Aula_09_Curva Horizontal de Concordância.pdf
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To po g r a f i a Ap l i c ada à Ag r o no m ia Ba i t e l l i / Wes chen f e l d e r
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C U R V A S H O R I Z O N T A I S D E C O N C O R D Â N C I A Ligando dois trechos retos de uma estrada, surgem as curvas. Em rodovias ou ferrovias, a curva mais indicada é a circular, isto é, um arco de circunferência. Abordaremos o tipo circular simples, que se constitui em arcos de circunferência. Quase todas as obras de estradas, hidráulicas, etc., necessitam de curvas para ligar alinhamentos retos. O eixo que define a curva nunca passa pelo vértice dos dois alinhamentos, mas sim por um ponto afastado deles. Estrada municipal raio da curva > 30m Estrada nacional ou de certa importância raio da curva > 50m Auto-estrada (somente automóveis) raio da curva > 100m O método de locação das curvas mais utilizado é o das deflexões, mais rápido e mais preciso. O método das deflexões consiste em instalar o teodolito em PC (ponto de curva) e com ele fornecer o alinhamento para locar estaca por estaca da curva. Para isso, calculam-se os ângulos destes alinhamentos com a tangente inicial. As distâncias são medidas com trena, a partir da estaca anterior que já deve ter sido locada. Outros métodos são: Método das Perpendiculares à Tangente baseia-se no cálculo das coordenadas x e y para locar um ponto P na curva a partir de PC. Método da Corda Anterior Prolongada método rústico onde se trabalha apenas com balizas e trenas o que lhe confere uma baixa precisão. Ao se iniciar o estudo, para se saber qual a curva que melhor se adapta ao trecho em questão, utiliza-se um gabarito transparente constituído de uma série de curvas de raios e graus diferentes.
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3
2
1
AB
C
D
E
F
G
H
I80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
Escala 1:4.000 Cordas de 20 m
Raio (R) Grau (G) Ângulo Central (I) 1 80 14°19' A 10° 2 100 11°27' B 20° 3 120 9°33' C 30° 4 140 8°11' D 40° 5 160 7°10' E 50° 6 180 6°21' F 60° 7 200 5°44' G 70° 8 220 5°12' H 80° 9 240 4°46' I 90° 10 260 4°24'
Sobre dois trechos retos que se deseja unir através de uma curva, coloca-se o gabarito e procura-se a curva que melhor se ajuste, ou seja, que una os dois trechos retos o mais suavemente possível. Escolhida a curva, anota-se o grau e o raio da mesma, fornecidos pelo gabarito. Se necessário, interpolar. O uso do gabarito não será necessário caso sejam fornecidos os azimutes inicial e final e também o raio da curva, como veremos mais adiante.
E lementos p r i nc ipa i s de uma cu r va c i r cu la r s imp le s
tg I
2
T
R=
= ×T R tg I
2
PC
PI
Se cada corda compreende um ângu lo cen t ra l G , e a curva toda compreende um ângu lo i gua l a I , o desenvo l v imen - to da cu r va (C ) se rá dado por :
C
d
20 m
R
T
R
I
I
I/2
G
C
I
corda
G=
= ×CI
Gcorda
PT PC Ponto de Curva (ponto de início da curva) PT Ponto de Tangência (ponto de término da curva) PI Ponto de Interseção I Ângulo Central d Ângulo de Deflexão (formado pela tangente com a corda) C Desenvolvimento da Curva (comprimento da curva) G Grau da Curva ou Grau de Curvatura R Raio da Curva T Tangente (distância entre PC e PI que é igual a distância entre PI e PT)
To po g r a f i a Ap l i c ada à Ag r o no m ia Ba i t e l l i / Wes chen f e l d e r
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As curvas são locadas por meio de cordas de 20 metros, cada corda compreendendo um ângulo central denominado grau. Grau é, portanto, (para cada raio) o ângulo central compreendido por uma corda de 20 metros. O grau de curvatura G está diretamente relacionado com o raio R da curva. Uma regra de três simples estabelece esta relação para uma corda de 20 m:
360
2 R
G
20m
°= ⇒ =
πG
3600
Rπ
A curva será locada através de cordas a partir de PC, cordas estas que serão numeradas de 20 em 20 metros. Portanto, PT possuirá um valor que será a soma da numeração do PC mais o número de cordas de 20 metros compreendido no desenvolvimento total da curva (C). Então: PT=PC+C . Tendo-se o valor de PC e calculando-se o valor de C, pode-se obter o valor de PT.
Para se locar uma curva é necessário calcular a deflexão correspondente a cada corda, como na figura ao lado: para cordas de 20 metros, divide-se a corda ao meio e liga-se ao centro, resultando um triângulo retângulo, onde o ângulo vale G/2, e o outro ângulo valerá 90° - d. PC PT
20 m
20 m 20 m
20 m
d d
d
d
R
G/2
corda
T
90° - d
d
Portanto:
a + b + c = 180
( 90 d )G
290 = 180− + +
=dG
2
a
b
c
a + b + c = 180° Ao longo do alinhamento (eixo da estrada) as estacas são colocadas de 20 em 20 metros e nunca se altera esta distância, mesmo nas curvas de concordância. Isto torna-se necessário para facilitar a organização de trabalhos futuros, tais como seções transversais e cálculos de volumes de cortes e aterros. Como conseqüência, os pontos a serem locados ao longo da curva deverão também ser estaqueados de 20 em 20 metros. Desta forma as estacas PC, PI e PT resultam fracionárias.
