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Aula 2 – Pré-História e Antiguidade 1. Pré-História: é o aparecimento da escrita, por volta de 4.000 a.C., que marca convencionalmente a separação entre História e Pré-História. Portanto, a distinção entre os dois períodos fundamenta-se em seus métodos de estudo: enquanto Pré-História se baseia na compreensão e análise dos legados materiais humanos, a História irá fundamentar-se nos documentos escritos. É importante dizer que tudo que foi e é dito sobre a origem do homem se fundamenta em hipóteses que podem ser constantemente superadas por descobertas mais novas. A Pré-História é dividida em três períodos: → Paleolítico (“pedra antiga”, idade da pedra lascada): Acredita-se que o mais antigo ancestral do homem, surgido há cerca de 4 milhões de anos, seja o Australopithecus, encontrado no centro-sul do continente africano, sobre cuja origem temos conhecimentos bastante escassos. A ele segue o Homo erectus (depois de 1 milhão de anos) encontrado em Java (Oceania), na China e na Europa. Na sequência evolutiva, encontramos o Homo neanderthalensis, encontrado na Europa e na Ásia Menor, já com grande capacidade craniana e habitando cavernas. Por fim, defrontamo-nos com o Cro-Magnon, ou Homo Sapiens (depois de 200 mil anos), cuja capacidade craniana demonstra alto grau de inteligência, e cujos legados permitem vislumbrar traços de vida social, arte e magia. O Paleolítico, fase em que a temperatura da Terra era muito mais baixa do que hoje, apresentava como principais características: a habitação em cavernas; a vida dependente de coleta de frutos, da caça e da pesca; e a utilização de instrumentos, inicialmente de ossos e madeira e, mais tarde, de pedra. A pedra tornou-se, a partir de então, a principal matéria-prima, utilizada sob a forma de lascas pontiagudas ou de objetos moldados com elas. Na época do aparecimento do Cro- Magnon, a Terra viveu sua quarta glaciação, o que induziu a uma permanência maior nas cavernas e, consequentemente, ao desenvolvimento da arte em forma de pinturas nas paredes. Extremamente dependente dos elementos naturais, a vida nômade era a única forma possível de sobrevivência. A utilização do fogo significou um grande progresso e, a partir do Cro-Magnon, a caça a animais de grande porte já atestava a existência de grupos humanos coexistindo em sociedade. → Neolítico (“pedra nova”, idade da pedra polida): As grandes transformações que se processaram nesse período levaram alguns estudiosos a chamá-lo de revolução neolítica. De fato, partindo dos elementos naturais, tudo se transformou: o degelo criou regiões temperadas e áridas, permitindo uma vida mais externa; a domesticação de alguns animais e a prática de uma agricultura itinerante possibilitaram a sedentarização e o aparecimento dos primeiros núcleos urbanos, com finalidade defensiva. O homem deixava a caverna e começava a viver em moradias construídas por ele mesmo, como a palafita. A sobrevivência passou a depender da vida em comunidades, e desenvolveram-se, paralelamente, as noções de propriedade e de relações familiares. Embora os metais pouco resistentes já fossem manuseados, a principal matéria-prima continuava a ser a pedra, mas trabalhada até seu polimento,

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Aula 2 – Pré-História e Antiguidade

1. Pré-História: é o aparecimento da escrita, por volta de 4.000 a.C., que marca convencionalmentea separação entre História e Pré-História. Portanto, a distinção entre os dois períodos fundamenta-seem seus métodos de estudo: enquanto Pré-História se baseia na compreensão e análise dos legadosmateriais humanos, a História irá fundamentar-se nos documentos escritos. É importante dizer quetudo que foi e é dito sobre a origem do homem se fundamenta em hipóteses que podem serconstantemente superadas por descobertas mais novas.

A Pré-História é dividida em três períodos:

→ Paleolítico (“pedra antiga”, idade da pedra lascada):Acredita-se que o mais antigo ancestral do homem, surgido há cerca de 4 milhões de anos,

seja o Australopithecus, encontrado no centro-sul do continente africano, sobre cuja origem temosconhecimentos bastante escassos.

