Aula 15 - Liberdade e Responsabilidade - Fenomenologia e Existencialismo

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2º ano: Apostila 03 / Aula 14 LIBERDADE E RESPONSABILIDADE – FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO Professor Claudio Henrique Ramos Sales FILOSOFIA

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2º ano: Apostila 03 / Aula 14

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE – FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO

Professor Claudio Henrique Ramos Sales

FILOSOFIA

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FENOMENOLOGIA

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Aforismo: sentenças breves, carregadas de significados, que tem como finalidade provocar o interlocutor ou sugerir algo, em vez de apresentar-se uma ideia acabada.

“O homem está condenado a ser livre.”

Sartre considera que o homem não é definível a priori, porque, para começar, ele não é nada. Cada ser humano só será alguma coisa mais tarde e, então, será aquilo que fizer de si mesmo.

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O mundo sensível é percebido pelos sentidos.

Os sentidos nos enganam.

VISÃO MODERNA

Os objetos do mundo podem ser chamados de entes.Os entes ocultam o ser, escondendo sua essência.

“Tudo que nos encontra, nos cerca, nos conduz, nos constrange, nos enfeitiça e nos preenche, nos exalta e nos decepciona." 

Heidegger 

RETOMANDO PLATÃO...

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Como já estudado em Platão, os objetos que se apresentam diante de nossos sentidos nos enganam, ocultando-nos seu verdadeiro sentido, sua essência. De acordo com essa concepção, os objetos que nos cercam, segundo Heidegger (1889 – 1976), podem ser caracterizados como entes.

Os entes ocultam o ser, a essência, aquilo que a coisa é. As coisas mudam, transformam-se; o ser é aquilo que permanece inalterado e estável, mesmo com o passar do tempo.

O ente e o ser...

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Fenomenologia é o estudo da essência das coisas.

Origina-se do grego, composta por duas partes:

FENÔMENO: Aquilo que se mostra, que aparece a nós. Aparece a nós primeiramente pelos sentidos.LOGIA: Capacidade de Refletir, um discurso esclarecedor.

A fenomenologia é uma atitude de reflexão do fenômeno que se mostra para nós, na relação que estabelecemos com os outros, no mundo.

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Ciência que tem como objetivo descrever tudo aquilo que nos aparece (os fenômenos)

FENOMENOLOGIA

Não há separação entre a consciência e as coisas.

Toda consciência é consciência de alguma coisa. (consciência de...)

O mundo e todos os seus entes somente existem porque temos consciência deles.

Aquilo que não temos consciência não existe.

Eu sou consciente dela enquanto ela continua existindo fora de mim.

A consciência não cria os objetos do mundo e também não os percebe como exatamente são.

A consciência é intencional, ela permite que percebamos o significado das coisas.

A consciência opera a partir dos fenômenos que ela observa. Por isso, é importante “educar” a consciência a partir do método.

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“Toda consciência é a consciência de alguma coisa”. Husserl

FENOMENOLOGIA

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EXISTENCIALISMO

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EXISTENCIALISMO

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Surgiu no século XIX com o pensador dinamarquês

Kierkegaard

Emerge como movimento nas primeiras décadas do século

XX

Guerras – eficácia, rapidez, destruição

Novo modo de vida – Revolução Russa

Crack da Bolsa – fome, pobreza, desemprego

CRISE (econômica, social, política, moral, religiosa...)

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O que está acontecendo?

Qual a verdade?

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• O mundo vivia a esperança de ser mais livre e mais justo

• As guerras, a revolução sexual, o anseio de liberdade dos povos – mobilização

• A falta de crença – busca do sentido da existência

• A Filosofia passa a incorporar as discussões – éticas, sociais...

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• Passou a ser identificado como um estilo de vida

“Era de Ouro” do pós-guerra – New Look

Forma de comportamento contrária aos padrões

tradicionais

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O homem nunca é entendido como uma entidade metafísica e abstrata

As raízes da existência humana…

EXISTÊNCIA CONSIDERADA EM SEU ASPECTO PARTICULAR, INDIVIDUAL E CONCRETO.

•Nossa existência é regida por algo?

ESSÊNCIA: PROPRIEDADES IMUTÁVEIS, FUNDAMENTAIS,

•Por que existimos?

•Existe alguma função em nossa existência?

•Existe uma essência que rege a existência?

•Formas de agir e pensar, que todos os seres humanos tem em comum?

•Somos alguma coisa fixa ou somos uma metamorfose ambulante?

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À medida que experimenta-se novas vivências redefine-se

o próprio pensamento

Adquire-se novos conhecimentos a respeito da

própria essência, caracterizando-a sucessivamente.

Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo, e que só depois se define.

O homem de início não é nada, apenas posteriormente será alguma coisa, e será aquilo que fizer de si mesmo

(a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos)

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O homem é como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência.

A existência é algo em aberto, sempre em mudança, e não há nenhum tipo de determinismo ou fatalismo.

Cabe ao homem, a cada instante,

escolher, optar e, por isso

mesmo, ele torna-se um ser

responsável pela sua vida

Funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido.

Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição: LIVRE ARBÍTRIO

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"Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de

tudo, Sou eu aqui em

mim, sou eu. Quanto fui, quanto não fui, tudo isso

sou. Quanto quis, quanto não quis, tudo isso

me forma.”

Álvaro de Campos

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Então, não há como prever qual atitude tomará o

homem nem quais valores irá seguir!

Não existe uma essência universal da humanidade,

pois cada indivíduo se define através de sua existência,

que é pessoal.

Se o homem define sua essência a cada momento...

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Cristãos Ateus•Kierkegaard•Karl Jaspers•Gabriel Marcel

•Heidegger•Jean-Paul SartreExistência não tem

origem no nada, como para os ateus

Existência é predeterminada por uma intencionalidade/funcionalidade

As pessoas são

responsáveis pelas suas próprias ações

O homem é um projecto em construção

e o seu único juiz.

Cada pessoa é aquilo em que se torna consoante aquilo que faz.

Algo origina essa existência, e esse

algo é Deus.

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-Impossível não escolher

-A "existência" do homem é algo temporário – projeto sempre incompleto diante da morte inevitável.

-O homem é livre.

“O homem está condenado a ser livre”

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- A universalidade do homem é permanentemente construída.

- Qualquer escolha é uma escolha ruim.

- Livre arbítrio - punição.

- Regras sociais - tentativa de limitar as próprias escolhas – funcionalidade.

- O soldado não deve questionar.

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- Finitude da existência humana.

- Liberdade para encontrar-se com sua própria morte.

- Para Sartre, o peso dessa liberdade aparece em certas situações-limite: onde o homem tem de decidir.

Jean-Paul Sartre

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- A angústia resultada da responsabilidade que cada homem tem na escolha de seus atos será sentida por todos.

- O homem é a angústia.

Edmund Husserl Soren Kierkegaard Arthur Schopenhauer

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•Quebra de paradigma não só na arte, na literatura, na filosofia, na psicologia, mas também na ciência e na cultura como um todo.

•A ciência apoiava-se no Racionalismo Mecanicista de Descartes e no Idealismo de Hegel.

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• Portanto, durante muitos anos nos acostumamos a entender o universo, a natureza e o próprio homem como sendo máquinas;

• Além disso alimentamos a pretensão de acreditar que todo o universo obedeceria às leis da Mecânica Clássica.

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Einstein nos esclarece como os cientistas abandonaram esta crença:

"Perdoe-me, Newton; você descobriu talvez o único caminho possível em sua época para um homem possuidor do mais alto raciocínio e poder criativo. Os conceitos que criou, ainda hoje orientam o nosso pensamento na física, embora saibamos que deverão ser substituídos por outros, muito afastados da esfera da experiência imediata, para possibilitar a compreensão mais profunda dos relacionamentos."...

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• Heidegger demonstra a impropriedade da utilização do método cartesiano no estudo das questões humanas, criando assim, um novo paradigma.

• Passa-se à investigação descritiva, analisando o sentido que o próprio indivíduo atribui aos fatos, buscando assim a sua compreensão.

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A psicologia não pode mais explicar o homem como um ser possuidor de um mecanismo psíquico determinado por forças inconscientes;

Resgata-se então não apenas sua singularidade e originalidade, mas acima de tudo sua individualidade.

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• A existência humana a partir de então não pode ser reduzida à definição e classificação da substância orgânica que compõe o corpo do homem.

•O Existencialismo não nega os fatores biológicos e sociais;

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O Existencialismo surge como uma tomada de posição de alguns pensadores frente ao cientificismo que se desenvolvia na época;

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• Assim, o Existencialismo declara a importância de se levar em conta outros aspectos da constituição do homem, além daqueles considerados pela Ciência;

•O homem não é um ser apenas dotado de racionalidade, de inteligência e de sensação.

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A consciência sobre suas ações impõe ao indivíduo a responsabilidade sobre suas escolhas, limitando seu livre arbítrio

“Quando você escolhe, toda a humanidade escolhe também”

Aquilo que somos depende não somente de fatores físicos e biológicos, mas também é fruto do contexto sociocultural e histórico que vivemos.

Além disso, nossas escolhas tem um peso grande ...

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