Aulas 1bim Piaget
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1º semestre 2013
DISCIPLINA: COGNIÇÃO, AFETIVIDADE E DESENVOLVIMENTO
EMENTA
Introdução aos conceitos de desenvolvimento humano sob o prisma das teorias de Piaget, Vygotsky e
Wallon. - O desenvolvimento biopsicossocial humano (infância e adolescência). Os processos de
desenvolvimento do pensamento e da linguagem oral e escrita em seus aspectos biológicos, sociais,
histórico-culturais e psicopedagógicos. Pensamento/Linguagem/Consciência/Memória/Inteligência
Avaliação:
P1, P2 e substitutiva - Provas individuais, trabalhos/atividades individuais e/ou em grupo, participação nas
discussões, painéis e seminários. Avaliação escrita individual prevista no calendário escolar: 70% da nota
total. Trabalhos e comunicações: 30% da nota total.
TDE –Elaboração do glossário de termos piagetianos, vygotskyanos e walonianos para o 1.o bimestre.
Elaboração de um quadro comparativo com os principais conceitos das teorias de Piaget, Vygotsky e
Wallon para o 2.o bimestre. Estes trabalhos valerão 2,0 no bimestre, acrescidos de atividades práticas em
sala de aula que completarão os 3,0 pontos referentes à nota do TDE.
Teorias sobre a Origem e a Evolução do Conhecimento Humano
Três modos de entender o ser humano
INATISMO
Trata-se de uma tendência racionalista, segundo a qual a inteligência seria um dom. Conhecimento é pré-
formado, Inato. Nasce com o sujeito. As capacidades do indivíduo estão pré-formadas desde o seu
nascimento. Afirma que a linguagem vem de uma herança genética, inata.
Nessa perspectiva, as pessoas nascem com certas habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em
sua bagagem hereditária. Fatores internos são predominantes. Enfatiza os fatores maturacionais
(potencialidades e aptidões) e hereditários (dom). Os inatistas, ao considerar o desenvolvimento, dão maior
importância a fatores internos e menor influência ao ambiente.
Na Educação, tal concepção defende que o conhecimento é um processo que se dá de dentro para fora.
Nesse caso, o professor interfere o mínimo possível, trazendo o saber á consciência e organizando-o. Em
resumo, “o estudante aprende por si mesmo”, como descreve Fernando Becker, no livro Educação e
Construção do Conhecimento.
Platão: Conhecer é relembrar. Para o discípulo de Sócrates, a alma precede o corpo, a qual, antes de
encarnar, tem acesso ao conhecimento, sendo assim, ao nascer, o indivíduo já domina determinados
conceitos.
Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para governar, misturou-lhes ouro na
sua composição, motivo por que são mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e
demais artífices."
Platão, no livro A República
Comentário
Platão diz que o homem nasce com certas características físicas e que elas justificam a posição social de
cada um. Ser apto a governar ou trabalhar como auxiliar é resultado de uma vontade divina. Não se
considera nenhuma possibilidade de mudança.
Carl Rogers (Humanista): O aluno é um indivíduo que nasce com grandes possibilidades de
desenvolvimento.
Educação: Entendida como um processo de dentro para fora.
Pedagogia: O professor é um facilitador, seu papel é o de facilitar que as aptidões se manifestem,
entendendo que quanto menor a interferência, maior será a espontaneidade e criatividade do aluno.
Gerou uma ideia autoritária e sobretudo pessimista para a educação de crianças e adolescentes, gerando
preconceitos ao trabalho em sala de aula
Representantes: Rosseau; Carl Rogers (1900-1987)
Reflexão sobre os princípios básicos do inatismo sobre a educação.
Tal visão gerou uma ideia de ser humano que produziu uma abordagem rígida, autoritária e, sobretudo,
pessimista para a educação de crianças e adolescentes. Como o ser humano já nasceria “pronto”, poder-se-
ia apenas aprimorar um pouco aquilo que ele é ou, inevitavelmente, viria a ser. Isso geraria enormes
preconceitos enrijecendo o processo de desenvolvimento.
BEHAVIORISMO/EMPIRISMO – O estudo do comportamento
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B.Watson, em artigo publicado em 1913, que
apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a veem”. O termo inglês behavior significa
“comportamento”; por isso, para denominar essa tendência teórica, usamos Behaviorismo -e, também,
Comportamentalismo, Empirismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento,
Análise do Comportamento.
O Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do
sujeito (suas respostas) e o ambiente (os estímulos).
Os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos “resposta” e “estímulo” para se referirem àquilo que
o organismo faz e às variáveis ambientais que interagem com o sujeito.
Para essa corrente, o conhecimento tem origem e evolui a partir das experiências que o sujeito vai
acumulando. O sujeito encontra-se, por sua própria natureza, como uma “tabula rasa”, uma “folha de papel
em branco”, ou seja, vazio.
Levado ao extremo, o Empirismo se expressa no determinismo ambiental: o homem é produto do
ambiente.
Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta ciência a consistência que os
psicólogos da época vinham buscando — um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam
ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Essas características foram importantes para que a
Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo definitivamente com a sua tradição filosófica.
O mais importante dos behavioristas que sucedem Watson é B. F. Skinner (1904-1990), criou a teoria do
“comportamento operante”, estímulo e resposta. Para entender este conceito, é necessário entender as
noções de comportamento reflexo ou respondente, para então chegarmos ao comportamento operante.
Comportamento reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de “não-voluntário” e inclui as
respostas que são eliciadas (produzidas) por estímulos antecedentes do ambiente. Exemplo: a contração das
pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivação provocada por uma gota de limão colocada
na ponta da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as famosas “lágrimas de cebola”, entre
outros. Esses comportamentos reflexos ou respondentes são interações estímulo-resposta (ambiente-
sujeito) incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do
organismo que independem de “aprendizagem”.
Educação: Entendida como uma modificação do comportamento provocada pelo agente que ensina, pela
utilização adequada dos estímulos reforçadores, sobre o sujeito que aprende.
Pedagogia: Diretiva. O aluno aprende se, e somente se, o professor ensina. Professor transfere o
conhecimento.
Representantes: John Locke (1632-1704); Jonh Broadus Watson (1878-1958) e Burrhus Frederic Skinner
(1904-1984) (comportamentalistas= Behaviorismo).
INTERACIONISMO/CONSTRUTIVISMO
O Interacionismo/Construtivismo é uma teoria, segundo a qual o conhecimento resulta da interação, do
sujeito com o ambiente.
Trata-se de uma corrente teórica que considera tanto fatores orgânicos (subjetivos) quanto ambientais
(objetivos).
Interação da criança com o mundo físico e social. Até o início do século XX assumia-se que as crianças
pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a
de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os
adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos
cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.
A construção do conhecimento pela criança é desenvolvida durante toda a sua vida, de forma ativa,
interagindo com o mundo a sua volta. Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de
muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos.
Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em
classe.
