Aula de diabetes

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O diabetes melito é um grupo de doenças

metabólicas caracterizadas por níveis aumentados

de glicose no sangue (hiperglicemia) resultantes dos

defeitos na secreção de insulina, ação da insulina

ou ambas.

(AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004 apud BRUNNER & SUDDARTH, 2009).

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A insulina, um hormônio produzido pelo

pâncreas, controla o nível de glicose no sangue

regulando a produção e o armazenamento de glicose.

No diabetes, as células podem parar de responder à

insulina ou o pâncreas pode parar totalmente de

produzi-la. Isso leva à hiperglicemia, que pode

resultar em complicações metabólicas agudas, como

a cetoacidose metabólica e a síndrome não-cetótica

hiperosmolar hiperglicêmica.

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Os efeitos de longo prazo da hiperglicemia

contribuem para as complicações macrovasculares

(doença da artéria coronária, doença vascular

cerebral e doença vascular periférica), complicações

microvasculares crônicas (doença renal e ocular) e

complicações neuropáticas (doença dos nervos).

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Fatores de Risco para o Diabetes Melito

História familiar de diabetes (pais ou irmãos com diabetes)

Obesidade

Raça/etnicidade

Idade ≥ 45 anos

Glicemia de jejum prejudicada (GJP) ou tolerância à glicose

prejudicada (TGP) previamente identificadas

Hipertensão (≥ 140/90 mm Hg)

Nível de HDL < 35 mg/dL e ou nível de triglicerídios ≥ 250

mg/dL.

História de diabetes gestacional ou parto de neonatos com

mais de 4,5 Kg

Fonte: American Diabetes Association,2004

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Classificação do Diabetes

Diabetes do tipo 1: as células beta pancreáticas

produtoras de insulina são destruídas por um

processo auto-imune. Em consequência, os

pacientes produzem pouca ou nenhuma insulina e

requerem injeções desse hormônio para controlar

seus níveis glicêmicos.

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Diabetes do tipo 2: as pessoas apresentam

sensibilidade diminuída à insulina (chamada de

resistência à insulina) e funcionamento prejudicado

das células beta, resultando da produção diminuída

de insulina.

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Fisiopatologia

Atua diminuindo o nível de glicose no sangue

após as refeições;

Facilita a captação e utilização da glicose pelas

células musculares, adiposas e hepáticas.

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Nessas células, a insulina:

Transporta e metaboliza a glicose para produzir

energia

Estimula o armazenamento da glicose no fígado e

músculo (na forma de glicogênio)

Sinaliza o fígado para parar a liberação de glicose

Estimula o armazenamento de lipídios da dieta no

teciso adiposo

Acelera o transporte de aminoácidos (derivados da

proteína da dieta) para dentro das células.

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Diabetes do tipo 1

Caracteriza-se pela destruição das células beta

pancreáticas.

Fatores genéticos e imunológicos combinados

contribuam para a destruição das células beta.

Predisposição ou tendência genética para desenvolver

diabetes do tipo1.

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Diabetes do tipo 2

Os dois problemas principais relacionados com a

insulina no diabetes do tipo 2 são:

resistência a esse hormônio (sensibilidade

diminuída à insulina).

secreção prejudicada.

Fatores genéticos desempenhem alguma função.

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Diabetes Melito gestacional (DMG)

É qualquer grau de intolerância à glicose com início

durante a gravidez. A hiperglicemia desenvolve-se

durante a gravidez por causa da secreção de

hormônios placentários , os quais provocam a

resistência à insulina. Depois do parto, os níveis

glicêmicos nas mulheres com DMG comumente

retornam ao normal, no entanto, muitas mulheres

que tiveram DMG desenvolvem diabetes tipo 2 mais

adiante na vida.

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DMG

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Manifestações Clínicas

“três Ps”: poliúria, polidpsia e

polifagia.

Fadiga

Fraqueza; alterações súbitas da visão

Formigamento ou dormência nas

mãos ou pés

Pele seca

Lesões cutâneas ou feridas que

exibem cicatrização lenta

Infecções recorrentes

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Diagnóstico

Um nível glicêmico anormalmente elevado é o

critério básico para o diagnóstico do diabetes. Os

níveis da glicose plasmática em jejum (GPJ) de

126 mg/dL ou mais, ou níveis de glicose plasmática

ao acaso superiores a 200 mg/dL em mais de uma

ocasião, são diagnósticos de diabetes.

* Parâmetros normais 70 a 99 mg/ dL.

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Tratamento

Normalização da atividade da insulina e os níveis

glicêmicos para reduzir o desenvolvimento das

complicações vasculares e neuropáticas.

Terapia nutricional (dieta) – planejamento

das refeições, controle de peso.

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Exercício – é extremamente importante no tratamento do

diabetes por causa de seus efeitos sobre a diminuição da

glicemia e na redução de fatores de risco cardiovascular. O

exercício diminui os níveis glicêmicos aumentando a captação

da glicose pelos músculos corporais e melhorando a utilização

da insulina.

