Aulas de Sociologia Ensino Médio - Para 2 Ano

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AULAS DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO Conceito de cultura Etnocentrismo e relativismo; Construção da alteridade. Diversidade Conceituando “cultura” Cultura, muitas vezes é confundida com aquisição de conhecimentos, com educação, com erudição. A cultura é informação, é a reunião de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, é herança social. Por ser uma herança social, o ser humano “recebe” a cultura dos seus antepassados, mas cada pessoa, cada indivíduo é capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura é modificável, flexível, o ser humano “recebe” a cultura e a remodela, portanto a cultura não é fixa. Cultura é tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela é relativa, não existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemães, inclusive criadores da compreensão que muitos de nós ainda temos de “Cultura” com C maiúsculo, indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e equivocada tende a fazer afirmações do tipo: “ fulano é culto” “Fulano não tem cultura” ora, todos e todas temos cultura! Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, e por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposição à selvageria, à barbárie; cultura é então a própria marca da civilização, como queriam os alemães ao idealizarem a idéia da “Kultur” alemã indicando a superioridade da cultura alemã em detrimento das outras culturas, como modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas dominantes da população de uma sociedade; se opõe à falta de domínio da língua escrita, ou à falta de acesso à ciência, à arte e à religião daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de cultura a respeito de todos os povos, nações, grupos ou sociedades humanas.

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Aula de sociologia para 2ª série do ensino médio

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AULAS DE SOCIOLOGIA ENSINO MDIO - 2 ANO

AULAS DE SOCIOLOGIA ENSINO MDIO - 2 ANO

Conceito de cultura

Etnocentrismo e relativismo;

Construo da alteridade.

Diversidade

Conceituando cultura

Cultura, muitas vezes confundida com aquisio de conhecimentos, com educao, com erudio. A cultura informao, a reunio de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, herana social.

Por ser uma herana social, o ser humano recebe a cultura dos seus antepassados, mas cada pessoa, cada indivduo capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura modificvel, flexvel, o ser humano recebe a cultura e a remodela, portanto a cultura no fixa.

Cultura tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela relativa, no existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemes, inclusive criadores da compreenso que muitos de ns ainda temos de Cultura com C maisculo, indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e equivocada tende a fazer afirmaes do tipo: fulano culto Fulano no tem cultura ora, todos e todas temos cultura!

Cultura pode por um lado referir-se alta cultura, cultura dominante, e por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposio selvageria, barbrie; cultura ento a prpria marca da civilizao, como queriam os alemes ao idealizarem a idia da Kultur alem indicando a superioridade da cultura alem em detrimento das outras culturas, como modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas dominantes da populao de uma sociedade; se ope falta de domnio da lngua escrita, ou falta de acesso cincia, arte e religio daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de cultura a respeito de todos os povos, naes, grupos ou sociedades humanas.

Cultura est muito associada a estudo, educao, formao escolar, o que no correto; por vezes se fala de cultura para se referir unicamente s manifestaes artsticas, como o teatro, a msica, a pintura, a escultura, cinema, logo ouvimos falar tambm de acesso a cultura. Outras vezes, ao se falar na cultura da nossa poca ela quase que identificada com os meios de comunicoo de massa, tais como o rdio, a televiso. Ou ento cultura diz respeito s festas e cerimnias tradicionais, s lendas e crenas de um povo, ou a seu modo de se vestir, sua comida, a seu idioma. A lista ainda pode aumentar mais.

Contudo, devemos entender como cultura todas as maneiras de existncia humana. Essa tenso entre referir-se a uma cultura dominante ou a qualquer cultura, permanece, e explica-se em parte a multiplicidade de significados do que seja cultura. Notem que no segundo sentido que as cincias sociais costumam falar de cultura, no sentido amplo, como fenmeno unicamente humano, que se refere a capacidade que os seres humanos tem de dar significados s suas aes e ao mundo que os rodeia.

Todos os indivduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura diferente da outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura no baseia-se somente na linguagem escrita, e, como herana social transmitida de gerao em gerao. Cultura compreende uma srie de elementos, como costumes, crenas religiosas, vestimenta, lngua, objetos, rituais etc. A cultura compartilhada pelos indivduos de determinado grupo, no se refindo a um ato individual, cada grupo de seres humanos, em diferentes pocas e lugares, atribui significados diferentes a coisas e caminhos da vida aparentemente semelhantes.

Atividade III

Pesquise e reflita:

Qual a definio de cultura abordada com maior enfase no texto?

Para voc, o que cultura?

