Aula 14 e 15 - Reino Animal -Poríferos, Cnidários e Vermes
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
REINO ANIMAL
Características:Eucariontes, Heterótrofos, Pluricelulares com tecidos organizados.
Grupos: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos, Anelídeos, Moluscos, Artrópodes,
Equinodermos e Cordados.
PORIFERA (PORÍFEROS)
As esponjas pertencem ao filo Porifera (do latim, porus = poro e fera = portador de).
As esponjas correspondem a um dos grupos de organismos multicelulares mais antigos, com
cerca de 7000 espécies conhecidas, que apresentam diferentes formas e cores.
Surgiram provavelmente há cerca de 1 bilhão de anos e supõe-se que tenham se originado de
seres unicelulares e heterótrofos que se agruparam em colônias.
A maioria das espécies vive em ambiente marinho, mas existem algumas espécies de água
doce.
A consistência das esponjas varia de muito mole e frágil até espécies tão rígidas que podem
ser confundidas com pedras.
Esses animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos e nem sistemas.
Os poríferos vivem fixos a rochas ou a estruturas submersas, como conchas, onde podem
formar colônias de coloração variadas. Podem ser encontrados desde as regiões mais rasas das
praias até profundidades de aproximadamente 6 mil metros.
Alimentam-se de restos orgânicos ou de microorganismos que capturam filtrando a água que
penetra em seu corpo. Por sua vez, servem de alimento para algumas espécies de animais, como
certos moluscos, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, peixes e tartarugas.
O corpo das esponjas está organizado basicamente em três camadas:
- Pinacoderme: camada de células achatadas (pinacócitos) que reveste o animal.
- Meso-hilo: ocorre internamente à pinacoderme e é constituído por vários tipos celulares
imersos em uma matriz de fibrilas colágenas dispersas. Pode também apresentar um esqueleto
orgânico formado por fibras de espongina, um tipo especial de colágeno encontrado apenas nos
poríferos, e um esqueleto inorgânico formado por espículas de calcário ou sílica que apresentam
diversas formas e tamanhos.
-Coanoderme: camada de células formada pelos coanócitos.
Dentre os vários tipos celulares presentes no meso-hilo, destacam-se os arqueócitos, um
tipo celular amebócito móvel que atua na digestão, reprodução e regeneração.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
Os arqueócitos são células totipotentes, ou seja, são capazes de se transformar em outras
células e assumir funções diferentes.
Assim, todas as células podem ser substituídas por células novas e o corpo das esponjas
pode ser reorganizado, de acordo com as necessidades impostas pelo crescimento, competição,
regeneração ou reprodução.
A água penetra no corpo de uma esponja através de poros existentes entre as células da
epiderme. Os numerosos poros que permeiam a parede corporal são orifícios microscópios
delimitados por células tubulares denominadas porócitos.
A água então cai numa câmara interna única chamada de átrio ou espongiocele e sai do
animal por orifícios maiores chamados de ósculo.
A circulação da água no interior do corpo do animal é promovida por células especiais
chamadas coanócitos que constituem a coanoderme que reveste o átrio.
Os coanócitos são células típicas dos poríferos que apresentam um colarinho apical de
microvilosidades retráteis, no centro do qual existe um longo flagelo. O batimento dos flagelos
dessas células gera uma corrente de água no interior do corpo do animal.
Como as esponjas são fixas ao substrato, a circulação da água no interior do corpo
representa uma solução adequada para a obtenção de alimento, oxigenação das células e eliminação
de excretas e gametas.
O alimento dos poríferos é constituído por organismos unicelulares, bactérias, detritos
orgânicos e nutrientes dissolvidos na água.
O alimento fica aderido entre as microvilosidades do colarinho dos coanócitos e vai para o
interior dos coanócitos por fagocitose ou pinocitose, onde é parcialmente digerido e repassado a um
arqueócito no meso-hilo para a digestão final.
Não há uma cavidade digestiva, e toda digestão é intracelular.
As esponjas podem filtrar a cada hora um volume de água correspondente a dez vezes o seu
próprio tamanho.
