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Aula 8 e 9 – O jovem nos meios de comunicação de massa – Data: 13/06/2006 Objetivos Refletir sobre como a imagem de jovem é construída pelos meios de comunicação de massa; Refletir sobre a idéia de que os meios de comunicação é mecanismo ideológico. Conteúdos Categoria de indústria cultura e ideologia. Possibilidades Pedagógicas a) Apresentar idéias iniciais sobre categorias a serem trabalhadas, a partir de contação de história e esquema no quadro (Anexo 7); b) Construir problematização sobre o tema da aula e propor reflexão em duplas de trabalho sobre como a imagem do jovem é construída nas Revistas Capricho e Atrevida; c) Orientar reflexão com roteiro de perguntas, sendo estas: 1. A TV, as revistas, os jornais e outros espaços sociais tentam nos inculcar um modo de ser jovem (uma maneira de vestir, o que comer, que música ouvir, que comportamento ter, o que comprar, etc). Que modelo é esse? 2. Que necessidades as reportagens ou as propagandas tentam criar na cabeça dos jovens? 3. Será que estas maneiras ou modelos/estilos de ser jovem corresponde a maneira de viver da maioria dos jovens brasileiros? Por que? Recursos Revistas, giz e cópias do roteiro Avaliação A disposição em dialogar com a dupla sobre os assuntos da revista que se referem à imagem de jovens. Referencial teórico e de apoio FISCHER, Rosa Maria Bueno. A mídia como espaço formador do sujeito adolescente. In: KESSLER, Carlos et al. Tramas da clínica psicanalítica em debate. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. STRINATI, Dominic. Cultura popular: uma introdução . São Paulo: Hedra, 1999. GALLO, Silvio (Coord.). Ética e cidadania: caminhos da filosofia. Campinas, SP: Papirus, 1997. Unidade 3 e 4. 

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Aula 8 e 9 – O jovem nos meios de comunicação de massa – Data: 13/06/2006

Objetivos

Refletir sobre como a imagem de jovem é construída pelos meios de comunicação de massa;

Refletir sobre a idéia de que os meios de comunicação é mecanismo ideológico.

Conteúdos Categoria de indústria cultura e ideologia.

Possibilidades Pedagógicasa) Apresentar idéias iniciais sobre categorias a serem trabalhadas, a partir de contação de 

história e esquema no quadro (Anexo 7);b) Construir problematização sobre o tema da aula e propor reflexão em duplas de trabalho 

sobre como a imagem do jovem é construída nas Revistas Capricho e Atrevida;c) Orientar reflexão com roteiro de perguntas, sendo estas: 1. A TV, as revistas, os jornais e 

outros espaços sociais tentam nos inculcar um modo de ser jovem (uma maneira de vestir, o que comer, que música ouvir, que comportamento ter, o que comprar, etc). Que modelo é esse? 2. Que necessidades as reportagens ou as propagandas tentam criar na cabeça dos jovens?   3.   Será   que   estas   maneiras   ou   modelos/estilos   de   ser   jovem   corresponde   a maneira de viver da maioria dos jovens brasileiros? Por que?

RecursosRevistas, giz e cópias do roteiro

AvaliaçãoA disposição em dialogar com a dupla sobre os assuntos da revista que se referem à imagem 

de jovens.

Referencial teórico e de apoioFISCHER,  Rosa  Maria   Bueno.  A  mídia   como   espaço   formador   do   sujeito  adolescente.   In: KESSLER,  Carlos   et   al.   Tramas   da   clínica   psicanalítica   em   debate.   Porto   Alegre:  Editora   da UFRGS, 2004.

STRINATI, Dominic. Cultura popular: uma introdução. São Paulo: Hedra, 1999.

GALLO, Silvio (Coord.). Ética e cidadania: caminhos da filosofia. Campinas, SP: Papirus, 1997. Unidade 3 e 4. 

