AULA Transtornos de Ansiedade

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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Psicopatologia I – 1º sem. 2015 23/04/2015 - AULA Profa. Kátila Kormann Morel

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Aula sobre transtornos de ansiedade segundo a perspectiva do DSM IV e da CID 10.

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Transtornos De ansiedade

Transtornos De ansiedadePsicopatologia I 1 sem. 201523/04/2015 - AULAProfa. Ktila Kormann Morel

Transtornos de ansiedadeAnsiedade: um estado de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tenso fsica e apreenso em relao ao futuro;

muito difcil de ser estudada porque pode ter um sentido subjetivo de inquietao, um conjunto de comportamentos (parecer preocupado, ansioso e inquieto) ou um respostas fisiolgica que se origina no crebro e reflete-se no elevado batimento cardaco e na tenso muscular;

A ansiedade est intimamente ligada depresso.

Transtornos de ansiedadeA ocorrncia de um ou mais transtorno ao mesmo tempo chamada comorbidade;

As taxas de comorbidade entre os transtornos de ansiedade e depresso so altas;

Isso indica que todos esses transtornos partilham caractersticas comuns de ansiedade e pnico.Transtornos de ansiedadeA ansiedade um estado de humor orientado para o futuro;

Tem relao com aquele sentimento de que as coisas podem dar errado e que temos que estar bem preparados para elas;

Algo pode dar errado e no sei se tenho capacidade pra lidar com isso, mas tenho que estar preparado;

Nesse sentido, tem a ver com a capacidade do ser humano de planejar em detalhes o futuro.Transtornos de ansiedade caracterizada por apreenso porque no somos capazes de prever ou controlar os eventos que esto por vir;

Por outro lado, o medo um reao emocional imediata ao perigo atual, caracterizada por tendncias de ao de fuga;

O ataque de pnico uma experincia abrupta de intenso medo, acompanhada por sintomas fsicos que incluem palpitaes, dor no peito, respirao curta, tontura, etc.Ataque de pnico Critrios DSM-IVA queixa predominante um perodo discreto de intenso medo ou desconforto, durante o qual pelo menos quatro dos sintomas seguintes desenvolvem-se abruptamente e alcanam o pico em 10 minutos:Palpitao, corao disparado ou batimentos cardacos acelerados;Suor;Tremores;Sensao de respirao curta ou sufocada;Sensao de asfixiaDor ou desconforto no peito;Nusea ou mal-estar abdominal;Ataque de pnico Critrios DSM-IVSensao de zonzeira, oscilao, tontura ou desmaio;Desrealizao (sentimento de no realidade) ou despersonalizao;Medo de perder o controle ou ficar louco;Medo de morrer;Parestesia (sensao de torpor ou formigamento);Arrepios ou ondas de calor.TAG Transtorno de ansiedade generalizadaCaracterizada por uma preocupao excessiva que se estende por todas as situaes da vida;

Independe do quanto voc se preocupa, no consegue decidir o que fazer a respeito de um problema ou situao;

No para de se preocupar, mesmo sabendo que isso no faz bem a voc e s pessoas ao seu redor;

As pessoas com TAG se preocupam com as mnimas coisas e acontecimentos na maior parte do tempo.

TAG Transtorno de ansiedade generalizadaSegundo o DSM-IV, para o diagnstico necessrio pelo menos seis meses de ansiedade e preocupao excessiva (expectativa apreensiva) ocorrendo na maioria dos dias;

Alm disso, deve ser muito difcil desligar ou controlar o processo de preocupao;

Isso o que distingue a preocupao patolgica do tipo normal que todos ns experimentamos de tempos em temos quando precisamos enfrentar um desafio.

TAG Transtorno de ansiedade generalizadaO TAG caracterizado por:

Tenso muscular;Agitao mental;Suscetibilidade fadiga (resultado da tenso muscular crnica excessiva);Irritabilidade;Dificuldade para dormir;Dificuldade de concentrao.TAG Transtorno de ansiedade generalizadaO TAG um transtorno crnico;

Aps dois anos apresentando os sintomas, a probabilidade de cura de apenas 8%;

O TAG muito comum em idosos, por conta de alguns fatores como:Suscetibilidade ficarem doentes;Diminuio de determinadas atividades;Crescente falta de controle (devido perda de funes significativas).TAG Transtorno de ansiedade generalizadaTratamento:

Os tratamentos disponveis, tanto por meio de drogas quanto psicolgicos so razoavelmente eficientes;

Usa-se calmantes leves (benzodiazepinas) e antidepressivos;

A curto prazo, os dois tipos de tratamento tem o mesmo benefcio. A longo prazo a resposta psicoterapia melhor.Transtorno de Pnico com e sem agorafobia um transtorno de ansiedade no qual o sujeito experimenta ataques de pnico graves e inesperados;

