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Prof. Eduardo A. Haddad Aula 16: Externalidades e Economias de Aglomeração

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Prof. Eduardo A. Haddad

Aula 16: Externalidades e Economias de

Aglomeração

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Aquecendo os motores...

Rua Teodoro Sampaio

Rua José Paulino

Av. Europa

Consolação

Rua Santa Efigênia

Barão de Limeira

Nova Faria Lima

Oscar Freire

25 de Março

São Caetano

2

O que existe em comum entre os

endereços ao lado?

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Padrões locacionais dominados por forças coesivas

Cluster como padrão lógico de localização

Atividade orientada pelo produto com mercados

concentrados (e.g. talentos)

Atividade orientada pelo insumo com fontes

resumidas/concentradas (e.g. vinícolas)

Cluster de atividades pode ser o resultado de forças

coesivas superando forças dispersivas (e.g. regiões de

“balada”)

Especialização e tamanho da cidade

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Concentração relativa de mestres e doutores no Brasil, quociente locacional, 2000

5

G_municipio.shp0 - 11 - 1.91.9 - 2.92.9 - 3.83.8 - 4.84.8 - 5.75.7 - 6.76.7 - 7.67.6 - 8.68.6 - 9.5

G_estado.shp

1000 0 1000 2000 Miles

N

EW

S

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“Agora quero levar a profissão a sério e me mudar para

São Paulo.”

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Região de Bordeaux

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Vinho do Porto

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Economias externas

Conceito diretamente ligado ao espaço geográfico

Efeitos de vizinhança (e.g. benfeitorias)

Ganhos de produtividade

Ganhos não se refletem diretamente nos preços

pagos por quem deles se beneficia

Dificuldades de mensuração

Manifestam-se, em parte, através de uma

produtividade mais elevada (global ou por

trabalhador) das aglomerações urbanas

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Economias de aglomeração

Economias externas de escala – redução do custo médio de

longo prazo da empresa em função do aumento da

produção local

Redução de custos de transporte de bens, pessoas e ideias

(Gleaser & Gottlieb, 2009)

Mecanismos

Localização (Marshall, 1890)

Produtividade – tamanho do setor

Crescimento do próprio setor

Urbanização (Jacobs, 1969)

Produtividade – escala da cidade

Diversidade

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Micro-fundamentos (Duranton e Puga, 2004)

Compartilhamento (sharing)

Bens e serviços indivisíveis

Ganhos de variedade

Especialização dos indivíduos

Risco

Compatibilidade (matching)

Quantidade

Qualidade

Aprendizado (learning)

Geração de conhecimento

Difusão

Acumulação

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Evidências empíricas?

Produtividade aumenta com a escala de uma atividade em

uma dada localização

Evidência de sua existência e magnitude

Áreas urbanas: diferença na PTF de uma cidade de

tamanho médio e uma cidade duas vezes maior é de 2-8%

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Evidências empíricas?

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Renda do Trabalho: Regiões Metropolitanas, Brasil, 1999

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Belém Recife

Curitiba

Porto Alegre

Salvador

Fortaleza

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

- 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000 12.000.000 14.000.000 16.000.000 18.000.000 20.000.000

População

Ren

da

méd

ia d

o t

rab

alh

o (

SP

= 1

)

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Correlações entre densidade e salário (AMC)

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y = 0.0867x + 5.7705

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

6.50

7.00

7.50

8.00

-5.00 -3.00 -1.00 1.00 3.00 5.00 7.00 9.00 11.00

All jobs 2000ln w

ln E

y = 0.0644x + 6.1528

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

6.50

7.00

7.50

-5.00 -3.00 -1.00 1.00 3.00 5.00 7.00 9.00 11.00

All jobs 2010ln w

ln E

y = 0.0595x + 6.1637

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

6.50

7.00

7.50

8.00

-6.00 -4.00 -2.00 - 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

Formal jobs 2000ln w

ln E

y = 0.0468x + 6.4044

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

6.50

7.00

7.50

-6.00 -4.00 -2.00 - 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

Formal jobs 2010ln w

ln E

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Promover aglomeração?