Na relação homem/sociedade também se aplica a teoria interacionista: o homem resulta de forças
sociohistóricas específicas, mas ao mesmo tempo, é capaz de ação que o leva a transformar o meio.
A criança é um ser ativo que age espontaneamente sobre o meio e possui um modo de funcionamento
intelectual próprio que a leva a se adaptar a esse meio e a organizar suas experiências.
Representantes: o suíço Jean Piaget (1896-1980), o francês Henri Wallon e o russos L.S. Vygotsky (1896-
1934), A. N. Leontiev e A.R. Luria.
Princípios da Teoria Cognitiva de Piaget (2ª aula)
Jean Piaget – Biografia
- Nasceu na Suíça, em 09 de agosto de 1896 e morreu em 1980.
- Desde cedo, fascinado por Biologia.
- Especialista em psicologia evolutiva e epistemologia genética, filósofo e educador, com enorme produção
na área de Educação.
- Conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios.
- Sempre buscou o conhecimento.
- Desde criança interessou-se por mecânica, fósseis e zoologia.
- Decidiu consagrar sua vida à explicação biológica do conhecimento, analisou por mais de 50 anos o
psiquismo infantil e concluiu que cada criança constrói, ao longo do processo de desenvolvimento, o
seu próprio modelo de mundo.
Biologia Filosofia Epistemologia (epistemo: conhecimento, logia: estudo
Psicologia
- Enquanto terminava seus estudos secundários trabalhou como assistente voluntário no Laboratório do
Museu de História Natural, de Neuchâtel, sob a direção de Paul Godet, especialista em malacologia.
- Com a morte de Godet, em 1911, continuou trabalhando no laboratório e escreveu e publicou vários
trabalhos.
- Doutor em Ciências (1918) pela Universidade de Neuchâtel (Suíça). Estudou em laboratórios de
psicologia e estagiou em uma clínica psiquiátrica (período que tomou contato com as obras de Freud e
Jung).
- Em 1919 foi para Paris, onde ficou 2 anos estudando na Sorbonne, curso de “Dumas em Psicologia
Patológica”, aprendendo então a entrevistar pacientes mentais em Sainte-Anne). Estudou também Lógica e
Filosofia da Ciência.
- Paris (1919): Trabalho com Dr. Simon, na padronização dos testes de raciocínio de Burt.
- Colocação de novos problemas, como:
Por que os sujeitos tinham tantas dificuldades para resolver alguns problemas,
Por que os erros cometidos eram tão sistemáticos.
- Estudo das causas que estavam por trás das respostas erradas e na relação que tinham com a forma de
pensamento.
- Questionamento das crianças sobre as justificativas que elas mesmas ofereciam de suas respostas.
- Piaget: o psicólogo da inteligência.
- Epistemologia genética – origem do conhecimento.
- A grande questão: o conhecimento.
MÉTODO DE TRABALHO (MÉTODO CLÍNICO OU EXPLORATÓRIO CRÍTICO)
Elaboração do método: 1920-1930, pesquisas sobre as representações do mundo na criança.
Observação crítica: 1930 – 1940, estudo das origens da inteligência.
Método clínico e formalização: 1940 – 1955, estudo das operações mentais concretas e formais.
Os primeiros resultados dos testes de Burt revelaram que as crianças têm problemas para entender a noção
de parte
Observação
Registros
Intervenção
Entrevistas
Testar hipóteses
Escreveu mais de 100 livros
- experimentos verbais (livro: A linguagem e pensamento da criança, 1923, 1º livro). Após o nascimento
dos filhos, novos livros, em 1936:
- experimentos não-verbais (livro: O nascimento da inteligência da criança)
- A construção do real na criança
- A formação do símbolo na criança
1933 – Se torna diretor do Instituto Ciências da Educação – Genebra
1955 – Cria o Centro Internacional de Epistemologia Genética – Genebra
1970 – É criado o Arquivo Jean Piaget - -Genebra
2 – Demora na aceitação de sua teoria
Críticas:
- uso dos filhos como sujeitos (Jacqueline, Lucienne e Laurent)
- amostra pequena de sujeitos
- não seguia um padrão de entrevistas
- tradição Behaviorista (comportamental), segundo Piaget, o comportamento é controlado através de
organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e
designar ações. Papel do ambiente: pode afetar o ritmo.
- aversão ao estudo dos “processos mentais”
- trabalho em francês (dificuldade na tradução)
- textos de difícil leitura (muitos falam dele, alguns o citam e poucos o compreendem)
- enfim, a aceitação de sua teoria.
3 – Construtivismo
- Não é um método, é uma teoria
- Como a pessoa constrói seu conhecimento
- Autores (Emília Ferreiro, aluna de Piaget e Ana Teberosky)
- Linguagem escrita
- Estágios de desenvolvimento (ou fases de transição)
- Sequência fixa, universal.
- Fatores responsáveis pela mudança de estágio:
Maturação (neurológica);
Experiência (vivência, brincar com objetos, brincar com pedrinhas, experiência lógico-
matemática);
Transmissão social (interação social, que tem importância, mas só para o ritmo);
Equilibração (busca da criança em solucionar um problema).
PRINCÍPIOS DA TEORIA PIAGETIANA
A maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo.
Estruturas: formas de organização da atividade mental (pensamento).
Esquema: é ação ou estratégia, interna ou externa, que se desenvolve com uma certa organização e que
consiste em um modo de abordar a realidade e conhecê-la. Trata-se de um padrão de comportamento
segundo o qual um conteúdo é assimilado a um conhecimento que já se tem (é um jeito de pensar).
Esquemas Simples (ex: reflexo de sucção).
Esquemas Complexos (ex: operações lógicas).
Os esquemas simples vão se organizando, integrando-se a outros e formando os esquemas complexos. As
estruturas psicológicas desenvolvem-se gradualmente neste processo de integração com o ambiente e são
compostas por uma série de esquemas integrados.
Equilibração é a busca em solucionar um problema. Estar em equilíbrio é estar num sistema coerente, que
faz sentido. Para chegar à equilibração, é preciso que as estruturas e o esquema que temos possa dar conta
de resolver o problema. A inteligência é regida pela busca de equilíbrio.
No Construtivismo os processos de desenvolvimento e aprendizagem são resultados da atividade do
homem na interação com o meio ambiente. Piaget explica essa interação com o meio ambiente valendo-
se de 3 conceitos (tomados da Biologia): Assimilação, Acomodação e Adaptação.
Assimilação: incorporação de um NOVO (objeto ou ideia) ao que já é conhecido, ou seja, ao esquema que
o sujeito já possui. Significa assimilar uma coisa nova a algo que já conheço. Essa fase é predominante na
criança de 0 a 2 anos, fase sensório motora, quando ela quer explorar o mundo e tudo a sua volta.
