Aula Nº 13 – Vendas e Distribuição
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Aula N 13 Vendas e Distribuio
Objetivos da aula:
EOs consumidores, na maioria das vezes, no compram seus produtos
diretamente da empresa que os fabrica. Os vendedores no so os
responsveis pela entrega do produto, mas, para trabalhar com vendas,
necessrio conhecer os meios de distribuio pelos quais os produtos
passam.
A importncia da participao dos vendedores na formao dos canais de
distribuio est relacionada ao fato de que eles conhecem as necessidades
reais dos clientes e, desta forma, devem participar no processo de anlise do
tamanho do mercado e das participaes do produto nesses mercados.
Convido voc a iniciar mais esta aula e desenvolver os mecanismos de
distribuio que envolvem as vendas.
Vamos l!
1. Distribuio Fsica
Na sua essncia, o departamento de vendas distribui produtos, pois
estabelece um elo entre produtor e consumidor ou usurio. Por isso,
necessria uma deciso entre as vrias possibilidades de distribuio.
O objetivo geral da distribuio fsica, como meta ideal, o de levar os
produtos certos, para os lugares certos, no momento certo e com o nvel
de servio desejado, pelo menor custo possvel.
A distribuio fsica cobre os segmentos que vo desde a sada do produto
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na fbrica, at a sua entrega final ao consumidor.
Em muitas atividades varejistas, o produto entregue diretamente ao
consumidor na loja, no ato da compra. Entretanto, h muitos casos em que
o produto entregue, posteriormente, ao comprador em seu domiclio,
seja porque volumoso ou pesado, seja porque o varejista oferece esse
servio ao cliente, nos casos em que a aquisio feita via fax, Internet, ou
outra forma de compra.
Mas como garantir um nvel de servio elevado, ao mesmo tempo em
que se pretende reduzir custos? Isso porque as possveis melhorias no
sistema, de uma forma geral, implicam custos maiores de transporte, de
armazenagem e de estoque.
A distribuio fsica formada por um ou mais canais de distribuio, isto
, o meio pelo qual um sistema de livre mercado realiza a transferncia de
propriedade de produtos e servios.
Como um dos principais objetivos do canal minimizar os custos totais
de distribuio para um determinado nvel de cobertura do mercado,
preciso analisar os custos da distribuio fsica.
A distribuio fsica voltada para o valor procura encontrar meios de
aumentar a velocidade e a confiabilidade da distribuio e, ao mesmo
tempo, manter os custos baixos. A tomada de decises interfuncional
pode ajudar a organizao a obter maior equilbrio entre custo e servio
ao cliente. Essa abordagem busca assegurar que o sistema de distribuio
fsica d suporte estratgia geral da organizao.
A tendncia na distribuio fsica buscar maior eficincia e planejar
um sistema de distribuio completo, em vez de uma srie de funes
isoladas.
A distribuio fsica cobre os segmentos que vo desde a sada do produto
da fbrica at sua entrega final ao consumidor.
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2. Seleo e Administrao dos Canais de Marketing
A maioria dos fabricantes no vende seus produtos diretamente aos
usurios finais. Entre os fabricantes e os usurios finais, h um canal de
marketing, um conjunto de intermedirios que desempenha vrias funes
e recebe vrios nomes.
Canais de marketing so conjuntos de organizaes interdependentes
envolvidos no processo de tornar um produto ou servio disponvel para
uso ou consumo. A terminologia usada nos canais de marketing definida
a seguir:
CORRETORES Intermedirios cuja tarefa aproximar compradores
e vendedores. No estoca bens, financia ou assume risco.
FACILITADOR Intermedirio que auxilia o processo de distribuio, mas
no assume a propriedade dos bens ou negocia o processo de compra ou
de venda.
REPRESENTANTE DE FABRICANTES Empresa que representa ou vende
os bens dos fabricantes. contratada pelo fabricante e no faz parte de
suas foras de vendas internas.
COMERCIANTE Intermedirio que compra, assume a propriedade e
revende mercadorias.
VAREJISTA Empresa que vende bens ou servios diretamente ao
consumidor final para uso pessoal, no empresarial.
