Aula sobre Parnasianismo
-
Upload
erika-lucia -
Category
Education
-
view
442 -
download
2
Transcript of Aula sobre Parnasianismo
Contexto soacutecio-histoacuterico Fase de ouro da burguesia enriquecida com a Revoluccedilatildeo Industrialdesfrutando do conforto moderno e do progresso desenvolveu-se paralelamente ao Realismo-Naturalismo Belle eacutepoque (fins do seacuteculo XIX ateacute a Primeira Grande Guerra) Surgiu na Franccedila a partir de 1866 com uma antologia de poetas desejososde reagir contra o sentimentalismo romacircntico Le Parnase Contemporain A denominaccedilatildeo de Parnase Contemporain remete agrave Antiguidade Claacutessica oMonte Parnaso na regiatildeo da Foacutecida (Greacutecia) que segundo a mitologia era amorada dos deuses e poetas que se isolavam do mundo para dedicar-seexclusivamente agrave arte Aleacutem da Franccedila somente no Brasil se deu o Parnasianismo diretamenteinspirado no movimento francecircs O Rio de Janeiro entatildeo capitatildeo federal foi o centro da vida artiacutestica ecultural Parnasianismo Realismo Naturalismo Simbolismo Impressionismosatildeo algumas das correntes esteacuteticas que coexistiram no periacuteodo entre 1881 e1922
Caracteriacutesticas da poesia parnasiana ldquoArte pela Arterdquo ndash esteticismo
Volta-se para o belo descompromisso com os problemas do mundo Poetas encerram-se em suas torres de marfim
Impassibilidade (contenccedilatildeo do lirismo) a subjetividade eacute afastada do sentimentalismo
Perfeiccedilatildeo formal materialismo da forma o artesanato do verso palavra lapidada burilada assimilaccedilatildeo dos ideais das artes plaacutesticas
Poesia descritiva plaacutestica e visual objetos cenas histoacutericas fenocircmenos naturais (anoitecer primavera o amanhacer) cromatismo intenso
Contato com o oriente gosto burguecircs pelo exoacutetico e requintado
Retorno agrave tradiccedilatildeo claacutessica ideais da poesia greco-romana renascentista e aacutercade ndash predomiacutenio da razatildeo antropocentrismo arte voltada para o belo ideal para o bem a verdade e a perfeiccedilatildeo mimeses (arte coacutepia da natureza)
Aspectos formais da poesia parnasiana
bull Rimas ricas e raras
bull Forma fixa soneto
bull Enjambements ou encadeamentos
bull Meacutetrica riacutegida predominacircncia de decassiacutelabos e dodecassiacutelabos
bull Preciosismo vocabular
O Ninho
O musgo mais sedoso a uacutesnea mais le(ve)Trouxe de longe o alegre passarinhoE um dia inteiro ao sol paciente esteveCom o destro bico a arquitetar o ninho
Da paina os vagos flocos cor de neveColhe e por dentro o alfombra com carinhoE armado pronto enfim suspenso em breveEi-lo balouccedila agrave beira do caminho
E a ave sobre ele as asas multicoresEstende e sonha Sonha que o aacuteureo poacutelen E o neacutectar suga agraves mais brilhantes flores
Sonha Poreacutem de suacutebito a violento Abalo acorda Em torno as folhas bolemEacute o vento E o ninho lhe arrebata o vento
(Alberto de Oliveira)
Musa Impassiacutevel
Musa um gesto sequer de dor ou de since(ro)Luto jamais te afeie o cacircndido semblan(te)Diante de um Joacute comserva o mesmo orgulho e dian(te)De um morto o mecircsmo olhar e sobrecenho auste(ro)
Em teus olhos natildeo quero a laacutegrima natildeo queroEm tua boca o suave o idiacutelico descanteCelebra ora um fantasma anguumliforme de DanteOra o vulto marcial de um guerreiro de Homero
Daacute-me o hemistiacutequio douro a imagem atrativaA rima cujo som de uma harmonia crebraCante aos ouvidos dalma a estrofe limpa e viva
Versos que lembrem com seus baacuterbaros ruiacutedosOra o aacutespero rumor de um calhau que se quebraOra o surdo rumor de maacutermores partidos
Francisca Juacutelia
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Caracteriacutesticas da poesia parnasiana ldquoArte pela Arterdquo ndash esteticismo