Acomodação: transformação que o organismo sofre para poder lidar com o ambiente. Diante do NOVO o
sujeito modifica seus esquemas adquiridos anteriormente, tentando adaptar-se à nova situação. Trata-se de
um rearranjo das estruturas, ou seja, é a necessidade de reajustar a estrutura que se tem para se adaptar a
algo novo.
Do equilíbrio dos processos de Assimilação e Acomodação advém uma Adaptação ao mundo cada vez
mais adequada e uma consequente organização mental.
O desenvolvimento cognitivo, controlado por esses fatores (assimilação e acomodação), processa-se por
meio de todas as atividades infantis.
Desde o começo, pois, construímos em nossa mente uma espécie de modelo interior do mundo que nos
rodeia; como o modelo básico está em nossa mente, resta construí-lo, completá-lo e organizá-lo, à medida
que se tem contato com os estímulos do meio.
Piaget nos ajuda a compreender a sequência de desenvolvimento do modelo de mundo que uma criança
vai construindo ao longo de cada período de sua vida; nos ajuda a compreender os “erros” cometidos pelas
crianças, percebendo-os como resultados de uma maneira particular de interpretar a realidade, a partir de
um modelo particular de mundo que se tem. É esse modelo particular de mundo da criança e não do
professor que se tem de levar em conta quando se realiza o ensino. Além disso, a construção de novos
modelos, mais evoluídos, só é possível graças à atividade do próprio aluno, que é agente de seu
desenvolvimento.
Uma proposta de ensino baseada no Construtivismo Piagetiano
Piaget não pretendeu construir uma teoria pedagógica, embora seu método clínico pode sugerir uma
atitude extensiva à prática pedagógica: OBSERVAÇÃO.
Os professores têm preocupação e ansiedade em ensinar e não têm paciência suficiente para esperar que
as crianças aprendam. Dificilmente aguardam as respostas das crianças, e com isso, perdem a oportunidade
de acompanhar, através de respostas espontâneas, a estrutura de raciocínio de seus alunos (ansiosos para
ensinar os professores não observam/avaliam as condições dos alunos para aprenderem).
Modo clássico de intervenção dos professores: atividades dirigidas e controladas; explicar “como” fazer,
resolver e “dizer” que está certo ou errado. Este tipo de intervenção contraria a tese da Psicogenética que
consiste em atribuir um papel primordial à atividade do sujeito no processo de construção de seu próprio
conhecimento (sujeito como agente ativo do seu desenvolvimento e aprendizagem).
Educação fundamentada na teoria piagetiana: escolas com estratégias de ensinos que se baseiam na
atividade do aprendiz. As crianças organizam suas atividades a partir de um objetivo mais ou menos
preciso.
Ao aprenderem verdades já estruturadas e apresentadas de maneira organizada os alunos perdem a
oportunidade de realizarem suas próprias tentativas e estruturarem/construírem seu próprio conhecimento.
O ideal seria o professor adaptar o material escolar em função do caminho intelectual do aluno.
Outra tese piagetiana apresenta o desenvolvimento cognitivo como um processo sequencial marcado por
etapas caracterizadas por estruturas mentais diferenciadas.
A variabilidade na sequência do desenvolvimento pode ser observada em qualquer faixa etária e a
observação atenta do professor consiste no recurso para oferecer à criança o tipo de ensino/atividades do
qual ela realmente necessita.
A falta de conhecimentos por parte dos professores em relação ao desenvolvimento os leva a cometer
“erros/falhas” e propor situações-problemas em momentos inoportunos ou de forma inadequada. Outro
fator que interfere é a necessidade do cumprimento dos programas de ensino.
Proposta de uma Nova Forma de olhar o ensino:
- como está o aprendiz;
- o que fazer para que ele progrida, a partir do ponto em que ele está.
Aprender implica em COMPREENDER. O professor deve conhecer o processo de pensamento do
aprendiz, ou seja, deve sondar o nível de desenvolvimento da criança antes de planejar o ensino (Avaliação
Diagnóstica).
O desenvolvimento cognitivo é um processo social. A interação tem papel importante no
desenvolvimento das operações lógicas, pois influencia significativamente a visão do mundo do sujeito e
lhe permite evoluir de uma perspectiva subjetiva para uma objetiva. Costuma-se, por este motivo, falar em
cooperação para se fazer referência a este processo de desenvolvimento das operações no convívio social.
1. O Desenvolvimento Psíquico na Perspectiva de Piaget
Cada estrutura cognitiva tem o seu próprio momento de aparecer. A interação adequada como o meio
facilitará com que ela emerja e possa ser utilizada em sua plenitude. A perda desse momento pode ser
“desastrosa”, pois uma estrutura mental, se não for exercitada no momento próprio, irá requerer, em etapa
superior, maior esforço tanto do sujeito em desenvolvimento quanto de quem pretende facilitar/mediar este
processo.
1.1 Aspectos e Estágios do Desenvolvimento Psíquico
Funções de Conhecimento: responsáveis pelo conhecimento que se tem do mundo e incluem:
- pensamento lógico desde os reflexos até o pensamento operatório.
- organização da realidade desde o estado de indiferenciação entre o EU e o MUNDO e a construção de
conceitos.
Funções de Representação: incluem funções graças às quais representamos um significado qualquer
(objeto, acontecimento, pessoa) usando um determinado significante (palavra, gesto, desenho).
+ imitação diferida, jogo, desenho, a linguagem e a imagem mental.
Funções Afetivas: o motor do desenvolvimento cognitivo.
Na relação com o Outro as funções passam por etapas desde a anomia (ausência de regras morais para
limitar o que é permitido fazer) para a heteronomia (regras impostas pelo outro) até a autonomia moral.
O desenvolvimento dessas funções é marcado por períodos dotados de características bem definidas, as
quais expõem uma estrutura qualitativamente diferente da qual a precede e das que a sucederão ao mesmo
tempo em que preparam o indivíduo para o estágio seguinte.
2. O Desenvolvimento Cognitivo na Perspectiva de Piaget
Estágios = etapas = período
Estágios
1 - Sensório motora (0 a 2 anos)
– põe tudo na boca para conhecimento
2 - Pré-operatório (representativa) – (2 aos 7,8 anos)
3 – Operatório concreto (7,8 aos 12 anos)
- pensa em como resolver o problema
- pensa as partes de um todo num nível concreto
4 – Operatório formal (12 anos em diante)
- pensamento hipotético dedutivo
Interacionismo
Piaget
Concepção Interacionismo
Homem mundo Do indivíduo para o social (já existe um mundo social)
Conhecimento É construído espontaneamente
Aprendizagem Aprendizagem está subordinada do desenvolvimento
Professor Cria condições, desafiando, apresentando problemas
Objetivo da educação Construção do conhecimento
Palavra-chave Construção do conhecimento
Conhecimento para Piaget consiste em Conhecimento físico (dos atributos dos objetos), Conhecimento
lógico-matemático (construção mental de relações) e o Conhecimento Social (adquirido através das
interações, linguagem, palavras matemáticas, convenções morais).
