aprendizado,

englobando o estabelecimento de confiança entre professor – aluno e aluno - aluno.

Esta abordagem foi efetuada no projeto AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E

REFLEXÃO: CINEMA E LITERATURA COMO AGENTES COADJUVANTES NA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, na EJA do Colégio Estadual Coronel David

Carneiro – Ensino Fundamental e Médio, da cidade de Palmeira, Paraná, que conta

com 174 alunos, com idade variando de 15 a 58 anos. O projeto foi desenvolvido em

uma turma de 37 alunos, sendo 16 mulheres e 21 homens, nos meses de fevereiro,

março, abril, maio, junho de 2013. Apesar de estarem em uma mesma turma, os

alunos não se conheciam e poucos sabiam os nomes de seus colegas.

Dentro deste contexto, foi proposta a dinâmica da grande teia, onde cada

discente colocou seu nome em um balão e o inflou, reservando-o. Em seguida, um

rolo de barbante foi passado para um aluno e este se apresentou, dizendo seu

nome, idade, estado civil, que tipo de atividade desenvolve no dia a dia, quantos

filhos tem, etc.

Page 6: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Figura 1 – Imagem Dinâmica Grande Teia – Alunos EJA do Colégio Est. Cel. David Carneiro

Fonte: Professora Rubiane Rigoni – PALMEIRA, 2013

Após a apresentação, o aluno segurou a ponta do barbante e arremessou o

rolo para outra pessoa. Ao segurar o rolo, a próxima pessoa também se apresentou,

repetindo o processo até que todos tivessem entrado na dinâmica e uma grande teia

tivesse sido formada. Em seguida, os balões foram colocados sobre a teia e foi

explicado que o sucesso do ensino-aprendizagem depende da participação de cada

um, ou seja, se um dos componentes não fizer o seu papel, não existe um progresso

efetivo.

Figura 2 – Imagem Dinâmica Grande Teia – Alunos EJA do Colégio Est. Cel. David Carneiro

Fonte: Professora Rubiane Rigoni – PALMEIRA, 2013

Page 7: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Este aprender também está relacionado a muitos fatores, bem como a

decisão de voltar para a escola. Para compreender o motivo dos alunos terem

retomado os estudos foi feita a dinâmica “não destrua o sonho dos outros”, onde os

alunos escreveram em um papel seus maiores sonhos e colocaram-os em um balão

que foi inflado. Um palito de dente foi distribuído para cada participante e a ordem

“defendam seu sonho” foi dada. Neste momento, todos tentaram estourar os balões

uns dos outros, ao invés de apenas proteger o seu. Quando fizerem isso o

orientador pergunta: “Por que destruir os sonhos dos outros?”. Em seguida, foi

explicado que para defender os nossos sonhos não precisamos destruir os sonhos

de outra pessoa, ou seja, temos que aprender a respeitar os sonhos dos outros.

Dando prosseguimento, cada um relatou seu maior sonho e esta atividade permitiu

uma maior integração do grupo.

Figura 3 – Imagem Dinâmica Integração do Grupo – Alunos EJA do Colégio Est. Cel. David Carneiro

Fonte: Professora Rubiane Rigoni – PALMEIRA, 2013

Apesar de o sonho ser um grande motivador para a nossa vida, muitas vezes

problemas sociais acabam dificultando a realização dos mesmos. Para que esse fato

desse maior veracidade assistiu-se ao filme Preciosa, de Lee Daniels, uma produção

de Oprah Winfrey, baseado na obra-romance Preciosa, do autor Sapphire. Como

Preciosa, tantas outras garotas de sua idade não conseguiram a devida atenção dos

professores na escola convencional e sentiram-se marginalizadas em todos os

sentidos possíveis: algumas pela cor de sua pele, outras por serem imigrantes,

Page 8: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

falarem diferente ou serem obesas. E através de uma professora e do ambiente

“propício” – composto por pessoas com as mesmas dificuldades – é que aquele

grupo conseguiu avançar: aprenderam a ler, a escrever e, adiantar-se nos estudos.

Durante a sessão de cinema, (regada a pipocas e pirulitos), momentos de emoção

vieram à tona através das lágrimas, mas logo contidas e não reveladas. Concluída a

apresentação do filme, retornou-se com um caça-palavras contendo quatorze

palavras para ser encontradas (Droga; Pobreza; Morte; Injustiça; Família; Escola;

Dinheiro; Emprego; Preconceito; Dificuldade; Superação; Racismo; Violência;

Estupro).

