Aula Mecanismo Da Dor Final

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Fisioterapia Reumatológica Aula 1 Mecanismos da dor Ana Carolina Neves Frazão de Freitas

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Mecanismo da dor

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Fisioterapia Reumatológica

Aula 1 Mecanismos da dor

Ana Carolina Neves Frazão de Freitas

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Fisioterapia Reumatológica: Mecanismo da dor

Conceito de DorDor é uma experiência sensorial e emocional desagradável,

associada a dano tecidual real ou potencial;

Sensações subjetivas que acompanham a ativação de nociceptores e que sinalizam a localização e força de

estímulos reais ou potenciais que lesam o tecido;

Considerada o quinto sinal vital;

Exerce uma função protetora.

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Conceito de DorInclui componentes discriminativos da sensibilidade dolorosa onde estão envolvidos aspectos afetivos e motivacionais;

Componente sensorial-discriminativo:

• Detecção da intensidade, localização, duração, padrão temporal e qualidade do estímulo nocivo;

Componente emocional-afetivo-cognitivo:

• Reação emocional decorrente da percepção, ou seja, a integração do estímulo nocivo com áreas corticais e sistema límbico.

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Classificação Quanto ao mecanismo fisiopatológico:

Nociceptiva: ativação de nociceptores por estímulos dolorosos mecânicos, térmicos ou químicos. Possui dois subtipos:

Somática: exacerba ao movimento e alivia com o repouso, bem localizada e variável, conforme a lesão básica;

Visceral: é provocada por distensão de víscera oca, mal localizada, profunda, opressiva, constritiva;

Neuropática: normalmente decorre de uma disfunção das vias que transmitem a dor, ocasionando a transmissão crônica dos sinais dolorosos;

Psicogênica: nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado;

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Classificação – quanto ao tempo Dor aguda (rápida/fisiológica):

Deflagrada por lesão corporal tem função de alerta e defesa contribuindo para a preservação da vida;

Breve duração;

Provocada por estímulo nociceptivo periférico e/ou reação inflamatória com relação causa-efeito bem determinada;

Induz respostas protetoras, como o reflexo de retirada.

Dor crônica (lenta/patológica):

Sem causa periférica aparente, com relação causa-efeito mal definida;

Insidiosa e está relacionada a alteração dos mecanismos centrais de nocicepção, que acarretam sua progressiva centralização;

Pode existir ou persistir na ausência de lesão real;

Produz alterações persistentes no comportamento psicomotor e pode levar à incapacidade física e mental permanente;

Limitante.

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ClassificaçãoPropriedades Dor aguda/rápida Dor crônica/lenta

Receptores Terminações nervosas livres – Fibras tipo Aδ

Terminações nervosas livres – Fibras tipo C

Velocidade de condução do potencial de ação

Relativamente lenta 0,5 – 30 m/s

Muito lenta0,5 – 2 m/s

Sensação subjetiva Aguda, pontada, agulhada Queimação, latejante, crônica

Surgimento da sensação Latência curta, surgimento rápido

Latência longa, surgimento longo

Localização Bem localizada, facilmente identificada

Má localizada, difusa

Duração da sensação Curta duração Longa duração

Resposta subjetiva Retirada reflexa; menor envolvimento emocional

Mais difícil de suportar; envolvimento emocional

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Fatores Desencadeantes

•Variações mecânicas;

•Variações térmicas;

•Fatores quimícos na área da terminação nervosa;

Fatores liberados pelas

célulasinflamatórias

•Bradicinina;•Serotonina;•Histamina;•Enzimas proteolíticas.

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Conceito de NocicepçãoMecanismo pelo qual os estímulos periféricos são transmitidos ao SNC (percepção dos estímulos nocivos);

Etapas da nocicepção:Transdução: o impulso doloroso é recebido pelos nociceptores e transformado em potencial de ação;

Transmissão: impulso é conduzido até coluna posterior medula espinal;

Modulação: no CDME o impulso é modulado antes de chegar a níveis superiores do SNC;

Percepção: impulso é integrado e sentido como dor.