Mudanas culturais e aculturao

A mudana cultural ocorre quando acontece qualquer tipo de alterao na cultura. Essa mudana pode ser pequena ou de grandes propores, alterando toda uma cultura, como por exemplo acontece h tempos em vrias regies da frica.Pode ser aceita facilmente ou por resistncia.

As mudanas podem ocorrer por vrios motivos, dentre eles, contato com outros povos, tecnologia, intempries da natureza. No Brasil, com a chegada dos portugueses, os povos indgenas que aqui viviam viram sua cultura ser modificada; as tribos que no foram exterminadas viram parte de sua cultura perder suas qualidades distintivas.

Os jesutas que vieram para o Brasil com o objetivo de catequisar e integrar os indgenas cultura do branco, impunham aos povos indgenas a aceitao da f crist, para que deixassem de lado os deuses da natureza em que acreditavam.Os jesutas pretendiam, com isso, integrar os indgenas cultura branca, descaracterizando-os.

Os povos africanos escravizados, que tambm possuiam sua cultura bem distinta da dos europeus, sofreram esta imposio cultural alm de todo o sofrimento a que foram expostos, e parte de sua cultura foi descaracterizada.

Quando aqui chegavam, os escravos africanos eram obrigados a abandonar a maior parte de seus costumes e a adotar outros, que eram impostos por seus donos, passando por um processo denominado por alguns estudiosos desafricanizao.Com isso, a cultura dos escravos foi bastante descaracterizada, e muitos dos seus hbitos foram tambm incorporados aos brasileiros, o sincretismo religioso um dos resultados disso, podemos ver na religio conhecida como Umbanda..

Da-se o nome de aculturao s mudanas culturais que ocorrem quando duas culturas diferentes entram em contato.Ou seja, o processo de interao que ocorre entre duas ou mais culturas, quando uma cultura, ou ambas, absorve os traos de outra ou de outras, e os incorpora como parte integrante da sua, adaptando-os sua realidade.

Atividade V

Pesquise e reflita:

Voc conhece grupos que passaram por um processo de aculturao? Quais? Explique:

Explique com suas palavras o que aculturao e procure exemplos diferentes dos exemplos dados no texto para explicar como se d esse processo.

Costumamos dizer que somos o povo brasileiro, que vivemos no pas do futebol e do carnaval. Pelo menos assim que nos vem os outros povos. Contudo, quando somos indagados e questionados sobre nossa identidade nacional, ou seja, que povo realmente somos e, qual o sentido da nossa formao enquanto nao, ficamos na maior crise de identidade.

Ora, como definir quem realmente somos em meio diversidade cultural? Mas, ser que temos mesmo uma nica e autntica identidade nacional?

Quando falamos em identidade, logo pensamos em quem somos, no sentido individual, gostos, preferncias, famlia, RG onde somos identificados, no como pessoas, mas como um nmero em meio a tantos outros etc. E o mais interessante, est ali a nossa nacionalidade, a que nao e povo pertencemos e tambm nossa naturalidade, que indica a qual regio do nosso pas pertencemos.

Um exemplo desse processo social de transmisso de cultura a educao ou criao familiar. A cada gerao vai se transmitindo, ou melhor, ensinando aos filhos e jovens certos conhecimentos e valores morais adquiridos pela gerao mais velha.

Quando falamos em nao ou sociedade, no diferente. Podemos descobrir como a nossa nao e ns, enquanto povo, fomos constitudos. Saber, por exemplo, quais as caractersticas culturais que podemos encontrar na formao e depois no desenvolvimento da nossa sociedade brasileira. E mais, podemos conferir se a sociedade brasileira ainda est refletindo tradicionalmente as mesmas caractersticas culturais de quando foi formada.

Os conceitos de homem e sociedade so praticamente indissociveis. O homem um ser social e no pode existir sozinho. O homem comea por se integrar no grupo familiar que por sua vez estabelece relaes com outros grupos, constituindo as sociedades. As sociedades, por sua vez, delimitam-se por territrios que correspondem a Estados soberanos. O conceito de sociedade foi desenvolvido dentro dos limites impostos pelas fronteiras territoriais.

No entanto, esta delimitao incompleta uma vez que o homem relaciona-se para alm das fronteiras estabelecidas. Nas suas relaes os homens criam regras e modos de viver que do origem s culturas humanas. Estas culturas variam no espao e no tempo, a ritmo mais lento do que o desenvolvimento das fronteiras territoriais. Assim, os limites de uma cultura pode estar muito alm do espao poltico da sociedade onde ela existe. Podemos falar de culturas nacionais, transnacionais e ainda de sub-culturas.

