Aula Nomenclatura Botanica

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A presente aula inicia o aluno nos estudos da classificação e nomenclatura botânica, seus princípios, regras e conceitos, bem como sua origem, grandes estudiosos do assunto e historicidade.

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Nomenclatura Botnica

Nomenclatura BotnicaSistemtica Cincia da diversidade dos organismos.

Abrange a disciplina da taxonomia

Em taxonomia, grupos de organismos so descritos e nomes cientficos lhes so designados.

Qual a importncia de um nome cientfico?O nome de um txon nos d acesso informao disponvel sobre ele.

Ex.: Pesquisa feita com o Girassol. Helianthus annuus L.

A aplicao de nomes cientficos a finalidade da Nomenclatura Biolgica.

Quem descreve as espcies novas?

Cada um descreve como quer?

1 Cdigo de Nomenclatura Botnica foi a mais de 100 anos.

1867 - Congresso Internacional de Botnica em Paris.

De Candolle apresentou um trabalho propondo 6 regras de nomenclatura. Estas viraram os 6 princpios do cdigo.

As regras que governam a colocao de nomes cientficos em botnica (inclusive ficologia e micologia) so revistas nas reunies da Sesso de Nomenclatura dos sucessivos Congressos Internacionais de Botnica.

Depois de De Candolle houve mais 17 reunies de Nomenclatura em Congressos Internacionais de Botnica.

O Cdigo vlido o da ltima reunio. Cada cdigo novo lanado, invalida o antigo.

Vlido atualmenteO Cdigo est organizado seguindo Princpios, Regras e Recomendaes.

Os princpios constituem a base e no esto em discusso.

So seis:PRINCPIO IA nomenclatura de algas, fungos e plantas independente da zoolgica e bacteriolgica. O Cdigo aplica-se, igualmente, aos nomes de grupos taxonmicos tratados como algas, fungos ou plantas, tenham eles sido ou no originalmente tratados como tais.

H muitas diferenas nos detalhes. Um resultado da independncia que bicho e planta podem ter o mesmo nome cientfico. Cecropia (mariposas e rvores da famlia Cecropiaceae); Pieris (borboletas e arbustos de Ericaceae).

PRINCPIO IIA aplicao de nomes de grupos taxonmicos determinada por meio de tipos nomenclaturais.

Quando uma nova espcie ou txon infraespecfico descrito, o autor deve designar um espcime particular como um tipo nomenclatural. Este espcime, depositado em um herbrio onde ser disponvel para estudo, o holtipo. O nome da nova espcie vinculado a este espcime em particular, que ilustra o que o autor tinha em mente quando descreveu a espcie. Duplicatas do holtipo, outras pores da mesma planta ou outros indivduos da mesma populao, coletados no mesmo tempo e lugar que o holtipo, em outros herbrios, so denominados istipos.

Alves, M. 333ALCB

Alves, M. 333HUEFS

Alves, M. 333CEPEC

Alves, M. 333RB

Alves, M. 333RBHOLTIPO

Alves, M. 333ALCBISTIPO

Alves, M. 333HUEFSISTIPO

Alves, M. 333CEPECISTIPOPRINCPIO IIIA nomenclatura de um grupo taxonmico est baseada na prioridade de publicao.

O nome correto para um txon o nome mais antigo que est em concordncia com as regras de nomenclatura. Species Plantarum de Linnaeu (01.Maio.1753) o ponto de partida (para propsitos de prioridade) para nomes de espcies de plantas vasculares. Nomes de espcies publicados a partir desta data para o mesmo txon so chamados sinnimos e no so considerados corretos para a espcie. Nomes que duplicam nomes j existentes (de outra espcie) tambm no so usados e so chamados de homnimos.PRINCPIO IVCada grupo taxonmico com circunscrio, posio e nvel prprios pode ter apenas um nome correto, qual seja, o mais antigo que esteja de acordo com as Regras, exceto em casos especificados.

