Auto Imunidade

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UNIVERSIDADE GAMA FILHO Centro de Ciências Biomédicas Profa. PhD.Ana Cristina Borges

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UNIVERSIDADE GAMA FILHO

Centro de Ciências Biomédicas

Profa. PhD.Ana Cristina Borges

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Resposta Imunológica a componentes próprios aparentemente saudáveis.

•A auto-imunidade é classificada de acordo com a natureza do tecido-alvo:

•Órgão-Específica- algumas formas são dirigidas contra células específicas em um órgão, um ou mais constituintes citoplasmáticos, estruturas da membrana celular ou produtos secretados pela célula.

Nessas doenças auto-imunes, o dano celular é irreparável.

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• A auto-imunidade não-Órgão-Específica é dirigida contra estruturas comuns a muitos tecidos e encontradas por todo o corpo: componentes nucleares, proteínas mitocondriais ou constituintes musculares.

Nessas DAI, o dano é disperso, podendo incluir as articulações, pequenos vasos sangüíneos,...

• Algumas desordens não são classificadas em nenhuma dessas duas categorias, ficando localizadas entre elas.

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O reconhecimento imunológico dos antígenos é mediado por receptores específicos (sIg/RCT).

Ambos são gerados durante um processo de grande diversidade, o que tem como conseqüência a capacidade de reconhecer todos os antígenos estranhos ao hospedeiro, bem como os próprios (“LT e LB auto-reativos”).

Possíveis auto-antígenos: actina, DNA, colágeno, albumina, IgG, IL-1, FNT-, insulina, tireoglobulina,... Entretanto, nem toda auto-reatividade causa doença (auto-imunidade fisiológica).

A Doença Auto-Imune é um processo patológico devido à falência da auto-tolerância.

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Incapacidade controlada de responder a determinados antígenos.

A tolerância é específica para o antígeno, sendo alcançada através da deleção de linfócitos (Deleção clonal), ou de sua inativação funcional (Anergia clonal), ou de um mecanismo denominado Supressão imunológica (Lth3).

Tolerância Central:

• Timo - deleção dos LT c/ afinidade p/ CHP próprio e ags próprios.

• Medula – além da deleção, ocorre a Anergia onde LB existem, mas tornam-se incapazes de responder.

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Vários processos patológicos podem quebrar a tolerância e levar à auto-imunidade. Assim, todos os mecanismos de controle da auto-tolerância devem ser quebrados, antes que resulte a doença.

1. A DAI é multifatorial (herança genética e exposição à fatores ambientais);

2. Tem progressão mais lenta do que a resposta a organismos patogênicos;

3. Tendência a remissão e recaídas dos mecanismos de controle.

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A tolerância pode ser rompida por vários fatores:

IMUNORREGULAÇÃO IMPERFEITA:

• LT CD8+ (DAI-OE);

• imunodeficiência ou imunossupressão;

• LTH1 ativa LT CD8+ e MØ que são lesivos aos tecidos (ex. Diabetes tipo I);

• LTH2 ativa LB auto-acs que podem ativar o sistema complemento (ex. doença de Graves - “hipertireoidismo”).

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MIMETISMO MOLECULAR:

• presença de semelhanças antigênicas entre organismos patogênicos e proteínas próprias, gerando clones de LT e LB que são, simultaneamente, anti-patógeno e anti-próprio (reatividade cruzada). Ex. febre reumática (acs anti-ptn M dos estreptococos do grupo A reagem c/ a miosina cardíaca).

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LIBERAÇÃO DE ANTÍGENOS “ESCONDIDOS”:

• proteínas liberadas de tecidos lesados induzem à formação de auto-anticorpos que perpetuam o dano celular (ainda que a maioria deles tenham um papel fisiológico de limpeza ou reciclagem de células e proteínas desgastadas). Ex. síndrome pós-infarto do miocárdio (auto-acs p/ os miócitos cardíacos).

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CITOCINAS:

Fatores solúveis com efeitos pleiotrópicos, que atuam no recrutamento de células imunocompetentes.

• Expressão aberrante ou inapropriada de moléculas de HLA (INF/TNF), em células que não as expressam tipicamente, pode levar a ativação de LT CD4+;

• Liberação prolongada e elevada de citocinas pró-inflamatórias (IL-2, IFN, TNF) pode transtornar a tolerância por mecanismos desconhecidos. Ex. paciente c/ VHC tratado c/ IL-2 pode desenvolver diabetes tipo I (auto-acs p/ células e p/ insulina).

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DANO IMUNOLÓGICO

O LT CD4+ ativa-se contra um peptídio auto-antigênico exposto pela molécula de CHP; assim pode mobilizar outros LT ou outras células imunocompetentes.

• LTH1 secretam citocinas que ativam LT CD8+ e MØ;

• LTH2 secretam citocinas que ativam LB produtores de auto-acs, que só serão danosos pela ação do sistema complemento e das células Killer.

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1. Terapia de reposição p/ perda de secreções endócrinas (ex. insulina);

2. Supressão geral do SI (uso de corticosteróides).

Terapia de inibição de subpopulações de LT;

Terapia de inibição de clones de LT auto-reativos

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LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Doença multissistêmica de curso flutuante (com exarcebações e remissões espontâneas).