A cultura faz parte da totalidade de uma determinada sociedade, nao ou povo. Essa totalidade tudo o que configura o viver coletivo. So os costumes, os hbitos, a maneira de pensar, agir e sentir, as tradies, rituais, as tcnicas utilizadas que levam ao desenvolvimento e a interao do homem com a natureza.

Herana social e legado cultural: so processos de transmisso cultural, que ocorrem ao longo da histria, nos quais as geraes mais velhas transmitem s geraes mais jovens a cultura do grupo.

Muitos socilogos e historiadores brasileiros, a partir do sculo XIX, buscaram explicar a formao do povo brasileiro, caracterizado pela diversidade cultural, enquanto uma nao. E o olhar de alguns desses autores foi exclusivamente dedicado ao aspecto cultural. O legado cultural que herdamos dos povos que se misturam deu origem aos brasileiros.

Se algum chegar a voc e disser:

- O Brasil foi colonizado pelos Ingleses!

Voc ir corrigir esta pessoa, explicando:

- No, no! Fomos colonizados primeiramente pelos portugueses e espanhis. Temos tambm uma marcante presena dos africanos, que foram trazidos como escravos e os indgenas verdadeiros donos da terra. Depois, por volta de 1870 em diante, que imigraram muitos outros povos, como os italianos, alemes e holandeses, em busca de trabalho.

Somos um povo que surgiu de uma grande miscigenao. O povo brasileiro foi formado, a partir de uma miscigenao, que foi a mistura de trs raas: o ndio, o branco e o negro.

O conceito de etnia distingue-se do conceito de raa e cultura. Etnia um conceito associado a uma referncia, origem comum de um povo, so grupos que compartilham os mesmos laos lingsticos, intelectuais, morais e culturais. Embora possuam uma mesma situao de dependncia de instituies e organizao social, econmica e poltica, no se constitui em uma nao, mas apenas em um agrupamento tnico. Etnia , portanto, um conceito diferente de raa e cultura.

Etnia: grupo de indivduos originados de uma ascendncia comum e que compartilham uma mesma cultura.

So exemplos de grupos tnicos: os ndios xavantes e javas do interior de Gois, Patajs etc. J a cultura tudo que as diferentes raas e as diferentes etnias possuem em matria de vida social, o conjunto de leis que regem o pas, a moral, a educao, as crenas, as expresses artsticas e literrias, costumes e rituais.

O termo raa significa dizer que h grupos de pessoas que possuem caractersticas fisiolgicas e biolgicas comuns. No entanto, o uso do termo raa acaba classificando um grupo tnico ou sociedade, levando tambm hierarquizao.

Apesar da diversidade, existem aspectos universais nas culturas humanas. A linguagem um exemplo. Apesar de existirem diferentes lnguas, a necessidade de comunicao comum a todas as culturas. Existem outros exemplos de caractersticas universais: partilha, inter-ajuda, relaes afetivas, religio, solidariedade etc.

A socializao transforma os seres humanos em seres sociais. Sendo um processo de construo da identidade social no destri a identidade individual, passa a fazer parte dela. o processo pelo qual os homens aprendem as normas das culturas de origem, e que lhes permite o contato social com as geraes passadas e futuras, pela partilha dessas normas.

Raa: Os primeiros estudos Antropolgicos sobre o homem buscaram explicar a diferena entre a humanidade pelas suas caractersticas fisiolgicas e biolgicas, herana das Cincias Naturais (Biologia), que at o sculo XVIII e XIX classificava a humanidade por meio da seleo natural e organizao gentica.

Como se todos ns, seres humanos, fssemos postos em uma grande escadaria, e em ordem de classificao e hierarquizao pelo grau de importncia das caractersticas fsicas de cada grupo tnico; os mais importantes ficariam no topo e assim iria descendo at chegar nos menos importantes. Muitas crticas a esse pensamento foram suscitadas, principalmente no final do sculo XIX, pois tais concepes ajudaram a reforar a discriminao e o preconceito e, conseqentemente a legitimao das desigualdades sociais. Apesar de todas as crticas, ainda possvel observar que nos sculos XIX e XX houve um retorno de prticas racistas como, por exemplo, a eugenia[1], que foram muito defendidas por estudiosos adeptos s teorias evolucionistas sobre o progresso fsico e comportamental do homem. e por mais incrvel que parea, ainda hoje existem pessoas que pensam assim, como por exemplo o cientista James Watson, Prmio Nobel de 1979

Voc lembra do genocdio dos judeus, mais conhecido como o Holocausto, durante a II Guerra Mundial? J ouviu falar?