A ele segue o Homo erectus (depois de 1 milhão de anos) encontrado em Java (Oceania), naChina e na Europa. Na sequência evolutiva, encontramos o Homo neanderthalensis, encontrado naEuropa e na Ásia Menor, já com grande capacidade craniana e habitando cavernas. Por fim,defrontamo-nos com o Cro-Magnon, ou Homo Sapiens (depois de 200 mil anos), cuja capacidadecraniana demonstra alto grau de inteligência, e cujos legados permitem vislumbrar traços de vidasocial, arte e magia.

O Paleolítico, fase em que a temperatura da Terra era muito mais baixa do que hoje,apresentava como principais características: a habitação em cavernas; a vida dependente de coletade frutos, da caça e da pesca; e a utilização de instrumentos, inicialmente de ossos e madeira e, maistarde, de pedra. A pedra tornou-se, a partir de então, a principal matéria-prima, utilizada sob a formade lascas pontiagudas ou de objetos moldados com elas. Na época do aparecimento do Cro-Magnon, a Terra viveu sua quarta glaciação, o que induziu a uma permanência maior nas cavernase, consequentemente, ao desenvolvimento da arte em forma de pinturas nas paredes. Extremamentedependente dos elementos naturais, a vida nômade era a única forma possível de sobrevivência. Autilização do fogo significou um grande progresso e, a partir do Cro-Magnon, a caça a animais degrande porte já atestava a existência de grupos humanos coexistindo em sociedade.

→ Neolítico (“pedra nova”, idade da pedra polida):As grandes transformações que se processaram nesse período levaram alguns estudiosos a

chamá-lo de revolução neolítica. De fato, partindo dos elementos naturais, tudo se transformou: odegelo criou regiões temperadas e áridas, permitindo uma vida mais externa; a domesticação dealguns animais e a prática de uma agricultura itinerante possibilitaram a sedentarização e oaparecimento dos primeiros núcleos urbanos, com finalidade defensiva. O homem deixava acaverna e começava a viver em moradias construídas por ele mesmo, como a palafita. Asobrevivência passou a depender da vida em comunidades, e desenvolveram-se, paralelamente, asnoções de propriedade e de relações familiares. Embora os metais pouco resistentes já fossemmanuseados, a principal matéria-prima continuava a ser a pedra, mas trabalhada até seu polimento,

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fato que dá nome ao período: Pedra Polida.

→ Idade dos MetaisCobre, bronze e ferro. Nessa sucessão, com o aparecimento e o desenvolvimento da

metalurgia, abandonou-se a pedra como principal matéria-prima. A partir desse momento, começoua se tornar mais concreta a ação do homem sobre a natureza, bem como o aperfeiçoamento dasarmas, o que possibilitou o predomínio das comunidades tecnicamente mais desenvolvidas na buscade melhores terras. Teve início a formação de grandes impérios e de organizações mais sofisticadasque a comunidade primitiva, acarretando a necessidade de um controle mais rigoroso sobre asriquezas. Tais necessidades, aliadas a inúmeras outras, promoveram o aparecimento da escrita e,com ela, o início dos tempos históricos.

2. Antiguidade: também conhecida como Idade Antiga, a Antiguidade se divide em: AntiguidadeOriental e Antiguidade Clássica. A Antiguidade Oriental refere-se às primeiras Civilizaçõesagrícolas e mercantis da antiguidade oriental, que compreendem, entre outros, os povosmesopotâmicos, os egípcios, os fenícios, os persas, os hebreus, os hindus e os chineses. Já aAntiguidade Clássica refere-se a um período da História da Europa que ocorre aproximadamente doséculo VIII a.C., quando surge a poesia grega de Homero, até a queda do Império romano doocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. O que diferencia esta época de outrasanteriores ou posteriores são os fatores culturais das civilizações mais marcantes, a Roma e a Gréciaantigas.

Antiguidade Oriental

→ O Egito antigo: o início da Idade Antiga caracterizou-se pelas grandes civilizações, nas quais opoder do Estado – representado pelo faraó, imperador ou rei – tinha o controle quase absoluto.

Dessas civilizações orientais, coube ao Egito e a Mesopotâmia a maior grandiosidade eopulência.

