Aula Residência Farmacêutica

23
Sandra Cristina Brassica São Paulo, 28 de março de 2012. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Programa de Residência Farmacêutica “Medicamentos não licenciados e sem indicação”

description

 

Transcript of Aula Residência Farmacêutica

Page 1: Aula Residência Farmacêutica

Sandra Cristina Brassica

São Paulo, 28 de março de 2012.

HOSPITAL UNIVERSITÁRIOUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Programa de Residência Farmacêutica

“Medicamentos não licenciados e sem indicação”

Page 2: Aula Residência Farmacêutica

fármacosubstância que é o principio ativo do medicamento

produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico

medicamento

•medicamentos não licenciados incluem: formulações extemporâneas; doses elaboradas a partir de especialidades farmacêuticas para uso em adultos; ou uso de medicamentos contra-indicados, importados e substâncias químicas sem grau farmacêutico (Choonara; Conroy, 2002);

•medicamentos sem indicação, envolvem indicação terapêutica diferente da aprovada para o medicamento; doses diferentes das recomendadas, administração por via diferente da preconizada e em faixas etárias para as quais o medicamento não foi testado (Choonara; Conroy, 2002).

Page 3: Aula Residência Farmacêutica

Desenvolvimento de um novo fármaco

Ensaios Pré-clínicos

Fase 2

Garantia de segurança e eficácia

Fase 1

Fase 3

Fase 4

Ensaios Clínicos

Page 4: Aula Residência Farmacêutica

Populações especiais

Page 5: Aula Residência Farmacêutica

•1990 - FDA medidas voluntárias

•1997 – “FDA Modernisation Act”

•1999 – “Pediatric Rule”.

•2002 – FDA “Best Pharmaceuticals for Children Act”

•2002 – EMEA “Better Medicines for Children”

•2005 – FDA “Newborn Drug Development Iniciative”

•2006 – Austrália: “Consensus recommendations for evaluating appropriatnes of

off-label medicines”

•2007 – EMEA legislação

•2008 –EMEA lista de medicamentos sem patente

Histórico

Page 6: Aula Residência Farmacêutica

Atualmente...Bob Peterson, MD PhD MPH, Paul C. Hébert, MD MHSc, Noni MacDonald, MD MSc, Daniel

Rosenfield, BArtsSc, Matthew B. Stanbrook, MD PhD, and Ken Flegel, MDCM MSc

Industry’s neglect of prescribing information for children

Physicians caring for Canadian children are frequently denied easy access to important prescribing information.

The pharmaceutical industry generally has not submitted evidence in its possession supporting safe pediatric doses and dosing intervals to Health Canada.

At present, Canadian health professionals do not have the same access to evidence as their American and European colleagues.

In addition, without approval for pediatric use, our children may be denied access to expensive new drugs because of lack of insurance coverage. Labelled indications also provide incentives for research and evidence-based reviews by national and

provincial formularies.

CMAJ, June 14, 2011, 183(9)

Page 7: Aula Residência Farmacêutica

Atualmente...

Farmacología en pediatría y usos de medicamentos no Autorizados

Entre los años 2008 y 2010 se han registrado en Clinical Trials.gov 22 ensayos clínicos pediátricos en la Argentina y

otros 10 que incluían niños y adultos, pero en relación a los estudios que se desarrollan en adultos el número

continúa siendo escaso.

Arch Argent Pediatr 2012;110(1):4-7 / 5

Page 8: Aula Residência Farmacêutica

Atualmente...Tareq Mukattash & Ahmed F. Hawwa & Karen Trew & James C. McElnay

Healthcare professional experiences and attitudes on unlicensed/off-label paediatric prescribing and paediatric clinical trials

A survey was issued to 500 randomly selected GPs, all community pharmacists (n=512), 50 hospital consultants and 150 paediatric nurses in Northern Ireland.

Approximately half (46.5%) of the 1,212 healthcare professionals responded .The majority of respondents indicated their familiarity with the term unlicensed (82.9%)

or off-label (58.6%) prescribing with the most frequently quoted reason for such prescribing being younger age (33.6%).

Most respondents reported having gained their knowledge through personal experience. Only 30.7% reported informing parents/guardians of these concerns on the use of such

medicines in children, and only 56% of respondents believed that unlicensed/off-label medicines should undergo clinical trials in children.