Figura 4 – Atividade Caça Palavras – Alunos EJA do Colégio Est. Cel. David Carneiro

Fonte - Site: www.atividadeseducativas.com.br/criarcacapalavras - Acesso em 11/10/12

Page 9: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Após a resolução explica-se que muitos podem passar por situações

semelhantes na vida e que podemos mudar de condição e superar as adversidades.

Na leitura do texto visual solicitou-se que observassem a capa do DVD e fizessem

um novo desenho (capa), expressando seus sentimentos quanto ao filme em pauta.

Estimulados pela linguagem do cinema, um momento de reflexão foi realizado onde

os alunos puderam reconhecer os preconceitos existentes no filme, e estabelecer

um paralelo com a realidade da cidade de Palmeira-Pr. Instigativamente, eles foram

convidados a manifestar a sua opinião. Se esses problemas sociais acontecem

nessa cidade e se eles conhecem alguém que passou por situações similares e qual

foi o desfecho da história. No momento primeiro ninguém quis compartilhar,

preferiram permanecer calados somente ouvindo a professora comentar e fazer as

reflexões.

Figura 5 – Desenho Grafite – Ilustração Capa do DVD – Colégio Estadual Cel. David Carneiro

Fonte: Aluna da EJA – Ensino Fundamental - PALMEIRA, 2013

As atividades propostas geraram em compreender e produzir textos que

impliquem em dimensões sociais, culturais e psicológicas e mobilizem todos os tipos

de capacidade de linguagem. Ao incentivar a leitura de vários tipos de gêneros

Page 10: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

textuais pudemos ter acesso ao saber e ao nível de compreensão e, para tanto, tem

que aprender a relacionar, hierarquizar e articular informações com a situação de

comunicação e com o conhecimento que o indivíduo possui.

Durante todas as atividades ficou nítido que muitos dos problemas estão

relacionados a diversos tipos de medos, inclusive o de assumir novas

responsabilidades por temer o desconhecido. Para que os alunos entendessem a

necessidade de superar estes receios, a frase “coma o chocolate ou ofereça–o a

alguém” foi colocada no fundo de uma caixa. Com uma música de fundo, essa caixa

foi passada de mão, até a música ser interrompida.

Figura 6 – Imagem Dinâmica Medo do Desafio – Colégio Estadual Cel. David Carneiro

Fonte: Professora Rubiane Rigoni - PALMEIRA, 2013

Page 11: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

A pessoa que estava com a caixa na mão quando a música parou teve que

cumprir a tarefa sem reclamar. Enfatizou-se que independente do que fosse a

ordem, ninguém poderia ajudar, mesmo que fosse uma tarefa difícil ou

constrangedora. O objetivo será mostrar como somos covardes diante de situações

que possam representar perigo ou vergonha, explicou-se em seguida que

normalmente temos motivo para ter medo e, como isso refletem em nosso cotidiano,

os alunos foram convidados a dar seu depoimento oral ou de forma escrita sobre

seus medos, dissabores e anseios, tendo ficado clara a baixa autoestima na turma.

Apresenta-se um processo de retomada da autoestima, efetua-se a

brincadeira “Para quem você tira o chapéu?”. Assim, cada um recebeu um chapéu

com um espelho no seu interior e, após visualizar a sua própria imagem, relatou se

tira o chapéu para quem está “dentro” do chapéu e por que. Demonstre se esta

pessoa representa um exemplo de superação, sem revelar de quem está falando,

aguçando a curiosidade dos colegas. Esta atividade permite a reflexão individual,

onde cada um reconhece que apesar dos problemas, a vida é feita de superações e

que todos são vitoriosos, devendo ter orgulho de tudo que já viveram.

Notícias de revistas, jornais e internet foram levados para sala de aula, tendo

como tema a violência doméstica, especialmente as relacionadas aos fatos

acontecidos no Paraná. Mas o que surpreendeu foi uma das notícias do Jornal

Gazeta do Povo, do dia 10/07/2012, onde relata que duas crianças foram

assassinadas em Palmeira. Sentimos um momento de revolta e tristeza dos

estudantes, porque a mãe/assassina foi colega de turma (EJA) e não souberam

descrever o que pode ter acontecido com essa pessoa, pois para eles em nenhum

momento ela demonstrou ter problemas mentais e/ou familiares, que pudessem

desencadear tamanha crueldade.