AGENTE DE VENDAS Intermedirio que procura clientes e negocia em
nome de um fabricante, mas no assume a propriedade dos bens.
FORA DE VENDAS Grupo de pessoas contratado diretamente por
uma empresa para vender seus produtos e servios.
ATACADISTA (DISTRIBUIDOR) Empresa que vende bens ou servios
comprados para revenda ou uso empresarial.
As decises do canal de marketing esto entre as mais criticas que a
administrao enfrenta. Os canais escolhidos afetam todas as outras
decises de marketing. Normalmente, leva anos para ser construdo e no
mudado facilmente. A administrao deve escolher os canais, visualizando
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o provvel ambiente de venda de hoje e amanh.
2.1. A Necessidade de Intermedirios
Muitos produtores necessitam de recursos financeiros para vender ao
mercado consumidor diretamente;
Em alguns casos, a venda direta no seria vivel;
Os produtores que estabelecem seu prprio canal obtm maior retorno
em seu negcio principal;
O uso de intermedirios aumenta a eficincia da distribuio de bens por
torn-los amplamente disponveis e acessveis aos mercados-alvos.
2.2. Funes e Fluxos do Canal
Um canal de marketing desempenha a funo de movimentar os bens e
servios de produtores at os consumidores. As funes desempenhadas
pelos membros do canal so:
INFORMAES coleta e disseminao de informaes de pesquisa de
marketing;
PROMOO disseminao da oferta, plano para atrair os
consumidores;
NEGOCIAO forma para se chegar a um acordo sobre preo e outras
condies, de modo que a transferncia de propriedade seja efetivada;
PEDIDO comunicao de intenes de compras dos membros do
canal;
FINANCIAMENTO obteno de recursos para a manuteno dos
estoques nos diferentes nveis do canal de marketing;
RISCO aceitao dos riscos associados ao canal;
PROPRIEDADE FSICA estocagem e movimentao dos produtos, desde
a matria-prima at os consumidores finais;
PAGAMENTO compradores pagam suas faturas por meio de bancos e
outras instituies financeiras;
PROPRIEDADE transferncia real de propriedade de uma organizao
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para outra.
Algumas funes (como transferncia fsica, propriedade e promoo)
constituem o fluxo para frente, atividades da empresa para o consumidor;
outras (como pedido e pagamento) so os fluxos para trs, atividades
do consumidor para a empresa; algumas outras (como informaes,
negociao, financiamento e risco) constituem o fluxo nos dois sentidos.
O lanamento de um produto que pode exigir servios estabelece pelo
menos trs canais: canal de vendas, canal de entrega e canal de servio.
O problema no se vrias funes de canal precisam ser desempenhadas,
mas quem ir desempenh-las. Todas as funes tm trs coisas em
comum: usam recursos escassos, podem ser mais bem desempenhadas
por meio de especializao e so intercambiveis entre os membros do
canal.
2.3 Nveis de Canal
Cada intermedirio que desempenha algum trabalho para levar o produto
e sua propriedade a consumidores finais constitui um nvel de canal.
Como o produtor e o consumidor final so parte do canal, o nmero de
nveis intermedirios que ir definir a extenso de um canal.
- Canal de nvel zero ou marketing direto consiste em um fabricante
que vende direto ao consumidor;
- Canal de um nvel contm um intermedirio de venda, como um
varejista;
- Canal de dois nveis possui dois intermedirios, que podem ser um
atacadista e um varejista;
- Canal de trs nveis formado por trs intermedirios que podem
ser um atacadista maior, pequenos atacadistas e varejistas.
No marketing industrial, geralmente so usados os canais de marketing de
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nveis zero, um e dois.
A reciclagem pode ser considerada um movimento de canais de marketing
para trs.
2.4 Canais do Setor de Servios
Fornecedores de servios e idias tambm enfrentam o problema de
tornar sua produo disponvel e acessvel s populaes alvo.
medida que a tecnologia avana, a prestao de certos servios torna-se
mais fcil para os fornecedores e mais conveniente aos consumidores.
Os canais de distribuio desempenham quatro funes bsicas, que so:
Induo da demanda necessidade de gerar demanda para produtos/
servios;
Satisfao da demanda comercializao desses produtos/ servios;
Servios ps-venda realizam-se aps as duas primeiras funes;
Troca de informaes ao longo da cadeia, os consumidores fornecem
um valioso feedback para fabricantes e varejistas.