O sujeito pode achar que est morrendo ou perdendo o controle;

Em razo do fato de no saberem quando o ataque vai acontecer, podem desenvolver agorafobia, medo e evitao de situaes em que se sentiriam inseguros no caso de um ataque de pnico;

Em casos graves, as pessoas com TPA so incapazes de deixarem suas casas.Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaNe todo mundo que experimenta ataques de pnico desenvolve o transtorno;

Nem todo mundo que desenvolve o transtorno desenvolve agorafobia (Nesse caso trata-se de Transtorno do pnico sem agorafobia);

Para ser diagnosticado com Transtorno do pnico, uma pessoa deve experimentar um ataque de pnico inesperado e desenvolver ansiedade substancial pela possibilidade de ter outro ataque ou por implicaes do ataque ou de suas consequncias;

Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaIsto , o sujeito deve achar que cada ataque sinal de morte iminente ou de incapacitao;

Os sujeitos podem evitar ir a certos lugares ou deixar de lado as obrigaes domsticas por medo de que venha a ocorrer um ataque se forem muito ativos;

A ansiedade diminui em sujeitos com agorafobia se eles pensam que esto em um local seguro ou com uma pessoa que lhes passe segurana, mesmo sabendo que no haja nada eficaz que a pessoa possa fazer se algum de ruim lhe acontecer;

Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaPessoas com agorafobia sempre planejam uma fuga rpida (por ex. ficando perto da porta);

Mesmo que o sujeito no tenha experimentado ataques de pnico por anos, a ansiedade e a agorafobia podem se manter;

Outros mtodos de enfrentamento consistem em usar/abusar de substncias como alcool;

Algumas pessoas no evitam situaes agorafbicas, mas as enfrentam com muito medo;

Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaAssim, a agorabia pode ser caracterizada tanto pela evitao de situaes ou pelo sofrimento e angstia ao passar por tais situaes;

Em torno de 20% dos sujeitos diagnosticados com transtorno de pnico tentam o suicdio;

um risco comparado aos indivduos com depresso grave.

Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaTratamento

A resposta aos psicofrmacos eficiente durante o uso, mas as taxas de recada com a interrupo do medicamento so altas, podendo chegar 90%;

Os tratamentos psicolgicos so bastante eficientes, principalmente a longo prazo;

Estudos demonstram que os resultados de tratamento psicoterpicos sem uso de medicao tem uma resposta melhor a longo prazo que tratamentos combinados;

Transtorno de Pnico com e sem agorafobiaPor isso, sugere-se, que o tratamento psicolgico seja oferecido inicialmente, seguido de tratamento farmacolgico para pacientes que no responderem de forma adequada ou para pacientes em que o tratamento psicolgico no est disponvel.Fobia especfica um medo irracional de um objeto ou de uma situao especfica que notadamente interfere na capacidade de viver de um indivduo;

Existem tantas fobias quanto existem objetos e situaes;

H cinco subtipos de fobias identificados:Tipo animal;Tipo do ambiente natural;Tipo ligado sangue, machucado e injeo;Tipo situacional;Outros tipos (ex. medo de personagens fantasiados).Fobia especficaTranstorno de ansiedade de separao: um transtorno especfico de crianas;

caracterizado por preocupao persistente e irreal de crianas de que algo acontecer com seus pais ou que alguma coisa acontecer com elas mesmas que o separar dos pais;

As crianas eu sofrem dessa fobia, podem se recusar a sair de caso ou a ir a escola (no por medo da escola, mas por medo de se separar dos pais).Fobia especficaDiversas coisas devem acontecer para que uma pessoa desenvolva uma fobia;

Normalmente uma experincia traumtica tem um papel importante, mas no um fator necessrio;

Parece que carregamos uma tendncia hereditria (gentica ou cultural?) de temer situaes que serem foram perigosas para a humanidade.Fobia especficaTratamento:

Embora o desenvolvimento das fobias seja complexo, o tratamento objetivo;

Normalmente faz-se apenas o tratamento psicolgico;

O caso de transtorno de ansiedade de separao, os pais so envolvidos no tratamento.Fobia socialNo geral, os indivduos que possuem ansiedade no tm problemas com a interao social;

A fobia social um tipo de transtorno de ansiedade no qual o sujeito, quando precisa fazer algo enquanto os outros esto olhando e, de certa forma, avaliando seu comportamento, tomado pela ansiedade;

Por ex.: falar em pblico, comer em restaurante, utilizar banheiro pblico, etc.Fobia socialCerca de 13,3% da populao sofre de fobia social em algum momento da vida;

o transtorno psicolgico mais predominante;

Normalmente inicia-se na adolescncia.Fobia socialTratamento:

