Aula 6 - Endócrino Fisiologia

download Aula 6 - Endócrino Fisiologia

of 13

Transcript of Aula 6 - Endócrino Fisiologia

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    1/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 1

    Aula 6 - Endcrino fisiologia

    Pode ser considerada um mecanismo homeosttico de controle: pode estar controlando aglicemia, a calcemia, controlando as respostas metablicas.Elementos fundamentais para entender o que o sistema endcrino:

    - Presena de uma glndula, chamada de glndula endcrina (local de produo dohormnio)- Substncia qumica mediadora dos efeitos: hormnio endcrino (ex:gastrina,secretina, colecistoquinina = secretados pro clulas do TGI; atriopeptina, hormniosnatriurticos BNP, secretados pelo corao). TGI e corao so rgos com funoendcrina- rgos alvos, aqueles que vo expressar receptores para a funo hormonal (local deefeito do hormnio)

    Hormnio endcrino: substncia qumica secretada pela glndula endcrina e que vaiatuar nos rgos alvos. Os rgos alvos esto localizados longe do local de produo do

    hormnio. O hormnio vai alcanar o rgo alvo atravs da corrente sangunea. Umaglndula endcrina sempre quando vai secretar um hormnio endcrino vai secretarpara a corrente sangunea, e da corrente sangunea esse hormnio distribudo para oorganismo inteiro e vai atuar nos rgo alvo. Isso permite sempre dosar o hormnioendcrino atravs da coleta de sangue. Diferentemente dos hormnio parcrinos que noalcanam a corrente sangunea (Hormnios parcrinos: Local de ao prximo ao localda produo do hormnio: Hormnio atua no mesmo local que produzido. Ohormnio alcana o local de atuao por difuso). Apesar do hormnio endcrino sedistribuir por todo o organismo, ele no vai atuar no organismo inteiro, ele vai atuarapenas nos rgos alvos. Todo hormnio para atuar vai ter que se ligar a seu receptor eo rgo alvo vai ser a estrutura que expressa esse receptor hormonal.Glndula endcrina: quando a secreo hormonal a nica coisa ou a coisa maisimportante que o tecido faz. Exemplo: tireide (secreta T3 e T4), supra-renais.Os elementos do sistema endcrino esto espalhados pelo organismo sem que muitasvezes haja uma conexo entre eles, no um sistema unido morfologicamente espalhado pelo organismo.

    Hormnio endcrino: uma substncia qumica. Os hormnios so divididos em:

    -Hormnios proticos: derivados de protenas (ou polipeptdios ou peptdio, pois esseshormnios podem ter de 3 at 100 a.a). A maioria dos hormnios tem a natureza

    protica (GH, insulina, paratormnio...).- Hormnios derivados de aminocidos:o aminocido tirosina um importante quevai dar origem a alguns hormnios que so constitudos apenas por ele, por exemplo:

    * catecolaminas: Adrenalina e noradrenalina (a medula da adrenal secreta nacorrente sangunea 80% de adrenalina e 20% de noradrenalina) (derivados de 1 nicoaminocido de tirosina, constitudas de 1 tirosina)

    * hormnios tireoidianos: T3 e T4 (so constitudos de 2 tirosinas, se cadatirosina for diiodizada vai formar um T4, se for monoiodizada vai formar T3)

    - Hormnios esteroidais:derivados do colesterol (da gordura), no dependem daprotena para serem sintetizados. So hormnios lipdicos, possuem lipossolubilidade.

    Os hormnios derivados do colesterol so:

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    2/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 2

    * Hormnios sexuais:- estrognio- progesterona- testosterona

    *Hormnios da crtex adrenal:- aldosterona (mineralocorticide)- cortisol (glicocorticide)- andrognios

    A protena confere a molcula a hidrossolubilidade,j um hormnio derivado de umcolesterol (hormnio esteroidal) possui a lipossolubilidade. Essas caractersticas fsico-qumicas afetam o comportamento cintico desses hormnios.

    Hormnios Hidrossolveis:todos os hormnios proticosHormnio Lipossolveis: todos os hormnios derivados do colesterol

    O hormnio tireoidiano uma exceo. Apesar de ser derivado de um aminocido, que uma molcula com tendncia a hidrossolubilidade (tanto que as catecolaminas sohidrossolveis), o hormnio tireoidiano tem caractersticas de lipossolubilidade. Ento ohormnio tireoidiano compartilha algumas caractersticas dos hormnios lipossolveis ealgumas caractersticas dos hormnios hidrossolveis.

    Mecanismo de sntese, armazenamento e liberao dos hormnios:

    Hidrossolvelrelembrando que so hormnios derivados das cotecolaminas e os demais hormniosproticos (grande maioria dos hormnios tem comportamento de hidrossolubilidade).Os hormnios hidrossolveis so sintetizados e armazenados dentro da glndula queproduz o hormnio. H grnulos armazenando os hormnios hidrossolveis (insulina,paratormnio) dentro da glndula produtora. Ento o hormnio sintetizado,armazenado em grnulos e na hora que a glndula recebe um estmulo, esse estmulo vaiativar o mecanismo da liberao desse hormnio, porm o hormnio por serhidrossolvel no consegue atravessar por difuso a barreira constituda pela membranacelular da clula produtora do hormnio, ento ele vai ser liberado por exocitose.Oestmulo vai produzir a entrada de clcio na glndula que est armazenando o hormnioe o clcio no meio intracelular vai produzir a atrao da membrana da vescula (grnulo)com a membrana da clula para produzir o esvaziamento, atravs da exocitose, do