Automonitoração da glicemia – é a pedra fundamental do

tratamento do diabetes, permite ajustar o regime de

tratamento para obter o controle da glicemia.

Terapia farmacológica (medicamentos)

Educação

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Categorias de Insulina

Ação rápida - Lispro (humalog)

- Aspart (novolog)

Início: 10-15 min Duração: 2-4 h

*Usada para redução rápida do nível de glicose, para

tratar hiperglicemia pós-prandial e/ou evitar a

hipoglicemia noturna.

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Ação curta - Regular (Humalog R, Novolin R Iletin II

Regular)

Início: 30 min – 1 h Duração: 4-6 h

* Usualmente administrada 20-30 minutos antes de

uma refeição; pode ser administrada isoladamente

ou em combinação com insulina de ação mais longa.

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Ação intermediária - NPH (protamina neutra de

Hagedorn);

Início: 2-4 h Duração: 16-20 h

Humulin N, Iletin II lente, Iletin II NPH, Novolin L

Novolin N)

Início: 3-4 h Duração: 16-20 h

* Usualmente administrada depois da alimentação.

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Ação longa – Ultra lenta (“UL”)

Início: 6-8 h Duração: 20-30 h

*Usada principalmente para controlar o nível de

glicose em jejum .

Ação muito longa - Glargina (Lantus)

Início: 1 h Duração: 24 h

*Usada para dose basal.

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Quando administrar a insulina, é muito importante

ler cuidadosamente o rótulo e certificar-se de que o

tipo correto de insulina está sendo administrado.

Também é importante evitar confundir a insulina

Lantus com a insulina lenta, e vice-versa.

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Espécie (origem)

Eram obtidas a partir do pâncreas de gado (vaca) e

porco.

Atualmente, as “insulinas humanas” estão

amplamente disponíveis, são produzidas por

tecnologia de DNA recombinante e substituíram em

grande parte as fontes animais

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Complicações da Terapia com Insulina

Reações alérgicas locais;

Reações alérgicas sistêmicas;

Lipodistrofia por insulina;

Resistência a insulina injetável;

Hiperglicemia matinal.

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Métodos Alternativos de administração de

Insulina

canetas de insulina

injetores a jato

bombas de insulina

insulina inalatória – estão sob estudo intenso

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Agentes Hipoglicemiantes Orais

Os hipoglicemiantes orais podem ser efetivos para os

pacientes que possuem diabetes tipo 2 que não

podem ser tratados esfizcamente apenas com dieta

sob prescrição médica e exercício. Os

hipoglicemiantes orais incluem: as sulfoniluréias de

primeira e segunda geração, biguanidas, inibidores

da alfa-glicosidase, secretagogos da insulina do tipo

não-sulfoniluréias e tiazolidinedionas.

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Complicações Agudas do Diabetes

Existem três complicações do diabetes em relação

aos distúrbios em curto prazo nos níveis glicêmicos:

hipoglicemia, cetoacidose diabética e síndrome não-

cetótica hiperosmolar hiperglicêmica.

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Hipoglicemia: nível anormalmente baixo ocorre

quando a glicemia cai abaixo de 50 a 60 mg/dL,

pode ser causada pelo excesso de insulina ou

agentes hipoglicemiantes orais, muito pouco

alimento ou atividade física excessiva.

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Cetoacidose Diabética (diabetes tipo 1)

É causada por ausência ou quantidade

acentuadamente inadequada de insulina. Esse

déficit na insulina disponível resulta em distúrbios

no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios.

Os três aspectos clínicos principais da cetoacidose

diabética são: hiperglicemia, desidratação e perda de

eletrólitos, acidose.

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Cetoacidose Diabética

A clivagem das gorduras resulta em uma produção

aumentada de corpos cetônicos, que são altamente

ácidos, resultando em acidose; usualmente requer

hospitalização para tratamento e, em geral é

causada pela não-adesão ao regime de insulina,

doença concomitante ou infecção

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A cetoacidose diabética resultante pode provocar

sinais e sintomas, como a dor abdominal, náuseas,

vômitos, hiperventilação, um hálito frugal e quando

sem tratamento, nível de consciência alterado como

e morte. A insulina, juntamente com o líquido e os

eletrólitos, quando necessários, é essencial para

tratar a hiperglicemia e a cetoacidose diabética.

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Síndrome Não-Cetótica Hiperosmolar Hiperglicêmica:

(diabetes tipo 2) é uma condição grave em que a

hiperosmoralidade e a hiperglicemia predominam, o

defeito bioquímico básico é a falta de insulina efetiva. A

hiperglicemia persistente provoca diurese osmótica, o

que resulta em perdas de água e eletrólitos. Para manter

o equilíbrio osmótico, os deslocamentos de água se fazem

do espaço intracelular para o extracelular. Com a

glicosúria e a desidratação, ocorrem hipernatremia

(desequilíbrio na concentração de sódio no sangue) e a

osmolaridade aumentada.

