Aula_Introdução à Macroeconomia

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INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA 1) O estudo da Economia está dividido em dois compartimentos de análise: a microeconomia e a macroeconomia. A Macroeconomia é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. São importantes variáveis macroeconômicas: o produto, a renda nacional, as exportações, as importações, os nível de emprego, o consumo total da economia, os investimentos, a inflação, os juros, etc. Para medir e quantificar as variáveis macroeconômicas os países dispõem de institutos de pesquisa e da chamada Contabilidade Nacional. Esta compreende o registro das transações realizadas no país entre diferentes setores da atividade econômica. No Brasil, o IBGE é o instituto que quantifica essas variáveis e divulgam os resultados da produção do país, anualmente (e ao longo dos trimestres). Dentre os agregados macroeconômicos, o Produto é o mais importante. Isto por que é da produção do país que se calcula a Renda Nacional (a riqueza gerada em cada ano). O PIB (produto Interno bruto) é o que equivale ao “produto” de um país e pode ser medido por três óticas: do produto, da renda e da despesa. Cada uma delas é representada pelas seguintes relações contábeis: Ótica do produto = valor da produção () valor dos bens intermediários. Ótica da renda = soma das remunerações dos fatores de produção. Ótica da despesa = soma dos gastos finais na economia em bens e serviços (nacionais e importados). Esta relação é conhecida como “Equivalência Macroeconômica”, pois dela temos: Produto = Renda = Despesa. Ou seja, da atividade produtiva de um país (no qual os recursos de produção são mobilizados pelos agentes econômicos), são gerados os fluxos de produção. Esta produção remunera os fatores de produção (pagam-se salários, juros, lucros, aluguéis e

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Introdução a Macroeconomia

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INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

1) O estudo da Economia está dividido em dois compartimentos de análise: a

microeconomia e a macroeconomia.

A Macroeconomia é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da

economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o

volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema

econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. São importantes

variáveis macroeconômicas: o produto, a renda nacional, as exportações, as

importações, os nível de emprego, o consumo total da economia, os investimentos, a

inflação, os juros, etc.

Para medir e quantificar as variáveis macroeconômicas os países dispõem de institutos de

pesquisa e da chamada Contabilidade Nacional. Esta compreende o registro das

transações realizadas no país entre diferentes setores da atividade econômica. No Brasil, o

IBGE é o instituto que quantifica essas variáveis e divulgam os resultados da produção do

país, anualmente (e ao longo dos trimestres).

Dentre os agregados macroeconômicos, o Produto é o mais importante. Isto por que é da

produção do país que se calcula a Renda Nacional (a riqueza gerada em cada ano). O

PIB (produto Interno bruto) é o que equivale ao “produto” de um país e pode ser medido

por três óticas: do produto, da renda e da despesa. Cada uma delas é representada

pelas seguintes relações contábeis:

Ótica do produto = valor da produção (–) valor dos bens intermediários.

Ótica da renda = soma das remunerações dos fatores de produção.

Ótica da despesa = soma dos gastos finais na economia em bens e serviços (nacionais

e importados).

Esta relação é conhecida como “Equivalência Macroeconômica”, pois dela temos:

Produto = Renda = Despesa.

Ou seja, da atividade produtiva de um país (no qual os recursos de produção são

mobilizados pelos agentes econômicos), são gerados os fluxos de produção. Esta

produção remunera os fatores de produção (pagam-se salários, juros, lucros, aluguéis e

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impostos). E estas rendas são direcionadas para o pagamento das despesas (gastos com

consumo e investimentos). Portanto, da produção podemos medir a renda gerada no ano.

E por outro lado, se conhecemos os gastos (despesas), também podemos identificar a

renda, pois estes gastos somente são realizados pelas próprias rendas.

2) O Valor Adicionado:

No caso do Valor Adicionado (VA), este é uma forma alternativa e a mais operacional

para medir o Produto (PIB) e a Renda Nacional (RN), mais do que pela soma de

produtos finais (já que a conceituação de bem final não é muito simples, esta depende do

uso do produto, o que é dificultoso a partir do fabricante). Por exemplo, a gasolina vendida

nos postos pode ser utilizada tanto como bem final para o consumidor, como bem

intermediário para uma empresa. Deste modo, é mais prático aplicar o valor adicionado.

O conceito de Valor Adicionado (VA) é entendido como:

O valor da produção final é representado pela soma do faturamento (receita das vendas

de cada setor produtivo), descontando deste o valor dos gastos com a compra dos

intermediários. O resultado será o Valor Adicionado, equivalente às remunerações dos

fatores de produção de cada setor (salários, juros, aluguéis, lucros mais a parcela referente

aos impostos que estão embutidos nos preços finais dos produtos).

Este então é também a Renda Nacional (e que se dividido pelo número da população,

obtêm-se o valor da renda per capita do país).

Então: VA = PIB = RN.

O Produto ou Renda Nacional é o valor total de todos os bens e serviços finais gerados

em uma economia, no período de um ano, descontando-se todos os bens e serviços

intermediários utilizados para produzi-los.

Então, Valor Adicionado (VA) é o total que cada empresa adicionou ou agregou no

processo produtivo e é igual ao valor da produção de cada empresa deduzidas suas

compras de bens intermediários.

VA = valor da produção final (-) valor dos bens intermediários

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Veja o exemplo da tabela 1. Nela são descritas as etapas do processo produtivo e o valor

adicionado (a renda) gerado em cada uma delas. Somando os valores adicionados por

cada setor teremos o total da renda (VA = PIB).

Tabela 1 – Valor Adicionado da produção

trigo

farinha

pão

(a) receita de vendas

100

400

1.000

Produção dos setores = 1.500

(b) compras intermediárias

0

100

400

Gastos com

intermediários = 500

Valor adicionado (a-b) + 100

+ 300

600

VA = RN = 1.000

Renda paga pelo setor de trigo aos

fatores de produção (VA trigo)

Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção

(VA farinha)

Renda paga pelo setor de

panificação aos fatores

de produção (VA pão)

Fonte: MOCHÓN (2009)

Veja outro exemplo:

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3) A diferença entre o PIB e o PNB:

O Produto Interno refere-se ao conceito de que interno é o território econômico

(território terrestre, espaço aéreo e águas territoriais do país, inclusive os extraterritoriais

mantidos no exterior por força de acordos internacionais e os equipamentos móveis

(aeronaves, embarcações, plataformas flutuantes e satélites) que fazem parte dos

estoques de capital do país.

Já o Produto Nacional refere-se à nacionalidade dos fluxos gerados, independente do

território onde ocorram. Portanto, o Produto Nacional Bruto difere do PIB no seguinte: PIB

é o total de bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico da nação,

independente de quais sejam os proprietários dos recursos empregados. E PNB é a renda

gerada pela PIB, descontados os pagamentos dos fatores não nacionais.

Assim, o cálculo do PNB é: PNB = PIB (-) rendas enviadas (+) rendas recebidas

Logo, no caso do Brasil, como existem muitas empresas estrangeiras que operam no país,

as rendas enviadas (remessas de lucros para as matrizes no exterior) são maiores que as

rendas recebidas (entrada de lucros vinda das empresas brasileiras que operam no

exterior). Portanto, no Brasil, o valor do PIB é maior que o do PNB.