AULA13-2008 magnetismo

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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS PMT 2100 - Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia 2º semestre de 2008

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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULODepartamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais

PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS

PMT 2100 - Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia2º semestre de 2008

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ROTEIRO DA AULA

• Algumas Aplicações• Campo Magnético• Indução Magnética• Magnetização• Dipolos e Momentos Magnéticos• O Magnetismo dos Materiais• Ferromagnetismo• Domínios Magnéticos e paredes de Domínio• Curva de Magnetização Inicial• Curva de histerese• Materiais magnéticos moles e duros

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3ALGUMAS APLICAÇÕES

• Geradores elétricos (máquinas que convertem movimento em eletricidade)

• Motores elétricos (máquinas que usam eletricidade para produzir movimento)

• Transformadores elétricos (dispositivos que mudam a voltagem e a corrente de uma fonte de eletricidade)

• Rádios

• Televisões

• Vídeos

• Telefones

• Computadores

• Dispositivos de armazenamento de dados (discos rígidos, fitas magnéticas etc)

• Cartões magnéticos

• Alto-falantes

• Muitos dos nossos dispositivos tecnológicos modernos dependem do magnetismo e dos materiais magnéticos:

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4CAMPO MAGNÉTICO• CAMPOS MAGNÉTICOS são produzidos por cargas elétricas em movimento. Assim,

uma corrente elétrica em um condutor gera um campo magnético. Campos magnéticos também podem ser produzidos por magnetos permanentes (ímãs). Neste caso, o movimento dos elétrons (spin e orbital) dos átomos que compõem o magneto é o responsável pelo campo magnético.

• LINHAS DE FORÇA são utilizadas para representar o campo magnético. Para cada ponto do espaço, a reta tangente à linha de força fornece a direção do campo naquele ponto. A intensidade do campo se correlaciona com o número de linhas de força que atravessam uma área unitária na direção perpendicular à definida pelas linhas de força.

Configurações das linhas de força dos campos magnéticos obtidas com limalha de ferro para três geometrias diferentes de fios que conduzem corrente elétrica e para um magneto permanente (segundo D. Jiles, pág. 5).

Fio retilíneo Magneto PermanenteEspira circular Bobina

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onde r é a distância radial em relação ao eixo definido pelo fio.

I

I

L H

Nvoltas

CAMPO MAGNÉTICO

• Quando uma corrente elétrica constante I flui em uma bobina formada por N espiras proximamente espaçadas ao longo de um comprimento L, um campo magnético H, aproximada-mente constante, é gerado na região central da bobina. A intensidade de H é

• A intensidade do campo magnético H criado por um fio retilíneolongo e que conduz uma corrente elétrica I vale

r

H = N I / L

H = I / 2 π r

(A / m)

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I

I

L H

Nvoltas

INDUÇÃO MAGNÉTICA• A INDUÇÃO MAGNÉTICA ou DENSIDADE DO FLUXO MAGNÉ-

TICO representa a intensidade do campo no interior de um material sujeito a um campo magnético externo.

• A indução magnética B0 no vácuo é

• A indução magnética B no interior de um material sólido vale

(T ou Wb / m2= V / s-m2)

• Definimos a PERMEABILIDADE RELATIVA DO MATERIAL como

I

I

H

B

B0 = µ0 H

B = µH

µr = µ/ µ0

(1)

(2)

onde µ0 é a PERMEABILIDADE MAGNÉTICA DO VÁCUO e vale µ0 = 4 π x 10-7 H/ m (ou Wb /A.m).

sendo µ a PERMEABILIDADE MAGNÉTICA DO MATERIAL.

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7ALGUNS COMENTÁRIOS

• A expressão B = µH representa um análogo magnético da lei de Ohm da eletricidade J = σ E.

Indução magnética (B) ↔ Densidade de corrente (J)Campo magnético (H) ↔ Campo elétrico (E)

Permeabilidade magnética (µ) ↔ Condutividade elétrica (σ)

• O campo magnético (Ampère/metro) representa um gradiente de energia.

• A indução magnética (Tesla=Weber.metro2) representa o número de linhas de campo por unidade de área.

• A permeabilidade magnética é uma medida da facilidade com a qual B pode ser induzido num material na presença de H.

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8MAGNETIZAÇÃO• A MAGNETIZAÇÃO M de um material indica como o material responde a

um campo magnético externo. Por definição, a magnetização é

• A magnetização se correlaciona com o campo magnético por meio da relação

B = µ0 H + µ0 M = B0 + µ0 M

M = χm H (4)

(3)

• Combinando as equações (1) a (4) obtemos

χm = µr - 1

Assim, M é o campo magnético que leva em conta desvios no valor da indução magnética em relação ao seu valor no vácuo, originados pela presença de um meio material.

onde χm é a SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA do material.