Volta-se para o belo descompromisso com os problemas do mundo Poetas encerram-se em suas torres de marfim
Impassibilidade (contenccedilatildeo do lirismo) a subjetividade eacute afastada do sentimentalismo
Perfeiccedilatildeo formal materialismo da forma o artesanato do verso palavra lapidada burilada assimilaccedilatildeo dos ideais das artes plaacutesticas
Poesia descritiva plaacutestica e visual objetos cenas histoacutericas fenocircmenos naturais (anoitecer primavera o amanhacer) cromatismo intenso
Contato com o oriente gosto burguecircs pelo exoacutetico e requintado
Retorno agrave tradiccedilatildeo claacutessica ideais da poesia greco-romana renascentista e aacutercade ndash predomiacutenio da razatildeo antropocentrismo arte voltada para o belo ideal para o bem a verdade e a perfeiccedilatildeo mimeses (arte coacutepia da natureza)
Aspectos formais da poesia parnasiana
bull Rimas ricas e raras
bull Forma fixa soneto
bull Enjambements ou encadeamentos
bull Meacutetrica riacutegida predominacircncia de decassiacutelabos e dodecassiacutelabos
bull Preciosismo vocabular
O Ninho
O musgo mais sedoso a uacutesnea mais le(ve)Trouxe de longe o alegre passarinhoE um dia inteiro ao sol paciente esteveCom o destro bico a arquitetar o ninho
Da paina os vagos flocos cor de neveColhe e por dentro o alfombra com carinhoE armado pronto enfim suspenso em breveEi-lo balouccedila agrave beira do caminho
E a ave sobre ele as asas multicoresEstende e sonha Sonha que o aacuteureo poacutelen E o neacutectar suga agraves mais brilhantes flores
Sonha Poreacutem de suacutebito a violento Abalo acorda Em torno as folhas bolemEacute o vento E o ninho lhe arrebata o vento
(Alberto de Oliveira)
Musa Impassiacutevel
Musa um gesto sequer de dor ou de since(ro)Luto jamais te afeie o cacircndido semblan(te)Diante de um Joacute comserva o mesmo orgulho e dian(te)De um morto o mecircsmo olhar e sobrecenho auste(ro)
Em teus olhos natildeo quero a laacutegrima natildeo queroEm tua boca o suave o idiacutelico descanteCelebra ora um fantasma anguumliforme de DanteOra o vulto marcial de um guerreiro de Homero
Daacute-me o hemistiacutequio douro a imagem atrativaA rima cujo som de uma harmonia crebraCante aos ouvidos dalma a estrofe limpa e viva
Versos que lembrem com seus baacuterbaros ruiacutedosOra o aacutespero rumor de um calhau que se quebraOra o surdo rumor de maacutermores partidos
Francisca Juacutelia
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Aspectos formais da poesia parnasiana
bull Rimas ricas e raras
bull Forma fixa soneto
bull Enjambements ou encadeamentos
bull Meacutetrica riacutegida predominacircncia de decassiacutelabos e dodecassiacutelabos
bull Preciosismo vocabular
O Ninho
O musgo mais sedoso a uacutesnea mais le(ve)Trouxe de longe o alegre passarinhoE um dia inteiro ao sol paciente esteveCom o destro bico a arquitetar o ninho
Da paina os vagos flocos cor de neveColhe e por dentro o alfombra com carinhoE armado pronto enfim suspenso em breveEi-lo balouccedila agrave beira do caminho
E a ave sobre ele as asas multicoresEstende e sonha Sonha que o aacuteureo poacutelen E o neacutectar suga agraves mais brilhantes flores
Sonha Poreacutem de suacutebito a violento Abalo acorda Em torno as folhas bolemEacute o vento E o ninho lhe arrebata o vento
(Alberto de Oliveira)
Musa Impassiacutevel
Musa um gesto sequer de dor ou de since(ro)Luto jamais te afeie o cacircndido semblan(te)Diante de um Joacute comserva o mesmo orgulho e dian(te)De um morto o mecircsmo olhar e sobrecenho auste(ro)
Em teus olhos natildeo quero a laacutegrima natildeo queroEm tua boca o suave o idiacutelico descanteCelebra ora um fantasma anguumliforme de DanteOra o vulto marcial de um guerreiro de Homero