Overall, 28.4% of respondents (20.1% of GPs, 41.4% of community pharmacists, 27.7% of paediatric nurses and 94% of consultant paediatricians) indicated their willingness to be actively involved in, and recruit their patients for paediatric clinical research.

Eur J Clin Pharmacol (2011) 67:449–461

Page 9: Aula Residência Farmacêutica

[...] o uso destes medicamentos é feito por conta e risco do médico que o

prescreveu, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas

em grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas

ainda não aprovado[...].

(ANVISA, 2005)

Page 10: Aula Residência Farmacêutica

BrasilMedicamentos não licenciados

•adrenalina•aminofilina• ampicilina• atropina• benzoato de sódio• cálcio (gluconato) •cefotaxima• clotrimazol

•dexametasona•dipirona•dobutamina•dopamina•fenobarbital•fenoterol•fentanila•filgrastima

•fósforo•furosemida •espironolactona•hidrato de cloral• hidroclorotiazida•midazolam•milrinona•pancurônio

•proximetacaína•ranitidina•rocurônio•salbutamol•sildenafil•tramadol

Licenciados42%

Não licenciados58%

Porcentagem de itens de medicamentos

licenciados e não licenciados para uso neonatal

no Brasil

Licenciados27%

Não licenciados

73%

Porcentagem de fármacos licenciados e não

licenciados para uso neonatal no Brasil

Page 11: Aula Residência Farmacêutica

Classificação Princípios ativos

sem especialidades farmacêuticas disponíveis

hidrato de cloral, benzoato de sódio e fósforo

especialidades farmacêuticas adultas que precisaram de adaptação

espironolactona, furosemida, hidroclorotiazida e sildenafil

especialidades farmacêuticas adultas sem adaptação da forma farmacêutica

dobutamina, filgrastima, milrinona, ranitidina (injetável) e tramadol

especialidades farmacêuticas pediátricas sem adaptação da forma farmacêutica

adrenalina, aminofilina, ampicilina, atropina, cálcio (gluconato), cefotaxima, clotrimazol, dexametasona, dipirona, dopamina, fenobarbital, fenoterol, fentanila, flumazenila, furosemida (injetável), midazolam, proximetacaína, rocurônio e salbutamol

BrasilMedicamentos não licenciados

Page 12: Aula Residência Farmacêutica

BrasilItens não licenciados

Cinquenta e dois neonatos (66%) 1 a 10 (2,35 ± 2,52) itens de medicamentos não licenciado no Brasil

nas primeiras 24 horas de internação.

Itens Prescritos

Faixa Etária Sub-Total

n / (%) Lactente

n / (%)

RNT

n / (%)

RNPT

n / (%)

Licenciados para neonatos no Brasil 3 (2) 54 (37) 90 (61) 147 (42)

Não licenciados para neonatos no Brasil 12 (6) 114 (57)* 73 (37)* 199 (58)

Total 15 (100) 168 (100) 163 (100) 346 (100)

*p=0,0256

Page 13: Aula Residência Farmacêutica

Brasil Itens sem indicação

14 (18%) pacientes receberam ao menos 1 item sem indicação

Sistema Medicamento n / (%)

Tipo de

não

indicação

Observação

Antimicrobianos de

uso sitêmico

oxacilina 6 (43)

Dose sobredose

vancomicina 2 (14,5)

Cardiovascular alprostadil 3 (21)

Dose subdose

alprostadil 1 (7) sobredose

Respiratório surfactante 2 (14,5) indicação aspiração meconial

Total 14 (100)

Distribuição dos itens sem indicação

Page 14: Aula Residência Farmacêutica

EUAMedicamentos não licenciados

Licenciados47%

Não licenciados 53%

Porcentagem de itens de medicamentos licenciados e não licenciados para uso neonatal nos EUA

•adrenalina•aminofilina•atropina•benzoato de sódio•clotrimazol•dexametasona•dipirona

•dobutamina•dopamina•espironolactona•fenobarbital•fenoterol•fentanila•filgrastima

•flumazenila•fósforo•furosemida•hidrato de cloral•hidroclorotiazida•midazolam•milrinona,