Além do grande volume de água filtrado, já foi demonstrado sua capacidade de retirar até
100% das bactérias presentes na água “inalada”, o que representa um possível papel na manutenção
da qualidade da água, especialmente onde as esponjas são muito abundantes.
A ausência de órgãos nas esponjas é compensada pelo contato direto da maioria das células
com o meio líquido, cada célula suprindo suas próprias necessidades de oxigênio e eliminação de
gases e excretas nitrogenados.
Não existem células sensoriais, nem células nervosas. Porém, recentemente descobriu-se
transmissão de impulsos elétricos relativamente lentos por células especiais, contráteis, os miócitos,
presentes no meso-hilo, formando uma rede que conduz estímulos.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
CNIDARIA (CNIDÁRIOS)
A diversidade e a beleza dos ambientes de recifes de corais destacam os antozoários, entreos
cnidários mais conhecidos. Entretanto, as águas-vivas com seus corpos gelatinosos e volumosos,
despertam mais atenção devido à irritação que causam quando seus tentáculos tocam a pele das
pessoas.
Essa irritação deve-se aos cnidoblastos que descarregam substâncias tóxicas na pele,
presentes em grande quantidade nos tentáculos de todos os cnidários.
Desse atributo derivou o nome Cnidaria , da palavra grega knide, que significa urtiga, que
arde, queima, irrita.
A maioria das 11.000 espécies conhecidas de Cnidaria é marinha e, as formas coloniais fixas
são as mais numerosas.
A maior diversidade ocorre em águas tropicais rasas, onde se destacam as águas vivas, os
corais pétreos, os zoantídeos e os octocorais.
Em águas mais frias, os hidroides e as anêmonas-do-mar são os representantes mais
conspícuos.
Em água doce são mais comuns as hidras e alguns hidroides.
São animais de simetria radial cujo plano corporal apresenta-se em basicamente dois
padrões: pólipos e medusas.
Os pólipos têm corpo colunar ou cilíndrico. Na região aboral, oposta à boca, forma-se um
disco basal adesivo para fixação ao substrato. A boca fica na parte superior rodeada de tentáculos.
As medusas apresentam eixo oral-aboral curto e o corpo alarga-se, tomando a forma de
sino, pires, campânula ou cubo. Muitas medusas locomovem-se ativamente, com a boca situada no
centro da face inferior do corpo, também rodeada de tentáculos urticantes, como nos pólipos.
Tal como ocorre nas esponjas, a parede do corpo dos cnidários é formada por três camadas:
-a epiderme externa (revestimento);
- uma camada mediana de material gelatinoso, a mesogléia, cuja espessura varia de espécie
para espécie, sendo muito mais espessa nas medusas constituindo a forma do animal;
-uma camada interna que reveste a cavidade gastrovascular, chamada de gastroderme.
Na gastroderme, essas células acumulam ainda a função de digestão intracelular.
A distribuição do alimento, a respiração e a excreção se fazem por difusão, de célula a célula
e destas para o meio ou vice-versa.
Uma das estruturas mais características em todo o grupo dos cnidários são os nematocistos.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
Os nematocistos são cápsulas minúsculas compostas de material semelhante à quitina e
contendo um tubo ou filamento enovelado que é uma continuação da extremidade estreitada da
cápsula. Esta extremidade da cápsula está coberta por uma pequena tampa, o opérculo. O interior do
filamento não disparado pode apresentar pequenas cerdas ou espinhos.
Cada nematocisto está incluso em um cnidócito, célula que o produziu. Na maioria dos
cnidários, os cnidócitos são equipados com um cílio modificado, como um gatilho, o cnidocílio.
Quando a presa ou o predador encosta no cnidocílio, ocorre o descarregamento do
nematocisto e, então, o filamento penetra no corpo da presa ou do predador e injeta a toxina
produzida pelo nematocisto.
Os cnidócitos são produzidos em invaginações de células da epiderme externa, em células
da gastroderme, e são especialmente abundantes nos tentáculos.
Quando um nematocisto é disparado seu cnidócito é absorvido e um novo cnidócito o
substitui.
Nem todos os nematocistos têm espinhos ou injetam toxinas. Alguns, por exemplo, não
penetram na presa, mas rapidamente a envolvem como se fossem uma mola, agarrando e segurando
qualquer parte da presa capturada por essa mola.