A massa camponesa servia ao Estado (servidão coletiva) e aos seus privilegiadosfuncionários (burocracia): era o período dos grandes impérios. A civilização egípcia desenvolveu-seno nordeste da África, numa região predominantemente desértica, cortada pelo fértil vale do rioNilo. A importância desse rio para o desenvolvimento da civilização egípcia pode ser resumida nafamosa frase do “pai da História”, o grego Heródoto: O Egito é uma dádiva do Nilo.

Sofrendo enchentes anuais durante alguns meses, o Nilo transborda, ocupando suas margense depositando nelas o húmus fertilizante (detritos que o rio carrega). Terminadas as cheias o riovolta ao leito normal, deixando as margens prontas para uma agricultura abundante.

Os primeiros grupos humanos que se fixaram no vale do Nilo, ainda na fase neolítica,organizaram comunidades rudimentares primitivas e autônomas chamadas nomos. Por volta de

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3.500 a.C., os nomos se agruparam para melhor aproveitar as águas do rio, o que originou aformação do Alto Egito (sul) e do Baixo Egito (norte). Em 3.200 a.C., os Menés do Alto Egitoconquistou o Baixo e promoveu a unificação territorial e política do Egito.

Entre 2.700 a.C. e 2.600 a.C. numa demostração de força do poder dos governantes, foramconstruídas as grandes pirâmides empregando milhares e milhares de camponeses em suaconstrução.

→ A religião e a sociedade egípcia: os egípcioseram politeístas, ou seja, acreditavam em váriosdeuses. A sociedade do antigo Egito era formada porrígidos estratos sociais, sem mobilidade vertical eestruturada em forma piramidal. No ápice, estavam ofaraó e sua família; sucessivamente, vinham ossacerdotes, os aristocratas e os militares. A camadamédia era formada pelos escribas (letrados),comerciantes e artesãos. Na base, estavam oscamponeses e, em menor número, os escravos.

→ A Mesopotâmia antiga: outra grande civilização da Antiguidade, em que o Estado detinha omáximo poder e controle quase total, foi a da Mesopotâmia.

Ao contrário do que aconteceu no Egito, a história da Mesopotâmia não primou por umaunidade política constante e, muito menos, estável. Na Mesopotâmia destacaram-se inúmeros povose sucessivos impérios.

A posição intermediária da Mesopotâmia, na confluência do Ocidente com o Oriente, fez da“terra entre rios” - como a chamavam os gregos – uma das mais importantes regiões do CrescenteFértil, que compreende também os vales do Nilo e do Jordão.

Desprovida de proteções naturais como o Egito (o Nilo é cercado por desertos), a “terraentre rios” permitia fácil acesso aos povos nômades, o que tornou sua história política muito agitadapela ascensão e pelo declínio de diversos reinos e impérios.

A economia da região mesopotâmica tinha como base a agricultura. O governo eraconstituído de uma monarquia teocrática absoluta, com algumas distinções com relação ao governodo Egito: o faraó era a encarnação de um deus, enquanto o patesi era o representante de um deus. Aservidão coletiva, característica em comum com o Egito, possibilitou o poderio dos grandesimpérios regionais e as grandes construções (palácios, zigurates, obras hidráulicas, celeiros,muralhas, etc). A escrita, criada pelos sumérios, denominava-se cuneiforme.

A religião era politeísta, e os astros eram as mais importantes divindades. Os principaisdeuses eram: Marduk, deus da Babilônia; Samash, deus do Sol e da justiça; Anu, deus dos céus;Enlil, deus do ar; Ea, deusa da água; e Ishtar, deusa do amor e da guerra.

Antiguidade Clássica

→ Grécia:- As Cidades-Estado: Atenas e Esparta: As cidades eram chamadas de pólis, cada uma possuíaseu próprio universo econômico e político. As pólis eram formadas por um aglomerado urbano eoutro rural. Na parte urbana, havia a acro (lugar mais alto da pólis, onde funcionava a estruturapolítico-administrativa), a ágora (praça pública) e o asty (mercado).

De um conjunto de aproximadamente 110 pólis, duas se destacaram e resumiram odesenvolvimento histórico das demais: Esparta, a mais militar e conservadora, e Atenas, a maisdinâmica e democrática.

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- Esparta: uma cidade militar

Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma regiãochamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas: o solomontanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas levaram osespartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.

