Aula 13 Condutas Em Perda Gestacional De RepetiçãO
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CONDUTAS EM PERDA GESTACIONAL
DE REPETIÇÃO
Condutas em Infertilidade
Clínica Pró-CriarReprodução Assistida
Belo Horizonte – MGBrasil
o 3 ou mais perdas espontâneas, consecutivas, antes da 20ª a 24ª semana
Alberman, 1988; Salat-Baroux, 1988; Crosignani, 1991
o 2 ou mais perdas consecutivas antes da 24ª semanaMiller et al., 1980
CONCEITO
o 10 a 15% das gestações clínicas – abortamento Warburton, 1964; Daya, 2000; Regan, 1988
o 0,5 a 2% - abortamento de repetição Tho et al., 1979; Alberman, 1988; Coulam, 1991
Idiopática - 40%
60%
Coulam, 1986; Clifford et al., 1994
CAUSAS
GenéticaAnatômicaInfecciosaEndócrinaImunológica
Hill et al., 1992; Clifford et al., 1994;Stephenson, 1996
o Mais de 90% das alterações cromossômicas resultam em abortamento, ocorrendo principalmente antes de 10
semanasJacobs & Hassold, 1987
o A incidência de anormalidades cromossômicas diminui com o evoluir da gestação
o 29 a 60% dos abortamentos de repetição são de causa genética
Stern et al., 1996; Ogasawara et al., 2000; Carp et al., 2001
CAUSA GENÉTICA
Alteração mais frequente – translocação balanceada2ª causa mais freqüente – inversão cromossômica
Carp et al., 2004
DIAGNÓSTICOo Cariótipo do casalo Cariótipo do produto
o PGD
RCOG, 2003Evidência IVRecomendação C
Ogilvie et al., 2001; Scriven et al., 2001
GENÉTICA
TRATAMENTOo Aconselhamento genéticoo FIV + PGD (X, Y, 13, 15, 16, 18, 21 e 22)
o Doação de gametas
o 15 a 25% dos abortamentos estão associados com anomalias mullerianas
Portuonodo et al., 1986
o Incidência de anomalias mullerianas na população em geral – 2 a 4%
Ashten et al., 1988; Raga et al., 1997
o A prevalência de anormalidade uterina em perda gestacional 1,8 a 37,6%
Grimbizis et al., 1997
o Prevalência maior em mulheres com perdas tardiasAcien, 1997
FATOR ANATÔMICO
DIAGNÓSTICO
HisterossalpingografiaUltra-sonografiaHisterossonografia
US 3 D – promissorJurkovic et al., 1995; Raga, 1996
HisteroscopiaVideolaparoscopia
Clifford et al., 1994Soares et al., 2000
Todas mulheres com perda gestacional de repetição devem realizar um US
RCOG, 2003
FATOR ANATÔMICO
TRATAMENTO
o Associação de útero septado com mal passado obstétrico implica em tratamento cirúrgico
o Queda de 88% para 5,9% na taxa de abortamento após metroplastia histeroscópica
Homer et al., 2000
ÚTERO SEPTADO
INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL
o Perda gestacional no 2º trimestre
o US endovaginal – útil para o diagnósticoOwen et al., 2001
o Cerclagem
FATOR ANATÔMICO
CAUSA ENDÓCRINASOP
o A prevalência de SOP é maior em pacientes com perda gestacional de repetição quando comparado com a população em geral
Clifford et al., 1994; Raj Rai et al., 2000
o Metformina diminui a perda no 1º trimestre Jakubowicz et al., 2002
Gluek et al., 2002
o Supressão hipofisária pré-gestacional não melhora as taxas de nascidos vivos
Clifford et al., 1996 - Evidência Ib
Segurança da Metformina
Não há nenhum caso de: acidose lática maternaHipoglicemia maternaAnomalia congênitaCIURPerda fetal de 2º ou 3º trimestreHipoglicemia neonatal
Desenvolvimento motor e social adequado
Gluek et al., 2002
o Associação com perdas recorrentesAndo et al., 1992; Hirahara et al., 1996
o Alteração na foliculogênese e maturação oocitária
Hirahara et al., 1998Evidência Ib
o O sucesso da gestação é significativamente maior no grupo tratado (bromocriptina até 9 semanas)
CAUSA ENDÓCRINA
HIPERPROLACTINEMIA
o Suporte de fase lútea com progesterona - efeito benéfico
Meta análise – Daya, 1989
CAUSA ENDÓCRINA
INSUFICIÊNCIA LÚTEA
o Diagnóstico - ?????