    contedo do grnulo (hormnio) para o meio extracelular. Sendo um hormnioendcrino, ele vai cair na corrente sangunea e vai ser transportado por ela, o hormniono encontra dificuldade porque o principal constituinte do sangue a gua. Ento ohormnio ao chegar ao meio intravascular, por ser hidrossolvel ele transportado livreno plasma, pois se encontra em um meio em que se dissolve, ele no precisa se ligar aprotenas plasmticas para ser transportado. Um hormnio que transportado livre,geralmente tem mais rpido acesso ao seu local de ao e aos locais de metabolismo,portanto sua meia vida pequena (como a insulina ou a ocitocina que tm o tempo demeia-vida de 1-5 minutos), pois so rapidamente metabolizados.

    Hormnio hidrossolvelrgo alvo (que o que expressa o receptor hormonal):

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    3/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 3

    O hormnio hidrossolvel chega livre, pela corrente sangunea, no meio extracelular,que est sempre em equilbrio com a corrente sangunea. Por ser hidrossolvel ele temdificuldade em atravessar a membrana da clula alvo (inclusive tem dificuldade deatravessar a barreira hematoenceflica), porm na superfcie da membrana celular h

    receptores (como receptor alfa/beta adrenrgicos) para esses hormnios hidrossolveis.O domnio de ligao que a parte do receptor onde o hormnio encaixa, se encontravoltado para o meio extracelular, ento a molcula do hormnio tem acesso ao receptorpelo lado de fora da clula, ou seja, ele no precisa entrar na clula para fazer o seuefeito. Quando os hormnios hidrossolveis vo se ligar ao receptor, eles vo ter quetraduzir o sinal, pois o hormnio vai ter que fazer efeito dentro do rgo alvo sem nuncater entrado nele. Ento na maioria das vezes na clula alvo h a produo de umsegundo mensageiro, que o tradutor do sinal hormonal. Quando o hormnio se liga aoreceptor d incio a uma cascata de elementos de ativao ou inibio que d incio aoefeito. Os receptores de superfcie da membrana celular podem sofrer regulao de suafuno: down-regulation (intra regulao) ou up-regulation, mecanismos pelo

    dependendo da quantidade de hormnio que o receptor est exposto, ele pode regularsua sensibilidade ao hormnio. Por exemplo:- Se o receptor est exposto a uma alta concentrao hormonal, o receptor tem umatendncia a se intra regular: ele pode internalizar ou diminuir a quantidade de receptorespara no deixar a resposta hormonal ser muito intensa.- Se h baixa concentrao hormonal: na superfcie da membrana vo aparecer maisreceptores para tentar aproveitar ao mximo as poucas molculas de hormnio que estodisponveis.

    LipossolvelEsses hormnios no so armazenados de forma expressiva nas glndulas produtoras dehormnio, ou seja, no h estoque de estrognio, de progesterona, de cortisol, aocontrrio dos hormnios proticos eles no sofrem armazenamento. A matria primapara fabricao desses hormnios o colesterol, que vem principalmente do meioextracelular, da dieta. Dentro de uma clula da glndula produtora desses hormnios, ocolesterol convertido em 5 pregnenolona (precursor de todos os hormniosesteroidais), exemplo: no testculo a 5-pregnenolona vai levar a sntese da testosterona.Aps a sntese do hormnio esteroidal, por esse ser muito lipossolvel, ele logo sedifunde para o meio extracelular, no precisa ser exocitado. Ento ocorre um estmulo

    que induz a sntese do hormnio e aps liberao do hormnio.

    Hormnio lipossolvelrgo alvo:

    O hormnio esteroidal aps ser liberado cai na corrente sangunea, onde vai terdificuldade de ser transportado por ser lipossolvel. Para ser transportado ele vaiprecisar se ligar a protena plasmtica ( uma ligao reversvel). Portanto o hormnioesteroidal vai apresentar uma taxa de ligao protena plasmtica, se fala em taxa deligao pois h um equilbrio dinmico entre a frao livre e a frao ligada a protena.A frao ligada vai soltando o hormnio gradativamente a medida que a frao livre sedifunde para o rgo alvo para fazer o efeito (apenas a frao livre que faz o efeito).

    Esse processo lento, quando o hormnio est ligado a proteina plasmtica ele vai ficarna corrente sangunea por um tempo muito maior e isso vai depender:

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    4/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 4

    - Taxa de ligao: quanto maior a taxa de ligao mais lento vai ser o efeito- Afinidade do hormnio pela protena: a ligao pode ser mais facilmente revertida oumais dificilmente (determinados hormnios se ligam intensamente a protena).O hormnio esteroidal por estar ligado a protena plasmtica, vai se ter dentro do sangueum reservatrio desses hormnios e a liberao dele para o tecido alvo, no to rpida