Os canais de distribuio eram vistos como estruturas verticais, em que a
responsabilidade vai sendo transferida de um segmento para o outro.
FABRICANTE ---> ATACADISTA ---> VAREJISTA ---> CONSUMIDOR
Os servios ps-venda (instalao, atendimento a reclamaes,
informaes sobre uso etc.) so realizados diretamente pelo varejista,
quando solicitados pelos clientes.
o varejista que interpreta as preferncias do consumidor, as tendncias
de demanda, as necessidades de servios ps-vendas etc. A satisfao das
necessidades dos clientes sempre exercida, nesse tipo de distribuio,
pelo ltimo elemento da cadeia de suprimentos, aquele que atende
diretamente ao consumidor.
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Uma desvantagem deste sistema de distribuio o fato de que os
consumidores, muitas vezes, necessitam de informaes tcnicas
diretamente do fabricante. Essas informaes so deixadas por conta dos
vendedores, que nem sempre conseguem transmitir o que solicitado
pelos clientes.
2.5 Propriedades dos Canais de Distribuio
2.5.1 Extenso e Amplitude
A extenso est ligada ao nmero de nveis intermedirios na cadeia de
suprimento, desde a manufatura at o consumidor final. Ex: canal de nvel
zero, de um nvel, de dois nveis etc.
A amplitude tambm chamada largura do canal, definida para cada
segmento intermedirio da cadeia de suprimento, representada pelo
nmero de empresas que nela atuam. Normalmente, trs tipos so
relacionados.
Distribuio exclusiva;
Distribuio seletiva;
Distribuio intensiva.
Distribuio exclusiva existe apenas uma empresa atuando em cada
regio demarcada pelo fabricante do produto. Alguns tipos de produto, de
alto valor e adquiridos esporadicamente, atraem o comprador pela marca,
pelo seu desempenho, como um relgio Rolex. O fabricante prefere, ento,
escolher um nico varejista em cada regio.
Distribuio seletiva existe mais de uma empresa atuando em um
mesmo mercado, mas de forma controlada. O objetivo principal aumentar
as condies de acesso a produtos e garantir um certo nvel de competio
entre eles. H produtos que somente so adquiridos aps alguma pesquisa,
por exemplo, um conjunto de sof. Para esse tipo de produto, no seria
econmico para o fabricante ter a mercadoria disponvel em qualquer loja,
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mas o produto deve ser exposto venda em pontos acessveis aos clientes
potenciais, para pesquisa e avaliao.
Distribuio intensiva o fabricante tenta colocar seus produtos por
intermdio do maior nmero possvel de revendedores. Como exemplo,
temos os produtos de consumo no dia-a-dia, tal como o acar. O
consumidor, embora tenha preferncia por uma certa marca, no hesita
em comprar outra, com preo e qualidade semelhantes. O volume
comercializado est fortemente ligado disponibilidade.
Com a revoluo no tratamento e no uso da informao e com a ampliao
do comrcio eletrnico, nota-se uma tendncia de utilizao de canais
mais curtos na cadeia de suprimentos. Os atacadistas, aparentemente, so
os mais propensos a serem eliminados da cadeia de suprimentos.
A eliminao de funes intermedirias no canal de distribuio realizada
com maior facilidade quando o mercado est crescendo, porque fica mais
fcil repartir o bolo de forma diferente da atual.
Uma boa ocasio para proceder ao enxugamento do canal de distribuio
o momento de lanar uma nova linha de produtos bastante atrativa, por
meio de tcnicas de Gerenciamento da Cadeia de Suprimento.
2.6 Estrutura dos Canais de Distribuio
Na montagem ou reestruturao de uma cadeia de suprimento, total ou
parcialmente, deve-se buscar o melhor canal ou combinao de canais, que
coloca no mercado um produto da forma mais competitiva possvel. Outra
questo est ligada melhor forma de manter os canais em operao,
garantindo os nveis de servios planejados.
Para definir os canais, algumas etapas devem ser seguidas:
ETAPA 1 Identificao dos Segmentos Homogneos de Clientes.