Ainda para enfocar violência doméstica diversa músicas puderam ser ouvidas

e cantaroladas pelos discentes. Apresentou-se a letra da música – Violência – Titãs

e solicitou-se aos alunos para escrever uma estrofe de música que possa retratar o

assunto em questão. Fica claro que muitas vezes nem nos damos conta de que se

trata de algo em comum.

Page 12: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Quem relata qualquer fato, necessita da memória e dos registros. No caso o

autor (a) foi convidado (a) a recordar uma experiência vivida recentemente e

escrever sobre ela. O gênero textual relato de experiência vivida que o autor (a)

deve utilizar é o diálogo entre o passado recente e o presente de quem relembra. Ao

utilizar a memória, sempre se faz o jogo do “agora” com o “ontem”, do “aqui” com o

“lá”. Por essa razão podem aparecer no texto marcas desse jogo, por meio dos

verbos e dos tempos verbais.

Os alunos organizam-se em duplas e um (a) colega conta para o outro sobre

alguma passagem marcante ou negativa que aconteceu com ele (a) ou alguém de

seu convívio. O receptor anota o maior número possível de informações durante o

relato dos (as) colegas e depois, com a permissão desses relata o fato para a classe

sobre a história de vida que escreveu de seu colega.

Analisar imagens reflete inúmeras ideias e conceitos. Quando as palavras não

são suficientes adere-se a imagens, aliás, os significados das imagens podem variar

de acordo com o repertório de quem faz a leitura. Os estudantes recebem algumas

imagens, e ao observar constatam ser figuras sobre violência doméstica. Então

solicita-se para escrever o que significou para eles(as), e são certas atitudes tão

presentes em nosso cotidiano.

Compartilhar com os alunos da EJA, através de várias atividades e

principalmente na convivência com essa clientela será sempre motivo de satisfação

e bem estar e não poderia deixar de fazer um encerramento, para esse momento os

educandos puderam confeccionar o portfólio, com exposição no hall de entrada do

Colégio Estadual Cel. David Carneiro.

Perfil do público atendido pelo EJA em Palmeira-Pr e o papel no professor no

ensino-aprendizagem

A maior parte dos alunos trabalha e quase todos desempenham funções pouco

remuneradas, tais como auxiliares de pedreiro, domésticas, pintores, lixadora de

urnas funerárias, auxiliares de cozinha, entregadores, auxiliares de serviços gerais,

vigias noturnos, confeiteiro, dentre outros.

Page 13: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

O motivo que fez com que não pudessem estudar durante o período regular foi

variado, não existindo um padrão. Porém, o estudante da EJA do Colégio Estadual

Coronel David Carneiro geralmente provém de áreas rurais empobrecidas, filho de

trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de intuito escolar (muitos

analfabetos). Em outra parcela deparamos com jovens estudantes multirrepetentes,

oriundos das turmas regulares, que devido à distorção série-idade, são “convidados”

a ir para a EJA no período noturno. Ainda temos os jovens que precocemente

assumem o mercado de trabalho para ajudar no sustento da família. Assim, o

alunado da EJA de Palmeira, PR tem um perfil bem diversificado.

A grande maioria dos alunos voltou à escola em busca de melhores

empregos/salários, não tendo incentivo nenhum dos seus familiares. Porém, é nítido

que não estavam à vontade no ambiente escolar e neste convívio social, fato que é

notado por não saberem nem o nome dos seus colegas de turma. E isto decorre do

fato de sentirem vergonha por não ter cursado a escola em tempo regular, o que faz

com que tenham a impressão de serem fracassados e indignos de estarem lá.

Além disso, a ampla variação etária apenas amplifica este sentimento, uma vez

que cada aluno traz consigo uma gama diferenciada de experiências, positivas e

negativas, que envolve os conhecimentos vividos ao longo dos anos. Ou seja, são

sujeitos com suas próprias visões de mundo estudando em uma mesma turma, cada

um com sua capacidade e velocidade de raciocínio e entendimento, o que dificulta o

relacionamento interpessoal por falta de estabelecimento de diálogo entre

aluno/aluno e aluno/professor.

Contudo, durante as dinâmicas e atividades reflexivas, os alunos passaram a

se conhecer e se solidarizar com os colegas, percebendo que não eram os únicos a

enfrentar problemas e que, muitas vezes, os problemas eram similares, já que todos

vivem em uma mesma sociedade. Dentre os problemas que foram constatados

como recorrentes na sociedade palmeirense, tanto nas famílias dos alunos quanto

envolvendo outras famílias, destacam-se a presença de violência doméstica,

discriminação racial, drogas, relações extraconjugais, machismo, alcoolismo, aborto,

assassinato, abuso sexual, gravidez na adolescência, incesto, estupro, assédio

sexual, agressão verbal, fome, miséria e o próprio analfabetismo. De acordo com os

alunos, estes problemas geram preconceitos e discriminação, sendo muitos

determinantes para a continuidade dos estudos, seja em tempo regular ou na EJA.