N
N
58°12'
81°27'As direções dos “alinhamentos” (eixo da estrada) são sempre fornecidas por azimutes. Havendo somente uma origem (Norte) e somente um sentido (à direita), são evitadas as confusões que poderiam ocorrer em outra hipótese.
23°15'
PTPI
PC
E X E R C Í C I O
Calcular os elementos básicos para concordar a tangente inicial cujo azimute é 58°12’ com a tangente final (azimute 81°27’). As duas tangentes encontram-se na estaca PI (328+1,48m). Raio da curva fornecido pelo projeto é de 500m. Elaborar a planilha para locação de todas as estacas de PC à PT.
Cálculo do grau da curva ou grau de curvatura ( G ) ⇒ G3600
RG
3600
500= ⇒ =
π π ⇒ G = 2°17’31”
Cálculo do ângulo de interseção ou ângulo interno ou ângulo central ( I ) ⇒ O valor de I será dado pela subtração do valor do azimute da tangente
inicial do valor do azimute da tangente final. I = (azimute da tangente final) - (azimute da tangente inicial) I = (81°27’) - (58°12’) ⇒ I = 23°15’ Cálculo da tangente ( T ). Distância PC→PI que é igual a PI→PT.
T R tgI
2T 500 tg
23 15'
2= ⇒ =
° ⇒ T = 102,86 m ou T = 5 + 2,86m
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Cálculo do comprimento da curva ( arco PC→PT )
CI
Gcorda C
23 15'
2 17'31"20= × ⇒ =
°
°× ⇒ C = 202,89 m ou C = 10 + 2,89m
Estaca PC = Estaca PI - T Estaca PT = Estaca PC + C Estaca PC = (328 +1,48) - (5+2,86) Estaca PT = (322 + 18,62) + (10 + 2,89) Estaca PC = (327 + 21,48) - (5+2,86) Estaca PT = 332 + 21,51 Estaca PC = 322 + 18,62 m Estaca PT = 333 + 1,51 m
CÁLCULO DAS DEFLEXÕES Deflexão para cordas de 20 metros
d20G
2d20
2 17'31"
2= ⇒ =
° ⇒ d20 = 1°08’45” ou d20 = 1,1459
Deflexão para corda de 1,38 metros (arco de PC até estaca 323) ⇔ Corda de PC até estaca 323 = 20 - 18,62 = 1,38m
d1,38 d20corda
20d1,38 20
= × ⇒ = ×114591 38
,,
⇒ d1,38 = 0°04’45” ou d1,38 = 0,0791
Deflexão para corda de 1,51 metros (arco da estaca 333 até PT) ⇔ Corda da estaca 333 até PT = 1,51m
d1,51 d20corda
20d1,51 20
= × ⇒ = ×114591 51
,,
⇒ d1,51 = 0°05’11” ou d1,51 = 0,0865
Tabe la de Locação das Es tacas ESTACA CORDA (m) DEFLEXÃO LIMBO AZ TANGENTE
322+18,62 (PC) - - - - - - - - - - 58° 12’ 00” 58° 12’ 00” 323 1,38 0° 04’ 45” 58° 16’ 45” 324 20 1° 08’ 45” 59° 25’ 30” 325 20 1° 08’ 45” 60° 34’ 15” 326 20 1° 08’ 45” 61° 43’ 00” 327 20 1° 08’ 45” 62° 51’ 45” 67° 31’ 30” 328 20 1° 08’ 45” 68° 40’ 15” 329 20 1° 08’ 45” 69° 40’ 00” 330 20 1° 08’ 45” 70° 57’ 45” 331 20 1° 08’ 45” 72° 06’ 30” 332 20 1° 08’ 45” 73° 15’ 15” 78° 59’ 00” 333 20 1° 08’ 45” 80° 07’ 45”
333+1,51 (PT) 1,51 0° 05’ 11” 80° 12’ 56” 81° 26’ 52”
Σ 20 + 2,89 11° 37’ 26” - - - - - - - - - -
I
2
23 15'
2=
° ⇒ I = 11°37’30” ( ≈ 11°37’26”)
O azimute da tangente final, calculado pela tabela, foi de 81°26’52”, o valor ideal seria 81°27’00”. Portanto, devido às aproximações, houve uma diferença de 8” no cálculo das deflexões. Para eliminar esta diferença precisaríamos trabalhar com décimos ou centésimos de segundos, o que na prática é um exagero.