Daacute-me o hemistiacutequio douro a imagem atrativaA rima cujo som de uma harmonia crebraCante aos ouvidos dalma a estrofe limpa e viva
Versos que lembrem com seus baacuterbaros ruiacutedosOra o aacutespero rumor de um calhau que se quebraOra o surdo rumor de maacutermores partidos
Francisca Juacutelia
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
O Ninho
O musgo mais sedoso a uacutesnea mais le(ve)Trouxe de longe o alegre passarinhoE um dia inteiro ao sol paciente esteveCom o destro bico a arquitetar o ninho
Da paina os vagos flocos cor de neveColhe e por dentro o alfombra com carinhoE armado pronto enfim suspenso em breveEi-lo balouccedila agrave beira do caminho
E a ave sobre ele as asas multicoresEstende e sonha Sonha que o aacuteureo poacutelen E o neacutectar suga agraves mais brilhantes flores
Sonha Poreacutem de suacutebito a violento Abalo acorda Em torno as folhas bolemEacute o vento E o ninho lhe arrebata o vento
(Alberto de Oliveira)
Musa Impassiacutevel
Musa um gesto sequer de dor ou de since(ro)Luto jamais te afeie o cacircndido semblan(te)Diante de um Joacute comserva o mesmo orgulho e dian(te)De um morto o mecircsmo olhar e sobrecenho auste(ro)
Em teus olhos natildeo quero a laacutegrima natildeo queroEm tua boca o suave o idiacutelico descanteCelebra ora um fantasma anguumliforme de DanteOra o vulto marcial de um guerreiro de Homero
Daacute-me o hemistiacutequio douro a imagem atrativaA rima cujo som de uma harmonia crebraCante aos ouvidos dalma a estrofe limpa e viva
Versos que lembrem com seus baacuterbaros ruiacutedosOra o aacutespero rumor de um calhau que se quebraOra o surdo rumor de maacutermores partidos
Francisca Juacutelia
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Musa Impassiacutevel
Musa um gesto sequer de dor ou de since(ro)Luto jamais te afeie o cacircndido semblan(te)Diante de um Joacute comserva o mesmo orgulho e dian(te)De um morto o mecircsmo olhar e sobrecenho auste(ro)
Em teus olhos natildeo quero a laacutegrima natildeo queroEm tua boca o suave o idiacutelico descanteCelebra ora um fantasma anguumliforme de DanteOra o vulto marcial de um guerreiro de Homero
Daacute-me o hemistiacutequio douro a imagem atrativaA rima cujo som de uma harmonia crebraCante aos ouvidos dalma a estrofe limpa e viva
Versos que lembrem com seus baacuterbaros ruiacutedosOra o aacutespero rumor de um calhau que se quebraOra o surdo rumor de maacutermores partidos
Francisca Juacutelia
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Alberto de Oliveira (1857-1937)Antonio Mariano Alberto de Oliveira nasceuem 28 de abril de 1857 em Saquarema (RJ)Abandonou o curso de Medicina no terceiroano e foi estudar Farmaacutecia formando-se em1883 Tambeacutem foi professor de LiteraturaBrasileira e um dos fundadores da AcademiaBrasileira de LetrasAlberto de Oliveira eacute considerado ldquoO Priacutencipedos Poetas Brasileirosrdquo ficou com este tiacutetulodepois da morte de Olavo Bilac
Sempre permaneceu fiel ao Parnasianismo e agravemargem dos acontecimentos histoacutericos Eacuteconsiderado mestre nessa esteacutetica com suatemaacutetica presa agrave descriccedilatildeo desde a naturezaateacute meros objetos exaltando-lhes a formaPerfeiccedilatildeo formal meacutetrica riacutegida e linguagemextremamente trabalhada chegando porvezes ao rebuscamento
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Vaso Chinecircs
Estranho mimo aquele vaso Vi-oCasualmente uma vez de um perfumadoContador sobre o maacutermor luzidioEntre um leque e o comeccedilo de um bordado
Fino artista chinecircs enamoradoNele pusera o coraccedilatildeo doentioEm rubras flores de um sutil lavradoNa tinta ardente de um calor sombrio
Mas talvez por contraste agrave desventuraQuem o sabehellip de um velho mandarimTambeacutem laacute estava a singular figura