    como era do hormnio protico, ento vai haver uma latncia maior para a produo deum determinado efeito (exemplo: o cortisol liberado agora s daqui 1 hora ou mais vaiproduzir efeito, diferentemente da adrenalina q vai produzir efeito em 1 minuto).A latncia para o aparecimento do efeito (devido o hormnio estar ligado a protenaplasmtica) no s vai ser lenta, como a durao do efeito vai ser mais prolongadatambm, pois a mesma a mesma dificuldade que o hormnio tem de chegar ao local deao ele tem ao chegar ao local de eliminao e de metabolizao. O metabolismo dohormnio ligada a protena plasmtica mais lento do que do hormnio livre no plasma.A frao livre do hormnio altamente difusvel, ento o hormnio esteroidalrapidamente permeia a membrana da clula efetora no rgo alvo, diferentemente dohormnio protico que no tinha essa permeabilidade e tinha que se ligar ao receptor de

    membrana para entrar na clula. Uma vez no meio intracelular, o hormnio esteroidalvai poder encontrar um receptor que est localizado no citoplasma da clula efetora e seliga a ele. Parte do efeito do hormnio esteroidal acontece da ligao dele ao receptor nocitoplasma e esse efeito se expressaria no citoplasma da clula efetora (geralmente emenzimas que se encontram ali), porm no a frao mais importante do efeito de umhormnio esteroidal. A maior parte do efeito se d pela entrada do hormnio no ncleoda clula. O complexo hormnio esteroidal mais receptor entra no ncleo da clula ondevai fazer uma alterao da sntese protica (pode aumentar a sntese de uma protena oudiminuir). O efeito que ocorre dentro do ncleo da clula chamado de efeitogenmico e o efeito fora do ncleo da clula chamado de no genmico. Exemplo:aaldosterona vai atuar nos tbulos renais aumentando a reabsoro de sdio, ento elavai colocar canal de sdio na membrana da clula tubular renal: a aldosterona entra naclula, entra no ncleo da clula, altera a sntese protica, aumentando os canais desdio. A durao do efeito maior do que a meia-vida do hormnio, pois mesmoque o hormnio seja metabolizado e eliminado a protena que ele sintetizo vai continuarno local (como no exemplo anterior, a aldosterona vai embora, mas os canais de sdiocontinuam ali), s quando as protenas forem removidas que o efeito vai desaparecer.

    HORMNIO TIREOIDIANO:vai compartilhar algumas caractersticas doshormnios hidrossolveis e algumas dos lipossolveis:

    - T3 e T4: possuem caractersticas predominantemente lipossolveis:* Ele faz ligao extensa a protenas do plasma* Atua em receptores dentro do ncleo da clula alterando a sntese protica (o

    receptor do hormnio tireoidiano intra-nuclear, diferentemente do esteroidal que intra-citoplasmtico)Obs: O receptor do hormnio tireoidiano est dentro do ncleo da clula, ento ohormnio vai ter que entrar no s na clula, mas tambm no ncleo para encontrar seureceptor e atuar ali para alterar a sntese protica.

    - Hormnio tireoidiano sofre armazenamento no colide da clula folicular tireoidiana,que uma caracterstica de hormnios hidrossolveis. Porm diferentemente dos

    hormnios hidrossolveis, ele no vai ser liberado por exocitose, ele vai voltar para aclula folicular do colide e vai passar pela membrana livremente, j que um

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    5/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 5

    hormnio altamente lipossolvel. Ele no armazenado em grnulos, ele armazenadono colide, caracterstica especfica da clula folicular tireoidiana. O colide omaterial que est dentro do folculo e a corrente sangunea encontra-se do lado de fora,ento o hormnio sintetizado dentro da clula folicular tireoidiana, termina sua sntesedentro do colide onde tambm armazenado e na hora de ele ser liberado ele tem que

    voltar para a clula folicular para ser liberado para o sangue. Quando ocorre umestmulo para o colide liberar o hormnio, a clula folicular tireoidiana engloba ocolide, solta o hormnio e ele sai e vai para o sangue.

    Muitas glndulas do nosso corpo so glndulas isoladas e que apresentam mecanismosde regulao ou de liberao do hormnio muito especficos da prpria glndula.Exemplo:- Paratireide:A paratireide vai regular a liberao do paratormnio de uma maneiradiretamente ligada a corrente sangunea, ao nvel de clcio que a corrente sangunea vaiapresentar.- O pncreas endcrino que vai liberar insulina, tambm dependendo das taxas

    glicmicas, da relao do sangue com a prpria glndula.A maioria das glndulas como, por exemplo, as gnadas femininas/masculinas, a crtexda adrenal, a tireide so glndulas que obedecem a um eixo chamado de eixohipotlamo/hipofisrio.Existe uma relao muito grande na funo endcrina que arelao de uma glndula, que considerada a glndula me de todas as outrasglndulas que a glndula hipofisria e ela obedece diretamente ao hipotlamo (elasempre est ligada fisiologicamente ou as vezes anatomicamente ao hipotlamo). Ohipotlamo comanda a funo hipofisria e a hipfise por sua vez comanda, muitasvezes, outras glndulas (glndulas alvo da hipfise). Toda funo da adrenal, gonadal etireoidiana depende da hipfise e a hipfise depende do hipotlamo.A hipfise se localiza na base do crnio e controla todas as outras glndulas atravs dehormnios que ela capaz de liberar. Por outro lado ela uma glndula extremamentepequena para a quantidade de hormnio que ela produz. A hipfise est localizadadentro da calota craniana, ela se encontra imersa em um meio onde s existem clulasnervosas, ela se encontra alojada, encaixada, numa depresso do osso esfenide,chamada de sela trcica. A hipfise se encontra na cela trcica porque ela tem umadependncia muito grande do hipotlamo, portanto ela precisa ficar perto dohipotlamo, pois ele vai receber vrias informaes que vo reger a funo hipofisria.Durante a origem embrionria da glndula hipofisria verifica-se que ela possui doiscomponentes completamente distintos na celularidade, na origem embrionria. Essescomponentes so a hipfise posterior ou neuro-hipfise e a hipfise anterior ou