Em alguns casos, h nomes que no so os mais antigos, mas para evitar mudanas desnecessrias, muitos destes tm sido conservados permitido ser considerado o nome correto do txon atravs de especial permisso em Congressos Botnicos.

PRINCPIO VNomes cientficos de grupos taxonmicos so tratados em latim, independentemente de sua derivao.

A escolha do latim origina-se do uso desta lngua em escolas medievais. Publicaes botnicas eram escritas em latim ainda no sculo XIX. Uma lngua morta e, portanto, sem modificaes, facilita a comunicao entre sistematas pertencentes a diversas culturas e grupos lingsticos.

PRINCPIO VIAs Regras de nomenclatura so retroativas, a menos que expressamente limitadas.Grupos taxonmicos de qualquer nvel devero, conforme o Cdigo, ser referidos como txons (singular: txon).Nveis de txon em ordem descendente:ReinoDiviso ou Filo phytaClasse opsidaSubclasse idae Superordem anaeOrdem alesFamlia aceaeSubfamlia oideaeTribo eaeSubtribo inaeGnero nenhuma terminao, primeira letra maiscula, em itlico.Espcie nenhuma terminao, nome do gnero mais o epteto especfico, em itlico

Regras para nomear uma espcie nova:

A espcie deve ser nomeada.

O nome deve ser em latim, em um formato binomial e no deve duplicar qualquer nome j existente.

O nvel hierrquico do nome deve ser claramente indicado pela terminao prpria. Um espcime-tipo deve ser designado. A espcie deve ser escrita em latim, ou descrita em outra lngua e acompanhada por uma diagnose em latim ou ingls (uma breve especificao dos caracteres da espcie ou uma comparao com uma espcie similar).

Exemplo:

Chaptalia cipoensis Roque sp. nov. ad sectionem Chaptalia sect. Archichaptalia Burkart pertinens,Chaptalia martii (Baker) Zardini similis, aliis especies ab folia oblanceolata 2,5-4,5x0,7-2,0cm et flores radii 1,5-1,8cm longae, rosae, differt. Typus. Brazil, Minas Gerais, Mun. Santana do Riacho: Serra do Cip, Rodovia Belo Horizonte Conceio do Mato Dentro, km 132, 10-15.Dec.1973, Semir & Sazima CFSC 4758 (holotypus UEC!; isotypus SP!).Finalmente, a informao deve ser efetivamente publicada, isto , deve ser apresentada uma publicao que est disponvel para outros botnicos, tais como peridicos ou livros.

Obra princeps.

Se todas as recomendaes acima forem seguidas, o nome da espcie considerado validamente publicado. Entretanto, porque um nome validamente publicado no significa que ele um nome correto para uma espcie particular.

O nome pode ser um sinnimo de um nome anterior, validamente publicado.

Um nome validamente publicado pode competir por prioridade com outros nomes.

s vezes o conhecimento sobre as relaes filogenticas resultam em uma mudana no nome da espcie.

Por exemplo: na famlia Ericaceae, Walter descreveu Andromeda ferruginea em 1788. Nuttall (1818) decidiu que esta espcie (e seus parentes) pertence ao gnero Lyonia devido s cpsulas (fruto) com suturas distintamente espessadas. Ento, o epteto especfico ferruginea foi transferido por Nuttall para o gnero Lyonia, resultando em: Lyonia ferruginea (Walter) Nuttall.

O holtipo, nesses casos, continua o mesmo, associado ao basinimo da espcie: Andromeda ferruginea Walter.

Definio de basinimo: o nome legtimo previamente publicado, no qual uma combinao nova ou um nome em um novo nvel baseado. O basinimo prov o epteto final.

Alguns nomes de autores so separados pelas preposies ex ou in. Nomes separados por ex significam que o segundo autor publicou um nome proposto (mas nunca publicado) pelo primeiro; enquanto a palavra in significa que o primeiro autor publicou a espcie no livro ou artigo editado (ou escrito em parte) pelo segundo. Gossypium tomentosum Nutt. ex Seem. ou Gossypium tomentosum Seem; Viburnum ternatum Rehder in Sargent, que deve ser abreviado para V. ternatum Rehder.