A maioria dos cnidários é carnívora. Capturam as presas com seus tentáculos, que se dobram
e as levam à boca. Células glandulares da região oral produzem secreções que auxiliam na ingestão
da presa.
Na cavidade gastrovascular ocorre a digestão extracelular, com enzimas secretadas pelas
células glandulares da gastroderme. Pequenas partículas do “caldo” resultante dessa primeira fase
da digestão são fagocitados pelas células epiteliais da gastroderme que finalizam a digestão de
forma intracelular, em vacúolos digestivos.
Os restos não digeridos são expelidos através da boca.
Os cnidários, diferentemente das esponjas, apresentam um sistema nervoso, ainda que
simples e difuso.
Os neurônios formam uma rede na base da epiderme, e outra menos desenvolvida ou
totalmente ausente na base da gastroderme.
Células nervosas concentradas em anéis ou gânglios ocorrem nas medusas e em alguns
pólipos.
Células sensoriais epidérmicas e gastrodérmicas têm conexões com células nervosas.
Medusas, além das células sensoriais, têm ocelos fotorreceptores e estatocistos distribuídos
na margem do corpo. Os estatocistos são receptores de gravidade, vibração e movimento da água,
atuando na manutenção do equilíbrio.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
PLATYHELMINTHES (PLATELMINTOS)
O filo Platyhelminthes (do grego platys = achatado + helmintos = vermes) é constituído por
um grupo de animais de corpo achatado dorsoventralmente, alongado e com simetria bilateral.
Em termos fisiológicos, são os primeiros animais na escala zoológica a apresentarem um
sistema nervoso provido de gânglios (centros coordenadores com grande concentração de
neurônios), uma região cefálica provida de órgãos sensoriais e um sistema excretor com células
especializadas na coleta e remoção de excretas (células-flama).
As células-flama são células caliciformes com um tufo de flagelos que se estende na face
interna deste cálice.O batimento dos flagelos impulsiona o fluido para os ductos coletores e cria
uma pressão negativa que puxa o fluido através das delicadas interdigitações da rede.A parede do
duto depois da célula-flama geralmente possui dobras ou microvilosidades que provavelmente
funcionam na reabsorção de certos íons ou moléculas.Em razão de não existir um sistema
circulatório para transportar água e outros resíduos de todas as partes do corpo, as células-flama
geralmente estão espalhadas por todo o corpo de maneira a estarem dentro da distância de difusão
dos tecidos.Os dutos então se abrem para o exterior do corpo do animal por meio de poros.
Platyhelminthes carece de sistemas diferenciados para respiração e circulação.
O sistema digestório, quando presente, é composto por um intestino cego, sem ânus, uma
faringe muscular e uma boca, que pode ou não ser provida de ventosa.
O revestimento corporal é uma epiderme celular ciliada ou não e, a locomoção das espécies
ocorre por meio de batimento ciliar ou contração muscular do corpo.
As espécies de platelmintos são, na sua maioria, hermafroditas, apresentando cópula
cruzada.
Há três classes de platelmintos: Turbellaria , Trematoda e Cestoda.
- Turbellaria :
São, em sua maioria, livres-natantes que variam desde 5 mm até 50 cm de comprimento.
Combinam movimentos musculares com ciliares para locomoção. Ex: planárias.
- Trematoda:
São na sua totalidade vermes parasitas e, quando adultos, quase todos são endoparasitas de
vertebrados. Ex: Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose no homem.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
- Cestoda:
São na sua totalidade vermes parasitas e, quando adultos, quase todos são endoparasitas de
vertebrados. Ex: Taenia sp., causador da teníase e da cisticercose no homem.
NEMATODA (NEMATELMINTOS)
O filo Nematoda (do grego nematos = fio) abriga os vermes de corpo cilíndrico, não
segmentado.
É considerado, por muitos autores, o grupo mais rico em espécies e mais abundante na face
da Terra. Estima-se que deva existir mais de um milhão de espécies de nematóides, das quais
apenas cerca de 1% estão descritas.