    adeno-hipfise.A neuro-hipfisedurante o desenvolvimento embrionrio nasce da rea hipotalmica e

    possui uma ligao direta com o hipotlamo (ligao anatmica). Essa ligao faz comque a origem embrionria da neuro-hipfise tenha sido uma origem neural, ou seja,quando ns desenvolvemos as clulas nervosas, o hipotlamo, h uma projeo nervosaque constitui a neuro-hipfise. Ela constituda por elementos das clulas nervosas, constituda de neurnios e tem caractersticas de clulas nervosas.A adeno-hipfisese origina de uma projeo do palato. O hipotlamo quando origina aneuro-hipfise ele permanece ligado a ela, j a adeno-hipfise se desliga do palato e ficano SNC. A adeno-hipfisetem origem epitelial, ectodrmica, portanto possui clulas

    que no so nervosas.

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    6/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 6

    Ento a hipfise possui um componente de constituio puramente nervosa, neural(neuro-hipfise) e um de origem embrionria puramente epitelial e constituio declulas que no so clulas nervosas (adeno-hipfise).

    Obs: A hipfise encontra-se muito prxima de estruturas nervosas: ponte, pedndulo

    hipofisrio, corpo mamilar, quiasma ptico. Quando h um tumor da hipfise, elecomea a crescer e se desenvolver e eles so divididos pelo tamanho em:microadenomas, que possuem menos de 1 cm de tamanho, e em macroadenomas, quepossuem mais de 1 cm. Quando o adenoma vai aumentando e formando ummacroadenoma, a clula trcica no vai conseguir alojar a hipfise mais o adenoma. Otumor pode crescer para cima da clula trcica tomando conta do hipotlamo, doquiasma ptico, pode destruir a sada do lquor (drenagem liqulica), ento muitas vezesum paciente portador de um tumor hipofisrio pode no ter ou ter muito pouco sintomashormonais:- 25% dos adenomas hipofisrios so no funcionantes (geralmente os tumores sobenignos), ou seja, no secreta nenhum hormnio, no h aumento na fabricao de

    hormnios no h nenhum quadro que leve esse paciente ao endocrinologista. Asqueixas desse paciente se o adenoma for no funcionante e grande vo ser:

    * Cefalia: pela compresso menngea*Alteraes de viso: perda da viso lateral = hemianopsia (geralmente bilateral,

    pois pega o meio do quiasma); diplopia (viso dupla); perda da viso temporal (manters a frontal)

    * Hipertenso intra-craniana com sintomas agudos, por causa do impedimento dadrenagem liqulicaEsses sintomas levam muitas vezes o paciente ao oftalmologista e ao neurologista,porm no ao endocrinologista.Pode ocorrer, tambm, um crescimento supra-selar to grande com comprometimentodo hipotlamo (raramente acontece) que regula tudo: osmolaridade, ingesta de alimento,temperatura corporal, podendo comprometer essas funes e o paciente vai apresentarum quadro clnico bastante expressivo. O crescimento pode ser, tambm, para os lados,para baixo. Quando o crescimento se d infra-selar (para baixo) pode lesar o seioesfenide e o paciente pode apresentar um quadro bastante grave chamado derinorrialiqurica,perda de lquor pelo nariz. O paciente comea a ter um escorrimento nasal,uma rinorria, que pode parecer uma rinite, mas na verdade lquor por leso do seioesfenide. Nessa caso muito perigoso pois no s est havendo uma perda liquricamas tambm h ali uma via de acesso para bactrias, podendo levar a um quadro demeningite. O aparecimento da rinorria liqurica indicativo de que deve se fazer uma

    cirurgia para retirada do tumor e colocar um reforo para evitar a comunicao irregulardo seio esfenide com a cavidade nasal.Muitas vezes quando o paciente apresenta um micro-adenoma hipofisrio, ou seja, otumor no est comprimindo nada e a produo hormonal no est sendo expressiva,muitas vezes se opta por no realizar um procedimento cirrgico, porque essa cirurgia ,tambm, complicada, por ser uma glndula pequena e se localizar em uma regio muitocomplexa.O crescimento supra-selar compromete muito mais as estruturas do que o crescimentoinfra ou para-selar compromete, ento quase que uma regra de que quando h ummacro-adenoma com crescimento supra-selar quase que inopervel, a cirurgia quasesempre contra-indicada, optando-se muitas vezes pela radioterapia, j que a cirurgia

    seria muito complexa pela leso que poderia produzir nessa rea, neurologicamentefalando.