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9UNIDADES MAGNÉTICAS

Grandeza Símbolo Unidade (SI) CGS Conversão

derivada primária

Induçãomagnética

B tesla (Wb/m2) kg / s-C gauss 1 Wb/m2 = 104 gauss

Campomagnético

H amp-volta/m C/ m-s oersted 1 amp-volta/m = 4π x 10-3 oersted

Magnetização M amp-volta/m C/m-s maxwell/cm2 1 amp-volta/m = 4π x 10-3 maxwell/cm2

Permeabilidademagnética

µ henry/m

Wb / amp m

kg m / C2 sem

unidade

4π x 10-7 henry/m = 1 emu

Permeabilidaderelativa

µr sem unidade sem unidade sem

unidade

Susceptibilidademagnética

χ sem unidade sem unidade sem

unidade

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Exemplos:A magnitude do momento magnético m� de uma espira de área A que transporta uma corrente I é m = I A.A magnitude do momento magnético mi correspondente a um imã composto por dois polos magnéticos de intensidade p e separados por uma distância d é mi = p d.

DIPOLOS E MOMENTOS MAGNÉTICOS• Uma espira de corrente pode ser representada por um DIPOLO MAGNÉ-

TICO. Um dipolo magnético, por sua vez, pode ser descrito pelo vetor MOMENTO MAGNÉTICO.

NS

momento magnético

• É possível mostrar que campos magnéticos idênti-cos podem ser produzidos por uma espira de corrente e por um imã. Assim, um dipolo magnético pode ser considerado como sendo um imã.

• O TORQUE num dipolo magnético de momento m sob a ação de uma indução magnética B é τ = m ^ B.

• Quando imerso em um campo magnético, um dipolo tende a se orientar na direção do campo devido à ação do torque τ.

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11O MAGNETISMO DOS MATERIAIS• O momento angular (orbital e de spin) dos elétrons, dos átomos que

formam a matéria, dá origem a dipolos magnéticos microscópicos. Esses dipolos magnéticos permitem associar momentos magnéticos aos átomos. Assim, cada átomo pode ser pensado como se fosse um pequeno imã.

• A magnetização de um material é definida como o momento magnético dos dipolos por unidade de volume.

• Dependendo da origem dos dipolos magnéti-cos e da natureza da interação entre eles, os materiais podem ser classificados em uma das seguintes categorias:

• Consideraremos nesta aula apenas o caso dos materiais Ferromagnéticos.

DIAMAGNÉTICOS

PARAMAGNÉTICOSFERROMAGNÉTICOS

ANTIFERROMAGNÉTICOSFERRIMAGNÉTICOS

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AVISO: Palestras sobre habilitações

Para a Grande área Química:Esclareçam suas dúvidas sobre Metalurgia e Materiais

dia tema professor local

Terça dia 11/11

Eng. Materiais Samuel Toffoli Anf. PMT

Quarta dia 12/11

Eng. Metalúrgica Fernando Landgraf Anf. PMI

Horário 11:15 as 11:45

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• Fe, Co, Ni e algumas terras raras são materiais ferromagnéticos na forma elementar. Ferromagne-tismo também é observado em diversos compostos (óxidos, carbonetos, nitretos etc.).

• Como a susceptibilidade dos materiais ferromagnéticos é muito elevada, eles amplificam fortemente os campos magnéticos externos.

• Certos materiais metálicos possuem um momento magnético permanente mesmo na ausência de um campo externo e manifestam magnetizações muito grandes e permanentes. Esses materiais são denominados FERRO-MAGNÉTICOS e essas características representam o FERROMAGNETISMO.

FERROMAGNETISMO

• Para materiais ferromagnéticos

χm ≈ 106 ⇒ H << M ⇒ B ≈ µ0 M

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• Os momentos magnéticos permanentes dos átomos resultam do momento angular de spin. A magnitude do momento magnético associado ao spin de um elétron é conhecida como MAGNETON DE BOHR µb.

FERROMAGNETISMO

• Os momentos magnéticos permanentes são devidos aos momentos de spin não cancelados, ou seja, somente elétrons desemparelhados contribuem para o momento magnético líquido permenente dos átomos.

• São ferromagnéticos na forma elementar alguns metais de transição (orbital 3d não preenchido) e algumas terras raras (orbital 4f não preenchido).

• Nos materiais ferromagnéticos, alinhamentos cooperativos de momentos de spin ocorrem em volumes grandes (em relação ao volume atômico) dando origem aos domínios magnéticos.