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Complicações do Diabetes em Longo Prazo

Macrovascular

Doença microvascular

Neuropatia

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Complicações macrovasculares: resultam de

alterações em vasos sanguíneos de calibre médio e

grande. As paredes vasculares sofrem espessamento,

esclerose e os vasos se tornam ocluídos pela placa

que adere às paredes e com isso o fluxo sanguíneo é

bloqueado. A doença da artéria coronária, a doença

vascular cerebral e a doença vascular periférica são

os três tipos principais de complicações

macrovasculares que acontecem com mais

frequência na população diabética.

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Complicações Microvasculares: espessamento da

membrana basal capilar. Duas áreas afetadas por

essas alterações são a retina e os rins.

Retinopatia Diabética: é a principal causa de

cegueira. Ela ocorre nos diabetes do tipo 1 e do tipo

2. É causada por alterações nos pequenos vasos

sanguíneos na retina.

Nefropatia: ou doença renal secundária às

alterações microvasculares diabéticas no rim, é uma

complicação comum do diabetes.

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Neuropatias Diabéticas

Neuropatias Autônomas: resulta em uma ampla

gama de disfunções que afetam quase todos os

sistemas orgânicos do corpo. Três manifestações da

neuropatia autônoma estão relacionadas com os

sistemas:

Cardíaco – os sintomas variam desde uma

frequência cardíaca fixa até a isquemia e infarto do

miocárdio indolor e silencioso.

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Renal – retenção urinária, bexiga neurogênica.

Gasrointestinal – distensão abdominal, náuseas e

vômitos, constipação e diarreia “diabética”.

Neuropatia Sudomotora: refere-se a uma diminuição

da sudorese (anidrose) dos membros, com um

aumento compensatório da parte superior do corpo.

O ressecamento dos pés aumenta o risco para o

desenvolvimento de úlceras de pé.

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Disfunção Sexual: a dinfunção erétil nos homens é

umas das complicações do diabetes. Em mulheres a

lubrificação vaginal, diminuição da libido e do

orgasmo foi mencionada como possível efeito

neuropático.

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Problemas nos Pés e Pernas

A neuropatia sensorial leva à perda da sensação de dor e

pressão e a neuropatia autônoma leva ao ressecamento

aumentado e formação de fissura da pele, a circulação

deficiente nos membros inferiores contribui para a má

cicatrização das feridas e para o desenvolvimento de

gangrena e a resistência diminuída a determinadas infecçoes

devido a hiperglicemia prejudicar os leucócitos, esses fatores

em conjunto aumentam o risco de problemas e infecções nos

pés.

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Intruções ao Paciente

1. Cuidar do seu diabetes.

manter o nível glicêmico dentro de uma faixa normal.

2. Inspecionar os pés diariamente.

Observar os pés descalços diariamente para detectar

cortes, bolhas, manchas avermelhadas e inchação.

Usar um espelho para verificar as plantas do pé ou

pedir ajuda a um familiar caso você tenha problemas

para enxergar.

Verificar as mudanças na temperatura do pé.

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3. Lavar os pés todos os dias.

Lavar os pés em água morna, não quente.

Secar bem os pés. Certificar-se de secar entre os

artelhos.

Não ficar com os pés úmidos.

Não verificar a temperatura da água com os pés;

usar um termômetro ou o cotovelo.

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4. Manter a pele macia e lisa.

Friccionar uma camada fina de loção para a pele

sobre as partes superior e inferior dos pés, mas não

entre os artelhos.

5. Amaciar suavemente os calos e calosidades.

Usar perda-pome para amaciar os calos e

calosidades.

6. Aparar as unhas dos pés em linha reta e

arrendondar as bordas com uma lixa de unha.

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7. Usar calçados e meias em todos os momentos.

Nunca andar descalço.

Usar calçados confortáveis que se adaptem bem e

protejam os pés

Palpar dentro dos calçados antes de calçá-los para

se certificar de que o revestimento está liso e que

não existem objetos em seu interior.

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8. Protejer os pés contra o frio e calor.

Usar calçados na praia ou em calçadas quentes.

Usar meias à noite se os pés ficam frios.

9. Manter o fluxo sanguíneo para os pés.

Colocar os pés para adiante quando sentar.

Abrir os artelhos e movimentar os tornozelos para

cima e para baixo por 5 minutos, 2 a 3 vezes ao dia.

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Não fumar.

Não se automedicar nem usar remédios caseiros

ou produtos populares para tratar os problemas nos

pés.

Cuidados com a aplicação de insulina

as quatro principais regiões para injeção são o

abdome, a parte superior dos braços (superfície

posterior), as coxas (superfície anterior) e os

quadris.

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Realizar o rodízio sistemático dos sítios de injeção

dentro de uma área anatômica para evitar as

alterações localizadas no tecido adiposo

(lipodistrofia).

Registrar os locais de aplicação.

Não utilizar álcool, pois, o álcool pode ser

transportado para os tecidos.

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Refêrencias Bibliográficas

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-

Cirúrgica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diabetes Mellitus. Caderno de

Atenção Básica nº 16 Série A Normas e Manuais Técnicos

Brasília/DF, 2006. 56 p.

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