A incidência parece ser maior na população negra e em orientais (HLA-dependente), e há predominância de casos em mulheres em idade de reprodução.

PATOLOGIA: a insuficiência renal é a principal causa de mortalidade, e é devida à deposição de complexos imunes nos glomérulos renais. Além disso, esses complexos podem depositar-se na junção dermoepidérmica da pele.

As manifestações clínicas afetam as articulações e músculos, podendo acometer outros sistemas.

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• fatores ambientais (uso de drogas e exposição a luz UV-irradiação UV-B) que interagem c/ genes de suscetibilidade, produzindo a resposta através da produção de [ ] de auto-acs e de imunocomplexos.

• presença de um gene não-codificador de C4a (solubilização dos IC) pode predispor ao aparecimento de LES.

• sugere-se um papel viral, devido a presença de ac anti-Sm que reage c/ a ptn p24 do retrovírus e de ac anti-Ro que reconhece ptn do nucleocapsídeo do vírus da estomatite vesicular (mimetismo molecular).

PATOGENIA

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PATOGENIA:

• auto-acs anti-plaquetários (trombocitopenia);

• auto-acs anti-neuronais (manifestações neurológicas);

• acs anti-linfócitos (linfopenia);

• auto-acs anti-cardiolipina (trombose arterial e venosa e aborto espontâneo);

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• Comprometimento de articulações (artralgia e artrite), da pele (eritema malar) e do sangue em 80-100% dos pacientes;

• Comprometimento dos rins* (glomerulonefrite), do SNC (psicose e convulsões) e do sistema cardiopulmonar (pericardite e derrame pleural) em + de 50% dos pacientes; Trombose (vasculite ocular) em 10% dos casos.

• Manifestações sistêmicas: fadiga, mal-estar, febre, anorexia, náusea, perda de peso.

CLÍNICA

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• anemia normocítica normocrômica (anemia hemolítica Coombs-positiva);

• leucopenia, linfopenia e trombocitopenia;

• VHS elevado;

• PCR inflamatória normal;

• EAS c/ presença de hemácias, proteína e cilindros.

• Sorologia*: ANA; ENA; anti-Sm; anti-RNP; anti-Ro (SS-A); anti-La (SS-B).

* Acs atravessam a barreira placentária (IgG).

ACHADOS LABORATORIAIS

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TRATAMENTO:

• uso de antiinflamatórios não-esteróides;

• uso de aspirina p/ a artrite, a mialgia e a serosite leve;

• uso de anti-maláricos nas manifestações cutâneas;

• uso de corticosteróides em manifestações graves.

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Doença inflamatória crônica multissistêmica, que afeta as articulações periféricas de modo simétrico, resultando na destruição da cartilagem, erosões ósseas e deformidades articulares.

A incidência de casos é maior em mulheres com pico entre 35-50 anos de idade.

PATOLOGIA:

hiperplasia e hipertrofia do revestimento sinovial c/ lesão microvascular; nódulos reumatóides.

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PATOGENIA:

• LB intra-sinoviais produzem fatores reumatóides (auto-acs: IgG, IgA, IgM) dirigidos contra a Fc de uma IgG cujo carboidrato é anormal.

• componente genético;

• fatores ambientais ?!

• agentes etiológicos: vírus da rubéola, CMV e HPV;

• processo inflamatório destrutivo por ativação de PMN.

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CLÍNICA:

• Comprometimento simétrico de várias articulações (mãos, punhos, joelhos e pés);

• dor ao movimento;

• rigidez matinal;

• deformidades em pescoço de cisne e em botoeira;

• nódulos assintomáticos;

• vasculite reumatóide;

• pleurite e pericardite assintomáticas.

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COMPROMETIMENTO SIMÉTRICO DAS ARTICULAÇÕES

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DEFORMAÇÕES EM BOTOEIRA E EM PESCOÇO DE CISNE

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ACHADOS LABORATORIAIS

• VHS e PCR elevadas;

• presença de fator reumatóide (IgM);

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TRATAMENTO

• uso de anti-inflamatórios não-esteróides (bloqueio de PG, Lt, Tx,...)

• anti-maláricos, d-penicilamina e sais de ouro (melhora da evolução da doença)

• evita-se o uso de corticosteróides e agentes citotóxicos

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Doença inflamatória crônica que afeta as glândulas lacrimais e salivares, resultando no ressecamento dos olhos e da boca.

Existem 2 formas: forma primária – quando a doença ocorre isoladamente; forma secundária – quando associada à artrite reumatóide, LES e esclerose sistêmica.

Afeta mulheres de meia-idade e tem associação c/ HLA.

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CLÍNICA

• ressecamento dos olhos c/ sensação de areia sob as pálpebras;

• ressecamento da boca acompanhado de incidência de cárie;

• disfagia p/ alimentos secos;

• ressecamento da vagina c/ dispareunia;

• manifestações extra-glandulares: fadiga, febre baixa, artralgias, mialgias.

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ACHADOS LABORATORIAIS

• apresenta hipergamaglobulinemia policlonal;

• presença de fatores reumatóides;

• acs anti-ENA, anti-SS-A e anti-SS-B;

• VHS elevado;

• anemia elevada.