µb = 9,27x10-24 A / m2

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15A INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO COMPORTAMENTO MAGNÉTICO

• À medida que a temperatura de um material aumenta, a energia térmica associada aos seus átomos também aumenta.• Nos materiais ferromagnéticos, as forças de acoplamento entre os momentos de dipolos magnéticos atômicos adjacentes são enfraquecidas pelo movimento térmico dos átomos, levando assim a uma diminuição na magnitude da magnetização de saturação com o aumento da temperatura. • A magnetização de saturação tende a um valor máximo na temperatura 0K. Com o aumento da temperatura seu valor diminui gradualmente até que abruptamente torna-se nulo numa temperatura denominada TEMPERATURA DE CURIE.• Materiais ferromagneticos apresentam comportamento paramagnético para temperaturas acima da temperatura de Curie.

Material Temperatura de Curie (˚C)

Ferro 768

Cobalto 1120

Nickel 335

Fe3O4 585

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Parede de domínio

Um domínio Outro domínio

Parede de domínio

DOMÍNIOS MAGNÉTICOS e PAREDES DE DOMÍNIO

• A magnitude do campo M para um sólido como um todo é a soma vetorial das magnetizações de todos os domínios, onde a contribuição de cada domínio éponderada de acordo com a sua fração volumétrica. No caso de uma amostra não magnetizada, a soma vetorial apropriadamente ponderada das magnetizações de todos os domínios é igual a zero.

• Os materiais ferromagnéticos são constituídos de regiões volumétricas microscópicas onde os momentos de dipolo magnético se encontram alinhados, tendo mesma direção e sentido. Tais regiões são chamadas de DOMÍNIOS. Cada domínio está magnetizado até a sua magnetização de saturação.

• Geralmente, o tamanho dos domínios está na escala micrométrica e, para um material policristalino, cada grão pode conter mais de um domínio.

• Os domínios adjacentes estão separados por CONTORNOS DE DOMÍNIO (ou PAREDES DE DOMÍNIO),

através dos quais a direção da magnetização varia gradualmente. A parede de domínio tem uma densidade de energia, em J/m2

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17CURVA DE MAGNETIZAÇÃO INICIAL

• B e H não são linearmente pro-porcionais para os materiais ferro-magnéticos.

• Uma vez que a permeabilidade, µ,éa inclinação da curva B em função de H (isto é, dB/dH), pode-se observar que µ varia e édependente do valor de H.

• Ocasionalmente, a permeabilidade inicial µi (dB/dH para H = 0) éespecificada como uma proprie-dade do material.

• A magnetização atinge um valor máximo, chamado a MAGNETIZAÇÃO DE SATURAÇÃO(Ms).

Curva obtida para B (ou M) em função do campo externo H, para uma amostra ini-cialmente desmagnetizada, à medida que a intensidade de H aumenta.

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• Inicialmente, os momentos dos domí-nios constituintes estão orientados aleatoriamente de tal modo que não existe qualquer campo B (ou M) líquido.

• À medida que um campo H crescente é aplicado, os domínios que estão fa-voravelmente orientados em relação àdireção de H crescem às custas dos domínios com orientações desfa-voráveis.

• Esse processo continua com o au-mento de H, até que a amostra ma-croscópica se torne um único domínio (ou um mono-domínio), o qual se encontra praticamente alinhado com H.

• A saturação é atingida quando esse domínio, por meio de rotação, fica orientado na direção de H.

À medida que um campo externo H de magnitude crescente é aplicado, os domínios mudam de forma e de tamanho mediante o movimento das paredes de domínio.

MAGNETIZAÇÃO INICIAL e DOMÍNIOS MAGNÉTICOS

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19ESTRUTURA DOS DOMÍNIOS MAGNÉTICOS

• Fotomicrografias de um monocris-tal de ferro, mostrando os domí-nios magnéticos e suas altera-ções de forma, à medida que um campo magnético H é aplicado.

• A direção da magnetização de ca-da domínio está indicada por uma seta.

• Aqueles domínios que estão orientados favoravelmente em re-lação a H crescem à custa dos domínios que estão orientados desfavoravelmente.

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20HISTERESE

• Se a partir da saturação inicial (ponto S) o campo H passa a ser reduzido, a curva de magnetização não retorna se-guindo seu trajeto original. Produz-se um efeito de HISTERESE, onde B se defasa em relação a H, ou diminui a uma taxa mais baixa.

• O efeito de histerese é gerado pela resistência à movimentação de pare-des de domínio.

• A REMANÊNCIA (Br) corresponde ao cam-po B residual na amostra após a retirada do campo H (ou seja, quando H = 0).

• A COERCIVIDADE (Hc) corresponde ao campo magnético H necessário para reduzir o campo B no interior da amostra a zero.

Indução magnética (B) em função do campo magnético externo (H) para um material ferromagnético saturado ciclicamente em um campo H positivo e negativo (pontos S e S’).O CICLO DE HISTERESE é representado pela linha sólida; a linha tracejada indica a curva de magnetização inicial.