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1. Memória da Aula 8 

Dia 06/06/2006

A aula estava planejada para este dia. Contanto, não foi realizada, pois tive a infeliz surpresa quando cheguei na escola que pela falta do professor de Inglês, o que implicou a realização da aula de Geografia, uma antes da minha ter assumido o horário de Inglês. Nisso, a direção da escola tinha liberado os alunos já que “não conseguiram” me avisar. Uns três continuavam no pátio, jogando bola, enquanto duas outras alunas vieram na minha direção perguntar se não haveria aula mesmo. Fiquei muito chateada e fui falar com a professora titular que não se encontrava, pois tinha ido fazer um curso de atualização para professores do EJA (turmas que ela assume também), conforme me informou então a diretora da manhã. Fiquei conversando com as alunas no pátio, informalmente, fato que fez eu ouvir várias reclamações da escola das alunas. Uma ainda me contou uma história bem estranha sobre a possível corrupção que existia por parte da direção no desvio de recursos da merenda.  Ela   indignada  por   a   escola   não  merenda  para   o  Ensino  Médio,   disse   que  viu,   para aumentar a sua raiva, nas mesas do refeitório as notas fiscais das compras da merenda. Nisso, vê vários  ingredientes que não faziam parte da merenda escolar.  Diz ela que estava no local,  pois esperava sua mãe que é faxineira da escola. Pensei comigo que isto poderia sim acontecer, que não seria invenção, pois a forma de organização e gestão da escola era descompromissada com o ideal educativo que o ambiente escolar se propõe a ter. Desbancar para algum tipo de prevaricação seria possível   por   parte   dos   dirigentes   escolares.   Fiquei   bastante   triste   pela   desvalorização   do   meu trabalho enquanto estagiária por parte da escola e fui para a casa.

Data: 13/06/2006

Desta vez, quando cheguei a turma não estava na sala. Estavam no pátio a maioria deles jogando vôlei. Enquanto isso, a professora titular estava na sala de professores, me disse que a turma não tinha tido o período anterior e que era pra eu buscar a turma no pátio. Ainda, me indagou sobre as notas  dos alunos  a  serem apresentadas  por  mim,  já  que  o Conselho Escolar  seria   realizado na semana que vêm. Falei que estava organizando as notas e que traria a  tabela com os dados da avaliação na próxima semana. Fui para o pátio buscar os alunos, foi difícil chamá­los e acabar com o jogo de vôlei. Mas alguns alunos logo se aglutinaram e foram me seguindo. Chego na sala, uns 12 alunos começam a se organizar para a aula. Os outros vão chegando pouco a pouco. Faço a chamada e explico da prova a ser aplicada na próxima aula; conteúdos, como vai ser (dissertativas e objetivas – questões das provas do ENEM). Chegaram todos e já começo apresentar algumas idéias sobre o que iremos trabalhar. Leio uma história que conta o fascínio de uma jovem pelas calças da moda quando as vê num outdoor. A partir daí, apresentei a atividade de análise de revistas a ser feita e que o   roteiro  de  perguntas  que  orientou  a   reflexão  da  análise.  As  duplas   são  organizadas,   sempre demorando um pouco, e distribuo as revistas. Demonstram interesse e certo nível de concentração para o início da atividade. Muitos não entendem como responder estas perguntas, vendo as revistas. Explico melhorar as perguntas do roteiro, me atentando para os conceitos de inculcar e necessidade Passo de dupla em dupla e explico. Alguns escrevem as respostas para as perguntas. Vejo que não dá mais tempo para fazer algum fechamento mais aprofundado sobre as categorias trabalhadas na análise. Aqueles que terminam, entregam e saem da sala. Acaba a aula.

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2. Planejamento inicialmente pensadoAula 10 – Aplicação da Prova – Data: 20/06/2006

Objetivo:  Aplicação de  prova sobre  os  conteúdos  até   aqui   trabalhados,  a   ser  avaliação para  o segundo trimestre.

Conteúdo: Atitude sociológica, cultura e meios de comunicação de massa. 