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    7/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 7

    Neuro - Hipfise

    A neuro-hipfise no uma glndula verdadeira. Uma glndula endcrina caracterizada por produzir hormnio. Analisando a neuro-hipfise observa-se que ocorpo do neurnio, a clula nervosa est localizada na regio hipotalmica, ento ali

    que se localizam o corpo e o ncleo do neurnio que vai fazer a sntese protica. Ohormnio que vai ser sintetizado no ncleo da clula vai ser uma protena. A sntese doshormnios neuro-hipofisrios vai acontecer no corpo neuronal que est localizado aonvel hipotalmico, ento ao nvel do hipotlamo que vai ocorrer a sntese dohormnio hipofisario. Ento quem sintetiza os hormnios o hipotlamo e esseshormnios so praticamente de dois tipos:- Ocitocina- Hormnio Anti-diurtico (ADH)

    No hipotlamo h ncleos hipotalmicos:

    - Ncleo supra-tico- Ncleo para-ventricularDesses ncleos saem os neurnios que fabricam a ocitocina e o ADH. Existemneurnios ocitocinrgicos e neurnios que secretam a vasopressina (ADH). Soneurnios diferentes que esto localizados difusamente, dispersos, nesses dois ncleos,h neurnios ocitocinrgicos tanto nos ncleos supra-ticos quanto nos para-ventriculares (mesma coisa com o ADH).A sntese ocorre ao nvel do corpo neural e esse hormnio empacotado em vesculas etransportado para a neuro-hipfise: o axnio longo do neurnio vai alcanar opedunculo hipofisrio e vai chegar na neuro-hipfise. Ento a neuro-hipfise umcongregado de terminaes nervosas, s possui o final do neurnio, no possui clulas

    s a terminao axnica do neurnio que nasceu ao nvel hipotalmico. Por isso que aneuro-hipfise um prolongamento do hipotlamo, se houver uma leso hipotalmica,

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    8/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 8

    no vai ser fabricado ADH e nem ocitocinas, e a neuro-hipfise no pode fabricarporque ela no tem clula, no tem ncleo. Ento ao nvel da neuro-hipfise se tem oarmazenamento da ocitocina e do ADH.Na hora de liberar esses hormnios, eles novo ser liberados diretamente sobre as clulas efetoras, como o caso do neuro-hormnio, mas vo ser liberados na corrente sangunea. A ocitocina e o ADH vo usar a

    corrente sangunea para atuar. A ocitocina vai atuar no tero, que encontra-se bem longeda onde produzida, por isso que ela precisa cair na corrente sangunea para chegar aonvel do seu rgo alvo. O estmulo para liberar o hormnio vai ser dado ao neurniohipotalmico (ele quem recebe as fibras nervosas), pois o hipotlamo quem possui osdendritos, que tem a capacidade de colher as informaes, ele a regio do SNC quemais recebe informaes aferentes, praticamente ele controla tudo (osmolaridade dosangue, glicemia). O hipotlamo tem neurnio, ele uma clula nervosa e a clulanervosa se comunica atravs da despolarizao, ento quando o estmulo aplicado aohipotlamo, ele vai gerar no cone de implantao da clula um potencial de ao quetem a caracterstica da propagao, ento uma vez ele sendo gerado no hipotlamo, noneurnio, ele vai descer pela membrana axnica at chegar no boto terminal. A vai

    ocorrer entrada de clcio, aproximao das vesculas com a membrana e exocitose dohormnio no meio extracelular, ele cai na corrente sangunea e vai para seu destino.Tanto a ocitocina quanto o ADH so hormnios hidrossolveis, ento o que vaiacontecer com eles em termos da capacidade que eles tem de serem transportados livres,o fato de chegarem ao local de ao e encontrarem receptores que esto localizados nasuperfcie da membrana celular, so comportamentos de hormnios tipicamenteproticos e hidrossolveis.

    Ocitocina:

    Um dos hormnios armazenados na neuro-hipfise que possui um papel muito definidona gestao, mas o papel da ocitocina no homem e na mulher no grvida at hoje nofoi elucidado completamente. Se houver uma leso hipotalmica ou hipofisria e apessoa perder a liberao de ocitocina, no vai fazer falta no homem e na mulher nogrvida, no h alterao na fertilidade, na atividade sexual. Por isso um hormnioque no se faz reposio, quando h leso hipofisria repe-se ADH, mas no se repeocitocina (no um hormnio vital).Papel da ocitocina na gestao:- Ao nvel do tero grvido: a ocitocina vai aumentar as contraes propulsivas e elaest diretamente relacionada com o trabalho de parto. A ocitocina comea a serproduzida na medida em que h dilatao do colo uterino, que por sua vez depende do

    aumento do volume uterino, que s acontece no final da gestao. Uma gestao normaltem 40 semanas e no se observa nveis plasmticos importantes da ocitocina noprimeiro/segundo trimestre da gestao. A medida que o volume uterino vaiaumentando pelo aumento do tamanho fetal, isso vai distendendo o colo do tero (quenormalmente encontra-se fechado), que a poro inferior do tero. A distenso inicialda poro inicial do colo do tero vai mandar fibras aferentes para o hipotlamo, que vaidespolarizar o neurnio ocitocinrgico e libera ocitocina na corrente sangunea. Aocitocina vai ser liberada e vai aumentar a contrao uterina. Nessa hora vai ocorrer ummecanismo de feed-back positivo fisiolgico: quanto mais se tem a dilatao do colo dotero, mais ocitocina vai ser liberada pela neuro-hipfise, mais ela vai atuar no terofazendo a contrao propulsiva que empurra o feto pro colo uterino, distendendo ainda

    mais o colo e mais ocitocina vai ser liberada, que mais contrai o tero e assim pordiante. Quando o bebe nasce esse feed-back positivo fisiolgico se auto-interrompe, por