O pensamento ideolgico que estava por trs daquele terrvel ato que exterminou milhes de judeus, que no eram reconhecidos como seres humanos, era a idia de superioridade da raa ariana alem. A perseguio e o extermnio dos nazistas alemes contra os judeus ficou conhecida na histria por anti-semitismo, uma forma de repudiar tudo o que era contrrio ideologia nazista. Quando olhamos os trs grupos tnicos que se miscigenaram no Brasil Colnia, sculos XVI e XVII, com suas caractersticas biolgicas especficas e tambm scio-culturais, suas tradies, vemos como fizeram toda a diferena no processo de colonizao e formao do povo brasileiro, diferentemente de outras colonizaes empreendidas pelo mundo.

Etnicidade: a mobilizao poltica e social de determinados grupos tnicos em prol de seus direitos e valores do grupo, na defesa de sua identidade sociocultural. O Brasil conhecido como o pas de maior nmero de negros e afrodescendentes depois do Continente Africano, no entanto, o racismo que muitas vezes aparece camuflado, estabelece uma grande distncia entre estes e as suas efetivas e plenas participaes na vida social.

ATIVIDADE I

Vamos investigar como a populao de sua comunidade ou bairro encara o processo da etnicidade. Realize uma entrevista com cinco pessoas perguntando o que pensam sobre as reivindicaes de alguns grupos tnicos brasileiros, compare com o que voc sabe e discuta com os colegas em sala de aula.

Todos os grupos tnicos que imigraram para o Brasil a partir dos sculos XVIII e XIX foram muito importantes no desenvolvimento da nao e ajudaram a dar um colorido especial ao pas. O problema quando desprezamos as nossas razes, as nossas origens, as pessoas que primeiro formaram aquilo que viramos a ser no futuro: os brasileiros.

O que realmente acontece conosco? Parece que a crise de identidade paira entre os brasileiros. No nos reconhecemos como uma nao e no nos valorizamos como outros povos, o nosso pas, a nossa gente, as nossas tradies e a nossa multiforme e colorida diversidade cultural como um todo. Costumamos to somente exaltar alguns aspectos ou traos da nossa cultura. Essas questes nos levam a pensar qual o verdadeiro problema ou impasse que nos impede de dizer com orgulho que somos brasileiros.

Durante o processo de colonizao pelo qual passou parte do mundo, a partir do sculo XV, foi deixada uma forte marca de etnocentrismo.

Atividade II

Pesquise e reflita :

O que a Histria nos relata sobre isso?Quais as razes culturais do nosso Brasil que nos faz ser como somos hoje?

Etnocentrismo e relativismo; Construo da alteridade

O Etnocentrismo a tendncia a considerar um grupo tnico como superior a outros. uma atitude de avaliar qualquer outro grupo social com base nos valores prprios do seu grupo.O Etnocentrismo consiste em julgar, a partir de padres culturais prprios, como certo ou errado, normal ou anormal os comportamentos e as formas de ver o mundo de outros povos, desmerecendo suas prticas.O etnocentrismo se relaciona com o conceito de esteretipos, que consiste na generalizao e atribuio de valor (geralmente negativo) a algumas caractersticas de um grupo, reduzindo-o a essas caractersticas e definindo os lugares de poder a serem ocupados. uma generalizao de julgamentos subjetivos, feitos em relao a um determinado grupo, impondo-lhe o lugar de inferior, no caso de estetipos negativos.

A reao diante da alteridade[2] faz parte da natureza das sociedades, de acordo com Frei Beto alteridade ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferena. Quanto menos alteridade existe nas relaes pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.Em todas as pocas, sociedades particulares reagiram de forma especfica diante do contato com uma cultura diversa sua, inclusive ocorrendo o que o antroplogo Roberto Cardoso de Oliveira chamou de frico intertnica.

As culturas costumam definir o que as pessoas devem usar, se tratar etc., a nossa cultura, a ocidental, negou-se a ver nas pinturas corporais, nos adornos e adereos dos grupos indgenas sul-americanos os correspondentes s roupas impostas por ela, e criou-se assim a idia de que o ndio/a andaria pelado/a avaliando esse comportamento como incivilizado. Acreditando na superioridade de sua cultura, os europeus intervieram na formas tradicionais de vida existentes nos outros continentes, procurando tranform-las.

Costumamos ver o mundo atravs de nossa cultura, utilizando-a como parmetro para julgarmos outras culturas, acreditando que a nossa viso, nosso modo de vida, a nossa cultura so corretos, normais.

Tal tendncia, denominada etnocentrismo responsvel em seus casos extremos pela ocorrncia de numerosos conflitos sociais. O etnocentrismo de fato um conceito universal. comum a crena de que a prpria sociedade o centro da humanidade ou mesmo a sua nica expresso.O ponto fundamental de referncia no a humanidade, mas o grupo.