O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares.Apenas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas - que sededicavam única e exclusivamente à política e à guerra.

A vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos quehaviam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se revoltassem. A necessidadede garantir o poder dos esparciatas e o medo de que idéias vindas de fora colocassem em xeque essepoder faziam com que as viagens fossem proibidas e os contatos comerciais fossem quaseinexistentes. Esparta fechava-se em torno de si mesma, impondo aos seus habitantes um modo devida autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.

A agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma camada dehomens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta. Os escravos eram chamadosde hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas.

Os jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suasfamílias e se dirigiam para locais de treinamento militar.

- Atenas e a democracia: o avesso de Esparta

Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens doMar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividadecomercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com diversospovos.

A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários deterras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas menosfavorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.

E por que esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas? Os pequenos proprietários,muitas vezes sem recursos. Viviam constantemente ameaçados pela escravidão por dívidas. Já oscomerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que eram chamados demiurgos, estavam excluídosdas decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.

O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um juizateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito de voto, deacordo com a riqueza que cada um possuía.

Porém, as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da populaçãocontinuou excluída das decisões políticas da pólis. A situação em Atenas não era nada calma com apressão constante dos excluídos. Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano (link dicionário)Pisistrato por mais de 30 anos.

Com o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas dascamadas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e o direito dedecisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e nascidos emAtenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida em demos, um tipo de distrito que elegia seusrepresentantes para a assembléia. Esta, por sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar oconselho, responsável pelo governo da cidade.

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Continuavam excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você podeobservar, os benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos cidadãos, o que édiferente da democracia dos nossos dias.

A educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os ateniensesacreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse integralmentesuas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, ficando a cargo da iniciativaparticular. Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de umpedagogo, com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física.Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando completavam 18 anos, eramrecrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cerca de dois anos.

As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais tratavamde casar logo as ilhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio total dosmaridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio era o maior exemplo de virtude pararepresentantes do sexo feminino.

→ Roma: Roma foi o último grande império do mundo antigo. Com exércitos poderosos dominouterras que antes pertenciam a gregos, egípcios, mesopotâmios, persas e muitos outros povos. Comquase 1 milhão de habitantes. Roma transformou-se na maior cidade da Antiguidade. Para lá sedirigiam pessoas dos lugares mais distantes, levando suas culturas. O poder do império construídopelos romanos era tão grande que acabou se tornando uma referência para todo o mundo ocidental,mesmo séculos depois de ter chegado ao seu final.

- Origem de Roma : explicação mitológica

Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo.Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por umaloba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornama cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

- Origem de Roma: explicação histórica

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos queforam habitar a região da península itálica : gregos, etruscos e italiotas.

Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. Asociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que acidade era governada por um rei de origem patrícia.

A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porémcom nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturascom influências gregas.

- A história de Roma está dividida em três períodos:

1. Período Monárquico (753-509 a.C.): muitas das informações sobre o período Monárquicofundamentam-se nas lendas contadas pelos romanos. Nessa época, a cidade deve ter sido governadapor reis de diferentes origens; os últimos de origens etrusca, devem ter dominado a cidade por cercade cem anos. Durante o governo dos etruscos, Roma adquiriu o aspecto de cidade. Foram realizadasdiversas obras públicas entre elas, templos, drenagens de pântanos e um sistema de esgoto.

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Nessa época, a sociedade romana estava assim organizada:

- Patrícios ou nobres: Descendentes das famílias que promoveram a ocupação inicial de Roma.Eram grandes proprietários de terra e de gado.

- Plebeus: Em geral, eram pequenos agricultores, comerciantes, pastores e artesãos. Constituíam amaioria da população e não tinham direitos políticos.

- Clientes: eram homens de negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse em fazercarreira pública e que por isso recorriam à proteção de algum patrono, geralmente um patrício deposses.

- Escravos: Eram plebeus endividados e principalmente prisioneiros de guerra. Realizavam todo otipo de trabalho e eram considerados bens materiais. Não tinham qualquer direito civil ou político.

O último rei etrusco foi Tarqüínio, o Soberbo. Ele foi deposto em 509 a.C., provavelmentepor ter descontentado os patrícios com medidas a favor dos plebeus.