A idia bsica agrupar os clientes com necessidades e preferncias
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semelhantes dentro dos canais especficos. A idia fundamental no
cometer um erro: encarar o cliente mais prximo como o cliente final,
dando pouca importncia aos elementos seguintes da cadeia.
Em muitos casos, o agrupamento dos clientes em classes homogneas
j est definido pelas prticas de mercado. No entanto, muitas vezes, a
empresa precisa definir seus canais de distribuio a partir do zero, seja
porque o produto novo, seja porque est entrando em um mercado
diferente daquele onde ela atua.
ETAPA 2 Identificao e Priorizao das Funes.
Aps a identificao dos canais, a empresa deve verificar que funes
devem ser associadas a cada canal de distribuio.
Informaes sobre o produto: evoluo tecnolgica, sade, ecologia.
Customizao do produto: modificaes para atender mercados
especficos.
Afirmao da qualidade do produto: alm da garantia normal.
Tamanho do lote: fracionamento, conforme pedido do comprador.
Variedade: depende do canal, exige maior variedade de formas, tamanhos,
cores, sabores.
Disponibilidade: alguns clientes exigem maior disponibilidade de tipos de
um mesmo produto.
Servios ps-venda: instalao, manuteno de rotina, consertos,
atendimento de reclamaes.
Logstica: transporte prprio ou de terceiros, armazenagem, informao.
ETAPA 3 Benchmarking Preliminar.
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Confrontao do projeto com as melhores prticas do mercado.
ETAPA 4 Reviso do Projeto.
Anlise dos resultados das etapas 2 e 3, que deve ser baseada nos objetivos
da empresa, levando em considerao os requisitos desejados pelo
consumidor.
ETAPA 5 Custos e Benefcios.
Confrontao de todos os elementos de investimento, chegando escolha
da melhor opo para a empresa.
ETAPA 6 Integrao com as Atividades atuais da Empresa.
Normalmente, a empresa que lana um certo produto no mercado j
produz, ou comercializa, outros produtos. Assim, torna-se necessrio
integrar o projeto de distribuio estrutura de canais existentes na
empresa. Nessa fase, os fatores estratgicos de longo prazo adquirem
grande importncia.
3. Tendncias das Vendas e Distribuio
O processo de globalizao est obrigando as empresas, independente de
seu tamanho ou faturamento, a se reorganizarem e a se reposicionarem
no mercado, como forma de viabilizar a continuidade de seu negcio.
O reposicionamento conseqncia da queda que vem ocorrendo nas
reservas de mercado, permitindo s empresas que visualizam um mundo
sem fronteiras para a colocao dos seus produtos e servios.
A possibilidade de expanso das vendas s pode ocorrer de duas formas:
verticalmente - dentro do grupo de consumidores j atendidos, tenta-se
acelerar a reposio dos produtos ou servios hoje utilizados, melhorando-
os e aperfeioando-os continuamente; e horizontalmente - pela expanso
da base dos atuais consumidores, gerando a possibilidade de se ter um
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nmero cada vez maior de pessoas comprando e consumindo servios ou
produtos.
Sntese
Vimos, nesta aula, a importncia da participao da equipe de vendas na
montagem dos canais de distribuio, para que os produtos possam chegar
aos clientes de forma mais rpida e segura, preservando suas qualidades.
A participao da equipe de vendas importante, tambm, pelo fato
de que ela tem o conhecimento das opinies e necessidades dos
clientes, podendo, desta forma, colaborar para eficincia dos meios de
distribuio.
Na prxima aula, iremos desenvolver os conceitos e habilidades
relacionadas s negociaes que envolvem a tarefa de vendas.
Aguardo sua presena e participao.
At a prxima aula!
Referncias Bibliogrficas
COBRA, Marcos N. Administrao de Vendas. 4. ed. So Paulo: Atlas,
1994.
KOTLER, Philip. Administrao de Marketing: a edio do novo milnio.
So Paulo: Prentice-Hall, 2000.
NOVAES, Antonio G. Logstica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuio:
estratgia, operao e avaliao. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
LAS CASAS, Alexandre L. Administrao de Vendas. 5. ed. So Paulo:
Atlas, 1999.