O número de indivíduos é igualmente grande. Em uma única maçã em decomposição, por
exemplo, já foram removidos cerca de 90.000 indivíduos.
Esses vermes são encontrados como parasitas de plantas e animais vertebrados e
invertebrados, e de vida livre em ambientes de água doce e marinha e na maioria dos ecossistemas
terrestres.
Aparentemente uma das principais características que permitiu às espécies do grupo
dispersar e colonizar ambientes tão diversos foi a presença de uma cutícula não celular, secretada
pela epiderme, também conhecida como hipoderme. Essa cutícula apresenta alta resistência e
impermeabilidade, representando uma excelente defesa contra a dessecação e as variações do
ambiente externo, como é o caso do suco gástrico de hospedeiros.
O trato digestório dos Nematoda é completo, com boca e ânus, o que permitiu que o animal
pudesse ingerir novo alimento mesmo que ainda não tenha eliminado os restos da refeição anterior.
Mas, o tubo digestório pode estar atrofiado. A abertura bucal é geralmente circular e rodeada por
lábios e/ou por vários tipos de estruturas como cerdas e espinhos.
Um anel de tecido nervoso e gânglios ao redor da faringe dão origem a pequenos nervos
dirigindo-se para a extremidade anterior e a dois cordões nervosos, um dorsal e um ventral.
Ao redor da cabeça e da cauda observam-se papilas sensoriais.
Dentre as doenças humanas provocadas por vermes Nematoda, destacam-se a ascaridíase
(causada pela infestão de Ascaris lumbricoides – lonbriga), o amarelão ou ancilostomose (causada
por Ancylostoma duodenale ou por Necator americanus), a oxiurose (causada por Enterobius
vermicularis) e a elefantíase (causada por Wuchereria bancrofti).
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
ANNELIDA (ANELÍDEOS)
Os anelídeos (do latim annulus = anel) agrupam os vermes de corpo cilíndrico segmentado,
ou seja, provido de anéis.
São protostômios e apresentam simetria bilateral.
Em termos evolutivos, os anelídeos são os primeiros animais a apresentarem um sistema
circulatório, o que facilita a distribuição de nutrientes e de gases respiratórios a todas as células do
corpo.
O filo reúne cerca de 11.600 espécies descritas, representadas pelas minhocas, sanguessugas
e poliquetos.
São animais que ocorrem nos ambientes bentônicos, dulcícolas e terrestres.A grande maioria
das espécies é de vida livre, mas alguns são ectoparasitas hematófagos.
A característica mais evidente do grupo é a segmentação do corpo ou metameria. De um
modo geral, cada segmento possui um par de cavidades preenchidas por líquido celomático e
delimitadas por uma membrana denominada peritônio.
O epitélio dos anelídeos é coberto por uma cutícula microestriada fina. Abaixo da epiderme
ocorrem fibras musculares.
O sangue apresenta hemoglobina dissolvida no plasma. O sistema circulatório é do tipo
fechado, ou seja, o sangue circula o tempo todo dentro de vasos.
As trocas gasosas são efetuadas através da superfície do corpo (respiração cutânea) ou por
meio de brânquias (nas espécies de ambiente aquático).
O tubo digestório é completo e apresenta regiões especializadas para efetuar a digestão do
alimento, como a faringe e a moela.
O sistema nervoso é do tipo ganglionar, e a excreção é feita por nefrídios.
Em linhas gerais, os anelídeos podem ser separados em três classes (Polychaeta,
Oligochaeta e Hirudinea ), que refletem a grosso modo os ambientes que ocupam.
Os Polychaeta formam a classe com maior número de espécies. São predominantemente
marinhos, com algumas espécies capazes de viver em setores estuarinos de baixa salinidade, sendo
praticamente inexistentes nos ecossistemas terrestres.
Os Oligochaeta, representados pelas minhocas, são predominantemente terrestres, mas
apresentam importantes representantes marinhos e dulcícolas.
Os Hirudinea , conhecidos como sanguessugas, são predadores e ectoparasitas. Vivem,
predominantemente, em águas doces, mas apresentam representantes terrestres e marinhos.