Tratamento com tcnicas de psicodrama mostram-se eficientes;

No caso de adolescente e criana, o prognstico melhor quando se inclui os pais no tratamento;

Tratamentos com antidepressivos (tricclicos e IMAO) so eficientes mas tm alta taxa de recada.Transtorno de estresse ps-traumticoTrata-se de um transtorno emocional que segue um trauma;

Primeiro o sujeito sofre com a exposio a um evento traumtico durante o qual algum sente medo, desespero ou horror;

Posteriormente, o sujeito experimentam o acontecimento outra vez por meio de lembranas, pesadelos e flash-backs;

O sujeito evita tudo o que lhes recorde o trauma.Transtorno de estresse ps-traumtico TEPT pode ser agudo quando diagnosticado um ms aps o acontecimento;

Ou crnico, quando continua por mais de 3 meses. Este est associado com comportamentos esquivos mais proeminentes;

Os sintomas do TEPT podem incluir: sintomas dissociativos graves, amnsias, entorpecimento emocional, desrealizao e sentimentos de irrealidade.Transtorno de estresse ps-traumticoO TEPT o nico transtorno psicolgico com etiologia (causa) bem definida: o trauma;

Apesar disso, pessoas que passam por traumas podem ou no desenvolver TEPT.Transtorno de estresse ps-traumticoTratamento:

A maioria das abordagens psicoterpicas concorda que o sujeitos com TEPT devem encarar o trauma original a fim de elabor-lo;

Contudo, forar o sujeito a expor os acontecimentos pode ter um efeito prejudicial pra o sujeito;

As drogas geralmente eficientes para transtornos de ansiedade so teis com o TEPT.Transtorno obsessivo-compulsivoTranstorno obsessivo-compulsivoTOC o auge devastador dos transtornos de ansiedade;

Sujeitos com TOC podem apresentar: ansiedade generalizada grave, ataques de pnico recorrentes, esquiva debilitante e depresso profunda, tudo simultaneamente com o sintomas obsessivos-compulsivos;

No TOC, o acontecimento perigoso um pensamento, uma imagem ou impulso que o sujeito tenta evitar tanto quanto um sujeito com fobia de cobra evita o animal;Transtorno obsessivo-compulsivoAs obsesses so pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos e sem sentido, em sua maioria, aos quais o indivduo tenta resistir ou tenta eliminar;

As compulses so os pensamentos ou aes usadas para suprimir as obsesses e fornecer alvio;

As compulses podem ser tanto comportamentais (lavar as mos, conferir) quanto mentais (pensar sobre certas palavras em um ordem especfica, contar, rezar).Transtorno obsessivo-compulsivoAs compulses tm a funo de reduo do estresse ou preveno de um acontecimento pavoroso (se eu pisar na linha, minha famlia vai morrer);

A maior parte dos pacientes com TOC apresenta rituais de limpeza, lavagem ou verificao;

Para as pessoas que tm medo de contato com objetos, ou situaes que consideram contaminadoras, lavar ou limpar, restaura a sensao de controle e segurana;Transtorno obsessivo-compulsivoVerificar os rituais serve para prevenir um desastre um desastre imaginado ou uma catstrofe;

A maioria dos rituais lgica, como verificar repetidamente se desligou o fogo, mas, em casos graves, pode ser ilgico;

As obsesses com simetria levam ordenao e organizao, ou rituais repetidos;Transtorno obsessivo-compulsivoObsesses de contaminao levam, naturalmente, rituais de limpeza;

H pacientes que acumulam coisas compulsivamente temendo que, se jogarem fora, at mesmo um jornal de 10 anos atrs, podero precisar com urgncia dessas coisas;

Alm das obsesses e dos rituais, o sujeito desenvolve ansiedade concentrada na possibilidade de ter pensamentos intrusivos adicionais.Transtorno obsessivo-compulsivoDiferentemente da fobia, quando o medo de um obejeto externo, no TOC, a coisa mais assustadora da vida de um sujeito so pensamentos terrveis;

No possvel evitar do mesmo jeito que se evita uma cobra ou andar de avio;

Assim, as compulses so estratgias para resistir, suprimir e neutralizar tais pensamentos;

Acontecem que essas estratgias fracassam, porque logo que se termina o ritual, o pensamento aparece de novo.Transtorno obsessivo-compulsivoTratamento

Medicamentos, principalmente o inibidores da recaptao de serotonina so eficientes;

Contudo o ganho no 100% efetivo e a taxa de recada alta;

Nos casos graves, os pacientes podem ser hospitalizados e, por ex., as torneiras serem removidas do lavatrio;

A psicocirurgia utilizada em casos muito graves que no respondem nem a tratamentos psicolgicos nem psicofarmacolgico, tendo uma eficcia de 30%.