No lugar de Tarqüínio, os patrícios colocaram no poder dois magistrados, chamadoscônsules. Com isso, terminava o período Monárquico e tinha inicio o período Republicano.

2. Período Republicano (509-27 a.C): República é uma palavra de origem latina e significa “coisapública”. Durante a passagem da monarquia para a república, eram os patrícios que detinham opoder e controlavam as instituições políticas. Concentrando o poder religioso, político e a justiça,eles exerciam o governo procurando se beneficiar.

Para os plebeus, sem direito à participação política, restavam apenas deveres, como pagarimpostos e servir o exército.

- Organização política e social na república

Na república, o poder que antes era exercido pelo rei foi partilhado por dois cônsules. Elesexerciam o cargo por um ano e eram auxiliados por um conselho de 100 cidadãos, responsáveispelas finanças e pelos assuntos externos. Esse conselho recebia o nome de Senado, e a ele competiapromulgar as leis elaboradas pela Assembléia de Cidadãos, dominada pelos patrícios.

À medida que Roma cresceu e se tornou poderosa, as diferenças entre patrícios e plebeus seacentuaram. Marginalizados, os plebeus desencadearam uma luta contra os patrícios, que seestendeu por cerca de dois séculos (V-IV a.C.)

Durante esses dois séculos, os plebeus conquistaram seus direitos. Entre eles, o de elegerseus próprios representantes, chamados tribunos da plebe. Os tribunos tinham o poder de vetar asdecisões do Senado que fossem prejudiciais aos interesses dos plebeus.

Outras conquistas foram a proibição da escravização por dívidas e o estabelecimento de leisescritas, válidas tanto para os patrícios quanto para plebeus. Até então, em Roma, as leis não eramescritas e os plebeus acabavam julgados conforme os critérios dos patrícios. Estabelecendo as leispor escrito, os plebeus garantiam um julgamento mais justo.

Os plebeus conquistaram ainda a igualdade civil, com a autorização do casamento entrepatrícios e plebeus; a igualdade política, com o direito de eleger representantes para diversos cargos,inclusive o de cônsul; e a igualdade religiosa, com o direito de exercer funções sacerdotais.

- A estrutura do poder na República Romana

Cônsules: chefes da República, com mandato de um ano; eram os comandantes do exército etinham atribuições jurídicas e religiosas.

Senado: composto por 300 senadores, em geral patrícios. Eram eleitos pelos magistrados e seus

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membros eram vitalícios. Responsabilizavam-se pela elaboração das leis e pelas decisões acerca dapolítica interna e externa.

Magistraturas: responsáveis por funções executivas e judiciária, formadas em geral pelospatrícios.

Assembléia Popular: composta de patrícios e plebeus; destinava-se a votação das leis e eraresponsável pela eleição dos cônsules.

Conselho da Plebe: composto somente pelos plebeus; elegia os tributos da plebe e era responsávelpelas decisões em plebiscitos (decretos do povo).

- A expansão das fronteiras romanas

Iniciado durante a República, o expansionismo romano teve basicamente dois objetivos:defender Roma do ataque dos povos vizinhos rivais e assegurar terras necessárias à agricultura e aopastoreio. As vitórias nas lutas conduziram os romanos a uma ação conquistadora, ou seja, a açãodo exército levou à conquista e incorporação de novas regiões a Roma. Dessa forma, apóssucessivas guerras, em um espaço de tempo de cinco séculos, a ação expansionista permitiu que oImpério Romano ocupasse boa parte dos continentes europeu, asiático e africano.

O avanço das forças militares romanas colocou o Império em choque com Cartago eMacedônia, potências que nessa época dominavam o Mediterrâneo. As rivalidades entre oscartagineses e os romanos resultaram nas Guerras Púnicas (de puni, nome pelo qual oscartagineses eram conhecidos).

As Guerras Púnicas desenvolveram-se em três etapas, durante o período de 264 a 146 a.C.Ao terminar a terceira e última fase das Guerras Púnicas, em 146 a.C., Cartago estava destruída.Seus sobreviventes foram vendidos como escravos e o território cartaginês foi transformado emprovíncia romana. Com a dominação completa da grande rival, Roma iniciou a expansão peloMediterrâneo oriental (leste). Assim, nos dois séculos seguintes, foram conquistados os reinoshelenísticos da Macedônia, da Síria e do Egito. No final do século I a.C., o mediterrâneo havia setransformado em um “lago romano” ou, como eles diziam, Mare Nostrum(“nosso mar”).