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Fisiopatologia da Dor - Nocicepção

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Fisiopatologia da Dor

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Aspectos Periféricos da Dor

O que é o nociceptor?

O nociceptor é um receptor polimodal responsável pela captação de estímulos nocivos e conversão em potenciais de ação.

Nociceptores terminações nervosas livres

Captam o estímulo doloroso

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Aspectos Periféricos da DorFibras mielinizadas tipo Aδ

Velocidade de condução: 5 a 30 m/s;

Associados a sensações dolorosas bem definidas e claramente perceptíveis;

Breve latência;

A duração das sensações é relativamente curta;

A dor tem menor envolvimento emocional.

Fibras não-mielinizadas tipo C

Velocidade de condução: 0,5 a 2 m/s;

Comumente associadas a sensações dolorosas prolongadas, de descrição imprecisa, difusas, latejante, ou em queimação;

Associações emocionais mais intensas e podem estar acompanhadas de respostas autônomas, como sudorese, aumento da freqüência cardíaca e da pressão sanguínea, e náusea.

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Aspectos Periféricos da DorDano tissular Ativação dos nociceptores

Liberação de mediadores químicos (bradicinina, substência P, hidroxitriptamina, prostaglandinas, histamina) Resp. inflamatória

Ativam terminais nervosos nociceptivos e sensibilizam a resposta dos nociceptores aos estímulos normais

Informação é transmitida para a medula espinhal: atividade reflexa ou é transmitida para os centros superiores.

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Aspectos Centrais da DorAferentes nociceptivos entram na medula pela raiz dorsal:

Fibras Aδ: lâmina I de Rexed;Fibras C: lâminas II e III de Rexed;

Realizam sinapse comneurônios de segunda ordem daSubstância cinzenta: Células Tou células de transmissão.

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Aspectos Centrais da DorCélulas T:

Reflexos espinhais locais: retirada flexora e extensor cruzado;Ascensão da informação aos centros superiores: vias espinotalâmicas;

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Aspectos Centrais da Dor

Via neoespinotalâmica:

• Conduz informações de dor rápida pelas fibras Aδ;

• Principal neutotransmissor: glutamato;• Transmitem principalmente a dor

mecânica e térmica aguda;• Origem: lâmina I (corno dorsal da medula); • Destino: algumas fibras vão até o tronco

encefálico e outras seguem para o tálamo (complexos ventrobasal e posterior);

• Os sinais são retransmitidos para outras áreas basais e para o córtex somatossensorial.

Via paleoespinotalâmica:

• Conduz sinais de dor lenta pelas fibras C;

• Originam-se nas lâminas II e III, passam pela lâmina V e cruzam pela comissura anterior da medula de onde seguem para o tecto do mesencéfalo e substância cinzenta pariaquedutal, e posteriormente ascende para o tálamo e hipotálamo;

• Principal neurotransmissor: substância P.

• Essas vias são formadas por neurônios de segunda ordem cujos corpos celulares encontram-se na substância gelatinosa, e subdividem-se em:

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Aspectos Centrais da Dor

Via

Paleoespinotalâmica

Fibras Nociceptoras

Interconecção com Células T

Reflexos espinhais locaisProjeção aos centros superiores

Via

Neoespinitalâmica

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Modulação da DorOs circuitos intramedulares têm a capacidade de alterar o estímulo e a consequente resposta dolorosa;

Estudos clínicos e experimentais demonstram que estímulos nocivos provocam alterações no SNC, modificando os mecanismos desencadeados pelos estímulos aferentes;

Essa forma de processamento medular é ativada através de influências excitatórias e inibitórias, envolvendo vias neuronais periféricas, interneurônios locais, vias neuronais do tronco encefálico e supraespinhais e córtex cerebral.