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Duro

Mole

• A área compreendida pela CURVA DE HISTERESE corresponde a uma perda de energia por unidade de volume, por ciclo de magnetização-desmagne-tização, liberada na forma de calor ⇒perda por histerese.

• Materiais MAGNETICAMENTE MOLESperdem pouca energia e são usados em núcleos de transformadores.

• Materiais MAGNETICAMENTE MOLESapresentam alta permeabilidade inicial e baixa coercividade [menor que 1 kA.m-1 (12,5 Oe)].

MATERIAIS MAGNETICAMENTE MOLES

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Tamanho de grão afeta Hc

Quanto maior o tamanho de grão, menor a coercividade, mais “magra” é a histerese.

� Onde γ é a energia da parede de domínio

� Js é a polarização de saturação

� d é o tamanho de grão

� FeNi (Adler e Pfeifer, 1974)� Ferro ( Yensen, 1930� Degauque e outros, 1982)� Aço inox 430 (Battistini, 1994)

dJAH

sc

γ3+=

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• IMÃS PERMANENTES.

• Altas remanência, coercividade [maior que 10 kA.m-1 (125 Oe)] e indução de saturação. Altas perdas de energia por histerese.

• A energia necessária para desmagne-tizar um imã é dada pelo PRODUTO DE ENERGIA (BH)max medido no se-gundo quadrante do anel de histerese.

• Impedir a movimentação de paredes de domínio, aumenta a coercividade e a susceptibilidade.

MATERIAIS MAGNETICAMENTE DUROS

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24ANISOTROPIA MAGNÉTICA

Referência: William D. Callister, Jr – Materials Science and Engineering: An Introduction, 7th edition, John Wiley & Sons, Inc., 2007 (versão em inglês ), Chapter 20, pag. W37

• Na figura ao lado apresentamos curvas de M em função de H para duas amostras monocristalinas de níquel (CFC) e ferro (CCC). Os índices de Miller indicados na figura representam a direção de H em relação às orientações cristalográficas das amostras.• A influência da direção de H no comportamento de M é conseqüência da ANISOTROPIA MAGNETO-CRISTALINA.

• Várias características dos materiais influenciam a forma das curvas de histerese. Por exemplo:

� monocristalino ou policristalino� orientação preferencial dos grãos em materiais policristalinos� presença de poros ou de partículas de uma segunda fase� temperatura, tensões mecânicas

• Os índices de Miller das DIREÇÕES DE FÁCIL MAGNETIZAÇÃO do níquel e do ferro são, respectivamente, [111] e [100].

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25GRAVAÇÃO MAGNÉTICA DIGITAL• Uma das aplicações modernas mais importantes dos materiais magnéticos é no armazenamento de informações nos discos rígidos de computadores onde a gravação magnética digital é utilizada.

• Densidades de gravação areal das midias magnéticas perpendiculares: �Demostrações de laboratório: entre 420 Gb/pol2

e 600 Gb/pol2 . �Limite superior previsto para a tecnologia: 1000 Gb/pol2 (com grãos de áreas ligeiramente superiores a 8 nm2).

• Características gerais dos discos rígidos comercias atuais com midia magnética perpendicular:�Capacidade de gravação: 320 GB.�Massa do dispositivo: um pouco superior a 100g. �Densidade de gravação areal : 250 Gb/pol2.�Área de um bit de informação: ~ 100nm x 20nm.�Nº de grãos por bit de informação: ~ 50 a 100.�Diâmetro médio dos grãos: 8 nm.

• O limite inferior do volume dos grãos nessa tecnologia é definido pelo limite SUPERPARAMAGNÉTICO. Nesse limite, o a energia associada ao momento magnético dos grãos se torna comparável com a energia térmica (a temperatura ambiente) e o armazenamento de informação não émais confiável.

PoloPrincipal

Polode

Retorno

Midiade

Gravação

Subcamada Mole

Referências: Z.Z. Bandic, D. Litvinov e M. Rooks, MRS Bulletin, Vol. 33, 9, Setembro 2008.H.J. Richter e S.D. Harkness IV, MRS Bulletin, Vol. 31, 384, Maio 2006.

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� Capítulos do Callister tratados nesta aula� Capítulo 21

� seções 1, 2, 4, 6, 7 a 9.

� Outras referências importantes� J. F. Shackelford em “Introduction to Materials Science for Engineers”,

Capítulo 11, 4ª edição, Prentice-Hall Inc., 1996.� D. Jiles em “Introduction to Magnetism and Magnetic Materials”, 1ª

edição, Editora Chapman & Hall, reimpressão 1994.� B. D. Cullity em “Introduction to Magnetic Materials”, Editora Addison-

Wesley Publishing Company, Inc., 1972.� R. N. Faria e L. F. C. P Lima em “Introdução ao Magnetismo dos

Materiais”, Editora Livraria da Física, 2005.