- Período de instabilidade política

Com o fim das Guerras Púnicas, em 146 a.C., iniciou-se um período de intensa agitaçãosocial. Além dos escravos, povos da Península Itálica também se revoltaram, só que exigindo odireito à cidadania romana. A expansão das conquistas e o aumento das pilhagens fortaleceram oexército romano, que então se colocou na luta pelo poder. Assim, esse período ficou marcado poruma acirrada disputa política entre os principais generais, abrindo caminho para os ditadores.

Essa crise se iniciou com a instituição dos triunviratos ou triarquia, isto é, governo compostode três indivíduos. O Primeiro Triunvirato, em 60 a.C., foi composto de políticos de prestigio:Pompeu, Crasso e Júlio César. Esses generais iniciaram uma grande disputa pelo poder, até que,após uma longa guerra civil, Júlio César venceu seus rivais e recebeu o título de ditador vitalício.

Durante seu governo, Júlio César formou a mais poderosa legião romana, promoveu umareforma político-administrativa, distribuiu terras entre soldados, impulsionou a colonização dasprovíncias romanas e realizou obras públicas.

O imenso poder de César levou os senadores a tramar sua morte, o que aconteceu em 44 a.C.Os generais Marco Antonio, Lépido e Otávio formaram, então, o Segundo triunvirato, impedindoque o poder passasse para as mãos da aristocracia, que dominava o Senado.

A disputa pelo poder continuou com o novo triunvirato. Em 31 a.C., no Egito, Otávioderrotou as forças de Marco Antônio e retornou vitorioso a Roma. Fortalecido com essa campanha,Otávio pôde governar sem oposição. Terminava, assim, o regime republicano e iniciava o Império.

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- O Império Romano

Após vencer Marco Antonio, Otávio recebeu diversos títulos que lhe conferiram grandepoder. Por fim, em 27 a.C., o senado atribuiu-lhe o título de Augusto, que significava consagrado,majestoso, divino.

O período Imperial, tradicionalmente, costuma ser dividido em dois momentos:

Alto Império: período em que Roma alcançou grande esplendor (estende-se até o século IIId.C.)

Baixo Império: fase marcada por crises que conduziram a desagregação do Império Romano(do século III ao século V).

Alto Império

Augusto, durante seu governo (27 a.C. a 14 d.C.), adotou uma série de medidas visandocontrolar os conflitos sociais, solucionar problemas econômicos e, com isso, consolidar o impériofazendo com que Roma atingisse seu apogeu e vivesse um longo período de prosperidade e derelativa tranqüilidade social, também conhecido como Pax Romana. Isso foi possível porque oimperador Otávio abandonou a política agressiva de conquistas, promoveu a aliança entrearistocracia e os cavaleiros (plebeus enriquecidos) e apaziguou a plebe com a política do “pão ecirco” (panem et circenses) (anexo), que consistia em distribuir trigo para a população carente eorganizar espetáculos públicos de circo.

Do governo de Augusto aos dois séculos que se seguiram, o Império Romano, por meio deconquistas militares, ampliou ainda mais o seu território. Seus domínios estendiam-se pela Europa,Ásia e África.

As conquistas abasteciam o império não apenas de riquezas e terras, mas também deescravos, principal mão-de-obra e todas as atividades, tanto econômicas quanto domésticas.

A comunicação entre Roma, o centro do vasto império, e as demais regiões era garantidapela existência de uma extensa rede de estradas. Daí provém o famoso ditado: “Todos os caminhoslevam a Roma”.

As estradas romanas, além de possibilitar a comunicação entre as diferentes regiões doimpério, facilitavam a movimentação de tropas e equipamentos militares, contribuindo para osucesso das campanhas.

Após a morte de Augusto (14 d.C.) até o fim do século II, quatro dinastias se sucederam nopoder. São elas:

Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): Com os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero, essadinastia esteve ligada à aristocracia patrícia romana. Principal característica dessa fase: osconstantes conflitos entre o Senado e os imperadores.