•proximetacaína•ranitidina•rocurônio•salbutamol•sildenafil•tramadol

Licenciados34%

Não licenciados 66%

Porcentagem de Fármacos com especialidades farmacêuticas licenciadas para uso neonatal nos

EUA

Page 15: Aula Residência Farmacêutica

Classificação Princípios ativos

sem especialidades farmacêuticas disponíveis

dipirona*, fenoterolσ, tramadolσ e fósforo

especialidades farmacêuticas adultas que precisaram de adaptação

espironolactona, hidroclorotiazida e sildenafil

especialidades farmacêuticas adultas sem adaptação da forma farmacêutica

dobutamina, dopamina, fenobarbital, milrinona, proximetacaína e ranitidina (injetável)

especialidades farmacêuticas pediátricas sem adaptação da forma farmacêutica

adrenalina, aminofilina, atropina, benzoato de sódio, clotrimazol, dexametasona, fentanila, filgrastima, flumazenila, furosemida (solução injetável), hidrato de cloral, midazolam, ranitidina, rocurônio e salbutamol

EUAMedicamentos não licenciados

•Proscrito desde 1977 dos EUA.•σFormas de apresentação diferentes das disponíveis no Brasil.

Page 16: Aula Residência Farmacêutica

EUAItens não licenciados

Cinquenta neonatos (63%) 1 e 9 (1,73 2,40) itens de medicamentos não licenciado segundo a FDA

nas primeiras 24 horas de internação.

Itens Prescritos

Faixa Etária Sub-Total

n / (%) Lactente

n / (%)

RNT

n / (%)

RNPT

n / (%)

Licenciados para neonatos nos EUA 7 (3) 64 (39) 93 (57) 164 (47)

Não licenciados para neonatos nos EUA 8 (4) 104 (57) * 70 (38) * 182 (53)

Total 15 (100) 168 (100) 163 (100) 346 (100)

*p=0,0451

Page 17: Aula Residência Farmacêutica

EUAItens sem indicação

16 (20%) pacientes receberam ao menos 1 item sem indicação

Sistema Medicamento n / (%)

Tipo de

não

indicação

Observação

Antimicrobianos

de

uso sitêmico

oxacilina 6 (33) dose

sobredose ceftriaxona 2 (11)

vancomicina 2 (11)

ampicilina 1 (6) dose subdose

Cardiovascular alprostadil 3 (16)

dose subdose

1 (6) sobredose

Respiratório surfactante 2 (11) indicação aspiração meconial

Alimentar e

metabolismo

cálcio,

gluconato 1 (6) via

forma farmacêutica injetável

por via enteral

Total 18 (100)

Distribuição dos itens sem indicação

*p=0,0315 RNT/RNPT

Page 18: Aula Residência Farmacêutica

Fármacosn=41

Sem especialidade farmacêutica no

Brasiln=3 (7,3%)

Sem bula BE n=24 (63%)

Sem bula no CBM

n=19 (50%)

Disponibilidade de informação sobre medicamentos segundo a fonte

Page 19: Aula Residência Farmacêutica
Page 20: Aula Residência Farmacêutica

Estratégias e sugestões

Estudos de utilização (OMS, 2008);

Produção por indústrias nacionais, laboratórios oficiais;

Importação de especialidades farmacêuticas registradas em outros países;

Normas internacionais (harmonização / divulgação);

Brasil - padronização das bulas de medicamentos.

Page 21: Aula Residência Farmacêutica

Brasil: Falta de informação; bulas de um mesmo medicamento de

diferentes fabricantes podem apresentar distintas informações em relação

a indicação / licenciamento.

Medicamentos licenciados e suas indicações diferem entre países.

Não foram propostas estratégias para resolver o problema no Brasil.

Uso: dilema; não constitui um preceito ilegal.

Autoridades sanitárias de distintos países, ainda, não encontraram uma

solução para obter dados de segurança e eficácia em relação ao uso dos

medicamentos em distintas faixas etárias da população pediátrica.

Page 22: Aula Residência Farmacêutica

Papel do Farmacêutico

Informação científica; Protocolos; Avaliação farmacêutica da prescrição; Dispensação; Manipulação de formulações; Educação de pais ou responsáveis.

ASHP, 2002

Page 23: Aula Residência Farmacêutica

Obrigada!