Mesmo que a produtividade aumente com a aglomeração, a

política ótima pode não ser a de incentivo à aglomeração

Duas razões:

1. Obtenção de maior eficiência agregada através da

aglomeração pode aumentar desigualdades regionais

2. Mesmo do ponto de vista da eficiência sistêmica, não

é claro se aglomeração é sempre melhor:

necessidade de se considerar custos (e.g. preço da

terra e congestionamento)

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Produtividade e tamanho da cidade

Alonso (1971)

Aglomerações possuem benefícios e custos

Benefícios e custos aumentam com o tamanho da cidade

Benefícios cresceriam a taxas decrescentes

Custos cresceriam a taxas crescentes

Tamanho ótimo da cidade:

Benefício líquido máximo

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Tamanho ótimo da cidade

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Custos e benefícios marginais

Tamanho da cidade (n)

C(n)

B(n)

n*

Tamanho, preço da terra, espraiamento, desamenidades

Tamanho, amenidades, densidade, diversidade,

funções, networks

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Produtividade e tamanho da cidade

Gerenciamento das cidades pode modificar as curvas

de custos e benefícios!

Redução do custo marginal

Aumento do benefício marginal

Novo tamanho ótimo!

Boa administração pode aumentar, indefinidamente,

o tamanho ótimo de uma cidade (Prud’homme e Lee,

1999)

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Gestão urbana

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Custos e benefícios marginais

Tamanho da cidade (n)

C(n)

B(n)

n*

C’(n)

B’(n)

n'*

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Economias externas – demanda

Economias de aglomeração: ganhos de produtividade

atribuíveis à aglomeração geográfica da população ou das

atividades

Variedade do produto requer inspeção para escolha do

consumidor (substitutos imperfeitos) aglomeração

Quanto maior a variedade disponível em uma localização,

mais consumidores são atraídos

Custo de transferência inclui visitas a diferentes locais

(comparação de atributos)

Distância percorrida = f (gastos potenciais)

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Economias externas – oferta

Economias externas de aglomeração podem advir de

considerações sobre custos e oferta

Produtos diferenciados e “mutáveis” com

características semelhantes de insumos (e.g. fashion)

Compartilhar custo fixo (terceirização)

Especialização

Produtor deve estar “antenado”

Como isolar os ganhos de produtividade atribuíveis à

aglomeração geográfica?

Progresso tecnológico vs. Sistema de informação e

comercialização mais eficaz

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$

Q

$

Q

ATC0

ATC1 ATC0

ATC’0

ATC

ATC’

ATC

Economias de Aglomeração e Custos de Produção

Especialização pode levar a economias internas de escala

Q0 Q1 Q0

Poupança em custos de transferência; possibilidade de manutenção de estoque reduzido; aumento da produtividade do trabalho, etc.

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Economias externas

Lichtenberg (1960): atividades relativamente concentradas

em NY

> 10% do emprego total

Disponibilidade de insumos comuns

Atividades semelhantes

Atrativo para os consumidores

Diversidade

Atração de atividades complementares ou relacionadas

(demanda comum)

Complexo de atividades gera economias externas

Tipologia das economias de aglomeração...

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Economias de localização

Ganhos de produtividade específicos de uma indústria ou

de um conjunto de empresas relacionadas que são

imputáveis à sua localização

Internalizadas ao nível da indústria

Estimação: Henderson (1988)

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Dimensão urbana ou setorial

Nível salarial por trabalhador no setor

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Razões para existência de economias de localização

Custos fixos e indivisibilidades (e.g. forno, oficina de

reparação, oleoduto, porto)

Redução dos custos de transferência (e.g. complexos

industriais – relação entre firmas)

Tirar proveito de vantagens de especialização (e.g.

confecção e vestuário)

Frequência e diversidade de trocas (e.g. moda)

Redução de custos de informação (inovações)

Redução dos custos de recrutamento e de formação de

mão-de-obra

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Economias de urbanização

Dificuldade de identificação de clusters

Componentes especializados podem ser associados à localização

Outras atividades são associadas a aglomerações urbanas (diversificação)

Economias externas aos clusters de atividade, mas

internas à cidade Você não pode duplicar clusters de atividades em

cidades diferentes!

Concentração fora de grandes centros urbanos

História, insumos especializados, reputação

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Razões para existência de economias de urbanização

Economias externas que podem ser realizadas no âmbito das trocas, da informação, das possibilidades de recrutamento e formação de mão-de-obra e dos custos fixos são, muitas vezes, ainda mais importantes quando se apoiam numa quantidade maior de agentes econômicos Atividades típicas de grandes cidades Fórum: Por que São Paulo concentra tanto a atividade econômica nacional?

15,47% do PIB e 6,26% da população (1996) Bens públicos

Sensíveis a economias de escala (e.g. aeroportos, hospitais)

Financiamento

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Atividade

Ensaio:

Razões para a existência de shopping

centers...

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Bibliografia

Hoover, E. M. e Giarratani, F. (1985). An

Introduction to Regional Economics. The Web

Book of Regional Science, cap. 5.

http://rri.wvu.edu/resources/web-book-rs/