Dinastia Flávia (68-96): Com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano, apoiados peloexército, o Senado foi totalmente submetido.

Dinastia Antonina (96 – 193): Com Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio, Marco Aurélio eCômodo, assinalou-se uma fase de grande brilho do Império Romano. Os imperadores dessadinastia, exceto o último, procuraram adotar uma atitude conciliatória em relação ao Senado.

Dinastia Severa (193 – 235): Com Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e SeveroAlexandre, caracterizou-se pelo inicio de crises internas e pressões externas, exercidas por povosdiversos, prenunciando o fim do Império Romano, a partir do século III da era cristã.

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Baixo Império

Essa fase foi marcada por crises em diferentes setores da vida romana, que contribuírampara pôr fim ao grande império.

Uma das principais crises diz respeito à produção agrícola. Por séculos, os escravos foram aprincipal mão de obra nas grandes propriedades rurais. Entretanto, com a diminuição das guerras, oreabastecimento de escravos começou a ficar difícil.

Além disso, com o passar do tempo, os romanos tornaram-se menos hostis aos povosconquistados, estendendo a eles, inclusive, parte de seus direitos. Ou seja, os povos dominadosdeixaram de ser escravizados.

Essas circunstâncias colaboraram para transformar a produção no campo. Por causa doscustos, muitos latifúndios começaram a ser divididos em pequenas propriedades. Nelas, o trabalhoescravo já não era mais tão importante.

Nessa época, os lucros com a produção agrícola eram baixos.

O lugar dos escravos passou a ser ocupado, aos poucos, por camponeses, que arrendavam aterra em troca da prestação de serviços nas terras do proprietário. Havia também os colonos que,sem poder abandonar a terra, não tinham direito à liberdade, pois estavam ligados a ela por lei e porfortes laços pessoais.

O centro de produção rural era conhecido como Villa. Protegido por cercas e fossos, erahabitado pelos donos das terras e todos aqueles que dela dependiam.

Ao mesmo tempo em que a vida no campo se transformava, um grande número de pessoascomeçou a deixar as cidades em direção ao campo, provocando a diminuição do comércio e daprodução artesanal. Para uma população empobrecida, as cidades já não representavam mais umaalternativa de vida.

Arrecadando menos impostos pela diminuição das atividades produtivas, o governo romanocomeçou a enfraquecer e as enormes fronteiras já não tinham como ser vigiadas contra a invasão depovos inimigos.

Divisão do Império

Em 395, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes: Império Romano doocidente, com capital em Roma; e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.Com essa medida, acreditava que fortaleceria o império. Achava, por exemplo, que seria mais fácilproteger as fronteiras contra ataques de povos invasores. Os romanos chamavam esses povosde bárbaros, por terem costumes diferentes dos seus.

A divisão estabelecida por Teodósio não surtiu o efeito esperado. Diversos povos passaram aocupar o território romano. Em 476, os hérulos, povo de origem germânica, invadiram Roma e,comandados por Odoacro, depuseram o imperador Rômulo Augústulo.

Costuma-se afirmar que esse acontecimento marca a desagregação do Império Romano. Naverdade, isso refere-se ao Império Romano do Ocidente , pois a parte oriental ainda sobreviveu atéo século XV.

Embora as invasões de povos inimigos tenham papel decisivo no fim do Império Romano doOcidente, outras circunstâncias também foram determinantes, tais como:

- elevados gastos com a estrutura administrativa e militar;

- perda do controle sobre diversas regiões devido ao tamanho do império;

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- aumento dos impostos dos cidadãos e dos tributos dos vencidos;

- corrupção política;

- crise no fornecimento de escravos com o fim das guerras de expansão;

- continuidade das lutas civis entre patrícios e plebeus;

- a difusão do cristianismo.

O fim do poderio romano constituiu um longo processo, que durou centenas de anos. A partir daí,começou a se formar uma nova organização social, política e econômica, o sistema feudal, quepredominou na Europa ocidental até o século XV.

O direito romano

Desde criança, o romano era educado para atender as necessidades do estado e respeitar astradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiarcomo na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas,essas leis formaram códigos jurídicos, que deram origem ao Direito Romano.

O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público eracomposto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo Direito estrangeiro, válidopara os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.