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    9/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 9

    isso no considerado um feed-back patolgico. Parte desse papel da ocitocina ao nvelda musculatura lisa uterina que aumentar as contraes para produzir o trabalho doparto e o nascimento do bebe, parte desse efeito direto,ou seja, a prpria ocitocinaatua em receptores que ela possui na musculatura lisa uterina onde ela aumenta aentrada de clcio e a contrao, o efeito dela mesma produzindo esse aumento. Outra

    parte do efeito indireto, porque a ocitocina aumenta a produo local (tero) deprostaglandinas que aumentam ainda mais as contraes uterinas e tambm vo ajudarno trabalho de parto. Ento no trabalho de parto h uma ao acoplada da ocitocina, que o hormnio endcrino, e das prostaglandinas que so hormnios locais formados apartir da ativao da cascata do cido aracdnico que ocorre na musculatura lisa uterina,essa ao conjunta produz mais contrao, mais dilatao do colo e no final das contas onascimento do bebe. Essa ao da ocitocina vai fazer no s a expulso do conceptocomo tambm vai fazer a expulso da placenta, as contraes continuam, tambm,acontecendo para aumentar o delivramento placentrio (sada da placenta do tero).Ento o trabalho de parto a sada do bebe e da placenta. A ocitocina ento produzindoas contraes uterinas faz a expulso do feto e o delivramento placentrio. Por outro

    lado a ocitocina vai produzir a hemostasia. Quando h sada da placenta do tero osvasos que estavam ligando o elemento materno com o elemento fetal (que a placenta)so rompidos, ficam abertos sangrando pelo meio das tramas da musculatura uterina.Como esse sangramento vai ser coibido, controlado? Pela contrao do tero, a medidaque o tero se contrai ele espreme os vasos de tal maneira que o sangramento vaidiminuindo. Esses vasos trombosam pela falta de fluxo e o sangramento para de umaforma definitiva. Essa contrao uterina importante para manter a hemostasia, porexemplo, um tero que possui poucas fibras musculares ou o tero de uma mulher que

    j teve muitos filhos pode acontecer, porm raramente acontece, uma atonia uterina.Aatonia uterina uma situao, onde apesar da pessoa estar liberando ocitocina, o terono responde a ocitocina, no adianta nem usar farmacologicamente ocitocina ou outradroga que contraia o tero porque muitas vezes o tero est atnico. A atonia uterinaverdadeira, ou seja, se no houver nenhum grau de contrao, aqueles vasos rompidospela sada da placenta vo ficar abertos, podendo levar a um choque circulatrio, a umahemorragia. Quando o mdico percebe essa ocorrncia ele tem que fazer umalaparotomia, ligar a artria uterina, para fazer o sangramento parar. Quando ele liga aartria uterina preciso fazer uma histerectomia (retirada do tero), porque o teroficando sem suprimento sanguneo acaba necrosando. Ento o tratamento da atoniauterina verdadeira (a que no responde ao estmulo fisiolgico nem famarcolgica) ahisterectomia.Posteriormente a ocitocina continua sendo liberada aps o trabalho de parto sendo

    estimulada pela suco do mamilo. A suco do mamilo faz com que no puerprio (faseps-parto) o estimulo para a continuidade da produo de ocitocina se mantenha. Essaocitocina produzida no puerprio vai servindo primeiramente para manter a hemostasia,pois mesmo aps o bebe tendo nascido o sangramento continua um pouco e a ocitocinaajuda a contrair a musculatura uterina para ajudar na hemostasia. Por outro lado isso vaiajudar tambm na involuo uterina, retorno do tero aos volumes, ao tamanho, pr-parto (essa involuo nunca completssima, mas se aproxima do normal). Qual arelao da suco do mamilo e a liberao de ocitocina? A ocitocina encontra receptorespra ela (alm de no msculo liso uterino) nas clulas mioepiteliais da glndula mamria.As glndulas mamrias possuem as clulas produtoras do leite que formam tipo umfolculo. Essas clulas sintetizam e ejetam o leite no canalculo secretor at que ele

    chegue ao final do mamilo. A ocitocina no atua nas clulas produtoras do leite (essasclulas no possuem receptores para a ocitocina) o que demonstra que ela no tem

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    10/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 10

    nenhum efeito na capacidade produtora do leite, porm essas clulas so envoltas porclulas de msculo liso, que so as clulas mioepiteliais, que possuem receptor para aocitocina. Nessas clulas mioepiteliais a ocitocina vai fazer a contrao que vairesultar na ejeo do leite pelas glndulas mamrias.Qualquer ocitocina que fosse liberada no incio da gestao teria uma ao abortiva.

    Quando analisado o nmero de receptores para a ocitocina na musculatura lisa uterina,observa-se que esse nmero aumenta no final da gestao. O tero no grvido assimcomo no incio da gestao, o tero expressa poucos receptores para ocitocina. Amedida que a gestao vai evoluindo e principalmente nas ltimas semanas, ocorre umaumento no nmero desses receptores para a ocitocina. O aumento do nmero dereceptores para a ocitocina est relacionado com os hormnios da gravidez que sosecretados pela placenta e pelo corpo lteo. Ento no incio da gravidez o nmero dereceptores para ocitocina baixa e a quantidade de progesterona principalmentesecretada pelo corpo lteo e depois pela prpria placenta alta. A quantidade deprogesterona vai caindo durante a gestao e os nmeros de receptores para a ocitocinavo aumentando. A progesterona tem uma ao inibitria uterina, ela diminui a