o Suporte de fase lútea: diminuição na taxa de abortamento
OR 0.39, 95% CI 0.17 to 0.91
Cochrane Review, 2004
Progesterona vaginal 100mg BID até a 12ª semana
DIABETES E TIREOIDOPATIA
Diabetes bem controladoTireoidopatia tratada
não é fator de risco para abortamento recorrente
o A prevalência de diabetes e disfunção da tireóide em pctes com abortamento recorrente é semelhante ao esperado na população em geral
Clifford et al., 1994; Bussen et al., 1999; Li et al., 2000
Mills et al., 1988; Abalovich et al., 2002
CAUSA ENDÓCRINA
o A pesquisa de:
toxoplasmoserubéola citomegalovírussífilisherpes
desnecessária
RCOG, 2003Evidência IIIRecomendação C
o Screening e tratamento de vaginose bacteriana - Mulheres com perda no 2º trimestre e PPT
RCOG, 2003Evidência IRecomendação A
CAUSA INFECCIOSA
ANTICORPOS ANTI-TIREOIDIANOS
CAUSA IMUNOLÓGICA
o Mulheres com perdas recorrentes não apresentam mais anticorpos circulante que os controles
Esplin et al., 1998
o A presença de anticorpos antitireoidianos em mulheres com eutireoidismo e história de perdas recorrentes não altera os resultados gestacionais
Rushworth et al., 2000
A pesquisa de rotina de anticorpos antitireoidianosnão é recomendada
Evidência IIIRecomendação B
ANTICORPOS ANTI-FOSFOLÍPIDES – 15%
TROMBOFILIAS
o Anticoagulante lúpico: dRVVT – mais sensível e específico que PttaPeaceman, 1993
o Anticorpo anticardiolipina - ELISA
2 testes positivos com intervalo de 6 semanas:
anticoagulante lúpicoanticorpo anticardiolipina IgG e/ou IgM títulos altos ou médios
Recomendação C
IgG IgM
- <10 <8+ baixo 10 a 19 8 a 19+ médio 20 a 50 20 a 80+ alto >50 >80
Fator V de Leiden Mutação do fator V – baixa taxa de nascido vivo
37.5% x 69.5% OR 3.75 CI 1.3 – 10.9Rai et al., 2002
TROMBOFILIAS
Resistência à Proteína C ativadaQuando ativada inibe a ação dos fatores de coagulação V e VIII
Rai et al., 2001
Relação significativa entre resistência à proteína C ativada e perda gestacional recorrente antes da 12ª semana
OR 3.48 CI 1.58 – 7.69Rey et al., 2003
Deficiência de proteína SOR 14.72 CI 0,99 – 218,01 – p=0,05
Rey et al., 2003
Mutação do gene da protombinaOR 2.05 CI 1.18 – 3.54
Mutação MTHFR
Não é um fator de risco para perda gestacional
OR 0.98 CI 0.55 – 1.72Rey et al.,2003
Deficiência de antitrombina III
Não há associação entre perda fetal
recorrente – 0,88; 0,17 – 4,48
esporádica – 1,54; 0,97 – 2,45Rey et al., 2003
PERDA FETAL PRECOCE RECORRENTE
o fator V de Leideno resistência à proteína C ativadao deficiência de proteína So mutação do gene da protombina
PERDA FETAL TARDIA RECORRENTE
o fator V de Leideno deficiência de proteína So mutação do gene da protombina
Rey et al., 2003
TRATAMENTOo Taxa de nascido vivo em mulheres com abortamento recorrente associado a ac antifosfolípides tratadas somente com baixa dose de aspirina – 40%
Melhora significativa com a associação com baixa dose de heparina – 70%
Rai et al., 1997 Evidência Ib
o Associação de baixa dose de heparina e aspirina reduziu a taxa de perda em 54% quando comparado com aspirina isolada
Empson et al., 2002Evidência Ia
Aspirina – 100mg/dia
Heparina fracionada – 5.000UI SC TID enoxaparina – 40mg/dia SC
Carbonato de cálcio – 500mg BID prevenção de osteopenia
CAUSA IMUNOLÓGICA
As várias formas de imunoterapia não demonstraram diferença significativa entre os grupos controle e tratamento
o Imunização com células paternas (11 trials, 596 mulheres) OR: 1.05 95%, CI 0.75 – 1.47
o Imunização com células de doador (3 trials, 156 mulheres) OR: 1.39 95%, CI 0.68 – 2.82
o Infusão membrana torfoblástica (1 trial, 37 mulheres) OR: 0.40 95%, CI 0.11 – 1.45
o IVIG OR: 0.98 95%, CI 0.61 – 1.58
Cochrane, 2002Evidência IaRecomendação A