Desenvolvimento cognitivo, para Piaget, consiste em adaptações às novas observações e experiências. As
adaptações, por sua vez, ocorrem de duas formas: por meio da assimilação e acomodação.
Quando se apresenta algo novo para a criança, a primeira coisa que ela tenta fazer é assimilar a algum
conhecimento que já possui. Exemplo: ver um leão pela primeira vez. Se a criança não consegue assimilar,
ela tenta construir uma estrutura nova (forma de pensamento) e chegar ao processo de acomodação.
Para Piaget, o desenvolvimento se dá a partir da tentativa constante de buscar o equilíbrio, através dos
processos de assimilação e acomodação. O indivíduo vai construindo estruturas variáveis, visando sua
adaptação ao mundo exterior. A inteligência, segundo ele, é uma adaptação.
Adaptação é o equilíbrio entre o organismo e o meio.
Para chegar à equilibração, é preciso que a estrutura e o esquema que temos possa dar conta de resolver o
problema.
OS ESTÁGIOS DO CONHECIMENTO – NA TEORIA PIAGETIANA
1) Sensório-motor ( 0 a 2 anos)
- A criança passa por uma revolução copernicana, ou seja, quando nasce, ela acredita ser o centro do
mundo, com o tempo, vai aprender que ela é mais uma parte do mundo, da família;
- Reflexos; o desenvolvimento se dá por meio de percepções, sentidos e movimentos, pelos quais o sujeito
percebe o mundo (ex: sugar).
- Coordenação de reflexos e reação:
- Repetição de ações quando produzem resultados;
- Construção da noção do objeto;
- Invenção de meios para atingir objetivos (inteligência prática).
- 1o momento do desenvolvimento lógico.
- Coordenação sensório-motora de ação baseada na evolução da percepção e da motricidade.
- Domínio dos reflexos Aprendizagem.
- Nele se origina o comportamento inteligente (inteligência essencialmente prática).
Do Ponto de Vista do Desenvolvimento do Pensamento o Período Sensório-Motor é dividido em 6
subestágios:
1. Exercício Reflexo: atividade puramente reflexa (ex: sugar). Estende-se pelo 1o mês de vida.
2. Reações Circulares Primárias: formação dos primeiros hábitos (repetir o comportamento relativo ao
próprio: movimento com as mãos, que foi casualmente emitido).
3. Coordenação de visão e preensão e Começo das reações circulares secundárias: a criança repete os
comportamentos (reação circular) que produziram certo efeito e os faz intencionalmente. Há uma
antecipação, embora limitada, do efeito de uma ação. Delineia-se, então, a diferença entre fins e meios,
mas sem preliminares quando da aquisição de uma conduta nova.
Vai até aproximadamente os 8 meses.
4. Coordenação dos esquemas secundários: com utilização, em certos casos, de meios conhecidos para
obtenção de um objetivo novo. Vai até aproximadamente os 18 meses.
5. Diferenciação dos esquemas de ação por reação circular terciária: variação das condições de exploração
e tateamento dirigido e descoberta de meios novos (tenta outros meios para atingir seus objetivos; percebe
que os esquemas do seu repertório são adequados para tingir todos os fins).
Com aproximadamente 18 meses a criança começa a pensar, a procurar o que quer e pegar sem auxílio. A
criança já possui memória.
6. Início da interiorização dos esquemas e Solução de alguns problemas após a interrupção da ação e
ocorrência de compreensão súbita: situação-problema comportamento representativo observação
resposta. Vai até aproximadamente 2 anos.
Do Ponto de Vista da Organização da Realidade o Período Sensório-Motor apresenta as seguintes
características:
Coordenação dos movimentos e deslocamentos: inicialmente são centrados no próprio corpo.
Descentralizam-se gradualmente e atingem um estágio em que a criança se percebe como um elemento
entre outros e descobre o objeto permanente.
Ao esconder um brinquedo com o qual a criança está brincando:
1o) A criança procura, evidencia a compreensão da existência do brinquedo, mesmo fora do seu campo
visual. A criança não é capaz de acompanhar os deslocamentos se o brinquedo for escondido em diferentes
lugares. 4o subestágio / Aproximadamente dos 8 – 11 meses.
2o) A criança acompanha os deslocamentos sucessivos, desde que sejam perceptíveis = Grupo prático dos
deslocamentos (capacidade de coordenar desvios, retornos de ações e outros movimentos). 5o subestágio /
Aproximadamente 18 meses.
3o) A criança é capaz de encontrar o objeto escondido, mesmo quando há complexas combinações de
esconderijo, incluindo até deslocamentos não perceptíveis = Generalização do grupo prático dos
deslocamentos. A criança já domina o objeto permanente. 6o subestágio / Aproximadamente 2 anos.
Estímulo Resposta Reflexo
Colocar dedo na boca Sugar o dedo Sucção
Tocar o rosto do bebê Virar em direção ao toque Rotação
Luz forte Piscar Piscar
Alimento / objeto na boca Engolir Deglutição
Colocar o bebê na água Irá nadar Natação
Colocar em cima de uma superfície Irá andar Marcha automática
Picar o pé
Flexionar as pernas e em seguida
fechá-las
Babynsky (reflexo primitivo em
bebês)
Movimento inesperado Abrir os braços e depois fechá-los Mora (reflexo do susto)
Colocar o dedo na palma da mão
Segura o dedo (podemos até levantar
a criança) Preensão
- Representação – colocar uma coisa no lugar de outra. Esse é o salto para a próxima fase.
2) Pré-operatório (2 a 7 anos)
- É o período anterior ao período em que ela vai operar (agir sobre os objetos).
- É a etapa representativa (desenhar, brincar).
- Egocentrismo – (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outra pessoa).
- Centralização – ela não relaciona entre si os diferentes aspectos ou dimensões de uma situação.
- Animismo – dar vida aos objetos.
- Realismo nominal – nome é parte do objeto. Pergunta: “o Sol pode ser chamado de Lua”, “não, o Sol não
pode diminuir de tamanho para se chamar de Lua”.
- Jogo simbólico – faz de conta.
Desenvolvimento do Pensamento, Desenvolvimento da Linguagem e Desenvolvimento da Moral.
Preparação e organização das operações concretas, tendo uma estrutura pré-operatória.
A criança volta-se para realidade exterior; expande do subjetivo para o objetivo.
Após os 18 meses, a criança começa a falar, usar jogos de faz-de-conta, imitar. Desta forma, instala-se o
simbólico.
2 – 4 anos instala-se a função simbólica e tem início a interiorização dos esquemas de ação em
representações.
predomina a transdução (modelo de raciocínio primitivo, que se orienta do particular para o particular.
À transdução relacionam-se os pré-conceitos ( são concretos e compostos de imagens) e as pré-relações.
O raciocínio transdutivo tende a justapor os elementos sem vinculá-los, mediante apelo à necessidade
lógica ou causalidade física.
fala egocêntrica.
com aproximadamente 3 anos: SOLILÓQUIO. A criança fala em voz alta, mesmo sozinha. Assume
vários personagens e brinca com amigos imaginários.