Page 14: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

Uma vez que estes alunos se sentem discriminados e sofrem preconceitos,

todos demonstravam solidariedade com os colegas durante os relatos. Desta forma,

uns tentavam ajudar aos outros a superar os seus problemas e recuperar a

autoestima, criando um ambiente de união, amizade, cooperação e incentivo mútuo,

o que foi propício para o ensino-aprendizagem, sendo esta harmonia, notada pelos

demais professores desta turma. De acordo com Balsanelli (2012, p.1):

Cada sujeito teve um motivo próprio para parar de estudar, e possui um motivo tão próprio para retornar. Quando retornam, muitos têm muita dificuldade em acompanhar os conteúdos e, em diversos casos, acabam desistindo muito facilmente, sem, ao menos, tentarem entender o que lhes “bloqueia” o aprendizado. (Balsanelli, 2012, p.1)

Ou seja, muitas vezes esta dificuldade em acompanhar os conteúdos pode

estar associada à saída da zona de conforto de cada um e entrada em um ambiente

que é considerado por eles como impróprio para a sua idade. Contudo, se este

ambiente for amigável, e levar em conta toda a história de vida de cada aluno e suas

experiências pregressas, é possível restabelecer a autoestima destes educandos

com diferentes dinâmicas e atividades ligadas ao seu dia a dia, incentivando-os a

trilhar metas e atingir seus objetivos. Isso se dá especialmente por meio da

compreensão de que a atitude de voltar a estudar não deve ser motivo de

constrangimento, mas de orgulho, ajudando-o a identificar o valor e a utilidade do

conhecimento em sua vida por meio de atividades ligadas ao seu cotidiano. Uma vez

contornado o medo de voltar a estudar, restará apenas à dificuldade do conteúdo a

ser aprendido.

Quando a escola nega a identidade do sujeito da EJA, ela nega a possibilidade

de uma articulação entre experiência e prática. Negar o que estes indivíduos sabem,

parece ser uma forma de colocar estes alunos a margem do conhecimento. Portanto

faz-se necessário mostrar que a escola é um lugar de troca entre todos e que o

professor é um instrumento. Repensar a diversidade desses educandos, com

situações socialmente diferenciadas, é precisar que a Educação de Jovens e Adultos

proporcione um atendimento por meio de outras formas, ou seja, do conhecimento

de mundo.

Assim, o educador deve ser capaz de despertar o interesse de públicos com

diferentes níveis de escolarização, idade ou classe social, utilizando diferentes

ferramentas, capazes de chamar a atenção dos alunos, pois é na convivência com

Page 15: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

as desigualdades que nos enxergamos, e somente através da colaboração é que

podemos ajudar o outro. Pois o estudante muitas vezes traz para dentro da escola

insegurança, revolta, apatia, alienação, entre outros sentimentos que refletem no

processo de ensino-aprendizagem. Isto é particularmente notório em Escolas de

Jovens e Adultos (EJA), cujo ambiente torna-se um local de confronto de cultural e

também de singularidades, uma vez que não foi assegurado a essa parcela da

população o acesso e a permanência na escola durante a infância, despertando

inclusive o sentimento de exclusão.

Diante deste contexto, nós educadores não podemos cometer o pecado

da omissão e da alienação frente à realidade que nos é apresentada no cotidiano

das salas de aulas. O papel do educador é levar o aluno a aprender para conhecer,

quer dizer: aprender a aprender, onde o indivíduo seja capaz de exercitar, a atenção,

a memória e o pensamento autônomo, deixando de lado os procedimentos do

período jesuítico como a cópia que pouco contribuiu no aprendizado. O que

desejamos é que o aluno saiba que existe uma metodologia básica nos estudos, que

precisa ser ensinada e que quando não compreenderem devem se manifestar para

que o professor retome o conteúdo fazendo uma explanação de modo diferente para

que realmente aconteça o aprendizado, pois algumas pessoas apresentam maior

lentidão para percorrer o mesmo caminho. Isso não significa incapacidade de

aprender, pois a aprendizagem ocorrerá quando houver uma consonância com o

ritmo pessoal de quem estuda. A priori devemos analisar e valorizar as experiências

trazidas pelo educando da EJA e quais as contribuições que as avaliações aplicadas

oferecem aos discentes trabalhadores. Espera-se que atitudes como essas façam

parte da trajetória desses alunos para que possam alcançar uma efetiva avaliação

que oportunize novos saberes.