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Os Polychaeta (do grego poly = muitas + chaete = cerdas ou setas) formam um importante
grupo de animais bentônicos muito comuns. São animais que apresentam muitas cerdas localizadas
em projeções laterais carnosas chamadas parapódios. Ao entrarem em contato com o substrato, as
cerdas fornecem tração para que o animal se locomova.
Algumas espécies são errantes, isto é, locomovem-se livremente sobre o substrato à procura
de alimento. Outras são fixas e, neste caso, obtêm alimento filtrando a água do mar. E outras
habitam permanentemente galerias ou tubos construídos com diferentes tipos de materiais em
fundos arenosos e lodosos.
Alimentam-se de matéria orgânica morta e vegetais, assim como de outros animais e, por
sua vez, servem de alimento para muitos peixes, constituindo importante elo na cadeia alimentar.
Além da função locomotora, as cerdas também podem apresentar função sensorial. Na
região da cabeça, os poliquetos apresentam muitos apêndices que auxiliam na percepção do
ambiente, como antenas e palpos.
Os sexos são separadas e a fecundação é externa. O desenvolvimento é indireto com uma
fase larval chamada trocófora.
Os Oligochaeta apresentam menor variação morfológica e menor número de espécies,
quando comparados com os poliquetos.
São saprófitos e detritívoros, mas há algumas espécies predadoras.
O nome Oligochaeta está relacionado ao fato de possuírem poucas cerdas, as quais emergem
diretamente da parede do corpo, ou seja, não existem parapódios.
As minhocas são cavadoras do solo e a eficiência para este hábito é dado pelo sistema
esquelético hidrostático, baseado na pressão do líquido celomático, com volume constante, contido
em cada segmento do corpo.
O esqueleto hidrostático funciona a partir de contrações alternadas das musculaturas
longitudinal e circular da parede do corpo, que modificam o comprimento e o diâmetro dos
segmentos.
As contrações se iniciam na região anterior e promovem a formação de ondas de
peristaltismo que, associadas à tração das cerdas contra o substrato, fazem com que a minhoca se
locomova ou mesmo cave galerias no solo.
O papel ecológico das minhocas terrestres é muito importante, pois auxiliam na aeração e
drenagem do solo, além de contribuírem para a produção de húmus, que aumenta a fertilidade e
evita a lixiviação do solo.
Desta forma, a presença de minhocas indica boa qualidade do solo.
Os oligoquetas são hermafroditas e realizam fecundação cruzada e interna.
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GALASTRI, N.A. Apostila da Disciplina de Biologia do Curso de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Faculdade de Tecnologia de Jahu. 2015. (Apostila)
No corpo da minhoca pode-se observar, próximo à extremidade anterior um anel de cor
esbranquiçada, chamado clitelo. Esta estrutura é responsável pela produção de um casulo que vai
proteger os ovos postos na terra, até que se desenvolvam os indivíduos jovens.
Os orifícios genitais ficam na região do clitelo ou próximas a ela.
Os Hirudinea vivem predominantemente em água doce. Mas existem espécies marinhas e
terrestres, estas últimas ocorrendo principalmente em regiões tropicais.
As sanguessugas são conhecidas devido ao hábito hematófago de muitas espécies.
Esses animais foram e ainda são muito usados na medicina devido à produção de
substâncias anticoagulantes e anestésicas – que as auxiliam na obtenção do sangue de suas presas.
Além das espécies ectoparasitas hematófagas, existem espécies predadoras de pequenos
invertebrados.
Como um grupo, as sanguessugas podem ser consideradas como anelídeos altamente
especializados.
Apesar de apresentarem características comuns com os oligoquetos, apresentam caracteres
derivados exclusivos como: ventosas anterior e posterior, número fixo de segmentos, perda dos
septos intersegmentares, redução de volume da cavidade celomática e ausência de parapódios e
cerdas.
Considerando a fisiologia, as sanguessugas também apresentam caracteres exclusivos, como
glândulas salivares que secretam substâncias anticoagulantes.
As espécies hematófagas apresentam tubo digestivo com muitos cecos gástricos que estão
relacionados à dieta de sangue. Para a digestão do sangue, apresentam simbiose com bactérias que
secretam enzimas capazes de digerir o sangue.