Habilidade Motora: É uma aprendizagem e, portanto, necessita de treino. Localiza-se no Córtex Cerebral.
Os estímulos estão presentes em nossas vidas e devem respeitar a maturação da criança (esse tempo é
universal).
Aprendizagem Estimulação
Maturação
Tempo
Fala (motora) Lobo Frontal (Área de Broca).
Linguagem Lobo Temporal Esquerdo (Área de Wernicke).
Aprendizagem.
Interpretação.
18 meses- 2 anos: Frases telegráficas com frases curtas, sem preposições e/ou conjunções. Início do uso do
EU.
3 anos: Frases mais completas, com associação do EU/MEU.
Revolução Copérnica a criança começa a criar independência, amplia seu campo de visão e
ação fatos responsáveis pela formação da personalidade da criança. Na descoberta dessa independência
a criança torna-se EGOGÊNTRICA (Pensamento Egocêntrico).
Nesta fase é muito importante o adulto apresentar para a criança uma rotina, coerência nas atitudes
dos pais e educadores e também permitir a criança que faça escolhas.
Egocentrismo: 2 – 4 anos. É uma disposição afetivo-intelectual que se apresenta sempre que uma
alteração da realidade social do sujeito não é acompanhada da capacidade de representar tal realidade. Não
é egoísmo. A criança pensa que todos vêem o mundo como ela o vê. A criança se vê como o centro e a
única estrutura de referência. Aparece também na adolescência e na velhice. Traz algumas manifestações
características:
a) Animismo é a tendência a atribuir vida (anima) a todos os seres, mesmo os inanimados.
b) Artificialismo é a tendência a atribuir uma origem artesanal humana a todas as coisas (ex: a
montanha foi feita por um homem grande que juntou muita terra).
c) Finalismo é a tendência da criança a considerar que todos os seres e objetos têm uma finalidade,
que é servi-la ( a cama é para ela dormir).
Egoísmo (desenvolvimento moral / social) é diferente do
Egocentrismo (desenvolvimento do EU / Individualidade)
4 – 5 1/2 anos Aparecem as organizações representativas, fundadas seja sobre configurações estáticas,
seja sobre assimilação à própria ação.
Fase dos “por quês”.
As primeiras estruturas representativas têm um caráter de dualidade dos estados e das transformações.
Enquanto os estados são pensados como configurações estáticas (é o caso do papel da coleção de figurinha
quando a criança forma classes), as transformações são assimiladas às ações, e a criança tende a não
percebê-las.
Aos 4 anos a criança começa a contar história, embora ainda não tenha sequência lógico-temporal.
Começa também a conjugar os verbos (Pensamento Verbal).
A partir do 4 anos domina o raciocínio intuitivo: bastante rápido e ainda pré-lógico; fundamenta-se
exclusivamente na percepção. A criança acredita numa constância perceptual (acredita no que ela vê).
A criança adquire um modo de lidar com muitos problemas de integração, de diferentes pontos de
vista, e com informações de diferentes fontes.
A criança desconhece a reversibilidade e a conservação. Por isto, não é ainda uma lógica, mas uma
semilógica, e, a falta de operações inversas, não tem uma estrutura operativa. A criança realiza operações
em suas imagens mentais – considera a imagem mental em toda sua concretividade e depois organiza
mentalmente, a fim de conseguir informações novas. Tudo se passa como se a imagem mental seguisse as
leis que governam o objeto real, mas não pudesse formular conceitualmente tais leis e, assim, ver o
problema através de uma forma inteiramente lógica, a fim de chegar a uma resposta.
5 – 7 anos: a criança descobre uma série de “regras e estratégias” gerais e abstratas, imensamente
poderosas, para examinar e interagir com o mundo (operações concretas).
5 1/2 – 7 anos Aparecem as regulações representativas articuladas.
Fase intermediária entre a não-conservação e a conservação (quando adiciono algum
elemento em algo, modifico-o).
Marca a início das ligações entre estados e transformações, tornando possível pensá-las sob a forma
semi-reversível (a criança é capaz de acompanhar o movimento de transformar a água em gelo e admitir
que seja possível voltá-la à forma anterior).
O pensamento representacional, graças a sua capacidade simbólica, apreende, simultaneamente, numa
síntese interna, única, uma série de fatos. Este pensamento pode refletir sobre a organização de seus
próprios atos. É intrínseca a ela a faculdade de ser contemplativo da ação em lugar de ser meramente ativo.
Outra característica do período pré-operacional é sua capacidade para superar o presente imediato, que
lhe possibilita, com o tempo, estender seu alcance muito além dos atos presentes, concretos do sujeito e
dos objetos presentes, concretos do ambiente.
Operações: referem-se especialmente a esquemas internos como reversibilidade, adição, subtração,
divisão, ordenação serial.
Incapacidade de Descontração: O pensamento pré-operatório tende a centrar a atenção num só traço
mais saliente do objeto de seu raciocínio, em detrimento dos demais aspectos importantes. A criança é
incapaz de descentrar, isto é, de tomar em consideração aspectos que poderiam equilibrar e compensar os
efeitos distorcedores do raciocínio, que se fixa apenas num aspecto particular da realidade.
Estados X Transformações: A criança tende a concentrar sua atenção nos aspectos ou configurações
sucessivos de uma coisa, mais do que nas transformações através das quais um estado se transforma em
outro. É por este fato que dizemos que o pensamento pré-operacional é estático, imóvel, pode concentrar-
se, de maneira esporádica e impressionista, nesta ou naquela condição momentânea, estática, mas não liga
de modo adequado uma sucessão de condições numa totalidade integrada, levando em consideração as
transformações que as unificam e as fazem logicamente coerentes.
Ação: O pensamento pré-operacional desenvolve-se a partir de imagens concretas e estáticas da
realidade, e não com sinais abstratos. Por isso, as representações da criança, tanto em sua forma quanto em
sua operação, são muito mais próximas das ações manifestas que as representações de crianças maiores. A
criança, em lugar de reorganizar, esquematizar, dar nova forma aos fatos, tende a imprimir em sua mente
as sucessões de fatos da realidade tal como faria na conduta manifesta. Uma das formas assumidas por esse
pensamento concreto é o realismo.
Irreversibilidade: O pensamento pré-operacional, lento e muito concreto, não é reversível, pois não faz
mais do que repetir aspectos irreversíveis da realidade.
Brinca em grupo.
Linguagem = Diálogo ( uso do Nós).
Começa a escrever.
A criança percebe / compreende que os elementos podem pertencer a mais de uma categoria ao mesmo
tempo.
Desenvolvimento Moral: há uma ambiguidade entre VIOLÊNCIA (é negativa e aprendida socialmente)
e AGRESSIVIDADE (é “positiva”. A pessoa não se acomoda. É importante para o desenvolvimento
moral).