O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais.Seus fundamentos, adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de baseaté hoje para muitas sociedades. A Lei das Doze Tábuas, por exemplo, foi o primeiro código deleis escritas de Roma e permitia que os plebeus reivindicassem as mudanças sociais com base noconhecimento das leis.

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Exercícios

1. (Enem – 2016.2) A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito umvelho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise,matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” — isto é, fora do território deRoma.

CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus

A) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.B) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores. C) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.D) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.E) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.

2. (Enem 2016) Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como esob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anossubmeter quase todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou,em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos aponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?

POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a

A) ampliação do contingente de camponeses livres. B) consolidação do poder das falanges hoplitas. C) concretização do desígnio imperialista.D) adoção do monoteísmo cristão.E) libertação do domínio etrusco.

3. (Enem – 2015) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência dapalavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, adiscussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogopolítico.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função

A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões dacomunidade.D) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso deguerra.E) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.

4. (Enem – 2014)

TEXTO I Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seuspróprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas

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por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não seestar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrarjustiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo deexercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesmapessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (noséculo IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a)

A) prestígio social.B) acúmulo de riqueza. C) participação política.D) local de nascimento.E) grupo de parentesco.

5. (Enem – 2014) Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde onascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais queassegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de seraplicada a todos da mesma maneira.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).

Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo,buscava garantir o seguinte princípio:

A) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos. B) Transparência — acesso às informações governamentais. C) Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais.D) Equiparação — igualdade de gênero na participação política.E) Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos públicos.

6. (Enem – 2014) A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, é a maior praça pública de Paris.Inaugurada em 1763, tinha em seu centro uma estátua do rei. Situada ao longo do Sena, ela é aintersecção de dois eixos monumentais. Bem nesse cruzamento está o Obelisco de Luxor, decoradocom hieróglifos que contam os reinados dos faraós Ramsés II e Ramsés III. Em 1829, foi oferecidopelo vice-rei do Egito ao povo francês e, em 1836, instalado na praça diante de mais de 200 milespectadores e da família real.

NOBLAT, R. Disponível em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.

A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo dos anos manifesta o(a)

A) lugar da memória na história nacional. B) caráter espontâneo das festas populares. C) lembrança da antiguidade da cultura local.D) triunfo da nação sobre os países africanos.E) declínio do regime de monarquia absolutista.

7. (Enem – 2013) Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram

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transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitiaaos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeusconseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Doisdeles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à

A) adoção do sufrágio universal masculino. B) extensão da cidadania aos homens livres. C) afirmação de instituições democráticas.D) implantação de direitos sociais.E) tripartição dos poderes políticos.

8. (Enem – 2012)

A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na cidadede Lod, atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma característicapolítica dos romanos no período, indicada em:

A) Cruzadismo – conquista da terra santa. B) Patriotismo – exaltação da cultura local. C) Helenismo – apropriação da estética grega.D) Imperialismo – selvageria dos povos dominados.E) Expansionismo – diversidade dos territórios conquistados. 9. (Enem – 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantesdo planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra hámilênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos aolongo do Nilo.

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muitodiferente, pois

A) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandescontingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. B) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrartrabalho nos canteiros faraônicos. C) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aosdeuses suas riquezas, construindo templos.

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D) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados atrabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.E) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religiãobaseada em crenças e superstições.

10. (Enem – 2009) No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado,como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, maspartilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos eraum lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período1200-1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, hávestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil equinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais comgrandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas.Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.

Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas sãosemelhantes pois

A) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.B) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas. C) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.D) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.E) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

11. (Enem – 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos e uma pratica quaseintima, que diz respeito apenas a familia. A menos, e claro, que se trate de uma personalidadeconhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos sao umafonte de informacoes importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida politica dassociedades.

No que se refere as praticas sociais ligadas aos sepultamentos,

A) na Grecia Antiga, as cerimonias funebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.

B) na Idade Media, a Igreja tinha pouca influencia sobre os rituais funebres, preocupando-se mais com a salvacao da alma.

C) no Brasil colonia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observancia da hierarquia social.

D) na epoca da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.

E) no periodo posterior a Revolucao Francesa, devido as grandes perturbacoes sociais, abandona-se a pratica do luto.