Tipos de tipo Holtipo: o nico espcime ou ilustrao usado pelo autor ou designado pelo autor como o tipo nomenclatural.

Istipo: um espcime duplicado do holtipo.

Partipo: um espcime citado no protlogo que no nem o holtipo, nem um istipo, nem um dos sntipos.

Alves, M. 333RBHOLTIPO

Alves, M. 333ALCBISTIPO

Alves, M. 333HUEFSISTIPO

Alves, M. 333CEPECISTIPO

Roque, N. 3452CEPECPARTIPO

Guedes, M.L. 15002ALCBPARTIPOTipos de tipo Sntipo: qualquer espcime citado no protlogo quando no h holtipo ou qualquer um de dois ou mais espcimes simultaneamente designados no protlogo como tipos.

Lecttipo: um espcime ou ilustrao designado a partir do material original como tipo nomenclatural se o holtipo no foi indicado na poca da publicao.

Isolecttipo: um espcime duplicado do lecttipo.

Riedel 1042K

Riedel 1042B

Riedel 1042P

Riedel 1042KSNTIPO

Riedel 1042BSNTIPO

Riedel 1042PSNTIPO

Riedel 1042KISOLECTTIPO

Riedel 1042BISOLECTTIPO

Riedel 1042PLECTTIPO

Tipos de tipoNetipo: um espcime ou ilustrao selecionado para servir como tipo nomenclatural se nenhum material original existir ou se ele estiver perdido.Riedel 1042B

Riedel 1042P

Hind, N. 3029KNETIPO

Riedel 1042K

Exerccios de Nomenclatura Botnica

Usando o gnero Magnolia, refira os nomes corretos para os txons nos seguintes nveis hierrquicos: subfamlia, famlia, ordem e subclasse.

2. Indique as categorias taxonmicas s quais pertencem os seguintes nomes: Ginkgophyta, Laurales, Amaranthaceae e Richterago discoidea (Less.) Kuntze.

3. Ellenberger, em 1946, descreveu uma nova espcie de Rosa qual deu o epteto especfico odoratissima.a) Qual a citao correta da espcie?b) Posteriormente, Frana (1964) transferiu a espcie para o gnero Malus. Qual a combinao nova da espcie?c) Melo & Carneiro (1994), com base no fruto e na cor da corola, propuseram para este txon o gnero Pyrus. Qual o nome correto da espcie em 1994?d) Qual o basinimo?4. Parra descreveu Paepalanthus corymbosus em 1870 como uma nova espcie para a cincia. Aps 16 anos, a mesma autora props uma nova combinao para o gnero Syngonanthus. Qual a citao correta da espcie?

5. Dos nomes abaixo, indique o nico nome vlido, o basinimo e os sinnimos. Seris amplexifolia Gardner (1847)Richterago amplexifolia (Gardner) Kuntze (1891)Gochnatia amplexifolia (Gardner) Cabrera (1971)Actinoseris amplexifolia (Gardner) Sano (1999)

6. Arajo (1990) descreveu a planta Chaptalia integrifolia baseado nas coletas de Campos 345 na Bahia e Sano 450 em Minas Gerais. Qual o tipo da categoria que temos no exemplo dado? Tal situao no satisfatria luz da CINB. Como resolver o problema?

7. Em 1940, Cordeiro descreveu a espcie Croton pulcherrima, com base nas coletas de Sampaio 123, com os exemplares A, B, C; de Barros Lima 23, com os exemplares D, E, e Costa 56, com os exemplares F, G, H. Cordeiro indicou o exemplar F, da coleta de Costa como o mais caracterstico da nova espcie. Sabendo que os tipos nomenclaturais podem ser holtipo, istipo, partipo, lecttipo, sintipo e netipo, em qual categoria se enquadram os exemplares A, B, C, D, E, F, G, H.