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
A Teoria Epistemológica de Jean Piaget sobre a aquisição da linguagem desenvolve-se na Abordagem
Cognitivista Construtivista.
Linguagem é o recurso por meio do qual a criança representa o mundo que vai percebendo. Sua
maneira de falar é condizente com sua estrutura mental, o que nos permite uma análise do
desenvolvimento cognitivo através da fala.
Solicitar à criança que apresente verbalmente seu raciocínio durante o trabalho e aceitar explicações
adequadas ao seu nível de desenvolvimento.
O aparecimento da linguagem se dá na superação do Estágio Sensório-Motor (após os 2 anos de idade)
dependendo do desenvolvimento da inteligência da criança.
Conquista cognitiva + Inteligência sensorial e motora.
Piaget relaciona a linguagem à cognição. Linguagem e Raciocínio são complementares e se
interinfluenciam.
A linguagem é adquirida por meio das experiências/relações da criança com o meio físico.
De acordo com o momento do desenvolvimento, em cada período, há também o desenvolvimento de um
grau de inteligência, e consequentemente de linguagem.
Surge a possibilidade de adotar símbolos Desenvolvimento Linguístico.
Linguagem é entendida como um Sistema Simbólico de Representações.
O desenvolvimento da inteligência representativa está ligado à aquisição da linguagem: representar
qualquer coisa por meio de outra = Função Simbólica.
Significado Significantes
Objeto Fala / Gestos
Acontecimento Desenho /Escrita
Pensamento e Linguagem
• A linguagem segue o modelo da assimilação e, só quando houver a presença da capacidade de
representação é possível, de fato, construir mais tarde a função simbólica e semiótica.
• O vocabulário e a construção frásica da criança atingem patamares de altíssima complexidade,
quando comparados com estágios anteriores.
• Período denominado de “fase linguística por excelência” devido à própria velocidade avassaladora
com que a criança adquire os requisitos linguísticos e comunicacionais.
• As coisas do mundo a dizer são primeiramente objetos da percepção para serem, depois, imagens,
sinais, símbolos, palavras, frases, linguagem.
• É neste jogo que a criança faz a passagem da imagem sensível à imagem mental e na qual investe
grande parte da sua energia.
• Papel Semiótico: - Surge entre os 2 aos 4 anos. Baseado na imagem mental que pressupõe já a
aquisição da capacidade representativa.
• Função Simbólica: - A criança dedica-se à formação de significantes cada vez mais variados e
complexos e, à integrá-los num sistema de símbolos que estará na base do jogo simbólico. - Atividade
predominante.
Linguagem como ferramenta
A linguagem é vista como ferramenta essencial que serve de escopo aos valores, ideologias, padrões,
costumes e ritos de uma determinada cultura.
A linguagem é condicionadora dos processos de ensino e aprendizagem e, determinante por tal, do
próprio desenvolvimento humano.
3) Estágio Operatório (também denominado Operacional Concreto)
7 aos 11/12 anos.
Muda a forma pela qual a criança aborda o mundo.
As ações, que implicam em manipulação e contato direto com o real, são interiorizadas e passam a
constituir as operações. Estas operações são ações interiorizadas (conhecer o real implica em pensar sobre
ele) agrupadas em sistemas coerentes e reversíveis (pode-se anular uma ação e voltar ao ponto de partida).
Reconstrução: requer a passagem de um estado inicial em que tudo está centrado no CORPO e na ação
do sujeito a um estado de descentração que implica em relação objetiva com acontecimentos, objetos e
pessoa. Para se chegar às operações o sujeito se baseia num universo físico e também em um universo
interindividual e social. A criança elabora seu conhecimento do mundo levando em conta os sujeitos com
os quais convive e que são ao mesmo tempo exteriores análogos ao EU.
Cooperação: que emerge das relações entre iguais é indispensável à objetividade, coerência interna e
universalidade das estruturas operatórias.
De acordo com Piaget, as operações lógicas têm como modelo as Operações Lógico-Matemáticas e se
organizam como estruturas mentais. Por se assemelharem à estrutura matemática do grupo, ele as
denomina agrupamentos.
- 1º Subestágio de Operações Concretas Classificação
(+- 7 aos +-9 anos) Seriação
- 2º Subestágio de Operações Concretas Compensação Simples
( +- 9 aos +- 11/12 anos)
Há uma hierarquia, com uma complexidade crescente. A ocorrência de uma depende sempre da que a
antecede.
Operações:
- constituem em transformações reversíveis e tal reversibilidade pode constituir em inversões ou em
reciprocidade.
- a criança compreende estas reversibilidades sem, contudo, coordená-las.
- baseiam-se diretamente nos objetos e não ainda em hipóteses enunciadas verbalmente.
- são de duas ordens ( há uma estreita relação entre as duas):
a) Operações Lógico-Matemáticas versam sobre semelhanças (classes e relações simétricas),
diferenças (relações assimétricas) ou ambas ao mesmo tempo (números). Reúnem os objetos em classes,
ordená-los, multiplicá-los, mas não se ocupam do objeto em sua composição inteira.
b) Operações Infralógicas são formadoras da noção do objeto como tal, por oposição ao conjunto de
objetos. Dizem respeito às conservações físicas (conservação da quantidade de matéria, de peso e de
volume) e à constituição do espaço (conservação de comprimento, superfície, perímetro, horizontais,
verticais, etc.). Resultam na construção de variantes físicas e espaciais.
O Desenvolvimento das Operações Infralógicas
Transformação Operatória: não modifica tudo ao mesmo tempo. Há sempre um invariante (Segundo
Piaget: noção ou esquema de conservação).
*** Noção de Conservação se constituem paralelamente à elaboração das estruturas Lógico-Matemáticas
de classes, relações e números. Etapas de Não-Conservação, Semi-Conservação e Conservação.
Conservações Físicas:
1) Conservação de Quantidade: 7 aos 9 anos (identidade simples ou aditiva; reversibilidade por
inversão; compensação ou reversibilidade por reciprocidade de relações).
2) Conservação de Peso: 9/10 anos.
3) Conservação de Volume: é a última a se instalar por volta dos 11 anos.
Conservações Espaciais:
1) Conservação de Comprimento: supõe a noção de distância e constituição do espaço que contém os
objetos.
2) Conservação da Superfície.
3) Conservação do Volume Espacial. Etapas: capacidade de dissocia altura e volume; de 7 aos 9 anos a
criança vai gradualmente colocando em relação as três dimensões (forma, altura e volume).
O Desenvolvimento das Operações Lógicas
As Operações Lógicas de Classificação, Seriação e Compensação emergem no Período Operatório (ou
Operacional Concreto).
a) Classificação – consiste na capacidade de separar objetos, pessoas, fatos ou idéias em classes ou
grupos, tendo por critério uma ou várias características comuns. É um agrupamento básico, cujas origens
podem ser encontradas nas assimilações próprias dos esquemas sensório-motor. Etapas:
1. Coleção de Figuras: são reunidos os objetos semelhantes, mas justapondo-os espacialmente em
fileiras, círculos, quadrados, de tal modo que a coleção forma uma figura no espaço que sirva de expressão
perceptiva ou acompanhada da imagem de “extensão” da classe.