Procedimentos pedagógicos: Distribuição de cópias das provas (Anexo 8), explicando que aquele momento é mais para o aprendizado deles, já que são questões bem reflexivas.

3. Memória da aula 10

Mais uma vez, chego na escola (cansada, pois tinha chegado de madrugada de um congresso que participava em Brasília) e me deparo com a impossibilidade de realizar a minha aula e aplicar a prova. Fui informada pela professora titular que a  turma estava fazendo um passeio no cinema, vendo o filme “Código da Vinci”. Fico muito indignada e pergunto por que não fui avisada antes. Ela me diz que o passeio havia sido programado em cima da hora pela direção. E que tinha perdido o  meu   telefone  que  havia   passado  para   ela.  Num misto  de   revolta   e   frustração   com a  minha experiência de estágio, saiu da escola abatida. 

4. Planejamento não feito na data anterior (a ser realizado neste data)Aula 11 – Aplicação da Prova – Data: 27/06/2006

Objetivo:  Aplicação de  prova sobre  os  conteúdos  até   aqui   trabalhados,  a   ser  avaliação para  o segundo trimestre.

Conteúdo: Atitude sociológica, cultura e meios de comunicação de massa. 

Procedimentos pedagógicos: Distribuição de cópias das provas (Anexo 8), explicando que aquele momento é mais para o aprendizado deles, já que são questões bem reflexivas.

5. Memória da aula 11

Em virtude do jogo da Copa do Mundo, em que o Brasil disputaria as oitavas de final, a realizar no horário de meio­dia, descobri na segunda­feira, que a turma seria liberada das aulas de Geografia e de Sociologia, a partir de uma ligação para a secretaria da escola. Quando na terça­feira chega às 10 horas da manhã, a professora me liga no celular e informa que a turma está me esperando, já que eles adiantaram os períodos. Porém, na segunda, marquei uma reunião a se realizar na manhã da terça, no centro da cidade, o que me impossibilitou de chegar a tempo de aplicar a prova. Não houve a aplicação, ficando para a próxima aula.

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6. Aula 12 – Aplicação de prova e da avaliação da prática docente da professora­estagiária – a ser realizada dia 04/07

7. Planejamento inicialmente pensado para aulas 11 e 12 (se tivessem acontecido)

Desde uma das orientações feitas com a professora­supervisora da prática docente, percebi que, além do objetivo geral do estágio de questionar a realidade em que o jovem estava inserido e propor uma atitude de se consolidar enquanto sujeito frente a esta realidade, era necessário para que esta  passagem acontece  (problematização para  a  consciência  da  transformação)  que  resgatar o sonho de que é possível mudar esta realidade. Neste sentido, a idéia que ficou em mim foi a de que   deveria   mostrar   sim   conquistas   da   resistência   e   organização   coletiva   da   juventude   que alavancaram transformações importantes para as suas condições de vida. Senti a necessidade de propor a reflexão sobre os temas Juventude e resistência e Juventude e participação social. Seriam duas aulas que teriam como objetivos pensar a resistência política e cultural das juventudes e como isto se materializava em ação concreta em organizações do movimento juvenil.  O procedimento seria   levar   para   uma   conversa   e   debate   dois   jovens  de  movimentos   juvenis   diferentes,   um do movimento hip­hop (Nação Hip­Hop Brasil) e outro jovem do movimento estudantil (diretora da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES), ambos militantes destas organizações. 

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Anexo 6: Prova aplicada

AVALIAÇÃO 

QUESTÃO 1:Estudamos  que a  atitude  sociológica  é  uma postura  de  permanente  questionamento  da   realidade  social   em que vivemos. Leia o texto abaixo, retirado de um jornal e que informa sobre um acontecimento. 