O costume de discriminar os que so diferentes porque pertencem a outro grupo pode ser encontrado mesmo dentro de uma sociedade.Os esteretipos so exemplo disso, pois so tambm uma forma de biologizar as caractersticas de um grupo, considerando-as como resultado exclusivo da biologia, da natomia, o processo de naturalizao ou biologizao das diferenas tnicos-raciais, de gnero ou de orientao sexual que marcou os sculos XIX e XX, vinculou-se restrio da cidadania a negros, mulheres e homossexuais.

Comportamentos etnocntricos resultam tambm em apreciaes negativas dos padres culturais de povos diferentes. A nossa herana cultural nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres. Por isso discriminamos o comportamento desviante.

O relativismo cultural sugere conformar e no confrontar as diferenas culturais, tanto em nossa sociedade quanto em outra cultura particular.Este conceito pode ser considerado precipitado, se levarmos em conta o fato de que tudo pode ser aceito, ameaando imposies dos limites sociais.

O relativismo uma doutrina que prega que algo relativo, contrrio de uma idia absoluta, categrica. Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, polticas, cientficas, etc.) variam conforme a poca, o lugar, o grupo social e os indivduos de cada lugar. O relativismo a "Postura segundo qual toda avaliao relativa a algum padro, seja qual for, e os padres derivam de culturas." O relativismo, dessa forma, leva em considerao diversos tipos de anlise, mesmo sendo anlises aparentemente contraditrias. As diversas culturas humanas geram diferentes padres segundo os quais as avaliaes so geradas. Max Weber, em suas obras sobre epistemologia HYPERLINK "file:///D:\\Veronica\\Downloads\\2722536.doc" \l "_ftn3" \o "" [3], abre espao para o relativismo nas cincias da cultura quando diz que a cincia verdade para todos que querem a verdade, ou seja, por mais diferentes que sejam as anlises geradas por pontos de vista culturais diferentes, elas sempre sero cientificamente verdadeiras, enquanto no refutadas.

O relativismo um ponto de vista extremo oposto ao etnocentrismo, que leva em considerao apenas um ponto de vista em detrimento aos demais. Porm, os crticos dessa viso apontam que o relativismo torna impossvel um avano cientfico nas cincias da cultura na medida em que coloca todos os tipos de anlise, absurdas ou no, em igualdade de veracidade.Assim podemos concluir que o Relativismo um termo filosfico que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Todo ponto de vista vlido.

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[1] Eugenia um termo cunhado em1883porFrancis Galton(1822-1911), significando "bem nascido".Galton definiu eugenia comoo estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras geraes seja fsica ou mentalmente.Em outras palavras, melhoramento gentico. Fonte: Wikipdia

[2] Alteridade(ououtridade) aconcepoque parte do pressuposto bsico de que todo o homem social interage e interdepende de outros indivduos. Assim, como muitosantroplogosecientistas sociaisafirmam, a existncia do "eu-individual" s permitida mediante um contato com ooutro(que em uma viso expandida se torna o Outro - a prpria sociedade diferente do indivduo).

Dessa forma eu apenas existo a partir do outro, da viso do outro, o que me permite tambm compreender o mundo a partir de um olhar diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim mesmo, sensibilizado que estou pela experincia do contato.

A noo de outro ressalta que a diferena constitui a vida social, medida que esta efetiva-se atravs das dinmicas das relaes sociais. Assim sendo, a diferena , simultaneamente, a base da vida social e fonte permanente de tenso e conflito (G. Velho, 1996:10)

[3] Epistemologia ou teoria do conhecimento a crtica, estudo ou tratado do conhecimento da cincia, ou ainda, o estudo filosfico da origem, natureza e limites do conhecimento. Pode-se remeter a origem da "epistemologia" a Plato ao tratar o conhecimento como "crena verdadeira e justificada". O desafio da "epistemologia" responder "o que " e "como" alcanamos o conhecimento?. Diante dessas questes da epistemologia surgem duas posies:

Empirista: que diz que o conhecimento deve ser baseado na experincia, ou seja, no que for apreendido pelos sentidos. Como defensores desta posio temos Locke, Berkeley e Hume; e

Racionalista: que prega que as fonte do conhecimento se encontram na razo, e no na experincia. Como defensores desta posio temos Leibniz e Descartes.

A expresso "epistemologia" deriva das palavras gregas "episteme", que significa "cincia", e "Logia" que significa "estudo", podendo ser definida em sua etimologia como "o estudo da cincia".