    atividade uterina, faz uma hiperpolarizao do msculo liso uterino. Essa ao daprogesterona uma ao anti-abortiva. A progesterona atua tambm no endomtrioonde ela cria um endomtrio secretor, que um endomtrio que est sendo preparadopara a nidao, para a implantao do ovo que acabou de ser fecundando na trompa.Ento a progesterona vai preparar o endomtrio na fase secretora, para que haja anidao que a implantao do ovo, e ao nvel da musculatura lisa ela vai relaxar amusculatura para que o tero no contraia e acabe expelindo o ovo, por exemplo.Muitas vezes esse processo chamado de bloqueio progesternico: bloqueio daatividade uterina induzido pela progesterona. A progesterona mantm os receptores paraocitocina em nveis muito baixos, que uma forma tambm de diminuir a atividadeuterina. medida que a gestao progride o nvel do estrognio cresce juntamente como nmero de receptores para a ocitocina. O estrognio passa a predominar no ltimotrimestre da gestao e ele tem efeito contrrio ao da progesterona, ele aumenta acontrao uterina, ele despolariza o msculo liso uterino e aumenta a expresso dereceptores para a ocitocina. Ento no incio da gravidez, onde se quer que o tero fiquerelaxado e no contraa, h baixos nveis de ocitocina e estrognio e altos nveis deprogesterona, e no final e medida que a gestao progride esse quadro vai seinvertendo, pois agora necessrio preparar o tero para o parto, ento a progesteronavai diminuindo (que tem ao inibitria), e vai aumentando o nmero de estrognio ereceptores para a ocitocina para esse tero ficar mais sensvel a qualquer liberao deocitocina que venha a acontecer.

    ADH hormnio anti-diurtico ou vasopressina

    O ADH possui basicamente 2 tipos de ao:- Ao vascular- Ao renal

    Ao vascular:Se deve a ligao do ADH aos receptores v1 (vasopressina-1) expressados namusculatura lisa vascular. O efeito dessa ligao a vaso-constrico. Essa vaso-constrico tende a aumentar a presso arterial (aumenta a resistncia vascular

    perifrica o que por sua vez tende a aumentar a presso arterial). Por isso que aliberao de ADH uma regulao que ocorre quando a presso arterial est reduzida.

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    11/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 11

    Ao renal (efeito mais importante do ADH):O efeito renal do ADH se deve a ligao do ADH aos receptores v2 presente nas clulastubulares renais. O ADH nos rins regula a reabsoro de gua, o que automaticamentecontrola no s a volemia como tambm a osmolaridade do sangue.A gua sofre um processo de filtrao ao nvel dos glomrulos renais e todo o volume

    do que filtrado muito grande para dar ao rim a oportunidade de controlaressevolume. Normalmente a gua filtrada equivale a 180L/dia e uma pessoa normal urina1% desse valor (1-2L/dia de gua), 99% dessa gua ser reabsorvida ao longo dapassagem dessa gua pelos tbulos renais. Grande parte dessa reabsoro de guaocorre independente do ADH (como nos tbulos renais proximais). 10% dareabsoro da gua ocorrem nos tbulos coletores sendo ADH dependente.Se nohouver ao do ADH no tbulo coletor essa gua vai passar toda para a urina, o dbitourinrio dirio seria de 18L/dia, uma perda hdrica absurda em termos de volemia. OADH quando liberado pela neuro-hipfise cai na corrente sangunea, chega ao rim eencontra na membrana da clula tubular renal o receptor vasopressina-2 e o ADH secombina com o ele. Internalizadas nas clulas tubulares, no citoplasma da clula

    tubular, h aquaporinas do tipo-2, que so ADH dependentes, porm as aquaporinaspara reabsorverem gua precisam estar na membrana luminal. Na ausncia do ADH asAQP-2 encontram-se dentro da clula e no na membrana, ento a gua no consegueser reabsorvida, a gua toda eliminada na urina. Na presena do ADH, ele estimula oreceptor vasopressina-2 e ele mobiliza e insere as AQP-2 na membrana luminal. Ento oADH aumenta as AQP-2 na membrana luminal (apical) do tbulo coletor, e medidaque ele insere essas AQP-2 na membrana ele aumenta a reabsoro de gua (a gua saida luz tubular para o sangue) e consequentemente aumenta a volemia. Como apenasgua est sendo reabsorvida e sdio no, a osmolaridade do plasma est diminuindo ea urina est ficando mais concentrada(o ADH tira gua da urina, faz com que ovolume hdrico, que est passando para a urina, diminua). Portanto o ADH diminui odbito urinrio, por isso que ele o hormnio anti-diurtico. Ao aumentar a volemia oADH contribui para o aumento da presso arterial, lembrando tambm que o ADH aoatuar em receptores v1 fazendo vaso-constrico que aumenta tambm a pressoarterial, por isso que o ADH faz parte da resposta endcrina hipotenso. Quando hqueda da PA o nosso organismo aciona dois sistemas hormonais: sistema renina-angiotensina-aldosterona e o sistema do ADH que vai fazer uma ao vascular (v1 =vasoconstrio) que tende a aumentar a PA e uma ao renal que tende a aumentar avolemia que consequentemente aumenta, tambm, a PA.O ADH controla, alm da PA, a osmolaridade do plasma. Ele vai alterando o dbitourinrio e a reabsoro hdrica de acordo com a osmolaridade do plasma. Qualquer fator