Que arte em pintaacute-la A gente acaso vendo-aSentia um natildeo sei quecirc com aquele chimDe olhos cortados agrave feiccedilatildeo de amecircndoa
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correiafez humanidades no Coleacutegio Pedro IIe Direito em S Paulo No periacuteodoacadecircmico foi ardente liberal eadmirador de Antero de QuentalFormado ingressou na magistraturaDurante algum tempo secretariou alegaccedilatildeo brasileira em Lisboa Emborareconhecido pelos conterracircneoscomo um dos melhores poetas do fimdo seacuteculo pouco participou da vidaliteraacuteria escudando a proacutepria timidezcom a reserva que lhe facultavam asfunccedilotildees de juiz Morreu em Paris
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertadaVai-se outra mais mais outra enfim dezenasDe pombas vatildeo-se dos pombais apenasRaia sanguiacutenea e fresca a madrugada
E agrave tarde quando a riacutegida nortadaSopra aos pombais de novo elas serenasRuflando as asas sacudindo as penasVoltam todas em bando e em revoada
Tambeacutem dos coraccedilotildees onde abotoamOs sonhos um por um ceacuteleres voamComo voam as pombas dos pombais
No azul da adolescecircncia as asas soltamFogem Mas aos pombais as pombas voltamE eles aos coraccedilotildees natildeo voltam mais
Raimundo Correia
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Braacutes Martins dos GuimaratildeesBilac nasceu no Rio de JaneiroAbandonou os cursos de medicina(5ordm ano) e direito para se dedicar agravepoesia Aleacutem de poeta foi jornalistacriacutetico inspetor da Instruccedilatildeo Puacuteblicae membro do Conselho Superior doDepartamento Federal entregando-se a uma campanha em prol doserviccedilo militar obrigatoacuterioPertenceu agrave Escola ParnasianaBrasileira sendo um dos seusprincipais representantes ao ladode Alberto de Oliveira e RaimundoCorreia
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
PROFISSAtildeO DE FEacuteOlavo Bilac
Natildeo quero o Zeus CapitolinoHercuacuteleo e beloTalhar no maacutermore divino Com o camartelo
Que outro - natildeo eu - a pedra corte Para brutalErguer de Atene o altivo porte Descomunal
Mais que esse vulto extraordinaacuterio Que assombra a vistaSeduz-me um leve relicaacuterio De fino artista
Invejo o ourives quando escrevoImito o amorCom que ele em ouro o alto relevo Faz de uma flor
Imito-o E pois nem de CarraraA pedra firoO alvo cristal a pedra rara O ocircnix prefiro
Por isso corre por servir-me Sobre o papelA pena como em prata firme Corre o cinzel
Corre desenha enfeita a imagem A ideacuteia vesteCinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste
Torce aprimora alteia lima A frase e enfim No verso de ouro engasta a rima Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives saia da oficina Sem um defeito
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
VILA RICA
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobreSangram em laivos de ouro as minas que a ambiccedilatildeoNa torturada entranha abriu da terra nobreE cada cicatriz brilha como um brasatildeo
O acircngelus plange ao longe em doloroso dobreO uacuteltimo ouro do sol morre na cerraccedilatildeoE austero amortalhando a urbe gloriosa e pobreO crepuacutesculo cai como uma extrema-unccedilatildeo
Agora para aleacutem do cerro o ceacuteu pareceFeito de um ouro anciatildeo que o tempo enegreceuA neblina roccedilando o chatildeo cicia em prece
Como uma procissatildeo espectral que se moveDobra o sino Soluccedila um verso de DirceuSobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Sobressai no poema
a) a descriccedilatildeo de um ambiente fictiacutecio
b) a visatildeo do homem infeliz
c) um retrato valorizador da feacute humana
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico
Resposta
d) O aspecto descritivo e a lembranccedila de um passado
histoacuterico