Devemos ter em mente que, diante desse contexto educacional, a EJA requer

a construção de novas diretrizes e práticas pedagógicas que atendam a

especificidade desta modalidade. Contudo, para que essa construção ocorra é

necessária uma metodologia própria, um currículo específico que contemple as

necessidades básicas, um projeto político pedagógico voltado para a demanda

dessa população de estudantes, e a avaliação na EJA deve possibilitar à inclusão e

emancipação dos estudantes, garantido a edificação do conhecimento e a

valorização dos seus interesses e potencialidades. De acordo com Freire:

Page 16: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

... ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou a sua construção... Não há docência sem discência, as duas se explicam em seus sujeitos, apesar das diferenças que as conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém... (1998, p.25)

Faz-se necessário que nos coloquemos no lugar desses alunos,

compreendendo seu ponto de vista e desenvolvendo a capacidade de conviver com

as diferenças. Para que isso possa ocorrer o professor deve ser cuidadoso com os

recursos didáticos, para que o aluno atinja o conhecimento, podendo assim a

avaliação ser um meio onde acontece a constatação do processo de aprendizagem.

Além disso, não podemos esquecer-nos de levantar os conhecimentos prévios dos

alunos sobre o tema a ser estudado, construindo hipóteses e incentivando a

curiosidade científica. A escolha de alguns assuntos a serem trabalhados com a

turma pode ser apresentada e aguardar que surjam outros temas pelos alunos.

Naturalmente parte-se para desenvolver um tema comum e específico utilizando

processos de motivação, mobilização e construção coletiva.

Diante dessa exposição, o ideal seria que todas as EJA inserissem em seu

projeto político pedagógico, a transiarte, que é encontrar um modo de comunicar-se

pela arte. Na parte diversificada poderá ser abordada a linguagem tecnológica,

hibridizada às linguagens artísticas tradicionais, que podem ser associado a valores,

culturas e manifestações artísticas, capazes de levar a compreensão da realidade do

jovem e adulto dentro das suas possibilidades e limitações, oportunizando o uso das

tecnologias, onde os estudantes devem ser incentivados a interagirem no

ciberespaço, num trabalho individual, coletivo, contínuo e inacabado em espaços-

tempos diversos.

No entanto o grande desafio da aprendizagem é desenvolver coletivamente

qualquer episódio que faça o jovem/adulto permanecer na escola, até que conclua

seus estudos.

Considerações Finais:

O projeto: Autoestima, aprendizagem e reflexão na educação de jovens e

adultos (EJA) foi desenvolvido no Colégio Estadual Coronel David Carneiro –

Palmeira PR. A Produção Didático Pedagógica se alicerça na obra e filme "Preciosa"

e nos diferentes gêneros textuais, o que representa uma tentativa audaz de resgate

Page 17: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

da autoestima proporcionando aprendizagem e reflexão. A opção pelo Ensino de

Jovens e Adultos cabe ao processo de ensino-aprendizagem que se dá de maneira

diferenciada do ensino regular, séries iniciais, finais e ensino médio, pois as

referências afirmam essas diferenças que culminam com a experiência vivenciada

com essa clientela, pois durante as atividades realizadas foi possível perceber o

entusiasmo e a participação dos alunos. A metodologia foi feita através do trabalho

de diversos gêneros, contextualizadamente, aliando-os à temática e, com isso,

fazendo com que os alunos aprendessem sem perceber. E ainda de maneira lúdica.

A produção não propôs só a leitura de palavras e imagens, mas do mundo particular

de cada um, visto que somos indivíduos inseridos em um contexto sócio histórico,

cultural e religioso. E pensando a leitura como um processo dialógico, que envolve a

interação entre interlocutores (autor leitor), mediou orientando e fazendo assim com

que não se adquira somente conhecimento, mas que a partir da reflexão se produza

e se crie conhecimento, que vai além dos gêneros. Todas as atividades propostas

foram realizadas e a cada encontro os alunos estavam ali curiosos à espera das

atividades. Foi um momento único trabalhar com essas pessoas tão especiais que

se dispuseram a participar do projeto sem cobranças, simplesmente pelo fato de

querer aprender um pouco mais e também pela curiosidade do convite recebido,

tanto da orientadora da escola, professora Ernete Luchesi, quanto da professora

PDE. E quando nos encontravam nos corredores da escola, logo iam perguntando,

“hoje vai ter projeto?”, em todo esse tempo de magistério, pela primeira vez senti o