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Fisioterapia Reumatológica: Mecanismo da dorTeoria das Comportas Medulares

Proposta por Melzack e Wall, em 1965;

Aferentes mecanossensitivos de grande diâmetro e baixo limiar e impulsos descendentes provenientes dos centros superiores

Estimulam as células SG

Inibição pré-sináptica dos terminais aferentes nociceptivos onde ocorre a sinapse com as células T

Transmissão do estímulo doloroso para os centro superiores é inibida

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Fisioterapia Reumatológica: Mecanismo da dorTeoria das Comportas Medulares

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Liberação de Opiátos

•Provem de informações descendentes dos centros cerebrais superiores;

•A estimulação da substância cinzenta periaquedutal (SCPA) e dos núcleos da rafe no bulbo pode produzir analgesia, mediante inibição da transmissão da dor ao nível da medula espinal;

•Esta estimulação pode ser gerada pela ativação das fibras mecanossensíveis.

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Liberação de Opiátos

+ +

OPIATOS OPIATOS

Interneurônios inibitórios

Subst. Cinzenta Núcleos de

Rafe

SGT

Vias Mecanos-

sensíveis

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SensibilizaçãoO termo “sensibilização” aplica-se tanto à redução no limiar quanto ao aumento na intensidade da resposta a estímulos supralimiares;

Também inclui aumento no tamanho dos campos receptivos, assim como da responsividade à estimulação;

Sensibilização periférica: é a responsividade aumentada dos nociceptores à estimulação de seus campos receptivos.

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SensibilizaçãoSensibilização CentralApós a ativação pelos aferentes tipo C, a excitabilidade das células de transmissão do corno dorsal pode permanecer elevada por horas.

alteração dos canais e receptores de membrana

Aumentam a excitabilidade dos neurônios e sua sensibilidade aos transmissores sinápticos

As células com sensibilidade alterada respondem anormalmente aos impulsos aferentes mecanossensitivos de grande diâmetro. Hiperalgesia e alodinia

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Estados DolorososA estimulação persistente de nociceptores provoca: • Dor espontânea; • Redução do limiar de sensibilidade;• Hiperalgesia. Esta pode ser classificada como:• Hiperalgesia primária: aumento da resposta ao estímulo

doloroso no local da lesão;• Hiperalgesia secundária: é aquela que se estende para

áreas adjacentes;• Alodinia: dor que surge como resultado de estimulação não-

nociva aplicada à pele normal;�• Hiperpatia: reação álgica intensa e exagerada após

estímulos repetitivos.

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Dor na ReumatologiaTende a ser variável e imprevisível;

Pode ocorrer independente da condição clínica subjacente;

A percepção da dor pelo paciente abrange :

• Suas experiências;• Conhecimento;• Crenças e cultura; • Questões ambientais, psicológicas e socioeconômicas; • Apoio social

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Avaliação da Dor• Início: súbito, insidioso, lento e gradual.

Como começou;

• Duração: quando começou;

• Periodicidade: contínua, diária, noturna, semanal, mensal;

• Fatores de melhora/piora: frio, calor, repouso, sono, com o movimento, barulho;

• Desencadeantes: movimento, comidas, estresse, falta de repouso, procedimentos médicos;

• Irradiação: se extende para alguma outra região corporal;

• Sintomas associados: vômito, náusea, fotofobia, tontura, sudorese, palidez;

• Intensidade: Escalas.

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Avaliação da DorEscala visual analógica

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Avaliação da DorEscala visual numérica

Escala de descritores verbais

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Avaliação da DorDiário da dor:

Instrumento preenchido pelo paciente que pode incluir diversas dimensões da dor ao longo do tempo;Perfl de percepção da dor: é uma diário da dor mais sofisticado, envolvendo avaliações quantitativas da intensidade, aspectos desagradáveis e natureza da dor. Inclui 27 descritores verbais.

Questionário da dor de McGill:Forma longa: avalia diversas dimensões da dor como sensorial, afetiva, avaliativa, entre outras em termos quantitativos e qualitativos. Inclui também a localização da dor;Forma resumida: variação resumida do original, cobre as mesmas áreas mas não permite a localização da dor;http://www.scielo.br/img/revistas/bdj/v17n4/v17a12f03.jpg

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Avaliação da Dor

Escala Comportamental (EC):

Relaciona a lembrança da dor do paciente às suas atividades da vida diária. Zero corresponde à ausência de dor, enquanto 10 corresponde à persistência da dor mesmo em repouso.

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Avaliação da DorLocalização da dor

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