    relacionado com a queda da presso arterial ativa o simptico e o hipotlamo, que vailiberar o ADH na corrente sangunea. Fisiologicamente a liberao de ADH est sendocontrolada pelos osmoreceptores.O ADH vai ser mais liberado quando a osmolaridadedo plasma estiver alta. Ento o aumento da osmolaridade do plasma faz com que hajaativao desses osmoreceptores que sinalizam que est na hora de secretar o ADH, umavez secretado o ADH vai aos rins, reabsorve gua e corrige a osmolaridade do plasma.O ADH um hormnio vital, sem ele a pessoa eliminaria 18L de gua/dia, o que incompatvel com a vida, portanto o ADH deve ser reposto caso haja uma leso. Adeficincia do ADH leva a um quadro chamado de diabete insipitus.Pacientes comesse quadro apresentam:- Grande aumento no dbito urinrio: No vo ter ao do ADH, consequentemente

    no vo haver aquoporinas-2 na membrana luminal do tbulo coletor, portanto toda a

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    12/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 12

    gua que chegar no tbulo coletor ser eliminada sobre forma de urina. Na ausnciatotal de ADH o dbito urinrio vai chegar a 18L/dia, o que incompatvel com a vida.- Urina hipotnica:devido grande quantidade de gua na urina.

    Consequentemente esse paciente com diabete insipitus vai ter uma reduo na volemia e

    a osmolaridade do sangue vai ser muito alta. Ento os sinais e sintomas desse pacientevo estar relacionados:- a desidratao: devido ao alto dbito urinrio- a perda hdrica: sede intensa, perda do turgor da pele- a reduo da volemia: sinais da hipotenso, pois reduzindo a volemia, vai haverreduo da presso arterialO paciente pode chegar ao choque circulatriopela reduo intensa do volume de guadentro dos vasos (volemia) e pela diminuio da presso arterial.

    A diabete insipituspode ser dividida em:Neurognica:h uma leso no neurnio. A leso pode ser ao nvel do corpo

    neuronal (ao nvel do hipotlamo), ao nvel do pednculo hipofisrio ou ao nvel dahipfise. O neurnio comea no hipotlamo, atravessa o pednculo hipofisrio e vaipara a neuro-hipfise e nesse trajeto do neurnio ele pode sofrer leses, de qualquermaneira vai haver ausncia ou deficincia de ADH (dependendo do nmero deneurnios que foram lesados). O ADH no vai ser liberado na corrente sangunea.Quando a leso for no corpo do neurnio (neurnio no se regenera) o paciente vai terum quadro irreversvel de perda da produo de ADH. Se a leso for no axnio ou noterminal do axnio, geralmente h uma reversibilidade aps alguns meses, possvelregenerar essa parte do neurnio, diferentemente do soma que no consegue seregenerar.- Causas da diabete insipitus neurognica:traumatismo craniano, tumoresdestrutivos, infeces.- O tratamento da diabete insipitus neurognica:reposio de ADH

    Nefrognica:causada por uma alterao renal. Em casos mais raros o paciente terianveis normais de ADH no sangue, porm a resposta renal ao ADH estaria prejudicada,por problemas no receptor vasopressina-2 e problemas codificao de aquaporinas. Adiabete insipitus nefrognica pode ser causada por:- Alteraes gentica: erros na codificao protica tanto ao nvel de receptor quantodas AQP-2, onde ele pode no ter o receptor ou pode ter o receptor e no ter as AQP-2para inserir na membrana luminal, impedindo o ADH de exercer suas funes ao nvel

    renal.- Doenas renais- Medicamentos:os sais de ltio (usados no distrbio bipolar, principalmente na fase demania) que muito usado em psiquiatria e que tem como um dos efeitos colaterais adiabete insipitus nefrognica, ele vai alterando o receptor v2 impedindo a ao do ADH. reversvel na maioria das vezes.Obs: No h tratamento adequado para a diabete insipitus nefrognica,j que noadianta administrar ADH uma vez que os nveis de ADH encontram-se normais nosangue.

    Ainda ligado ao ADH existe uma sndrome mais rara que a Sndrome da secreo

    inapropriada do ADH, onde, por exemplo, o paciente pode ter tumores tpicos ou

  • 7/24/2019 Aula 6 - Endcrino Fisiologia

    13/13

    D a n i e l a T a r t a r o t t i C o n t e | 13

    ectpicos que hipersecretam ADH. Na Sndrome da secreo inapropriada do ADHh um aumento do ADH. O quadro clnico desse paciente com muito ADH:- Reduo do dbito urinrio: urina muito concentrada- Volemia alta = Aumento da presso arterial- Diminuio da osmolaridade

    Sintomas mais freqentes so os decorrentes da hiponatremia dilucional: a altaconcentrao de gua no sangue acaba por diluir o sdio, fazendo uma hiponatremiadilucional. No h tratamento especfico para essa secreo inapropriada do ADH, htratamento indireto, como a retirada do tumor, por exemplo. Para melhorar esse quadro feito:- Restrio de gua: diminuio da ingesto de gua, porque apesar do pacienteapresentar um baixo dbito urinrio, ele apresenta uma volemia alta e uma osmolaridadebaixa.- Aumento da ingesto de sdioEssas medidas so tomadas para tentar normalizar a osmolaridade, no h nenhum outro

    tratamento especfico.