Antes cedo do que nunca Utilização racional do salário obtido no primeiro emprego é estratégico na formação sobre finanças pessoais 

Jornalista MARÇAL ALVES LEITE Jornal Zero Hora do dia 13 de junho de 2006

Quase todos os jovens sonham em arrumar um emprego de carteira assinada e fazem planos sobre a aquisição de bens de consumo. Quando finalmente conseguem um trabalho, independentemente da função e da remuneração, a maior parte constata que a realidade é bem diferente. 

O dinheiro obtido durante horas, dias ou meses de esforços pode sumir em questão de minutos ou segundos sem que tenha proporcionado o retorno desejado. Mais do que uma equação matemática, o equilíbrio nas finanças é resultado de uma filosofia de vida. 

Depois de um estágio de seis meses, a estudante de pedagogia Ana Paula Prates Sesin, 21 anos, acabou sendo contratada há cerca de meio ano como funcionária da Faculdades Rio­Grandenses (Fargs). O salário praticamente dobrou com sua efetivação, mas precisou adotar um rígido esquema financeiro sob o risco de não sobrar recursos para atividades de lazer. Ela própria banca os estudos e também ajuda nas despesas da casa onde mora com os pais, em Porto Alegre. 

­ Faço controle justamente para poder sair no final de semana, mas procuro opções dentro do meu orçamento, como eventos artísticos em locais públicos e churrascos com divisão de custos na residência de amigos ­ destaca. 

Consciente sobre a importância de acumular recursos, Ana Paula abriu uma caderneta de poupança ao embolsar seu primeiro salário com carteira assinada. Desde então, busca depositar todos os meses algum valor, nem que seja R$ 10 ou R$ 20 por vez. A conta é para ser utilizada em caso de necessidade, especialmente na quitação de mensalidades da faculdade, que consome em torno da metade de sua renda. Para ela, concluir a universidade é primordial na qualificação profissional. 

Agora pense que você  é  um  cientista social  e quer saber mais sobre o acontecimento que relata o  jornal.  Que perguntas você  faria enquanto cientista para tentar entender melhor este fato social? Escreva no mínimo QUATRO perguntas.

QUESTÃO 2: Observe as figuras atentamente:

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Agora escreva no mínimo 10 linhas explicando por que estas ações humanas que mostram as figuras podem ser entendidas como cultura?

QUESTÕES RETIRADAS E ADAPTADAS DAS PROVAS DO ENEM DE 2004 E 2002

QUESTÃO 3

De   acordo com   a história   em quadrinhos 

protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode­se afirmar que a postura de Hagar(A) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo.(B) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse universo.(C) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.(D) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não­navegantes.(E) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.

QUESTÃO 4

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...Por isso minha aldeia é grande como outra qualquerPorque sou do tamanho do que vejoE não do tamanho da minha altura...(Alberto Caeiro)

A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens 

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diferentes, uma mesma idéia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente,(A) pela idade do observador.(B) pela capacidade visual do observador.(C) pelo senso de humor de cada um.(D) pelo alcance de cada cultura.(E) pela altura do ponto de observação.

QUESTÃO 5 

Observe a tira com atenção e leia parte da música Não é sério, do Charlie Brown Jr.:

Caco Galhardo. 2001.

Não é SérioCharlie Brown Jr  Composição: Negra Lee

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sérioO jovem no Brasil nunca é levado a sério

Sempre quis falarNunca tive chanceTudo que eu queriaEstava fora do meu alcanceSim, já

Já faz um tempoMas eu gosto de lembrarCada um, cada umCada lugar, um lugarEu sei como é difícilEu sei como é difícil acreditarMas essa porra um dia vai mudarSe não mudar, prá onde vou...Não cansado de tentar de novoPassa a bola, eu jogo o jogo

Revolução na sua mente você pode você fazQuem sabe mesmo é quem sabe mais

Tirado da página na Internet http://charlie­brown­jr.letras.terra.com.br/letras/6008/.

Agora escreva no mínimo 10 linhas explicando qual o papel dos meios de comunicação de massa para a formação dos jovens brasileiros. 

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