2. Coleções Não-Figurais: os objetos são reunidos em pequenos conjuntos, sem forma espacial, e
podem diferenciar-se em subconjuntos.
3. Classificação Operatória: conseguida +- aos 8 anos. Caracteriza-se pelo encaixe de classes de
extensão, o que não ocorria às coleções não-figurais ou inclusão de classes.
b) Seriação – ordenar os elementos segundo as grandezas crescentes ou decrescentes. É alcançada +-
aos 7 anos e dela derivam progressos ulteriores:
1. Correspondências Seriais: fazer corresponder a um conjunto de objetos de tamanhos diferentes,
seriando-os e fazendo corresponder termo a termo.
2. Seriação de duas dimensões.
c) Compensação:+- 9 aos 11/12 anos. Raciocínio que tenta restabelecer o equilíbrio de um sistema
modificando uma variável do próprio sistema ou de um sistema diferente.
O Desenvolvimento de Conceitos Matemáticos
Os Conceitos Matemáticos de número, tempo e espaço e os conceitos combinados de espaço, tempo e
velocidade desenvolvem-se em estreita relação com as operações lógicas e infralógicas, e se
interinfluenciam.
Número a formação do conceito de número efetua-se em estreita conexão com a conservação numérica e
com as operações lógicas de classificação e seriação. Aprender a contar verbalmente não significa o
domínio do conceito de número. Só se poderá falar em números operatórios quando estiver constituindo a
conservação dos conjuntos numéricos independente dos arranjos espaciais. O conceito aritmético de
número depende:
- da formação da noção de unidade.
- os elementos se tornam classificáveis segundo as inclusões de classes.
Espaço: a noção de espaço é fundamentada em estruturas em estruturas operatórias que se baseiam em
objetos contínuos, nas suas vizinhanças e separações. São as estruturas infralógicas.
Medida Espacial é uma operação que se constitui em estreito isomorfismo com a noção de número,
mas independe dela. A medida se inicia com a divisão do contínuo em classes; em seguida, para que se use
a unidade, é preciso que uma das partes seja aplicada sucessivamente sobre o todo por deslocamento
ordenado e isto corresponde a uma seriação. O desenvolvimento das operações espaciais na criança
apresenta uma seqüência teórica: Estruturas topológicas de divisão de ordem (vizinhança, coordenação
de vizinhança em ordem linear e depois bi e tridimensional) constituem um funcionamento geral que
precede as estruturas projetivas (pontual, coordenação de ponto de vista) e as estruturas métricas
(deslocamentos, medidas de duas/três dimensões em função de um sistema de referências ou coordenadas
naturais).
Tempo: a noção de tempo repousa sobre três espécies d operações:
- Seriação de acontecimentos que constitui a ordem de sucessão temporal.
- Encaixe dos intervalos entre os acontecimentos pontuais, fonte da duração.
- Métrica temporal, isoforma à métrica espacial.
Velocidade: a noção de velocidade não principia em sua forma métrica (velocidade = espaço + tempo)
antes dos 10/11 anos. Tem inicialmente um caráter ordinal. Apresenta a seguinte sequência de
desenvolvimento:
a) pré-operatório – a criança só considera os pontos de chegada.
b) a criança estrutura operacionalmente as ultrapassagens antecipadamente tanto quanto as contatadas.
c) a criança toma em consideração a grandeza crescente ou decrescente dos intervalos (nível hiperordinal).
d) a criança estabelece relações entre os espaços percorridos e o tempo gasto.
4) Estágio das Operações Formais ( também denominado Operacional Abstrato)
11/12 a 14/15 anos.
O adolescente, ao tomar em consideração um problema, é capaz de prever todas as relações que
poderiam ser válidas e logo procura determinar, por experimentação e análise, qual dessas relações
possíveis tem validez real.
O adolescente não se limita a organizar o que lhe chega através dos sentidos; tem a capacidade
potencial de imaginar o que poderia estar ali.
A descentração que se realiza na pré-adolescência, liberando o pensamento infantil do concreto, em
proveito dos interesses orientados para o abstrato e o futuro, implica algumas outras características:
a) a estratégia que trata de determinar a realidade no contexto da possibilidade tem caráter
fundamentalmente hipotético-dedutivo. Descobrir o real em meio ao possível supõe que se possa
considerar o possível como um conjunto de hipóteses que devem ser confirmadas ou refutadas
sucessivamente.
b) os dados são enunciados ou proposições que contêm esses dados. Pensamento formal é, sobretudo,
pensamento proposicional. Tomam-se os resultados das operações concretas (ex: classificação e seriação).
As operações formais são, na realidade, operações realizadas sobre o resultado de operações
concretas anteriores. Piaget denomina-as “Operações de 2º Grau” ou “Operações a 2ª Potência”.
c) o adolescente isola de modo sistemático todas as variáveis individuais, submetendo-as a uma
análise combinatória, método que assegura a realização de um inventário completo do possível.
IMPORTANTE: Todos os traços do pensamento formal unem-se para transformá-lo em instrumento do
raciocínio científico. O adolescente é capaz de achar a solução correta para um genuíno problema de
descoberta científica. Os instrumentos adequados lhe são proporcionados pela atitude hipotético-dedutiva,
pelo método combinatório e pelos demais atributos do pensamento formal, que lhe permitem isolar as
variáveis que poderiam ser causais, mantendo um fator constante, a fim de determinar a ação causal do
outro. Assim, o adolescente é capaz de imaginar as diversas transformações possíveis a que se podem
submeter os dados para pô-los à prova empiricamente, e também é capaz de interpretar de maneira
logicamente correta os resultados de provas empíricas.
Combinatória
O adolescente é capaz de construir quaisquer classes e relações reunindo os elementos (1 a 1; 2 a 2; 3 a
3......).
O adolescente é capaz de combinar objetos entre si, fatos, idéias ou proposições, raciocinando, em cada
caso, sobre a realidade dada, não mais a reduzindo aos aspectos limitados e concretos, mas sim em função
de todas as combinações possíveis (ou certos números delas). Isso realça os poderes dedutivos da
inteligência e esclarece o conceito da combinatória.
Síntese dos estágios de desenvolvimento, segundo Piaget
Estágios Características Matemática Pensamento e Linguagem
Sensório-motor
Sentidos,
movimentos,
reflexos.
Construção das noções:
objeto, tempo, espaço,
causalidade.
Ações
Pré-operatório
Linguagem,
representação,
egocentrismo.
Simbolização,
representação
000 3
Linguagem torna-se essencial
para estágios seguintes. Faz de
conta, desenho, imitação.
Função simbólica do
pensamento precede a
linguagem. Representação.