que é realmente participar na vida dos estudantes, pois esses momentos foram

únicos, as lembranças das expressões faciais e gestuais dos alunos, realmente o

que vale a pena, por todo o trabalho que tivemos durante esse tempo de

implementação, e se tivesse que fazê-lo novamente, sem pensar faria tudo outra

vez. “Seja a mudança que você quer ver no mundo” (Dalai Lama). Nas etapas de

desenvolvimento do GTR, vivenciamos um momento mágico, pois fomos agraciados

com depoimentos brilhantes e apaixonados pela EJA, onde nossos colegas puderam

expressar seus sentimentos, suas experiências reais, sempre visando o aluno. De

acordo com a colocação dos professores GTR a abordagem dos conteúdos em sala

de aula, contribuiu significativamente nas suas práticas docentes, tanto para o

aprendizado quanto no meio social, ou seja, no seu convívio diário com essa

clientela tão especial. A Educação de Jovens e Adultos é a menina dos olhos dos

Page 18: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

educadores; e pode ser comparada com a casa do “½(meio) caminho”, citada no

Romance Preciosa de Saphire, que significa: Você está a meio caminho entre a vida

que tinha e a vida que quer ter. Para resguardar a permanência na escola, lugar de

onde nunca deveriam ter sido afastados, estas preciosidades raras estão tendo um

espaço junto com seus pares para concluírem seus estudos, buscando uma vida

digna, talvez não a que foi sonhada, ou desejada, mas uma vida melhor do que se

pudesse esperar.

Referências

ACOALFAPLP. Acolhendo a alfabetização nos países de Língua Portuguesa. São Paulo: 2007 - Ano 2, n.3.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação – artigo em publicação periódica científica impressa – apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

_______. NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos –

apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

_______. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio

de Janeiro, 2002.

_______. NBR 6028: informação e documentação – resumo – apresentação. Rio de

Janeiro, 2002.

ATIVIDADES EDUCATIVAS. Site educativo para aprender brincando. Link: Criador de Caça Palavras. Disponível em: <http://www.atividadeseducativas. com.br/criarcacapalavras>. Acesso em 11/10/12.

BALSANELLI, Álice Paula. Aprendizagem de jovens e adultos: aprendizagem a seu tempo. Associação Brasileira de Psicopedagogia. Disponível em <http://www.abpp.com.br/artigos/134.pdf>. Acessado em 08 de out. de 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação de jovens e adultos. Brasília. 2000. Disponível em: <http://www.mec.gov.br> . Acesso em 08 de out de 2013.

Page 19: AUTOESTIMA, APRENDIZAGEM E REFLEXÃO: CINEMA E … · Nesse ambiente é visto que a maioria dos alunos sente vergonha por não ter estudado ou ter parado, medo de se passar por ridículo

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nº.

9394/96. Brasília: 1996.

CALHÁU, M. S. M. Alfabetizar jovens e adultos – uma paixão. I Seminário de Educação – Educação de Jovens e Adultos. Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Niterói, 05 de nov. 2009.

EDUCAÇÃO ONLINE: Reflexões necessárias sobre educação de jovens e adultos: Perspectivas, desafios e possibilidades. Espaço do currículo, v.2, n.1, p.139, março-setembro/2009. Disponível em: <http://www.artigonal.com>Educação>.

Acesso em 28 de out. 2012.

FREIRE, P.; NOGUEIRA, Adriano. Que fazer: teoria e prática em educação popular. Petrópolis: Vozes, 2002.

FREIRE, Paulo, 1921-1997 Política e Educação: ensaios. Coleção Questões de Nossa Época; v. 23, p. 10-16 – 5ª. edição. São Paulo: Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura, p. 25 – 8ª. Edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

LOPES, Selva Paraguassu; SOUZA, Luzia Silva. EJA: Uma educação possível ou mera utopia? Disponível em: <http://www.cereja.org.br/pdf/revista_v/Revista_ SelvaPLopes.pdf>. Acessado em 08 de out. 2013.

SHAPPHIRE, 1950 – Preciosa. Tradução Alves Calado. – 3ª ed. - Rio de Janeiro: Record, 2010.