Proced imento s de Campo 1. Com o aparelho calado e zerado sobre PC (322+18,62 pois este encontra-se a 18,62m da estaca 322), visualiza-se a estaca 322. 2. A partir da direção Norte, mede-se o valor do azimute calculado (58°12’00”) e soma-se a este o valor da deflexão para a corda de 1,38m
calculada para a estaca 323 que é 0°04’45”. No limbo ler-se-á o valor de 58°16’45” (58°12’00” + 0°04’45”) Neste momento uma pessoa estende a trena para medir uma corda de 1,38m, a partir de PC, que irá gerar o ponto da estaca 323.
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3. A partir do valor do limbo anterior (58°16’45”) acrescenta-se mais a deflexão, agora para uma corda de 20m, do ponto seguinte (estaca 324) cujo valor é 1°08’45” e que, portanto, no limbo estará marcando o valor de 59°25’30” (58°16’45” + 1°08’45”) . Estende-se ao longo desta direção uma corda de 20m gerando assim o ponto da estaca 324.
4. Para as estacas 325, 326 e 327 procede-se do mesmo modo, ou seja: limbo + deflexão
estaca 325 ⇒ 59°25’30” + 1°08’45” ⇒ 60°34’15” ⇒ direção da estaca 325 estaca 326 ⇒ 60°34’15” + 1°08’45” ⇒ 61°43’00” ⇒ direção da estaca 326 estaca 327 ⇒ 61°43’00” + 1°08’45” ⇒ 62°51’45” ⇒ direção da estaca 327 medindo-se uma corda de 20m para cada uma destas direções, teremos materializados os pontos das estacas 325, 326 e 327.
5. Por um motivo qualquer houve a necessidade de mudança de base. Neste momento, fixa-se o movimento do limbo com a leitura de 62°51’45”.
6. Transporta-se o instrumento para estaca 327. Com a leitura de 62°51’45” ainda fixada no limbo, visualiza-se o ponto PC, gira-se a luneta de
180° (ao redor do eixo horizontal secundário). Libera-se o limbo e acrescenta-se o valor da tangente calculada para a estaca 327, que é a soma de todas as deflexões anteriores (4°39’45”), obtendo-se o valor no limbo de 67°31’30”, a este valor somamos a deflexão calculada para a estaca 328 (1°08’45”), gerando o valor no limbo de 68°40’15”. Estendendo-se uma corda de 20m nesta direção geramos o ponto da estaca 328.
7. Ainda com o aparelho na estaca 327, acrescentamos ao valor do limbo anterior (68°40’15”) a deflexão (1°08’45”) resultando em 69°49’00”,
do mesmo modo, mede-se uma corda de 20m ao longo desta direção e obtemos assim o ponto da estaca 329. 8. Para as estacas 330, 331 e 332 procede-se do mesmo modo, ou seja: limbo + deflexão
estaca 330 ⇒ 69°49’00” + 1°08’45” ⇒ 70°57’45” ⇒ direção da estaca 330 estaca 331 ⇒ 70°57’45” + 1°08’45” ⇒ 72°06’30” ⇒ direção da estaca 331 estaca 332 ⇒ 72°06’30” + 1°08’45” ⇒ 73°15’15” ⇒ direção da estaca 332
medindo-se uma corda de 20m para cada uma destas direções, teremos materializados os pontos das estacas 330, 331 e 332.
9. Por outro motivo qualquer, muda-se de estação. Fixa-se o valor do limbo (73°15’15”), transporta-se o instrumento para a estaca 332, visualiza-se a estaca 327 (último ponto de estacionamento do teodolito). Gira-se a luneta de 180°. Acrescenta-se a este valor, a tangente calculada para a estaca 332, que é de 5°43’45”, mais o valor da deflexão (1°08’45”) para gerar a direção da estaca 333. Neste momento lê-se no limbo o valor de 80°07’45”, que é a direção do ponto da estaca 333 que será materializado ao medirmos uma corda de 20m nesta mesma direção.
10. Para a última estaca PT, Ponto de Término da Curva (333+1,51), acrescentamos mais uma vez ao último valor do limbo (80°07’45”) a deflexão
calculada para a estaca de PC (0°05’11”) que equivale a uma corda de 1,51m, a leitura no limbo será de 80°12’56”. Mede-se então uma corda de 1,51m e teremos materializado PT.
322 + 18,62
323
324
325
326
327
RÉ EM PC
328329
330
331
332
333
333 + 1,51
RÉ EM 327
tg = 5°43'45"
tg = 4°39'45"
d = 1°08'45"
d = 1°08'45"
d = 1°08'45"
d = 1°08'45"
d = 1°08'45"
d = 1°08'45"
d = 0°05'11"
d =
0°04
'45"
d =
1°08
'45"
d =
1°08
'45"
d = 1°
08'45
"
d = 1°08'45"
PC PT
d = deflexão
tg = tangente
visadacorda
curva
322334
N
Az = 58°12'00"
XX° YY' ZZ" limbo
58° 1
6' 4
5"
59° 2
5' 3
0"
60° 3
4' 15
"
61° 43' 0
0"
62° 51' 4
5"
67° 31' 30"
68° 40' 15"
69° 49' 00"
70° 57' 45"
72° 06' 30"
73° 15' 15"
78° 59' 00"
80° 07' 45"
80° 12' 56"