Operatório concreto
Operações,
reversibilidade,
raciocínio lógico.
Conservação: seriação,
classificação, inclusão de
classe, número.
Pensamento é construído com
base em objetos.
Operatório formal
Abstração. Pensamento hipotético-
dedutivo. Operação com
ideias.
Pensamento é construído com
base em hipóteses que são
enunciadas verbalmente.
A Elaboração do Universo pela Criança: as noções de Objeto, Espaço, Causalidade e Tempo
Objeto
- conceito de objeto, para Piaget, não é inato.
- coordenação da visão e audição.
- permanência do objeto (consegue acompanhar com os olhos o objeto que sai do campo visual).
- constância da forma e do tamanho.
- deslocamentos visíveis.
- deslocamentos sequenciais.
- representação mental.
Espaço
- preensão.
- espaço bucal.
- espaço auditivo.
- espaço tátil.
- espaço visual.
- coordenação.
- percepção.
- localização.
- distância e profundidade.
- deslocamento.
- relação de conteúdo e continente.
- condições de equilíbrio.
- posições dos objetos.
- relações espaciais.
Causalidade
- noções de causa e efeito.
- egocentrismo: criança se sente causadora de todos os eventos.
- percepção de que, além dela mesma, os objetos causam atividades.
- a criança descobre que existe um contato espacial entre causa e efeito (externos ao corpo), ligadas à
atividade manual: atrair ou afastar.
- após o 1º ano de vida, adquire a capacidade de manter a imagem de objetos, representações na ausência
dos objetos.
Tempo
- (0-2 anos) sensório motor.
- egocentrismo radical.
- coordenar seus movimentos no tempo (o que vem antes e depois).
- coordenar no tempo sua percepção (os sentidos sensoriais).
- percepção do antes e depois: atividade do próprio bebê.
- 1 ano de idade: capacidade de ordenar os acontecimentos exteriores.
- a criança torna-se capaz de evocar recordações.
A Construção do Raciocínio Matemático
A) Pensamento da criança (operatório-concreto)
1 – Tarefas Piagetianas
- operações – estabelecer relações
- reversibilidade – compreensão do todo e suas partes
- conservação – os elementos mantêm suas características
- seriação
Operações lógicas - classificação
- inclusão de classes
- número
- físico
2 – Tipos de conhecimento – lógico-matemático
- social
3 – O conceito do número
- síntese das operações lógicas de seriação – inclusão de classes
4 – Atuação do professor
- símbolos: não precisa ser ensinado.
- signos: convencional – ensinado.
- feed back : retorno – aprendizagem.
- coerência interna no sistema de pensamento
(não depende da resposta do outro – professora).
- argumentação.
- evitar “certo” e “errado”.
- bloqueio da matemática.
- sugestão: leitura e escrita de numerais
adição e problemas simples de enredo.
5 – Importância da interação social
- descentração.
- troca de ponto de vista.
- situações em sala de aula que podem ser aproveitadas na aprendizagem da matemática.
- jogos – feed back imediato.
B) Pensamento do adolescente (operatório-formal)
- abstrato.
- operações formais: não mais o conteúdo, mas a forma.
- problemas verbais.
- pressupostos, ideias, hipóteses.
- pensamento hipotético-dedutivo.
PIAGET – ASPECTOS TEÓRICOS (Material para apoio didático)
Algumas definições e pressupostos são essenciais para entender a teoria de Piaget:
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA: Teoria do conhecimento que aborda as mudanças e evolução do
conhecimento.
EQUILÍBRIO (Equilibração): Processo progressivo de organização das estruturas cognitivas num
sistema coerente, interdependente, que possibilita ao indivíduo um tipo ou outro de adaptação à realidade.
ESTRUTURAS: Formas de organização da atividade mental, as explicações particulares, diferentes, da
inteligência.
ESQUEMA: A ação ou estratégia, internaou externa, à qual um conceito é assimilado.
ADAPTAÇÃO: Processo de ajustar-se ao ambiente. Decompõe-se em assimilação e acomodação.
ASSIMILAÇÃO: Incorporar as coisas e pessoas à atividade própria do sujeito, assimilar o mundo exterior
às estruturas já construídas.
ACOMODAÇÃO: Reajustar as estruturas já construídas em função das transformações ocorridas, ou seja,
acomodá-las aos objetos externos.
PRESSUPOSTOS CENTRAIS:
1. Estratégias inatas 2. Mudanças nas estratégias 3. Exploração voluntária
4. Respeito à sequência 5. Papel do ambiente (afeta o ritmo)
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO (Estruturas):
1. Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos) 2. Pré-operatório (de 2 a 7 anos)
3. Operatório-concreto (de 7 a 12 anos) 4. Operatório-formal (após os 12 anos)
FATORES RESPONSÁVEIS PELA PASSAGEM DE UM ESTÁGIO A OUTRO:
1. Maturidade do Sistema Nervoso 2. Interação Social (Transmissões Culturais)
3. Experiência (física e lógico-matemática) 4. Equilibração (Auto-regulação)
VIGOTSKY
Pilares do pensamento de Vigotsky:
1- As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos de atividade cerebral;
2- O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo
exterior, as quais desenvolvem-se num processo histórico;
3- A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos.
Mediação simbólica – Funções Psicológicas Superiores
Diferente de ações reflexas;
Diferente de ação automatizada;
Diferente de associação simples entre eventos;
A partir de informações novas, a tomada de decisão, um comportamento superior, voluntário.
Atenção, percepção, memória, linguagem, pensamento, imaginação...
BEBÊ Mediação ADULTO
Funções psicológicas elementares Funções Psicológicas Superiores
Atenção involuntária
Percepção natural Percepção Mediada
Memória natural Memória mediada
Mediação (estar entre)
2 elementos mediadores:
- instrumento
- signo (significado símbolo)
Uso de instrumentos
- ação transformadora sobre a natureza
- surgimento do trabalho e formação da sociedade humana
Uso dos signos
- signo – orientado para o próprio sujeito, controle de ações psicológicas
- pode começar com marca externa, amarrar barbante para lembrar algo
A relação do homem com o mundo não direta, mas mediada.
Mediação – intervenção de um elemento intermediário.
- instrumento: orientado externamente, altera a natureza
Elementos mediadores
- signo (símbolo): orientado internamente, controla ações do sujeito
PIAGET VYGOTSKY
Concepção Interacionismo. Interacionismo.
Homem-mundo Do individual para o social. Do social para o individual.
Conhecimento É construído espontaneamente. A criança constrói a partir das
interações que mantém.
Aprendizagem Aprendizagem está
subordinada ao
desenvolvimento.
O desenvolvimento decorre da
aprendizagem, que é uma apropriação
dos conhecimentos já construídos
pelas gerações anteriores.
Professor Cria condições, desafiando,
apresentando problemas.
Mediador.
Objetivo da
educação
Construção do conhecimento. Desenvolvimento das funções
psicológicas superiores (atenção,
memória, imaginação...).